Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                
Academia.eduAcademia.edu

Elogio Da Filosofia

2019, Problemata

Resumo: Estar (ser) Filósofo não significa estar (ser) fora do mundo. Significa viver criticamente as experiências que marcam o destino humano. Hodiernamente, este preceito, assume as características de um desafio sem precedentes. Entretanto, o tempo parece estar condensado no presente, no qual se concentram os problemas decisivos para a nossa sobrevivência. O desafio requer coragem e ímpeto em função do ritmo acelerado da história e, também, porque às soluções que pareciam adequadas a alguns anos atrás não mais demonstram eficácia. A Filosofia, frente a tais questões, deve assumir posição e dizer o que é necessário neste preciso momento sem hesitação. Este texto intenciona afrontar o desafio e conclamar à comunidade de ensino de filosofia a empreender tal empreitada. Palavras-chave: Sobrevivência; Ensino de Filosofia; Filosofar.

ELOGIO DA FILOSOFIA PRAISE OF PHILOSOPHY ELOGIO DELLA FILOSOFIA Gianluca Cuozzo1 Roberto Sávio Rosa2 Recebido: 08/2019 Aprovado: 11/2019 Resumo: Estar (ser) Filósofo não significa estar (ser) fora do mundo. Significa viver criticamente as experiências que marcam o destino humano. Hodiernamente, este preceito, assume as características de um desafio sem precedentes. Entretanto, o tempo parece estar condensado no presente, no qual se concentram os problemas decisivos para a nossa sobrevivência. O desafio requer coragem e ímpeto em função do ritmo acelerado da história e, também, porque às soluções que pareciam adequadas a alguns anos atrás não mais demonstram eficácia. A Filosofia, frente a tais questões, deve assumir posição e dizer o que é necessário neste preciso momento sem hesitação. Este texto intenciona afrontar o desafio e conclamar à comunidade de ensino de filosofia a empreender tal empreitada. Palavras-chave: Sobrevivência; Ensino de Filosofia; Filosofar. Abstract: Being a philosopher does not mean being out of the world. It means critically living the experiences that mark human destiny. Today, this precept assumes the characteristics of an unprecedented challenge. However, time seems to be condensed in the present, where the decisive problems for our survival are concentrated. The challenge requires courage and impetus because of the fast pace of history and also because the solutions that seemed appropriate a few years ago no longer prove effective. Philosophy, faced with such questions, must take a stand and say what is needed right now without hesitation. This text intends to meet the challenge and to urge the philosophy teaching community to undertake such a venture. Keywords: Survival; Philosophy teaching; To philosophize. Riassunto: Essere un filosofo non significa essere fuori dal mondo. Significa vivere criticamente le esperienze che segnano il destino umano. Oggi, questo precetto assume le caratteristiche di una sfida senza precedenti. Tuttavia, il tempo sembra essere condensato nel presente, dove si concentrano i problemi decisivi per la nostra sopravvivenza. La sfida richiede coraggio e slancio a causa del ritmo veloce della storia e anche perché le soluzioni che sembravano appropriate alcuni anni fa non si dimostrano più efficaci. La filosofia, di fronte a tali domande, deve prendere una posizione e dire 1 Professor ordinário de Filosofia teorética. Diretor do departamento de Filosofia e Ciências da Educação da Università degli Studi di Torino. Docente de Antropocene junto à Scuola di Studi Superiori "Ferdinando Rossi" da Università degli Studi di Torino. 