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Universidade Púnguè

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UNIVERSIDADE PÚNGUÈ

Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas

Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Ensino de Química

3°Grupo

Polímeros naturais

Anatércia Tomas
Juvêncio Mureva
Lasti Mulatho
Leopoldo Neves
Minelda Mucipo
Odete Reque

Tete, Agosto de 2024


Anatércia Tomas
Juvêncio Mureva
Lasti Mulatho
Leopoldo Neves
Minelda Mucipo
Odete Reque

Polímeros naturais

O presente trabalho de pesquisa, será apresentado


ao Departamento de Ciências Exatas e
tecnológicas, no Curso de Química, na cadeira de
Química Macromolecular. Como um requisito
parcial de avaliação, sob orientação da
Mestre: Achuate

Tete, Agosto de 2024


Índice Pág.
1. Introdução............................................................................................................................ 5

2. Objetivos ............................................................................................................................. 5

2.1. Objetivo geral .............................................................................................................. 5

2.2. Objetivos específicos ................................................................................................... 5

2.3. Metodologia ................................................................................................................. 5

3. Polímeros naturais ............................................................................................................... 6

3.1. Conceito ....................................................................................................................... 6

3.2. Caraterísticas dos polímeros naturais .......................................................................... 6

4. Principais polímeros naturais .............................................................................................. 7

4.1. Celulose ....................................................................................................................... 7

4.1.1. Estrutura da celulose ............................................................................................. 7

4.1.2. Síntese da celulose ................................................................................................ 7

4.1.3. Função .................................................................................................................. 8

4.2.1. Caraterísticas dos amidos ..................................................................................... 9

4.2.2. Estrutura do amido ............................................................................................. 10

4.2.3. Síntese do amido................................................................................................. 11

4.2.4. Aplicações .......................................................................................................... 11

4.3. Glicogênio .................................................................................................................. 11

4.3.1. Estrutura do glicogênio ....................................................................................... 12

4.3.2. Síntese do glicogênio .......................................................................................... 12

4.3.3. A função do glicogênio....................................................................................... 13

4.4. Quitina ....................................................................................................................... 13

4.4.1. Estrutura da quitina ............................................................................................. 14

4.4.2. Síntese de quitina ................................................................................................ 14

4.4.3. Função da quitina ............................................................................................... 14

4.5. Proteínas ou polipeptídios .......................................................................................... 15


4.5.1. Composição das proteínas .................................................................................. 15

4.5.2. Síntese de proteínas ............................................................................................ 15

4.5.3. Importância das Proteínas................................................................................... 16

4.6. Borracha ..................................................................................................................... 16

4.6.1. Características das borrachas .............................................................................. 16

4.6.2. Estrutura da borracha .......................................................................................... 16

4.6.3. Importância das borrachas .................................................................................. 18

4.7. Impacto ambiental e sustentabilidade dos polímeros naturais ................................... 18

5. Conclusão .......................................................................................................................... 19

6. Referências bibliográficas ................................................................................................. 20


5

1. Introdução

Os polímeros naturais são macromoléculas essenciais presentes em organismos vivos,


desempenhando papéis vitais em diversos processos biológicos e ambientais. Eles são formados
por unidades repetitivas chamadas monômeros, que se conectam para formar longas cadeias
complexas. Esses polímeros não só são fundamentais para a estrutura e a função dos
organismos, mas também têm uma vasta gama de aplicações práticas na indústria e na medicina.
Como destacado por Morrison e Boyd (2004), “os polímeros naturais são a base da vida em
nosso planeta, fornecendo a estrutura fundamental e as funções bioquímicas essenciais
necessárias para a sobrevivência dos organismos”. Esta citação enfatiza a importância desses
compostos na biologia e seu papel crucial na sustentação da vida. Este trabalho aborda os
principais tipos de polímeros naturais, suas estruturas, funções biológicas e aplicações,
destacando seu impacto na ciência e na tecnologia.

