Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                
Skip to main content
Thiago Dangelo

Thiago Dangelo

A sociedade em vias de midiatização está presenciando a construção de um cenário comunicacional heterogêneo, no qual os fluxos informacionais se multiplicam cada vez mais, com o auxílio da comunicação dos dispositivos portáteis, conexões... more
A sociedade em vias de midiatização está presenciando a construção de um cenário comunicacional heterogêneo, no qual os fluxos informacionais se multiplicam cada vez mais, com o auxílio da comunicação dos dispositivos portáteis, conexões móveis Wi-Fi, 3G, 4G e outras ferramentas digitais, como sites de redes sociais, transmissão em dados via streaming e plataformas colaborativas. Apropriando-se das potencialidades convergentes e interativas das tecnologias da informação e comunicação, os indivíduos protagonizam novas práticas midiáticas e, desta maneira, retensionam as relações de poder que atravessam o ecossistema midiático. Desta maneira, o jornalismo, que por décadas manteve sua hegemonia no monopólio da fala, tem algumas de suas funções reformuladas. As práticas do jornalismo corporativo passam a sofrer pressões das mídias de pequeno porte, que denominamos micromídias. Estas, por sua vez, ampliam o debate público com a inserção de estéticas, éticas, formatos e discursos alternativos que ora dialogam, ora cotejam as convenções do campo jornalístico. Os protestos de rua que se propagaram a partir de 2013 no Brasil, seguindo uma tendência mundial de movimentos em rede interconectados com tecnologias e ativismo presencial, forneceram visibilidade para as mídias livres, que se expandiram pelas redes e ruas com a proposta de fornecer perspectivas alternativas à “grande mídia”, a qual denominamos macromídia. Estas mídias, então, produtos da cibercultura e expressões de mídia ativista pós-massiva, passam a redirecionar fluxos informacionais – e de poder – com sua postura “faça você mesmo”, produzindo informações desligadas de interesses comerciais e conectadas com o midiativismo, que ora se contrapõe ao poder macromidiático, ora complementa ou é incorporado por suas produções. A Mídia NINJA emerge deste cenário que mescla ativismo ciber-presencial e disponibiliza bases para que possamos pensar os pontos de tensão e conexão entre as práticas de mídia livre e o jornalismo corporativo. Desta forma, nosso estudo se apoia em autores como Malini e Antoun (2013), Castells (1999; 2013), Gohn (2011; 2013), Lemos (2001; 2007; 2010), Kellner (2001; 2006) e outros pesquisadores que nos auxiliam a pensar como as mídias livres estão interagindo com o campo jornalístico e como, de fato, constituem-se espaços de interlocução, incorporação, estratégias de contrapoder e mediação dos conflitos entre o jornalismo corporativo e produções midialivristas. A pesquisa consta de entrevistas e referências empíricas que funcionarão como casos ilustrativos da discussão teórica, e têm por objetivo analisar as confluências e conflitos entre as mídias livres e o jornalismo corporativo para que, sob o prisma da conexão entre os movimentos sociais e as tecnologias digitais, possamos refletir a respeito das tensões na sociedade midiatizada.
Research Interests: