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Universidade Técnica de Lisboa Faculdade de Motricidade Humana Departamento de Educação Especial e Reabilitação Seminário Problemas de Comportamento na Sala de Aula Paulo Pimenta Valentim Maio de 1993 Monografia Admitida à Defesa Pública Para a Obtenção de Grau de Licenciatura em Educação Especial e Reabilitação Ano Lectivo 1993-94 O Professor Coordenador ________________________________ ( Professora Margarida Gaspar de Matos ) O Seminarista ________________________________ ( Paulo Pimenta Valentim ) Gostaria de expressar o meu agradecimento: À Professora Margarida Matos, em primeiro lugar por me ter aceite no seu seminário, e por todos os caminhos e ideias que me foi indicando ao longo do trabalho. À escola C+S Francisco Arruda na pessoa da professora Aureliana e de todos os alunos, pais e professores que tornaram este trabalho possível. Aos meus principais patrocinadores dos últimos 27 anos os meus pais, e ao meu irmão. À turma que comigo vai finalizar este ano o curso. Índice Índice INTRODUÇÃO GERAL Pág. Introdução Geral 10 Objectivo do estudo 11 Definição das hipóteses nulas 12 II - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O que é a disciplina.(introdução.) 15 O que é a disciplina. 15 Regras da disciplina. 16 Regras da escola com sucesso 16 Princípio de organização da sala de aula. 19 Técnicas para prevenir e lidar com problemas. 21 Problemas de comportamento. Introdução. 31 Caracterização das crianças com problemas. 31 Indisciplina e insucesso escolar, várias medidas. 35 Comportamento de bons e maus leitores. 35 A adolescência e os problemas de comportamento. 42 Alteração de comportamentos. Introdução. 49 Contratos de contingência. 50 O que fazer antes de elaborar um contrato. 50 Como elaborar um contrato.(Elementos/Componentes que os contratos devem conter.) 51 Vantagens de um contrato. 56 Exemplo de um contrato. 58 Token. 59 Regras para a formulação do sistema "Token". 60 Condicionamento operante. 63 Estratégias educacionais e psicológicas. 64 Ensino do auto-controlo. 66 Linhas mestras para lidar com o mau comportamento. 69 Princípios para manter incentivar comportamentos. ( o reforço ). 73 Professores. Introdução. 76 Factores de stress. 76 Relações pais professores. 80 Alunos pretendem dos professores. 87 III - METODOLOGIA Breve caracterização da instituição. 91 Amostra. 92 Constituição da amostra 92 Varáveis independentes e dependentes. 92 O questionário instrumento utilizado. 92 Critérios e procedimentos utilizados para a recolha de informação. 93 Como foi entregue o questionário. 93 Entrega , distribuição e recolha do mesmo. 93 Tratamento dos dados. 94 IV - APRESENTAÇÃO E DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS. Resultados obtidos nas diversas questões. 96 Diferenças que caracterizam cada ano. 122 Diferenças quecaracterizam o sexo masculino e o feminino. 124 Caracterização dos encarregados de educação. 128 Diferenças entre as respostas dos vários grupos disciplinares. 134 Aceitação/rejeição das hipótese nulas. 136 V - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Opinião pessoal sobre os resultados das questões 138 VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS Limitações 156 Recomendações 156 Nota Final 156 VII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 158 VII - ANEXOS 164 Introdução I Introdução Geral Introdução Todas as sociedades têm normas de comportamento "aceites" por todos, mas de alguma forma estes padrões de comportamento podem não ser efectivamente assimilados, e por razões exteriores á própria família ou escola alterados. Devido aos meios de comunicação e á alteração de valores poderão ter alunos pais e professores normas de comportamento diferentes ? Estaremos ou não a caminhar de costas viradas para enfrentar os problemas ? Vamos aqui procurar algumas respostas . Neste estudo pretende-se comparar as opiniões de Alunos Pais e Professores em relação ao mau comportamento do aluno na sala de aula. Poderão ter os três intervenientes opiniões diferentes em relação ao que é o mau comportamento ? No fundo espero que não existam muitas pois tal iria demonstrar uma sociedade mais equilibrada, nos seus diferentes sectores, etários educacionais e económicos, mas se por outro lado diferenças não fossem encontradas a sociedade teria estagnado Objectivo do estudo: Em relação ao comportamento na sala de aula, encontrar diferenças de opinião entre alunos pais e professores, em relação ao mau comportamento na sala de aula, por forma a tentar encontrar opiniões dispares que poderão levar á existência de opiniões diferentes em relação ao bom comportamento ou á falta deste. Encontrar algumas características que diferenciam os jovens e os jovens com problemas de comportamento. Também ter conhecimento de algumas opiniões dos três intervenientes sobre os problemas e déficites escolares e a melhor maneira de os resolver, ou ultrapassar. Definição das Hipóteses Nulas Ho 1 - Não há diferenças significativas entre os diferentes anos aos quais foi realizado o questionário e as opções escolhidas. Ho 2 - Não há diferenças significativas entre o sexo dos alunos em relação às opções escolhidas. Ho 3 - Não há diferenças significativas entre 1ª opção para a profissão em relação às opções escolhidas. Ho 4 - Não há diferenças significativas entre o nível profissional dos encarregados de educação em relação às opções escolhidas. Ho 5 - Não há diferenças significativas entre o sexo dos Encarregados de Educação e as opções escolhidas. Ho 6 - Não há diferenças significativas entre a 1ª opção para o futuro trabalho em relação às opções escolhidas. Ho 7 - Não há diferenças significativas entre o sexo dos professores em relação às opções escolhidas. Ho 8 - Não há diferenças significativas entre os grupos disciplinares em relação às opções escolhidas. II Revisão Bibliográfica O que é a disciplina ? I- O que é a disciplina ? (introdução) Para além de descrever o que é a disciplina, ou o que ela deveria ser, aqui cola-se o trabalho de prevenção, o que se deve fazer antes, para que os problemas não surjam. Toda a escola ( espaços livres e aulas ) têm regras, e estas devem ser conhecidas por professores e alunos. O professor não pode partir do princípio de que o aluno as conhece. Quando se esclarece junto do aluno os comportamentos adequados, estamos junto dele a prevenir problemas futuros, e a responsabiliza-lo, em relação aos comportamentos futuros, que não se integram dentro dos parâmetros estabelecidos. O que é a disciplina ? Segundo Amado ( 1991), Num plano meramente formal, a disciplina pode considerar-se como um conjunto de regras e práticas que visam a integração do indivíduo na ordem necessária ao funcionamento das instituições e em ultima instância na ordem social. "Ora disciplina também quer dizer instrução e educação; o que justifica o uso de técnicas de ensino e de aprendizagem. Se aceitamos que a aprendizagem á facilitada por um ambiente tranquilo, facilmente poderemos pensar que qualquer alteração a esse ambiente é terrível. Os organismos habituam-se a ligar os seus estados emocionais às situações em que estes ocorrem. Assim, se um aluno se sentir ansioso ou ameaçado nas aulas de determinada disciplina, é natural que, ao fim de algum tempo, a própria aula se torne aversiva. Daí a importância da criação de um ambiente agradável na sala de aula para promover uma atitude favorável à escola." Nogueira (1991) Como nos diz João Nogueira, disciplina também quer dizer instrução e educação, e a aprendizagem é facilitada por um ambiente tranquilo. Muitos dos alunos com problemas de comportamento, desconhecem estes 3 factores essenciais à vida em sociedade e à vida escolar. Daí terem a formulação de regras e sua explicação um peso considerável se os problemas de comportamento se querem resolver. Existem hoje infelizmente muitos jovens que chegam à escola sem terem na sua própria casa qualquer tipo de regras e atravessam por vezes a escola primária sem as adquirirem. É para estes essencialmente que um conjunto de regras, têm de ser explícitas, explicadas e justificada a sua aplicação. Que novas regras surjam quando já algumas conhecemos não nos parece afectar nenhum aluno, mas quando este desconhece porque é que as tem de cumprir se ninguém lhes explicou a razão das mesmas. Para além disso professores e alunos têm que conhecer as regras de cada escola, que não terão de ser idênticas em todas, mas estas têm que ser conhecidas reconhecidas e compreendidas. Regras da Disciplina Regras da escola com sucesso Apresento seguidamente uma série de regras que poderão ajudar qualquer escola e que segundo Fontana (1985), caracterizam uma escola com sucesso. "Há uma série de regras que tendem a caracterizar uma escola com sucesso, e essas são as seguintes: 1. As regras da escola são limitadas em numero, mas são claras, bem publicitadas, e aplicadas consistentemente. 2. As regras são sensíveis, estão relacionadas com as necessidades da escola e da comunidade, e são vistas pelas crianças como sendo justas e apropriadas. 3. As regras , frequentemente, estão sujeitas a alterações e desenvolvimentos em resposta ás alterações e desenvolvimento das necessidades das crianças e da sociedade no geral. 4. A escola tem linhas de comunicação eficientes entre os alunos e os professores a todos os níveis, e efectivas linhas de comunicação entre o vário staff. 5. As decisões tomadas pelo director e pelo staff não são arbitrárias, mas estão relacionadas com os processo e valores que cada escola tem e que são vistos como funcionais pelos membros da mesma. 6. Quando possível a escola providencia a possibilidade de se realizarem sobre assuntos importantes. Até ao nível mais baixo, alunos e professores têm a possibilidade de tornarem os seus pontos de vista conhecidos do sistema escolar, e as suas opiniões não devem cair em saco routo. 7. A escola torna claro, por escrito, que está ali para ajudar as crianças no seu desenvolvimento pessoal e intelectual. Nenhum indivíduo ou grupo na escola deve ser desconsiderado. 8. A escola oferece um estimulante e adequado programa cultural e desportivo e transmite que estes são parte integrante da vida escolar. 9. São mantidas relações próximas com a comunidade local, incluindo os pais, e a participação da comunidade na escola é encorajada. 10. Há um método e processo de trabalho para trabalhar com crianças com necessidades educativas especiais. 11. As crianças recebem um encaminhamento nas suas decisões académicas e vocacionais, como seja escolha entre temas propostos, ou escolhas vocacionais, e preparação para entrevistas e pedidos de emprego. 12. A escola é vista pelos alunos como um local no qual estes são preparados para oportunidades realistas, e desafios do mundo exterior, e como uma fonte de informação e um guia em relação ao mundo exterior. 13. Existe um sistema efectivo, envolvendo todo o pessoal, para trabalhar com as crianças que coloquem problemas na sala de aula, e para aconselhamento de todos em relação a este problema. É claro que o autor é Inglês e que a realidade deste pais não é igual à nossa mas algo poderá ser feito e aproveitado, talvez um pouco de tudo possa ser feito. estamos face a problemas estruturais, monetários, etc., que vão condicionar a possível intervenção a este nível. O problema é saber se há vontade para implementar nas escolas, algumas destas medidas porque quem passou à poucos anos pela mesma, nunca sentiu nenhuma delas nem em conversas com professores sente que estas estejam a ser implementadas. Quando se tira a carta de condução numa primeira fase existe um exame teórico obrigatório que mais não é que o conhecimento de uma série de regras que permitem o "bom" relacionamento entre os automobilistas, se as regras escolares não forem entendidas por todos, como se poderá estabelecer um bom entendimento entre as diferentes partes. As regras são as formas que nos permitem estar que nos delimitam o nosso espaço de intervenção e relacionamento sem interferir com a liberdade dos outros e entrar em conflito. Depois de ter fornecido alguns dados que poderão resultar numa melhor disponibilidade da escola e do professor, vou abordar a sala de aula suas regras e medidas. Princípios de Organização da Sala de Aula. "A aula é uma realidade viva ( mesmo quando não o é) que embora bem preparada, embora integrada numa planificação, é susceptível de situações inesperadas, de inflexões, sendo muitas vezes possível salva-la depois de aparentemente perdida, da mesma maneira que se pode malograr apesar dos bons auspícios sob que começara, do trabalho e das esperanças que nela o professor investira." Boavida (1980) Estabelecer regras claras: "1. Cada professor deve especificar as regras claramente e demonstra-las se necessário. As regras devem ser no menor numero possível e devem ser claramente necessárias. Se uma regra não está a atingir o que se pretendia esta deve ser alterada ou excluída. 2. As regras devem ser meios e não fins, devem ter êxito naquilo a que se propõem. 3. Um bom controlo da classe envolve o estabelecimento de regras claras, onde estas são necessárias, evitando regras desnecessárias, revendo as regras periodicamente, e alterando estas quando apropriado, e envolvendo os estudantes o mais possível no seu estabelecimento e nas suas alterações." Boavida (1980) A própria aula é um meio sujeito a modificações e alterações; para que tudo se dê de uma forma equilibrada é necessário que nesta existam regras, princípios de organização. As recomendações nesta secção são todas sobre princípios gerais da organização da sala de aula. Estes princípios baseiam-se nos seguintes pressupostos, segundo Good, e Brophy, (1987). "1. Os estudantes seguirão melhor as regras da aula quando as compreendem e as aceitam. 2. O objectivo do professor é o de desenvolver auto-controlo nos alunos, e não somente controla-los. 3. Devemos maximizar o tempo que os alunos estão a trabalhar, e não perder tempo com pontos de vista negativos. 4. Os professores diminuem os problemas de disciplina se os seus estudantes regularmente estiverem a realizar trabalhos interessantes, consonantes com os seus interesses e capacidades." Se se observarem estes simples princípios vamos poder ter melhores e mais competentes salas de aula. Ao invés das regras propostas anteriormente, sobre a escola idênticas para todos, na sala de aula estas devem ser semelhantes mas consoante o professor e a própria disciplina (matéria) vamos encontrar formas diferentes de estar e ser. Os alunos têm dentro de si mesmos a capacidade de se adaptarem a diferentes professores e situações, convém existir uma certa unidade de base nas regras da sala de aula, mas estas podem variar. Ha professores que têm quase uma característica inata de auto - controlo da sala de aula, que a sua postura e presença transmitem confiança e respeito, e esses professores utilizam algumas destas regras, que são úteis para um melhor funcionamento da sala de aula e logo de um melhor relacionamento professor aluno. Técnicas para prevenir e lidar com problemas As regras não vão eliminar ou resolver os problemas, mas vão ajudar em muitos deles pois, segundo Good e Brophy, (1985) 1. "Um professor que tenta manipular os estudantes usando truques, sem ter estabelecido um bom relacionamento, cedo vai ter que recorrer á punição. 2. Os professores que se aproximam dos estudantes e se mostram preocupados com estes estão no bom caminho. 3. Os professores que gastam algum tempo no inicio do ano a ouvir os estudantes e a explicar as regras estão a fazer um investimento razoável. Isto ajudará a estabelecer credibilidade e a reduzir as tendências dos alunos de testar o professor ao longo do ano. 4. Quando um professor estabelece regras e força-as constantemente, os que as quebram só podem ficar zangados com eles próprios. Todos podemos estabelecer estas regras, mas estarão os alunos a compreende-las?, de que serviria uma ementa de regras se estas não forem apreendidas. Na sua sala de aula o professor tem que estabelecer as suas próprias regras e falar destas aos alunos pois um erro muito comum é o de esperar que o aluno saiba de antemão as regras de funcionamento, por isso ao estabelecer as mesmas devemos ter em atenção os seguintes pressupostos. Depois do estabelecimento de regras haverá sempre aqueles que de inicio não vão seguir as mesmas, nesse sentido segundo Good e Brophy (1987) sugerem que: "É preferível usar técnicas de controlo e dar prémios pelo bom comportamento para prevenir os problemas ( fazer com que estes não emergam), do que lidar com os problemas depois destes aparecerem." O facto de ter sucesso no controlo de uma classe prende-se mais com a prevenção dos problemas antes que estes ocorram, não se traduz pela habilidade ou capacidade para lidar com estes depois dos mesmos surgirem. Da mesma maneira e de uma forma simplista é mais fácil lavar os dentes ( e mais barato) do que trata-los, mas isso exige trabalho e planeamento, pois é essencialmente quando estes factores falham que nos deparamos com os problemas. A prevenção e o planeamento são duas chaves mestras da boa realização em qualquer área. Para além do controlo da própria sala de aula ( o seu interior propriamente dito ), á factores que vão influenciar o seu controlo e que se encontram ligados a esta mas externos á mesma. Segundo Fontana (1985) Um bom controlo permite ao estudante compreender o que se está a passar, o que é esperado deste, e permite-lhes ver mais claramente as consequências do seu próprio comportamento, desejado ou indesejado. As regras básicas de um bom controlo da aula são as seguintes. Ser pontual: Muitos dos problemas surgem quando o professor chega atrasado, ou ainda se encontra a colocar o material, quando os alunos chegam. A pontualidade no final da aula também é crucial, não os atrasando para a próxima aula, não faz com que estes se sintam "furiosos". Estar bem preparado: Isto tem significado não só para as grandes coisas, mas também para as pequenas. Desde o numero de lápis ou tesouras se necessárias para uma qualquer tarefa, o material audiovisual a funcionar nas devidas condições, não deixa espaço de acção para que o mau comportamento surja. Inicio rápido da aula: depois da professora e dos alunos estarem dentro da sala de aula é necessário dar inicio á aula o mais breve possível, para que a atenção dos alunos se focalize na professora e na matéria. Insistir na cooperação dos alunos: o que se deve tentar é obter a cooperação de todos os alunos antes de começar a aula. Usar a voz de uma forma clara: A voz é a principal via de comunicação entre o professor e a classe, esta deve ser usada de uma forma clara e com o volume adequado. Deverá ser uma voz que os alunos gostem de ouvir, e que o professor possa usar todo o dia. Estar alerta ao que está a acontecer na classe: Os bons professores dão a ideia de que controlam toda a aula. estes movem-se pela sala efectuando contacto visual, e identificar áreas onde poderão existir problemas. Analisar o que está a acontecer na classe: aqui traduz-se pela importância que tem por parte do professor a compreensão do que se está a passar por detrás do comportamento do aluno, o professor deve reter uma imagem para observar como cuidado o que se está a passar errado e analisar os factores envolvidos. O vídeo pode ser um meio a utilizar. Fazer um bom uso das questões: O professor que coloca questões frequentemente, dirigindo-as a crianças especificamente, está a usar uma estratégia para que todos estejam com atenção. "A investigação tem demonstrado que uma boa organização e direcção da aula ( management ) está intimamente associada ao sucesso escolar, à satisfação e auto conceito positivo do aluno e à diminuição dos desvios à norma." Amado, 1991. Kounin, (1970 in amado 1991) na 2ª parte do seu trabalho ( Discipline and Group Management) prestou atenção a um bom numero de técnicas de "Management" empregues por professores no controlo do comportamento do aluno. Reduziu essas técnicas - "necessariamente instrumentais" e não um fim em si próprias - a cinco tipos: "Withitness": o professor, através de todo o seu comportamento, mais do que ser uma mera expressão verbal, comunica constantemente à turma que sabe o que cada aluno está a fazer naquele preciso momento ou " que tem proverbiais olhos atrás da cabeça". Este skill torna o professor apto a agir imediatamente quando um desvio começa a surgir e, talvez, se possa traduzir por vigilância. "Overlapping": refere-se ao que o professor faz quando tem duas ou mais situações a solícita-lo ao mesmo tempo. " Atende às duas ao mesmo tempo ou fica imerso numa, negligenciando a outra? Trata-se de um fenómeno de atenção múltipla. "Smoothness": Como age o professor para iniciar e manter o ritmo de actividade da aula? São ou não evitados os comportamentos que interferem no regular decorrer da aula ? Kounin inventaria alguns desses tipos de comportamentos: Thrusts, Dangles, Flip-flops, Overdwelling e Fragmentation. - thrusts Interrupção súbita do trabalho dos alunos, com uma ordem, afirmação ou pergunta, enquanto os alunos estão ocupados e sem um sinal prévio ( pausa, olhar em redor, etc. ) - dangles Acontece quando o professor está empenhado numa actividade ou lhe está a dar início e, de súbito, a " deixar no ar, iniciando, de imediato, outra actividade. Ex.: pede a um aluno que inicie uma leitura e, de súbito, pergunta quem está ausente da sala. - flip-flops O professor termina uma actividade, começa uma nova, e retorna à actividade que havia terminado. - overdwelling Quando o professor insiste, exageradamente, em acções ou recomendações no sentido de que os alunos compreendam ou se empenhem em determinada actividade. - fragmentation O professor divide uma actividade em diversas partes, quando a mesma deveria ser realizada como um todo. - "Maintening Group Focus" O que o professor realiza através de técnicas como: Group acerting : Grau em que o professor mantém o grupo concentrado numa tarefa comum. Format : Designa o que é exigido às outras crianças, enquanto uma está, por exemplo, a ser chamada. Accountibility : Refere o grau em que o professor considera o aluno responsável pelas suas realizações. "Variety :" Esta técnica, que tem por finalidade evitar a saturação, concretiza-se, programando a aula de forma a oferecer aos alunos conteúdos variados, a exigir requisitos intelectuais diferentes ( atenção, memória, compreensão criatividade) e a organizar a turma em arranjos grupais diversos. "As técnicas para lidar com problemas de, distracção, mau comportamento todas ajudam o professor a: eliminar o problema o mais rapidamente possível, e com a menor perda de atenção possível por parte dos outros alunos." Good e Brophy (1987) Para Good e Brophy,(1987), a punição pode ser útil para ajudar o estudante a controlar o mau comportamento mas só em algumas situações e só na combinação com outras técnicas. A punição pode fazer mais mal do que bem , no entanto os professores não devem hesitar em usar a mesma quando numa determinada situação se torna necessário. Quando punir : como regra geral a punição é apropriada só quando se enfrentam situações de mau comportamento repetitivas, só deve ser usada como ultima "arma" quando o estudante repetidas vezes não responde a um tratamento positivo. O que é que a punição faz : não serve para ensinar um comportamento adequado, a punição pode reduzir ou controlar o mau comportamento, mas por si não vai ensinar bons comportamentos ou reduzir o desejo de se comportar mal. Usando a punição pelas razões adequadas : a punição deve ser usada conscientemente e deliberadamente, como uma parte do "tratamento" de um repetido mau comportamento Tipos de punições : Os diferentes tipos de punições não são igualmente apropriados. Restrição de comportamentos, limitação de privilégios e exclusão do grupo são recomendados.. Critica pessoal severa, punição física, e trabalho extra não são. "em Looking Classrooms Good e Brophy (1987) estabeleceram um conjunto de princípios do Management ( uma forma de prevenir e de lidar com os problemas ) ainda hoje mais ou menos repetidos em qualquer exposição sobre o assunto. Tais princípios no que respeita à acção preventiva são: - estabelecer claramente as regras onde elas são necessárias; - permitir que o aluno assuma responsabilidades; - minimizar desvios; - planear as actividades; - encorajar o esforço; - reforçar comportamentos adequados. No lidar com os problemas há que: - ignorar os problemas momentâneos; - cortar com qualquer problema que, pela sua repetição ou intensidade possa terminar em indisciplina; - punir só certas situações e em combinações com outras técnicas. Amado, João. 1991. Segundo Estrela (1994) " Na esteira de Kounin, a perturbação da aula é operacionalizada em termos de não envolvimento do aluno na tarefa que é suposto executar. Renunciando ao prosseguimento dos seus trabalhos sobre o efeito de onda * e sobre as características da intervenção disciplinar do professor, realizados em situações laboratoriais, Kounin envereda pelo estudo de situações naturais de aula, registadas em vídeo, envolvendo um grande numero de classes do ensino primário. Pôde assim estabelecer as correlações existentes entre a disciplina ou indisciplina dos alunos observados e as técnicas de organização (management) utilizadas pelo professor. Entre as técnicas que apresentam correlações elevadas com a disciplina destacam-se as seguintes. - testemunhação, ou seja, a capacidade de comunicar à turma que o professor sabe o que se passa mesmo quando está de costas voltadas; - a atenção simultânea a duas situações diferentes; - o ritmo da aula e a suavidade da transição entre tarefas (evitando: saltos na matéria, começar uma actividade deixando-a no ar, fazer discursos e sermões, fazer demasiadas recomendações sobre a tarefa ou sobre o material); - a variedade de estímulos oferecidos ao aluno; - a capacidade de manter o grupo ocupado numa tarefa comum através da responsabilização dos alunos e da atribuição da tarefas individuais." Penso que se estas regras forem seguidas há grandes possibilidades do relacionamento e do comportamento melhorarem na sala de aula, e de se estabelecerem melhores e mais profícuas relações entre os professores e os alunos. * O efeito de onda é a a perturbação causada pela intervenção disciplinar do professor em alunos que não eram por eles visados. Por exemplo: o professor admoesta um aluno e é outro que responde e se mostra zangado; por vezes é toda a turma que se mostra tensa após a repreensão dada a um aluno ou a um grupo. Problemas de Comportamento II- Problemas de comportamento. (introdução) De onde vêm para onde vão e o que fazer. Para além de uma breve introdução sobre estes, interessa mais desenvolver, um outro lado da questão que se prende com o que fazer quando o problema surge, o que se traduz basicamente por técnicas de "management". Formas de responder que são sempre fruto da nossa própria personalidade mas que podem ser adaptadas, pois o homem é na sua essência um animal que se adapta, e por isso a razão do seu sucesso como espécie. É na base deste processo que o professor deverá moldar para ter sucesso. Estamos conscientes que a grande maioria dos problemas provêm do exterior da escola ( factores sócio-educacionais), mas por vezes reconquistar um aluno para a sociedade, é o expoente máximo da educação. Caracterização das Crianças com Problemas Segundo Pires (1987) "as crianças com problemas de comportamento constituem uma das principais preocupações não só para os pais como também para os professores." Alguns exemplos destes comportamentos problema que interferem com um funcionamento social e educativo apropriados incluem: agressividade, ansiedade, atitudes negativas em relação à escola, depressão, dificuldades na interacção social, distractibilidade, hiperactividade, ofensas à propriedade e variabilidade no desempenho do trabalho. A escola é um local privilegiado das primeiras manifestações evidentes de inadaptação. São estas e outras crianças que vão colocar e dar problemas na escola. A sua inadaptação pode ser de diversos tipos mas as medidas com que se poderão combater estes problemas podem seguir uma linha orientadora e uma linha de processo para que os mesmos sejam combatidos. Ross & Pelham, ( 1981 in Pires, 1987 ) caracterização crianças com problemas "défice de atenção". " Com efeito, embora existam problemas quanto a definição e exacto diagnóstico da desordem " défice de atenção" (, as crianças assim diagnosticadas tendem a revelar dificuldades de atenção, impulsividade e hiperactividade. Poderemos caracterizar o seu comportamento nas áreas escolar e familiar como se segue: 1) Escola - Dificuldade em manter-se nas mesmas tarefas por um tempo razoável ( comparativamente à maioria dos seus companheiros ) bem como organiza-las e finaliza-las; - Frequentemente parece não estar a ouvir o que a professora diz; - Qualidade de trabalho muito variável e realizado de forma impulsiva; - Em testes individuais identificam-se erros resultantes de falta de reflexão e cuidado ( tempo cognitivo impulsivo); - Nas avaliações escolares detectam-se frequentemente omissões (letras, palavras, frases), interpretações incorrectas, trabalhos trocados; - Dificuldades nos trabalhos de grupo devido ao facto dos vários padrões de comportamento terem de se ajustar à média do grupo; 2) Casa - Frequentemente parece não ouvir o que lhe dizem; - Não segue as instruções/ordens dos pais; - Não brinca ou mantém-se em tarefas apenas por uma porção muito curta de tempo; "Além destes problemas mais directamente relacionados com a desordem, outros problemas ou dificuldades podem estar associados: negativismo, instabilidade emocional, baixa tolerância à frustração, birras, baixa autoestima, indisciplina, dificuldades escolares, e ainda dificuldades no relacionamento com os colegas."( Ross & Pelham, 1981 in Pires, 1987) Segundo um estudo de Bandura (1969 in Kirk e Gallagher 1987) 1. As crianças que observam modelos agressivos sendo recompensados por sua agressão tendem a se tronar também agressivas. 2. As crianças tendem a se identificar com o agressor bem-sucedido e encontram razões para os agredidos merecerem o seu destino. 3. As crianças que vêem modelos que estabelecem padrões elevados e se recompensam frugalmente comportam-se de modo semelhante. O comportamento dos modelos influencia o desenvolvimento do auto controle. 4. Não há nenhum dado que comprove o fato de que a violência dissipa os impulsos agressivos e torna uma pessoa mais sadia ( a hipótese de catarse ). Ao contrário, uma pessoa frustada que vê violência tende mais a extremar os impulsos violentos. Whiting (1963 in Kirk e Gallagher 1987) "Uma criança que inveja a pessoa que detém os recursos que ela mais valoriza tentará identificar-se com aquela pessoa." Será que existe alguém com quem os alunos se identifiquem dentro da escola, não será também as reacções de certas crianças um prosseguir do desagrado das suas condições de vida e o não identificar de objectivos ou de exemplos vendidos pela sociedade. Seeman (1967 in Kirk e Gallagher 1987) descreveu os elementos da alienação, ou como uma pessoa se vê desligada da sociedade em geral. Tais sentimentos predominam nos grupos sociais minoritários que sentem pouca lealdade ou ligação com a cultura em geral, pois percebem que são explorados por ela. 1. Impotência. A pessoa que experimenta uma sensação de impotência espera que as forças externas controlem as recompensas pessoais e sociais. Uma pessoa desse tipo tem pouca esperança de que o seu próprio comportamento possa ser útil para obter essas recompensas. 2. Ausência de significado. O indivíduo considera os assuntos sociais como incompreensíveis e tem poucas esperanças de um dia ser capaz de prever as consequências de acontecimentos sociais. 3. Falta de norma. O indivíduo acredita que na perseguição a objectivos ele não é compelido por padrões convencionais de conduta. Falta de norma implica uma expectativa elevada de que meios socialmente desaprovados precisam ser utilizados para se atingir estes objectivos. 4. Separação de valores. O indivíduo rejeita os valores da sociedade e atribui valores baixos aos objectivos e aos comportamentos que são altamente valorizados pela maioria dos membros da sociedade. 5. Auto - alienação. O indivíduo constantemente se empenha em actividades que não valoriza muito ( isto é, escola ou um trabalho desinteressante). Indisciplina e insucesso escolar, várias medidas Hawkins,( 1980 in Amado, 1991) ao passar em revista a bibliografia sobre a questão conclui: a evidencia sugere que os estudantes com insucesso estão em maior risco face ao mau comportamento na escola e, ultimamente, face ao envolvimento em comportamentos delinquentes. Acrescenta depois que um activo e produtivo envolvimento na aula e a existência de um contrato social na escola são condições para a redução do insucesso e da indisciplina. Hoje mais que nunca e devido a existência de um sistema demasiado permissivo ha muitos alunos que chegam ao 5º ano sem terem adquirido os conteúdos básicos; são estes os maus leitores de que o texto seguinte fala e que estão directamente ligados ao insucesso escolar e muitos deles ligados ao mau comportamento. O insucesso escolar, não tem que estar directamente ligado ao mau comportamento mas é um factor que vai em muito contribuir para o mesmo. sendo este um factor novo que veio aumentar os problemas já sentidos pela escola neste domínio, não poderia deixar de me referir ao mesmo. Comportamento dos bons e maus leitores. Seria natural pensar-se que um mau leitor seria um mal comportado na sala de aula pois não lendo fluentemente não poderá acompanhar quer as aulas diariamente quer a matéria que vai sendo dada ao longo das mesmas. Em conversas informais com vários professores vamo-nos apercebendo que tanto existem alunos que se comportam mal ou bem sendo maus leitores o que nos poderá levar a concluir de uma forma simplista de que o problema do comportamento não está associado a uma deficiente leitura. mas para não tirarmos conclusões precipitadas vamos rever alguns estudos já efectuados sobre este tema. Harris and Simon (1985 in Wasson , Beare eWasson 1990) relatam algumas das características das crianças com dificuldades na leitura sendo essas: "hostilidade, resposta emocional á leitura negativa, pouco esforçados, passividade, distractibilidade ou desassossego, e falta de concentração." Gentille & McMillan (1987 in Wasson,, Beare e Wasson 1990) caracterizam o comportamento destes como um " ranking que vai desde a raiva e agressão até a apreensão e evitação." Segundo Wasson, Beare e Wasson (1990) quais são as principais diferenças entre os bons e os maus leitores: não são alunos que colaborem muito nas aulas, da mesma forma envolvem-se e empenham-se menos no trabalho escolar e fazem a leitura de uma forma desconcentrada. Ainda segundo esta autora não foram encontrados comportamentos desrruptivos ou não compatíveis com o funcionamento das aulas mais do que os alunos que não apresentam qualquer problema a este nível. Do que foi escrito, podemos concluir que estudos mais recentes não mostram um relacionamento efectivo entre as dificuldades a nível da leitura e o mau comportamento, embora estudos mais antigos o demonstrem. Poderemos talvez dizer que uma deficiente leitura é uma forma de potenciar o mau comportamento dos alunos, principalmente se o envolvimento se prestar a isso, isto é existam alunos que apresentem comportamentos desrruptivos na sala de aula. Os professores devem na medida das suas possibilidades em classes de 30 alunos levar estes alunos a participar Gentille & McMillan ( 1987 in Wasson, Beare e Wasson 1990) " de uma forma democrática deve ser questionado directamente. Os professores devem providenciar apoio emocional e instrumental para levarem os estudantes a estarem dispostos a tentarem. Os professores que querem ajudar os fracos leitores a participar mais activamente na aula devem directamente mas de uma forma suportável, colocar-lhes questões para estes responderem, tendo em atenção que esta participação resulte em sucesso, e elogiem os fracos leitores directamente e especificamente pelas suas respostas e pelo seu sucesso." Como já referido no primeiro capítulo as medidas preventivas são de importância primordial aqui encontra-se um quadro de Amado, 1991, com as várias medidas a tomar Medidas Preventivas Medidas de Apoio e Ajuda Medidas Correctivas Medidas de Adaptação Modelo cascata da actuação disciplinar Do mais desejável --------------------------------------------- ao menos desejável Medidas Preventivas Respeitar diferenças individuais: - Crie uma atmosfera na qual o estudante demonstre respeito pelo trabalho e pelos outros; - .., na qual o aluno possa exprimir sem receio os seus sentimentos..