UEM Monografia 2021 - Mulima, Hirdila Palmira
UEM Monografia 2021 - Mulima, Hirdila Palmira
UEM Monografia 2021 - Mulima, Hirdila Palmira
MONOGRAFIA
Esta monografia foi julgada suficiente como um dos requisitos para a obtenção do grau de
Licenciado em Educação Ambiental e aprovada na sua forma final pelo Curso de
Licenciatura em Educação Ambiental, Departamento de Educação em Ciências Naturais e
Matemática, da Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane.
________________________________________________
O Júri de Avaliação:
i
Agradecimentos
Agradeço a Deus pelo dom da vida e pela Sua graça. Até aqui ter chegado, Ebenezer, até aqui
o Senhor me ajudou!
Aos meus pais Vanderlei Amade Mulima e Angrácia Júlio Timóteo Bule que sempre
estiveram ao meu lado, apoiando-me emocional e financeiramente ao longo da minha
trajectória académica, vai o meu muito obrigado.
Aos meus irmãos, Ivanilde Mulima, Timissela Mulima e Denísio Mulima pela força, vão os
meus sinceros agradecimentos.
Aos meus colegas de curso, em especial ao meu grupo de trabalho, a Valquíria, Rosa, Adélia
e a Cleide, pela troca de experiência e companheirismo durante a nossa formação, vão os
meus agradecimentos.
Vai também o meu especial agradecimento aos moradores do Bairro de Guava e a equipa do
Areeiro de Mascarenha por se predisporem a participar desta pesquisa.
A todo Corpo docente da Faculdade de Educação do curso de LEA, pelo apoio, dedicação
durante a formação, vai o meu muito obrigado.
A todos,
Eu, Hirdila Palmira Mulima, declaro por minha honra que esta monografia nunca foi
apresentada para a obtenção de qualquer grau académico e que a mesma constitui o resultado
do meu labor individual, estando indicadas ao longo do texto e nas referências bibliográficas
todas as fontes utilizadas.
__________________________________________________
Agradecimentos ............................................................................................................................... i
Dedicatória ...................................................................................................................................... ii
Abstract ......................................................................................................................................... ix
5.2 Recomendações....................................................................................................................... 26
Apêndices ...................................................................................................................................... 33
Anexo: ........................................................................................................................................ 36
Lista de figuras
Figura: 4.3: A esquerda vê-se a estrada de pavês que liga Guava e Mateque e a direita cidadãs
exercendo comércio de frutas no interior da cova……………………………………………20
Figura 4.4: Alguma vegetação que germina na cova e outra tende-sea perder devido
actividade de extracção de areia………………………………………………………...……21
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
EA Educação Ambiental
O presente estudo tem como objectivo analisar o papel da educação ambiental na gestão dos
impactos sócio-ambientais do Areeiro de Guava-Marracuene. Para a realização da pesquisa
empregou-se a abordagem qualitativa de carácter exploratório. A partir de amostragem não
probabilística, foi seleccionada uma amostra de nove participantes, de forma intencional. As
técnicas de recolha de dados utilizadas foram a entrevista semi-estruturadas e a observação
directa, tendo sido usada a técnica de Análise de conteúdo de Bardin (1997) para a análise
dos dados colectados. Os resultados deste estudo mostram que a Associação do Areeiro de
Guava realizam acções de sensibilização para vendedores e dos moradores que vivem nas
imediações, apesar de não ter um programa de Educação ambiental não documentado. O que
leva a conclusão de que a Associação faz as acções de sensibilização para evitar riscos e não
para a consciencialização ou conhecimento para os visados sobre as questões
ambientais,Também se concluiu que o mecanismo de desmonte mecânico usado para
extracção de areia proporciona a ocorrência de impactos negativos referentes a depreciação
da qualidade do ar, devido a nuvens de poeira e erosão. Assim, recomenda-se a criação de um
programa de Educação ambiental que permita que acções de sensibilização que contribuam
para aconstrução de conhecimento sobre as questões ambientais nos moradores e vendedores
a tomar decisões conscientes relacionadas com a sua qualidade de vida.
The present study aims to analyse the role of the environmental education in managing the
socio-environmental impacts of the Guava sandpit. To conduct the research a qualitative
approach of exploratory nature and a non-probability sampling were employed, and the
method of selecting the nine participants sample was intentional.
The data collection techniques used were the semi-structured interview and the direct
observation, as well as the Bardin’s content analysis technique (1997) to analyse the data
collected.
