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Três Retratos

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Três Retratos
Qual deles é o Meu?
Um tratado avulso publicado por volta de 18811
pela Drummond Tract Deport, de
JOHN CHARLES RYLE
1° Bispo da Diocese da Igreja da Inglaterra em Liverpool

“E, dizendo ele isto em sua defesa, disse Festo em


alta voz: Estás louco, Paulo; as muitas letras te fazem
delirar. Mas ele disse: Não deliro, ó potentíssimo Festo;
antes digo palavras de verdade e de um são juízo. Por-
que o rei, diante de quem também falo com ousadia,
sabe estas coisas, pois não creio que nada disto lhe é
oculto; porque isto não se fez em qualquer canto. Crês
tu nos profetas, é rei Agripa? Bem sei que crês. E disse
Agripa a Paulo: Por pouco me queres persuadir a que
me faça cristão! E disse Paulo: Prouvera a Deus que, ou
por pouco ou por muito, não somente tu, mas também
todos quantos hoje me estão ouvindo, se tornassem
tais qual eu sou, exceto estas cadeias.” Atos 26: 24-29

LEITOR,

Há uma coleção de retratos em Londres intitulada de Gale-


ria Nacional de Retratos. Ela contém as imagens de quase todos
os grandes homens que marcaram a história inglesa. Vale, real-
mente, a pena ver. Mas eu duvido que ela contenha três retratos
tão merecedores de um estudo mais cuidadoso do que os três que
serão por mim apresentados neste artigo.

Uma característica notável da Bíblia é a rica variedade de

1
Este tratado contém a substância de um sermão pregado em abril de 1881, na Igreja de St. Mary,
Oxford, diante da Universidade, e na Capela Real de St. James, Londres. (Nota do Autor)

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seus conteúdos. Este grandioso Livro antigo, que por dezoito sé-
culos tem deixado perplexos os ataques da ética hostil, não é
apenas um depósito de doutrina, preceito, história, poesia e pro-
fecia. O Espírito Santo também nos legou uma série de retratos
fidedignos da natureza humana, em todos os seus vários aspec-
tos, que merecem nosso exame meticuloso. Quem não sabe que
frequentemente aprendemos mais de padrões e exemplos do que
de afirmações abstratas?

Leitor, este trecho bem conhecido das Escrituras à sua


frente fornece uma ilustração admirável do significado das mi-
nhas palavras. Este trecho conclui o capítulo em que o apóstolo
Paulo faz uma defesa de si mesmo perante o governador romano
Festo e o rei judeu Agripa. Três retratos de três homens muito di-
ferentes pendem diante de nós. Eles são tipos de três classes de
homens que podem ser vistas mesmo nos nossos dias. Sua gera-
ção nunca cessou. Apesar de modas que se alteram, de descober-
tas científicas, e de reformas políticas, o âmago do coração do
homem é, em todas as eras, sempre o mesmo. Vamos nos postar
frente a estes três retratos, assim como observaríamos uma pin-
tura de um Gainsborough, de um Reynolds, ou de um Romney2, e
vejamos o que podemos aprender deles.

I. Observemos, primeiramente, a Festo, o governador ro-


mano. Este é o homem que interrompe, de modo abrupto, a fala
de Paulo, exclamando, “Estás louco, Paulo; as muitas letras te fa-
zem delirar.”

Festo, sem dúvida, era um pagão, ignorante de qualquer re-


ligião, a não ser do culto idólatra do templo, que se espalhara, na
época dos apóstolos, pelo mundo civilizado.

Considerando a linguagem com que se dirigiu a Agripa em


um capítulo precedente, ele parece ter sido profundamente igno-

2
N.T.: Thomas Gainsborough (1727-1788), Sir Joshua Reynolds (1723-1792) e George Romney
(1734-1802) foram pintores ingleses influentes, que lideraram a retratística na segunda metade do
século XVIII.

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rante tanto em relação ao judaísmo quanto ao cristianismo. Ele
mencionou “questões acerca da sua superstição, e de um tal Je-
sus, morto, que Paulo afirmava viver.” (Atos 25:19) Com grande
probabilidade, como muitos romanos orgulhosos na era do declí-
nio do Império Romano, ele julgava todas as religiões — em se-
creto desprezo — como todas igualmente falsas, ou igualmente
verdadeiras, e todas semelhantemente indignas de serem do co-
nhecimento de um grande homem. Quanto ao fato de um judeu
falar de mostrar a “luz para os gentios”, a própria ideia era ridí-
cula! Manter-se com o mundo, ter o favor dos homens, não se
importar com nada senão as coisas visíveis, agradar ao “meu se-
nhor” Augusto; esta era, provavelmente, toda a religião de Pórcio
Festo.