2. Objetivos
2.1.Objetivo geral
 Abordagem geral sobre os polímeros naturais
2.2.Objetivos específicos
 Conceituar os polímeros naturais;
 Caracterizar cada polímero natural;
 Apresentar as estruturas dos polímeros naturais;
 Descrever a sua importância dos polímeros naturais.
2.3.Metodologia
Segundo Heenberg citado por MARCONI & LAKATOS (2000.44) método é o caminho pelo
qual se chega a determinados resultados, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de
antemão de modo refletido e deliberado, seguindo a definição do autor os métodos usados para
a elaboração deste trabalho foram:

 Consultas em fontes bibliográficas;


 Pesquisas pela internet.
6

3. Polímeros naturais
3.1.Conceito

Os polímeros naturais são macromoléculas que ocorrem na natureza e são formadas por
unidades repetitivas de monômeros. Eles desempenham papéis essenciais em organismos vivos
e são encontrados em diversas formas, como proteínas, polissacarídeos e ácidos nucleicos.

Os polímeros naturais, como as proteínas e os polissacarídeos, são constituídos por unidades


repetitivas chamadas monômeros, que se ligam entre si para formar estruturas complexas e
funcionais. As proteínas, por exemplo, são formadas por aminoácidos que se unem para formar
cadeias longas, enquanto os polissacarídeos, como o amido e a celulose, são formados por
unidades de açúcares. Esses polímeros desempenham funções vitais em organismos vivos,
como estrutura celular, armazenamento de energia e transmissão de informações genéticas
(Alberts et al., 2015).

3.2.Caraterísticas dos polímeros naturais

Os polímeros naturais possuem uma série de características distintas que os diferenciam de


polímeros sintéticos.

 Os polímeros naturais são formados por unidades repetitivas de monômeros específicos


como proteínas, polissacarídeos e ácidos nucleicos;
 Os polímeros naturais são sintetizados por organismos vivos e desempenham funções
essenciais para a vida. Eles são produtos da biossíntese, um processo biológico que
envolve a formação de polímeros a partir de monômeros na presença de enzimas e outras
condições celulares específicas;
 Os polímeros naturais têm funções específicas em organismos vivos;
 Os polímeros naturais exibem uma grande diversidade estrutural e funcional devido à
variedade dos monômeros e suas sequências. Por exemplo, a sequência de aminoácidos
em uma proteína pode variar amplamente, resultando em uma vasta gama de estruturas
e funções;
 Os polímeros naturais são geralmente biodegradáveis, ou seja, podem ser decompostos
por organismos vivos e processos naturais. Isso se deve às suas ligações químicas
específicas e à capacidade dos organismos de produzir enzimas que podem quebrar
essas ligações (Smith et al., 2013).
7

4. Principais polímeros naturais


Os principais tipos de polímeros naturais incluem a celulose, o amido, o glicogênio, a quitina,
as proteínas e os ácidos nucleicos. Cada um desses polímeros possui uma estrutura única que
lhe confere propriedades específicas, tornando-os indispensáveis em várias aplicações.

4.1.Celulose

A celulose é um polissacarídeo composto por unidades de glicose ligadas por ligações β-1,4-
glicosídicas. Essas unidades formam longas cadeias lineares que se organizam em microfibrilas,
conferindo rigidez e resistência. A celulose é um carboidrato do tipo polissacarídeo abundante
nos vegetais e por isso, comum na natureza. Ela consiste até 50% da composição da madeira.

É formada por monômeros de glicose, entre 15 a 15.000, unidos por ligações glicosídicas.
Assim, a celulose é um polímero de glicose. A celulose foi descoberta em 1838 por Anselme
Payen, um químico francês que analisava matéria vegetal.

A celulose é a molécula orgânica mais abundante do planeta. Um carboidrato formado por uma
cadeia longa composta de um único monossacarídeo: a glicose. Esse polissacarídeo é o principal
constituinte da parede celular de células vegetais que compõem as plantas. A fórmula química
da celulose é (C6H10O5)n. (Watson, & Crick 1953).