2 Professor de Filosofia do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC/BA. Pós-Doutorado pela Università Degli Studi di Torino sob a coordenação do Professor Gianluca Cuozzo. Autor e Coordenador do Projeto de Pesquisa A recepção de Nietzsche no Brasil a partir da Bahia: Wilson Lins e sua circunstância. Problemata: R. Intern. Fil. V. 10. n. 5 (2019), p. 259-264 ISSN 2236-8612 doi:http://dx.doi.org/10.7443/problemata.v10i5.49922 Elogio da filosofia 260 ciò che è necessario in questo momento senza esitazione. Questo testo intende affrontare la sfida e sollecitare la comunità di insegnanti di filosofia a intraprendere tale impresa. Parole chiave: Sopravvivenza; Insegnamento della Filosofia; Filosofare. Estar (ser) Filósofo não significa estar (ser) fora do mundo. Significa viver criticamente as experiências que marcam o destino humano. Hodiernamente, este preceito, assume as características de um desafio sem precedentes. O seu propósito poderia ser aquele formulado por Walter Benjamin 80 anos atrás: “passar um pente fino na história”, nadar contra a maré do presente. Hoje, entretanto, o tempo parece estar condensado no presente, no qual se concentram os problemas decisivos para a nossa sobrevivência. O desafio é desmesurado porque o ritmo da história acelerou, de tal modo que as soluções que pareciam adequadas a alguns anos atrás, hoje não possuem mais eficácia. No último ano aqueles que se definiram pessimistas, e que certo não podem ser acusados de otimismo, foram pegos no contrapé pelas circunstâncias: foi possível acompanhar e assistir o desprendimento de parte do gelo do Monte Branco (Alpes – o monte mais alto da Europa); do rompimento do permafrost3 no Polo Norte; de incêndios sem precedentes na Groelândia, Sibéria, Canadá e Alaska, que lançaram na atmosfera qualquer coisa em torno a 100 milhões de toneladas de gás carbônico. E no Brasil, com os incêndios dolosos da floresta amazônica se corre o risco de ver desaparecer para sempre uma imensa reserva de biodiversidade que compõe e faculta a base para a existência do mesmo gênero humano. A Filosofia, frente a tais questões, deve assumir posição e dizer o que é necessário neste preciso momento sem hesitação. Também porque a política esconde o problema e se mostra frequentemente obscurantista e muitos dos cidadãos – desinformados e desviados pelos mass-media para questões de segunda ordem – permanecem estagnados em um clima de boa vontade e ação para o qual nada parece realmente sério. Encontrar-se nesta condição de distenção emotiva e espiritual (de Entspannung, escrevia Siegfried Kracauer, nesta condição da alma em que o mundo aparece destituído de “orientação e vocação”4), muito similar aquela situação descrita por Kafka a propósito dos seus personagens 3 Na geologia, termo introduzido no ano de 1943 pelo americano S.W.Muller, que indica a camada de terreno permanentemente gelada que se encontra, a uma profundidade de alguns metros, no subsolo de várias zonas, especialmente a alta latitude e alta cota; se estima que o permafrost se estenda sobre cerca de um quinto das terras emersas a latitudes maiores de 60° e, independentemente da altitude, nas altas quotas das grandes montanhas. 4 S. Kracauer, Il romanzo poliziesco. Un trattato filosofico (1925), trad. it. di R. Cristin, Roma, Editori Riuniti, 1994, p. 49. Problemata: R. Intern. Fil. v. 10. n. 5 (2019), p. 259-264 ISSN 2236-8612 Elogio da filosofia 261 submetidos por uma “culpa sem rosto e sem nome”5 no presente produz, sem sombra de dúvida, resignação (de crítica) e renúncia (de ação): verdadeiro e próprio estado de desânimo, de indolência, de psicastenia emocional, ou ainda de “preguiça paralisante”6 – aquele fatalismo de massa que leva “a uma depressão coletiva e a um desinteresse dos verdadeiros desejos comuns”7. Só que hoje são milhões de jovens que pagam as consequências desta ausência de pressupostos operativos: seguro desemprego, desocupação, informalidade, trabalhadores sem terra – sem cantores prontos