Agora, leitor, haverá muitos entre nós semelhantes a Festo?


Sim! Receio que existam dezenas de milhares. Eles podem ser
encontrados em todas as categorias e classes sociais. Caminham
por nossas ruas. Viajam conosco em vagões de trem. Encontram-
se conosco nas interlocuções diárias do mundo. Preenchem as
variadas relações da vida respeitavelmente. São, com frequência,
bons homens de negócio e eminentes nas profissões que escolhe-
ram. Desempenham os variados deveres de seus cargos com mé-
rito, e deixam uma boa reputação quando seus lugares estão va-
zios. Contudo, assim como Festo, não têm religião alguma!

Estes são os que parecem viver como se não tivessem al-


mas. De janeiro a dezembro, não parecem nem pensar, nem sen-
tir, nem ver, tampouco saber nada acerca da vida porvir. Não faz
parte de seus esquemas, planos e cálculos. Vivem como se não
tivessem nada a zelar senão pelo corpo, nada a fazer senão co-
mer, beber, dormir, vestir-se e ganhar dinheiro e nenhum outro
mundo a prover senão o mundo que vemos com nossos olhos.

Estes são os que nunca, ou raramente, se utilizam de qual-


quer meio da graça, seja público ou em privado. Orar, ler a Bíblia,
estar em comunhão particular com Deus são coisas que despre-
zam e das quais se abstêm. Elas podem ser muito boas para os
idosos, os enfermos, os moribundos, os clérigos, os monges, as

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freiras; mas não para eles! Se vão a algum lugar de adoração, é
apenas por uma questão de formalidade, para parecerem respei-
táveis; e, muito costumeiramente, nem mesmo frequentam tais
lugares, exceto por ocasião de alguma grande cerimônia pública,
ou em um casamento, ou um funeral.

Estes são os que professam sua incapacidade de compreen-


der qualquer coisa como zelo ou seriedade acerca da religião.
Consideram as sociedades, as instituições, a literatura, os esfor-
ços evangelísticos dos cristãos, em casa ou no exterior, com su-
blime desprezo. Sua máxima é deixar todo mundo em paz. As
afirmações comparativas da Igreja e da Dissidência, o conflito
entre grupos dentro de nossa esfera, os debates de assembleias,
congressos, conferências diocesanas, são todas semelhantemente
matérias de indiferença para eles. Olham, de longe, friamente pa-
ra tais questões, como o filósofo descrito pelo poeta latino Lucré-
cio, e consideram-nas como lutas infantis de pessoas fracas, in-
dignas de serem notadas por uma mente culta. E se tais assuntos
são trazidos à tona em sua presença, rechaçam-nos com alguma
observação satírica, ou com algum frequente ditado inteligente
de ceticismo.
Alguém negará que há multidões de pessoas ao nosso redor
tais como tentei descrever — pessoas gentis talvez, pessoas mo-
rais, pessoas de boa índole, de fácil trato a menos que você abor-
de o assunto de religião? É impossível negar. Seu nome é “legi-
ão”, porque são muitos. A tendência destes últimos dias de fazer
do intelecto um ídolo; o desejo de ser independente e de pensar
por si mesmo; a disposição de adorar a opinião pessoal, de exal-
tar nossa própria opinião isolada, e de considerar mais refinado e
inteligente estar errado na companhia de poucos do que estar
certo na companhia da massa, tudo isso contribui para engrossar
as fileiras dos seguidores de Festo. Receio que ele seja o tipo de
uma classe extensa.

Tais pessoas são de uma visão melancólica. Frequentemen-


te, elas recordam-me alguma grande ruína, como Melrose ou

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Bolton Abbey3, onde há vestígios suficientes de arcos magníficos,
de colunas, de torres e de janelas ornamentadas para mostrar o
que o edifício já foi uma vez, e o que poderia ter sido agora, se
Deus não o tivesse deixado. Mas agora tudo é frio, silencioso e
sombrio, e sugere decadência, porque o senhor da casa, o Senhor
da vida, não está lá. É exatamente assim com muitos dos segui-
dores de Festo. Com frequência, você sente ao observar sua capa-
cidade intelectual, seu dom de eloquência, seu gosto, sua energia
de caráter, “o que os homens como esses poderiam ser se Deus
tivesse Seu lugar legítimo em suas almas!" Contudo, sem Deus
tudo está errado. Ai do poder esmagador da descrença e do orgu-
lho, quando têm pleno domínio de um homem e reinam sobre ele
descontroladamente! Não é à toa que a Bíblia descreve o homem
não convertido como "cego, dormindo, fora de si e morto."