4.1.1. Estrutura da celulose

A celulose é um polímero de estrutura linear e estabelece ligações de hidrogênio entre os grupos


hidroxilas presentes. Nas células, as moléculas de celulose se arranjam em forma de feixes de
fibras.

4.1.2. Síntese da celulose

A celulose é o principal componente estrutural das paredes celulares das plantas. É um


polissacarídeo composto por unidades repetidas de glicose.
8

Processo:

1. Extração: A celulose é extraída de plantas (como madeira, algodão) usando processos


de separação física e química.
2. Desfibramento: O material vegetal é moído e tratado com soluções alcalinas (como
hidróxido de sódio) para remover a lignina e outras impurezas, obtendo celulose pura.
3. Purificação: A celulose é lavada, branqueada e seca.

Industrial: Além do processo natural, pode haver modificações químicas para produzir
celulose regenerada (como na fabricação de rayon) ou celulose microcristalina.

4.1.3. Função

A celulose é o principal componente das paredes celulares das plantas, fornecendo suporte
estrutural e proteção. Também é uma importante fibra dietética para humanos, promovendo a
saúde digestiva. Tem função estrutural, garantindo formato, rigidez e sustentação celular. É
digerida pela enzima celulase produzida por alguns microrganismos, como fungos e bactérias.
Sendo a principal molécula presente na parede celular de vegetais, a celulose confere:
 Rigidez (devido à sua estrutura linear);
 Formato celular;
 Robustez;
 Sustentação Mecânica
 Proteção frente à desidratação ou lise celular;
 Pressão de turgescência, sendo a principal força que dirige a expansão celular
durante o crescimento do organismo.
Portanto, a parede celular formada por celulose está diretamente ligada aos processos de
crescimento e desenvolvimento do vegetal.

A celulose é amplamente utilizada na fabricação de papel, tecidos e bioplásticos. É também


empregada em materiais biodegradáveis e como aditivo alimentar.

Outra importância industrial da celulose é para obtenção de etanol de segunda geração. Os


biocombustíveis são produzidos a partir de compostos orgânicos e mostram uma alternativa
menos impactante ambientalmente que a produção a partir de derivados do petróleo.

A partir do caldo da cana-de-açúcar, rico em sacarose, é produzido etanol por meio da


fermentação com leveduras e microrganismos capazes de converter a glicose da sacarose em
9

etanol. Porém, toda a celulose presente na cana-de-açúcar é descartada como resíduo do


processo, devido à dificuldade em extrair glicose a partir da celulose. Com a adição de uma
nova etapa no tratamento do resíduo da cana, é possível aumentar a quantidade de etanol gerado
e ainda diminuir a quantidade de resíduo para ser descartado.

A etapa consiste em colocar o resíduo chamado de bagaço da cana em contato com a celulase,
para que grande parte da celulose presente no resíduo seja convertida em glicose. Após a
conversão, esse resíduo, agora com elevada concentração de glicose, é fermentado com as
leveduras que convertem glicose em etanol.

Portanto, esse processo otimiza a obtenção de etanol a partir da cana-de-açúcar, que é


importante não só para a extração do caldo com sacarose, mas também para a extração de
glicose a partir da celulose presente na parede celular contida no bagaço da cana. (Watson, &
Crick 1953).

4.2.Amido

O amido é uma molécula que atua como reserva energética para boa parte dos vegetais. Pode
ser encontrado em raízes, cereais e tubérculos.

O amido é encontrado amplamente na natureza e é a fonte de energia mais importante para a


nutrição humana. Consiste na reserva de carboidratos mais abundante nos vegetais, sendo
comumente utilizado pelas plantas como fonte de carbono e energia. Comumente, este
polissacarídeo é armazenado nos amiloplastos de órgãos reprodutivos (grãos), vegetativos
(tubérculos, raízes, caules, folhas), frutos (banana, lobeira e outros) e raízes (mandioca). A partir
dessas fontes o amido comercial é obtido.

