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RELATO DE
EXPERIÊNCIA
CDD: 371.3078
TRABALHO COLETIVO COM MÍDIA NA ROBÓTICA
EDUCACIONAL
COLLECTIVE WORK WITH MEDIA ON EDUCATIONAL
ROBOTICS
Ellen Thais Alves Cerciliar 1
Lucivone Da Silva Cardoso2
Janaína Aparecida De Oliveira3
Adalgiza Costa De Oliveira4
Fernando Da Costa Barbosa5
Sandra Gonçalves Vilas Boas Campos6
Carlos Roberto Lopes7
Arlindo José De Souza Junior8
Resumo
Atualmente, observa-se um grande desenvolvimento científico e tecnológico em diversas áreas. Esse
movimento faz com que muitos pesquisadores “procurem colocar as escolas à altura do seu tempo”.
Uma das iniciativas tem sido a de trabalhar com a robótica, numa perspectiva educativa em que os
alunos são desafiados a resolver problemas. Neste estudo, analisa-se um trabalho coletivo com
robótica em uma escola pública de Ensino Fundamental onde se produziram saberes docentes sobre
uma prática integrada com blog e Robótica. No processo de produção de dados, foram registradas
notas de campo e filmagens nos diferentes ambientes de aprendizagem da escola. No processo de
análise dos dados, observou-se que, nessa prática educativa, os alunos se tornaram autores das suas
atividades, de seus projetos e de seus blogs.
Palavras-chave: Tecnologia. Robótica educacional. Interdisciplinaridade. Processo de ensinoaprendizagem.
1
Graduanda em licenciatura em Matemática, Núcleo de Pesquisa de Mídias em Educação, Universidade Federal
de Uberlândia. E-mail: ellenthais2000@yahoo.com.br – Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.
2
Graduanda em licenciatura em Matemática, Núcleo de Pesquisa de Mídias em Educação, Universidade Federal
de Uberlândia. E-mail: lucynhatalentosa@yahoo.com.br – Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.
3
Professora de Matemática, Escola Municipal Prof. Sérgio de Oliveira Márquez. E-mail:
janapoliver@yahoo.com.br – Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.
4
Professora de Língua Portuguesa/Laboratorista, Escola Municipal Prof. Sérgio de Oliveira Márquez.
Uberlândia, Minas Gerais,
5
Mestrando em Educação/Graduado em Matemática, Núcleo de Pesquisa de Mídias em Educação, Universidade
Federal de Uberlândia. E-mail: fermat.ufu@gmail.com – Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.
6
Mestre em Educação, Centro Municipal de Estudos e Projetos Educacionais Julieta Diniz. E-mail:
sandraavilasboas@yahoo.com.br – Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.
7
Doutor em Engenharia Elétrica, Núcleo de Pesquisa de Mídias em Educação, Universidade Federal de
Uberlândia/Facomp. E-mail: crlopes@ufu.br – Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.
8
Doutor em Educação, Núcleo de Pesquisa de Mídias em Educação, Universidade Federal de Uberlândia/Famat.
E-mail: arlindoufu@gmail.com – Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.
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EXPERIÊNCIA
Abstract
Nowadays one observes a large scientific and technological development in several areas. This
movement leads many searchers seek to bring their schools up to its time. One of these initiatives has
been to work in a robotics educational perspective in which the students were challenged to solve
problems. In this study one analyzed a collective work with a robotic Public Elementary School where
teachers and students developed an integrated practice with Blog and Robotics. In process data
production, field notes and filming were done in different school learning environments. Data analysis
showed that in this educational practice students became authors of their activities, projects and blogs
Keywords: Technology. Robotics education. Interdisciplinary. Teaching-learning.
INTRODUÇÃO
Recentemente, tem-se destacado no campo da Educação um novo recurso de ensino e
aprendizagem denominado Robótica Educacional ou Pedagógica, devido ao seu potencial de
propiciar um ensino em que as áreas de conhecimento se “comunicam” e são trabalhadas num
mesmo projeto educativo, ou seja, garantindo um ensino interdisciplinar com base na
construção de um ambiente de aprendizagem coletivo. São momentos em que os alunos são
estimulados a trabalhar com resolução de problemas no desenvolvimento de seus projetos de
robótica (CAMPOS, 2005; CHELLA, 2002; FURLETTI, 2010; MALIUK, 2009; SANTOS,
2010).
A Robótica está muito mais próxima da vida das pessoas do que é possível imaginar.