Será que Festo estaria lendo este artigo hoje? Receio que
não! Livros e tratados religiosos, como também cultos domini-
cais e sermões, não fazem parte de seu estilo. Aos domingos, Fes-
to provavelmente lê o jornal, ou examina suas contas terrenas, ou
visita seus amigos, ou viaja, e deseja, secretamente, que os do-
mingos ingleses fossem mais semelhantes aos domingos no res-
tante da Europa, e que os teatros e museus estivessem abertos.
Nos dias úteis, Festo está constantemente ocupado com negócios,
ou política, ou divertimentos, ou em matar o tempo com ativida-
des triviais da sociedade moderna; e vive como uma borboleta,
tão impensadamente como se não houvesse nada como morte, ou
julgamento, ou eternidade. Ah, não: Festo não é o homem que
leria este artigo.

Todavia, um homem como Festo está em uma condição de


desesperança e além do alcance da misericórdia? Certamente que
não! Dou graças a Deus, porque ele não está; ele ainda tem uma
consciência no fundo de seu ânimo, que, embora bastante caute-
rizada, não está ainda totalmente morta — uma consciência que,

3
N.T.: O autor refere-se aqui às ruínas da Abadia de Melrose e da Abadia de Bolton, ambas constru-
ídas no século XII. A Abadia de Melrose, caracterizada pelo estilo gótico, está localizada na Escó-
cia; já a Abadia de Bolton é um vilarejo localizado em Yorkshire, norte da Inglaterra, cujo nome
alude ao convento fundado por uma ordem agostiniana e denominado Bolton Priory.

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assim como o grande sino da Catedral de St. Paul à meia-noite,
quando o ruído da agitação da cidade cessa, por vezes, faz-se ou-
vir. Tal como Felix, Herodes, Acabe e Faraó, os seguidores de
Festo têm seus momentos de visitação e, diferentemente destes
últimos, às vezes, eles acordam antes que seja tarde demais, e
tornam-se homens diferentes. Há épocas em suas vidas em que
são movidos pela introspecção, e sentem “os poderes do mundo
vindouro,” e descobrem que o homem mortal não pode viver sem
Deus. Enfermidade, solidão, decepções, perdas de dinheiro e
mortes de pessoas amadas podem, às vezes, fazer o mais orgu-
lhoso dos corações curvar-se, e confessar que “o gafanhoto é um
peso”4. Manassés não é o único que "em tempos de angústia"5
voltou-se a Deus, e começou a orar. Sim, leitor, há muito tempo
considero que nunca devemos nos desesperançar a respeito de
ninguém. A era dos milagres espirituais não é passada. Com Cris-
to e com o Espírito Santo, nada é impossível. O último dia mos-
trará que houve alguns que começaram como Festo e eram como
ele, mas, finalmente, voltaram-se, arrependeram-se, e termina-
ram como São Paulo. Enquanto há vida, devemos ter esperança e
orar pelos outros.

II. Voltemo-nos agora para um retrato diferente. Observe-


mos o Rei Agripa. Este é o homem que se impressionou de tal
maneira pelo discurso de São Paulo que disse: “por pouco me
persuades a fazer-me cristão”.
“Quase”. Deixe-me refletir por um momento a respeito

4
N.T.: Eclesiastes 12, versículos 5-7: “Como também quando temerem o que é alto, e houver espan-
tos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o
homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça; Antes que se
rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se
quebre a roda junto ao poço, E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”.
5
N.T.: 2 Crônicas 33, versículos 10-12: “Falou o Senhor a Manassés e ao seu povo, porém não de-
ram ouvidos. Pelo que o Senhor trouxe sobre eles os comandantes do exército do rei da Assíria, os
quais prenderam Manassés com ganchos e, amarrando-o com cadeias de bronze, o levaram para
Babilônia. E estando ele angustiado, suplicou ao Senhor seu Deus, e humilhou-se muito perante o
Deus de seus pais”.

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dessa expressão. Estou bem consciente de que de que muitos
pensam que a nossa Versão Autorizada da Bíblia em inglês apre-
senta uma falha aqui, e que não consegue expressar o verdadeiro
sentido do original grego. Eles asseveram que a frase seria mais
corretamente expressa como "em um curto espaço de tempo" ou
"com fraco e débil argumento tu estás me persuadindo”. Ouso
dizer que não posso aceitar a visão desses críticos, embora admi-
ta que a frase é um tanto obscura. No entanto, em questões desse
gênero, não ouso intitular qualquer homem de mestre. Sustento,
juntamente com uma série de comentaristas excelentes, tanto an-
tigos quanto modernos6, que a tradução dada em nossa versão
autorizada está certa e correta. Estou fortalecido em minha cren-
ça pelo fato de que esta é a visão de alguém que pensou, falou, e
escreveu na língua do Novo Testamento, e refiro-me ao famoso
grego João Crisóstomo. E por último, mas não menos importan-
te, nenhum outro ponto de vista, a meu ver, parece harmonizar-
se com a exclamação do Apóstolo São Paulo no verso seguinte.
"Quase!", ele parece dizer, retomando as palavras de Agripa. "Eu
não quero que sejas quase, mas completamente cristão”. À luz
desses argumentos, defendo nossa versão antiga.