4.2.1. Caraterísticas dos amidos

O amido é um polissacarídeo essencial que serve como uma importante reserva de energia em
plantas e tem várias características distintas:

 O amido é composto por unidades de glicose. Ele é um polímero de glicose formado


principalmente por dois tipos de polissacarídeos: amiloase e amilopectina;
 O amido é frequentemente armazenado em forma de grânulos em células vegetais, como
em tubérculos (batata), sementes (milho), e raízes. Esses grânulos têm uma estrutura
organizada e podem variar em tamanho e forma dependendo da fonte;
 O amido não é solúvel em água fria, mas forma uma suspensão coloidal em água quente.
Quando aquecido em água, o amido se gelatiniza, formando uma pasta viscosa;
10

 A gelatinização do amido ocorre quando os grânulos de amido absorvem água e se


expandem ao serem aquecidos. Este processo altera a estrutura do amido, tornando-o
mais viscoso e espesso.
4.2.2. Estrutura do amido

O amido é composto por duas moléculas principais: amilopectina e amilose. A amilopectina


possui uma estrutura ramificada, enquanto a amilose é linear. Essas estruturas permitem o
armazenamento eficiente de energia.

O amido possui dois tipos de polímeros de glicose, a amilose e a amilopectina. Ambos possuem
massa molar extremamente elevada, na faixa de milhares a milhão (105 a 106 g.mol-1 para
amilose, 108 g.mol-1 para amilopectina), mas com algumas diferenças importantes na sua
estrutura molecular.

Amilose

Amilopectina
11

4.2.3. Síntese do amido

O amido é um polissacarídeo encontrado em muitos vegetais, sendo uma importante reserva de


energia. É composto por duas moléculas, a amilopectina e a amiloza. Ele é obtido a partir da
extração de vegetais como batata, milho, trigo e arroz.

Processo:

1. Extração: As plantas são moídas para liberar o amido.


2. Separação: O amido é separado das fibras e outras partes da planta por meio de lavagem
e centrifugação.
3. Purificação: O amido extraído é purificado e seco.

Industrial: O processo industrial é semelhante ao natural, mas pode envolver etapas adicionais
de purificação e modificação.

4.2.4. Aplicações

Amidos são considerados a principal fonte de energia para alimentação humana. Os amidos
comerciais, tradicionalmente provenientes de cereais como milho e trigo, são comumente
aplicados para alterar a textura e aparência dos alimentos. De forma mais detalhada, nos
alimentos o amido apresenta a capacidade de modificar características como adesividade,
espessamento, vitrificação, estabilidade de emulsão, turvação, estabilidade de espuma, retenção
de umidade, polvilhamento, expansão, crocância e gelificação. Desse modo, os amidos
tradicionalmente fazem parte da composição de produtos de panificação (pães, tortas, biscoitos,
etc.), produtos de confeitaria, molhos, sopas, maionese, sorvetes, bebidas, massas, pudins, entre
outros

4.3.Glicogênio

O glicogênio é um polímero de glicose que serve como a principal forma de armazenamento de


carboidratos em animais e fungos. Ele é altamente ramificado e é encontrado principalmente
no fígado e nos músculos esqueléticos. Quando o organismo necessita de glicose, o glicogênio
é quebrado em moléculas de glicose que podem ser utilizadas para fornecer energia.

Glicogênio (C6H10O5)n é uma reserva de energia produzida e armazenada pelo nosso corpo
através da transformação dos carboidratos que ingerimos em glicose.
12

A principal fonte de energia dos seres vivos é a glicose, que é um carboidrato simples. Acontece
que quando comemos, as nossas células ficam com bastante glicose, de modo que a taxa de
glicemia aumenta.

Nesse momento, o nosso organismo aproveita para guardar energia na forma de glicogênio,
também conhecido como “amido animal”, que consiste em uma reserva alimentar. Essa reserva
é estocada no fígado e nos músculos, onde permanecem até que o nosso organismo precise dela.

4.3.1. Estrutura do glicogênio

O glicogênio é um polímero natural ramificado e compacto constituído por moléculas de


glicose.

4.3.2. Síntese do glicogênio

O glicogênio é um polissacarídeo usado como reserva de energia em animais e fungos. É


armazenado principalmente no fígado e músculos.

Processo:

1. Extração: O glicogênio é extraído do fígado ou músculos por hidrólise ácida.


2. Purificação: Após a extração, é purificado através de centrifugação e precipitação.

Como se não bastasse, a síntese do glicogênio, ou glicogênese, acontece mediante a ação da


regulação da insulina. Depois de comermos, a taxa de glicose no nosso sangue aumenta. Na
sequência, o pâncreas libera insulina, ativando o glicogênio sintetase. Essa é uma enzima que
permite que a glicose excedente seja transformada em glicogênio.

Industrial: Em laboratório, o glicogênio pode ser obtido a partir de tecidos animais, mas
raramente é produzido industrialmente devido ao seu uso limitado.
13

4.3.3. A função do glicogênio

O glicogênio atua como uma fonte de energia, pelo fornecimento de glicose para o corpo, sendo
encontrado principalmente nas células hepáticas e musculares.

Nas células hepáticas, o glicogênio é responsável por normalizar os níveis de açúcar no sangue.
A diminuição de glicose na corrente sanguínea faz com que o glicogênio seja decomposto e se
converta em glicose. Da mesma forma, quando os níveis estão altos, a glicose é armazenada na
forma de glicogênio.

Já nas células musculares, o glicogênio é responsável por fornecer energia durante a realização
do trabalho muscular. A glicose é liberada na corrente sanguínea como resposta à realização de
exercícios físicos ou em situação de estresse.

A reserva energética de glicogênio no útero é também responsável por fornecer a energia


necessária ao desenvolvimento do embrião durante a gravidez. Além dos exemplos citados, o
glicogênio é armazenado, em menor quantidade, em outros locais do corpo, como nos astrócitos
do cérebro.

Serve como forma de armazenamento de glicose em animais, especialmente no fígado e nos


músculos, fornecendo energia rápida quando necessário.

4.4.Quitina

A quitina é um polissacarídeo composto por unidades de N-acetilglicosamina, ligadas por


ligações β-1,4-glicosídicas, formando fibras estruturais.

Recebe o nome de quitina o polissacarídeo formado por longas cadeias de N-acetilglucosamina


(2-acetamido-2-desoxi-D-glicopiranose), unidas entre si por seus carbonos 1 e 4 em ligações
glicosídicas. Trata-se de um polímero insolúvel em água e em diversos solventes orgânicos,
resistente, flexível, biodegradável e atóxico, representado pela fórmula química (C8H13O5N)n.
Ocorre normalmente em 3 formas diferentes com relação à estrutura: α, β e γ-quitina.

Na natureza, a quitina é segundo polímero orgânico mais abundante, perdendo apenas para
a celulose. Ela é o principal componente da parede celular de alguns fungos, onde foi descoberta
pelo professor francês Henri Braconnot, no início do século XVII. Essa substância é, ainda,
encontrada no Reino Animal, constituindo o exoesqueleto de artrópodes, combinada com
carbonato de cálcio (CaCO3), lipídios, proteínas, pigmentos e outras substâncias orgânicas.
14

Casulos de determinados insetos também contêm quitina em sua composição. (Guerra & Borsali,
2019).

4.4.1. Estrutura da quitina

4.4.2. Síntese de quitina

A quitina é um polissacarídeo encontrado em exoesqueletos de insetos e crustáceos e em


paredes celulares de fungos.

Processo:

1. Extração: A quitina é extraída de fontes naturais, como cascas de camarão, através da


desmineralização (remoção de minerais com ácido) e desproteização (remoção de
proteínas com bases).
2. Purificação: Após a extração, a quitina é purificada e pode ser convertida em quitosano
(um derivado de quitina) por desacetilação.

Industrial: No processo industrial, a quitina é muitas vezes processada para produzir


quitosano, que tem várias aplicações em áreas como medicina e agricultura.

