Matheus Marreiro

A partir da adoção da genealogia, perspectiva teórico-metodológica sugerida  por  Foucault  (1999),  e  dos  estudos  de  pacificação, analisa-se  três  emergências  dos  processos  repressivos  contra  indígenas  mapuche  no  Chile: a “pacificação da Araucania” (1852-1883), a ditadura de Pinochet (1973-1990) e as violências  sofridas  por  essa  população  no  pós-redemocratização  (1990-).  Argumenta-se  que a relação entre o Estado chileno e os indígenas mapuche, desde a formação do Estado até a contemporaneidade, é marcada por práticas de violência pacificadora. A persistência de tais práticas, ainda que emergentes de formas distintas ao longo do tempo, desafia uma concepção do Estado como sinônimo da paz civil.

Após o término da Guerra Fria, a Índia tem buscado ser reconhecida como uma potência emergente no cenário internacional. Isso se deu devido a uma alteração em sua estratégia por meio de uma política de diversificação de parceiros. A literatura tem apontado para um aumento da presença da Índia no cenário global e regional, passando a projetar seu poder não somente para sua vizinhança imediata no Sul da Ásia, mas também para sua vizinhança estendida-África, Golfo Pérsico, Ásia Central, Sudeste Asiático e Oceano Índico. Desse modo, este artigo busca analisar a diplomacia de defesa indiana para a região do Oceano Índico durante o governo United Progressive Alliance (2004-2014). Para isso, foi adotada uma metodologia qualitativa para analisar os documentos oficiais do ministério da defesa indiano. Nota-se que, no caso analisado, um aumento das práticas diplomáticas de defesa indiana acarreta uma maior incidência de cooperação em defesa na região do Oceano Índico. Contudo, essa diplomacia tem como objetivo evitar a presença da China na região.

O presente trabalho teve como intuito aplicar o Security Framing para analisar o caso do ecoterrorismo nos Estados Unidos da América. Em 2002, o documento oficial do FBI, The Treat of Ecoterrism, apontava o ecoterrorismo como a ameaça doméstica número 1 dos EUA. Observou-se, então, um movimento de lobby para tipificar os atos de movimentos ambientais extremistas como ações terroristas, contribuindo para o deslocamento do objeto fim da agenda de segurança do FBI - do indivíduo para o capital. A análise elaborada, portanto, construiu um quadro de trabalho e analisou o Framing de ressonância da narrativa do capital (lobby) sobre o governo norte-americano. Percebeu-se que a narrativa do capital encontrou eco nas crenças e valores da audiência, atestando a credibilidade do autor do discurso e a saliência do tema na audiência.