( caixa de reclamações); - .. onde as decisões possam ser democraticamente tomadas: - Desenvolva, logo no inicio do ano, a auto disciplina dos alunos; - Faça um inventário das necessidades e dos interesses dos alunos. Pode ser útil aplicar um teste sociométrico. Medidas de Apoio e Ajuda Estabelecer as normas da classe (contratos) - Promova com a turma a elaboração de contratos pedagógicos. - Na elaboração do contrato pedagógico pode optar pelos seguintes espaços: -Faça uma lista de regras para os alunos, bem como as consequências positivas do seu cumprimento e as negativas da sua infracção. - Leve os alunos a estabelecerem um conjunto de regras para o comportamento do professor. - Faça um role playing da violação de cada uma das regras, de forma a assegurar a compreensão por parte de todos. - Discuta em conjunto com os alunos quais as regras e consequências a manter. - Redija o contrato em conjunto com os alunos. - Marque um período de tempo para experiências e ajustes. - Depois dos ajustes, divulgue-o, exponha-o exija que ele se cumpra. - Crie situações que permitam à classe julgar o seu próprio cumprimento das regras. Medidas Correctivas Entramos no conjunto de medidas menos desejáveis porque indiciadoras de que, apesar de tudo, algo vai mal. Encontramo-las, na prática quotidiana, numa grande variedade de formas susceptíveis, de se agruparem nas seguintes estratégias: Estratégias passivas. Estratégias activas verbais. Estratégias activas não-verbais. Estratégias mistas. ex.: ignorar o comportamento. ex.: olhar fixamente aproximar-se. ex.: mandar ao quadro, mudar de lugar, confiscar objectos. ex.: expulsar da sala com falta de participação ao D. de Turma. Repreensão eficaz: Deve atingir o alvo correcto. O aluno em falta deve ser devidamente identificado. Por vezes, é difícil identificar aquele que inicia um comportamento perturbador, mais ou menos generalizado, ou distinguir aquele que apenas responde a provocação de outro. Deve ser clara e firme: Para ser clara deve enunciar a regra que está a ser violada ou sublinhar o lado positivo dos comportamentos, isto é, o que o aluno deve fazer, em lugar de censurar o que ele está a fazer. ex.: "toma atenção" em vez de "não olhes para a rua". A admoestação verbal, firme e decidida, deve ser acompanhada por formas de comunicação não verbal que demonstrem ao mesmo tempo, amizade e ausência de ressentimentos - "sorrisos de atenuação", "gestos afectivos". Deve evitar confrontos: Fazendo parar, logo de início, um comportamento perturbador, e retomar de imediato a aula adiando uma conversa com o aluno para o fim. - Esta conversa deve ser realizada num clima de confiança e mútuo respeito; ser feita tanto quanto possível em privado; demonstrar atenção e interesse pelo aluno. Este será levado a avaliar o seu próprio comportamento e a comprometer-se a mudar. - Evitar o sarcasmo e a ridicularização, pois, são sentidos pelo aluno, como abusos de autoridade. - manter a calma: se o professor for agressivo, o aluno, que é ainda emocionalmente imaturo, reagirá igualmente com agressividade. A Punição No que respeita à punição, verificámos que ela se traduziu, quase sempre, por uma "expulsão" da sala. Os objectivos dos professores resumiam-se às seguintes funções: - Função Preventiva- exemplo-- o professor considera que se deixar passar a infracção uma vez, perde a legitimidade para impôr a regra, futuramente: "para não abrir precedentes", " para evitar situações análogas", " para servir de exemplo". - Função Reorganizadora- castigando ( sobretudo expulsando ) restabelecem-se as adequadas condições de trabalho na sala de aula: "para permitir a imediata continuação do trabalho". - Função Simbólica- lembrar ao aluno que o professor está ali com um estatuto de autoridade que não pode ser contestado: " para não me sentir desautorizado nas minhas funções". Ora em qualquer destes objectivos está ausente uma verdadeira função educativa, ausência que, aliás se verifica, também nas condições que se oferecem ao aluno para cumprir o castigo: nos corredores ou no recreio, em conjunto com outros colegas, talvez igualmente punidos ou faltando injustificadamente às aulas. Nesse caso onde está a possibilidade de o aluno reflectir sobre o seu comportamento e de avaliar as suas consequências? onde está a função educativa da punição ? Segundo Campos (1990) A punição é uma estratégia útil para fazer face a comportamentos perturbadores de menor importância, sobretudo aqueles que são motivados pelo desejo de chamar a atenção do professor. Exerce-se através da imposição de um estimulo que provoca aversão. esta estratégia pode, contudo, originar efeitos negativos nos alunos. Entre os efeitos secundários (e negativos) dos métodos de punição, contam-se: a) fortes reacções emocionais que dificultam novas aprendizagens, b) reacções de evitamento dos alunos à escola, contexto de punição, c) a agressividade dos alunos face aos responsáveis pela sua punição, d) o professor funcionar como um modelo de agressão, a ser copiado pelos alunos. A punição tende a ser utilizada porque diminui de uma forma imediata o comportamento-alvo. mas, como é sujeito a habituação, muitas vezes o professor tem que punir cada vez mais e mais forte para surtir o mesmo efeito. a utilização eficaz da punição requer que professor: a) se dirija ao aluno mantendo o contacto ocular, b) fale de forma calma, firme e clara, c) se necessário, faça um aviso de sanção sempre que a mesma possa ser aplicada. Medidas Adaptativas Trata-se de um conjunto de medidas a tomar com certos alunos, quando todas as outras falharam. O princípio fundamental destas medidas é pois, o de implicar e envolver o aluno na modificação do seu comportamento, utilizando o diálogo franco e aberto acerca das suas causas, consequências e posições a tomar. As acções decorrentes deste princípio podem tomar a forma de um contrato entre professor e aluno, com consequências positivas e negativas definidas e incidindo sobre a alteração de apenas um ou dois comportamentos habitualmente perturbadores e bem identificados. A adolescência e os problemas de comportamento. A adolescência é um período de grandes modificações e alterações, as mesmas podem colocar problemas de relacionamento familiar ou escolar. Desde o confronto de ideias às atitudes. Segundo Campos (1990) se o adolescente reage às mudanças que ocorrem no seu corpo, a sociedade também reage. Tal reacção pressiona o adolescente a actuar em conformidade com as expectativas ou a viola-las. A sociedade manifesta estereótipos acerca dos adolescentes. A velha versão de que a adolescência é um período de stress e tempestade, ou seja um período violento e de tensão, leva a sociedade a desconfiar dos adolescentes. esta desconfiança leva a sociedade a esperar que o adolescente tenha um comportamento ameaçador da estabilidade da vida social. A expectativa auto-realizada, ou seja, uma expectativa que empurra os adolescentes para o comportamento que é esperado deles, provoca tensão, desconfiança perante comportamentos não conformistas, podendo, por si só contribuir para divergências entre adultos e adolescentes. Por vezes as pessoas fazem aquilo que é esperado deles e não mesmo a sua vontade. Hoje quase que se impôs que os adolescentes têm problemas, mas isso nem sempre é verdade. Para Delamont (1985)A maioria dos autores projecta nos adolescentes as suas ansiedades e as suas duvidas e há dúzias de livros que acentuam bem como são confundidos, perturbados, facilmente desviados do bom caminho e vulneráveis os adolescentes. Eu e os meus colegas não fomos vulneráveis os adolescentes que conheço não os acho vulneráveis e para além dos autores acho que muitos pais colocam os seus sonhos duvidas e ansiedades nos seus filhos, como irei falar mais adiante os pais são directamente responsáveis pela boa ou má passagem desta fase. Campos (1990) Na adolescência, a capacidade de formular hipóteses sobre possibilidades permite representar os seus sentimentos e pensamentos, tal como os das outras pessoas. Embora possua capacidade para verificar esses pressupostos, falta ao adolescente motivação para a o fazer. Está tão preocupado com as mudanças na sua aparência física e com os seus sentimentos e emoções emergentes que não testa os seus pensamentos acerca do que as outras pessoas pensam e sentem. As alterações trazidas pela maturação na fase da puberdade, são tidas como geradoras de desafios afectivos para os adolescentes (Hill, 1980; Hill & Holmbeck, 1987; Papini, Roggman, & Anderson, 1991; Papini & Sebby, 1987; Steinberg, 1990 in Papini 1992). As alterações sociais e do próprio ambiente, trazidas devido á passagem para um novo ambiente escolar também gera stress e desafios. Para além disso segundo Delamont (1985), os rapazes e as escolas parecem estar presos num conflito de morte, e muito antigo, que talvez possa ainda causar graves danos a ambas as partes... O problema não está apenas no facto de que, a maioria dos casos, os professores seja mulheres, O problema é que a escola é um mundo demasiado feminino, governado por mulheres, pelas suas normas e pelos seus padrões. Os valores das escolas são demasiado passivos e demasiado femininos para que sejam saudáveis para rapazes em crescimento e por isso os rapazes se fazem rebeldes e têm mau aproveitamento. Para Goodnow (1987) "a adolescência pode trazer alterações educativas negativas como seja o aumento da ansiedade acerca dos resultados escolares ( Buhrmester, 1980). As alterações no relacionamento com os colegas está também ligado á motivação escolar e ao seu sucesso. As relações com os professores também podem sofrer alterações durante a adolescência. A principal causa é uma alteração na organização da escola, quando os estudantes mudam de uma de uma pequena escola para uma escola maior, e de um prolongado e próximo contacto com um professor, para um mais despersonalizado com vários. Existe portanto uma relação mais fraca entre os alunos e os professores. Também se dá pela parte dos professores uma maior importância no controlo dos alunos, uma maior despersonalização por parte destes, stress mais elevado, e um sentido mais fraco da eficiência educacional. Estes factos sugerem uma deterioração da relação professor aluno quando os jovens começam a olhar para os adultos como potenciais modelos. O jovem tem necessidade de encontrar modelos para seguir, quem já não ouviu falar da crise de modelos nos E.U.A., e o que se passa é que os alunos passam inúmeras horas da sua vida num local onde é extremamente difícil encontrar modelos. "Estudos relatam a associação entre, problemas na vida familiar e problemas de ajustamento na escola. Pesquisadores encontraram associação entre problemas na vida e problemas de ajustamento escolar" Goodman (1993) O comportamento do aluno é sem qualquer duvida o resultado de várias variáveis sendo a família uma das mais importantes. nesta fase da vida esse problema (se existir) poderá ser potencializado com a aparição de maiores e mais numerosos problemas. Essa insatisfação vai-se revelar na escola no comportamento e no aproveitamento. mas se por outro lado a relação pais adolescentes for positiva estes vão demonstrar um maior equilíbrio e um melhor comportamento. Como nos diz: Carol (1987) O estériotipo do adolescente é de alguém caprichoso, rebelde que está em constante conflito com as instituições. Pais que esperam que os seus filhos se tornem mais difíceis e rebeldes, quando estes passam a fase da puberdade, podem tentar restringir o comportamento dos seus filhos e tornarem-se mais exigentes. Como os adolescentes estão ligados a uma resposta negativa a estas alterações e os pais podem inadvertidamente, criar o comportamento que estão a tentar evitar, o que vai aumentar a rebelião dos filhos. Existe alguma evidencia de que a existência de conflitos familiares antes da transição para a adolescência é um predictor de que vão existir conflitos entre os pais e os filhos na adolescência destes. Famílias que têm maiores problemas neste período de transição, são aquelas que também tiveram mais problemas antes deste período. Por oposição, os pais que esperam uma relação mais positiva, com os seus adolescentes podem dar aos seus filhos uma maior autonomia, e maiores oportunidades para tomarem decisões. este comportamento leva a positivas alterações na relação pais adolescente. E é isto que acontece há pais capazes de ultrapassar este momento e á aqueles que não são capazes, mas este são geralmente aqueles que até então também não souberam ultrapassar as outras fases de desenvolvimento da criança até ter chegado a adolescente. Espero que os adolescentes não deixem de ser aquilo que os autores indicam. Mungham e Pearson (1976 in Delamont 1985) indicam que os adolescentes ou são tratados como membros rebeldes e mal adaptados de um mundo bem organizado, ou são glorificados como rebeldes em potência... que hão-de derrubar um mundo que está doente, sem vida e sem brilho". Os adolescentes são portanto o espelho de um mundo organizado ou a força em potência para mudar o mundo Não posso deixar de acrescentar aqui um capítulo de algo que hoje influencia bastante a adolescência e poderá estar a alterar de uma forma negativa o comportamento de alguns. A violência na televisão e o impacto nas crianças. "Vários estudos se referem ao aumento da violência nas crianças, deixo aqui alguns dados que o reflectem. Num estudo efectuado nos Estados Unidos constatou-se que o numero de crianças que repetia os gestos observados na televisão era significativo Outros pesquisadores avaliaram o impacto emocional a partir da transpiração cutânea em jovens de 4-5 anos. Depois de terem visto uma série de extractos de filmes neutros e violentos, as crianças reagiram mais a extractos violentos nos quais se encontravam figuras humanas. Um perigo mais profundo foi denunciado pela psicóloga Liliane Lurçat antiga pesquisadora relata a influencia sobre os tempos livres e de sonho, que a televisão perturba o desenvolvimento do imaginário na criança. Uma criança que joga recorre ás suas próprias representações mentais. Quando os seus jogos são a recriação do que viu na televisão, a criança já não é mais autora dos seus pensamentos mas sim interprete do pensamento dos outros. A televisão faz nascer uma confusão entre a ficção e a realidade, na idade em que se faz naturalmente esta descriminação. Fenómeno que induz á "desrialização". Os psiquiatras americanos pensam que as crianças se tornam assassinas porque perderam o contacto com a realidade. Se os seus pais não assumem o seu papel, estes vivem num mundo fictício, inventando histórias que servem de explicação á violência. A morte não é mais do que um acidente no seu cenário. "A partir do momento em que ensinamos o indivíduo a analisar os documentos, ou a colocar questões referentes ás imagens ou ás técnicas utilizadas, o tele espectador tem todas as possibilidades de controlar o processo". Concluiu Pr. Marcel Frydman, num estudo conduzido no meio escolar. Marcel Frydman Télévision et Violence, Editions médicales internacionales, 1993. Alguns dados soltos: 1. No Canadá e nos Estados Unidos os assassínios aumentaram 93% entre 1950 ano de introdução da televisão e 1970. Na Africa do sul onde a televisão só foi autorizada a partir de 1975 os homicídios aumentaram 130%. 2. Nos Estados Unidos o numero de prisões aumentou entre 1981 e 1990 60% enquanto não ultrapassou os 5% para os maiores de 18 anos. 3. A taxa de homicídios praticados por jovens aumentou de 10 para 19%. 4. Os delitos cometidos por menores de 13 anos passaram de 36000 em 1980 para 48000 em 1987." Bourdial (1994) Alteração de Comportamentos III- Alteração de comportamentos (introdução) Para além de saber o que fazer perante a situação, interessa depois de a ultrapassar, na situação imediata, corrigir o comportamento para que este diminua a sua frequência ou se extinga. O simples mandar para a rua está errado nos termos em que hoje é aplicado, o mandar para a rua, deveria ser algo punitivo, mas como tal não acontece nas escolas em Portugal, há outros caminhos que se podem seguir por forma a alterar o indesejado. Aqui abrem-se novos caminhos, que podem ser utilizados na escola embora se conheçam os limites institucionais e legislativos, a este nível, e definitivamente para que não haja duvidas a escola parou no tempo. Neste capítulo pretende-se fornecer pistas, orientações para a alteração de comportamentos. Quando surgem comportamentos desrruptivos tenta-se muitas vezes altera-los com castigos que de alguma forma foram ultrapassados pela sociedade, a suspensão do aluno da escola faz sentido em certos casos dependendo o êxito do mesmo do respeito que a escola merece quer por parte do aluno assim como do encarregado de educação. Muitas vezes verifica-se que a expulsão traduz-se mais por umas férias repartidas do que por um castigo exemplar. Aqui pretende-se mostrar que não há um castigo que se aplique a todo o aluno pois cada um reage de modo diferente, como também o castigo muitas vezes não é o caminho mais indicado. Mas, não basta somente dizer o que está mal ou bem, mas sim indicar caminhos para chegar a um compromisso que tenha em atenção os Pais os Alunos e os Professores num triângulo mágico do bom comportamento. Contratos de contingência. Segundo ( Alberto & Troutman 1982; Nelson 1981 in Barbetta 1990 ) "Existem uma série de sistemas que tiveram sucesso na promoção de uma série de comportamentos sociais e académicos. "Pesquisas mostraram que os contratos de contingência têm sucesso quando os estudantes estão efectivamente envolvidos em alguma fase do processo ( Brownell, Colleti, Ersner-Hershfield, Hershfield & Wilson 1977; Raschke 1979; Salend & Ehrlich 1983 in Carter 1988)" O que fazer antes de elaborar um contrato O primeiro passo a dar é a selecção do comportamento que o aluno deverá ter. Este tem que compreender quais são os comportamentos indicados, tem que ter uma referência pela qual se possa guiar, pois muitas vezes os alunos mal comportados ou não têm referências ou as que têm são anti-sociais ou desinceridas do contexto escolar. "Um dos métodos pelos quais se poderá estudar o comportamento dos alunos com estes é através da filmagem de aulas e da sua visionação para discussão dos comportamentos que devemos ter ou não na sala de aula. Nesta filmagem deveremos ter em atenção que, a presença da câmara vai alterar o comportamento dos alunos e então o que fazer ? Se possível devemos levar a câmara de filmar para a aula várias vezes para que os alunos se habituem á mesma de maneira a que quando realizarmos a gravação os comportamentos sejam o mais naturais possíveis." Clarizio (1990) Depois de encontramos os comportamentos adequados e dos explicarmos aos estudantes e antes de elaborarmos um contrato devemos encontrar o reforço adequado para cada aluno. Muitos destes programas falham porque os professores não conseguem encontrar o reforço adequado. Como elaborar um contrato (elementos componentes do contrato) Segundo Wolery Bailey , Sugai (1985). " Os contratos podem ser escritos individualmente, pelo professor e pelo aluno; o professor e o encarregado de educação; o professor o encarregado de educação e o aluno, ou por qualquer outro grupo de indivíduos.. Os contratos são úteis com indivíduos capazes de entender as consequências associadas com o seu comportamento. São também úteis para a família do estudante (Stuart, 1971in Wolery Bailey , Sugai (1985). Contratos familiares podem clarificar a comunicação contraditória e muitas vezes ambígua de muitas famílias mal organizadas". Gelfand & Hartmann,( 1984 in Wolery Bailey , Sugai (1985). Isto é especialmente verdade quando o professor tem pouca experiência ou o estudante não compreende os termos do contrato. Os contratos de comportamento são simples e consistem no mínimo em cinco elementos. 1º Os comportamentos que constem no contrato devem deve ser observados e quantificados. 2º De uma forma clara devem ter especificados as recompensas e os privilégios que cada pessoa irá receber. 3º Deve constar o que é esperado do estudante. 4º Consequências especiais ou bónus podem ser utilizados para aumentar o que se propõe 5º Meios para gravar os comportamentos e tomar nota das ocorrências devem ser constantes. " De acordo com Stuart (1971 in Pires 1987), um bom contrato contém cinco elementos básicos: a) Contém detalhes dos privilégios que cada parte espera ganhar após realizar as obrigações decorrentes do contrato; b) Contém descritos os pormenores das responsabilidades essenciais à obtenção dos privilégios; c) Contém um sistema de sanções pelo fracasso em cumprir as responsabilidades; d) Contém uma clausula relativa a um bónus pelo cumprimento do contrato; e) Contém um meio pelo qual cada parte sabe se a outra está a cumprir o contrato; Heuchert (1989) acrescenta outras cinco condições que acredita serem fundamentais para o próprio funcionamento do contrato: a) A criança deve entrar voluntariamente no contrato; b) Devem ser obtidas linhas de base para, pelo menos, uma área problemática ( ver d ) ; c) Durante a vigência do contrato « as contas » devem ser feitas diariamente, ao fim do dia e na presença de ambos os pais ( se for o caso ); d) Durante a primeira semana a criança deverá ganhar mais do que perde ( para isso as exigências poderão basear-se em objectivos ao seu alcance ( ver b ) ; e) O contrato deve ser sujeito a alterações periódicas ( ex: 7 -7 - 15 - 15 - 30 - 60 ... dias ) ." Para Fontana (1985) Um bom contrato deve ter: 1. Devem ser entendidos por todos e desde o inicio a criança ( estudante) deve participar no mesmo. 2. Ser aceite e assinado por todas as partes. 3. Ter prémios realistas e desejados ( comportamentos realistas e possíveis para a criança ). 4. Ser feito por breves períodos e serem renovados, para que a criança possa ver o progresso que está a fazer e obter prémios em intervalos frequentes. 5. Envolver os pais e a comunidade o mais possível. 6. Ser interpretado consistentemente por todo o staff. 7. Tornar muito claro para a criança os tipos de comportamento desejados e como estes vão ser reconhecidos pelos professores quando estes ocorrem. 8. Permitir à criança tomar mais responsabilidade nos termos do contrato cada vez que este vai sendo renovado. Componentes que devem constar sempre de um contrato de comportamento. segundo Wolery , Bailey , Sugai (1985) 1. Uma declaração clara do comportamento que se pretende alcançar. 2. Designação de todas as pessoas directamente envolvidas. 3. Como se vão recolher os dados. 4. Identificação clara de todos os reforços que irão ser usados. 5. Especificação dos comportamentos, responsabilidades, e/ou condições para. 6. Especificação das consequências se os alunos falharem. 7. Bónus para um comportamento excepcional. 8. Datas precisas para inicio e fim do contrato. 9. Assinaturas de todos os intervenientes e datas da celebração do contrato. No inicio os professores devem seleccionar comportamentos que tenham uma grande probabilidade de sucesso. Se tivermos em atenção todos estes dados, vamos poder construir um bom contrato, que decerto irá melhorar o comportamento do aluno. Mas temos sempre que analisar as causas desse comportamento. o problema poderá estar ligado á escola, mas também poderá estar ligado, ou ser um reflexo de um problema familiar. Nessa altura poderemos com a utilização do contrato estar só a mascarar o problema, a torneá-lo e não a resolve-lo. Nogueira (1991) define as regras de um contrato: "Em termos gerais, as regras deverão ser simples, claras e concisas, e pouco numerosas. A sua formulação em termos positivos deve orientar o aluno para o comportamento desejável e não somente proibir. Sem consequências as regras perdem a sua eficácia. Também variando em função do desenvolvimento, as consequências devem ser claras e sobretudo aplicadas consistentemente. Idealmente deveriam existir recompensas para o cumprimento e penalizações para o desvio da norma. Neste caso, a penalização poderá ser administrada dando três oportunidades Wielkiewicz,( 1986 in Nogueira 1991 ): à primeira infracção o aluno é avisado de que infringiu a regra; à segunda é-lhe lembrada a consequência e à terceira aplica-se a penalização. A vantagem desta técnica é a de permitir ao aluno a correcção no caso de distracção ou esquecimento da regra. De acordo com Nogueira (1991)depois de se ter negociado o contrato e este estar em vigor se se tiver problemas com o mesmo devemo-nos questionar sobre: 1. Está o comportamento que se pretende modificar bem definido ? 2. Estará no contrato incluído pequenas lembranças que serão dadas a seguir a pequenas melhoras ? 3. Está o contrato, claro, justo, usado sistematicamente, e mutuamente negociado ? 4. Será a penalidade demasiado dura ? 5. Terá o estudante entendido o acordo ? 6. Está o estudante a receber recompensas fora do contrato ? 7. Serão necessários novos reforços? 8. Terá sido desenvolvido um novo problema que está a retirar a atenção do professor do comportamento alvo ? 9. O professor entende o acordo ? 10. Dará o professor o tipo e a quantidade de prémios estabelecidos no contrato ? 11. Dará o professor os prémios especificados e com coerência ? 12. Terá uma punição acidental ter sido associada com um comportamento que está a ser reforçado ? Vantagens de um contrato Segundo Gaudin (1984) 1) O contrato é bom para estruturar relações entre pessoas que normalmente interagem. Muitos dos problemas dos alunos necessitam de um plano de acção, que forneça uma estrutura definitiva, clarifique os papeis e responsabilidades, e identifica caminhos alternativos e as suas consequências Hackney,( 1974 in Gaudin 1984). O maior beneficio a reter é a estruturação de relações interpessoais, no sentido de resolver o problema, ( por exemplo, facilitando a comunicação entre o aluno e o professor). 2) Em muitos casos, o contrato permite ao aluno ter voz activa na resolução do problema. Encoraja o estudante a participar na designação do ritmo e da direcção das suas experiências de aprendizagem promovendo a auto regulação. 3) O contrato não só promove o auto controlo como também ensina o estudante a responsabilidade do seu comportamento. Ajuda-o a confessar e a resolver os seus problemas. 4) Com estudantes mais velhos que são capazes de se auto-controloar e de iniciar autonomamente, um auto-contracto pode ser feito(por exemplo,estudo independente). Para aqueles que necessitam de um controlo externo o professor pode coordenar as tarefas de comum acordo. 5) O plano pode ser renegociado. Existe uma flexibilidade inerente ao processo de estabelecimento dos contratos que permite em qualquer altura a sua renegociação, quer a nível dos prémios como também dos comportamentos a alterar. 6) Embora apropriado para os adolescentes estes contratos podem ser estabelecidos com crianças mais novas e até num infantário. 7) Os contratos podem ser usados para negociar com grupos como também com indivíduos. Este ponto é importante pois para além de tudo deve ser um bom trabalhador de grupo. Os contratos podem conter ou arcar com os problemas académicos e sociais. Exemplo de um contrato CONTRATO Este contrato é realizado entre o aluno __________________ e o professor _______________________________ . O contrato tem inicio a __/__/__ e termina em __/__/__ Deverá ser renegociado em __/__/__ Durante a duração do mesmo, o aluno _______________________ do ____ ano da escola ______________________ compromete-se a comportar-se nas aulas, de maneira a que não haja nenhuma queixa por parte dos professores, e a não faltar ás mesmas no período estabelecido anteriormente, se tal se verificar este receberá como prémio passar a noite de sexta- feira para sábado em casa da avó. O aluno ___________________ O professor ___________________ _____________________________ Lisboa __/__/__ Muitos dos autores quando se referem ás características dos contratos se referem aos bónus e ás recompensas. Para a realização ou programação dos mesmos poderemos utilizar algumas ideias do sistema Token que nos poderá fornecer pistas que nos irão ajudar a estabelecer, um quadro de recompensas justas e equilibradas para o estudante ou estudantes com os quais estamos a trabalhar. Token Wolery Bailey Sugai . (1985) O sistema "Token" ( lembrança, cupom, vale) permite aos estudantes receberem prémios ou cupons que mais tarde poderão trocar por prémios. Os reforços são previamente estabelecidos, e estes poderão ser objectos, eventos ou privilégios que tenham importância para os alunos.. sistema " Token" tem regras que definem: a) os comportamentos que receberam prémios, b) processos para entrega dos prémios, c) o valor de cada reforço, d) o processo pelo qual cada cupom é trocado por um prémio, e) processos para controloar o progresso dos alunos, f) processos para negociar comportamentos inapropriados, e g) processos para acabar com o uso do sistema "Token". Os sistemas de recompensa também pode incluir valores monetários, isto é , moedas, notas, cartões de crédito, e cheques que são trocados por prémios específicos como comida, roupas, actividades de recreio, e outras. Não nos podemos esquecer deste pequeno promenor. Mounier (1987) " só depois dos 6-7 anos é que o dinheiro começa a representar um interesse nele próprio, e este interesse vai encontrar as suas raizes nos investimentos da pequena infância, fonte da dimensão simbólica do dinheiro. Na sala de aula o sistema "Token" poderá utilizar como reforço cartões, dinheiro fingido. Este sistema também pode incluir, pontos, créditos, que poderão ser trocados por objectos, como jogos ou brinquedos. Regras para a formulação do sistema "Token" Wolery Bailey , Sugai (1985), dizem-nos que: Da mesma maneira que existem uma série de pontos que devemos ter em conta quando da formulação de um contrato também devemos ter em atenção os pontos seguintes que se seguidos vão facilitar e ser uma sólida base para o êxito do nosso sistema token. Ayllon e McKittrick (1982 in Wolery , Bailey e Sugai 1985) sumarizaram o processo pelo qual se pode estabelecer o sistema "Token". a) Identificar os comportamentos alvo b) Definir os prémios c) Identificar, privilégios e outros incentivos para compensar comportamentos apropriados. d) Planear um programa de trocas Três passos adicionais devem ser considerados. e) Plano para fazer esmorecer o uso deste sistema. f) Desenvolver um sistema para relembrar g) Estabelecer linhas mestras claras e operacionais. a) O primeiro passo prende-se com o estabelecimento de todos os comportamentos alvo. Os comportamentos académicos e sociais são estabelecidos, e o estudante deve ser informado daqueles que têm um reforço positivo ou negativo. b) Depois de definidos os comportamentos devemos estabelecer qual o prémio, isto é o objecto ou símbolo que irá servir como reforço. O reforço actua como um estimulo discreto que faz a ponte entre o comportamento adequado e o dar de um prémio.. Os prémios devem ser seleccionados e controloados pelo professor. O grande objectivo do reforço é fazer a ponte entre o comportamento e a realização do objectivo por parte do aluno. Os prémios que mantêm o seu valor, isto é as suas qualidades como reforço á medida que a criança vai ganhando outros reforços deve ser mantido. c) Identificação de prendas prémios ou cupões que poderão ser dados aos alunos. O Professor tem que tentar saber quais os gostos do aluno para encontrar o prémio adequado que vai servir de reforço, quando este apresenta um comportamento adequado. d) Aqui vamos encontrar um sistema de recompensas no qual o exemplo de um ou vários cupons ou da soma de pontos que vão dar a oportunidade de o aluno receber em troca a ida a um cinema no fim de semana que pode valer 50 pontos ou 50 cupons. deve sempre haver um numero mínimo que não deve ser muito elevado que permita a uma criança receber um prémio. Um plano de trocas também deve incluir regras para: a) quando é que as trocas ocorrem. b) como é que as trocas são feitas. c) aonde é que as trocas são feitas. Depois de se ter estabelecido um contrato e uma forma de fornecer ao aluno os prémios correspondentes pela sua melhoria de comportamento, temos que pensar que a dádiva de "prendas" não poderá ser infinita, isto é o aluno tem que descobrir outros pontos positivos até ai inexistentes e que surgiram como fruto da sua alteração de comportamento. A seguir referimo-nos á manutenção e difusão do comportamento desejado. Segundo Gaudin (1984) "A entrega de prémios não pode continuar indefinidamente. há uma série de pontos que devem ser considerados. Os comportamentos devem-se manter e devem ocorrer noutras situações, como no bar (bufete), no recreio ou em casa. Kazdin (1975 in Gaudin 1984) indica 7 formas de manter os novos comportamentos e transferi-los para outras situações: 1. Substituição dos prémios extrínsecos por prémios intrínsecos ao próprio funcionamento da aula. Como seja o elogio, actividades interessantes, e privilégios que podem ser concedidos na sala de aula, e que vão substituir os doces e outros prémios. 2. Treino de outros para terem um reforço positivo ? 3. Retirar os prémios gradualmente. Este é um procedimento útil, porque prepara o estudante para as condições de vida diária. O remover gradual, providencia um período de transição entre uma aula que fornece os prémios de uma forma sistemática e outra que os fornece de uma forma assistemática. Evitando o retirar abrupto de prémios dados para atingir o comportamento definido. 4. Variar as condições de "treino". Quer colocando outras pessoas na actividade como também alterando o cenário em que os comportamentos ocorrem. 5. Mudar para um reforço intermitente ou menor. Isto torna o comportamento persistente e resistente à extinção. Por exemplo quando os estudantes aprendem a manter a seu bar (bufete) limpo, as suas práticas de limpeza podem ser mantidas intactas com um pequeno prémio ( ou castigo ) uma vez por outra. No entanto o bar deve ser verificado diariamente, o reforço positivo pode ocorrer uma vez por semana ou em cada duas semanas, e o numero de pontos dados, ( ou perdidos ) serão multiplicados pelos dias restantes. 6. Aumento progressivo de tempo entre a entrega do prémio e o comportamento desejado , para que o aluno não se habitue a receber o prémio instantaneamente a seguir a ter tido o dito comportamento. 7. Gradualmente treinar os estudantes a controloar o seu próprio comportamento. As pessoas podem ser ensinadas a se auto-regular, e a reforçarem-se a elas próprias." Nogueira (1991) Condicionamento operante. O princípio básico do condicionamento operante é o do reforço que se poderá formular da seguinte forma: o comportamento que é seguido de uma consequência agradável (recompensa) tem tendência a voltar a repetir-se em circunstancias idênticas, isto é, aumenta a probabilidade da sua ocorrência. O aluno elogiado pelo trabalho realizado tenderá a continuar empenhado, ao passo que, se for ignorado tenderá a desinteressar-se. O efeito das consequências aversivas é o de reduzir a probabilidade de ocorrência do comportamento mas acaba por ser bastante mais problemático e pouco eficaz. A punição apenas suprime o comportamento mas não elimina a aprendizagem: O sujeito não o exibe mas continua com esse comportamento no seu repertório, à espera de condições mais propícias. O quadro seguinte resume a base das técnicas operantes de modificação de comportamento: Para aumentar a probabilidade de ocorrência: - reforço positivo ( administrar consequências agradáveis ). - reforço negativo ( retirar consequências desagradáveis ) Para diminuir a probabilidade de ocorrência: - punição ( administrar consequências aversivas ) - time-out ( retirar da situação potencialmente agradável ) - extinção ( retirar as consequências agradáveis ) - custo de resposta ( retirar privilégios adquiridos - "multa" ) Para além do que já foi referido deixo aqui algumas estratégias educacionais e psicológicas, que poderão funcionar como meios para melhorar o comportamento. Estratégias educacionais e psicológicas Segundo Kirk e Gallagher (1987) "uma grande variedade de estratégias educacionais e psicológicas são utilizadas para se trabalhar com crianças com problemas de comportamento, e elas serão rapidamente resumidas nos parágrafos seguintes. Estratégia psicoeducacional: A ênfase da abordagem psicoeducacional é sobre a avaliação das necessidades da criança, o desenvolvimento de um plano individual e recomendações educacionais. O conjunto de modificações do programa é feito dentro da situação escolar, ao contrário da psicoterapia que remove a criança do ambiente escolar. Espera-se que o professor seja a figura central na implementação desta estratégia. Estratégia psicodinâmica: O principal objectivo desta estratégia é ajudar as crianças a encontrar as suas próprias necessidades, desejos e temores. Os defensores dos modelo psicodinâmico usam os procedimentos psiquiátricos, como diagnóstico, tratamento, tomada de decisão e avaliação. O comportamento desajustado é visto como sintoma do conflito intrapsíquico, e o tratamento concentra-se na eliminação da causa subjacente ao conflito. Acredita-se que a eliminação de um sintoma ( por exemplo, o comportamento agressivo pode ser visto como um sintoma ) sem a remoção da causa resultaria somente na substituição de um sintoma por outro. Estratégia de modificação de comportamento: Os defensores da modificação do comportamento vêem todos os comportamentos, desajustados ou não, como aprendidos. O behaviorista vê o comportamento manifesto como problema que precisa de ser tratado, ao contrário dos seguidores da estratégia psicodinâmica que vêem o comportamento como um sintoma de um problema mais profundo. A modificação do comportamento é conseguida pela especificação dos comportamentos que devem ser mudados e oferecendo reforço diferencial para estabelecer os comportamentos desejados. Estratégia ecológica: Os que apoiam o modelo ecológico ( Rhodes, 1967) afirmam que os problemas humanos são resultado de interacções inadequadas da criança com o ambiente ( família, irmãos, professores, crianças, subgrupos culturais e assim por diante ). O tratamento consiste na modificação dos elementos da ecologia, inclusive da criança, de modo que ocorram interacções mais construtivas da criança com o ambiente." Para além dos contratos do sistema token e das estratégias que acabamos de descrever, poderemos simultaneamente trabalhar o auto-controlo do aluno Ensino do auto-controlo Kirk e Gallagher (1987) definem o autocontrolo como "uma das técnicas relativamente novas utilizadas na educação especial das crianças com problemas de comportamento é o ensino do auto controloe. Camp e Bash (1981 in Kirk e Gallagher 1987) descreveram um programa de "Pensar em voz alta" , elaborado com o objectivo de ajudar o ensino do auto controloe para meninos impulsivos e agressivos durante as primeiras séries do primeiro grau. Há quatro questões especificas que a criança deve pensar: 1) Qual é o meu problema ? 2) Como posso controloa-lo ? 3) Estou seguindo o meu plano ? 4) Como me saí ? O que se pretende é que as crianças se olhem de fora e comecem a ver o seu próprio desempenho. Observando o seu próprio comportamento, elas são então capazes de obter algum controloe sobre ele. Camp e Bash (1981 in Kirk e Gallagher 1987) relataram que depois de trinta sessões de treino, os membros do grupo experimental do estudo que estavam realizando não somente aumentaram os seus scores nos testes de inteligência e de leitura, mas também receberam classificações mais favoráveis do professor para o seu comportamento interpessoal. mais importante ainda, o estudo mostrou um efeito generalizado do programa de tratamento em áreas como a leitura e comportamento social na sala de aula. Antes das crianças problemáticas atingirem objectivos sociais como a manutenção do auto controloe, não tenderão a aprender muito as habilidades académicas mais tradicionais. Também poderemos usar consequencias negativas para a manutenção do bom comportamento. Segundo Bacon (1990), num ambiente estruturado para promover o bom comportamento. Embora o ambiente seja positivo e o numero de problemas de comportamento seja reduzido este não deixa de existir. Para muitos professores, lidar com problemas de disciplina e com punições é um dos aspectos mais difíceis do seu trabalho. O resultado do stress nos professores promove a suas reacções arbitrárias e comentários sarcásticos. Remover os estudantes das suas aulas regulares tornou-se uma alternativa usual. O programa requer que os estudantes sejam separados dos outros enquanto realizam tarefas escolares. Conversar não é permitido e os estudantes perdem todos os privilégios escolares durante a sua suspensão. Os professores enviam trabalhos para os alunos, e estes devem completar todos os trabalhos senão continuam suspensos. Não lhes é permitido almoçar com os seus colegas ou participar nas actividades extra curriculares Center e McKittrick (1987 in Good 1985) compilou as seguintes linhas mestras para estabelecer na escola um programa de suspensão com sucesso. "1. O leque de idades dos estudantes inseridos neste programa não devem ultrapassar os três anos. 2. Um máximo envolvimento deve ser estabelecido. O nível sugerido são 15 alunos. 3. O estudantes devem ter um tratamento uniforme que seja especifico da suspensão para que de facto os alunos a sintam. 4. Todos os lugares devem ser fixos por um período de tempo uniforme. 5. A colocação no programa deve ter um inicio bem definido. 6. O voltar do estudante para o programa regular está dependente de uma boa prestação do estudante, com um critério especifico que define o que é uma boa participação. 7. Se o estudante não atingir o que devia outras opções devem ser tomadas como a suspensão da escola, uma alteração para o colocar num ambiente mais restritivo, ou a expulsão. 