4.4.3. Função da quitina

Encontra-se no exoesqueleto de artrópodes e na parede celular de fungos, fornecendo suporte e


proteção.
15

Usada para produzir quitina e quitosana, com aplicações em tratamento de águas, medicina
(como agente cicatrizante) e no controle de pragas agrícolas.

4.5.Proteínas ou polipeptídios

As proteínas, ou polipeptídeos, são polímeros de condensação formados da condensação e α-


aminoácidos presentes nas células. Algumas proteínas são encontradas na estrutura dos
organismos, como pele, cabelo e fibras musculares. Outras, denominadas enzimas, funcionam
como catalisadores nas reações químicas. Outras, ainda, denominadas hormônios, atuam como
reguladores do organismo, fazendo parte do sistema imunológico. (Guerra & Borsali, 2019).

4.5.1. Composição das proteínas

As proteínas são constituídas por um conjunto de 20 aminoácidos diferentes, cada um com


propriedades distintas, mantidos juntos por meio de ligações peptídicas covalentes. As proteínas
são denominadas polipeptídeos, e suas cadeias de aminoácidos são chamadas de cadeias
polipeptídicas. Em cada tipo de proteína, os aminoácidos estão dispostos em uma ordem única,
chamada de sequência de aminoácidos, idêntica em cada molécula desse tipo de proteína.

4.5.2. Síntese de proteínas

As proteínas são polímeros de aminoácidos e são obtidas a partir de fontes alimentares como
carne, leite, ovos e leguminosas.

Processo:

1. Extração: As proteínas são extraídas dos tecidos biológicos por métodos físicos (como
moagem) e químicos (como tratamento com solventes ou ácidos).
2. Purificação: As proteínas são isoladas e purificadas por processos como precipitação,
centrifugação e cromatografia.
16

Industrial: O processo industrial pode envolver a fermentação para produzir proteínas


recombinantes (como a insulina) ou a extração e purificação de proteínas vegetais e animais.

4.5.3. Importância das Proteínas

As proteínas são cruciais para a vida devido às suas diversas funções. Elas não só mantêm a
estrutura e a integridade dos organismos vivos, mas também regulam processos biológicos,
facilitam reações químicas e permitem a comunicação entre células. A falta ou disfunção de
proteínas pode levar a uma série de doenças e distúrbios, destacando ainda mais a importância
desses polímeros para a saúde e o funcionamento adequado dos organismos.

4.6.Borracha

A borracha natural é um polímero de adição e é obtida da árvore Hevea brasiliensis (seringueira)


por meio de incisão feita em seu caule, de onde vem um líquido branco de aspecto leitoso mais
conhecido como látex.

4.6.1. Características das borrachas

A borracha natural possui várias características notáveis. Entre elas, destacam-se sua alta
elasticidade, resistência ao desgaste, e capacidade de retornar à sua forma original após
deformação. Essas propriedades são resultado de suas longas cadeias moleculares, que
permitem um extenso alongamento e recuperação. Além disso, a borracha natural tem uma boa
resistência a impactos e uma relativa resistência à abrasão e envelhecimento (Guerra & Borsali,
2019).

4.6.2. Estrutura da borracha

O monômero da borracha natural é o 2-metil-1,3-butadieno (isopreno), cuja fórmula estrutural


é:

A reação de polimerização da borracha natural se dá na própria seringueira com a ajuda de uma


enzima:
17

É importante que saibamos a borracha natural apresenta algumas propriedades que dificultam
a sua utilização. Por exemplo, no frio, ela torna-se dura e quebradiça, enquanto, no calor, ela
fica mole e pegajosa. Por tanto, ela precisa passar por um processo chamado de vulcanização
que foi descoberto em 1839 por Charles Goodyear. Adicionasse enxofre ao poli-isopreno, que
rompe as suas ligações duplas e forma pontes de enxofre que ligam as cadeias laterais e tornam
a histerese da borracha mais baixa (se ela for apertada, por exemplo, rapidamente ela irá voltar
para seu formato original), baixa deformação permanente e grande elasticidade. Desse modo, a
borracha pode ser usada para a fabricação de inúmeros produtos.