para celebrá-los não só como vítimas (o suficiente para lavar a consciência de toda a responsabilidade), mas enquanto sintoma de um modelo econômico que não se sustenta, e chegou ao fim, no qual “o sistema associativo regride”8 à formas de convivência pré-histórica (abandonados como estamos ao fato inquebrável de uma situação econômica global que realmente não perdoa ninguém). A única solução para essa situação dramática sugerida continuamente através da voz oficial do poder (reside na repetição da vã promessa, indefinidamente procrastinada, do crescimento econômico previsto para o próximo ano) é a interiorização regressiva de forma tediosa e renunciatária dos dados de infelicidade geradores de frustração e depressão – como ocorre no filme, ideológico e excessivamente estetizante, de Lars Von Trier Melancholia (2012). Se dependesse de mim, parece dizer a protagonista Justine (aliás Kirsten Dunst), enviaria o trabalho para o fim dos tempos; no entanto procuro prosseguir com esgotamento deixando para trás aqueles pesados “fios de lã cinza que se grudam às pernas (...) tão pesados a ponto de me jogar no chão” – ramificações sufocantes e raízes, na verdade, que se agarram ao solo de uma natureza triste, imbuída de entropia e dissipação. Neste suplício vegetal somente a colisão entre um sombrio planeta errante, “deslumbrante e de invisibilidade escura”, e a Terra desarmada pode colocar fim a uma tal “dialética aprisionante” na qual nada pode mudar9. O importante é que o colapso seja geral, que coinvolva a humanidade inteira e, sobretudo, que 5 Cfr. W. Benjamin, Franz Kafka. Nel decennale della morte (1934), trad. it. di R. Solmi, in Idem, Opere complete, cit., vol. V (Scritti 1934-1937), a cura di E. Ganni, 2003, p. 134. 6 J.M. Bergoglio, Lettera enciclica Laudato si’. Sulla cura della casa comume, Roma, Tipografia Vaticana, 2013, p. 66. 7 L. Zoja, Utopie minimaliste. Un mondo più desiderabile anche senza eroi, Milano, Chiarelettere, 2013, p. 8. 8 L. Sertorio, Storia dell’abbondanza, cit., p. 152. 9 Entre as várias interpretações da Melencolia I de Dürer, há quem sustente que a representação é inspirada pela queda de um aerolito perto de Ensisheim, entre Basileia e Colmar, que ocorreu em 7 de novembro de 1492: este presságio milagroso enviado do céu faria sua aparição na gravura duas vezes: “No alto, no momento da queda, uma segunda vez, embaixo, na forma de um poliedro”: C. Makowski, Albrecht Durers, Lucas Cranach mélancolie (s), Paris, Somogy Edição d'Art, 2012, p. 49A. Nesse sentido, a interpretação oferecida pelo filme de von Trier é filha desse "reducionismo astrológico" aplicado à interpretação da alegoria de Dürer: "O fato de não ter sabido até hoje conectar a queda do meteorito Ensisheim [...] com suas duas representações interconectadas, presentes na Melencolia I de 1514, bloqueou o caminho para todas as análises iconográficas possíveis dessa gravura única e sublime, gravura que só agora podemos compreender e analisar de maneira detalhada e coerente” : aí, p. 49B. Problemata: R. Intern. Fil. v. 10. n. 5 (2019), p. 259-264 ISSN 2236-8612 Elogio da filosofia 262 seja ordenado e belo de se ver (como a catástrofe que se abate sobre o emprendimento – teleférico - de Zorba no romance de Nikos Kazantzakis). Agora, vamos substituir o planeta Melancholia pelo Banco Mundial e os governos dos maiores países industrializados: a música não muda, retumbam igualmente as notas de um fatalismo congelante – como a dizer, “impedir não somente o exercício do pensamento, mas também do agir em geral”10. De onde deve partir, portanto, a reflexão filosófica? Falar hoje de natureza, de crise ecológica e Antropoceno11 do ponto de vista filosófico pode proporcionar um significado não somente relevante na perspectiva institucional, mas também nas relações com