The results of this study show that the Guava Sandpit Association conducts awareness-raising
activities for vendors and residents living in the vicinity, despite not having a documented
environmental education programme. This leads to the conclusion that the Association carries
out awareness-raising actions to avoid risks and not to raise awareness or knowledge as such
about environmental issues to the target groups. Furthermore, it was also concluded that the
mechanical blasting mechanism used for sand extraction causes negative impacts related to
the depreciation of air quality due to dust clouds and erosion.
1.1 Introdução
Este Decreto está vinculado à fundamentação dada pela Conferência das Nações Unidas
sobre o Ambiente Humano (1972), sobre medidas de mitigação e prevenção dos impactos
ambientais decorrentes da exploração dos recursos naturais, destacando a importância da
educação para o ambiente (princípio 19) e para a conservação e preservação dos recursos
naturais (princípio 2)(Pires, 2000). Já em 1977, reforçam-se estes princípios na Conferência
Intergovernamental de Tbilissi, considerado um dos principais eventos sobre Educação
Ambiental que acentua a importância do conhecimento e participação dos indivíduos e dos
grupos na prevenção e resolução de problemas ambientais (Pires, 2000).
Assim, a Educação ambiental, segundo Silva e Maracajá (2012), pode e deve ser aplicada a
várias áreas de actuação profissional e dentre estas, destaca-se aqui a exploração mineira.
Ademais, Sabino e Amaral (2015) afirmam que o papel da educação ambiental enquanto uma
1
prática social promove a transformação de comportamento do homem através da
consciencialização e sensibilização dos indivíduos para que possam perceber as implicações
sociais e ambientais da extracção mineira e por via disto, encontrar soluções para mitigar,
prevenir e controlar.
A Actividade de extracção de areia pela Areeiro de Guava é destinada a construção civil, este
Areeiro suscitou, aos residentes locais, uma oportunidade de fazer negócios como forma de
ganhar algum valor monetário. É possível verificar vendedores informais a exercer a
actividade de vendade de produtos de consumo directo aos trabalhadores e carregadores de
areia, próximo ao local de extracção de areia. Estes produtos ficam, na sua maioria,
desprotegidas frente a nuvens de poeiras e nem os próprios vendedores tomam medidas de
prevenção de poeiras colocando a sua saúde em risco. Estas nuvens de poeira ocorrem com
maior frequência na época seca.
Neste sentido, o estudo pretende analisar o papel da Educação ambiental para a gestão dos
impactos sócio-ambientais do Areeiro de Guava.
A extracção mineral é uma actividade crescente que causa diversos impactos ambientais nos
locais onde é desenvolvida, como também pode afectar as localidades próximas (Santos,
2014). Na mesma perspectiva, para Silva (2005), os principais impactos causados ao meio
ambiente pelas actividades de mineração são: conflitos de disputa pelo uso e a ocupação do
solo, os desmatamentos, a remoção de solo fértil, poluição de mananciais, poluição do ar,
poluição sonora, vibrações, impacto visual e a degradação paisagística.
De forma semelhante, Leal (2014) indica as características dos impactos sociais e ambientais
de uma actividade mineira colocando a poluição do ar associado ao impacto visual, poluição
sonora, vibrações, modificação do relevo e movimentação do solo, intensificação de
processos erosivos e de assoreamento e subsidência do terreno, fissuras e fendas como
impactos desta actividade.
A exposição a nuvens de poeira, que alcançam produtos de consumo directo como comida,
pães, bolos e a diminuição da visibilidade no local, pode colocar em causa a saúde dos
vendedores, carregadores de areia e residentes, caso não sejam tomadas medidas adequadas
de gestão dos impactos. Os vendedores não adoptam as medidas de protecção para os
2
produtos de consumo directo, frente as nuvens de poeira que se fazem sentir no local, pois
este, é só mais um local onde a oportunidade de se fazer negócio e ganhar a vida se fez
presente, e o cuidado com os impactos que se presenciam aquando da extracção de areia é
negligenciada, colocando em risco a sua própria saúde e segurança, devido a movimentação
de camiões e de transportes semi-colectivos da rota Guava-Mateque que tem este local como
terminal.
Perante estes factos, educação ambiental, concordando com Franco, Medeiros e Silva (2010),
é uma ferramenta imprescindível a ser utilizada em prol da reflexão das pessoas sobre o
processo de mudança de atitudes em relação a gestão adequada dos componentes ambientais
do local onde estão inseridos.