Cada eletrodoméstico, cada aparelho eletrônico tem o seu lado robô. Uma máquina
de lavar, tão comum nos lares, é um robô que executa uma tarefa doméstica que
costuma ser árdua para a maioria das pessoas – lavar roupas. As máquinas – cada
vez mais automatizadas – facilitam o trabalho do homem. Nas indústrias, cada vez é
mais comum a presença de robôs (ZILLI, 2004, p.15).
Não se pode desprezar a robótica como forte aliada no processo de aquisição do
conhecimento, pois ela possibilita uma aprendizagem ativa, dialógica e participativa, em que
o aluno é o sujeito do seu processo de construção do conhecimento. Vive-se em uma nova era,
na qual a tecnologia evolui rapidamente, alterando significativamente o processo de
organização do trabalho e, consequentemente, o processo de aprendizagem (PEREIRA,
2004).
A robótica, presente nos dias de hoje, constitui uma ferramenta de ensino
multidisciplinar, como Cesar (2005) explicita:
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EXPERIÊNCIA
Robótica é a ciência dos sistemas que interagem com o mundo real com ou sem
intervenção dos humanos. Ela pertence ao grupo das ciências informáticas, está em
expansão e é considerada multidisciplinar, pois nela é aplicado o conhecimento de
microeletrônica (peças eletrônicas do robô), engenharia mecânica (projeto de peças
mecânicas do robô), Física cinemática (movimento do robô), Matemática (operações
quantitativas), inteligência artificial e outras ciências. Essas características tornam a
Robótica uma interessante ferramenta de uso na Educação [...] (CESAR, 2005, p. 3).
Quando a robótica é utilizada no processo de ensino e aprendizagem, ela ganha um
significado educacional, que Lieberknecht (2009) considera ser um subsídio educacional no
desenvolvimento de competências, como: trabalho em equipe, autodesenvolvimento,
capacidade de solucionar problemas, senso crítico, interdisciplinaridade, exposição de
pensamentos, criatividade, autonomia e responsabilidade.
A robótica educacional tem-se difundido silenciosamente, ganhando seu espaço
gradativamente, e sua expansão é inevitável. Borges, Rodrigues e Pereira (2007, p. 6)
consideram que, no futuro, quem não tiver o mínimo de conhecimento sobre esse assunto,
injustamente será um “analfabeto tecnológico”, como hoje é quem não sabe ligar uma TV ou
manusear um telefone celular. O que falta ainda são publicações, resultados desse novo
campo de trabalho e de pesquisa.
O PROJETO ROBÓTICA NO COTIDIANO DA ESCOLA
Para enfrentar o desafio de trabalhar com robótica no cotidiano da escola pública, foi
organizado um grupo de professores e pesquisadores envolvidos com essa questão. Esse
grupo foi constituído por uma professora da Secretaria Municipal de Educação, duas
professoras de uma escola pública; um aluno do Ensino Médio; dois professores
universitários; duas alunas bolsistas do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade
Federal de Uberlândia e um aluno do curso de Pós-Graduação em Educação dessa
Universidade.
O projeto foi executado no regime extraturno9, com a colaboração da professora de
Matemática e da laboratorista responsável pelo laboratório de informática no período da tarde.
Todo esse projeto esteve sob a coordenação de professores da Universidade Federal de
Uberlândia. Contou com a participação de 30 alunos do nono ano, cujos responsáveis
autorizaram por escrito a participação no projeto, o registro das atividades e a publicação dos
9
Momento em que o aluno volta à escola com um(a) educador(a) do ensino regular para desenvolver um projeto
ou atividade fora do horário regular de aula. Esse profissional é pago para desenvolver esse projeto, que deve
antes ser aprovado pela Secretaria de Ensino do município.
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resultados, desde que sem fins lucrativos.
Considerando o alto custo da aquisição dos kits para desenvolvimento de um projeto
de robótica, optou-se por adotar uma metodologia de trabalho com enfoque nos princípios da
Robótica Livre que, segundo Cesar (2005, p. 2), foram inspirados integralmente na licença
GNU General Public License (Licença Pública Geral - GPL), ainda que o projeto se estruture
muito além do software.
Seleção dos Alunos
O projeto robótica livre desenvolvido na escola visou a desenvolver projetos que
integrassem robótica, Matemática, Educação digital e conscientização ambiental, com a
utilização de recursos eletrônicos. Para pôr em prática o projeto, foi necessário realizar um
processo seletivo dos alunos, já que não se conseguiria atender a todos, em razão do espaço e
da disponibilidade de tempo das bolsistas. Para tanto, já havia um público restrito, pois a
professora de Matemática, colaboradora no projeto, possuía apenas duas turmas de nono ano.