Agripa, cujo retrato agora demanda nossa atenção, foi, em


muitos aspectos, de natureza muito diversa da de Festo. De ori-
gem judaica, e tendo crescido entre os judeus, ainda que não fos-
se de puro sangue judeu, ele estava completamente familiarizado
com muitas coisas de que o governador romano era totalmente
ignorante. Conhecia e "cria nos profetas”7. Deve ter entendido
muitas coisas no discurso de Paulo, que eram meros "nomes e
divisões" e fantasias delirantes para seu companheiro no lugar da
audiência. Tinha uma secreta convicção interior de que o homem
diante dele tinha a verdade do seu lado. Ele viu, sentiu, foi movi-
do, afetado, teve sua consciência abalada e tinha desejos e aspi-
rações interiores. Mas não conseguia ir adiante. Ele viu; mas não

6
Lutero, Beza, Grotius, Poole Bengel, Stier, e Dean Howson. (Nota do Autor)
7
N.T.: Atos 26, versículos 26-27: “Porque o rei, diante de quem falo com liberdade, sabe destas
coisas, pois não creio que nada disto lhe é oculto; porque isto não se fez em qualquer canto. Crês tu
nos profetas, ó rei Agripa? Sei que crês”.

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teve coragem de agir. Ele sentia; mas não tinha a vontade de se
mover. Ele não estava longe do reino de Deus; mas permaneceu
do lado de fora. Ele não condenou nem ridicularizou o Cristia-
nismo; porém, como um homem paralisado, ele só podia con-
templá-lo e examiná-lo, e não tinha a força de espírito para a ele
se aferrar e recebê-lo em seu coração.

Agora, leitor, existem muitos cristãos professos como Agri-


pa? Receio que exista só uma resposta a essa pergunta. Eles for-
mam um grande exército, uma multidão que é difícil de numerar.
Podem ser encontrados em nossas igrejas, e atendem com bas-
tante assiduidade a todos os meios de graça. Não têm nenhuma
dúvida sobre a verdade da Bíblia. Não têm a menor objeção à
doutrina do Evangelho. Sabem a diferença entre o ensino sensato
e o insensato. Admiram a vida de pessoas santas. Leem bons li-
vros, e dão dinheiro para bons objetos. Mas, infelizmente, pare-
cem nunca ir além de um certo ponto em sua religião. Nunca sa-
em corajosamente ao lado de Cristo, nunca tomam a cruz, nunca
confessam a Cristo diante dos homens, nunca desistem de incon-
sistências mesquinhas. Costumam dizer que "querem, e preten-
dem, e esperam e têm o propósito de algum dia serem cristãos
mais decididos”. Sabem que não são bem o que deveriam ser no
presente, e esperam que um dia seja diferente. Mas a "ocasião
favorável"8 parece nunca vir. Eles continuam querendo e pre-
tendendo, e, querendo e pretendendo, saem do palco. Vivem
querendo e pretendendo, e, com frequência, querendo e preten-
dendo morrem; gentis, de boa índole, pessoas respeitáveis; não
inimigos, mas sim amigos de São Paulo, todavia, como Agripa,
"quase cristãos".

Você pode perguntar como é que os homens podem ir tão


longe na religião, e, ainda assim, não irem mais longe? Como é
que eles podem ver tanto, saber tanto, e, contudo, não seguirem a
luz que eles têm para o "dia perfeito?"9 Como é que o intelecto, a

8
N.T.: Isaías 49, versículo 8: “Assim diz o Senhor: ‘No tempo favorável eu lhe responderei, e no dia
da salvação eu o ajudarei’ [...]”.
9
N.T.: Provérbios 4, versículo 18: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai bri-
lhando mais e mais até ser dia perfeito”.

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razão e a consciência podem fazer tal progresso em relação ao
Cristianismo, e, mesmo assim, o coração e a vontade podem ficar
para trás?

As respostas a estas questões serão dadas em breve. O me-


do do homem retém alguns. Eles têm um temor covarde de se-
rem ridicularizados, escarnecidos e desprezados, se eles se torna-
rem cristãos decididos. Não se atrevem a arriscar a perda da boa
opinião dos homens. Como muitos dos governantes judeus no
tempo de nosso Senhor, "amam mais o louvor dos homens do
que a glória de Deus"10 (João 12:43).

O amor ao mundo detém outros. Eles sabem que a religião


decidida implica a separação de alguns dos divertimentos elegan-
tes e modos de passar o tempo, que são comuns no mundo. Não
conseguem decidir-se por essa separação. Recuam de seu voto
batismal para "renunciar às pompas e vaidades deste mundo"11.
Como a mulher de Ló, gostariam de ser poupados da ira de Deus;
todavia, como ela, precisam "olhar para trás"12 (Gênesis 19:26.).

Uma certa forma sutil de autojustificação retém muitos.


Eles consolam-se com o pensamento secreto de que, de qualquer
forma, não são tão ruins quanto Festo. Não são como algumas
pessoas que conhecem: não desprezam a religião. Vão à igreja.
Admiram homens sérios como São Paulo. Com certeza, não se
perderão por conta de algumas poucas inconsistências!

O medo mórbido de serem devotados retém muitos, e es-


pecialmente homens jovens. São oprimidos pela ideia de que não
podem tomar uma posição decidida na religião sem se compro-
10
N.T.: João 12, versículo 43: “Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de
Deus”.
11
N.T.: O autor alude ao seguinte trecho do Catecismo Anglicano: “Pergunta: Que prometeram en-
tão por ti os teus Padrinhos? Resposta: Prometeram e fizeram voto de três coisas em meu nome:
Primeiro, que eu renunciaria ao diabo e a todas as suas obras, às pompas e vaidades deste mundo
perverso e a todos os apetites pecaminosos da carne; Segundo, que eu creria em todos os Artigos da
Fé Cristã; e Terceiro que guardaria a santa vontade de Deus e seus mandamentos, e neles andaria
todos os dias de minha vida”.
12
N.T: Gênesis 19, versículo 26: “E a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua
de sal”.

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meterem com alguma "escola de pensamento” em particular. Is-
so é o que não querem fazer. Esquecem-se de que o caso de Agri-
pa não é referente à doutrina, mas à conduta, e de que a ação de-
cidida sobre o dever é o caminho mais seguro para se obter luz
sobre a verdade doutrinal. "Se alguém quiser fazer a vontade de-
le, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus” (João 7:17).

Algum pecado secreto, temo, retém não poucos. Eles sa-


bem em seus corações que estão se agarrando a alguma coisa que
é errada aos olhos de Deus. Há uma cunha de ouro13 de Acã em
algum lugar, ou uma Herodias14, ou uma Drusila15, ou uma Bere-
nice16 em sua história particular, que não vão suportar a luz do
dia. Eles não conseguem se separar de seus amados. Não conse-
guem cortar a mão direita, ou arrancar o olho direito, e assim não
podem tornar-se discípulos. Ai dessas desculpas! Pesadas na ba-
lança, nada valem e são vãs. Ai daqueles que nelas descansam! A
menos que acordem e livrem-se de suas cadeias, naufragarão pa-
ra sempre.

Estará Agripa lendo este artigo hoje? Há alguém como ele,


cujos olhos estejam nesta página? Aceite um aviso gentil de um
ministro de Cristo, e tente perceber que você está em uma posi-
13
N.T.: Josué 7, versículos 20-21: “E respondeu Acã a Josué, e disse: Verdadeiramente pequei con-
tra o Senhor Deus de Israel, e fiz assim e assim. Quando vi entre os despojos uma boa capa babilô-
nica, e duzentos siclos de prata, e uma cunha de ouro, do peso de cinqüenta siclos, cobicei-os e to-
mei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata por baixo dela”.
14
N.T.: Marcos 6, versículos 17-18: “Porquanto o mesmo Herodes mandara prender a João, e encer-
rá-lo maniatado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão, porquanto tinha
casado com ela. Pois João dizia a Herodes: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão”.
15
N.T.: O historiador Flávio Josefo (em Antiguidades Judaicas, Livro XX, cap.
5, v. 844) relata que “Drusila abandonou o rei Aziza, seu marido” e que “sendo ela
a mais bela mulher de seu tempo, Félix, governador da Judéia, [...] apenas a viu e
concebeu por ela uma violenta paixão, chegando a propor-lhe [...] que abandonasse
o marido para desposá-lo, prometendo torná-la a mulher mais feliz do mundo. Ela,
agindo com imprudência, e também para ser livrar do tormento que Berenice, sua
irmã, lhe causava por invejar a sua beleza, consentiu na proposta e não teve receio
de abandonar, por esse motivo, a sua religião”.
16
N.T.: Berenice, filha de Agripa, desposou seu próprio tio Herodes (cf. Flávio
Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIX, capítulo 7, v. 830).