Neste contexto, a presente pesquisa busca responder a seguinte pergunta: Que papel a
educação ambiental desempenha na gestão dos impactos sócio-ambientais do Areeiro de
Guava?
Objectivo Geral
Objectivos Específicos
1.4.Perguntas de Pesquisa
3
1.5. Justificativa do estudo
Nesse contexto, escolheu-se o tema deste estudo como forma de explorar os conhecimentos
sobre as dinâmicas que ocorrem na relação entre o homem e ambiente, especificamente nas
actividades de desenvolvimento e os seus impactos ambientais, sociais e económicos.
Na área académica, a pesquisa poderá contribuir para elucidar aos leitores sobre a
importância da efectividade da educação ambiental como instrumento de gestão dos impactos
e como um mecanismo para perspectivar os possíveis impactos negativos dos projectos de
desenvolvimento e como este poder ser geridos ou mitigados.
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CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
a) Areia
Areia é um sedimento clástico inconsolidado, formado mais comumente por grãos com 0,2 a
2,0 mm de diâmetro e tendo como cores mais usuais o cinza, o amarelo ou o vermelho
(Cabral, Pereira & Alves, 2012).
b) Mineração
c) Impacto ambiental
Segundo Sánchez (2003), impacto ambiental pode ser entendido como qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de
matéria ou energia resultante das actividades humanas que, directa ou indirectamente,
afectam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as actividades sociais e
económicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos
recursos ambientais.
d) Educação ambiental
5
e) Gestão
Koppe e Costa (2012) referem que na extracção da areia, há uma etapa de preparação que
consiste na limpeza da área com o uso de equipamentos (Tractor de esteira, Carregadeiras
frontais, Escavadeiras e Camiões) para remover a vegetação e a camada superficial do solo
que são descartadas.
Dragagem
Desmonte Hidráulico
Segundo Almeida (2003) citado em Santos (2019) este mecanismo, consistem em utilizar a
acção da força hidráulica da água, na forma de lavagem sob alta pressão para desagregar o
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minério (figura 2.1). Os exemplos mais comuns de aplicação deste mecanismo são os
depósitos de areia localizados nas planícies fluviais ou nas encostas de morros contendo
camadas formadas a partir da alteração de rochas cristalinas.
O desmonte hidráulico envolve uma etapa prévia, que compreende a remoção da camada do
material estéril, quando este recobre o depósito mineral de interesse. Normalmente, a
extracção é realizada por tractores de esteiras e pás-carregadeiras, dependendo do grau de
compactação do capeamento (Koppe& Costa, 2012).
Desmonte Mecânico
O desmonte mecânico de rochas com o uso de mineradores de superfície pode ser aplicado
nos sectores de mineração, escavação de terra e construção civil. O uso de mineradores de
superfície na mineração permite o desmonte de rochas sem o emprego de explosivos (figura
2.2), possibilitando a mineração em locais próximos a zonas urbanas (Santos, 2019).
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2.3 Impactos socio-económicos e ambientais da extracção mineira
Por outro lado, os impactos socio-económicos da extracção mineira apontados pelo Nogueira
(2016) não se distância muito daqueles do ao autor supracitado, acrescentando apenas
aumento da oferta de areia para o mercado; utilização adequada e racional do recurso mineral
e crescimentos de bairros com construções feitas de blocos, disponibilidade da matéria-prima
no mercado. Portanto, estes autores comungam as mesmas ideias sobre impactos socio-
económicos da extracção mineira, a qual constitui um factor acelerador da economia de um
Estado, na medida em que gera receitas que poderão ser investidos nos sectores sociais e em
outras catividades económicas para diversificação da economia.
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Assim, segundo Farias (2002) actividade mineira é vista, fundamentalmente, por três aspectos
negativos principais: poluição ambiental, destruição do meio ambiente e a falta de
responsabilidade social, por ser um sector primário da cadeia económica, cujos impactos
são:alterações ambientais, conflitos de uso do solo, depreciação de imóveis circunvizinhos,
geração de áreas degradadas e transtornos ao tráfego urbano, desmatamentos e remoção de
solo fértil, degradação paisagística, modificação do relevo e movimentação do solo,
instabilidade de taludes, intensificação de processos erosivos e de assoreamento e subsidência
do terreno.