A massa viscosa obtida é aquecida com enxofre e produz a borracha vulcanizada por meio do
processo de vulcanização. A borracha vulcanizada é um material bem elástico e resistente ao
atrito. Além disso, não sofre alterações muito significativas com pequenas variações de
temperatura.
A estrutura abaixo mostra um pequeno fragmento da cadeia da borracha vulcanizada. A união
de uma cadeia com a outra, de forma paralela, como mostra a figura, se dá por meio de ligações
cruzadas.

As ligações cruzadas são ligações covalentes formadas entre duas cadeias poliméricas,
mantendo-as unidas por força primária, formando uma rede tridimensional. É necessária uma
energia tão alta para quebrar essas ligações cruzadas, que acabaria degradando toda a cadeia
polimérica.
18

4.6.3. Importância das borrachas

A borracha natural desempenha um papel crucial em muitas indústrias devido às suas


propriedades únicas. Ela é amplamente utilizada na fabricação de pneus, selos, juntas e outros
produtos que requerem materiais com alta elasticidade e resistência. Sua importância é
amplificada por sua capacidade de ser reciclada e sua biodegradabilidade, que contribuem para
a sustentabilidade ambiental (Smith et al., 2022)

4.7.Impacto ambiental e sustentabilidade dos polímeros naturais

Os polímeros naturais são geralmente mais sustentáveis do que os sintéticos, devido à sua
biodegradabilidade e origem renovável. No entanto, a produção de alguns desses polímeros
pode ter impactos ambientais, como a utilização intensiva de recursos agrícolas e a geração de
resíduos. É crucial adotar práticas de produção e descarte sustentáveis para minimizar esses
impactos. (Guerra & Borsali, 2019).
19

5. Conclusão

Ao longo do trabalho, chegamos à conclusão que os polímeros naturais, como a borracha, são
macromoléculas que ocorrem espontaneamente na natureza e desempenham funções essenciais
tanto em organismos vivos quanto em diversas aplicações industriais. Compreender o conceito
e as características desses polímeros é fundamental para apreciar suas vastas aplicações e
importância.

Os polímeros naturais desempenham papéis essenciais em uma variedade de contextos


biológicos e tecnológicos. Suas estruturas e funções são fundamentais para a vida e têm
aplicações significativas na indústria e na medicina. Com o crescente interesse em soluções
sustentáveis e biocompatíveis, o estudo e a inovação contínua nesses materiais prometem trazer
avanços importantes para a ciência e a tecnologia. A compreensão e a utilização responsável
dos polímeros naturais podem contribuir para um futuro mais sustentável e eficiente.

Os polímeros naturais são indispensáveis tanto para a ciência dos materiais quanto para a
indústria. Suas propriedades únicas, combinadas com métodos de obtenção eficientes e seu
impacto ambiental relativamente reduzido, fazem deles uma escolha preferencial em muitas
aplicações, refletindo sua relevância contínua e crescente no mundo moderno.
20

6. Referências bibliográficas

Alberts, B., Johnson, A., Lewis, J., Raff, M., Roberts, K., & Walter, P. (2015). Molecular
biology of the cell. (6th Ed.). Garland Science.

Guerra, L. P., & Borsali, R. (2019). Rheology and Processing of Natural Rubber. Elsevier.

Lodish, H., Berk, A., Zipursky, S. L., Brent, R., Kaiser, C. A., Krieger, M., & Scott, M. P.
(2016). Molecular cell biology (8th Ed.). W.H. Freeman.

Smith, J. R., Jones, A., & Thompson, L. A. (2013). Biodegradable polymers in nature. Journal
of Polymer Science.

Watson, J. D., & Crick, F. H. C. (1953). Molecular structure of nucleic acids: A structure for
deoxyribonucleic acid. Nature.

Kozlov, A., Zakharchenko, O., & Stoyanov, V. (2020). Natural Rubber: Properties and
Applications. Springer.

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