8. Para qualquer estudante colocado neste programa, a sua participação com sucesso deve ser um critério para a aceitação deste noutros programas. ex: programas desportivos. Hochman e Worner, (1985 in Kelso 1986) compararam um grupo experimental de alunos que teve seis sessões de aconselhamento com um grupo de controlo que não teve qualquer sessão. Os estudantes do grupo de controlo voltavam 13 vezes mais para este castigo e iam 15 vezes mais ao gabinete do director. Intervenção na sala de aula. Os professores devem desenvolver o seu numero de regras para governarem a sua classe, e elaborar uma série de consequências para os alunos que não as cumpram. Colocação do aluno na rua por um período de tempo limitado: Deve-se colocar o aluno na rua quando a actividade na sala de aula é interessante e este não se comporta como devia, pois se a colocação na rua é mais interessante do que o que se passa na aula, os estudantes vão aumentar os seus maus comportamentos para serem colocados na rua. Quando os estudantes regressam da rua devem ser tratados como os outros. Estes podem precisar de um pequeno resumo mas nunca de repetidas admoestações, desculpas forçadas, ou novas reprimendas ou avisos. Estes estudantes devem ser tratados com o mesmo respeito e dignidade dada a qualquer estudante. Dinkmeyer, McKay, and Dinkmeyer (1980, in Bacon 1990) sugeriram as seguintes linhas mestras para lidar com o mau comportamento. Linhas mestras para lidar com o mau comportamento. 1. Determinar o objectivo do mau comportamento do estudante ...Ouça o estudante para compreender qual é o objectivo do estudante com o seu mau comportamento. 2. Determinar quem tem o problema. Se o comportamento é um problema para o estudante, com as suas naturais consequências, o professor pode não necessitar de intervir. Se o comportamento é um problema para o professor ou para outros estudantes, o professor vai ter que inventar razoáveis e lógicas consequências para o aluno. 3. Depois das consequências terem sido aplicadas, lembre-se de se concentrar nas atitudes positivas e nas características que necessitam de ser encorajadas. 4. Para disciplinar os estudantes, escolha os termos com cuidado. Certas palavras como " nunca, sempre, ou deve " têm uma conotação negativa, e levam á criação de um maior ressentimento do que outras. 5. Responder o mais consistentemente possível. O interesse de utilizar "consequências lógicas " que façam sentido para o estudante, vai ensiná-lo a avaliar a situação, aprender com as suas experiências, e tomar decisões responsáveis. Quando da aplicação de "consequências lógicas", Dinkmeyer, e McKay, (1980, in Mc Intyre 1989) dão-nos os seguintes passos: Providenciar escolhas. Colocar alternativas que se encaixem na situação e deixar os estudantes decidir verbalmente ou através dos seus comportamentos. Oferecer possibilidades de escolha firmes mas com respeito. Surface mangemant. Nem todos os comportamentos inapropriados devem ser tratados com a punição. Existem técnicas para tratar estas infracções menores que não são desrruptivas e que podem ser utilizadas para acabar com os comportamentos inadequados. Estas técnicas são apresentadas por Redl e Wineman (1952, in Mc Intyre 1989), mas muitas destas estratégias, e variações destas, foram usadas ao longo de décadas por pais e professores. Planned Ignoring. Ignorar o comportamento inadequado é uma técnica utilizada à muito quando este comportamento pretende chamar a atenção. Quando este comportamento falha o seu objectivo pode eventualmente parar. Planned ignoring pode não funcionar a não ser que os estudantes saibam qual o comportamento que se espera deste. Um aluno que anda sempre á volta do professor requer um claro e simpático encaminhamento para este por exemplo ir ter com as outras crianças, e não estarem com os professores. Planned ignoring é também útil quando o professor pensa que o estudante pode modificar o seu comportamento se lhe dermos tempo. Uma ligeira alteração dos comportamentos, o estudante que anda sempre na lua , ou um estudante a falar na aula, pode ser ultrapassados ignorando o comportamento na expectativa de que os estudantes voltem a controloar o seu comportamento. Planned ignoring deve sempre ser acompanhado pelo reforço do comportamento apropriado. Quando o aluno que anda na lua volta a tomar atenção, ou quando o estudante que fala com o colega levanta o braço para colocar uma questão, este comportamento deve ser reforçado, nem que seja só com um sorriso, ou um reforço verbal no final da aula. Signal Interference Refere-se ao facto de comunicar ao aluno que o seu comportamento está a "sair das marcas". Estas técnicas não são verbais, resumem-se ao contacto visual, indicação gestual , etc.. Assinalar ao estudante de que o seu comportamento é errado através de gestos é eficiente quando se verifica no inicio do comportamento e existe uma boa relação professor/aluno. Antiseptic Bouncing. Refere-se á possibilidade de deixar o estudante deixar a sala ou a actividade em curso para os ajudarem a ultrapassarem os seus sentimentos de angústia, revolta, desapontamento ou incontroloável risadas ou soluços. É dada a possibilidade ao aluno de resfriar o seu comportamento e voltar á normalidade ou seja controloarem o seu próprio comportamento. Para Fontana (1985) há uma série de qualidades do professor que vão influenciar o controlo da sala de aula e estas são: "Qualidades do professor: ( comportamento do professor e controlo da aula). Há uma série de factores externos que vão influenciar o controlo da sala de aula, como sejam: a idade, capacidade, meio sócio - económico das crianças , o que está a ser ensinado, o envolvimento providenciado pela escola, e outras variáveis. No entanto há uma série de qualidades sobre as quais nos podemos debruçar. Justiça e senso de humor: Por justiça entende-se o professor que não tem dualidades de critérios, isto é trata todos os alunos da mesma maneira. Um professor com humor é aquele que consegue divertir os outros e também se diverte com estes. Relaxação, auto - controlo e paciência: O professor que é por natureza calmo torna-se mais difícil ficar zangado descontroloado quando encara problemas de comportamento ou controlo da sala de aula. Explicando de uma forma apropriada e tendo tempo para as crianças. Como alguém já escreveu o bom professor não é aquele que sabe muito, mas sim o que torna simples o que é complicado. Os problemas de comportamento na sala de aula por vezes poderão surgir quando os alunos não compreendem a matéria, quando o professor não consegue chegar aos alunos. Investindo no bom controlo da sala de aula: Aqui coloca-se a situação do professor que no inicio ou com a mudança de escola ou população não consegue controloar a classe de uma forma efectiva então cabe a este "investir" no controlo da mesma, para seu beneficio e dos alunos. Principios para manter e incentivar comportamentos Para Vaughn (1988): Há vários princípios a usar quando se deseja manter ou incentivar um comportamento: 1. Se quer manter ou desenvolver comportamentos sociais ou escolares desejados, deve antes certificar-se que o aprendiz sabe desempenhar os comportamentos que lhe são pedidos 2. Uma consequência deve seguir o comportamento específico que deseja ver modificado ou estar ligada a ele através da linguagem. Por exemplo: " Já que vocês fizeram esta semana todos os trabalhos de Matemática, podem ver um vídeo". 3. Um reforço é algo que se segue a um comportamento e mantém ou aumenta a frequência do comportamento. 4. Para ser mais efectivo, o reforço deve surgir imediatamente após o comportamento. Segundo Vaughn (1988): O reforço é o meio mais eficaz de encorajar um comportamento desejado. Existem dois tipos de reforço adequados ao encorajamento: o positivo e o negativo. O reforço positivo aumenta a ocorrência de uma dada resposta fazendo suceder a um comportamento determinado, actividades, objectos materiais, comida e recompensas sociais. Não se pode partir do princípio que o que é reforço para um aluno o é igualmente para outro. Conhecer o "menu" de reforços do aluno, é uma parte importante para a utilização dos mesmos. O reforço negativo significa remover algo desagradável ou a punição inerente ao desempenho de um comportamento específico. As crianças usam frequentemente o reforço negativo com adultos: um exemplo é o da criança que tem um acesso de fúria quando não obtém aquilo que deseja. Professores IV- Os professores. (introdução) Aqui pretendem-se s dar pistas para que o relacionamento entre alunos professores, pais e professores possa ser mais profícua. Encontram-se dois pontos fundamentais, por um lado a diminuição do stress no professor, e por outro lado uma descrição daquilo que os alunos consideram um bom professor e algumas regras a ter em conta, para melhorar o desempenho. Há regras básicas conhecidas por todos, mas por vezes o esquecimento é traidor, mas para além disso, sempre há uma ou outra técnica que inevitavelmente se desconhece, é aí que se pretende chegar. Vou-me referir a uma forma que poderá melhorar todo o relacionamento escolar. Desde uma melhoria a nível da diminuição do stress do professor a partir de uma possível nova organização, no seu trabalho. Factores de stress Para Martinez (1989) os factores de stress que poderão de alguma forma afectar o desempenho dos professores. Este autor criou uma tabela na qual dá a cada assunto e dia da semana, uma certa temperatura 5ºC para stress, baixo 10ºC para stress médio e 15ºC para um stress elevado. Segundo o autor nunca se deve ultrapassar os 70ºC. O quadro serve para ver quais as actividades que provocam stress, e reduzir ou trabalhar por forma a reduzir as fontes do mesmo. Temperatura Nível de stress 100ºC Muito Elevado 70ºC Elevado 50ºC Normal 40ºC Normal 20ºC Baixo Martinez (1989) Factores de Stress Dia Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom Motivação do Estudante 5º 5º 10º 15º 15º 10º 10º 15º 15º 5º Progresso do Aluno 10º 10º 5º 15º 10º Comportamento do Estudante 5º 5º 10º 15º 15º Preparação das aulas 5º 10º 10º 5º 15º 5º 10º 15º 5º 15º Materiais da sala de Aula 10º 10º 5º 10º 5º 15º 10º 10º Actividades Escolares 5º 10º 15º 10º 5º 10º 5º Relacionamento com o conselho Directivo 5º 10º 10º 15º 15º 10º 15º 15º 10º 5º Relacionamento com outros colegas 10º 5º 10º 5º Relacionamento com familiares 5º 10º 5º 5º 10º 5º Grau com que o trabalho está adiantado 15º 5º 5º 10º 10º 5º 5º 5º 10º 10º Gestão do Tempo 5º 15º 15º 10º 10º 10º 15º 15º 15º 15º 15º 15º 15º Dinheiro 10º 5º 5º 5º Casa 5º 15º 10º 5º Família 10º 5º 10º 10º 10º 5º 10º 10º 5º Amigos 5º 10º 5º 5º Grupo de Trabalho 10º 10º Doença 5º 10º 15º 5º 5º 10º 10º 10º 5º Depressão 5º 5º 10º 5º 10º 10º 5º Temperatura 55º 65º 95º 105º 125º 85º 65º 75º 70º 115º 120º 125º 80º 60º Este é um exemplo de factores que poderão aumentar o stress e prejudicar o trabalho, afectar o relacionamento com os alunos e também com os colegas. Para além das regras estabelecidas pelo autor outros factores de stress poderão ser introduzidos, resultando da alteração de outros, qualquer aumento dos mesmos terá que ser contabilizado e a tabela inicial alterada para que a mesma permaneça correcta. Tendo sido considerado o periodo de uma semana, muito curto para se observarem alterações no nível de stress foi construido este quadro de duas semanas. Factores de Stress Dia Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom Motivação do Estudante Progressos do Aluno Comportamento do Estudante Preparação das aulas Materiais da Sala de Aula 10º Actividades Escolares Relacionamento com o conselho Directivo Relacionamento com outros colegas Relacionamento com familiares Grau com que o trabalho está adiantado Gestão do Tempo Dinheiro Casa Família Amigos Grupo de Trabalho Doença Depressão Temperatura Aqui fica um exemplar em branco para que possa ser fotocopiado e utilizado, pois penso que é uma boa base de estudo para posteriores alterações na organização de cada professor Um bom controlo do nível de stress poderá melhorar consideravelmente a prestação diária do professor e logo a sua relação com os alunos. Mas o professor não vive só do seu relacionamento com os alunos o relacionamento com os pais também deverá melhorar e ser mais profícuo. É em função disso que surge o próximo texto, que vem no sentido de apontar algumas estratégias ou caminhos que poderão conduzir a um melhor relacionamento professores/pais. Relações entre os Professores os Pais e os Alunos O primeiro relacionamento entre pais e professores surge sempre na 1ª entrevista a qual deverá ser bem cuidada, e estruturada. A entrevista entre o Professor e os Pais segundo Martinez (1989) "Uma das funções das entrevistas é a de permitir aos professores e aos pais desenvolver um programa educacional adequado para crianças com problemas de comportamento ou dificuldades de aprendizagem. As entrevistas também permitem aos professores e aos pais a troca de conhecimentos e informação sobre a criança. Uma terceira razão e muitas vezes esquecida, é a de que permite aos professores e aos pais a oportunidade de cooperar na prevenção e resolução de problemas de comportamento ou aprendizagem." Estas conferencias muitas vezes não são o que poderiam ser, por uma atitude incorrecta por parte dos professores ou dos pais. E de onde poderão surgir essas atitudes incorrectas: Para Elksnin (1989) 1) Os professores sentem-se inseguros e essa insegurança pode resultar do medo que estes têm de uma relação adversa se poder desenvolver entre os pais e o pessoal escolar, ou que os problemas escolares do aluno sejam o resultado de situações provocadas em casa sobre as quais o professor não tem controlo. 2) Os pais por outro lado não se acham preparados para estas conferencias, ou têm medo de serem culpados pelos comportamentos do seu educando. 3) Tipicamente, os professores assumem o papel de experts, mas o que devia acontecer era que ambos os intervenientes fossem vistos como partes integrantes da resolução do problema. 4) A comunicação entre professores e pais melhora quando o primeiro adopta a postura de consultor em vez em vez de ter um papel autoritário. 5) Aparecem barreiras entre os pais e os professores quando estes vêm os primeiros como: Pacientes Adversário Cliente vulnerável Menos inteligente Responsável pela condição da criança 6) Se estivermos de acordo em atribuir aos pais um status igual ao do professor, temos que ter em atenção que: As necessidades da criança são mais facilmente atingidas se envolvermos todas as pessoas importantes na sua vida. Os pais possuem informação importante acerca da sua criança que os profissionais não possuem. A maioria dos pais está mais interessada no bem estar dos seus filhos do que qualquer profissional. São estes factores explícitos na alínea 6 os mais importantes de qualquer reunião. O envolvimento a descoberta de informação e o trabalho em equipa. Se estes pontos forem atingidos, estou convencido que qualquer reunião se poderá considerar positiva e todos sairão destas mais confiantes e com melhores perspectivas de futuro para a criança em causa. Como já referi a entrevista deve ser planeada, e o mesmo obedece a três fases segundo, Elksnin (1989). Existem três fases no planeamento de uma entrevista. 1. Pré-entrevista. 2. Entrevista. 3. Pós-entrevista. A fase de pré-entrevista é composta por sua vez de 4 componentes: 1ª Notificação: Tem como intenção reduzir o stress dos pais e permitir aos mesmos prepararem-se para a entrevista. Nesta notificação o professor poderá enviar um questionário, que permite ao pai fornecer inform ação especifica sobre o aluno. O estudante também deve estar a par do que se vai passar para diminuir a sua ansiedade. 2ª Preparação: Envolve uma revisão dos dados existentes sobre a criança. Os relatórios sobre o comportamento do aluno e das sua prestações escolares também devem ser revistos. 3ª Planeamento da entrevista: Têm que se estabelecer os objectivos da reunião. É também importante deixar os pais expressarem os seus objectivos ou ideias. Devemos fazer uma agenda do que se vai debater e envia-la para casa do aluno permitindo aos pais a alteração de alguns itens que estes desejam discutir. 4ª Local da reunião: Esta deveria ter lugar num local neutral. Como pode não ser possível ter a reunião fora da escola é preferível que esta por exemplo tenha lugar na biblioteca, em vez de ser na sala de aula do professor. ( exemplo de questionário que poderá acompanhar a notificação ) Questionário: 1. Quais são as actividades escolares que o seu educando gosta ? 2. Quais as áreas fortes do seu educando ? 3. O seu educando discute problemas relacionados com a escola ? Se o faz que tipos de problemas aborda ? 4. Notou alguma diferença no comportamento do seu educando ? 5. O seu educando faz os trabalhos de casa sem ajuda ? 6. O que é que o seu educando gosta de fazer nos seus tempos livres ? 7. Que tipos de responsabilidades tem o seu educando em casa ? 8. Que tipos de disciplina funcionam com o seu educando ? 9. Que tipos de informação desejavam que eu fornecesse durante a reunião ? 10. O que é que gostava de ver discutido nesta entrevista ? 11. O que é que gostava que fosse trabalhado por mim com o seu educando ? 12. O que gostaria de trabalhar com o seu educando em casa ? A Conferencia Esta pode ser dividida em 8 sub - fases. Este processo permite aos pais e aos professores colaborarem por forma a resolver ou prevenir problemas disciplinares ou de aproveitamento. 1ª Entrada: è importante "perder" algum tempo conversando informalmente, antes de iniciarmos a agenda da entrevista. 2ª Troca de informação: Os pais e os professores devem trocar a informação que têm sobre o aluno. 3ª Definição do problema: Este é o ponto mais critico, saber concretamente qual o problema e tentar descobrir a sua origem. 4ª Determinação das soluções: Ideias que possam ajudar a ultrapassar o problema ou problemas existentes. 5ª Declarar objectivos: Escrever todos os objectivos que se propõe atingir. 6ª Implementação do plano: Forma como o mesmo vai ser implementado, quais os serviços a recorrer, etc. 7ª Avaliação do plano: forma para saber se os objectivos definidos estão ou não a ser atingidos. 8ª Conclusão da reunião: Pós-entrevista: A entrevista deve ser revista com o aluno se este não participou na mesma. A avaliação é uma fase muito importante a seguir à entrevista. Esta deve ser feita pelo próprio professor e pelos pais. Uma das melhores maneiras de a avaliar é a filmagem da mesma com o prévio consentimento dos pais. A seguir encontra-se uma tabela para essa auto - avaliação, da entrevista. 1. Pré-entrevista A. Notificação ___ Notificação para os pais escrita ___ Seguida de telefonema para os pais ___ Envio de questionário para os pais ___ Discussão da entrevista com os pais B. Preparação ___ Revisão dos dados do estudante ___ Avaliação dos pontos fortes e fracos do aluno ___ ___ académica ___ não académica ___ atitudes/sentimentos do estudante ___ informações de outros profissionais C. Planeamento da agenda. ___ ___ Envio de cópia para os pais ___ D. Encontrar local para a realização da entrevista ___ Seleccionar um local neutral para a reunião 2. Entrevista A. Processo de consulta ___ Estabelecimento de uma relação ___ Reunir informação adicional Segundo Creekmore (1988) o professor deve-se tornar conhecedor das necessidades e preferências da família e das suas prioridades para a criança. Um simples inventário no inicio do ano pode facilitar o conhecimento do professor acerca das ideias e atitudes da família (Turnbull & Turnbull, 1986) . Trabalhando em conjunto, professores e pais podem efectivamente identificar, classificar, e compreender as necessidades da criança, podem seleccionar objectivos, e podem traçar um plano aceitável de instrução. Os pais podem tornar-se mais conhecedores das necessidades do seu filho, quando comunicam com o professor ao longo de todo o ano. Para além daquilo que os professores poderão fazer para melhorar o seu nível de stress ou o relacionamento com os pais também deverá interessar a estes, no sentido da melhoria das relações escolares e logo da diminuição do mau comportamento, aquilo que os alunos pretendem de um professor, Delamont,(1985). O que os alunos pretendem dos professores. A principal força da posição do professor está em que, de uma maneira geral, os alunos pretendem que ele ensine e que os mantenha na ordem. Isto é, querem que o professor organize um ambiente em que possa transmitir a informação, formular problemas com clareza e ajuda-los a encontrar soluções adequadas para eles. Musgrove e Taylor,( 1969 in Delamont, 1985). O que é um bom professor para os alunos: «... ela faz-nos aprender muito, muito... consegue realmente que nós aprendamos ». « Ambas são muito boas professoras...põem tudo muito claro ». « É muito organizada...mantém-nos a trabalhar durante o tempo todo.. não nos deixa parar um minuto...». Os maus professores são descritos como. « Não é boa professora... não consegue levar o assunto até ao fim... sabe daquilo, mas... ». « Não acho que seja boa; não dá apontamentos, e quando explica as coisas vai tão depressa que a gente não consegue acompanhar...». « Sabe da matéria, mas eu não creio que seja capaz de a transmitir; bem, a mim não consegue ». Delamont,(1985) Os alunos sabem distinguir entre os bons e os maus professores, e estes são descritos em função da maneira como expoem a matéria e a forma como esta é compreendida pelos mesmos. O que os professores deviam fazer segundo os alunos 1. Os professores deviam ser justos, não fazendo favoritos nem tomando ninguém de ponta. (Musgrove e Taylor, (1969 in Delamont 1985) 2. Deviam ser bem humorados e sem despeitos (Woods, 1979). 