Por sua vez, Nogueira (2016) considera a actividade de extracção de areia para a construção
civil de interesse social, entretanto, traz problemas ambientais e conflito com as
comunidades. Os principais impactos ambientais desta actividade de extracção de areia são:
geração de efluentes com particulados nos rios, cavas inundadas com alteração do nível
freático, alteração paisagística, desmatamento, emissão de particulados atmosféricos
provenientes do tráfego de camiões fora de estrada, ruído das máquinas.
Por outro lado, Souza (2012) refere que durante actividade de extracção existe a remoção da
vegetação, desnudando o solo nos locais destinados a construção do porto de areia e abertura
as vias de acesso; geração de resíduos sólidos; diminuição da infiltração da água no solo
devido à compactação pela utilização de equipamentos pesados; alteração no uso e ocupação
do solo.
Assim, os impactos ambientes mencionados pelos autores citados ocorrem deste o processo
da implementação do projecto até a sua desactivação, o que significa que a, exploração de
areia sem o planeamento e a retirada da vegetação nativa sem a preocupação de preservação
ambiental, causaram danos ao meio físico e no meio biótico.
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Segundo Farias (2002) os impactos constituem externalidades negativas que provocam
conflitos com as comunidades locais, entretanto, podem ser relativamente controlados e
reduzidos, quando são adoptadas medidas gestão dos impactos. Por sua vez, Martínez(2007)
afirma que uma das acções que deve ser tomada é a capacitação dos trabalhadores para que
tenham conhecimento sobre os impactos, de modo que estes estejam consciencializados e
assim cada trabalhador irá adoptar medidas de prevenção dos impactos no local de trabalho
onde estiver inserido.
Além disto, Oliveira e Madeiros (2010) acrescentam que a educação ambiental é uma
ferramenta crucial e ela busca promover novos valores, informação e conhecimento junto dos
colaboradores das organizações de modo a adoptar medidas de prevenção e mitigação dos
impactos ambientais na organização, garantindo deste modo a qualidade do ambiente no local
do trabalho e a saúde dos trabalhadores.
Por sua vez, Nacimento (2010) considera que a educação ambiental deve ser orientada para
propostas pedagógicas centradas na consciencialização, mudança de comportamento,
desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação dos trabalhadores,
por forma a propiciar o aumento de conhecimentos, mudança de valores e aperfeiçoamento
de habilidades e as condições básicas para estimular maior integração e harmonia dos
indivíduos com o meio ambiente.
A educação ambiental constitui uma força motriz indispensável para incutir valores e hábitos
novos nas comunidades, perspectivando-as a desenvolver atitudes responsáveis com o meio
ambiente e problemas que lhes são associados, de forma individual ou colectiva na busca de
soluções para problemas existentes e prevenção dos novos (Macedo, Freitas &Venturin,
2011).
1
Riscos ambientais podem ser compreendidos como sendo os elementos ou substâncias presentes nos diversos
ambientes humanos, que quando encontrados acima dos limites de tolerância, podem causar danos à saúde das
pessoas e no meio ambiente (Piza, 1997).
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CAPÍTULO III: METODOLOGIA
O estudo adoptou a abordagem qualitativa que, segundo Gerhardt e Silveira (2009) procura
aprofundar a compreensão de um grupo social, de uma organização, explicar o porquê das
coisas e como poderiam ser feitas, através da descrição, compreensão e explicação com
precisão das relações entre o global e o local, isto em determinado fenómeno procurando,
desta feita, explicar a sua origem, as relações existentes e mudanças, e, ao mesmo
tempo,prever as consequências. A escolha deste abordagem deve-se ao facto de esta
compreender o problema e a interacção das variáveis ambientais, sociedade e economia dos
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vendedores, carregadores de areia e residentes locais sobre os significados que atribuem aos
impactos da extracção de areia de Guava e a sua gestão.
Além disto, o presente estudo teve cunho exploratório, uma vez que visava trazer à pesquisa,
informações e ideias precisas sobre a situação do fenómeno de estudo, com vista a
compreender detalhadamente as variáveis (extracção da areia, ambiente, sociedade e
economia do local) no bairro de Guava. Conforme Oliveira (2011), o estudo exploratório
procura descobrir ideias e intuições, na tentativa de adquirir maior familiaridade com o
fenómeno pesquisado.
3.3. Amostragem
Nesta secção, são apresentadas as técnicas de recolha e análise de dados usadas no estudo
para a recolha e análise dos dados. Para dar respostas aos objectivos e as perguntas de
pesquisa, as técnicas de recolha de dados são: a entrevista semi-estruturada e a observação
directa.
