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  • Historiadora, ministrou o módulo “A Rota da Seda e a Cultura como Vetor das Relações entre a China e o Ocidente” no ... moreedit
Trata-se de um capítulo do livro organizado pelo professor Jorge Tavares da Silva, "Olhar a China pelos Livros", editado pelo CCCM, Centro Científico e Cultural de Macau. Aqui, um trecho da introdução ao meu capítulo no referido livro:... more
Trata-se de um capítulo do livro organizado pelo professor Jorge Tavares da Silva, "Olhar a China pelos Livros", editado pelo CCCM, Centro Científico e Cultural de Macau.
Aqui, um trecho da introdução ao meu capítulo no referido livro:
"Era uma China moderna que estava em construção? Em muitos aspectos sim, porém nem todos os personagens agiam de forma nova, já que suas raízes estavam fortemente ancoradas em uma cultura milenar. Os relacionamentos familiares, as intrigas e as acirradas lutas pelo poder sempre se fizeram presentes em uma sociedade que se caracterizava por fortes laços pessoais. O império absolutista dava lugar a um republicanismo forte e centralizador, do qual emergiam lideranças autoritárias e destacavam-se algumas famílias detentoras de grandes fortunas.
A intrincada burocracia herdada dos tempos imperiais pouco havia mudado e propiciava a ação de grupos de interesse que lutavam acirradamente pelas maiores fatias possíveis de poder. No conjunto da estrutura social, os primeiros anos republicanos pouco se diferenciaram dos tempos do império. Os idealistas que tinham como proposta uma nova China tiveram que navegar nessas águas turbulentas, não havia outra opção.
Realidade e ficção misturavam-se em mais de um relato sobre uma família como a dos Soong, vistos em geral como uma dinastia na qual os homens, mas também as mulheres, foram atores de grande destaque na República que ainda estava em seus primórdios" (Carmen Lícia Palazzo)
Relato de viagem através da China, no qual a autora descreve suas experiências em contato com a vida diária no País, fazendo referências também à História e ao contexto geral.
Os viajantes franceses que estiveram no Brasil entre os séculos XVI e XVIII deixaram relatos nos quais é possível identificar significativas permanências de um rico imaginário medieval, eivado de mitos e utopias. Mais adiante, a partir... more
Os viajantes franceses que estiveram no Brasil  entre os séculos XVI e XVIII deixaram relatos nos quais é possível identificar significativas permanências de um rico imaginário medieval, eivado de mitos e utopias. Mais adiante, a partir de meados do século XVIII, com a aceitação do novo paradigma da razão iluminista e da História Natural, passa a ser elaborado um conceito de exotismo no qual o maravilhoso tem o seu espaço muito reduzido. Há, então,  uma ruptura e o Outro é catalogado, classificado e comparado dentro de parâmetros que se pretendem universais, mas que estão longe de se constituir em maior aceitação da diferença.
O livro Crônicas da China é o relato de diversas viagens que a autora fez através daquele país quando morou em Xangai e circulou intensamente em diversas regiões, na maioria das vezes de trem. Nele há tanto informações de vivências... more
O livro Crônicas da China é o relato de diversas viagens que a autora fez através daquele país quando morou em Xangai e circulou intensamente em diversas regiões, na maioria das vezes de trem. Nele há tanto informações de vivências diárias, dos hábitos e comportamentos de uma sociedade fascinante e complexa, quanto considerações sobre a HISTÓRIA chinesa, de raízes milenares. Trata-se não de um guia turístico na definição corrente do termo, mas de uma série de textos que podem orientar outros viajantes ou mesmo outras pessoas que tenham interesse no conhecimento de um país se transforma a caminho da modernidade, mas mantendo suas raízes culturais ancoradas em um passado de grande riqueza e densidade cultural.