Dessas turmas, num total de 65 alunos, foram selecionados 40.
É importante, além de conhecer o projeto desenvolvido, identificar os motivos pelos
quais os alunos decidiram participar do projeto e entender a cultura digital que eles possuem.
Para a seleção dos alunos, foi solicitada uma redação em que o aluno deveria responder a
seguinte questão: “Por que você quer participar do projeto de Robótica?”. As melhores
redações foram selecionadas pela professora, que já conhecia os alunos, mas, para manter as
relações interpessoais entre professor e aluno, todo processo foi apresentado aos alunos como
sendo feito pelos representantes da UFU no projeto.
Ao analisar as redações, foi possível registrar justificativas comuns de interesse em
participar do projeto. Entre as principais, merecem destaque as ligadas à necessidade de
aprendizagem, a conhecimentos novos, atuais, e à preparação para as necessidades do
mercado de trabalho e da sociedade moderna. Isso pode ser observado na seguinte redação:
Geralmente quando falamos em robótica pensamos apenas nos robôs, cheios de
tecnologia. Para mim, robótica vai além de construir robôs, eu acredito que,
qualquer coisa, por mais simples que ela possa ser, e que use algum meio
tecnológico para uma determinada finalidade, é considerado um „robô‟. Então um
robô não é apenas aquele “ser” mecânico que estamos acostumados a ver na TV e
em filmes, meu computador pode ser considerado um robô, e porque não o meu
celular?
As novas tecnologias estão presentes em todos os lugares, constantemente nos
deparamos com elas sem nem mesmo perceber.
A tecnologia faz parte de nossas vidas, além de despertar em mim a criatividade e a
curiosidade por novos assuntos. Acredito que participar do projeto de Robótica me
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RELATO DE
EXPERIÊNCIA
fará procurar por novas soluções, até mesmo para os problemas mais simples. Por
que não tentar aprimorar uma ideia e torná-la prática? Todos os dias na escola eu
aprendo algo novo, mas nunca pensei em como eu poderia aplicar tal conhecimento
no meu cotidiano. O Projeto utilizará nosso conhecimento e nosso raciocínio para
podermos encontrar através da tecnologia, novos meios de desenvolver um projeto
de robótica. E quem sabe, a partir de um pequeno projeto possamos desenvolver um
robô com uma aplicabilidade ambiental?
Os alunos viam o projeto como uma oportunidade de contato com a tecnologia de
modo diferente, que poderia favorecer seu futuro. Tinham consciência da importância de
aprender, a compreensão do avanço tecnológico desenfreado do qual ninguém se pode
esconder, ou seja, todos teriam que interagir em algum momento com as tecnologias e, quanto
mais recente fosse essa interação, mais aptos estariam para o mercado de trabalho.
Junto com a redação, realizou-se a análise dos conhecimentos sobre tecnologias e do
uso delas pelos alunos selecionados e pelos não selecionados, como será apresentado a seguir
de forma estatística. É importante salientar que esta investigação buscou conhecer os alunos,
tendo sido este um aspecto analisado no processo de seleção realizado pela professora da
turma.
Durante a análise dos conhecimentos dos alunos sobre tecnologias, encontraram-se
resultados próximos – entre alunos do grupo selecionado e os que não o foram – relativos à
presença do computador em casa e ao acesso à Internet. Como se pode observar no Gráfico 1,
a inclusão digital, isto é, o percentual de residências com computador em casa, está cada vez
maior.
GRÁFICO 1 – Alunos que possuem computadores em casa10
Pode-se notar, no Gráfico 2, que o computador se encontra acessível, mas a Internet
ainda é um recurso restrito. Entretanto, isso não significa que os alunos a desconheçam ou não
tenham acesso a ela; todos têm acesso, em diferentes locais.
10
FONTE – Os autores.
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GRÁFICO 2 – Alunos que têm acesso à Internet11
A Internet, hoje, faz parte do nosso mundo, pois está presente em todos os espaços
(residências, setor público, privado, escolas, lan houses), de formas variadas (3G, wireless,
rede com fio, etc.), e o setor da Educação precisa melhor aproveitar seu potencial educativo,
como, por exemplo, o uso de WebQuest12. Além do acesso ao computador e à Internet, um
grande desafio atual é o de produzir um campo de saberes docentes relacionados ao
desenvolvimento da Educação digital.
Quando passa a usar a Internet, o professor possui acesso a inúmeras informações
atualizadas e de diferentes fontes, algumas, muitas vezes duvidosas, mas o acesso, antes
limitado a uma biblioteca, amplia-se para todas as bibliotecas ou acervos digitais do mundo.