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ção muito perigosa. Desejos, sentimentos, pretensões e propósi-
tos não constituem uma religião salvífica. Nada mais são do que
rolhas pintadas, que lhe permitem flutuar na superfície por um
tempo, e mantêm sua cabeça acima da água, mas não vão impe-
di-lo de ser levado pela corrente, e de ser, finalmente, arrebatado
por uma cascata pior do que a de Niágara.

E, afinal de contas, você não está feliz. Você sabe demais


sobre religião para ser feliz no mundo: você está misturado de-
mais com o mundo para obter qualquer conforto da sua religião.
Acorde para a percepção de seu perigo e sua insensatez. Resolva,
com a ajuda de Deus, a tornar-se decidido. Tome da espada, e
lance fora a bainha. "Se você não tem espada, venda a sua capa
e compre uma” (Lucas 22:36). Queime seus navios, e marche pa-
ra a frente. Não somente olhe para a arca, e admire-a; mas aden-
tre nela antes que a porta esteja fechada e o dilúvio comece. Uma
coisa, de qualquer maneira, pode ser estabelecida como um axi-
oma nos elementos da religião. Um "quase" cristão não é um
homem seguro tampouco feliz.

III. Vamos nos voltar agora ao último dos três retratos.


Vamos olhar para o homem que Festo considerou estar “fora de
si” e por quem Agripa esteve “quase persuadido a ser um cristão”.
Vamos olhar para São Paulo. Este é o homem que corajosamen-
te disse, “Prouvera a Deus que, ou por pouco ou por muito, não
somente tu, mas também todos quantos hoje me estão ouvindo,
se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias”. Ele desejou
que seus ouvintes não sofressem em cadeias ou prisão tal como
ele sofria quando lhes falou. Mas lhes desejava que fossem da
mesma opinião que ele sobre uma coisa imprescindível; e que
compartilhassem de sua paz, sua esperança, seu conforto sólido e
de suas expectativas.

“Tais qual eu sou”. Uma mensagem importante e memorá-


vel! Esta é a linguagem de quem está inteiramente convencido e
persuadido de que está certo. Ele lançou ao mar todas as dúvidas
e hesitações. Ele segura a verdade com as duas mãos firmemente,
e não com o indicador e o polegar. É a linguagem do homem que

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escreveu em um lugar, “porque eu sei em quem tenho crido, e es-
tou certo de que Ele é poderoso para guardar o meu depósito
até aquele dia”; e em outro lugar, “porque estou certo de que,
nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coi-
sas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem
a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá sepa-
rar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (2
Tm 1:12; Rm 8:38-39.)

(a) Paulo estava inteiramente convencido da verdade dos


fatos do Cristianismo. Que o Senhor Jesus Cristo era verdadei-
ramente “Deus manifestado em carne”17, — que Ele provara Sua
divindade ao efetuar milagres que não poderiam ser negados;
que Ele, finalmente, ressuscitara dentre os mortos e ascendera ao
céu, e que estava sentado à destra de Deus como o Salvador do
homem; sobre todos esses pontos ele tinha se decidido totalmen-
te, e não tinha a menor dúvida de sua credibilidade. Em nome
delas, estava disposto a morrer.

(b) Paulo estava inteiramente convencido da verdade das


doutrinas do Cristianismo. Que somos todos pecadores culpa-
dos, e em perigo de ruína eterna; que o grande objetivo da vinda
de Cristo era fazer a expiação pelos nossos pecados, e para com-
prar a redenção ao sofrer em nosso lugar na cruz; que todos
aqueles que se arrependem e creem no Cristo crucificado estão
completamente perdoados de todos os seus pecados; e que não
há outro caminho para a paz com Deus e para o céu após a morte,
senão a fé em Cristo; em tudo isto ele cria o mais firmemente
possível. Ensinar essas doutrinas foi seu único objeto desde sua
conversão até seu martírio.

(c) Paulo estava inteiramente convencido de que ele pró-


prio fora transformado pelo poder do Espírito Santo, e ensinado
a viver uma nova vida; que uma vida santa, devotada e consa-
grada a Cristo, era a mais sábia e feliz vida que um homem pode-

17
N.T.: 1 Timóteo 3, versículo 16: “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele
que se manifestou em carne, foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado entre os gentios,
crido no mundo, e recebido acima na glória”.

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ria viver; que a graça de Deus era mil vezes melhor que o favor do
homem; e que nada era demais a se fazer por Ele, que o amara e
que por ele se dera a Si mesmo. Paulo completou sua carreira
sempre “fitando os olhos Jesus”18, e gastando e se deixando gas-
tar por Ele19 (Heb. 12:2; 2 Cor. 5:13; 11:15.).