3. Também deviam defender os colegas em público. Abraham, (1971). Na sua análise, Veldman cinco factores específicos que aos olhos de 500 alunos entre os 13 e os 18 anos, caracterizam o bom professor como sendo: 1. Amigo e encorajador. 2. Conhecedor da matéria dada. 3. Interesse e prazer pelo estudo. 4. Disciplina e autoridade. 5. Aproximação democrática. Delamont (1985) Talvez estes pontos definam com clareza as diferenças que fazem a diferença. Também se percebe através das redacções dos alunos, desenha-se a imagem do professor, aparecendo esta pela análise de factores que estão ligados á atitude do professor aos olhos dos alunos ( paciência, imparcialidade, atitude democrática e encorajamento ), à capacidade integrativa da sua personalidade, ( comportamento consequente, sentido de humor, campo de interesses vasto ) para além das suas qualidades profissionais e da sua familiaridade com as matérias ensinadas. Metodologia III - Metodologia Nesta parte do trabalho irei caracterizar a instituição na qual realizei o trabalho e todos os procedimentos até á conclusão deste trabalho. Breve caracterização da instituição: A Escola C+S Francisco Arruda situa-se em Alcantara na Calçada da Tapada, e os seus alunos são na sua grande maioria das zonas circundantes, os quais se distribuem pelos 5, 6, 7, 8, e 9º ano de escolaridade num total de 1270 alunos. Uma percentagem dos alunos que frequentam a escola, provêm de zonas sócio-económicas desfavorecidas e algumas até degradadas. Os maiores problemas destas crianças prendem-se com as dificuldades de aprendizagem e os problemas de comportamento. A escola tem em funcionamento para além das actividades curriculares: -Uma videoteca -Uma sala de jogo - E uma série de clubes como o clube de inglês. A escola possui um espaço físico agradável, com bastante espaço tendo neste ano sofrido obras de restauro o que vieram trazer á escola um ar mais agradável. Funciona ainda nesta escola uma experiência piloto de integração de jovens deficientes no meio escolar. Amostra Constituição da amostra. Neste estudo foi utilizada uma amostra de 151 alunos do 7º, 8º e 9º ano. No 7º, 8º e 9º ano existe um total de 421 alunos. Os 151 resultaram de uma escolha aleatória ( 2 turmas por ano foram sorteadas ), tendo cabido a cada ano respectivamente 53, 50 e 48 alunos. Teríamos também uma amostra de 151 Encarregados de Educação e 48 Professores. A amostra dos alunos devido ao facto de alguns terem faltado ficou reduzida a 138 A amostra de Encarregados de Educação ficou reduzida a 95 A amostra de professores ficou reduzida a 26 Variáveis independentes e dependentes Variáveis independentes Idade Sexo Variáveis dependentes Anos de escolaridade Turmas Itens do questionáro Profissões encarregados de educação Grupos escolares O questionário (instrumento utilizado) É constituído por 13 questões sendo 11 de resposta múltipla tendo que se escolher 3 hipóteses por ordem de preferência, todas estas tinham uma hipótese designada por outras quais que servia para no caso de o questionado não encontrar resposta em todas as outras opções. Existiam ainda as outras 2 questões que eram opinativas. ( ver anexos ) Critérios e procedimentos utilizados para a recolha de informação. Como foi entregue o questionário: Os questionários foram elaborados com base em ideias do questionário de Inês Freire Mendes, enquadrando-se na mesma linha de investigação. Os três questionários ( alunos encarregados de educação e professores ) contêm as mesmas questões, para posteriormente se poder confrontar as opiniões dos vários questionados. Como objectivo procuramos encontrar nessas diferentes respostas, uma pista, para o problema que abordamos. Entrega e distribuição Depois de se ter pedido a permissão ao conselho directivo da escola C+S Francisco Arruda na pessoa da Prof. Aureliana, foi marcada a data da realização dos questionários. Estes foram realizados a 6 turmas duas de cada ano ( 7º, 8º e 9º ) as quais foram sorteadas. No final da realização dos questionários, foi entregue num envelope com a devida carta de agradecimento, um questionário destinado aos pais, tendo sido dito aos alunos, que estes poderiam ser entregues ao seu professor ( aquele na qual o questionário foi realizado ) ou às empregadas do pavilhão novo. Os questionários dos professores foram entregues a uma empregada a qual se prestou para distribuir os questionários aos mesmos. Só no caso dos professores foi entregue uma segunda via, pois houve um pequeno numero de respostas. Depois dos questionários terem sido entregues foi feita uma primeira recolha dos dados para posteriormente se construir a base de dados, e fazer o estudo posterior. Tratamento dos dados. Devido á existência de três tipos de questionários embora quase idênticos, foi necessário criar três bases de dados correspondentes a cada questionário. Estas variáveis forma criadas no programa SICAD o qual posteriormente fez o estudo, por forma a dar os resultados em termos percentuais desvio padrão V teste O critério de significância foi o V teste. O V teste é um tratamento estatístico, semelhante ao T de Student, que pode ser utilizado com variáveis nominais e contínuas: Este programa permite também fazer a correlação entre variáveis diferentes. IV Apresentação e Descrição dos Resultados IV - Apresentação e Descrição dos Resultados É meu objectivo, nesta parte do trabalho apresentar os resultados do questionário aplicado. Aqui vai encontrar todos os dados em percentagem referentes a cada questão na qual se vai comparar as respostas de cada um dos grupos questionados. Resultados obtidos nas diversas questões Profissões. Alunos E.E. 1ª Opção % 1ª Opção % Arquitecto 10,1 Arquitecto 12,6 Futebolista 10,9 Advogado 6,3 32* 24,6 32* 22,1 2ª Opção % 2ª Opção % Jornalista 11,6 Médico 12,6 Rico 10,9 Jornalista 11,6 32* 15,2 32* 11,6 3ª Opção % 3ª Opção Jornalista 10,1 Médico 11,6 Médico 9,4 Veterinário 8,4 32* 16,7 Jornalista 7,3 Rico 7,3 Nº 1 (*) Opção deixada à escolha do questionado ( profissões não descriminadas ) que se encontra descrita nos próximos quadros. A percentagem de alunos e de encarregados de educação que escolheram arquitectura como opção pode-se explicar devido ao facto de esta escola estar de alguma forma "virada " para as artes plásticas. Outras profissões escolhidas que não se encontravam descriminadas: Profissões Nº de Alunos % Nº de E.E. % Arqueólogo 11 7,9 6 6,3 Educadora de infância 9 6,7 2 2,1 Técnico de informática 5 3,6 7 7,4 Piloto da Força Aérea 5 3,6 3 3,2 Secretária 4 2,9 0 0,0 Oficial de Marinha 4 2,9 0 0,0 Hospedeira 4 2,9 0 0,0 Designer 3 2,2 1 1,1 Modelo 2 1,5 3 3,2 Nº 2 Seguem-se uma série de profissões com 2 escolhas: Alunos E.E. Bióloga Educadora de infância Bombeira Gestora Decoradora Gestora Modelo Publicitária Nº3 Seguem-se uma série de profissões escolhidas por um só aluno: Actriz Cantor vocalista Guia interprete Assistente social Cartonista Pára-quedista Astrónoma Dentista Publicitária Bailarina Desenhadora Treinadora de cães Bancária Empresário Treinador Cabeleireira Farmacêutica Camera man Fotógrafo Nº4 Seguem-se uma série de profissões escolhidas por um só E.E. : Bailarina Dentista Industrial Bombeira Designer Mecânico Cabeleireira Educadora de infância Militar Cartonista Gestora Publicitária Decoradora Guia interprete Nº 5 Porque estás a estudar ? Porque é que ele está a estudar ? 1ª Opção Alunos % E.E. % Para tirar um curso ? 60,9 73,7 Porque gosta ? 16,7 13,7 Porque tem lá os amigos ? 16,7 0,0 Para estares ocupado ? 1,5 0,0 Porque ainda não arranjaste emprego ? 0,7 0,0 Porque os teus pais te obrigam ? 0,0 7,37 Outras. Quais ? 3,62 2,1 Nº 6 Tirar um curso é o factor mais importante para encarregados de educação e alunos, é o principal factor que leva ao estudo. Em segundo plano está o gosto pelo estudo. Aparece em terceiro lugar para os alunos o ter amigos na escola e para os encarregados de educação o obrigar os seus educandos. 2ª Opção % Alunos % E.E. Porque gosta ? 38,4 54,7 Para tirar um curso ? 26,8 18,9 Porque tem lá os amigos ? 18,1 0,0 Porque os pais o obrigam ? 0,0 11,6 Nº 7 Porque gosta está sem duvida em primeiro lugar. Em segundo lugar temos a importância em tirar um curso. Em terceiro temos para os alunos, o ter amigos na escola, e para os encarregados de educação o facto de serem obrigados. 3ª Opção % Alunos % E.E. Porque tem lá amigos ? 34,8 28,4 Porque os pais obrigam ? 15,9 0,0 Para estar ocupado ? 0,0 24,2 Nº 8 Nesta 3ª opção são os amigos o factor preferencial, que leva ao estudo, ficando a obrigação em 2º lugar para os alunos, e para os encarregados de educação o factor ocupação. Para que serve a escola ? Para que serve a escola ? Na sua opinião porque vêm os alunos á escola ? 1ª Opção % Alunos % E.E. % Prof. Para aprender ? 61,6 80,0 57,7 Para um dia ter um trabalho melhor ? 35,5 16,8 23,1 Para ir passando o tempo ? 2,2 1,1 0,0 Porque não tens trabalho ? 0,7 0,0 7,7 Não serve para nada ? 0,0 0,0 0,0 Outras. Quais ? 0,0 2,1 11,5 Nº 9 A escola serve mesmo para aprender, em primeiro lugar e em segundo para um dia ter um trabalho melhor. O valor 11,5 dos professores na alínea Outras. Quais ? traduz-se pelo facto destes serem obrigados pelos encarregados de educação ou pela legislação. 2ª Opção % Alunos % E.E. % Prof. Para um dia ter um trabalho melhor ? 60,9 76,8 53,9 Para aprender ? 34,1 18,9 26,9 Nº 10 Ter um dia um trabalho melhor é sem duvida a primeira escolha. Aprender fica para segundo plano. 3ª Opção % Alunos % E.E. % Prof. Para ir passando o tempo 40,6 30,5 3,9 Porque não tem trabalho 25,4 21,1 34,5 Outras quais ? 28,9 41,1 38,5 Nº 11 Ir passando o tempo sem qualquer importância nas duas primeiras opções aparece aqui para encarregados de educação e alunos como uma primeira escolha. Achas que ler livros e jornais é importante para o sucesso escolar ? Achas que a televisão contribui para o sucesso escolar Acha que ler livros e jornais é importante para o sucesso escolar ? Acha que a televisão contribui para o sucesso escolar ? Acha que ler livros e jornais é importante para o sucesso escolar ? Acha que a televisão contribui para o sucesso escolar ? Alunos E.E. Professores Sim Sim Sim Ler livros e jornais 94,2 96,8 100 Televisão sucesso escolar 81,2 62,1 73,1 Nº 12 Ler livros e Jornais é importante, assim como a televisão. A maior diferença percentual verifica-se nos pais talvez estes tenham mais consciência da importância dos livros em comparação com a televisão. Qual das três é a mais importante ? Alunos E.E. Professores TV Liv. Jorn. TV Liv. Jorn. TV Liv. Jorn. Qual das três é mais importante 36,2 57,9 5,8 6,3 89,5 4,2 15,4 76,9 7,6 Nº 13 Ler livros apresenta em todos os grupos o valor mais elevado. A televisão apresenta valores mais baixos mas sempre em segundo lugar. O ler jornais aparece em todos os grupos em ultimo lugar. Gostas da turma que tens ? O seu educando gosta da turma que tem ? Acha que o aluno se porta melhor quando gosta da turma ? % Sim Alunos 89,9 E.E. 86,3 Professores 88,5 Nº 14 Os alunos os encarregados de educação e os professores, têm todos uma resposta positiva dentro dos mesmos valores. Porque gosta ? Amigos Outra Alunos 52,2 37,7 E.E. 62,1 24,2 Professores 53,9 34,6 Nº 15 Todos os intervenientes estão de acordo, com valores semelhantes quer para amigos como também para a opção "outra". Porque não gosta ? Colegas não gostam Colegas gozam Alunos 9,4 0,7 E.E. 10,5 3,2 Professores 11,5 0,0 Nº 16 Os resultados aqui também são próximos, assim como as opiniões. Assinala os comportamentos que deves ter na aula ? Assinale os comportamentos que o seu educando deve ter na sala de aula ? Assinale os comportamentos que o aluno deveria ter, na aula ? Alunos E.E. Professores Participar activamente ? 31,2 47,4 73,1 Perguntar ao professor quando não percebe ? 24,6 23,2 3,9 Intervir quando questionado ? 13,1 13,7 3,9 Passar os apontamentos todos ? 11,6 3,2 0,0 Levar o material necessário ? 10,1 4,2 19,2 Estar calado ? 7,9 8,4 0,0 Perguntar ao colega quando não percebe ? 0,7 0,0 0,0 Outros. Quais ? 0,7 0,0 0,0 Nº 17 Participar activamente é o mais importante para os 3 grupos. Em segundo temos para alunos e encarregados de educação o perguntar ao professor quando não percebe e para os professores o levar o material necessário. Comportamentos 2ª Opção Alunos E.E. Professores Perguntar ao professor quando não percebe 43,5 42,1 53,9 Passar os apontamentos todos 21,1 9,5 3,9 Levar o material necessário 6.5 10,5 23,1 Participar activamente 13,7 17,9 11,5 Intervir quando questionado 5,8 15,8 3,9 Nº 18 A primeira escolha é perguntar ao professor. A segunda é para alunos passar os apontamentos todos para encarregados de educação participar activamente e para professores levar o material necessário. Comportamentos 3ª Opção Alunos E.E. Professores Passar os apontamentos todos 37,7 29,5 0.00 Levar o material necessário 22,5 15,8 42,3 Perguntar ao professor quando não percebe 14,5 24,2 30,8 Intervir quando questionado 8,7 23,2 19,2 Nº 19 A primeira escolha aqui já vai para passar os apontamentos todos para alunos e encarregados de educação e levar o material necessário para os professores. Portas-te mal porque ? Em que situações é que acha que um aluno se comporta mal nas aulas ? Acha que os alunos se portam mal porque ? 1ª Opção Alunos E.E. Professores Quando não compreende a matéria ? 24,6 9,5 26,9 Não gostas da professora ? 18,1 14,7 3,9 Quando não gosta das aulas ? 13,1 23,2 26,9 Quando não gosta de ir á escola ? 1,5 27,4 34,6 Não queres estudar mais ? 1,5 3,2 3,9 Não tens respeito á professora ? 0,0 14,7 3,9 Outras. Quais ? 41,3 7,4 0,0 Nº 20 Pais e professores estão em termos percentuais de acordo que os alunos se portam mal quando não gostam de ir á escola, quando não gostam das aulas, ou quando não percebem a matéria (para os professores) e não gosta da professora ou não tem respeito ( para os Pais) mas estes dizem que se portam mal quando não compreendem a matéria, ou não gostam da professora. A maioria dos alunos responde a outras quais em todas as opções resultado destes 40,6 % não acharem que se portam mal. 2ª Opção Alunos E.E. Professores Quando não gosta das aulas. 23,9 26,3 30,8 Quando não gosta da professora. 13,1 22,1 3,9 Quando não compreende a matéria 12,3 10,5 26,9 Outras. Quais ? 40,6 5,3 3,9 Nº 21 Todos os intervenientes optaram por, quando não gosta das aulas, em segundo plano para encarregados de educação, o não gostar da professora e para os professores o não compreender a matéria. Será de facto interessante perguntar aos alunos o porquê de estes não gostarem das aulas. 3ª Opção Alunos E.E. Professores Quando não gosta da professora. 15,2 17,9 26,9 Quando não gosta das aulas. 8,7 23,2 19,2 Outras. Quais? 40,6 7,4 3,9 Nº 22 Só neste quadro é que de alguma forma os professores se acham responsáveis pelo mau comportamento. A resposta outras quais dos alunos está relacionada com o facto de muitos não se portarem mal. O que é que o professor deveria fazer quando te portas mal ? O que é que o professor deveria fazer quando um aluno se porta mal na aula ? O que é que o professor deveria fazer quando um aluno se porta mal ? 1ª Opção Alunos E.E. Professores Falar com ele. 67,4 86,3 92,3 Manda-lo para a rua. 19,6 4,2 3,9 Coloca-lo de castigo. 4,4 8,4 0.0 Deveria existir um castigo determinado para todos os alunos que se portam mal ? 4,4 1,1 3,9 Outras. Quais? 4,4 0,0 0,0 Nº 23 Segundo os professores 92,3 deveriam falar com ele, terá o professor tempo para isso, enquanto fala, com um estão 29 calados. Manda-lo para a rua os 19,6 talvez sejam aqueles que gostam de ir para a rua pois este castigo não é visto como um castigo mas no panorama actual um "prémio". Os 4,2% e 3,9% embora baixos podem traduzir o que se deveria fazer, ou a consciência de que a rua é um beneficio para o aluno, para o mau que é o que geralmente perturba as aulas. 2ª Opção Alunos E.E. Professores Coloca-lo de castigo. 46,9 68,5 46,2 Manda-lo para a rua. 18,1 10,5 3,9 Deveria existir um castigo determinado. 15,9 7,4 23,1 Outras. Quais ? 6,5 7,4 23,1 Nº 24 Este quadro está talvez mais próximo da realidade possível, pois a escola, ela própria também não tem muitos meios para actuar e dai o valor 23,1 % para a defesa de um castigo determinado e não a rua que se pode perfeitamente entender mas num outro conceito pré-revolucionário, com outras atitudes e maneiras de estar e enfrentar o quotidiano. 3ª Opção Alunos E.E. Professores Manda-lo para a rua. 39,1 46,3 50.0 Deveria existir um castigo determinado. 17,4 33,7 23,1 Coloca-lo de castigo. 17,4 3,2 15,4 Outras. Quais ? 14,5 13,7 11,5 Nº 25 O aluno como 3ª opção deve sem qualquer duvida ser colocado na rua, mas vai-se avolumando a ideia de que deveria existir um castigo determinado. Quem é o principal culpado no mau comportamento ? Quem acha que é o principal culpado no mau comportamento ? Quem é o principal culpado no mau comportamento ? 1ª Opção Alunos E.E. Professores O aluno. 44,2 32,6 11,5 Ambos. 40,6 25,3 23,1 O excesso de alunos em cada aula. 7,9 25,3 57,7 O professor. 4,4 10,5 0.0 Outras. Quais ? 2,9 6,3 7,7 Nº 26 Os alunos na primeira e segunda opção fazem mea culpa do mau comportamento, e só na terceira opção consideram o professor como o culpado. Enquanto por seu lado os professores culpam sempre o aluno e em primeira opção nunca são culpados. Os encarregados de educação acham o seus educandos culpados, depois aparece o excesso de alunos e por ultimo os professores. 2ª Opção Alunos E.E. Professores O aluno. 34,1 27,4 50.00 Ambos 31,2 20,0 11,5 O excesso de alunos em cada aula. 8,7 30,5 11,5 O professor. 19,6 12,6 23,1 Nº 27 O aluno é o culpado, em segundo plano fica ambos para os alunos, o excesso de alunos para encarregados de educação e o professor para os professores. 3ª Opção Alunos E.E. Professores O professor. 47,1 18,9 23,1 Ambos. 15,2 27,4 30,8 O aluno. 17,4 18,9 15,4 O excesso de alunos em cada aula. 11,6 17,9 19,2 Nº 28 O professor aparece aqui como o principal culpado para os alunos, ambos para os encarregados de educação e também para professores. O aluno aparece em segundo para os mesmos e para os restantes intervenientes entra em segundo o professor ou o aluno no caso dos encarregados de educação. Como é que o professor reage ao teu protesto ? Como é que acha que o professor deveria reagir quando um aluno protesta ? Como é que o professor deveria reagir ao protesto do aluno ? 1ª Opção Alunos E.E. Professores Mandá-lo calar ? 51,5 18,9 3,9 Perguntar-lhe se tem algum problema ? 27,5 76,8 92,3 Ignorá-lo ? 9,4 1,1 0,0 Expulsá-lo e marcar falta ? 5,8 2,1 0,0 Outras. Quais ? 