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Memórias de José
Memórias de José
Memórias de José
E-book84 páginas50 minutos

Memórias de José

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Sobre este e-book

"As minhas memórias de José são tão pessoais que me sinto perturbado cada vez que delas falo. Por mais que os irmãos insistissem, sempre fui parco em palavras. Depois, nunca consigo recordar esses momentos sem me emocionar profundamente. Sinto agora que é meu dever, no ocaso da vida, não guardar para mim o tesouro que vivi. Tentarei não ocultar nada para que … toda a Igreja que se reúne em vossa casa possam conhecer um pouco melhor esse homem justo, forte e amável que foi o pai do Filho de Deus. E que foi também um pai para mim, a quem devo tudo o que sou."
IdiomaPortuguês
EditoraLucerna
Data de lançamento10 de jul. de 2024
ISBN9789899207332
Memórias de José

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    Memórias de José - Simão de Belém

    Simão de Belém

    Memórias de José

    Título

    Memórias de José

    Autor

    Simão de Belém (Diogo Costa Gonçalves)

    Ilustradora

    Joana Costa Gonçalves

    Edição e copyright

    Lucerna, Cascais

    1.ª edição – Outubro de 2017

    © Princípia Editora, Lda.

    Design da capa  Rita Maia e Moura

    Lucerna

    Rua Vasco da Gama, 60-B – 2775-297 Parede – Portugal

    +351 214 678 710  •  lucerna@lucernaonline.pt  •  www.lucernaonline.pt

    facebook.com/Lucernaonline  •  instagram.com/lucerna_online

    «Não esqueças, meu amigo, que somos crianças. [...] Tu és, naquela casa, o que quiseres ser: um amigo, um criado, um curioso, um vizinho...»

    São Josemaria Escrivá, Santo Rosário, 1

    Caríssimo Rufo,

    Desde que cheguei a Roma, a tua amizade tem sido para mim um consolo inestimável.

    Bem sabes como me foi difícil abandonar Jerusalém. Se não fosse pelo meu filho Isaac, teria preferido sepultar-me nas ruínas da Cidade Santa¹ a vir acabar os meus dias nesta Babilónia que já nos roubou Pedro, Paulo e tantos outros santos².

    Recordo o teu pai com imensa saudade. Quantas vezes, em Jerusalém, insistia ele para que eu contasse as minhas «memórias de José», como dizia! Sempre resisti a fazê-lo. E ele compreendia: também não lhe era fácil recordar aquela sexta-feira, a caminho do Calvário³.

    As minhas memórias de José são tão pessoais que me sinto perturbado cada vez que delas falo. Por mais que os irmãos insistissem, sempre fui parco em palavras. Depois, nunca consigo recordar esses momentos sem me emocionar profundamente. Prefiro calar.

    Mas os anos passam, e o Senhor tarda! Talvez não regresse tão imediatamente quanto esperávamos⁴. Talvez eu já não viva quando Ele voltar. Que importa? «Eu sei que o meu redentor vive […] na minha própria carne verei a Deus» (Jb 19, 25-26).

    Sinto agora que é meu dever, no ocaso da vida, não guardar para mim o tesouro que vivi. Sim, as minhas memórias não são minhas. Não me pertencem. Não tenho direito a calar o que vi e vivi nos meus anos de juventude.

    Aqui tens, meu caro Rufo, porque decido agora aceder ao teu pedido e contar o que recordo de Nazaré e de Belém, dos anos que vivi junto de Jesus, Maria e José, e em que fui o seu aprendiz.

    Tentarei não ocultar nada para que tu, o teu irmão Alexandre e toda a Igreja que se reúne em vossa casa possam conhecer um pouco melhor esse homem justo, forte e amável que foi o pai do Filho de Deus. E que foi também um pai para mim, a quem devo tudo o que sou.

    Depois de leres estas linhas, reza por mim. Para que eu aprenda a ser fiel como José e a amar Nosso Senhor como ele O amou.

    Com toda a amizade,

    Simão.

    ¹ Jerusalém foi arrasada por volta do ano 70 da nossa era, às mãos de

    Tito

    , na sequência da grande revolta judaica. O templo foi totalmente destruído.

    ² Era comum os primeiros cristãos designarem-se entre si por «santos». Cfr., por exemplo Fl. 4, 21-22: «Saudai cada um dos santos em Cristo Jesus. Saúdam-vos os irmãos que estão comigo. Saúdam-vos todos os santos, mas em especial os da casa de César». As citações bíblicas constantes da presente tradução foram transcritas da edição Para o Terceiro Milénio da Encarnação – Bíblia Sagrada, Lisboa/Fátima, Difusora Bíblica, Franciscanos Capuchinhos, 4.ª edição revista, 2005.

    ³ O pai de

    Rufo

    e de

    Alexandre

    , cristãos de Roma, foi

    Simão de Cirene

    , que ajudou Jesus a levar a Cruz a caminho do Calvário (Mc. 15, 21).

    ⁴ Existia, entre os primeiros cristãos, a convicção generalizada de que a segunda vinda de Cristo estava iminente e que muitos dos contemporâneos dos Apóstolos – incluindo o próprio Paulo – estariam vivos nesse momento: «Nós, os vivos, os que ficarmos para a vinda do Senhor» (I Ts. 4, 15). Segundo os exegetas, a destruição do templo de Jerusalém foi determinante para que a primeira geração cristã fosse tomando consciência de um novo tempo – o tempo da Igreja –, que aguarda a segunda vinda do Senhor.

    I

    A minha história é simples.

    Chamo-me Simão e nasci num lugar chamado Ribeira de Naim, perto de Belém da Galileia, que dista

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