Ludmila Moreira Macedo de Carvalho

At this time, when the world is dealing with the Coronavirus pandemic, information can literally save lives. Both the government and the press have been broadcasting information about the pandemic at all times; however, about 180 thousand people living in the state of Bahia/Brazil may be without proper access to the official guidelines from the Health Ministry and the World Health Organization. We are talking about deaf people who use the Brazilian Sign Language as their first language and, because of that, do not have access to the main information from official government sources. This paper aims to register the experience of the Lighthouse Project (Projeto Farol), from the Federal University of Reconcavo of Bahia in the production of accessible sign language material with visual aids for this group.

A partir de imagens de crianças encontradas no cinema dos primeiros tempos, propomos uma reflexão sobre as relações entre a infância e cinema. Segundo Walter Benjamin (2009), tanto a infância quanto o cinema são invenções da modernidade: o conceito de infância como um período importante de formação do sujeito nasce de forma inseparável das tecnologias de produção e reprodução da imagem que nos dão a ver as crianças de uma forma inédita, primeiro na fotografia e depois no cinema. A partir disso, nos perguntamos se seria possível pensar na “invenção” do cinema como também um gesto de infância? Nos propomos a pensar uma ideia de infância do cinema para além de um reducionismo teleológico. Para tanto, partimos de uma visão psicanalítica sobre o processo de entrada na linguagem, que coincide com o movimento de individuação do sujeito, na infância. A partir desta perspectiva, estabelecemos uma analogia entre a infância e o desenvolvimento do cinema como momentos igualmente marcados pela e...

Tendo como inspiração as muitas imagens de crianças encontradas no cinema dos primeiros tempos, propomos uma reflexão sobre as relações entre a infância e o cinema. A partir do pensamento de Walter Benjamin (2009), pode-se afirmar que tanto a infância quanto o cinema são invenções da modernidade: o conceito de infância como um período importante de formação do sujeito nasce de forma inseparável das tecnologias de produção e reprodução da imagem que nos dão a ver as crianças de uma forma inédita, primeiro na fotografia e depois no cinema. A partir deste ponto , perguntamo-nos se seria possível pensar na "invenção" do cinema como também um gesto de infância. Propomo-nos, portanto, a pensar uma ideia de infância do cinema para além de um reducionismo teleológico. Para tanto, partimos de uma visão psicanalítica sobre o processo de entrada na linguagem, que coincide com o movimento de individuação do sujeito, na infância. A partir desta perspectiva, estabelecemos uma analogia entre a infância e o desenvolvimento do cinema como momentos igualmente marcados pelo processo de entrada na linguagem: partindo de um estado atravessado fortemente pela visualidade, pela experimentação, pela descoberta e pela brincadeira, em direção a uma entrada no sistema simbólico estruturado da linguagem através de constantes negociações com as convenções e os limites do mundo adulto.

O recente crescimento das narrativas televisivas tem chamado atenção para a produção de séries de prestígio adaptadas a partir do cinema. Além de levantar questões a respeito de relações intertextuais, tais adaptações tensionam o conceito de autoria. A partir da análise da série Fargo, criada pelo showrunner Noah Hawley a partir do filme de Joel e Ethan Coen, propomos uma discussão sobre a construção do lugar da autoria no cinema e na televisão. Argumentamos, por fim, que a defesa de uma posição autoral pelos roteiristas nas séries se relaciona com o processo de legitimidade do campo televisivo.

... that work in Wong's films are pop stars in China and elsewhere (Carina Lau, Leslie Cheung, Faye Wong ... Memories of sound and light: musical discourse in the films of Wong Kar-wai ... Notably, 'Hua Yang de Nian Hua', a popular song from the 1930s that was also a theme song ...

Este relato apresenta reflexões a partir das atividades do Projeto de pesquisa e extensão Cinececult em um contexto atípico diante do cenário de distanciamento social provocado pela pandemia mundial do Coronavírus. Diante disso, foram realizadas algumas adaptações para tornar possível a experimentação e sistematização de métodos pedagógicos em cinema e educação para se articular ao contexto pandêmico e garantir trocas sensíveis e epistêmicas eficazes. Uma dessas adaptações foi a oferta de um componente curricular optativo como protótipo de experimentações remotas ligadas diretamente às atividades do projeto de pesquisa e extensão. Através do componente disciplinar em questão, não apenas as metodologias pedagógicas da imagem foram testadas, como também tornou-se possível manter o previsto na Política Nacional de Extensão a respeito da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

Although it is normally considered as a universal artistic genre, the melodrama is seldom contemplated in the context of the Asian community. As a historically Western concept, can it really be used to define Eastern artistic representations? This essay argues that "melodrama" can indeed be used in the Asian context, provided that it observes some of the particularities of the culture that is beingrepresented. Through the analysis of the South Korean television series Dae Jang Geum, a worldwide audience phenomenon, we shall observe more closely what are those particularities and universalities of the Asian melodrama.