5,8 2,1 3,9 Nº 29 Segundo o aluno o professor manda-o calar. Como o professor deveria reagir, era perguntando-lhe se tinha algum problema. Praticamente 20% dos encarregados de educação acham que o professor deveria manda-lo calar. 2ª Opção Alunos E.E. Professores Mandá-lo calar. 31,2 55,8 42,3 Perguntar-lhe se tem algum problema. 24,6 10,5 3,9 Ignorá-lo. 23,9 10,5 26,9 Outras. Quais ? 7,3 5,8 23,1 Nº 30 Manda-lo calar agora já aparece como 1ª opção para todos. Ficando para segundo plano para alunos e encarregados de educação, o perguntar se tem algum problema e para os professores ignorá-lo. 3ª Opção Alunos E.E. Professores Expulsá-lo e marcar falta. 35,5 22,1 23,1 Ignorá-lo. 22,5 37,9 46,2 Mandá-lo calar. 5,8 16,8 30,8 Nº 31 Aqui temos como 1ª opção para os alunos expulsar e marcar falta para encarregados de educação e professores ignorá-lo, e em 2ª opção, segundo a mesma ordem, ignorá-lo, expulsá-lo e mandá-lo calar. Achas que és: Acha que o seu educando é: Acha que os alunos mal comportados são: Alunos E.E. Professores Nervoso Sim 44,2 51,6 53,9 Teimoso Sim 34,1 50,5 46,2 Agressivo Sim 5,8 6,3 65,4 Provocador Sim 6,5 3,2 92,3 Falador Sim 53,6 47,4 65,4 Distraído Sim 39,1 40.0 38,5 Alegre Sim 73,9 56,8 7,7 Pouco limpo Sim 2,2 2,11 3,9 Metido contigo Sim 4,35 10,5 0,0 Ciumento Sim 18,1 9,5 15,4 Egoísta Sim 0,7 3,2 19,2 Envergonhado Sim 31,2 22,1 3,9 Mentiroso Sim 3,6 7,37 30,8 Esquecido Sim 28,3 21,1 15,4 Esperto Sim 44,9 57,9 23,1 Invejoso Sim 2,2 2,1 11,5 Cómico Sim 24,6 14,7 23,1 Birrento Sim 2,2 3,2 38,5 Irritante Sim 4,4 3,2 53,9 Indiferente a tudo Sim 4,4 1,1 46,2 Saudável Sim 68,8 72,6 11,5 Adoentado Sim 5,1 4,2 7,7 Confiante Sim 36,2 30,5 0,0 Comunicativo Sim 50,7 54,7 7,7 Trabalhador Sim 54,4 52,6 0,00 Desarrumado Sim 15,2 26,3 38,5 Tristonho Sim 0.00 6,32 7,7 Irresponsável Sim 1,45 6,3 50,0 Feliz Sim 60,9 61,1 3,9 Organizado Sim 47,8 35,8 0,00 Meigo Sim 36,9 53,7 0,00 Calmo Sim 33,3 21,1 0,00 Nº 32 Há grandes descrepancias de valores nos seguintes adjectivos: Agressivo Provocador Alegre Saudável Comunicativo Trabalhador Irresponsável Feliz Organizado Meigo Diferenças que caracterizam cada ano: 7º Ano 52 alunos 37,68% do total Questão VT p Resposta Portas-te mal porque ? 2,86 .002 Não se porta mal Organizado 2,61 .005 É organizado Distraído 2,50 .006 É distraído Como o professor reage ao teu protesto 2,41 .008 Manda-o calar Nº 33 O 7º ano é caracterizado pelo facto de achar que os seus alunos não se porta mal, serem organizados e distraídos. Segundo estes o professor reage ao seu protesto mandando-o calar. 8º Ano 47 alunos 34,06% do total Questão VT p Resposta Como é que o professor reage ao teu protesto ? 3,00 .001 Expulsa-te e marca falta Portas-te mal porque ? 2,49 .006 Não tem respeito á professora Provocador 2,43 .008 São provocadores Assinala os comportamentos que deves ter na aula ? 2,42 .008 Intervir quando questionado Nº 34 O 8º ano caracteriza-se por achar que o professor reage ao seu protesto expulsando-o e marcando falta. Os seus alunos portam-se mal porque não têm respeito á professora, são provocadores. Quanto aos comportamentos que devem ter na sala de aula estes acham que devem intervir quando questionados. 9º Ano 39 alunos 28,26% do total Questão VT p Resposta O que é que o professor deveria fazer quando te portas mal ? 2,60 .005 Falar contigo O que é que pretendes fazer no futuro ? 2ª opção 2,46 .007 Ser psicólogo Portas-te mal ? 2,38 .009 Não gosta das aulas Nº 35 Os alunos do 9º ano caracterizam-se pelo facto de, acharem que o professor deveria falar com estes quando se portam mal. Em relação á 2ª opção para o seu futuro trabalho optam pela psicologia. E quanto ao facto de se portarem mal nas aulas estes referem o não gostar das mesmas, como uma razão para esse comportamento. Os 3 Anos Ha um factor (questão) que se encontra em todos os anos portas-te mal porquê, e cada ano responde de uma maneira diferente. O 7º ano acha que não se porta mal, o 8º ano porta-se mal, quando não tem respeito pela professora e o 9º ano quando não gosta das aulas. O 9º ano realça já uma preocupação em termos profissionais. Poderemos dizer que para o 7º ano os professores têm mais paciência pois segundo estes, quando protestam o professor manda-o calar, enquanto que os do 8º ano quando protestam são expulsos e colocados na rua. Diferenças que caracterizam o sexo feminino e masculino: Características do sexo feminino 82 alunas 59,42 % dos alunos Questão VT p Resposta Desarrumado 4,38 .000 São arrumadas Porque estuda 2 3,64 .000 Porque gosta Porque estuda 3 2,96 .002 Porque tem lá os amigos Alegre 2,71 .003 É alegre Culpado 2 2,65 .004 Ambos Organizado 2,54 .006 São organizadas Profissões 1ª opção 2,43 .008 Estilista Nº 36 O sexo feminino destingue-se pelo facto das raparigas serem, arrumadas, estudarem porque gostam e porque têm os amigos na escola. Consideram-se alegres. Em relação á questão quem é o principal culpado do mau comportamento, acham que alunos e professores são culpados. São organizadas e como 1ª opção de trabalho pretendem ser estilistas. Características do sexo masculino 56 alunos 40,58 % Questão VT p Resposta Desarrumado 4,38 .000 São desarrumados Profissões 1ª opção 3,61 .000 Futebolista O que é que o professor deveria fazer quando te portas mal ? 3ª Opção 3,08 .001 Colocar de castigo Alegre 2,71 .003 Não são alegres Organizado 2,54 .006 Não são organizados Nº 37 O rapazes destingue-se pelo facto de serem desarrumados, quererem ser futebolistas. Como 3ª opção acham que o professor os deveria colocar de castigo quando se portam mal. Não se consideram alegres nem organizados. As raparigas ao contrário dos rapazes são arrumadas, organizadas e alegres, talvez estas sejam um pouco mais maduras e isso mesmo se note depois na escolha de profissão. Enquanto estas já optam por querer ser estilistas os rapazes querem ser futebolistas. O próprio por de castigo quando te portas mal é infantil. Dentro do mesmo ponto de vista as raparigas já têm a consciência que não são só os alunos ou os professores os culpados do mau comportamento mas sim ambos alunos e professores. Alunos: outras escolhas que caracterizam os estudantes que optaram em primeiro lugar por uma determinada profissão. Profissão 1ª opção VT p Outras escolhas Advogado 3,52 .000 Ler livros 3,29 .001 Jornalista 2,45 .007 Não são espertos Nº 38 Quando os estudantes escolheram como 1ª opção de futuro profissional advocacia acharam importante ler livros, serem como 2ª opção jornalistas e acharem que não são espertos. É interessante notar-se aqui o que se verifica na vida real que é a existência de muitos jornalistas que são formados em direito. O facto de ler e ser advogado ou jornalista também está intimamente ligado ás duas profissões. O não ser esperto, acho que não tem relação com as profissões, é possível que os pais sejam exigentes e estejam sempre a dizer aos seus educandos que não são espertos e estes acabam por acreditar. Profissão 1ª opção VT p Outras escolhas Veterinário 2,98 .001 faladores Nº 39 Dos estudantes que escolheram, a profissão de veterinário como 1ª opção também se consideram faladores. Poderíamos considerar a característica falador mais ligada aos advogados, mas também é necessário ter um boa ligação com os animais. Profissão 1ª opção VT p Outras escolhas Futebolista 3,61 .000 São do sexo masculino 2,66 .004 Empregado bar/café 2,57 .005 São agressivos Nº 40 O querer ser futebolista como 1ª opção é uma característica do sexo masculino. para além disso os alunos que efectuaram esta escolha para além de quererem ser futebolistas querem ser empregados de bar/café e consideram-se agressivos. Ou se é futebolista ou empregado de café mas sempre agressivo, talvez este quadro explique alguns desses empregados de café por vezes não muito educados, talvez sejam futebolistas frustrados. Daqui podemos tirar uma certeza vamos ter futebolistas ou empregados de café agressivos. Profissão 1ª opção VT p Outras escolhas Policia 2,40 0.008 Médico 2,34 0.10 Levar o material necessário Nº 41 Os estudantes que escolheram como 1ª o facto de quererem ser policias, também gostavam de ser médicos, e acham importante levar o material necessário. Os alunos que querem ser policias, também poderão vir a ser médicos, e acham que a pistola ou o estétoscópio nunca devem ser esquecidos. Profissão 1ª opção VT p Outras escolhas Médico 3,60 .000 advogado Nº 42 Os alunos que escolheram a sua primeira opção profissional serem médicos, são caracterizados pelo facto de também quererem ser advogados A relação que encontro aqui é que estas profissões são duas daquelas importantes para a sociedade, embora hoje haja saturação nos dois mercados de trabalho mas um médico ou um advogado continuam sempre a ter um estatuto de elevado valor social. Profissão 1ª opção VT p Outras escolhas Estilista 2,43 .008 sexo feminino Nº 43 Os alunos, neste caso alunas que escolheram como 1ª profissão serem estilistas, são do sexo feminino. As estilistas vão continuar a ser preferencialmente do sexo feminino, esperemos que as grandes estilistas no futuro sejam mulheres. Caracterização dos encarregados de educação Classificação das profissões segundo os diferentes níveis 1 - 5 Níveis Profissões 1 S/ profissão, doméstica. 2 Ajudante lar, assistente de consultório, Auxiliar de saúde, Empregada de balcão, empregada fabril, empregada de hotelaria, encarregada de limpeza, guarda freio, operária, Serralheiro civil, telefonista. 3 Artesã, auxiliar de educação, auxiliar técnico, bancário, delegada de informação médica, electricista, empregado de comércio empregado de escritório, escriturária, guarda livros, musico, secretária, técnico de contas, técnico paramédico, secretária. 4 Chefe de vendas, comerciante, enfermeira, gerente comercial, inspector técnico, gerente comercial. 5 Engenheiro agrónomo, médico. Nº 44 Outras escolhas que caracterizam os diferentes níveis profissionais. Nível profissional dos encarregados de educação VT p Outras escolhas 1 3,54 .000 sexo feminino como é que o professor deveria reagir ao protesto de um aluno. 2ª opção 3,02 .001 perguntar-lhe se tem algum problema comunicativo 2,93 .002 Não comunicativo agressivo 2,46 .007 é agressivo Nº 45 O sexo feminino destingue-se por pertencer ao nível 1 a nível profissional . A forma como o professor deveria reagir ao protesto era questionar o aluno para saber se este tem algum problema. Acham que o seu educando não é comunicativo, mas é agressivo. Nível profissional dos encarregados de educação(2) VT p Outras escolhas Feliz 2,88 .002 é feliz como é que o professor deveria reagir ao protesto de um aluno. 3ª opção 2,37 .009 Expulsá-lo e marcar falta Nº 46 Estes pais consideram que os seus educandos são felizes. Expulsar e marcar falta era a forma como o professor deveria reagir ao protesto do aluno. Nível profissional dos encarregados de educação (3) VT p Outras escolhas Profissão escolhida 2,40 .008 Arquitecto Nº 47 A profissão de arquitecto para o seu educando é o que destuingue os encarregados de educação do grupo 3. Nível profissional dos encarregados de educação(4) VT p Outras escolhas sexo 2,49 .006 sexo masculino Quem acha que é o principal culpado no mau comportamento 2,35 .009 O aluno Nº 48 O grupo 4 caracteriza-se por ser do sexo masculino e por achar, que o principal culpado do mau comportamento é o aluno. Nível profissional dos encarregados de educação (5) VT p Outras escolhas Profissão 1ª opção 2,33 .010 professor Nº 49 Os pais do nível profissional mais elevado caracterizam-se pelo facto de acharem que o seu educando gostaria de ser professor. Encarregados de educação, diferenças que caracterizam cada um dos sexos: sexo feminino Profissão (1) VT p Resposta 3,54 .000 terem profissão do nível 1 e serem mulheres. Nº 50 O sexo feminino caracteriza-se pelo facto de ter uma profissão de nível 1 Sexo masculino Questão VT p Resposta Quem é o principal culpado no mau comportamento 2,53 .006 O professor Profissão do encarregado de educação 2,49 .006 4 Profissão 2ª opção 2,48 .007 estilista Para que serve a escola 2,48 .007 Para um dia ter um trabalho melhor Profissão 3ª opção 2,48 .007 engenheiro Nº 51 O sexo masculino caracteriza-se por achar que o professor é o principal culpado do mau comportamento, pelo facto de pertencerem ao nível profissional 4. Como profissão e em 2ª opção acham que o seu educando quer ser estilista. a escola serve essencialmente para um dia terem um trabalho melhor. como profissão 3ª opção acham que o seu educando quer ser engenheiro. Existe uma diferença considerável entre o nível profissional dos encarregados de educação, no que respeita ao sexo Encarregados de educação, outras respostas que caracterizam a 1ª opção para a profissão. Profissão 1ª opção VT p Resposta cientista 3.00 .001 astronauta Nº 52 Os pais que escolheram 1º opção cientista caracterizam-se por também terem escolhido a profissão cientista, mas como 3ª opção. Quer aqui quer na vida real existe uma relação forte entre estas duas profissões. O ser cientista também vai tendo uma importância crescente na nossa sociedade, vai deixando de ser considerado o cientista, como um lunático. Profissão 1ª opção VT p Resposta veterinário 2,45 .007 irresponsável 2,36 .009 não é esperto Nº 53 Os pais que acham que o seu filho quer ser veterinário acham também que o seu educando é irresponsável e não é esperto. Nos aluno a profissão de veterinário está associado á característica de ser falador, mas para os pais estes hoje são irresponsáveis e não são espertos o que é um incongruência para uma profissão que exige estudo e responsabilidade. Profissão 1ª opção VT p Resposta agrónomo 2,60 .005 rico 2,50 .006 veterinário Nº 54 Com a 1ª opção para agrónomo, os pais acham também que os seus educandos querem ser ricos como 2ª opção e veterinários como 3ª opção. A agronomia assim como a veterinária são profissões de certa forma ligadas ao campo, e também ligadas á riqueza de ter terras e animais. Profissão 1ª opção VT p Resposta jornalista 2,35 .009 é falador Nº 55 Tendo como 1ª opção o jornalismo os pais consideram também o seu educando falador. Devem concerteza existir poucos jornalistas que não sejam faladores. Profissão 1ª opção VT p Resposta policia 2,79 .003 Quando não têm respeito pela professora Nº 56 Tendo os pais achado que como 1ª opção os seus educandos querem ser policias também acham que estes se portam mal quando não têm respeito pela professora. Profissão 1ª opção VT p Resposta estilista 2,71 .003 pintor Nº 57 Os pais acham que os seus educandos querem ser estilistas como 1ª opção caracterizam-se por terem achado também que em 3º opção que os seus filhos queriam ser pintores a profissão de estilista está de alguma forma ligada à de pintor. Profissão 1ª opção VT p Resposta professor 2,33 .010 Os pais têm profissões correspondentes ao nível 5 Nº 58 Para os pais que acham que os seus filhos como 1ª opção querem ser professores, são caracterizados por terem profissões do nível 5 o mais elevado Diferenças entre as respostas dos vários grupos disciplinares. Disciplinas Nº Português 1 Área opcional 9º ano agro-pecuária 2 Inglês 3 Francês 4 E.V.T. 5 Ed. Física 6 Geografia 7 Matemática 8 Ciências Naturais 9 Educação visual Desenho 10 Físico - Químicas 11 História 12 Nº 59 Disciplina VT p Resposta 8 2,36 .009 Para um dia terem um trabalho melhor Nº 60 Estes professores acham que os alunos se encontram na escola para um dia terem um trabalho melhor. Disciplina VT p Resposta (6) 2,36 .009 O excesso de alunos em cada aula. Nº 61 Estes professores são caracterizados por acharem que o principal culpado no mau comportamento é o excesso de alunos em cada aula. Aceitação/rejeição das Hipóteses Nulas Ho 1 - Rejeitada porque existem diferenças significativas entre os diferentes anos aos quais foi realizado o questionário e as opções escolhidas. ( ver quadros 33, 34 e 35 ) Ho 2 - Rejeitada porque existem diferenças significativas entre o sexo dos alunos em relação às opções escolhidas. ( ver quadros 36 e 37 ) Ho 3 - Rejeitada porque existem diferenças significativas entre 1ª opção para a profissão em relação às opções escolhidas. ( ver quadros 38, 39, 40, 41, 42 e 43 ) Ho 4 - Rejeitada porque existem diferenças significativas entre o nível profissional dos encarregados de educação em relação às opções escolhidas. ( ver quadros 44, 45, 46, 47, 48 e 49 ) Ho 5 - Rejeitada porque existem diferenças significativas entre o sexo dos Encarregados de Educação e às opções escolhidas. (ver quadros 50 e 51) Ho 6 - Rejeitada porque existem diferenças significativas entre a 1ª opção para o futuro trabalho em relação às opções escolhidas. ( ver quadros 52, 53, 54, 55, 56, 57 e 58 ) Ho 7 - Aceite porque não existem diferenças significativas entre o sexo dos professores em relação às opções escolhidas. Ho 8 - Rejeitada porque existem diferenças significativas entre as disciplinas em relação às opções escolhidas. ( ver quadros 59, 60 e 61 ) V Discussão dos Resultados Profissões: Existem algumas escolhas correspondentes entre pais e filhos, notando-se mais o factor moda associado aos alunos e o factor tradição associado aos pais. Há no entanto um factor que poderá ser preocupante e que se prende com ausência de qualquer escolha para a profissão professor por parte de alunos e encarregados de educação. Algumas das escolhas são influenciadas pelo facto de esta ser uma escola virada para as artes plásticas. Porque estás a estudar ? Porque é que ele está a estudar ? 1ª Opção Nota-se aqui a importância que os encarregados de educação dão aos seus educandos tirarem um curso, talvez com a ideia de durante a vida ter uma diferente posição social e a procura de uma vida estável, facto que de maneira nenhuma preocupa jovens desta faixa etária. Não sabemos se o que se pretende é a estabilidade se uma forma de ganhar mais dinheiro aproximando-nos assim da sociedade americana (Harold W. Stevenson 1992) no sentido de que o aprender serve essencialmente como uma forma de no futuro ganhar mais dinheiro. É de facto preocupante que só 16 % dos alunos e 13% dos encarregados de educação achem que os alunos se encontram na escola porque gostam. Não deveria esse ser o sentido da escola e o sentido da vida a dita alegria no trabalho. 2ª Opção Aqui á uma inversão em relação aos dois primeiros valores. O gosto pelo o estudo passa a estar em primeiro lugar, e o tirar o curso passa para segundo plano, a terceira escolha da 2ª opção mantém-se idêntica á da primeira opção. Não com a mesma discrepância de valores aqui há uma notória alteração dizendo os encarregados de educação que os seus educandos gostam da escola mas será assim? Será que em primeiro lugar os alunos estão na escola para tirar um curso e em segundo porque gostam , não será esta escola demasiado perfeita e os alunos também, se assim fosse só os professores podiam ser responsabilizados pelo alto índice de insucesso escolar. Não podemos deixar de reconhecer que embora as respostas dos encarregados de educação tenha sido elevada também são aqueles que se preocupam mais com os seus educandos que têm objectivos mais elevados para estes atingirem. 3ª Opção A 3ª opção parece-me mais verosímil, ou deveria ser, pois esta é uma das razões pelas quais qualquer pessoa gosta, de um qualquer local onde estuda ou trabalha, independentemente das razões que o levam a encontrar-se nesse mesmo local. Para que serve a escola ? Para que serve a escola ? Na sua opinião porque vêm os alunos á escola ? 