outras formas de investigação. Como filósofos, estamos convencidos que a avaliação dos efeitos da chamada pegada ecológica não pode prescindir daquelas disciplinas que refletem e quantificam os efeitos de nossas atividades sobre o planeta, colocando como essencial na pesquisa a complexa interação entre natureza e cultura. Mas se trata de um realinhamento de perspectiva que nos permite remediar nossas fantasias e ilusões que geralmente nos apresentam um mundo totalmente irreal: um pouco como ocorre quando observamos com os óculos verdes do Mágico de Oz em que tudo aparece resplandecer da cor verde esmeralda. Essa dissonância cognitiva originou isso que definiremos o conceito pleonástico de “disponibilidade-mundo”: uma metarepresentação que compreende o mundo no mesmo patamar de uma instituição mágica, “capaz, não se sabe como, de produzir bens de consumo a jato contínuo”12. Em um mundo onde tudo está sempre disponível, escrevia Ernst Bloch, parece ser suficiente “alongar as mãos sobre a vitrine do momento”13 para possuir cada bem e acessar o paraíso na terra. O pão cotidiano está sempre ao alcance para qualquer um que esteja de posse do pin – senha mágico(a) ou de um cintilante cartão de crédito – reinvenção da varinha mágica que satisfaz todos os desejos, do gesto ritual que abre as portas de um Éden decaído. Mas como pode uma Filosofia crítica da natureza corrigir essa distorção de perspectiva favorecida pela política e pelos fortes interesses econômicos que agem forçosamente sobre o planeta? Para explicar de modo apropriado gostaríamos de utilizar o exemplo da lâmpada de Wood. Si trata de um dispositivo capaz de emitir raios ultravioletas com os quais se pode examinar - para uma estimativa exata de autenticidade e interpolações postiças colocadas em 10 L. Binswanger, Melanconia e mania. Studi fenomenologici (1960), trad. it. di M. Marzotto, Torino, Bollati Boringhieri, 2006, p. 24. 11 A época geológica atual, no qual o ambiente terrestre, no conjunto de suas características físicas, químicas e biológicas, é fortemente condicionado, em escala local ou global, pelos efeitos das ações humanas, com particular referência ao aumento de concentração de CO2 e CH4 na atmosfera. 12 D.H. Meadow, D.L. Meadow, J. Randers, I nuovi limiti dello sviluppo. La salute del pianeta nel terzo millennio (1972), trad. it. di M. Riccucci, Milano, Mondadori, 2006, p. 249. 13 E. Bloch, Il principio speranza (1950), trad. it. di E. De Angelis e T. Cavallo, Milano, Garzanti, 2005, p. 43. Problemata: R. Intern. Fil. v. 10. n. 5 (2019), p. 259-264 ISSN 2236-8612 Elogio da filosofia 263 processos de restauração – de uma pintura antiga. As partes acrescentadas aparecem opacas, enquanto os traços pictóricos antigos reagem emitindo uma luminiscência que não deixa dúvidas sobre o longo tempo de sedimentação dos pigmentos e fixadores naturais. Eis aí o olhar atento do filósofo da natureza, atento as conexões e relações com as outras disciplinas – no que diz respeito a frequente disputa entre otimistas e pessimistas – funcionaria mais ou menos assim: nos colocaria em condições de entender a natureza daquelas marcas mais opacas que obscurecem a complexa paisagem concedida pelo mundo em que vivemos, operamos e contruímos os nossos modelos de interpretação do real: aqueles modelos que oscilam entre a visão constante nos próprios propósitos, mesmo diante à graves contrariedades (tetragona) de Donald Trump (segundo a qual o Way of life - modo de vida ocidental não pode ser colocado em discussão nem mesmo sob a possibilidade de modificações climáticas atuais) e o olhar desesperado de Greta Thunberg pelo qual os sonhos de uma vida feliz já teria sido cruelmente subtraído às novas gerações que resistem destituídos de certeza entre instinto de rebelião e sentimento resignado de derrota. Não sabemos qual será o nosso futuro, podemos somente afirmar que permanecemos muito preocupados, como muitos outros. Acreditamos que, além de fazer todo o possível para que a Antropoceno não se torne a mesa obscena dessa grande farra com que estamos devorando o solo, os mares e as florestas, do ponto de vista teórico ocorre confrontar permanentemente com dados, pesquisas e mensurações. O olhar sóbrio e elevado professado pelo Novo Humanismo de Aurelio Peccei, no qual a filosofia da natureza dialoga com as ciências, a informática e as novas tecnologias digitais, acreditamos estar o conjunto de argumentos com as quais cada posição política, econômica e social se deve balizar quando houver desejo, com plausibilidade e senso crítico, de falar de, Global Warming - aquecimento global, elevação dos mares, destino do gênero humano, ou ainda de modificações globais que não podem ser interrompidas. A respeito dessa cosciência e dos argumentos acima elencados o Professor Gianluca Cuozzo já havia se manifestado em 2017, em seu livro La filosofia che serve. Realismo Ecologia Azione – A Filosofia que age. Realismo Ecologia Ação. Livro em que escreveu que sem uma aliança profunda entre disciplinas humanas, ciência duras e tecnologia, isto que denominamos crise ecológica permaneceria um conceito indescritível e ineficaz sobre o nosso comportamento: suspenso entre catastrofismo, atitudes elegantes convenientes ao modismo e obtusos negacionismos. Agora que os blocos de gelo se rompem a olhos vistos e a Amazônia arrisca se tornar a macroscópica vítima sacrificial do direito à soberania e ao crescimento Problemata: R. Intern. Fil. v. 10. n. 5 (2019), p. 259-264 ISSN 2236-8612 Elogio da filosofia 264 econômico contínuo dos países estrangulados pela globalização forçada, nos aparece sempre mais evidente o caráter político do problema: sem escolhas estratégicas e responsáveis de longo alcance, escolhas que possam guiar a humanidade para além dos efeitos fora de controle que a humanidade mesma determinou no auge de sua própria bulimia de recursos, não existe modo algum de ação eficaz. As ações individuais, mesmo se organizadas em formanto de manifestações grandiloquentes, conseguem manter o seu estimado valor, mas não são a solução para o problema. A política deve intervir responsavelmente a nível global; mas, em primeiro lugar, deve se livrar do abraço mortal da burocracia. Bem, se aquela burocracia fosse a única resposta aos efeitos e mudanças associada às manifestações Friday for Future – Sexta-feira para o futuro , então poderíamos permanecer comodamente sentados sobre as nossas poltronas – com o senhor Trump e senhor Bolsonaro e um saco de pipocas – nos deliciando com os maravilhosos efeitos 3D da última projeção apocalíptica sobre as telas digitais (obliterando porém o fato que não se trata de ficção). Jean Baudrillard nos revelou a tempo o truque; o Mágico de Oz em versão digital está pronto para a última mistificação. Se depois retornassem à moda também as filosofias do progresso, as políticas inertes européias, leia-se, - Emissions Trading System - Sistema de comércio de emissões – teriam vencido, e o empenho ético viveria o seu último espasmo de liberdade no jogo de azar com o qual lançamos os nossos dados sobre o tabuleiro da natureza, desafiando as manifestações de protesto. Todavia, qualquer um que saia vencedor desse desafio já perdeu tudo. Nenhum anão corcunda, para citar a Primeira Tese do benjaminiano Über den Bergriff der Geschichte se encontra escondido sobre a mesa de jogo; e a desesperação histórica é parte do problema. Ao menos até que a política e a Filosofia não assumam responsavelmente a denúncia como objetivo do século XXI: a nossa sobrevivência. Problemata: R. Intern. Fil. v. 10. n. 5 (2019), p. 259-264 ISSN 2236-8612