Esse acesso e essa interação que a Internet propicia ao educador refletem-se na sua prática
educativa em sala de aula; um profissional informado é capaz de informar e educar melhor,
usando até mesmo a Internet como fonte de pesquisa.
Qual forma você utiliza para instalar
programas no seu computador?
(Alunos selecionados)
Técnico ou manual de instruções
Não precisa de ajuda
Qual forma você utiliza para instalar
programas no seu computador?
(Alunos não selecionados)
Técnico ou manual de instruções
Não precisa de ajuda
38%
62%
40%
60%
GRÁFICO 3 – Domínio técnico13
11
FONTE – Os autores.
Metodologia de ensino desenvolvida por Bernie Dogde em 1995, a qual se entende como uma sistemática de
pesquisa orientada, em que algumas ou todas as bases de conhecimento com as quais os aprendizes interagem
são originadas de recursos da Internet.
13
FONTE – Os autores.
12
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O uso da Internet pelos alunos garante acesso a informações que adquirem sentido a
partir do momento em que o usuário necessita usar os conhecimentos contidos nas
informações para a resolução de problemas. Assim, a interatividade praticada pelo internauta
propicia aprendizagem renovada constantemente, além de autonomia para aprender e
investigar. Segundo Lévy (1999, p.79): “O termo „interatividade‟ em geral ressalta a
participação ativa do beneficiário de uma transação de informação. De fato, seria trivial
mostrar que um receptor de informação, a menos que esteja morto, nunca é passivo”.
No Gráfico 4, observa-se que a maioria dos alunos utiliza a Internet como fonte de
pesquisa escolar. Esse fato levou este estudo a considerar a importância de realizar um
trabalho com robótica educacional integrado à rede mundial de computadores. Segundo Lévy
(1999, p. 82), a interatividade assinala muito mais um problema – a necessidade de um novo
trabalho de observação, de concepção e de avaliação dos modos de comunicação – do que
uma característica simples e unívoca atribuível a um sistema específico.
GRÁFICO 4 – Fonte de pesquisa escolar14
Além das questões acima investigadas, o questionário contemplou também o
domínio de outros softwares, além dos padrões (editores de texto, planilha, banco de dados,
apresentação) que acompanham os sistemas operacionais, e receberam-se respostas positivas
para 8% entre os alunos não selecionados e 18% entre os alunos selecionados, apontando
principalmente outros softwares, como Photoshop15, Coreldraw16 e Movie maker17. Apesar de
FONTE – Os autores.
Software profissional de edição de imagens desenvolvido pela Adobe. Disponível em:
<http://www.adobe.com/br/products/photoshop/photoshop/>.
16
Software de design gráfico para uma extraordinária comunicação visual. Disponível em:
< http://www.corel.com/servlet/Satellite/br/pt/Product/1191272117978#tabview=tab0 >.
17
Editor de vídeo e áudio desenvolvido pela Microsoft. Possui versão gratuita. Disponível em:
< http://www.microsoft.com/windowsxp/downloads/updates/moviemaker2.mspx >.
14
15
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ser um percentual pequeno, é mais um motivo para desenvolver práticas educativas de
robótica que utilizem programação de softwares.
O Blog como Ambiente Virtual de Aprendizagem
O uso de tecnologias para a melhoria no processo de ensino-aprendizagem nas
escolas tem sido tema de debate, discussões e pesquisa em diversos pontos do planeta.
Os educadores têm à sua disposição uma grande quantidade de informações para a
sua formação e no seu trabalho cotidiano. Não é intenção colocar as tecnologias como solução
de todos os problemas educacionais, pois há problemas de ordem social, econômica, étnica,
administrativa, por exemplo, para cuja solução as tecnologias têm pouco, tudo ou nada a
contribuir – a depender do contexto. O que se deseja é discutir e apresentar as tecnologias
hoje disponíveis no processo de ensino-aprendizagem e de formação de cidadão.
O uso dos blogs no desenvolvimento do projeto na escola foi de grande valia, pois
permitiu que os alunos não agissem como meros receptores das atividades desenvolvidas e,
sim, explorassem as informações disponíveis na web e as transformassem em conhecimento,
fator esse que é também um dos principais objetivos da robótica educacional: que o aluno
construa seu próprio conhecimento, tendo o professor como um mediador.
Para o desenvolvimento das atividades na escola, foi criado o chamado blog-mestre
(Figura 1), cujas funções eram orientar, informar e interagir com os participantes do projeto
sobre as atividades investigativas a serem desenvolvidas. Além disso, postar e registrar os
momentos vividos pelos alunos durante o projeto.