CAPÍTULO DO LIVRO: BUENO, André et alii. Mais Orientes. Ebook, Editora Sobre Ontens, 2017. RESUMO do capítulo: A entrada de estrangeiros no interior da China era difícil, pois dependia de autorização do imperador. Entre os primeiros... more
CAPÍTULO DO LIVRO: BUENO, André et alii. Mais Orientes. Ebook, Editora Sobre Ontens, 2017.  RESUMO do capítulo: A entrada de estrangeiros no interior da China era difícil, pois dependia de autorização do imperador. Entre os primeiros missionários jesuítas, destacaram-se os italianos Michele Ruggieri e Matteo Ricci. Bem mais adiante, a Missão Francesa, no entanto, foi muito além de um simples contato missionário. O imperador Kang’xi, que ocupou o trono entre 1662 e 1722, afeiçoou-se aos inacianos tornando-se um grande admirador de suas atividades, integrando-os durante seu longo reinado ao corpo dos grandes letrados do Império.
Capítulo de livro. Introdução ao capítulo: No início da chamada Idade Moderna e até o final do século XVII os europeus interessavam-se pelo debate em torno do que poderia ter sido um idioma primordial, anterior ao acontecimento bíblico... more
Capítulo de livro. Introdução ao capítulo: 
No início da chamada Idade Moderna e até o final do século XVII os europeus interessavam-se pelo debate em torno do que poderia ter sido um idioma primordial, anterior ao acontecimento bíblico que ficou conhecido como a "confusão das línguas" da Torre de Babel [Gênesis 11]. Personalidades como Guillaume de Postel [1510-1581], John Webb [1511-1680], Athanasius Kircher [1602-1680], Claude Duret [1570-1680] e muitos outros escreveram sobre o assunto e levantaram dúvidas sobre a possibilidade de se recuperar a fala e até mesmo a escrita dos primeiros seres humanos.
Meu discurso de posse no Instituto Histórico e Geográfico do DF (Carmen Lícia Palazzo). Em 12 de maio de 2022. Cadeira nº 93 cujo PATRONO é o historiador José Honório Rodrigues.
Os relatos de Álvaro Semedo e Gabriel de Magalhães. A história da missionação jesuítica no Império Chinês é muito complexa e envolve não apenas questões específicas da catequese, mas também um fecundo relacionamento entre os padres e o... more
Os relatos de Álvaro Semedo e Gabriel de Magalhães. A história da missionação jesuítica no Império Chinês é muito complexa e envolve não apenas questões específicas da catequese, mas também um fecundo relacionamento entre os padres e o mandarinato, pois muitos dos inacianos exerceram atividades importantes junto à Corte, entre elas as de matemáticos, astrônomos, engenheiros e pintores oficiais.
Texto básico para alunos, em uma aula introdutória sobre a China. Para analisar a China contemporânea é importante observar o que nós, historiadores, denominamos de mentalidades na longa duração. A modernidade na China não deve ser... more
Texto básico para alunos, em uma aula introdutória sobre a China.
Para analisar a China contemporânea é importante observar o que nós, historiadores, denominamos de mentalidades na longa duração. A modernidade na China não deve ser vista como uma ruptura porque ela traz consigo uma tradição de muitos milênios que devemos ter em conta para o entendimento da sociedade chinesa e de como os chineses se veem.
Minha proposta nessa aula é deixar claro que as considerações sobre a milenar história do Império do Meio  são fundamentais para o entendimento da China contemporânea.
