A Morte Dos 12 Pares de França
A Morte Dos 12 Pares de França
A Morte Dos 12 Pares de França
A MORTE DOS
DOZE PARESDEFRANCA
Amigas e caros leitores
dê-me um pouco de atenção
leiam este minha história
som calma e meditação
verão que não é mentira
nem lenda de ilusão
Os leitores devem saber
das proêsas da Roldão
e de Oliveiros seu amigo
sabem os feitos então
e também a falsidade
que lhes fez o Galalão
Galalãoeraumcovarde
infame,vil,traiçoeiro
q u e se vendia aos turcos
p o r muito pouoo dinheiro
mastavaumamortetrágica
porque Deus é justiceiro
Nêste t e m p o imperador
estava mais descansado
seus reinos todos em paz
vivia mais sossegado
e também os doze pares
vivendo junto a seu lado
PartiuGalalãoarmado
com honra de embaixador
chegando em Saragoça
ao rei se apresentou
e entregouaembaixada
que Carlos Magao madou
Foimuitobemrecebido
pois dos reis era o dever
osdoislheperguntaram
oquequeriamsaber
de Carlos Magao e os p a r e s
corno era seu viver
Galaãocontoudireito
quem era o imperador
os reis 1ago conheceram
qua êle era traidor
pela sua fisionomia
viram que não tinha valor
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Tu erassempretraidor
em tudo o mais vagabundo
vendeste a valia mental
do quetudonêstemundo
botaste teus companheiros
noabismomaisprofundo
Por avarezavendeujoias
aJesusnossoRendetor
por avareza foi Adão
desobediente so Criador
poravarezavendeu
Galalão o seu senhor!
Então nêstemesmodia
regressara Galalão
obrigando a Carlos Magno
contou a sua intenção
disse que os reis queriam
se batisar,sercristão
Entregou-lhe os presentes
que os reis tinham mandado
CarlosMagnor e c e b e u
ficando muito obrigado
e repartiuospresestas
com todos do seu reinado
Roldão tocou a c o m e t a
pensando que avisava
a seu tio Carlos magno
quemuitolongeestava
Deus fez que êla não ouvisse
pois da glória lhe chamava
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Deus quiz lhe dar a conta
lá na bemaventurança
pelos trabalhos que fez
era esta a sua h e r a n ç a
pois era 1 dos maie temidos
dos doze pares de F r a n ç a
ia derrubando tudo
encontrouorei Balande
que lhe olhou bem s i z a l o
Roldão deu um golpe nêle
que abriu até a cintura
os turcos tomaram mêi o
e horror a esta bravura
que partiram para longe
temaudo a desventura
O i m p e r a d o r Carlos Magao
de nada disto sabia
o traidor Galalão
com êle se divertia
jogando o jogo das tábulas
em risos se desfazia
OreiMarcíriocommêdo
queCarlosMgãochegasse
junto com seu exercito
para daquilo vingar-se
partiu para Sarágoça
onde p ô l e ocultar-se
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Consolava-se em morrer
na santa fé de Jesus
que por nós êle morreu
crucificado na cruz
e pedia ao Criador
que lhe mostrasse uma luz
Tinha pena de morrer
só, na última hora
num monte desamparado
dos seus amigos de outrora
Carlos Magno,o seu tio
onde é que estava agora?
dai-me o e t e r n o r e p o u s o
guiai-me pra vosso reino
meu Jesus, rei poderoso!
E pegando a espada
apertou-se nos seus braços
dizendo: quero fazer-te
aqui tôda em pedaços
pra que os outrso não causem
aoscristãosembaraçados
Eatão ali levantou-se
cheio de dor cruciante
e pagando na e s p a l a
dando dois pascos avante
dando com ela na pedra
mas o aço era c o r t a n t e
E estando já Roldão
no último da sua vida
chegou então Valdivinos
com muitas lágrimas sentidas
abraçou-se com Roldão
era a última despedida
Roldão tornando a si
a Jesus pediu perdão
então pediu a Tietre
que o ouvisse em confissão
êle fez muito contrito
de todo seu coração
E pôs a mão na espada
olhandoo céu exclamou:
et-in carne mes videco Deum
que diz: verei meu Salvador
s a v a t o r u m meum
olhai-ma me Redentor
O arcebispo Tarpim
ao saber do escrito
correu a Carlos Magno
contou-lheo quetinhaouvido
os anjos anumciaram
que Roldão tinha morrido
E estando nesta prática
Valdivinos então chegou
arrancando os cabelos
em vozes altas exclamou
dizendo: morr-eu Roldão!...
e para apenhaapontou
E os outros cavalheiros
que com êletinhamido
tinhamperecidotodos
êle pois tlnha saido
só com eduqueTrietre
que haviam e s c a p a d o
O exército de Carlos Magno
sebendo do acontecimentos
chorava como criança
e com puro sentimento
se puzeram a caminho
com um profundo lamento
E logo o imperador
soube onde êles estavsm
na margem do Rio Mbra
pois ali se a c a m p a v a m
Carlos Magno seguiu pra lá
t o d o s dispostos a v a n ç a v a m
E s p e c i a l m e n t e se soube
quero fez a trágioa t r a i ç ã o
T r i e t r e disse qua foi
o d e s a l m a d o Galalão
e que não tendo e s c r ú p u l o
f e z pior que um vilão
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Então o imperador
ficou muito indignado
seu corpo tremia todo
em olhar o desgraçado
e às dez horas da noite
Galalão foi condenado
Quatro ferozes cavalos
Carlos Magno madou b u s c a r
epegaramGalaão
enêlefôramamarrar
em todo cavalo um membro
era para estraçalhar
Em cima da sepultura
êle botou sua espada
aseuspès sua corneta
pois de Roldão era amada
efezaliuma igreja
e m seu nome batisada
Em Bordéus f i enterrado
o grande e nobre Oliveiros
Guardebôa, rei de Friza
emaisoutros cavalheiros
e grande Gurgel de Danos
com todos seus
FIM — Juàzeiro, 10 6 - 6 1
Preço: 50 Cruzeiros
CONCLUSÃO GERAL
Nada resiste à vontade do
homem, quando êste sabe a
v e r d a d e e quer bem.
Querer o mal é querer a
morte. Uma vontade p e r d e r -
se é um começo de suicídio.
Querer o bem com violên-
cia é querer o mal; pois a
violência causa desordens, e
a desordem produz o mal.
Um variado sortimento de
Romances, Folhetos, No
e Orações.
REVENDEDORES