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FIGURA 1 – Blog mestre18
Para que as atividades desenvolvidas não se limitassem somente ao blog-mestre,
propôs-se aos grupos que construíssem seus respectivos blogs. Essa proposta teve o intuito de
incentivar os alunos a montar um espaço de autoria criativa, postando seus relatos de aula,
fotos, vídeos e curiosidades. Além disso, a atividade propiciou um espaço para interagir com
os recursos computacionais, com a Internet, e para educar sobre seu uso consciente, tendo em
mente as leis sobre o mundo virtual e, principalmente, a questão de direitos autorais. Nunes
(2010) percebeu que a
[...] busca pela intensa utilização do computador e da Internet – webquest/blog - nos
processos formativos, como novas estratégias de diálogo/interação com os alunos,
objetivando-se, dessa maneira, uma Educação on-line, que dialogasse com o aluno
da Educação básica. O que, em outras palavras, poderia ser traduzido como uma
necessidade de aproximação da cultura escolar à cultura do educando (NUNES,
2010, p. 88).
As cobranças de uma Educação atualizada com a sociedade podem partir de ações
simples como esta: um blog. Além disso, os blogs são uma expressão de autoria. Nunes
(2010) também nos ensina, revelando que sua construção se torna um momento único,
particular de cada sujeito.
18
FONTE – Os autores.
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A postagem de imagens e demais recursos visuais deram suporte para acompanhar a
produção textual dos educadores, abrindo espaço para a utilização de outros meios
de expressão no processo ensino-aprendizagem da Matemática no Ensino
Fundamental. Fica, assim, caracterizado um caminho de ensinar e aprender que se
consolida na medida em que o conhecimento seja ressignificado no movimento de
idas e vindas dos diferentes saberes dos sujeitos envolvidos nesse processo
(NUNES, 2010, p. 138).
Assim, para que os grupos desenvolvessem os blogs, foi destinada uma aula para a
utilização de uma ferramenta gratuita e on-line, cuja função é produção, postagem e
manutenção de um blog. Durante essa aula, além de ensinar a utilizar a ferramenta, auxiliouse a construção dos blogs. Considerando a variedade de ferramentas com esse fim, escolheuse uma capaz de ser usada em tempo e que atendesse às necessidades dos alunos, mas
apresentaram-se outras disponíveis na rede, caso quisessem conhecer. Os resultados dessa
atividade foram blogs diferentes, carregando a identidade de cada grupo, e a criatividade foi
um fator marcante. Isso pode ser percebido nos seguintes comentários:
Eu gostei de tudo, porque montamos nosso próprio blog, montamos carrinhos com
peças Lego e também gostei muito de construir meu próprio robô.
Sim, eu estava esperando que ia aprender somente sobre robôs, porém eu aprendi
muito mais coisas do que eu imaginava, por exemplo, como criar um blog, como
montar carrinhos a partir de peças Lego.
Além da personalização, os grupos também deram nomes aos blogs, para serem
possíveis as postagens no blog-mestre das atividades desenvolvidas durante as aulas,
identificando os respectivos blogs dos alunos. No total, foram desenvolvidos dez blogs.
Observou-se que, por intermédio deles, os alunos tiveram seus interesses despertados para os
diferentes temas trabalhados no decorrer do projeto, pois não se limitavam somente ao que era
trabalhado em sala, ou seja, buscavam na Internet e tinham a liberdade de postar, nos blogs,
assuntos abordados durante as aulas.
Para ilustrar essa ideia, seguem dois blogs (Figura 2) construídos pelos alunos do
projeto. Ambos possuem características diferentes, são suas expressões sobre o mundo da
robótica com o qual tiveram contato.
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FIGURA 2 – Printscreen de blogs dos alunos19
Durante o desenvolvimento do projeto, buscou-se também verificar se os blogs
utilizados como ferramentas educacionais podem trazer benefícios tanto para os alunos quanto
para os professores. É notório que, atualmente, muitas escolas têm como meta a preparação
dos estudantes para o desenvolvimento das potencialidades exigidas pela sociedade. A seguir,
apresenta-se um esquema em que se demonstra de que maneira os blogs foram utilizados no
processo de diálogo entre os diferentes sujeitos envolvidos neste processo.
Pela Figura 3, observa-se que essa estratégia de integrar a utilização dos blogs ao
trabalho educativo com Robótica possibilitou o acompanhamento on-line do desenvolvimento
das atividades propostas e do processo de produção dos projetos dos alunos.