1ª Opção Aprender é bom se assim fosse ( ir á escola para aprender) porque gosta na 1ª opção 1ª questão não teria um valor tão baixo. Se na realidade estivermos a entrar definitivamente na sociedade de consumo ninguém vai á escola para aprender embora seja bonito como conceito aceite socialmente, os alunos vão á escola sim para um dia terem um trabalho melhor. Embora não referido por pais e alunos achamos aqui um ponto importante que se prende com o facto dos professores acharem que á alunos que estão na escola porque não têm trabalho algo que pais não vão dizer da escola mas não nos podemos deixar de achar a resposta dos professores correcta se pensarmos no êxito das escola técnico profissionais, fornecem algo de objectivo a muitos alunos que se vão sentir felizes na sua vida sendo carpinteiros ou mecânicos até porque é impossível todos sermos doutores. O que falta são mais escolas do género não podemos oferecer aos alunos só o caminho da faculdade e depois fechar o mesmo. Os números clausulos terão que sempre existir e para estes temos de ter profissões não clausulas. 2ª Opção Aqui há uma inversão nos valores em relação á primeira questão tal como na 1ª questão, o facto de um dia ter um trabalho melhor passa a ser mais importante, e o aprender fica para segundo plano. Talvez a 2ª opção esteja mais correcta em termos do que realmente é o que realmente se sente. O que se aprende em qualquer situação é sempre importante, mas o que se procura não será um trabalho melhor que dá uma estabilidade, que possivelmente os encarregados de educação principalmente numa época de crise acentuam, esta escolha. O estudo passa a ser um meio e não um primeiro objectivo, passa a ser um passaporte para uma vida melhor e mais "descansada". 3ª Opção Em termos percentuais Outras Quais ? aparece em segundo lugar traduzindo-se para os alunos: por saber lidar com os outros, para conviver com professores e colegas para confraternizar com os colegas para ter um bom futuro para poder ser aquilo que quero ser para fazer o que quero para ser mais culto para ser alguém, para os encarregados de educação: para acabar com o analfabetismo para estar comos amigos para compreender melhor a vida porque é necessário para boa situação financeira como forma de intervenção social para ter uma vida melhor para que serve a escola? formação mais sólida. para aprender a ser útil acesso ao ensino superior curso médio. para os professores: por obrigação dos pais ou do sistema o facto de não ter trabalho como factor explicativo daquilo para que a escola serve. Como referido na sequência da 1º opção aqui o trabalho aparece de uma forma mais real. Achas que ler livros e jornais é importante para o sucesso escolar ? Achas que a televisão contribui para o sucesso escolar Acha que ler livros e jornais é importante para o sucesso escolar ? Acha que a televisão contribui para o sucesso escolar ? Acha que ler livros e jornais é importante para o sucesso escolar ? Acha que a televisão contribui para o sucesso escolar ? Qual das três é a mais importante ? Poderíamos dizer que devido á sua tenra idade e á sua influencia quase diária, e tendo os jovens nascido quase todos no período do grande desenvolvimento da televisão achar normal a importância dada a este meio no sucesso escolar. Agora queixando-se tanto os professores dos erros dos alunos que coloquem a televisão primeiro lugar que os jornais, sendo o processo de leitura um veiculo fundamental da aprendizagem. Gostas da turma que tens ? O seu educando gosta da turma que tem ? Acha que o aluno se porta melhor quando gosta da turma ? A grande maioria gosta da turma, opinião coincidente, é talvez a opinião mais positiva e coincidente de todas o que demonstra a boa integração de todos os jovens de toda esta escola. Porque gosta: A maioria gosta porque tem lá os amigos, o factor outra traduz-se por Alunos: Porque os colegas e os professores são simpáticos. Porque acho que é comunicativa. É uma turma sossegada. Porque somos solidários uns com os outros e nos damos bem Porque são bons amigos e brincalhões. Porque os meus colegas são simpáticos e já os conheço bem. Porque me sinto bem no meio interno da turma e sinto-me capaz de aprender. Esta é uma turma de grandes contrastes portanto é bom ter uma grande variedade de amigos. Porque gosto da turma e porque são fixes. E.E.: Por ser uma turma equilibrada. Porque o convívio entre todos, independentemente de serem amigos ou não, é óptimo. Gosta dos professores Porque gosta dos colegas Ele tem lá as suas razões Professores: porque se relaciona bem com os professores porque se sente bem integrado uma relação de grupo com os restantes elementos da turma. Porque não gosta ? Os alunos que não gostam da sua turma devido ao facto de não gostar dos colegas, embora estes não inseridos sejam em numero reduzido, mas (in)felizmente há sempre indivíduos que saiem da norma. Assinala os comportamentos que deves ter na aula ? Assinale os comportamentos que o seu educando deve ter na sala de aula ? Assinale os comportamentos que o aluno deveria ter, na aula ? 1ª Opção E se todos os alunos participassem activamente? Podemos concluir que a participação é essencial no funcionamento da aulas. Vemos a clara diferença quando analisamos a questão material, mesmo nos indivíduos mais responsáveis deste relacionamento. O material é essencial para trabalhar mas os alunos e pais não acham o material muito importante conviria perguntar aos encarregados de educação se no seu trabalho, o conseguem fazer sem material. Na 1ª opção em 2º lugar para os professores aparece levar o material necessário 19,23% enquanto que Perguntar ao professor quando não percebe tenha só 3,85%. Talvez os professores achem que a maioria das questões surgem devido ao facto de os alunos não terem consigo o material devido. % na questão outros quais ? Nota-se nesta questão uma diferença entre as opiniões das três categorias de intervenientes. Era resultados deste tipo que se pretendia encontrar neste estudo, opiniões divergentes que levássemos alunos a terem um comportamento que não é aquele esperado pelo professores. Se analisarmos os valores dos 3 quadros podemos achar que os alunos e pais pretendem alunos mais passivos e os professores pretendem alunos mais activos, e para tal é necessário Participar activamente, Perguntar ao professor quando não percebe e levar o material necessário para trabalhar. Podemos dizer que está enraizado nos encarregados de educação e nos seus educandos o aluno espectador que pergunta ao professor quando não percebe e passa os apontamentos todos não participador numa dinâmica activa e interactiva professor aluno, a aula é vista como tendo só um actor, quando se pretende que o espectador participe, altere o programa da peça e leve material para a mesma, os alunos não podem ser actores no intervalo e por um toque de magia passarem a espectadores passivos sem comentários ou objecções á peça, que se desenrola e a estes é destinada. Não podemos deixar de referir que o comportamento passar os apontamentos todos tem alguma relevância para os alunos mas não é nada considerado pelos professores. 2ª Opção Na continuidade das opções podemos verificar que para além de participar (1ª opção ) o aluno deve perguntar ao professor. Revela-se aqui já um valor relativo para Passar os apontamentos todos por parte dos alunos que vai ser consubestanciado na 3ª opção. Neste quadro e no próximo vai-se avolumando a diferença de opiniões e importância dada ao material. 3ª Opção O dado mais importante deste quadro prende-se com a grande diferença de valores que encontramos entre um passagem de apontamentos importante para alunos e pais, e levar o material necessário para os professores. Portas-te mal porque ? Em que situações é que acha que um aluno se comporta mal nas aulas ? Acha que os alunos se portam mal porque ? 1ª Opção Em todas as opções os alunos escolhem maioritariamente a resposta Outras. Quais?. Na sua grande maioria 30 indivíduos no total responderam não me porto mal. Em muitas escolas o que é mau comportamento não foi definido nem esclarecido com os alunos, o professor espera em certa medida que os alunos saibam quais são as normas do bom comportamento, que talvez não sejam equiparáveis com as dos professores por isso talvez haja tantas queixas e tantos alunos a dizerem que não se portam mal. Era importante a partir destes resultados descobrir o que são maus comportamentos para os alunos, encarregados de educação e professores. A grande maioria dos alunos que respondem a outras quais? Dizem que não se portam mal segundo eles. No sentido de que não são delineadas regras junto dos alunos deve de haver uma grande discrepância entre aquilo que é bom comportamento para alunos pais e professores. Aqui poderá verificar-se a falta de medidas preventivas na escola. Aqui faltou colocar a questão, será que o alunos se porta mal na escola devido ao facto de também não ter ou conhecer regras em casa ou ser mal educado? 2ª Opção Os alunos aqui já respondem que se portam mal quando não gostam das aulas, embora a maioria não se porte mal. Os pais dividem-se entre o não gostar das aulas ou da professora, atribuem o mau comportamento a algo que o aluno não gosta na escola. Os professores referem-se à matéria ou ás aulas não a eles próprios. 3ª Opção Para a além do valor outras quais já referido anteriormente, todos estão de acordo em afirmar que o aluno se porta mal quando não gosta da professora ou das aulas. O que é que o professor deveria fazer quando te portas mal ? O que é que o professor deveria fazer quando um aluno se porta mal na aula ? O que é que o professor deveria fazer quando um aluno se porta mal ? 1ª Opção Na nossa escola a prevenção é praticamente inexistente , e posteriormente a actuação também se limita á ida para a rua ou à suspensão que mais uma vez são vistas como prémios. Falta à escola um meio de intervenção neste campo desde a prevenção até á actuação formal, fica-se com a ideia de que a escola parou no tempo, as medidas aplicadas hoje tiveram êxito há alguns anos atrás, alguns talvez muitos e demais. Mas de acordo com os resultados o que se deveria fazer é falar com o aluno. Embora ache que numa sala com 30 alunos seja difícil. O mandar para a rua que acontece frequentemente tem aqui para encarregados de educação e professores um valor reduzido, que de nenhuma forma se identifica com a realidade. 2ª Opção A 2ª opção parece mais verosímil pois o que frequentemente acontece é que o aluno é colocado de castigo, de notar que o aluno também acha que deve ser colocado de castigo. Nesta opção 23,08 dos professores respondem Outras. Quais? e isso traduz-se por: - Envolver a turma. - Falar com os pais. - Se houver reincidência sistemática deve ser dada uma tarefa que obrigue o aluno a manter-se ocupado durante a aula. - Associar o castigo com a realização de tarefas escolares. - Deveria existir uma actividade para todos os alunos. - Contactar a família, conhecer os problemas do aluno, informar do seu comportamento intensificar a relação escola - família. - Dar-lhe trabalho de casa extra. - Motivar para o gosto de aprender 3ª Opção Aqui a rua aparece como a primeira solução e aquela que é mais frequente, talvez esta resposta seja a mais correcta, mais próxima da realidade. Quem é o principal culpado no mau comportamento ? Quem acha que é o principal culpado no mau comportamento ? Quem é o principal culpado no mau comportamento ? 1ª Opção Podemos dizer que o aluno pelo seu comportamento pelo seu excesso ou relacionamento com o professor é sempre culpado. O professor responde de uma forma defensiva, enquanto o professor não se achar parte responsável, não vai procurar outras vias outros caminhos para lidar com o mesmo. Na segunda escolha há uma tendência dos professores para se acharem envolvidos neste processo, é uma evolução razoável que demonstra uma incorporação nos problemas escolares. É de salientar que os próprios encarregados de educação colocam os seus educandos como os principais culpados (lá sabem o que têm em casa) do que o excesso de alunos ou os alunos e os professores. 2ª Opção O aluno é o culpado mas é também o menos culpado e o menos responsável de todo o processo. Os professores na 1ª opção culpa o sistema ( excesso de alunos ) e na 2ª opção parte dos membros desse sistema (os alunos). 3ª Opção O professor e ambos têm os valores mais elevados. Aqui o professor é culpado, em associação com o aluno não é o aluno que é culpado em associação com o professor, houve uma inversão. Como é que o professor reage ao teu protesto ? Como é que acha que o professor deveria reagir quando um aluno protesta ? Como é que o professor deveria reagir ao protesto do aluno ? 1ª Opção Em relação á questão: O que é que o professor deveria fazer quando um aluno se porta mal na aula, a resposta maioritária dos professores (92,3%) foi falar com ele tal como a esta questão, foi rescindido perguntar-lhe se tem algum problema. Entendemos por aqui que a conversação é vista pelos professores, como um meio efectivo do seu trabalho e se o relacionarmos com o mau comportamento onde se responde 57,7 % o excesso de alunos em cada aula vamos chegar á conclusão de que aquilo que se pretende fazer é de certa forma impossível devido ao excesso mas é uma boa intenção. 2ª Opção Para todos o que o professor deveria fazer era mandar calar o aluno. Em segundo para os alunos o professor deveria perguntar o que estes têm para os encarregados de educação o mesmo ou ignorá-lo. O professor fica por ignorá-lo, ou então por outras razões, as quais que se traduzem por: - Falar com ele em particular. - Responder-lhe no mesmo tom, se ele não quer dizer qual é o problema. - Se o protesto for pertinente, tentar dar resposta. - Procurar agir com descirnimento em cada caso, não se sentir atacado pessoalmente. - Ouvi-lo com atenção. - Tentar resolver com ele o "tal" problema. 3ª Opção Á excepção da segunda opção em que alunos, encarregados de educação e professores estão de acordo em todas as outras opções pais e professores estão de acordo mas não estão os alunos. Para estes o que o professor deveria fazer era, mandá-lo calar, mandá-lo calar e expulsá-lo e marcar falta. Encarregados de educação e professores dizem que primeiro devemos perguntar ao aluno se tem algum problema depois mandá-lo calar e por fim ignorá-lo. Achas que és: Acha que o seu educando é: Acha que os alunos mal comportados são: Aqui podemos inferir as diferenças entre aquilo que alunos são e o que os pais acham que os seus filhos são, e como são os alunos mal comportados por comparação. Seria interessante no futuro ter também a opinião dos próprios alunos e pais sobre as mesmas características destes alunos. Características relevantes dos alunos mal comportados dadas pelos professores. Provocador 92,31 % Agressivo 65,38 % Irritante 53,85 % Irresponsável 50,00 % Indiferente a tudo 46,15 % Esperto 23,08 % Saudável 11,54 % Alegre 7,69 % Comunicativo 7,69 % Feliz 3,85 % Trabalhador 0,00 % Organizado 0,00 % Meigo 0,00 % Calmo 0,00 % Confiante 0,00 % Estes dados reflectem as diferenças, principais encontradas entre as duas primeiras questões e a ultima. Quase todos são considerados nervosos, mas nos caos apresentados com valor 0,00 % não encontram eco nas 2 primeiras respostas, e deverão ser características que devemos trabalhar tanto quanto possível com estas crianças, no sentido de melhorar a sua integração social e escolar. Nº 62 Respostas mais pertinentes dadas pelos professores á questão J - Para além do que é dado, ou em substituição, o que é que deveria existir na escola, como disciplina. - Penso que seria importante surgirem , opcionalmente algumas disciplinas de carácter prático relacionadas com as profissões de canalizador, pedreiro, mecânico..., que os preparasse para a vida activa, pois muitos alunos não querem avançar nos estudos. - Deveria existir a disciplina educar - com o nome que quisessem atribuir, mas que viesse, fundamentalmente, educar. - Formação musical ( em todos os anos de escolaridade ). - Educação cívica. - Conselhos de alunos para decidir regras de funcionamento e sanções disciplinares. - Professores mentalmente disponíveis para ouvir os alunos e servirem de modelo ao seu crescimento. - Menos disciplinas e mais disciplina. - Educação cívica. - Actividades para lectivas ou extracurriculares que motivassem os alunos. - Musica e Teatro. - Educação cívica e sexual, ensino artístico. - Maior ligação dos conteúdos e objectivos das disciplinas à realidade social e aos interesses dos alunos. - Educação cívica e moral obrigatória. Respostas mais pertinentes dadas pelos professores á questão M - Qual acha que é a maior falha da escola ? - Numero exagerado de alunos por turma. - Ausência de espaços lúdicos. - Falta de tempo para dar aos alunos. - Não existir capacidade para se adaptar ás necessidades sociais e ás mudanças. - A falta de ligação do ensino/educação á prática da vida. - Falta de autoridade para poder impor mais disciplina. - Mais disciplina nos adultos. - Meios para desenvolver estratégias de prevenção da indisciplina e ocupação frutífera do tempo. - Indisciplina geral. - Falta de articulação família/escola - Falta de preparação dos professores. - Fraca relação com a família. - Não ser alegre, distraída, irresponsável e feliz. - Estar desfazada da realidade. - Falta de vigilância em todos os sectores da escola. Respostas mais pertinentes á questão N - Qual acha que é a maior necessidade da escola ? - Ter espaços suficientes para ocupar os tempos livres. - Maior preocupação com a formação moral e cívica dos alunos e dos professores. - Preparar de facto para a vida. - Boas condições para o trabalho. - Tempo livre para os alunos. - Actualização pedagógica e criação de espaços adequados e apetrechados a alunos- problema. - Uma boa gestão, um corpo docente qualificado e instalações aceitáveis. - Organização total ( de todas as suas componentes - docentes e discentes - programáticas - metodológicas e didácticas. - Renovação de muitos dos professores. - Colaboração mútua entre os vários grupos que a constituem ( alunos, professores, pais, pessoal auxiliar). - Melhores condições de trabalho. - Menos alunos por turma. VI Considerações Finais Considerações finais Limitações A limitação que há a salientar é a fraca participação dos professores cerca de 50%. Os dados recolhidos referem-se a uma amostra reduzida se compararmos com todos os jovens portugueses que frequentam estes anos lectivos. Recomendações: Aqui coloco essencialmente ideias para outros trabalhos, que poderiam colocar estas questões: O que é um bom professor para os alunos ? O que é um bom professor para os pais ? O que é um bom professor para os mesmos ? ( o bom professor não é aquele que sabe muito, mas sim o que torna simples o que é complicado ) Quais são as regras utilizadas pelos professores ? Talvez fosse melhor conhece-las e uniformiza-las. Nota final Alguns dos resultados variam só em termos percentuais, não havendo grande discrepância entre os indivíduos dos diferentes grupos. Algumas vezes encontramos as maiores discrepância a nível das terceiras opções. Há algumas respostas que são de alguma forma o espelho daquilo que a sociedade espera e não uma realidade, principalmente a nível das primeira opções. A partir da realização dos questionários na escola onde me encontrava a realizar o estágio passei a conhecer maior numero de alunos e a tornar-me mais integrado na escola. Quero salientar aqui a boa colaboração dos alunos assim como dos pais. Referências Bibliográficas BIBLIOGRAFIA Abraham, Ada. (1971). L'image de l'enseignant chez les élèves. Bulletin de Psychologie. Groupe d'études de Psychologie de l'université de Paris, XXV, 302, pp. 1004 - 1014. Amado, João. 1991. A indisciplina na Escola. O professor , Nº 13 ( 3ª série ) pp. 48 - 53. Bacon, Ellen H. Using Negative Consequences Effectively.Academic Therapy, May 1990, Volume 25, Number 5, pags. 599-611. Barbetta, Patricia, M. Goals.(1990) A Group- Oriented Adapted Levels System for Children with Behavior Disorders.Academic Therapy, May , Volume 25, Number 5, pags. 645-656. Boavida, João José. (1980) Auto-avaliação dos professores. Revista Portuguesa de Pedagogia. Ano 14. pp. 269 - 299. Bourdial, Isabelle. 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