ISSN 1415 9112
-
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Este trabalho teve como objetivo a análise visual da paisagem da trilha
recreativa do Parque Municipal do Passaúna, utilizando se o método direto,
que consistiu na observação da paisagem
! $ e a análise de "substitutos"
da paisagem (fotografias). Este estudo permitiu a avaliação do nível de
qualidade da paisagem do Parque Municipal do Passaúna em sua totalidade,
bem como a recomendação de estratégias para a melhoria da qualidade visual
da área.
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A Área de Proteção Ambiental (APA)
Estadual do Rio Passaúna foi criada em 5 de
junho de 1991 (Decreto n. 458/91), constituindo
se na primeira APA sobre um manancial de
abastecimento d'água no Paraná (PARANÁ,
1994). O Rio Passaúna faz parte da Bacia
Hidrográfica do Alto Iguaçu, e sua nascente
situa se no município de Almirante Tamandaré.
Ao longo de seu percurso marca as divisas entre
o município de Curitiba e os municípios de
Campo Magro, Campo Largo e Araucária,
sucessivamente. Neste último situa se a foz no
Rio Iguaçu e a barragem, construída em 1989
pela SANEPAR (Companhia de Saneamento do
Paraná). O Reservatório do Passaúna, cujo
enchimento completou se em 1990, apresenta
área de drenagem de 214 km2, profundidade
média de 7,0 metros, volume estimado em 48
milhões de metros cúbicos, e taxa média de
______________
residência das águas (TR) de 420 dias (PMA,
2002).
Em março de 1991, três meses antes da
criação da APA Estadual, a Prefeitura Municipal
de Curitiba havia criado a APA Municipal do
Passaúna e o Parque Municipal do Passaúna
(Decreto n. 80/91). Com base nisso foi
implantada a infra estrutura de facilitação do
acesso às margens da represa (trilha asfaltada,
quiosques com churrasqueiras, trapiches, pontes,
mirante, etc.) que estimulam sua utilização como
área de recreação. No ano 2000 a Prefeitura
Municipal de Curitiba alterou as disposições
legais relativas ao Parque Municipal do Passaúna
(Decreto lei n. 193/2000), definindo o como a
área entre a linha de lâmina de água do lago e a
cota 888,80 metros e os terrenos em seu entorno
(ANDRADE, 2001).
1
Artista Plástico, Cientista Político, Administrador, M. Sc. UNICENTRO – Campus Guarapuava, doutorando em
Ciências Florestais (Área: Economia e Política Florestal), UFPR.
2
Engenheiro Florestal, 7
& Projetos e Estudos Ambientais Ltda. e Faculdades Integradas de Curitiba, mestrando
em Ciências Florestais (Área: Conservação da Natureza), UFPR.
3
Biólogo, Eco da Mata Consultoria e Projetos Ambientais Ltda., mestrando em Ciências Florestais (Área:
Conservação da Natureza), UFPR.
4
Engenheira Florestal. Profª Doutora do Curso de Engenharia Florestal da UFPR.
68
reservatório por eutrofização e assoreamento
(PMA, 2002), havendo a ocorrência periódica de
florações de cianobactérias, que podem ocasionar
problemas na pele e envenenamento por toxinas.
Fora da área do Parque é possível constatar ao
longo das margens do Rio Passaúna e seus
tributários, tanto à montante quanto à jusante da
Barragem, que trilhas de pescadores são um dos
principais fatores de degradação das margens do
rio e da qualidade das águas (PMA, 2002,),
devido à eliminação da vegetação ciliar e ao
acúmulo de lixo.
Conforme destacam BIONDI & LEAL
(2002), a paisagem é um componente relevante
em unidades de conservação, principalmente
quando sua dinâmica está vinculada a atitudes
oriundas da administração local e do
comportamento de seus visitantes. De acordo
com GOMEZ OREA (1994), a paisagem é um
indicador do estado de saúde dos ecossistemas
em seu entorno e, ao mesmo tempo, um reflexo
da bagagem cultural do observador. Sendo assim,
tendo por base o conceito de que uma paisagem é
a percepção do meio a partir de sua expressão
externa, a análise visual de paisagens através de
variáveis estéticas é um instrumento importante
para se avaliar a qualidade ambiental de uma
área. Segundo YAZIGI (2002), a avaliação da
qualidade visual de uma paisagem constitui se
em uma condição inicial para a análise de outros
fatores, como, por exemplo, fragilidade,
capacidade e adequação.
Com o objetivo de desenvolver um
instrumento técnico para análise de paisagens e,
especificamente, auxiliar no levantamento de
informações relativas ao manejo da APA
Estadual do Passaúna, efetuou se a análise visual
e a valoração da paisagem ao longo da Trilha do
Parque Municipal do Passaúna. Para fazer tal
análise foi utilizado o método direto, que consiste
na observação da paisagem no local de
ocorrência ou a observação de imagens que
sirvam de "substitutos" da paisagem, como, por
O Parque possui uma área de 650 ha, dos
quais quase metade é tomada pelas águas da
represa. É considerado o primeiro Parque
Municipal do Brasil inserido dentro de uma Área
de Proteção Ambiental para preservação de um
manancial de abastecimento d'água (PMC, 1995).
Segundo ANDRADE (2001), a implantação do
Parque consistiu em reforço da política de
conservação ambiental da área e de valorização
imobiliária do entorno.
A Trilha do Parque Municipal do Passaúna
consiste basicamente em um corredor
posicionado entre a borda do Reservatório de
água com vegetação arbórea e arbustiva
delineada por uma cerca de alambrado. A
vegetação supera no geral os dois metros de
altura, apresentando árvores de grande porte em
alguns pontos. Poucas árvores existem entre a
trilha e a borda da água mas, em alguns pontos, o
posicionamento de algumas árvores parece ter
sido planejado para maximizar o efeito estético.
As instalações infraestruturais disciplinam o uso
de uma área com alto potencial de fragilização,
oferecendo acesso público a espaços de recreação
e contemplação, mas geram controvérsias devido
aos impactos ambientais que acarretam ou podem
acarretar.
A visitação é mais intensa aos finais de
semana, e, principalmente durante as estações
mais quentes. Porém, a trilha é utilizada dia e
noite por pessoas de todas as idades que fazem da
pesca artesanal uma das principais atividades
desenvolvidas em toda a sua extensão.
Aparentemente, uma das conseqüências positivas
da implantação da trilha foi a contenção da
ocupação urbana às margens do reservatório,
contrastando positivamente com o que ocorre na
margem oposta, no distrito de Ferraria em Campo
Largo, onde a expansão urbana acelerada avança
sobre a zona de proteção da represa (ZPRE).
Entre os problemas graves estão a
tendência de supressão dos ambientes naturais e
de deterioração da qualidade da água do
69
visuais da composição paisagística. Como o
julgamento dos avaliadores foi baseado em
aspectos sensitivos e perceptivos, definiu se uma
escala de valor para cada variável estética, a fim
de reduzir a subjetividade das avaliações. Após a
tabulação a valoração da paisagem foi obtida pelo
cálculo da média aritmética dos valores
atribuídos a cada variável estética em cada
paisagem amostral.
Para realizar a análise visual com a
utilização de substitutos da paisagem foram
produzidos álbuns fotográficos digitais com as
imagens das paisagens amostrais. Cada paisagem
amostral foi registrada em um conjunto de três
imagens fotográficas, que colocadas lado a lado
reproduziram a paisagem observável em um raio
de visão de 150 graus, tendo como eixo central o
vetor direcional da trilha.
As características estéticas valoradas
foram:
intervilibilidade,
diversidade,
singularidade, contraste, unidade, intensidade,
naturalidade. Adotou se uma escala de valores
composta pelos números impares de um a nove,
cuja padronização minimizou a interferência da
subjetividade dos avaliadores durante a análise, e
permitiu a comparação entre resultados de
análises feitas por diferentes grupos de
avaliadores. Os valores atribuídos para cada
característica considerada foram:
a) Intervisibilidade: grau de visibilidade ou
campo visual da paisagem.
1 = muito restrita: menos de 20% dos elementos
estăo além do primeiro plano;
3 = restrita: visibilidade de 21 a 40% além do
primeiro plano;
5 = média: visibilidade de 41 a 60% além do
primeiro plano;
7 = ampla: visibilidade de 61 a 80% além do
primeiro plano;
9 = total: possível observar mais de 80% dos
planos subseqüentes ao primeiro.
exemplo, fotografias. Este método permite a
avaliação do nível de qualidade da paisagem em
sua totalidade, apesar do grau de subjetividade
nos resultados. No entanto, o uso de "substitutos"
da paisagem possibilita a reprodução da análise
visual, mas como a imagem da paisagem não é a
paisagem em si, a análise é feita com menos
informações. Mesmo assim, os valores que se
obtem desta forma são estatisticamente válidos.
A realização do mesmo processo de análise
visual por diferentes públicos tende a diminuir
possíveis distorções nos resultados.
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O método adotado foi baseado, em parte,
na metodologia utilizada por BIONDI & LEAL
(2002) para o estudo de capacidade paisagística
no Parque Estadual de Vila Velha, PR. Um dos
pressupostos básicos foi que a qualidade de uma
paisagem pode ser analisada através de suas
características
estéticas,
valorando se
isoladamente os componentes da percepção,
como por exemplo, intervisibilidade e
singularidade. No referido estudo, as autoras
realizaram amostragens seqüenciais na trilha de
visitação do Parque, abrangendo áreas de 200 m²
(10x20m) a uma distância de 50 metros entre
cada ponto de amostragem.
No caso da trilha do Parque do Passaúna
valorada, a qual possui 4 km, os pontos de
amostragem foram demarcados com intervalos de
200 metros entre si, definindo se duas paisagens
amostrais em cada ponto (sentido Norte e sentido
Sul), sem delimitação da área de abrangência. Na
valoração realizada com "substitutos" da
paisagem (fotografias), foram utilizadas as
imagens dos pontos de amostragens com
intervalos de 400 metros entre si. A análise foi
feita com base no campo visual de cada
observador em relação ao ponto de amostragem,
com atribuição de valor escalar a sete elementos
70
b) Diversidade: existência de variedade
paisagística.
1 = mínima: năo há elementos visuais distintos,
paisagem monótona;
3 = pequena: há um elemento que se destaca
dentro da paisagem;
5 = média: apresenta de 2 a 3 elementos de
destaque, equilíbrio entre os elementos visuais
distintos;
7 = grande: apresenta de 4 a 5 elementos de
destaque, paisagem dinâmica;
9 = magna: apresenta acima de 5 elementos que
se destacam, paisagem dinâmica e atrativa.
5 = médio: há equilíbrio entre os elementos de
contrastes positivos e negativos;
7 = alto positivo: há elementos de alto contraste
que aumentam a qualidade visual da paisagem;
9 = muito alto positivo: apresenta elementos de
alto contraste que valorizam a paisagem.
e) Unidade3 qualidade sinérgica do conjunto de
elementos presentes.
1 = mínima: năo há harmonia entre as partes do
todo;
3 = pequena: há relaçăo incipiente de harmonia
entre as partes do todo;
5 = média: há inter relaçăo entre as partes que
possibilita analisar a paisagem de maneira
integrada;
7 = grande: há interaçăo harmoniosa entre as
partes que valorizam a paisagem;
9 = muito grande: cada um dos elementos
paisagísticos contribui de forma harmoniosa para
a qualidade do conjunto.
c) Singularidade: existęncia de elementos
visualmente atrativos, com caráter de unicidade,
valor tradicional ou interesse histórico.
1 = năo apresenta variáveis naturais ou antrópicas
que se destaquem na paisagem;
3 = pequena: as variáveis naturais năo
apresentam força de atraçăo visual dentro da
paisagem;
5 = média: as variáveis naturais começam a
chamar a atençăo do observador no contexto
geral da paisagem;
7 = grande: apresenta variáveis naturais de
grande beleza cęnica, embora năo seja raro
encontrar paisagens semelhantes na regiăo;
9 = exclusiva: apresenta variáveis naturais
únicas, de grande beleza cênica, e que se
destacam por sua raridade.
f) Intensidade: qualidade da composiçăo entre os
elementos visuais da paisagem.
1 = mínima: năo apresenta ponto focal de
atraçăo;
3 = pequena: apresenta ponto focal difuso pouco
atrativo;
5 = média: apresenta ponto focal definido
relativamente atrativo;
7 = grande: apresenta conjunto paisagístico com
ponto focal atrativo;
9 = máxima: apresenta conjunto paisagístico
atrativo na totalidade
d) Contraste: presença de elementos contrastantes
que podem aumentar ou diminuir a qualidade
visual da paisagem.
1 = ausente, ou muito alto negativo: năo há
elementos contrastantes, ou há elementos de alto
constraste que diminuem a qualidade da
paisagem;
3 = pequeno, ou alto negativo: há supremacia do
contraste alto negativo sobre os contrastes
positivos;
g) Naturalidade: similaridade da paisagem atual
com seus aspectos primitivos.
1 = mínima: apresenta alteraçıes antrópicas que
descaracterizam mais de 80% dos elementos
naturais;
3 = pequena: apresenta alteraçıes antrópicas
entre 60 e 80% dos elementos naturais;
71
5 = média: apresenta alteraçıes antrópicas entre
40 e 60% dos elementos naturais;
7 = grande: as alteraçıes antrópica comprometem
entre 20 e 40% dos elementos naturais;
9 = máxima: as alteraçıes antrópicas năo atingem
mais do que 20% dos elementos naturais.
7,40), boa (4,21 a 5,80), ruim (2,61 a 4,20),
péssima (1,00 a 2,60).
A valoração de cada paisagem amostral foi
obtida a partir da somatória da média de valor
atribuído a cada uma de suas características
estéticas, dividida pelo número de variáveis
estéticas avaliadas. Com base na valoração
média, cada paisagem amostral foi classificada
em um dos cinco níveis de qualidade visual:
excelente (7,41 a 9,00 pontos), ótima (5,81 a
A primeira valoração da paisagem do
Parque Municipal do Passaúna foi realizada
através da observação da paisagem durante a
pesquisa de campo, por uma equipe
multidisciplinar
composta
por
seis
pesquisadores/avaliadores. Os resultados obtidos
podem ser visualizados no quadro 1:
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"!& ' " &,#&&%!
3
Quadro 1. Primeira valoração da paisagem do Parque Municipal do Passaúna foi
realizada através da observação da paisagem durante a pesquisa de campo.
^
;
^
I
Excelente
7,41 9,00
0
0
Ótima
5,81 7,40
3
8,0
Boa
4,21 5,80
24
63,1
Ruim
2,61 4,20
11
28,9
Péssima
1,00 2,60
0
0
Na média, a qualidade visual da paisagem
da Trilha Ecológica do Parque Municipal do
Passaúna foi classificada como de nível "bom" e
intermediário na escala classificatória. A
presença em abundância do elemento água pode
ter contribuído para uma sensibilização favorável
dos avaliadores e influenciado na determinação
dos resultados obtidos. Segundo ECKBO (1990),
a água é considerada como fator conector e
coordenador, ativador e energizante, refrescante e
enriquecedor da natureza, constituindo se em um
dos principais elementos de atração das pessoas
para uma paisagem.
Os locais que atualmente contém
vegetação mais avançada foram, em geral,
valorados como de boa ou ótima qualidade
visual, como um bosque com o dossel tomado
por
&$
(& . ! , embora esteja
localizado em uma das áreas do Parque mais
fragilizadas pela ação antrópica. Tal resultado
coincide com os de outros estudos que,
independentemente do método utilizado, também
constataram que a presença de vegetação
incrementa a qualidade paisagística (GRIFFITH,
1979, MILANO, 1990; ALVAREZ ALFONSO,
1990; HARDT, 2000). A depleção de
componentes naturais da paisagem, em especial
da vegetação, tornou se o principal fator para
depreciação paisagística da região, mesmo que a
beleza plástica da água possa compensar, em
parte, a perda da qualidade paisagística primitiva.
A pouca arborização no espaço entre a trilha e a
margem do lago permite maior intervisibilidade,
72
manutenção da qualidade das águas do
Reservatório, por constituir se em fator de
redução da cobertura vegetal, impermeabilização
do solo, concentração de resíduos e efluentes que
podem intoxicar o ambiente, etc. O conflito
ocasionado por tal ocupação, ao lado do uso
agropecuário
inadequado
de
algumas
propriedades, inclusive entre as lindeiras ao
Parque, já foi diagnosticado desde o primeiro
Plano de Zoneamento Ecológico–Econômico da
APA (PARANÁ, 1994).
mas tornam a trilha e a margem do lago mais
vulneráveis à exposição direta do sol.
Alguns elementos antrópicos como as
chaminés e as casas que preservam a memória
das olarias (Alberto Klemtz, Isfer, Baggio e Santa
Rosa) que operavam na área inundada,
promovem um efeito estético positivo devido à
singularidade e contraste.
Há componentes da infra estrutura que
contribuíram para melhorar a qualidade do
cenário local, outros, porém, contrastam
negativamente com o entorno. As pontes de
madeira foram consideradas elementos de
contraste positivo, enquanto a cerca de tela
metálica (alambrado) que delimita a área pública
suprime a naturalidade, a unidade e a intensidade
da paisagem local, principalmente nos trechos
estreitos. As placas metálicas de sinalização
obedecem à normatização sobre segurança, mas
apresentam contraste visual negativo. Já, as
placas de orientação feitas com madeira se
integram mais harmoniosamente à paisagem do
entorno.
Nos pontos onde foi possível visualizar
zonas urbanizadas com elevado nível de depleção
ambiental ocorreu depreciação da paisagem. Tal
resultado coincidiu com aqueles obtidos por
MARENZI
(1976),
GRIFFITH
(1979),
FORMAM & GODRON (1986), ALVAREZ
ALFONSO (1990) e HARDT (2000). A
urbanização é uma das maiores ameaças à
_
_
D
A valoração da paisagem do Parque do
Passaúna com o uso das paisagens "substitutas"
(fotografias) ocorreu mediante a análise de 24
paisagens amostrais, onde foram projetadas
apenas as imagens centrais das imagens
fotográficas que compunham o registro inicial.
Esse procedimento restringiu aproximadamente
50% do campo visual observado durante a
pesquisa de campo. Um fator adicional de
interferência nos resultados, refereriu se à baixa
resolução das fotografias digitalizadas utilizadas,
que mostraram grande perda de detalhes,
principalmente quanto à profundidade de campo.
Os resultados obtidos com esta análise estão
expressos no quadro 2:
Quadro 2: Valoração da paisagem com base em "substitutos" da paisagem, onde
apenas as imagens centrais foram consideradas.
^
G
;
^
I
Excelente
7,41 9,00
2
8,0
Ótima
5,81 7,40
4
16,8
Boa
4,21 5,80
13
54,3
Ruim
2,61 4,20
5
20,9
Péssima
1,00 2,60
0
0
73
A grande coincidência entre os resultados obtidos com a primeira valoração realizada em campo e
a valoração considerando se "substitutos" da paisagem onde apenas as imagens centrais foram
consideradas, está no grande índice de paisagens classificados como de nível de qualidade "bom",
representando mais de 50% das amostras em ambas as avaliações. A média geral foi maior utilizando se
"substitutos" (5,09) do que na avaliação de campo (4,46). As duas paisagens consideradas "excelentes"
também estiverm entre as de melhor valoração na avaliação de campo.
Há divergências de resultados para alguns pontos, o que pode ser atribuído a menor quantidade de
informações contidas em uma imagem, restringindo a possibilidade do avaliador perceber a paisagem em
sua totalidade.
,! ,)#&A'& ' ',!*' " $A'&
A análise visual da paisagem possibilita a avaliação de impactos positivos e negativos que as
intervenções antrópica ou eventos naturais possam ocasionar sobre a estética de uma paisagem. Ainda que
seja possível gerar conclusões com base nos resultados obtidos nas duas valorações apresentadas, eles
devem ser relativizados em função do pequeno número de avaliadores que participaram. Somente a
repetição do processo por outros grupos poderá trazer maior confiabilidade estatística à adoção do método
utilizado.
A ação antrópica registrada ao longo dos anos em toda a área do Parque Municipal do Passaúna e
seu entorno foi a principal condicionadora da atual paisagem local. A construção da Barragem do Rio
Passaúna, ao redefinir a utilidade da Bacia Hidrográfica do Rio Passaúna, causou grandes impactos ao
meio ambiente, entre eles a configuração de uma nova estrutura paisagística dominada pelo espelho
d'água do Reservatório. A implantação da Trilha parece ter contribuido para criar, recuperar e preservar
cenários que estimulam a visitação ao local. Apesar de os níveis de poluição da água do Passaúna
continuarem aumentando (PMA, 2002), visualmente a paisagem oferece atratividade.
As recomedações para melhoria da qualidade visual do Parque Municipal do Passaúna são:
• plantio de espécies nativas entre a trilha e a margem do lago, de forma a mimetizar ou esconder a
cerca de alambrado;
• substituição das placas metálicas por placas de madeira, no estilo de outras já existentes ao longo da
trilha;.
• articulação e ações conjugadas entre os poderes públicos estadual e municipais, a fim de coibir as
intervençıes e ocupaçıes antrópicas inadequadas;
• realização de trabalhos de educaçăo ambiental e envolvimento pró ativo de proprietários lindeiros ao
Parque e ao lago, para adotarem atitudes conservacionistas em suas propriedades, como a recuperaçăo
da floresta ciliar e o respeito à legislaçăo pertinente ao uso e ocupaçăo do solo no local.
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& 0 0) !+ 1( , &
ALVAREZ ALFONSO, R. M. '
B
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3