19
FONTE – Os autores.
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FIGURA 3 – Fluxograma dos blogs20
Nesse sentido, a combinação “Robótica Educacional e blog” pode ser considerada
como fator importante dentro do ambiente escolar, porque ambos buscam preparar os alunos
para a vida, integrando a cooperação, a discussão e a resolução de problemas.
Desenvolvimento das Atividades
Ao longo do projeto realizaram-se atividades de caráter qualitativo-investigativo,
apresentando conceitos matemáticos e de outras ciências de forma implícita, e os alunos
tornaram-se protagonistas de seu aprendizado.
Aprenderam a utilizar o software “Lego Digital designer”, que tem como objetivo a
manipulação virtual das peças de Lego para construção de projeto. Após apresentar o
funcionamento do software, permitiu-se que os alunos interagissem com a ferramenta e, em
seguida, propôs-se a construção virtual de dois carrinhos diferentes, que seriam utilizados em
uma das atividades do projeto. A construção do protótipo virtual permitiria registrar a
evolução das mudanças, de acordo com os resultados obtidos durante as atividades
envolvendo os protótipos.
20
FONTE – Os autores.
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Após criarem seus protótipos de carrinhos no software, eles puderam pôr em prática
seus projetos com as peças reais e competir com as outras equipes em uma corrida em uma
pista em declive (Figura 4).
FIGURA 4 – Corrida com diferentes carrinhos pensados pelos alunos21
Por meio da brincadeira e da mediação do professor, os alunos estabeleceram relação
entre a construção dos carrinhos e as vitórias com fenômenos físicos, como peso e gravidade.
A priori deixou-se que eles tirassem suas próprias conclusões. A respeito dessas atividades
com Lego, nada melhor que destacar os seguintes registros de alguns alunos:
Gostei de tudo que aprendi, como por exemplo, que o tamanho das rodas de um
carrinho pode influenciar muito na sua velocidade. (Aluno 1)
Sim, foram até melhores, pois eu pensava que as aulas seriam expositivas, sem
diversão, com aulas monótonas, mas não foi assim, as aulas foram construtivas,
tudo organizado, muitas dúvidas e curiosidades foram respondidas, foi muito
melhor do que eu pensava. (Aluno 2)
Sim, no início eu não sabia o que iríamos fazer, achei que as aulas seriam mais
sérias, no estilo de sala de aula, foi melhor do que eu esperava, os instrutores são
legais e nos ensinaram bastante. (Aluno 3)
Os conceitos aplicados à atividade foram: força peso, gravidade, massa, aceleração,
velocidade, ângulo, relações trigonométricas, grandezas e medidas. Em um questionário
aplicado aos alunos, posteriormente ao projeto, puderam-se observar tais referências a áreas
de conhecimento e até mesmo a temas de áreas específicas, como nos comentários seguintes:
Sim, em uma das aulas vimos como encontrar a medida do ângulo da rampa que
usamos para testar os carrinhos que construímos com Lego.
Sim, eu obtive noção de geometria, Matemática e Física que é uma disciplina que eu
vou aprender no ano que vem e isso irá me ajudar a compreender os conceitos.
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FONTE – Os autores.
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Sim, pois trabalhamos com ângulos, triângulos, rodinhas, Física e outros conceitos
de Matemática em geral.
Sim, o tempo do curso foi muito pouco, mas nas aulas, trabalhamos com várias
áreas da geometria, ângulos, circunferências e em todo momento era mencionado a
Física.
Sim, pois trabalhamos basicamente geometria e tivemos uma noção de Física
envolvendo a parte elétrica do robô joaninha.
Sim, a circunferência das rodas dos carrinhos, ângulos e outras formas,
trabalhamos esses conceitos nas provas do PAS (Programa de Aceleração Seriada)
que fizemos na Escola.
Pela necessidade de relacionar mais Matemática ao projeto, foi desenvolvido,
juntamente com uma atividade utilizando o kit, um desafio cuja solução estava na utilização
dos seguintes materiais: teodolito, transferidor, funções, ângulo, Teorema de Thales. Para
auxiliá-los, contou-se com a participação de uma colaboradora, aluna do curso de
Matemática/UFU, para apresentar o teodolito rústico, instrumento utilizado para medições de
ângulos. O teodolito foi utilizado para que os alunos encontrassem a altura da rampa de uma
forma indireta, sem que a tocassem. Sabendo que a rampa tem o formato de um triângulo
retângulo, eles utilizaram conceitos trigonométricos como seno, cosseno, tangente e Teorema
de Pitágoras.