InterAção-Como avalia a produção brasileira no campo da História Cultural, no que tange ao imaginário ocidental sobre o Oriente, em especial sobre a China e o mundo islâmico? Carmen L. Palazzo-Os estudos que tratam do imaginário ocidental... more
InterAção-Como avalia a produção brasileira no campo da História Cultural, no que tange ao imaginário ocidental sobre o Oriente, em especial sobre a China e o mundo islâmico? Carmen L. Palazzo-Os estudos que tratam do imaginário ocidental sobre o Oriente são muito dispersos e em geral ocorrem a partir de opções individuais dos pesquisadores brasileiros, sem o amparo de linhas de pesquisas específicas nas nos-sas universidades. No caso da China, muitas das dissertações de mestrado e teses de doutorado têm como foco a economia, as relações econômi-cas e políticas, sem referências importantes e con-sistentes à elaboração de imagens, o que seria fundamental até mesmo para poder identificar algu-mas ideias preconcebidas sobre aquele país. Sem-pre insisto que não podemos entender os compor-tamentos atuais da sociedade chinesa sem levar em conta o fato de que a história da China é de uma continuidade milenar, largamente ancorada no taoísmo e no confucionismo e que, portanto, se faz necessário o aporte do instrumental da História Cultural para as análises, mesmo que estas sejam de cunho político ou econômico. Quanto ao mundo islâmico, observo que grande parte das pesquisas no Brasil referem-se na sua quase totalidade ao Oriente Médio que, deixe-mos claro, é predominantemente, mas não exclu-sivamente muçulmano. Muitos trabalhos tratam da problemática israelo-palestina, da invasão ame-ricana do Iraque, das crises do petróleo, dos refu-giados da guerra da Síria, das exportações brasilei-ras de carne "halal", sem que sejam estudadas as imagens que o Ocidente tem construído sobre o Islã e a influência do imaginário na tomada de de-cisões da parte de algumas lideranças. Para que tenhamos estudos mais aprofun-dados que considerem o imaginário ocidental so-bre o Oriente, deveríamos desenvolver este tema enfatizando o encontro entre culturas, o que não tem sido feito entre nós. Ou tem sido feito muito raramente. Predominam, nas universidades brasi-leiras e em especial nos cursos de História e de Re-lações Internacionais, as questões políticas e eco-nômicas, com ênfase bastante limitada na análise da alteridade, das visões do Outro. Um exemplo pontual sobre a negligência com temas importan-tes é o da grande riqueza cultural da Espanha no período de domínio islâmico, período que sequer é estudado na maioria dos cursos de História em nossas universidades e muito menos nas discipli-nas de História das escolas brasileiras. Trata-se de uma lacuna grave, já que somos também herdeiros de tão fecundas raízes. Sem tais estudos, vemos muitas vezes o Islã como algo distante e perten-cente apenas ao Oriente. IA-Podemos afirmar que "Mil e Uma Noites" ainda é um marco no imaginário ocidental sobre o Oriente, em especial sobre o mundo islâmico? CLP-Sem dúvida trata-se de um marco impor-tante, pois a obra foi muito difundida principal-mente na Europa, muitas vezes em edições parci-ais e nem sempre fiéis aos originais (que estão re-Página 6 ISSN 2357-7975 http://dx.
Resumo do "paper" apresentado no III Seminário Internacional Mundos Ibéricos. Na primeira metade do século XIX a fortaleza da Alhambra abrigava uma curiosa variedade de moradores: soldados inativos por invalidez, ciganos, pessoas pobres,... more
Resumo do "paper" apresentado no III Seminário Internacional Mundos Ibéricos.
Na primeira metade do século XIX a fortaleza da Alhambra abrigava uma curiosa variedade de moradores: soldados inativos por invalidez, ciganos, pessoas pobres, mas também artistas e escritores estrangeiros atraídos pela aura de exotismo do local, que fascinava toda uma geração de Românticos. O historiador, diplomata e escritor Washington Irving (1783-1859) juntou-se aos habitantes da Alhambra instalando-se em seu interior temporariamente, em 1829. Escreveu, então, a partir de sua experiência local, um livro que veio a fazer grande sucesso, Tales of the Alhambra. A análise do texto de Irving, por um lado revela os ecos da Espanha islâmica presentes no imaginário orientalista do século XIX mas, por outro, conduz também ao mundo real da Alhambra oitocentista e aos personagens com os quais o autor conviveu. Numa espécie de diálogo entre épocas distintas, há uma recuperação de histórias e estórias fantásticas do passado islâmico através de relatos que vinham sendo transmitidos pelos moradores da região. Neste sentido, o registro se constitui em uma fonte relevante para a pesquisa histórica já que Washington Irving resgatou fatos e lendas sobre os muçulmanos que se tornaram parte importante da memória local do antigo reino de Granada.
Resumo: O presente artigo analisa alguns aspectos da chamada Idade de Ouro do Islã e tem, como fio condutor, as realizações do califado abássida, com foco no período que vai de 762, data do estabelecimento da capital em Bagdá, até 833,... more
Resumo: O presente artigo analisa alguns aspectos da chamada Idade de Ouro do Islã e tem, como fio condutor, as realizações do califado abássida, com foco no período que vai de 762, data do estabelecimento da capital em Bagdá, até 833, ano da morte do califa Al-Mamun. A Casa da Sabedoria (Bayt al-Hikma) é a imagem mais forte de múltiplas atividades cuja memória permanece ainda presente, testemunho de um período da história do Islã no qual o poder califal exercia o mecenato nas ciências, na filosofia, nas artes e na literatura. Abstract: This article analyses some aspects of the so-called Golden age os Islam by following the works of the Abbasid Caliphate, concentrating on the period ranging from the establishment of the capital at Baghdad up to 833, year of Al-Mamun's death. The House of Wisdom (Bayt al-Hikma) is the most potent image among manifold activities, the memory of which lives on the present day. It bears witness to a period in the History of Islam during Which caliphal power acted as a patron to sciences, philosophy, arts, and literature. Palavras-chave: Idade de Ouro-Islã-Califado Abássida-Bagdá.
Resumo: O presente artigo analisa dois dos mais significativos monumentos da Espanha Islâmica, a Grande Mesquita de Córdoba e a Alhambra de Granada, inseridos no contexto da história política da região. Destaca a participação de artistas... more
Resumo: O presente artigo analisa dois dos mais significativos monumentos da Espanha Islâmica, a Grande Mesquita de Córdoba e a Alhambra de Granada, inseridos no contexto da história política da região. Destaca a participação de artistas cristãos bizantinos na decoração da mesquita e a relevância das artes ornamentais em ambos os monumentos, salientando a presença de referências ao luxo e ao ornamento no próprio Corão. No caso da Alhambra, evidencia a importância do conjunto como afirmação da dinastia Násrida, o que pode ser constatado por sua opulência, pela fartura de suas decorações e pela poesia epigráfica de Ibn Zamrak na Fonte dos Leões, declarando a origem genealógica de Mohammed V. Abstract: This article analyses two of the most significant monuments in Islamic Spain: the Great Mosque in Cordoba and the Alhambra in Granada. Both are treated with regard to the political history of the region. The article stresses the role of Byzantine Christian artists in the decoration of the Mosque, as well as the relevance of decorative arts in both monuments, particularly the occurrence of Quranic mentions of luxury and ornament. It shows the importance, in the Alhambra, of the ensemble as an affirmation of the Nasrid Dynasty, by means of opulent decoration and the epigraphic poetry of Ibn Zamrak in the Fountain of Lions, declaring the genealogical roots of Muhammad V. Palavras-chave: Espanha Islâmica-Grande Mesquita de Córdoba-Alhambra de Granada-Ornamento no Islã.
Resumo: Este artigo analisa aspectos de Al Andalus, ou seja, da Espanha, no período em que ela esteve em grande parte sob domínio muçulmano, discutindo a questão de sua identidade. Mais do que um encontro de culturas que foram objeto de "... more
Resumo: Este artigo analisa aspectos de Al Andalus, ou seja, da Espanha, no período em que ela esteve em grande parte sob domínio muçulmano, discutindo a questão de sua identidade. Mais do que um encontro de culturas que foram objeto de " tolerância " umas em relação às outras, Al Andalus se constituiu numa sociedade única, cujas características não devem ser tratadas como um parêntesis na história do Ocidente, já que é parte integrante do ser hispânico.