Entrevista semi-estruturada
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de cada entrevistado. Desta forma, para esta pesquisa, a entrevista semi-estruturada permitiu
adaptar as perguntas tendo em conta as características de cada entrevistado, deixando o
entrevistado livre para apresentar o seu real pensamento quanto ao papel da educação
ambiental na gestão dos impactos sócio-ambientais do Areeiro de Guava. Importa ressaltar
que, para a efectivação das entrevistas foram elaborados dois guiões de entrevista (vide o
Apêndices A e B).
Observação Directa
Aliada à entrevista, foi igualmente, usada a observação directa como instrumento de recolha
de dados, que é entendida por Marconi e Lakatos (2003), como um instrumento que consiste
em observar, inocentemente, os factos após uma viagem exploratória ao campo de estudo.
Através deste instrumento, foi possível observar (sobre impactos sociais, económicos e
ambientais). Para se captar essas informações, foi-se ao local de estudo, onde se observou os
diferentes cenários dos impactos do Areeiro. Nestes cenários foram escolhidos aqueles que se
destacavam mais em termos da exposição aos impactos ambientais e sociais. Os dados foram
registados em forma de fotografias.
Nesta pesquisa, os dados foram analisados através da Análise de conteúdo de Bardin (1977),
que é um conjunto de técnicas de análise de informação visando obter, por procedimentos
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sistemáticos e objectivos, a descrição do conteúdo e que permite a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção e recepção dessas informações
(Bardin,1977). Portanto, para transformação dos dados em informação coerente, que possa
responder aos objectivos da pesquisa, usou-se o modelo de Análise de conteúdo proposto por
Bardin (1977) que se organiza em três etapas:
14
instrumentos de pesquisa de forma preliminar, por forma a elaborar a versão final dos
instrumentos de colecta de dados.
Para a concretização das questões éticas, no âmbito da colecta dos dados, utilizou-se
credenciais emitidas pela Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane. Estas
credenciais funcionaram como identificação do pesquisador, bem como para o pedido de
permissão à Associação de Areeiros de Guava e a autoridade administrativa do distrito de
Marracuene para efeitos de colecta dos dados e junto aos participantes desta pesquisa. O
pedido foi formulado através da credencial junto aos entrevistados a quem foi explicado
sobre o âmbito e objectivos do estudo. Foi garantida o anonimato dos entrevistados, na base
de atribuição de códigos: CQT- Chefe do Quarteirão; VCG-Vendedores. Neste sentido, os
códigos dos participantes foram colocados da seguinte forma: VCG 1 e VCG 2, onde
significa primeiro entrevistado, segundo entrevistado assim sucessivamente. O mesmo
processo foi aplicado para o TCG-Trabalhador do Areeiro, idem para o MTG-Moradores de
Guava MTG1, MTG2 e TSG-Técnico do SDPI. Isto mostra a sequência de como decorreu as
entrevistas durante a pesquisa. Para Mutimucuio (2008), o pesquisador deve proteger a
identidade do respondente e apresentar maior sigilo na codificação de dados e, igualmente,
deve remover todos os nomes dos respondentes e substituí-los por números ou pseudónimos.
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CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Este capítulo apresenta e discute os resultados do estudo à luz dos objectivos e da revisão da
literatura feita no presente estudo. Para a apresentação dos resultados do estudo, optou-se por
organizá-los em tópicos em função dos objectivos do trabalho por forma a responder as
perguntas pesquisa.
Segundo TSG, o Areeiro de Guava começou as suas actividades em 1998, nesta altura usava-
se equipamentos como pá, carinhas de mão e tractores. Com estes equipamentos requeria
maior mão-de-obra sazonal ou diária, chegando por dia atingir número total 150 a 250 de
trabalhadores. Isto porque o trabalho de extracção de areia era feito manualmente. Já em
2003, no sentido de tornar actividade mais rentável e mais produtiva, o governo do distrito de
Marracuene concedeu o Areeiro de Guava à Associação Mascarenhas que vem gerindo as
actividades até agora.
No que diz respeito a pergunta número 5,sobre o horário do início da actividade durante a
semana, o entrevistado TCG respondeu o seguinte: “As actividades são realizadas de
segunda-feira a sábado, num horário das 7h00 até as 17h00”.
Figura 4.1: Equipamentos de escavação e transporte (a esquerda pás escavadoras e a direita camiões
basculantes).
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Importa referir que a Associação Mascarenhas só regula as actividades de comercialização da
areia e ela é proprietária dos equipamentos que fazem a extracção da areia. Já, os camionistas
são pessoas independentes que transportam a areia extraída até ao destino do cliente, ou seja,
a Associação vende areia aos clientes e os clientes são responsáveis em encontrar o meio de
transporte para levar areia ao seu destino.
Este mecanismo de extracção de areia vai ao encontro do estudo realizado por autor Santos
(2019), ao concluiu que, a extracção por desmonte mecânico, consiste no uso de
equipamentos mecânicos como tractores escavadoras e pá escavadoras. Este mecanismo pode
ser encontrado ou aplicado em areias urbanas. Isto entra em consonância com dados
recolhidos através da observação, onde a abertura da cova foi feita no formato de um caracol,
onde fez-se uma estrada que de acesso ao interior da cova para permitir a movimentação de
camiões e equipamentos de escavação para o processo de extracção e transporte da areia a
partir da cova, como ilustra a figura 4.2.
Figura: 4.2: Pá escavadora a abastecer os camiões no interior da cova com areia vermelha.
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Importa referir que qualquer mecanismo de extracção mineira causa impactos negativos para
o ambiente. Para mecanismo desmonte mecânico usado no Areeiro de Guava também tem
impactos significativos no âmbito da implantação para o meio ambiente e durante as
actividades de extracção da areia, e os seus impactos se reflectem nos moradores que vivem
nas proximidades nas da cova de extracção. Este mecanismo tem entrado em decadência nas
últimas décadas, devido aos impactos que causam aos moradores que vivem nas mediações
da mina e, também, o crescimento do conhecimento sobre os assuntos ambientais pela
comunidade. Este achado converge com resultados dum estudo realizado por Nogueira
(2016) ao concluir que o mecanismo desmonte mecânico traz problemas ambientais
significativos para os moradores que vivem nas proximidades do local da exploração mineira,
onde os impactos se reflectem desde a implantação do projecto até a sua desactivação.
Nesta secção são discutidos os impactos sócio-ambientais encontrados nos depoimentos dos
entrevistados e os observados durante a recolha de dados.
Segundo TSG, o Areeiro de Guava foi aberto numa altura em que no local não existiam
moradores, e havia apenas vegetação na zona circunvizinha da cova. Contudo, nos últimos
anos registou-se um crescimento acelerado no bairro com novas construções e moradores
que, na maior parte, saíram da cidade de Maputo.
Portanto, por um lado, pode se afirmar que o Areeiro de Guava influenciou, de certa forma, a
rápida expansão do bairro de Guava, uma vez que alguns trabalhadores vinham de outros
pontos do distrito de Marracuene e da cidade de Maputo e estimulou a fixação das residências
para diminuir os gastos das deslocações diárias dos trabalhadores. Por outro lado, também
houve imigração de alguns citadinos dos bairros da cidade Maputo, pois trata-se de um bairro
que está próximo ao Município de Maputo. Como pode ser constatado pelas respostas dos
entrevistados às perguntas dos apêndices A e B, respectivamente:
TCG: “Os impactos sociais desta cova é o crescimento deste bairro, muitas pessoas saíram
dos bairros da cidade de Maputo para viver cá”.
MTG1: “Antigamente não havia pessoas, mas quando começou a extracção areia houve
imigração urbano pessoas da cidade vieram instalar suas residências neste bairro”.
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MTG2: “Algumas pessoas que trabalham na cova começaram a construir neste bairro, assim
como pessoas oriundas dos outros distritos, principalmente a cidade Maputo”.
TSG: “Os impactos sociais da cova foi a expansão do bairro de Guava pela vinda das pessoas
da cidade de Maputo e alguns trabalhadores preferiram construírem suas residências no
local”.
MTG1: “O Areeiro fez surgir novas infra-estruturas como padarias, estradas lojas, coisas que
antigamente não tínhamos no bairro”.
CQT: “A cova trouxe benefícios para nos moradores, criação de emprego, muitos jovens do
bairro são motoristas de caminhões que transportam areia e ajudou a construir a estrada.
VCG1: “Eu faço negócio aqui a mais de 10 anos, sobrevivo e alimentos os meus filhos
vendendo comida e sopa para os trabalhadores da cova”.
VCG 2: “Eu fiz minha barca vendo quase tudo aqui e os trabalhadores da cova vem beber e
comer aqui e mim ajuda a sobreviver”.
Na figura 4.3,à esquerda tem-se a estrada de pavês que resultou em parte das receitas da
extracção de areia e a direita, duas cidadãs a venderem frutas e amendoim no interior da cova,
o que constitui um período a segurança, estão completamente expostas a poeiras e acidentes
de veículos.
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Figura: 4.3: A esquerda vê-se a estrada de pavêsque liga Guava e Mateque e a direita cidadãs exercendo
comércio de frutas no interior da cova
No que diz respeito aos impactos ambientais, o estudo apurou que são: a erosão que tem
causado fendas e fissuras nas paredes das casas que estão nas medições do areeiro; nuvens de
poeiras são causadas pela movimentação contínua de caminhões que transportam areia, o que
diminui a visibilidade e a qualidade do ar; ruído que tem causando estresse nos moradores
devido a movimentação e funcionamentos de equipamentos de trabalhos e, por vez, a
devastação da vegetação devido ao alargamento da cova para extracção da areio. Conforme o
seguinte ilustra extracto de entrevista e figura 4.4 os reflexos dos impactos ambientais.
MTG3: “ O Areeiro está causando erosão e faz com que as nossas casas tenham fendas ”.
VCG 2: “a poeira é o grande problema aqui, por isso ficamos constipados a todo momento”.
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A Figura 4.4 apresenta a perda da vegetação a medida em que se alarga área de extracção da
areia e consequente erosão.
Figura 4.4: alguma vegetação que germina na cova e ou tende-se a perder devido actividade de extracção de
areia.
Estes impactos têm reflexos negativos, principalmente para os moradores que vivem nas
proximidades do Areeiro, visto que a poeira e o ruído têm causado estresse nos moradores,
apesar de os moradores terem manifestado a sua preocupação à Associação e às autoridades
administrativas, os problemas ainda prevalecem. Contudo, os moradores, a Associação e as
autoridades administrativas têm feitos contactos frequentes, no sentido de encontrar um meio-
termo para resolverem os problemas: como se pode apresentar nos depoimentos a seguir:
MTG1: “Nós já fizemos greve para fechar está cova, mas os donos deste areeiro não fazem
nada para conter isso já nos reunimos com eles principalmente sobre a questão da poeira e
ruído, sempre dizem vão resolver e nunca”.
CQT: “Já falamos com os donos ou associação pedimos para que eles trabalhassem uma
semana sim e uma semana não, mas negaram”.
VCG1: “ Eu como vendedor só reclamo com poeira se eles resolverem o problema de poeira,
eu não tenho nada contra eles, afinal é aqui onde ganho o meu pão”.
Entretanto, TCG e TSG afirmam que a Associação tem desenvolvido acções para diminuir o
impacto da poeira. Neste sentido tem molhado a estrada/via com água antes de iniciar com as
actividades. O que se opõem os depoimentos dos moradores e vendedores. Como se pode
notar nas respostas dos entrevistados TCG: “Nós como associação temos colocado água na
estrada para diminuir poeiras” e TSG: “a Associação tem feito um grande esforço para
diminuir os impactos da actividade”, ao responderem à pergunta número 12 do apêndice A.
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Pode-se notar que são trocas de acusações entre os moradores, vendedores e TCG no que se
refere a gestão dos impactos, pois para os moradores, os vendedores e TCG não têm feito
nada na prática, apenas promete e nunca realiza, por seu turno, a TCG afirma que tem
molhado a estrada para minimizar a poeira.
No que respeito a pergunta (número 13, apêndice A) sobre sensibilização aos vendedores nas
imediações do areeiro os entrevistados apresentaram as seguintes respostas:
TCG: “Nós temos feitos a sensibilização para os vendedores informais porque eles circulam
até no interior da cova o que não é permitido, através de aconselhamentos interpessoais que
consiste em conversa com os indivíduos específicos que tendem a penetrar na área de risco e
aos moradores que tem a seguir com suas construções nas mediações do arrieiro, visto que
eles continuam a ocupar o espaço da zona da extracção da areia”.
Contudo, as acções de sensibilização não têm abrangido todos moradores, apenas aqueles que
estão muito próximas ao Areeiro. Além disto, o estudo apurou através da entrevista que os
moradores foram-se instalando na área próxima ao Areeiro, mesmo com os avisos e a
sensibilização da Associação em parceira com o governo para não erguer as suas residências
nas mediações da cova, simplesmente os moradores foram renitentes e neste momento a
Associação não se responsabilizam pelos danos que possam acontecer com as casas.
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educação ambiental documentado, no entanto faz-se a sensibilização como foi dito
anteriormente”.
