Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Psicologia B

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 6

PSICOLOGIA B

A GENÉTICA
OS AGENTES RESPONSÁVEIS PELA TRANSMISSÃO DAS CARACTERÍSTICAS GENÉTICAS
 A Psicologia é a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais
humanos, analisando-os nas suas diversas dimensões: cognitiva, emocional e cultural.

 Os agentes responsáveis pela transmissão das características genéticas são:


cromossoma, gene e ADN.

 A hereditariedade corresponde ao conjunto de processos que asseguram que cada


ser vivo recebe informações genéticas através da reprodução. As células reprodutoras
são responsáveis por essa transmissão de informações genéticas. Da união das
células reprodutoras resulta o ovo ou zigoto, organismo unicelular que carrega a
herança genética dos progenitores. Esta informação genética está contida nos 46
cromossomas (23 herdados da progenitora e 23 herdados do progenitor) do cariótipo
humano;

 Durante a formação das células sexuais (ou gâmetas), através de um processo de


divisão celular chamado meiose, estas sofrem uma redução para metade do número
de cromossomas, ficando apenas com 23 - deste modo, garante-se que a soma dos
cromossomas dos dois gâmetas (óvulo e espermatozoide) forma um zigoto que
mantém os 46 cromossomas do cariótipo humano;

 O processo de desenvolvimento do zigoto, que origina um novo organismo, acontece


por divisão celular, através da mitose, que consiste numa divisão celular que mantém
os 46 cromossomas em cada uma das células restantes da divisão;

 Cada um dos 46 cromossomas contém milhares de genes que, em conjunto, formam


o ADN (ácido desoxirribonucleico). Todos os genes (entre 20 e 25 mil) formam o
genoma humano, a coleção do nosso ADN;

 Os genes formam pares em que cada um dos seus elementos é herdado de um dos
progenitores. Designam-se por alelos os genes que codificam, num mesmo par, uma
característica genética;

 Os alelos (formas alternativas de um dado gene) são homozigóticos quando a


informação é igual num par de genes e heterozigóticos quando a informação é
diferente. Podem ainda ser recessivos - manifestam-se apenas em homozigose - ou
dominantes - o gene dominante contido no alelo revela-se invariavelmente, seja em
homozigose ou heterozigose;

 Chamam-se mendelianas às características que estão codificadas apenas num par de


genes. Quando uma característica está codificada em vários pares de genes, essa
característica é poligénica.

AS INFLUÊNCIAS GENÉTICAS E AMBIENTAIS NO COMPORTAMENTO HUMANO

1
 O genótipo refere-se ao conjunto de todos os genes que constituem o património
hereditário de cada indivíduo. Está inscrito nos cromossomas e pode ou não exprimir-
se, de acordo com as leis da hereditariedade e as particularidades do meio;

 O fenótipo corresponde ao conjunto de características observáveis do genótipo, tais


como aspetos morfológicos ou bioquímicos, e a presença ou ausência de uma doença
ou condição particular. Resulta quer de fatores hereditários quer das condições do
meio ambiente - por isso, dois gémeos monozigóticos (idênticos) têm à partida
fenótipos diferentes, embora tenham genótipos iguais, pois o meio contribui na
diferenciação dos seus fenótipos.

Para compreender de que forma o genótipo e o meio influenciam o nosso comportamento:


 Os geneticistas comportamentais focam-se na hereditariedade individual -
património genético que encerra as particularidades de cada indivíduo (como a cor
do cabelo ou dos olhos) ou as predisposições para certas características;

 A psicologia evolutiva concentra-se na hereditariedade específica - conjunto de


genes que caracterizam uma determinada espécie (por exemplo, o facto do ser
humano saber andar em pé).

A RELAÇÃO ENTRE A COMPLEXIDADE DO SER HUMANO E O SEU INACABAMENTO BIOLÓGICO


 O longo processo evolutivo de uma espécie, desde a sua origem até ao seu estado
atual, designa-se filogénese. O estudo da filogénese humana permitiu compreender
que o desenvolvimento do nosso cérebro (encefalização) foi único entre os seres
vivos. Esse desenvolvimento resultou de um conjunto de alterações anatómicas e de
descobertas técnicas;

 O desenvolvimento do ser humano, desde a sua fecundação até à morte, chama-se


ontogénese.

 Segundo o preformismo, teoria hoje desacreditada, o ser humano estaria formado


desde o embrião, sendo o processo evolutivo essencialmente uma questão de
incremento de tamanho;

 Designa-se por epigénese a teoria que se opõe ao determinismo preformista e que


defende que o ser humano resulta da relação entre as suas características genéticas
(inatas) e o meio ambiente (adquiridas).

 O ser humano nasce frágil e precoce, com um inacabamento biológico, precisando de


cuidados de outros para continuar o seu desenvolvimento. A sua incompletude à
nascença e a necessidade do prolongamento da infância designa-se neotenia;

 Foi a neotenia humana que fez de nós sistemas mais flexíveis e abertos às
influências do meio. A fragilidade biológica humana à nascença converteu-se, assim,
na melhor resposta adaptativa da nossa espécie.