(d) Por último, mas não menos importante, Paulo estava


inteiramente convencido da realidade do mundo vindouro. O
louvor ou o favor do homem, as recompensas ou punições do
presente mundo eram todos refugos para ele. Tinha continua-
mente em vista a herança incorruptível e uma coroa de glória que
nunca desapareceria (Fil 3:8; 2 Tim. 5:8). Ele sabia que nada po-
deria privá-lo daquela coroa. Festo pode tê-lo desprezado e con-
siderado “louco”. O imperador romano, a quem estava sendo en-
viado, poderia ordenar sua decapitação ou lançamento aos leões.
Que importava? Estava firmemente persuadido de que ele tinha
um tesouro guardado no céu que nem Festo nem César poderiam
tocar, e que seria seu por toda a eternidade.

Isso é o que Paulo quer dizer com “tais quais eu sou”. Sobre
os fatos, as doutrinas, as práticas, e as recompensas de vir ao
Cristianismo, ele tinha uma convicção firme, estabelecida e en-
raizada; uma convicção que desejava ser partilhada por todos os
homens. Estava confiante de que queria que outros desfrutassem
da mesma confiança. Não tinha dúvida ou receio sobre o futuro
estado de sua alma. De bom grado, ele teria visto Festo, Agripa,
Berenice, e todos à sua volta, na mesma condição feliz.

Agora, leitor, haverá muitos nos dias atuais como Paulo?


Eu não quero dizer, obviamente, se há muitos apóstolos inspira-
dos. Antes, o que quero dizer é: é comum encontrar cristãos que
possuem tão inteira, decidida e completa confiança como ele?
Receio que só pode haver uma resposta a esta questão. “Não

18
N.T.: Hebreus 12, versículo 2: “fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual,
pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita
do trono de Deus”.
19
N.T.: 2 Coríntios 12, versículo 15: “Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas
vossas almas. Se mais abundantemente vos amo, serei menos amado?”

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muitos”, sejam ricos ou pobres, altos ou baixos, “são chamados”.
“E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à
vida, e poucos são os que a encontram.” (1 Cor. 1 :26; Mat. 6:14).
Olhe para onde desejar, busque onde quiser, na cidade ou no
campo, há poucos “inteiramente” cristãos. Festo e Agripa estão
por toda parte: encontramo-nos com eles a cada passo. Contudo,
há alguns poucos seguidores de Paulo, inteira e sinceramente de-
dicados. Todavia, uma coisa é bastante certa. Estes poucos são
“sal da terra”, e “luz do mundo” (Mat. v. 13, 1 4.). Estes poucos
são a glória da Igreja e servem para mantê-la viva. Sem eles, a
Igreja seria pouco melhor que uma carcada decadente, uma casa
caiada sem luz, um motor a vapor sem fogo, um castiçal de ouro
sem vela, uma alegria para o diabo, e uma ofensa a Deus.

Estes são homens que abalam o mundo, e deixam uma


marca indelével atrás deles. Martinho Lutero, John Wesley e Wil-
liam Wilberforce foram odiados e pouco estimados enquanto vi-
veram, mas o trabalho que fizeram para Cristo nunca será esque-
cido. Eles eram "completamente" cristãos.

Estes são homens que desfrutam da verdadeira felicidade


em sua religião. Como Paulo e Silas, podem cantar na prisão, e,
como Pedro, podem dormir tranquilamente à beira da sepultura
(Atos 12: 6; 16: 25.). A fé robusta dá-lhes uma paz interior que os
torna independentes de problemas terrenos, e compele até mes-
mo seus inimigos ao espanto. Os cristãos mornos da Laodiceia
têm pouco conforto em sua religião. São os homens "completos"
que têm grande paz. Relata-se que o primeiro mártir da Rainha
Maria a Sanguinária, John Rogers, a caminho de ser queimado
vivo por ser protestante, caminhou até à estaca em Smithfield tão
alegremente quanto se estivesse indo para seu casamento. As pa-
lavras francas, corajosas do ancião Latimer, antes do acendimen-
to das tochas, no dia de seu martírio, em Broad Street, Oxford,
não foram esquecidas até hoje. "Coragem! Irmão Ridley", gritou
para seu companheiro de sofrimento. "Vamos acender uma vela
na Inglaterra hoje, pela graça de Deus, que nunca se apagará".
Esses homens eram "inteiramente" cristãos.