Ayant realise neuf longs-metrages entre 1988 et 2007, aussi que plusieurs campagnes publicitaires, video-clips, courts-metrages et projets collectifs, Wong Kar-wai est un des realisateurs contemporains les plus importants actuellement. Issu de l'industrie cinematographique fortement commerciale de Hong Kong, Wong est parvenu a attirer l'attention du circuit international des festivals de cinema avec son style visuel unique et son recit fragmente. Considere par plusieurs critiques comme le poete de la recherche d’identite de Hong Kong apres 1997, Wong Kar-wai defie toutes les tentatives de categorisation. L’etude qui se poursuivit ici a donc pour objet essentiel de fournir une analyse attentive et complete de son oeuvre, tout en se concentrant sur les traits stylistiques qui donnent a ses films une unite. Ces caracteristiques correspondent a une certaine facon de raconter des histoires, de composer des personnages et des recits, de manipuler le temps et d'utiliser des res...

O conceito de "cinema nacional" refere-se ao conjunto de filmes realizados num determinado pais e que falam “da/pela/como a nacao”. Quando falamos em "cinema brasileiro" ou "cinema chines", por exemplo, logo vem a mente filmes que falam ao mundo sobre o que e ser brasileiro ou ser chines. Mas o que significa exatamente falar em um cinema Chines? Que identidade nacional esta representada na tela? Quem a elabora? A quem essa representacao se destina? O trabalho que aqui se apresenta pretende lancar luz a algumas questoes de identidade e representacao no cinema pos-moderno Chines. Atraves da analise de filmes de autores como Wong Kar-wai, em Hong Kong, Tsai Ming Liang em Taiwan e Jia Zhang-ke na China continental, procuraremos verificar as estrategias utilizadas por estes diretores para questionar a representacao visual de um momento historico de profundas transformacoes.

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo conduzir um diálogo entre a teoria feminista do cinema e os estudos sobre autoria no audiovisual. Desde a década de 1950, com a Política dos Autores, o conceito de autoria vem se mostrando uma importante ferramenta metodológica para a análise estilística de obras audiovisuais. O viés machista dessa perspectiva já foi apontado por autoras como Kaja Silverman (1988), Teresa de Lauretis (1984) e Pam Cook (1993), revelando, por exemplo, como o trabalho das mulheres foi sistematicamente invizibilizado ao longo da história do cinema. Além das evidentes disparidades de oportunidades no campo da produção, que impactam profundamente nas relações de autoria, nos preocupam neste momento as implicações teórico-conceituais de tal abordagem. O que importa quem fala? O diz a voz autoral feminina? O que significa fazer um filme como mulher? Quais as relações entre autora enquanto marca de enunciação no texto e autora enquanto corpo fora do texto? De que formas a autora enquanto enunciadora consegue transformar em elementos fílmicos marcas de autoria equivalentes ao discurso linguístico? A autoria feminina é capaz de inverter a relação patriarcal sujeito-objeto do olhar? A partir dessas e de outras questões, o trabalho pretende verificar de que modo as teorias feministas do cinema problematizam, questionam, invertem e ampliam o conceito de autoria.

Considerando o crescimento da autoria feminina nas produções de filmes do gênero horror no cinema brasileiro contemporâneo, propomos uma análise do longa O Animal Cordial (2017), da diretora Gabriela Amaral Almeida. Consideramos que este filme problematiza o lugar da mulher dentro e fora das telas a partir das dinâmicas entre duas acepções do gênero: o gênero dramático (o horror) e gênero sexual (a mulher). Para isso, propomos uma reflexão a respeito do lugar da autoria feminina no cinema brasileiro contemporâneo, de forma geral, e no cinema de horror de forma específica. Além disso, fazemos uma análise do filme baseada nas categorias de "monstruoso feminino" de Barbara Creed (1986) e de "corpo abjeto" de Julia Kristeva (1982), investigando as formas segundo as quais as personagens femininas problematizam as posições historicamente construídas para as mulheres no cinema de horror. Palavras-chave: Cinema de horror. Cinema brasileiro. Autoria feminina. Teoria feminista.

O recente crescimento das narrativas televisivas tem chamado atenção para a produção de séries de prestígio adaptadas a partir do cinema. Além de levantar questões a respeito de relações intertextuais, tais adaptações tensionam o conceito de autoria. A partir da análise da série Fargo, criada pelo showrunner Noah Hawley a partir do filme de Joel e Ethan Coen, propomos uma discussão sobre a construção do lugar da autoria no cinema e na televisão. Argumentamos, por fim, que a defesa de uma posição autoral pelos roteiristas nas séries se relaciona com o processo de legitimidade do campo televisivo.