Um fator importante a ser mencionado é que as atividades desenvolvidas foram
registradas de forma dinâmica, em que todo o processo de construção de novos saberes foi
registrado pelos próprios alunos, destacando-se a dinâmica educacional, na qual os alunos
também contribuíram para o processo de produção coletiva sobre as atividades relacionadas à
temática de robótica.
Produção do Projeto
O projeto desenvolvido por grupos foi a construção de um robô joaninha (Figura 5),
baseando-se em um projeto desenvolvido pela Escola do Futuro22 da USP. BeetleBot é um
robô construído com componentes simples e reaproveitados, não utiliza qualquer componente
eletrônico ou programável, mostrando-se de fácil construção, principalmente para crianças. A
produção dos beetlebots pode ser uma simples brincadeira com pilhas e motorzinhos, como
22
Entende-se como um laboratório interdisciplinar que estuda os efeitos do uso da Tecnologia de Informação e
Comunicação (TIC) na aprendizagem, incentivando a inclusão digital. Foi fundada em 1989, como um
laboratório departamental na Escola de Comunicação e Artes e incorporada, em 1993, à Pró-Reitoria de Pesquisa
da USP.
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também um sistema de ensino didático para todas as idades. Conceitos de meio ambiente,
robótica e sistemas elétricos podem ser abordados e incentivados em uma única brincadeira
tecnológica.
FIGURA 5 – Imagem do Beetlebot referência23
Ficaram expressas nos comentários dos alunos a motivação e a satisfação de
conseguirem construir um robô, ou seja, de serem autores de uma ação até então nunca feita
por nenhum deles. Justificando, merecem destaque os seguintes comentários:
Gostei mais das aulas em que construímos o robozinho beetlebot, em forma de
joaninha, pois aprendi na prática como funciona a parte elétrica de um robô.
Gostei de montar o robozinho, porque o melhor do aprendizado pra mim é aprender
na prática.
Sim, porque eu construí meu próprio robô, que era a minha maior expectativa.
E, por mais simples que seja, é uma produção deles (Figura 6), que deve ser
valorizada, pois partiram de uma investigação, produzindo de forma criativa e questionadora.
É a partir de montagens simples que construções complexas hoje estão disponíveis para o
conforto da sociedade. As máquinas simples (engrenagens, molas, etc.) são a base da robótica
e estão presentes em diferentes máquinas.
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FONTE – Os autores.
© ETD – Educ. Tem. Dig., Campinas, v.13, n.1, p.290-309, jul./dez. 2011 – ISSN 1676-2592.
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FIGURA 6 – Beetlebot feito por um aluno24
Os resultados não foram cópias, mas já iniciavam um processo superação da
montagem original, havia implementações de novos detalhes e caracterização de acordo com
o grupo. O Beetlebot original foi apenas uma base de referência, mas há desejo de superar e
desenvolver um novo robô.
Nesse processo encontraram-se problemas nas condições materiais de produção: o
alto custo de alguns materiais inviabilizava fazer, por exemplo, um robô com uma câmera
acoplada. A criatividade de pensar uma aplicação acaba esbarrando no fator financeiro. Essa
dificuldade no projeto é limitadora do processo de autoria dos alunos, mas, dentro das
possibilidades, o coletivo trabalhou para dar forma e vida aos robôs.
Após o término do projeto, aplicou-se um questionário final para avaliar o
desenvolvimento do trabalho, e nesse parecer dos alunos buscaram-se informações que
permitissem um refinamento para futuras atividades e para o próprio objetivo do projeto.
É importante analisar as respostas dos alunos, pois assim se poderá entender como
aconteceu o processo ensino-aprendizagem de cada um e, ainda, reforçar os pontos positivos
do projeto de robótica educacional e os objetivos alcançados. Tais objetivos foram:
desenvolver um ambiente de aprendizagem significativa; estimular a autoria, a criatividade;
trabalhar resolução de problemas; explorar as possibilidades lúdicas de aprendizagem;
posicionar o sujeito em situações que o preparem para o convívio social e para as exigências
da sociedade em que vivemos. Todos eles foram alcançados com sucesso. É o que se pode
observar nas respostas abaixo à pergunta “O que você mais gostou no projeto?”.
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FONTE – Os autores.
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Gostei muito do projeto, pois pude perceber que em tudo que vemos no nosso diadia existe um pouco de robótica e gostei muito também da introdução do lego nas
nossas atividades, porque para mim e acredito que para a grande maioria o Lego
era visto somente como brinquedo para crianças.