Research Interests:
Muito antes do surgimento do Islã diversas religiões estiveram em contato na Ásia Central, entre elas o budismo, o zoroastrismo, o maniqueísmo e o cristianismo nestoriano. No século VII o monge chinês Xuanzang deixou um relato no qual fez... more
Muito antes do surgimento do Islã diversas religiões estiveram em contato na Ásia Central, entre elas o budismo, o zoroastrismo, o maniqueísmo e o cristianismo nestoriano. No século VII o monge chinês Xuanzang deixou um relato no qual fez referência à esplêndida vista do vale com as duas colossais estátuas dos budas esculpidos na montanha. O nomadismo sempre foi um fator que dificultou a formação de nacionalidades fortes e abrangentes e, de um modo geral, prevaleceu na região a organização tribal e a fidelidade clânica. De um modo geral toda a Ásia Central apresenta-se ainda hoje como um mosaico de tribos e o Afeganistão é um claro exemplo da diversidade étnica e linguística. Neste contexto analisamos, resumidamente, a atual situação em território afegão, cuja violência permanece mas não se fez presente em outras épocas.
Research Interests:
Resumo Alexandra David-Néel (1868–1969), escritora e orientalista francesa, passou muitos anos percorrendo a Ásia e publicou uma vasta obra da qual constam relatos de viagens, reflexões sobre o pensamento oriental e romances ambientados... more
Resumo Alexandra David-Néel (1868–1969), escritora e orientalista francesa, passou muitos anos percorrendo a Ásia e publicou uma vasta obra da qual constam relatos de viagens, reflexões sobre o pensamento oriental e romances ambientados na sociedade tibetana. Em seus deslocamentos passou longas temporadas na Índia, no Tibete, na China e no Sikkim mas visitou também o Japão, a Coréia, a Birmânia, a Malásia e o que era então a Indochina. Contribuiu para a divulgação do Oriente na Europa através de textos ricos e densos, frutos de um interesse que ultrapassava a curiosidade superficial pelo Outro. A imersão de Alexandra nas sociedades asiáticas onde viveu foi profunda e marcante em sua própria vida, levando-a a abandonar sua formação tradicional cristã convertendo-se ao budismo. Palavras-chave: relatos de viagens; alteridade; orientalismo; Ásia.
Abstract Alexandra David-Néel (1868–1969), a French writer and orientalist, spent several years wandering through Asia and published an extensive body of work comprising travel journals, reflections on Eastern thought, and novels set in the Tibetan society. During her journeys she remained for long periods in India, Tibet, China and Sikkim, but she also visited Japan, Korea, Myanmar, Malaysia and then-Indochina. She contributed to increase the awareness of the East in Europe by means of rich writings, stemming from an interest which went beyond mere curiosity for the Other. The immersion of Alexandra in the Asian societies in which she lived was deep and decisive in her own life, leading her to give up her traditional Christian education and convert to Buddhism.
Research Interests:
Neste texto é apresentada uma análise do papel do jesuíta italiano Matteo Ricci (1552-1610) como uma ponte entre a Europa e a China, já que ele foi pioneiro no estabelecimento de um fecundo diálogo entre universos culturais muito... more
Neste texto é apresentada uma análise do papel do jesuíta italiano Matteo Ricci (1552-1610) como uma ponte entre a Europa e a China, já que ele foi pioneiro no estabelecimento de um fecundo diálogo entre universos culturais muito distintos – diálogo este possibilitado por seu verdadeiro interesse no pensamento de Confúcio. Respeitado por muitos letrados chineses que com ele conviveram, Ricci ou Li Madou, como é conhecido em mandarim, ainda hoje tem sua memória preservada na República Popular da China, através de referencias às suas atividades nos século XVI e início do século XVII. Desde sua chegada a Macau, em 1582, até sua morte em Beijing, em 1610, o inaciano dedicou-se a estudar o idioma, com ênfase na leitura dos textos confucionistas, que ele discutia com o mandarinato. A dinastia Ming, reinante durante o período no qual Ricci viveu na China, tinha uma política rigorosa com relação aos estrangeiros, temendo ataques da parte dos piratas japoneses que comerciavam com os portugueses, mas também pelas constantes ameaças de invasões das tribos do Norte, de origem mongol e manchu. Ganhar a confiança dos funcionários chineses para o estabelecimento das atividades missionárias era uma tarefa difícil. No entanto, a atuação de Ricci, apoiada por Alessandro Valignano, foi bem além