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Esse homem inteiramente cristão sim que estará seguro e
preparado para encontrar seu Deus a qualquer momento, ao final
da tarde, ao cantar do galo, ou pela manhã,— ele sim que se ale-
grará com a paz sentida em sua religião, paz não afetada por en-
fermidades, lutos, falências, revoluções e pelo soar da última
trombeta; ele sim que fará o bem em seus dias e em sua geração,
e será uma fonte de influência cristã para todos ao seu redor, in-
fluência conhecida e reconhecida ainda por muito tempo depois
que tiver jazido em seu túmulo; deixe que esse homem se recorde
do que lhe digo hoje, e nunca o esqueça. Você não deve se con-
tentar em ser “quase” cristão, como Agripa se contentou. Você
deve se esforçar, trabalhar, agonizar e orar para ser um cristão
“completo”, como Paulo.

E agora, leitor, deixemos estes três retratos com uma auto-


investigação e um autoexame. O tempo é curto. Nossos anos de-
saparecem rapidamente. O mundo está envelhecendo. O grande
julgamento em breve começará. O Juiz em breve aparecerá. O
que somos? Com quem nos parecemos? De quem é esta imagem
inscrita em nós? É a de Festo, de Agripa, ou a do apóstolo Paulo?

Onde estão Festo e Agripa agora? Não sabemos. Um véu foi


deitado sobre suas subsequentes histórias, e se morreram como
viveram, não podemos dizer. Mas onde está Paulo, o cristão
“completo”? Essa pergunta podemos responder. Ele está "com
Cristo, que é muito melhor" (Fil 1: 23). Está aguardando pela res-
surreição dos justos, naquele paraíso de descanso em que o peca-
do, Satanás e o sofrimento não podem incomodá-lo mais. Ele
combateu o bom combate. Ele completou a carreira, ele manteve
a fé. A coroa está guardada para ele, a qual ele vai receber no
grande dia do reencontro da aparição do Senhor (2 Tim. 4: 7- 8.).

E, leitor, vamos dar graças a Deus, apesar de Paulo estar


morto e não mais entre nós, o Salvador que fez de Paulo o que ele
era, e manteve-o até o fim, ainda vive e nunca muda; sempre ca-
paz de salvar, sempre disposto a receber. Que o tempo passado
nos baste, se estivemos brincando até então com nossas almas.
Vamos virar uma nova página no início de 1882. Vamos nos le-

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vantar e começar com Cristo, se nós nunca começamos antes.
Vamos continuar com Cristo até o fim, se já começamos com Ele.
Com a graça de Deus, nada é impossível. Quem teria pensado que
Saulo, o fariseu, perseguidor dos cristãos, algum dia se tornaria o
próprio cristão “completo”, o grande Apóstolo dos gentios, e vira-
ria o mundo de cabeça para baixo? Enquanto há vida, há espe-
rança. O seguidor de Festo e de Agripa ainda pode ser convertido,
e viver por muitos anos, e jazer na sepultura finalmente como um
"completo" cristão como Paulo.

HINO

Os tempos estão mudando, os dias estão voando,


Os anos se vão rapidamente,
Enquanto o murmúrio se mistura descontrolada-
mente
Às agitações da vida que segue;
Sons de tumulto, sons de triunfo,
Hinos de casamento e sinos de funeral,
No entanto, através de uma nota principal,
O lema dos anjos, - “está bem.”

Podemos ouvi-lo através da pressa


Da onda de tempestade da meia-noite;
Podemos ouvi-lo através do choro
Em volta do túmulo recém-fechado;
Na casa triste enlutada,
Na sala escura da dor,
Se ouvirmos humildemente, corretamente,
Podemos pegar essa calmaria.

Não encurtaste Teu braço,


Tampouco viraste Teu ouvido,
Gentil Salvador, sempre pronto
Para ouvir a oração desse pobre suplicante:

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Mostra-nos a luz, certamente seguiremos descan-
sando
Nos teus caminhos mais escuros;
Dê-nos a fé, certamente seguiremos confiando
Através dos dias tristes e maus.

Então 'sarja ser, enquanto anos são fugazes,


Ainda que as nossas alegrias se vão com eles,
Em Teu imutável amor regozijando,
Calmamente seguiremos na jornada;
Até que enfim, as tristezas da vida tenham fim,
E todo canto de graça cantaremos,
Juntos no coro celestial,
"Senhor, Tu fizeste bem todas as coisas."

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ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO USE ESSE SERMÃO
PARA TRAZER UM CONHECIMENTO SALVÍFICO DE JESUS
CRISTO E PARA EDIFICAÇÃO DA IGREJA

FONTE:
http://www.tracts.ukgo.com/three_pictures.doc

Todo direito de tradução protegido por lei internacional de domínio público


Tradução: Alessandra Castillo da Costa e Rilda Santos
Revisão: Cibele Cardozo
Capa: Armando Marcos

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