O CÉREBRO
OS ELEMENTOS ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS BÁSICOS DO SISTEMA NERVOSO HUMANO

2
Os neurónios, enquanto unidades básicas funcionais do sistema nervoso, são células
especializadas que assumem um grande número de funções no nosso organismo. Cada
neurónio é constituído por três elementos essenciais:

 O corpo celular ou soma – centro metabólico que contém as estruturas necessárias


para que o neurónio subsista, incluindo o núcleo celular que carrega a informação
genética;
 As dendrites – ramificações que partem do corpo celular e que têm como função a
receção de informação vinda de outras células em contacto com o neurónio;

 O axónio – prolongamento (de tamanho variável) que


parte do corpo celular e que conduz os impulsos deste
para outras células. Frequentemente, os axónios estão
envolvidos pela bainha de mielina, uma camada de
matéria gorda que isola eletricamente o axónio do
meio ambiente, e por nódulos de Ranvier.

 Neurónios sensoriais ou aferentes – recolhem a informação da periferia e conduzem-


na para o sistema nervoso central;

 Neurónios de conexão ou interneurónios – interpretam informação e elaboram


respostas;

 Neurónios motores ou eferentes – transmitem a informação do sistema nervoso


central para os músculos, órgãos e glândulas.

 A comunicação entre os neurónios dá-se através da fenda sináptica, um pequeno


espaço entre eles. Enquanto no interior do neurónio a comunicação é essencialmente
elétrica, a comunicação entre dois neurónios é de natureza química. As interconexões
entre neurónios chamam-se sinapses;

 A comunicação química é vulnerável a várias substâncias:

Neurotransmissor Processos em que Perturbações devido Substâncias que


está envolvido a uma falha no seu afetam a sua ação
equilíbrio
Dopamina Movimento, Esquizofrenia, Cocaína,
pensamento, doença de Parkinson anfetaminas, álcool
sensações de
recompensa
Serotonina Estados emocionais, Depressão Alucinogénios
sono, perceção
sensorial
Acetilcolina Contração muscular, Doença de Alzheimer Nicotina,
aprendizagem e barbitúricos, toxina

3
memória botulínica

Os neurónios espelho são neurónios ativados quando realizamos determinado ato ou


quando observamos alguém a realizar esse ato. Desta forma, ao acompanhar a ação de
outra pessoa, o cérebro é ativado, tal como se fossemos nós a realizar a ação.

O FUNCIONAMENTO GLOBAL DO CÉREBRO HUMANO (pág.42 - 44)


O sistema nervoso coordena as atividades do organismo em resposta aos sinais recebidos
dos meios interno e externo. O mesmo divide-se em:
 Sistema Nervoso Central (SNC) - constituído pelo cérebro e pela medula
espinal, que conduz a informação até ao cérebro e que proporciona os atos
reflexos;
 Sistema Nervoso Periférico - constituído pelos nervos que permitem a
comunicação entre o SNC e o meio exterior:
o Sistema Nervoso Somático - é composto por fibras sensoriais
(aferentes), que trazem informação ao SNC, e por fibras motoras
(eferentes), que levam os impulsos dos centros nervosos para vários
órgãos;
o Sistema Nervoso Autónomo - garante a homeostasia, controlando
funções involuntárias como o batimento cardíaco, a respiração e a
digestão:
 Sistema Nervoso Simpático - alerta o corpo para gastar mais
energia em situações que são avaliadas como perigosas;
 Sistema Nervoso Parassimpático - acalma o corpo, reduzindo
o consumo de energia e retornando ao equilíbrio interno.

No cérebro existem três grandes divisões, em termos evolutivos:


 Cérebro primitivo: as estruturas mais arcaicas do cérebro e que envolvem o tronco
cerebral e o cerebelo;
 Cérebro intermédio: que envolve as estruturas intermédias, como a formação
reticular e as estruturas relacionadas com o sistema límbico;
 Cérebro superior: que inclui o corpo caloso e o córtex cerebral.

4
Podemos dividir o córtex cerebral, ou seja, a porção mais externa dos hemisférios
cerebrais constituída por uma substância cinzenta, num conjunto de áreas anatomias
(lobos ou lóbulos cerebrais) e funcionais (áreas primárias e de associação).

Os casos
particulares das áreas de Broca e Wernicke, ambas envolvidas na linguagem e
localizadas no hemisfério esquerdo do cérebro, conduzem-nos ao conceito de
lateralização – a superioridade de um ou de outro hemisfério numa determinada
tarefa. Várias investigações indicam uma maior tendência para a especialização do
hemisfério esquerdo para atividades relacionadas com a linguagem, o discurso, a
leitura e a escrita, enquanto o hemisfério direito se mostra relativamente mais
competente para tarefas visuais e espaciais e para a comunicação não-verbal. Existem,
pois, boas evidências de que os hemisférios cerebrais têm funções especializadas e

5
diferentes. No entanto, o cérebro funciona de um modo sistémico e integrado
aquando da execução da maioria das tarefas.

Você também pode gostar