Observe-se, na resposta acima, que houve conscientização da presença da robótica no
cotidiano e que o brincar pode propiciar aprendizagem. À pergunta “Suas expectativas neste
Projeto de Robótica Educativa foram correspondidas?”, algumas respostas se destacaram:
Sim, pois eu tive uma noção sobre o assunto, que era a minha maior expectativa, e o
que eu achei muito importante foi ver que muita coisa que aprendemos dentro da
sala de aula é de grande importância no nosso cotidiano, o único problema foi a
questão do tempo que não nos permitiu explorar mais os conceitos.
Sim, foram até melhores, pois eu pensava que as aulas seriam expositivas, sem
diversão, com aulas monótonas, mas não foi assim, as aulas foram construtivas,
tudo organizado, muitas dúvidas e curiosidades foram respondidas, foi muito
melhor do que eu pensava.
Sim, no início eu não sabia o que iríamos fazer, achei que as aulas seriam mais
sérias, no estilo de sala de aula, foi melhor do que eu esperava, os instrutores são
legais e nos ensinaram bastante.
Sim, porque eu aprendi muitas coisas que eu não sabia e também compartilhei meu
aprendizado com meus colegas que não participaram do projeto.
Nessas respostas, há expressões de satisfação, mas também menção às aulas
regulares de qualquer disciplina, em que conceitos, definições e exercícios são parte do dia a
dia, ou seja, uma definição do que seja ir a escola para esse aluno; e a constatação de que o
projeto de robótica revelou uma prática de trabalho diferente do ensino tradicional. Por fim,
uma resposta interessante foi escrita por um participante, expressando bem o sentido de
coletivo, de socialização dos saberes construídos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entretanto, não deixa de ser uma contribuição para a área a associação do uso de
blog no processo de produção e execução de atividades de robótica como um eficaz meio de
ensino e aprendizagem com a Robótica e as Tecnologias da Informação e Comunicação. A
possibilidade de usar o blog como forma de publicar/postar projetos não se restringe apenas
ao uso de TICs, “é a necessidade de se verificar as possibilidades de integração de
PLATAFORMAS EDUCACIONAIS (SGC) virtuais, DAS NOVAS TICS e das MÍDIAS
com os instrumentos de Educação há muito existentes no cotidiano escolar.” (MOURA et al.,
2007, p. 10).
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A Robótica vai muito além de conectar luzes, motores e montar maquetes: constitui
um processo de superação dos problemas e dos desafios impostos por esta proposta de
trabalho, em que o aluno obtém o maior de todos os objetivos – o seu aprendizado.
Além disso, constitui uma nova ferramenta à disposição do professor, por meio da
qual é possível demonstrar na prática muitos dos conceitos teóricos da Física, da Matemática,
ou mesmo ilustrar um determinado contexto histórico, às vezes de difícil compreensão,
motivando tanto o professor como, principalmente, o aluno. Isso é o que foi observado no
processo investigativo com os alunos.
O trabalho com a Robótica Educacional permite a constituição de um ambiente
favorável ao desenvolvimento de aplicações práticas e à interdisciplinaridade de diversas
áreas de conhecimento. Presta-se a atividades de simulação e representação do mundo real,
sendo possível ao aluno explorar conceitos, investigar e solucionar problemas. Ele passa a
construir seu conhecimento por meio de suas próprias observações, e aquilo que é aprendido
pelo esforço próprio da criança tem muito mais significado para ela e se adapta melhor às suas
estruturas mentais.
Essa experiência com os alunos do nono ano permitiu à equipe vivenciar e analisar a
tomada de consciência dos alunos em relação aos conceitos multidisciplinares, a partir de
experimentos propostos nas atividades de robótica educacional.
Considerando os conhecimentos iniciais apresentados pelos alunos e comparando
com o desenvolvimento dos grupos durante as atividades, verificou-se que houve
aprendizagem, porém não de modo uniforme para todos, dado que cada um possui uma forma
de compreensão e apropriação dos conceitos.
Assim sendo, este trabalho constitui-se uma etapa de um processo de pesquisa em
desenvolvimento, que ainda pensa em investigar outros saberes construídos pelos alunos e
pelos professores no uso da robótica no processo de ensino-aprendizagem.
REFERÊNCIAS
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TECNOLÓGICA, 2., 2007, São Luiz. Anais... São Luis: [s.n.], 2007.
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87 fl. Dissertação (Mestrado em engenharia de produção) – Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 2004.
Agradecimentos
Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e pela PróReitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis
(PROEX) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Recebido em: 17/02/2011
Publicado em: 13/01/2012
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