MTG1: “Eles realizam as actividades de sensibilização como palestras para nós que vivemos
próximos da cova”.
MTG2: “Não fazem nada sobre educação ambiental. Nós é que fazemos reuniões com eles
para falar sobre erosão, poeira e barulho, mas também já vi eles a entrem naquelas casas que
estão próximas a cova, devido as construções que são feitas no terreno deles”.
MTG3: “Eu não sei se eles realizam as actividades sensibilização sobre educação ambiental,
entretanto, nós fazemos reuniões com eles para discutir sobre barulho e poeira; mas já ouvi
que eles falam com aqueles moradores que vivem próximo a cova porque estão a construir
suas casas perto da cova”.
VCG1: “Sim, eles fazem sensibilização. Só não sei se isso é educação ambiental. Falam
connosco sobre os riscos de acidentes para não entrar na cova”.
VCG2: “Sim fazem palestras, dizem para ficar longe da cova devido aos acidentes”.
VCG:3 “Eu já vi movimentações deles a falarem para nos, dizem para sairmos daqui, por
causa dos acidentes que podem acontecer”.
Sendo assim, pode-se perceber que a Associação não dispõe de um programa documentado
sobre a educação ambiental, o que tem feito são apenas acções de sensibilização espontânea
dirigida para os vendedores e alguns moradores que constroem suas casas no terreno na área
do projecto. Porém, estas actividades deveriam também abranger os moradores que se
ressentem dos impactos indirectos da actividade, e não somente aqueles moradores que tende
a construir suas residências nas imediações do Areeiro.
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Apesar da Associação estar a se distanciar desta responsabilidade dos acidentes que pode
acontecer com algumas casas que estão nas imediações do areeiro é preciso que Associação,
governo distrital e moradores encontre uma forma de dialogar para compreensão dos riscos
que no futuro podem acontecer aos proprietários das residências.
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CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 Conclusões
Os resultados deste estudo permitiram concluir que a Associação do Areeiro de Guava realiza
acções de sensibilização para vendedores e os moradores que vivem nas imediações, apesar
de não ter um programa de educação ambiental documentado. Isto mostra que as acções são
esporádicas e a Associação pode estar a realizar estas acções de sensibilização para evitar
riscos, protegendo o seu negócio, e não necessariamente para a consciencialização ou
conhecimento para os visados sobre as questões ambientais.
O estudo constatou que a areia extraída do Areeiro de Guava é a areia vermelha e é destinada
à construção civil. Neste sentido, o mecanismo de usado é o desmonte mecânico, que usa
equipamentos mecânicos como tractores escavadores, pás escavadoras e camiões para
transporte da areia a partir da cova, o que tem impactos significativos durante a sua operação
para os moradores que vivem nas imediações, uma vez que este mecanismo é aplicado em
áreas próximas a residências, por não exigir grandes infra-estruturas para a sua operação.
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moradores e os vendedores, pois deixariam de ser acções espontâneas e seriam acções de
sensibilização programadas e com objectivos claros a alcançar e prevenir os conflitos
existentes (troca de acusações).
5.2 Recomendações
Com base nos resultados e nas conclusões do presente estudo, quatro grupos de
recomendações são apresentadas, nomeadamente:
1. Associação Mascarenhas
3. Vendedores
Uso de máscaras de protecção para evitar inalação de poeira, de modo a garantir bem-
estar.
Garantir a protecção dos alimentos face a nuvens de poeiras, especialmente os
produtos de consumo directo.
Realização limpezas contínuas nos estabelecimentos comerciais para evitar o acúmulo
de poeira nos produtos alimentares.
4. Moradores
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Aderir as reuniões de sensibilização, uma vez que este espaço constitui uma
oportunidade para ambos discutir as suas inquietações.
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abordagens de gestão. (Dissertação de Mestrado não publicado) Centro de
Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília.
32
Apêndices
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11. As associações de areeiros dispõem de um Plano de Gestão dos Impactos? Se sim, como é
que se encontra apresentado?
12. O que a associação faz para sensibilizar aos vendedores nas imediações do areeiro
13. Tem havido actividade/programas de educação ambiental nesta comunidade?
14. Participa dos programas de educação ambiental?
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APÊNDICE B: Roteiro de entrevista
4-Conhece plano das empresas de extracção de areia para minimizar impactos negativos?
5- Foi informado sobre o que vai acontecer ou será feito no fim da extracção da areia aqui?
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Anexo: Credencial
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