das conversões. Ele lançou as bases para que os jesuítas, até a extinção da ordem, no século XVIII, atuassem não apenas como missionários, mas como verdadeiros cientistas da corte. Foi a partir do pioneirismo do italiano que os padres da Companhia de Jesus integraram-se de modo excepcional na sociedade chinesa. A integração refletiu-se em suas opiniões muitas vezes favoráveis ao Confucionismo, o que atraiu críticas, em geral vindas de outras ordens, que não aprovavam o método inaciano de missionação. Permaneceu, porém, no imaginário ocidental, o fascínio pela China, largamente motivado pelas informações dos jesuítas. A principal fonte para analisar as atividades de Matteo Ricci são o seu detalhado relato Della entrata della Compagnia di Giesù e Christianità nella Cina, bem como o texto de Alessandro Vallignano, Apología de la Compañia de Jesús de Japón y China. Em ambas as obras há informações importantes sobre os métodos inacianos de aculturação. Atualmente, na China, a memória destes encontros é visível no museu do Antigo Observatório Astronômico imperial e no Cemitério Zhalang, em Beijing, onde está enterrado, junto com muitos outros companheiros, Matteo Ricci. No cemitério, testemunho de uma época na qual os imperadores respeitavam aqueles que eram detentores de muitos saberes, há dezenas de túmulos, todos eles de missionários que de alguma maneira se relacionaram com os letrados chineses.
Research Interests:
Resumo: O presente artigo analisa os olhares franceses sobre o Brasil, do século XVI a meados do XVII, apontando as permanências do imaginário medieval, privilegiando a longa duração. Parte-se da premissa de que os cortes cronológicos... more
Resumo: O presente artigo analisa os olhares franceses sobre o Brasil, do século XVI a meados do XVII, apontando as permanências do imaginário medieval, privilegiando a longa duração. Parte-se da premissa de que os cortes cronológicos comumente aceitos da historiografia não correspondem às mudanças no universo
Research Interests:
Abstract The goal of this paper is to present some available sources for the analysis of the interactions which occurred all along the Middle Ages in a vast geographical area, from Inner China to the Mediterranean ports, through Central... more
Abstract
The goal of this paper is to present some available sources for the analysis of the interactions which occurred all along the Middle Ages in a vast geographical area, from Inner China to the Mediterranean ports, through Central Asia and the Middle East. In the 1800s, this area was known as the Silk Road. I emphasized objects from material culture and architecture and point out: Greek motifs in Sassanian metallurgy and the circulation of zoomorphic jars between Persia and China; mudejarism as an element of Hispano-Islamic culture; arabisms in late Medieval Italian art. Such sources are capital elements for the study of the manifold exchanges among distinct cultures and ethnic groups.
Keywords: Silk Road. Material culture. Cultural exchange.
Research Interests:
This article deals with the Jesuits’ role in the communication of informations about the Chinese Empire to Europe between the sixteenth and eighteenth centuries. These informations were an essential part of the Wester imaginary about East... more
This article deals with the Jesuits’ role in the communication of informations about the Chinese Empire to Europe between the sixteenth and eighteenth centuries. These informations were an essential part of the Wester imaginary about East Asia. The Jesuits’ writings circulated among the European learned elite, communicating manifold visions that reflected the priests’ enticement with several aspects of Chinese society. The research sources used here are the reports and letters produced by the Jesuits in the long years during which they were protagonists, along with the Chinese Mandarins, of a rich process of cultural encounter. The study of these sources led to the conclusion that the Company’s priests, in their many activities, integrated themselves in an exceptional way into Chinese society, attaining prestigious positions under successive emperors of the Ming and Qing dynasties. Such integration was reflected in their often favorable opinions regarding Confucianism and the various practices and representations of the Middle Empire, which drew criticism, often from other Catholic orders that did not approve the Ignatian method of missionary work. Fascination with China in the West, however, persisted, largely due to the Jesuits’ information.