Neste artigo, objetivamos verificar a forma como os personagens das obras de Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes e Dr. Watson, são (re)construídos e (re-) apresentados para a televisão contemporânea na série Sherlock. Realizando uma análise estilística do episódio piloto, observamos os mecanismos de apresentação dos personagens, evidenciando os recursos estéticos e narrativos utilizados pelos criadores da série para “atualizar” os personagens para o século XXI. Entendemos que a indústria televisiva possui características bastante específicas que influenciam em seu estilo, ainda que algumas características se aproximem da indústria cinematográfica, o estilo televisivo tem sua história e especificidades. Com isso, demonstramos como a série dispõe de recursos audiovisuais para modernizar o método investigativo-dedutivo que tornou o personagem mundialmente conhecido.

O artigo procura apresentar as contribuições do pesquisador norte-americano John T. Caldwell para os estudos contemporâneos de cinema e televisão. Em diversas de suas obras, Caldwell aponta que a distância entre o pensamento analítico produzido nos ambientes acadêmicos e as práticas autorreflexivas dos trabalhadores no campo da produção audiovisual pode ser menor do que se pensa. Com efeito, o autor advoga que a observação das práticas autorreflexivas e autoconscientes dos trabalhadores em posições consideradas mais técnicas, e supostamente menos criativas, traria importantes contribuições para o pensamento teórico sobre a indústria do audiovisual. O artigo procura explorar, num primeiro momento, os conceitos de ‘teoria industrial’ e de ‘práticas reflexivas abaixo-da-linha’ desenvolvidos pelo autor. Num segundo momento, procuraremos averiguar de que modo as contribuições metodológicas das reflexões propostas por Caldwell nos permitem pensar questões de estilo em obras do cinema e da...

Apesar de ser normalmente considerado como um gênero artístico universal, o melodrama é pouco estudado no contexto dos paises de línguas asiáticas. Sendo este um conceito historicamente ocidental, pode-se questionar se ele é de fato adequado para ...

Neste artigo, objetivamos verificar a forma como os personagens das obras de Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes e Dr. Watson, são (re)construídos e (re-) apresentados para a televisão contemporânea na série Sherlock. Realizando uma análise estilística do episódio piloto, observamos os mecanismos de apresentação dos personagens, evidenciando os recursos estéticos e narrativos utilizados pelos criadores da série para “atualizar” os personagens para o século XXI. Entendemos que a indústria televisiva possui características bastante específicas que influenciam em seu estilo, ainda que algumas características se aproximem da indústria cinematográfica, o estilo televisivo tem sua história e especificidades. Com isso, demonstramos como a série dispõe de recursos audiovisuais para modernizar o método investigativo-dedutivo que tornou o personagem mundialmente conhecido.

O artigo promove uma análise do documentário Nelson Freire (2003), pro-curando demonstrar as estratégias estilísticas utilizadas pelo filme para representar em sons e imagens o virtuosismo do pianista Nelson Freire. Com isso, pretende-se contribuir para uma discussão acerca das múltiplas relações entre música e cinema no documentário musical, um campo do cinema documental em crescimento no Brasil e no mundo. Palavras-chave: cinema documentário; documentário musical; documentário brasileiro; virtuosismo; performance musical. Resumen: Este artículo realiza un análisis del documental Nelson Freire (2003), bus-cando demostrar las estrategias estilísticas utilizadas por la película para representar en sonidos e imágenes el virtuosismo del pianista Nelson Freire. Con ello, se pretende contribuir a una discusión acerca de las múltiples relaciones entre música y cine en el documental musical, un campo del cine documental en crecimiento en Brasil y en el mundo. Palabras clave: cine documental; documental musical; documental brasileño; virtuosismo; actuación musical. Abstract: This paper presents an analysis of the documentary Nelson Freire (2003), focusing on the stylistic strategies employed by the film to visually represent the virtuosic performance of the Brazilian pianist Nelson Freire. By doing so, we intend to contribute to the general discussion about the multiple relations between music and cinema in the music documentary, a growing field of the documentary cinema in Brazil and abroad. Résumé : L'article propose une analyse du documentaire Nelson Freire (2003), en essayant de mettre en évidence les stratégies stylistiques utilisées par le film pour représenter dans les sons et les images la virtuosité du pianiste Nelson Freire. Nous avons également l'intention de contribuer à une discussion sur les multiples relations entre la musique et le cinéma dans le documentaire musical, un domaine du cinéma documentaire croissant au Brésil et dans le monde. Mots-clés : documentaire de cinéma ; documentaire musical ; documentaire brésilien ; virtuosité ; performance musicale.

This essay promotes an investigation into the musical discourse in the films of Hong Kong auteur Wong Kar-wai, focusing primarily on the way that music is applied to disrupt narrative time, thus creating what Gilles Deleuze called ‘pure optical and sonorous situations’. It also considers the use of popular and preexisting music and the cultural relations established by them, raising the questions of what it means to use songs that are recognizable in a global cultural context, and what they can add to the filmic experience.

Resumo: As ficções seriadas televisivas do gênero crime fiction, como são conhecidas as múltiplas tramas que giram em torno de crimes e/ou suas investigações, figuram entre as mais populares do mundo, alcançado lugar de destaque nas programações televisivas. Apesar de sua popularidade e longevidade, tais tramas costumam ser abordadas mais pelos aspectos genéricos que as une (frequentemente chamado de fórmula) do que pelas escolhas estilísticas individuais de cada obra, como acontece com obras consideradas menos convencionais. Este artigo propõe uma discussão a respeito do lugar das convenções e da tradição na construção deste gênero de narrativa seriada popular. Através da análise de algumas destas séries, procurou-se reconhecendo a especificidade que reside na negociação com as convenções, ou seja, como os elementos convencionais determinam a variedade das escolhas estilísticas dos criadores e como estes estabelecem diferentes estratégias para diferenciar os produtos de inúmeros outros, ao mesmo tempo em que mantém os atributos reconhecíveis do gênero. Abstract: Television crime fiction, as are known the multiple series that revolve around crime and investigation, represent some of the more popular tv shows around the globe, frequently reaching a prominent place in prime-time television programming. Despite their popularity and longevity, such shows tend to be addressed in Academia regarding more the generic traits that bound them (often referred as formula) than by the aesthetic and stylistic choices in the individual works. This article proposes a discussion about the place of convention and tradition in the construction of such popular television shows. By looking at some of those series, we seek to identify how specificity is created in negotiation with strongly bound conventions, that is, we question to what extent the conventional elements of the genre determine the variety of possible stylistic choices made by the series creators, and how the establish different strategies to differentiate their shows from one another while still maintaining recognizable aspects of the genre.

Este artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a publicação original seja corretamente citada. RESUMO: neste artigo, objetivamos verificar a forma como os personagens das obras de Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes e Dr. Watson, são (re)construídos e (re-) apresentados para a televisão contemporânea na série Sherlock. Realizando uma análise estilística do episódio piloto, observamos os mecanismos de apresentação dos perso-nagens, evidenciando os recursos estéticos e narrativos utilizados pelos criadores da série para "atualizar" os personagens para o século XXI. Entendemos que a indústria televisiva possui características bastante específicas que influenciam em seu estilo, ainda que algumas características se aproximem da indústria cinematográfica, o estilo televisivo tem sua história e especificidades. Com isso, demonstramos como a série dispõe de recursos audiovisuais para modernizar o método investigativo-dedutivo que tornou o personagem mundialmente conhecido. Palavras-chaves: Sherlock Holmes. Televisão. Estilo. ABSTRACT: in this article we aim to verify how the characters in the works of Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes and Dr. Watson are (re-) constructed and (re-) presented for contemporary television in the Sherlock series. Applying a stylistic analysis of 1 ORCID: 0000-0003-0809-5350.

O que podemos aprender com os filmes? Muitas coisas, mas talvez a mais interessante delas seja o próprio cinema. A partir das provocações lançadas por Alain Bergala, para quem ganha-se mais, em termos de educação, no encontro com bons e variados filmes do que na tentativa de interpretação de seus conteúdos, este livro propõe um estudo aprofundado da obra do cineasta chinês Wong Kar-Wai. Diretor de filmes aclamados como Amor à flor da pele, 2046 e Amores expressos, Wong é considerado um dos mais importantes cineastas da contemporaneidade. Seu estilo é marcado pela exploração de elementos visuais e sonoros em contraste com uma narrativa centrada nos desencontros amorosos de personagens românticos e melancólicos. Ao mesmo tempo local e global, seu cinema provoca nossas concepções de estética, narrativa e cultura. Partimos do encontro entre o cinema deste diretor asiático e o pensamento do filósofo francês Gilles Deleuze, cujas obras Imagem-movimento e Imagem-tempo fornecem um estimulante repertório teórico-filosófico para contemplar o cinema de Wong. Este livro apresenta uma versão traduzida e modificada da tese de doutorado defendida pela autora em 2009 na Université de Montréal, Canadá.