Keywords: Jesuits, China, Cultural encounters.
RESUMO: Em 1898 o Brasil atravessava uma crise financeira grave e estava impossibilitado de pagar sua crescente Dívida Externa. Prudente de Moraes, Presidente da República, desejava contratar novo empréstimo para saldar parte dos... more
RESUMO:

Em 1898 o Brasil atravessava uma crise financeira grave e estava impossibilitado de pagar sua crescente Dívida Externa. Prudente de Moraes, Presidente da República, desejava contratar novo empréstimo para saldar parte dos anteriores. No entanto Campos Salles, futuro Presidente, já eleito, decidiu viajar para Londres com o objetivo de renegociar a Dívida, o que foi feito através de uma consolidação, o funding loan. Os termos do  funding loan atenderam tanto aos interesses dos banqueiros ingleses quanto à política econômica ortodoxa que o próprio Campos Salles pretendia implementar durante seu futuro mandato.

ABSTRACT:
In 1898 Brazil wet through a serious financial crisis and was unable to pay its growing Foreign Debt. Prudente de Moraes, President of the Republic, wanted to contract a new loan to solve part of the previous ones. However, Campos Salles, the future President, already elected, decided to travel to London in the intent of renegotiating the Debt, which was made through a funding loan. The conditions of the funding loan served both the goals of the British bankers and the orthodox economic policy that Campos Salles himself intended to implement in Brazil.
The purpose of this article is to present a historical overview of the development of Islam, emphasizing the diversity of its various currents. Initially we analyse the first great break, which occurred in the seventh century, the... more
The purpose of this article is to present a historical overview of the development of Islam, emphasizing the diversity of its various currents. Initially we analyse the first great break, which occurred in the seventh century, the division between Sunni and Shia, and also the dismemberment of Shi’a itself into distinct groups, still well visible between them. Then, our analysis was on Sufism, which permeates the whole Islam, with adherents among Sunnis and Shiites and is emblematic of the vast multiplicity of a religion that is very rich and subject to a variety of interpretations. As a work of historical synthesis, we draw our sources from authors who have written about the various currents of Islam, including Arabs and Iranians, whose analysis can be considered “internal”, and Western experts that have been addressing at length on the subject. Our conclusion goes against the commonly idea of a homogenous religion, centred on the reading of Koran and the Hadith, generally from a point of view of the majority group, that is Sunni; however, it is the diversity and even the syncretism, as in the case of some Sufi groups, which is evident from a careful reading of the sources. (SÆculum - REVISTA DE HISTÓRIA [30] João Pessoa, jan./jun. 2014)
Keywords: Islam; Sunnism; Shi’a; Sufism.
This article focuses on the role of the Jesuits in communicating informations about the Chinese empire to Europe between the sixteenth and the eighteenths century. These informations were an integral part of western imagination about the... more
This article focuses on the role of the Jesuits in communicating informations about the Chinese empire to Europe between the sixteenth and the eighteenths century. These informations were an integral part of western imagination about the East. The writings of the Ignatians circulated among the European educated elite, conveying multiple visions that reflected their fascination with various aspects of Chinese society. The sources adopted are the journals and letters written by the Jesuits during the long years in which they were the protagonists, along with the Chinese Mandarins, of a rich process of cultural encounter. The analysis of these sources leads to the conclusion that the priests of the Society of Jesus, in their many activities, were exceptionally integrated in the Chinese society, reaching positions of prestige among many emperors of the Ming and Qing dynasties. Such integration was reflected in their opinions often favorable to Confucianism and the various practices and representations of the Middle Kingdom, which drew criticism coming from other orders that did not approve the Ignatian method of missionary work. There remained, however, in the Western imaginaire, a fascination with China, largely motivated by information conveyed by the Jesuits.
In the 13th century many European travelers went to Asia, over routes that were much later, in the 19th century, to be called the Silk Road. None of them, however, left as significant records as Giovanni di Pian di Carpine’s and William... more
In the 13th century many European travelers went to Asia, over routes that were much later, in the 19th century, to be called the Silk Road. None of them, however, left as significant records as Giovanni di Pian di Carpine’s and William of Rubruck’s. They set out eight years apart from each other (1245 and 1253, respectively), with the intent of contacting the Mongols and better knowing the threat they might represent to Europe. They also sought to find among the Mongol Khans converted Christians likely to become allies of Europe against the Muslims. Pian di Carpine was sent by Pope Gregory IV in a distinctly diplomatic mission, whereas Rubruck, sponsored by Louis IX, traveled as a missionary albeit also looking for alliances. Both left unique and crucial works in the task of making the Steppe peoples better known to a Europe which, at that time, was already looking beyond its confines.
Este texto tem como objetivo apresentar uma reflexão que se constitui em parte de uma análise mais ampla que estou realizando acerca dos conteúdos místicos do monaquismo cristão e do Islã nas obras de Hildegarda de Bingen, de Al-Farabi e... more
Este texto tem como objetivo apresentar uma reflexão que se constitui em parte de uma análise mais ampla que estou realizando acerca dos conteúdos místicos do monaquismo cristão e do Islã nas obras de Hildegarda de Bingen, de Al-Farabi e de Ibn Sina. Em minha pesquisa, trabalhei com um significativo corpus de textos que se constituem em fontes privilegiadas para o exame de elementos místicos nos quais podem ser identificadas reflexões importantes sobre profecia e ética.
O artigo analisa as disputas entre sunitas e

xiitas no Iraque, enfatizando o recrudescimento do

discurso messiânico xiita e a influência jihadista do

grupo sunita.
Os hebreus, originariamente tribos nômades que, por motivos historicamente não conhecidos, engajaram-se a serviço dos faraós, deixaram definitivamente o Egito entre 1279 e 1209 antes de Cristo, retornando então em diversas levas e épocas... more
Os hebreus, originariamente tribos nômades que, por motivos historicamente não conhecidos, engajaram-se a serviço dos faraós, deixaram definitivamente o Egito entre 1279 e 1209 antes de Cristo, retornando então em diversas levas e épocas diferentes ao ...
A nação tibetana, atualmente incorporada à China, possui uma história que deve ser lembrada quando se trata de analisar a invasão chinesa de 1949 ea atual política de transferência de população e de sinização da cultura do Tibet. Os... more
A nação tibetana, atualmente incorporada à China, possui uma história que deve ser lembrada quando se trata de analisar a invasão chinesa de 1949 ea atual política de transferência de população e de sinização da cultura do Tibet. Os argumentos que o governo chinês ...
Resenha do livro Thomas Jefferson's Qu'ran.
Lista de postagens no blog Diplomatizzando Across the Empire 2014 Viagem de Paulo Roberto de Almeida e Carmen Lícia Palazzo, em setembro de 2014 Postado no blog Diplomatizzando em 5 de maio de 2015 No curso do mês de setembro de 2014,... more
Lista de postagens no blog Diplomatizzando Across the Empire 2014
Viagem de Paulo Roberto de Almeida e Carmen Lícia Palazzo, em setembro de 2014
Postado no blog Diplomatizzando em 5 de maio de 2015
No curso do mês de setembro de 2014, Carmen Lícia e eu atravessamos pela segunda vez os EUA de carro, de uma costa a outra. Em 2013, tínhamos feito o percurso pelo centro dos EUA – com um pequeno desvio no Colorado, que estava então submergido por inundações catastróficas, e tivemos de seguir pelo norte, pelos estados de Wyoming e Montana, antes de descer a Utah – e voltamos pelo sul. Em 2014, fomos e voltamos pelo norte, mas fizemos, justamente, uma descida até o Colorado, para visitar o que tinha sido impossível no ano anterior. Entramos duas vezes no Canadá, tanto no Pacífico, quanto por Detroit, até Toronto.
Toda a viagem foi objeto de postagens constantes, quase diárias, e estão refletidas abaixo, linearmente, ou cronologicamente.
Research Interests: