Gislene
Gislene
Gislene
São Paulo
2013
Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva: o
caso do município de São Paulo
(Versão Revisada)
São Paulo
2013
É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na
sua forma impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é
permitida exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que
na reprodução figure a identificação do autor, título, instituição e ano da
tese/dissertação.
DEDICATÓRIA
À minha orientadora Profa. Dra. Isabel Maria Teixeira Bicudo Pereira, por acreditar
em mim e oferecer auxílio e apoio nas diversas decisões tanto profissionais, quanto
pessoais.
Aos membros da banca examinadora: Dra. Beatriz Mendes, Dra. Cilmara Cristina
Alves da Costa Levy, Dr. Fernando Lefèvre, Dra. Helena Wada Akemi Watanabe,
Dra. Maria Cecília Bevilacqua, e Dra. Maria Cecília Martinelli Iório. Meus sinceros
agradecimentos pelas diferentes contribuições, desde o exame de qualificação.
À professora Dra. Norma Alicia del Río Lugo, por me receber na Universidad
Autónoma Metropolitana (UAM-Xochimilco) e proporcionar o encontro com
diferentes profissionais, na Cidade do México, a fim de discutir a saúde auditiva
além das fronteiras nacionais.
Aos profissionais Dr. Alfredo Tabith Junior, Dra. Beatriz Cavalcanti de Albuquerque
Caiuby Novaes, Dra. Carmem, Dra. Marina Morettin, Dra. Patrícia Fernandes
Rodrigues, Dr. Ricardo Ferreira Bento e Dr. Sergio Garbi, pela possibilidade de
diálogo e por abrirem as portas de seus serviços a minha experiência.
Aos colegas da Clínica Alfa, Gisele Diniz, Dra. Liege Tanamati, Dra. Natália Lopes,
Dr. Orozimbo Alves Costa Filho, e Dra. Tatiana Melo, pelo conhecimento
compartilhado e carinho de sempre.
Aos colegas da GN ReSound, especialmente à Karina Souza, que nos últimos tempos
têm compartilhado um pouco desse processo de reflexão e escrita. Obrigada a todos
pela paciência e palavras de incentivo.
Aos amigos da UTI adulto e berçário do Hospital Municipal de Diadema. Meus
agradecimentos pelo carinho e pela maneira que me acolheram e me incentivaram
nesta etapa final do mestrado.
Aos meus queridos amigos de todos os momentos: Raissa, Edilene, Carolina, Maria
Claudia, Silvia, Thais, Valéria, Claudio Augusto, Karina, Alex, Bruno, Alessandra,
Safire e Jens. Foram vocês que tornaram este caminho mais suave e possível, com
certeza. Desculpem a minha ausência.
Ao Vitor, que chegou num momento tão conturbado. Obrigada por me apoiar, por
me entender e por me fazer tão feliz.
Aos meus pais e irmão, pelo apoio e carinho eterno e aos meus primos queridos:
Bianca, Anderson, Adriana, Sheila, Erika e respectivos companheiros. Obrigada
primaiada!
A todos os profissionais que fizeram parte do escopo deste estudo, meu muito
obrigado pelo tempo despendido e carinho com que me receberam.
Acima de tudo, agradeço a Deus por estar ao meu lado no dia a dia. Sem acreditar
nele, não seria possível chegar até aqui.
“De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a
certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes
de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo
de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro”.
Fernando Sabino
RESUMO
Vieira, GI. Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva: o caso do município de
São Paulo. [dissertação de mestrado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo, 2013.
Introdução: A saúde auditiva é um tema de relevância pública, devido ao seu grau de
importância relacionado à comunicação e consequente qualidade de vida. Objetivo:
analisar a implementação das ações em saúde auditiva, particularmente da Política
Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (PNASA), no município de São Paulo,
identificando ações em Promoção da Saúde. Para tanto, pretende-se: identificar os
principais documentos relacionados à saúde auditiva, desenhando sua trajetória;
descrever a rede de atendimento no município, utilizando dados quantitativos e
observação de espaços de negociação; investigar a representação da equipe de
profissionais da área acerca do conceito de saúde auditiva e da implementação da
Política Nacional em suas práticas diárias. Metodologia: pesquisa do tipo exploratória,
descritiva, de abordagem qualiquantitativa, na qual coletaram-se dados oriundos de
documentos oficiais; dos sistemas de informação; da observação de fóruns regionais e;
da entrevista com os profissionais que fazem parte da equipe de atenção à saúde auditiva,
de três centros de alta complexidade do município. A análise das entrevistas baseou-se
na metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Resultados e Discussão: foi
possível identificar três momentos históricos nas ações em saúde auditiva, com dois
marcos, a implementação da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva e do atual
“Plano Viver sem Limite”. Os dados quantitativos evidenciam um crescimento na
concessão de aparelhos de amplificação sonora individual e implantes cocleares, bem
como na realização de procedimentos, porém ainda aquém do esperado em relação ao
acompanhamento e a terapia. Os discursos evidenciam uma tendência ao pensamento
voltado ao modelo biomédico e identificam sucessos, dificuldades e elencam sugestões
de modificações nos processos normativos, uma vez que a relação entre as normas e as
práticas, majoritariamente mostrou-se ineficaz. Conclusão: o momento é de mudanças:
o que já foi uma conquista, continua requerendo esforços e diálogo para concretizar-se
de fato no dia a dia de todos os envolvidos, facilitando os processos e o acesso a uma
vida mais saudável e justa.
Vieira, GI. National Policy for Hearing Health Care: the case of São Paulo. [Master
in Sciences]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo,
2013.
APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 20
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 24
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 49
3. MÉTODO .................................................................................................................. 50
Anexo 13 - Observação dos Fóruns Regionais - Descritivo por Região............ .... .175
Tabela 10: Quantitativo da distribuição de AASIs por categoria, ao longo dos anos,
em São Paulo.............................................................................................................106
Figura 11: Distribuição das porcentagens de ideias centrais (IdC) por categoria da
questão sobre a saúde auditiva..................................................................................122
Figura 12: Distribuição das porcentagens de ideias centrais (IdC) por categoria da
questão sobre a relação das normas com as práticas.................................................131
Lista de Abreviaturas e Siglas
AC - Alta complexidade
AC - Ancoragem
AE - Ambulatórios de Especialidade
DF – Distrito Federal
FM – Frequência modulada
MS – Ministério da Saúde
OS - Organização Social
PA - Audiômetro Pediátrico
PS – Promoção da Saúde
SP – São Paulo
TI – Tecnologia da Informação
UF – Unidade Federativa
APRESENTAÇÃO
Sobre a dissertação...
Este documento é fruto de dois anos de dedicação ao estudo da saúde
auditiva, particularmente as ações realizadas no município de São Paulo e será
apresentada em seis capítulos: introdução, objetivos, metodologia, análise e
discussão dos resultados, conclusões e considerações finais.
Todo o processo de pesquisa foi desenvolvido com muito cuidado,
respeitando os aspectos éticos e as limitações do estudo, visto que estudar uma
política de saúde é também ter em mente que tudo é passível de mudanças e que nada
é estanque e imutável. Tal fato fica confirmado com a revogação das portarias
relacionadas à Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva durante a realização da
pesquisa, que a princípio foi um grande susto, mas que no desenrolar do processo,
mostrou-se inevitável.
23
A autora
24
1. INTRODUÇÃO
Neste período muitos países passaram por uma crise no setor saúde, devido
aos custos elevados da medicina curativa, sem muitos resultados na qualidade de
vida da população, assim, surgiram novas estratégias que resultaram na chamada
“nova saúde pública” (SANTOS e WESTPHAL, 1990).
Assim, os países do primeiro mundo, buscando controlar os custos crescentes
28
implica uma necessária interpelação entre justiça social, qualidade de vida, equilíbrio
ambiental e a necessidade de desenvolvimento com capacidade de suporte. Mas,
também, se associa a uma premissa da garantia de sustentação econômico financeira
e institucional.
As diferentes iniciativas de Promoção da Saúde foram ainda analisadas e
classificadas por Naido & Wills (1994) em cinco grupos, de acordo com as
conceituações subjacentes às iniciativas estudadas:
(1) biomédica – cuja definição de saúde é a ausência de doenças, com o
trabalho centrado na cura, tratamento e prevenção de doenças específicas;
(2) comportamentais – envolve a transformação dos comportamentos dos
indivíduos, voltados aos estilos de vida, limitadas a fatores passíveis de controle
pelos indivíduos;
(3) educacionais – focando no estilo de vida, porém na perspectiva do
empoderamento individual ou da auto-ajuda, não sendo considerados como centrais
para as mudanças os aspectos estruturais e as relações de poder;
(4) empoderamento coletivo – relacionadas ao desenvolvimento comunitário
baseado na participação de todos os envolvidos em uma situação problema;
(5) para a transformação social – focadas na construção participativa de
políticas públicas saudáveis, seguindo o princípio da equidade, orienta para a
mudança das relações de poder e para as ações sobre os determinantes sociais da
saúde.
Estas iniciativas consideram a Promoção da Saúde como um processo
participativo de produção social da saúde, que ocorre no contexto do
desenvolvimento econômico e social das instituições, das cidades, das regiões, dos
países, objetivando a melhoria das condições de saúde e qualidade de vida das
pessoas, mediante políticas públicas equitativas e intersetoriais (WHESTPHAL,
2008).
Esta autora ainda sistematiza as vertentes da Promoção da Saúde, em três
correntes, com os conceitos de saúde que as orientam, assim como os tipos de
práticas dominantes em cada uma delas: biomédica, comportamental e sócio-
ambiental.
33
Vale ressaltar, que esses dados possuem um alto grau de subjetividade, visto
que é fruto de um Censo, realizado com um questionário no qual a pessoa deve
1
Disponível em: http://www.sidra.ibrge.gov.br/cd/cd2000cpg.asp?o=15&i=P
38
autoreferir ser portadora de uma dificuldade. Porém, esses são os dados mais atuais
em caráter nacional. Outros estudos de base populacionais podem ser referenciados e
servir de parâmetros, como o desenvolvido em 2003 no município de Canoas/RS
(BÉRIA et al 2007), que encontrou em 26,1% da população do estudo algum grau de
perda auditiva, sendo que 19,3% deles possuíam perda auditiva de grau leve e, 6,8%
perda auditiva incapacitante (5,4% de grau moderado, 1,2% severo e 0,2%
profundo).
Ainda segundo esses autores, o resultado é compatível com os estudos da
OMS realizados em outros países em desenvolvimento, onde a média geral de
prevalência para perdas auditivas incapacitantes é de 7%.
Bevilacqua et al (2006) realizaram um segundo estudo em Monte Negro,
RO, e notaram que 16,5% da população apresentavam algum grau de perda auditiva,
11,7% de grau leve, e 4,8% perda auditiva incapacitante (cerca de 3,7% de grau
moderado e o restante severo).
Recentemente, outro estudo de base populacional realizado em Itajaí, Santa
Catarina, com uma amostra de 379 indivíduos, indicou que 74,1% dos residentes
apresentavam audição dentro dos parâmetros de normalidade, 18,9% possuíam perda
auditiva leve, 5,1% moderada e 1,9% severa. A prevalência de deficiência auditiva
incapacitante foi de 7%, sendo a mais significativa na faixa etária acima dos 50 anos
- cuja principal causa foi a presbiacusia (GONDIM et al, 2012).
É dado que a epidemiologia da deficiência auditiva pode variar de forma
ampla diante dos fatores geográficos e econômicos, e nesse sentido, a prevalência
desta deficiência é menor em países cuja população tenha um padrão de vida mais
alto e acesso a um sistema de saúde bem desenvolvido (RUSSO, 2009).
Por essa razão, sugere-se que estudos de abrangência nacional, analisando a
deficiência auditiva, devam ser realizados, para que cada abordagem seja
contextualizada frente às questões socioeconômicas locais, e desta forma, ações de
saúde e assistência possam ser adequadas às diferentes regiões do país (ARAKAWA
et al, 2011).
Em relação à perda auditiva na infância, estima-se que o problema atinge de
3 a 5 crianças em cada 1.000 nascidas. Esse quadro se agrava quando o recém-
nascido apresenta complicações neonatais e precisa de internação em Unidade de
39
Milio citado por Nutbeam e Harris (2005) propôs uma estrutura conceitual
através da qual podemos desenvolver uma maior apreciação de quão bem são
desenvolvidas as políticas públicas para melhorar a saúde. O desenvolvimento de
políticas é visto como a passagem por estágios distintos de início, adoção,
implementação, avaliação e reformulação. Estes estágios são parte de um processo
contínuo social e político que não é estritamente linear. O desenvolvimento de
políticas públicas é visto como um processo dinâmico e não simplesmente a
produção de uma declaração política.
Para este autor, ainda existem quatro atores principais que são cruciais no
desenvolvimento das políticas de saúde pública: os formuladores, os influenciadores,
o público e a mídia. Uma série de determinantes chave também podem influenciar o
desenvolvimento das políticas, tais como: o contexto social econômico e político; a
44
saúde, dificuldades que vão além do previsto no momento da formulação das ações
políticas.
Como as políticas públicas, na Saúde Pública, têm por base o modelo
biomédico, ao se assumir a necessidade de tomar a saúde de forma mais ampla e
adotar uma postura diferente da tradicionalmente concebida, considerou-se que a
reflexão sobre políticas públicas para as pessoas com deficiência auditiva, à luz da
promoção da saúde, poderia contribuir para este cenário.
A escolha da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva (PNASA) se
deve ao fato de até o momento do desenho da pesquisa estar vigente, e permaneceu
como foco da pesquisa por sua significativa contribuição na luta pela saúde auditiva,
de acordo com os princípios e diretrizes do SUS. Outra justificativa é que a PNASA
foi implementada no final de 2004 e há poucos relatos na literatura sobre suas ações.
Encontram-se alguns estudos ligados à área de satisfação e capacitação de
agentes de saúde, que utilizam muitas vezes questionários como instrumento de
pesquisa ou estudos quantitativos acerca da distribuição da rede de serviços
(AMARAL, 2009; ARMIGLIATO et al, 2010; FREITAS e COSTA, 2007;
MANZONI e ALMEIDA, 2010; MELO e ALVARENGA, 2009; MELO, 2008;
MORETTIN, 2008; TEIXEIRA, 2007; TEIXEIRA et al, 2008; VEIGA, 2005).
Silva et al (2012) identificam que em 2005 surgiram as primeiras
publicações relacionadas a saúde auditiva no Brasil, sendo que com o passar dos
anos, principalmente nos últimos, o número de publicações cresceu gradativamente.
Dividindo as publicações em três eixos temáticos (usuários, profissionais e serviço),
entre 2000 e 2010, neste estudo eles perceberam maior número de artigos
relacionados ao eixo temático “usuários” (62%). O tema avaliação, com enfoque na
satisfação do usuário, foi o mais abordado, seguido pelos temas gestão e capacitação
de profissionais, que também foram recorrentes.
Quanto a contribuições no âmbito internacional, há algumas limitações
relacionadas aos estudos de maneira comparativa, tendo em vista que o formato das
ações em saúde auditiva, no Brasil, difere de maneira significativa dos outros países.
No nosso país, todo o processo de avaliação e reabilitação auditiva é gratuito,
enquanto que em outros países, sistemas de reembolso, descontos e subsídios parciais
48
são as formas mais utilizadas, por exemplo, na aquisição dos AASI oferecidos pelos
governos (BARTO et al, 2001; MADRIZ, 2001).
Assim, todo o desenho do estudo foi idealizado buscando responder, entre
outras coisas, as seguintes indagações: “Como e de que maneira é interpretado o
conceito de saúde auditiva, pelos profissionais que atuam nos Centros de Alta
Complexidade, do município de São Paulo? Há relação deste conceito, deste
entendimento, com a aplicação das políticas nas práticas diárias, na sua
interpretação? Houve dificuldades e/ou êxitos na implementação da PNASA? Como
as normas interferem ou não nas ações? As normas facilitam ou dificultam? Há
sugestões de mudanças?”
49
2. OBJETIVOS
3. MÉTODO
2
Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?codmun=355030
3
Disponível em: www.datasus.gov.br
53
preparada para realizar tal busca, seguindo os moldes do artigo elaborado por
Bevilacqua et al (2011b).
Vale ressaltar que o DATASUS passou a integrar a Secretaria de Gestão
Estratégica e Participativa, conforme Decreto nº 7.530 de 21 de julho de 2011, que
trata da Estrutura Regimental do Ministério da Saúde. O DATASUS foi
desenvolvido pensando-se na democratização da saúde e aprimoramento de sua
gestão a partir de algo fundamental, o acesso à informação (BRASIL, 2011a).
Através do acesso ao DATASUS é possível levantar informações sobre
todos os procedimentos ambulatoriais realizados no país, por meio do Sistema de
Informações Ambulatoriais (SIA/SUS), como parte das políticas de acessibilidade
universal do sistema de saúde público brasileiro, estendida também para os dados
administrativos.
Segundo esclarecimentos da Secretaria de Saúde do Município de SP
(2011), o SIA/SUS é responsável pela captação e processamento das contas
ambulatoriais do SUS. Sua base de dados é gerada pelo registro do atendimento
ambulatorial e do custeio dos procedimentos realizados pelos estabelecimentos de
saúde (públicos e privados) prestadores de serviço à rede do SUS.
Seu documento básico é o Boletim de Produção Ambulatorial (BPA), cujo
preenchimento está sob responsabilidade das unidades ambulatoriais. O
processamento é descentralizado nas esferas estadual ou municipal, conforme o nível
de gestão, para consecutivo envio ao Departamento de Informática do SUS. Esse
boletim contém os números de atendimentos realizados por tipo de procedimento e,
dependendo deste, por grupo populacional, fornecendo indicadores operacionais ou
dados individualizados em relação aos procedimentos de alta complexidade e alto
custo, o SIA/SUS tem como documento básico a Autorização para Procedimentos de
Alto Custo/Complexidade (APAC), cujas informações são individualizadas
(BRASIL, 2010).
Desta forma, esta etapa buscou realizar o levantamento quantitativo dos
procedimentos relacionados à adaptação de próteses auditivas, implantes cocleares e
58
5
Disponível em: http://express-scribe.softonic.com.br/.
63
Não é possível listar tudo o que foi publicado, sempre fica a impressão de que algo
passou desapercebido e que talvez outra pessoa ao fazer a análise daria diferente
importância aos diversos documentos.
O fato de envolver mais que um Centro, como parte da pesquisa de campo,
implicou autorizações de diferentes pessoas, o que neste estudo acarretou um atraso
significativo na coleta dos dados empíricos e até a exclusão de um destes Centros.
Esta exclusão foi discutida com o coordenador do serviço e uma carta de justificativa
foi enviada ao Comitê de Ética de ambas as Instituições, a convidada e a responsável
pela pesquisa.
Objetos vivos, como uma política, também podem ser modificados durante
o percurso de uma pesquisa, o que neste caso foi inclusive motivo de adequações na
estrutura do estudo, pois a política em questão foi revogada durante o processo de
investigação. Tal revogação, porém, não impediu o desenvolvimento do estudo, uma
vez que a análise desse período justamente pretende trazer críticas importantes para a
implementação de futuras ações políticas.
Pesquisas que dependem também de informações fornecidas por diferentes
sujeitos, apresentam a dificuldade de encontrá-los com disponibilidade suficiente
para as entrevistas e o viés de que cada sujeito, em diferentes momentos, pode
apresentar opiniões divergentes, até mesmo num mesmo discurso. Nas entrevistas
destaca-se também o papel do investigador, que acaba em alguns momentos, mesmo
tentando a neutralidade, influenciando nas respostas.
Enfim, como nenhuma pesquisa é neutra, tampouco perfeita, ficam aqui
relatados alguns dos percalços e fatos que podem, de uma maneira ou outra, ter
interferido nos resultados apresentados.
68
4.1.1. Documentos
Antes de mais nada é preciso dizer que:
qualquer política está associada a construções históricas e modos
de operar próprios de cada realidade, de cada Estado. Toda política
insere-se numa trajetória geral e também específica e constitui-se
numa institucionalidade, que de alguma forma a condiciona e dá
sentido. Os Estados são permeados por instituições que definem
práticas e processam caminhos para a ação política cotidiana. Isso
quer dizer que ao analisar uma política é preciso considerar
primeiramente onde ela se insere na história geral, bem como
reconhecer sua história específica [...] Mas recorrer à história, não
significa esgotá-la, pois esta é uma tarefa praticamente impossível
(BAPTISTA e MATTOS, 2011 p.67-68).
buscas em outros locais. Inclusive, foi utilizado um dos mais conhecidos sites de
busca, o Google, que se mostrou uma importante ferramenta quando havia apenas
dados parciais sobre algum documento oficial. Posteriormente, a fim de garantir a
maior fidedignidade dos dados, as informações eram checadas mais que uma vez, em
diferentes fontes.
Após a leitura transversal de todos os documentos, em ordem cronológica,
foi possível identificar dois marcos históricos e identificar uma tentativa de
estruturação da rede de atendimento. O primeiro marco estabeleceu-se em 2004, com
a portaria MS/GM n° 2.073 que instituiu a Política Nacional de Atenção à Saúde
Auditiva (PNASA), e com as portarias MS/SAS n°587 e nº589 do mesmo ano, que
determinaram as providências necessárias à organização e implantação das Redes
Estaduais de Atenção à Saúde Auditiva. O segundo, em 2012, deu-se por meio das
portarias MS/SAS nº793 e nº835, que instituíram uma nova rede de cuidados à
pessoa com deficiência, com incentivos financeiros de investimento e de custeio para
o componente de atenção especializada.
Assim, a fim de facilitar a leitura e análise, bem como para fins didáticos, os
dados serão apresentados em três períodos:
Período I: Anterior à instituição da PNASA
Período II: Implementação da PNASA
Período III: Posterior à revogação da PNASA
Durante a leitura, foram selecionados apenas as leis, decretos e portarias, em
vista da importância destes documentos frente aos demais. Outros documentos, se de
significância, são citados ao longo da discussão, porém não fazem parte do quadro
descritivo. Ainda, para que a leitura se torne mais clara, é preciso também, antes de
mais nada, um breve esclarecimento sobre esses conceitos.
Decreto é “todo ato descrito, emanado do chefe do Estado, ou órgão do
Poder Público Executivo, com força obrigatória, destinado a assegurar ou promover a
boa ordem política, social, jurídica ou administrativa, ou a reconhecer, proclamar e
atribuir um direito, estabelecer uma lei: decreto do governador do Estado, decreto do
Prefeito Municipal” (FELIPPE, 1997).
70
Por lei, entende-se: “regra geral justa e permanente que exprime a vontade
imperativa do Estado, a que todos são submetidos” (FELIPPE, 1997). Portaria no
entanto, é “a forma de que se reveste o ato, geral ou individual, emanado de
autoridade outras que o Chefe do Executivo” (DI PIETRO, 2009).
Este primeiro período foi marcado, de maneira geral, por ações mais
pontuais, focadas aparentemente no modelo biomédico, relacionadas à concessão de
AASIs e cirurgias de IC, de extrema importância, mas que não ofereciam garantias à
integralidade, tampouco demonstravam a estruturação de uma rede de atendimento.
Abaixo apresenta-se um quadro resumido, em sequência cronológica das
publicações, dos principais documentos encontrados, relacionados à saúde auditiva
no Brasil e no município de SP, até a instituição da PNASA, no final de 2004:
Portaria 1060 05/06/2002 Federal Aprova, na forma do anexo desta portaria, a Política
Nacional de Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência.
Regulamenta a lei nº 12.556, de 8 de janeiro de 1998, que
Decreto 42214 22/07/2002 Municipal institui o programa de saúde auditiva para crianças no
município de São Paulo.
sociais voltadas para as pessoas com deficiência foram, então, asseguradas. Anos
antes, em 1986 ocorreu a I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, na
qual é aprovada a carta de Ottawa, considerada peça fundamental no
desenvolvimento do conceito de promoção da saúde, que influencia a maneira de
pensar de todas as nações.
Em 1985 inicia-se o Encontro Internacional de Audiologia (EIA), atualmente
sob organização da Academia Brasileira de Audiologia (ABA), que tem
periodicidade anual e reúne “profissionais brasileiros e estrangeiros, promovendo o
intercâmbio e a divulgação da produção científica da área. Além disso, esse evento
torna possível a mobilização de profissionais para a reflexão e o planejamento de
ações visando à qualificação do diagnóstico, da avaliação, da reabilitação no campo
da audição e da melhoria da qualidade de vida da população ”(BEVILACQUA et al,
2011a).
No Brasil, o atendimento as pessoas com deficiência auditiva é incorporado
pelo SUS no início da década de 90, com portarias relacionadas primordialmente à
cirurgia de IC. No município de São Paulo, em 1992, é lançado o “Programa de
Atendimento aos Portadores de Necessidades Especiais”, concomitante a ações para
atendimento aos alunos “portadores de necessidades especiais” e a inclusão no
serviço público de “pessoas portadoras de deficiências físicas e sensoriais”.
Nesta década, são lançadas diferentes diretrizes, nacionais e municipais,
para assegurar a concessão de IC, próteses e órteses. É lançada ainda a “Política
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência”, buscando incluir a
pessoa com algum tipo de deficiência a sociedade, definindo:
Deficiência, como toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou
função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade
para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado
normal para o ser humano e;
Incapacidade, como uma redução efetiva e acentuada da
capacidade de integração social, com necessidade de
equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a
pessoa portadora de deficiência possa perceber ou transmitir
informações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho
de função ou atividade a ser exercida.
e cadastra estabelecimentos de saúde por todo o país, vinculados ou não ao SUS. Nos
anos subsequentes, ocorre a luta para a instituição da Língua Brasileira de Sinais –
LIBRAS – tornar-se tanto a nível local, quanto nacional, uma língua oficial.
Esse é um período que se mostra de pequenas conquistas, mas de grande
luta social, em busca de assegurar a implementação do SUS de maneira real. Na
saúde auditiva, mostra-se como os primeiros passos para a idealização de uma
política, com vistas ao atendimento integral das pessoas com deficiência auditiva,
não mais apenas focadas em procedimentos e concessões de AASIs e ICs.
Portaria 589 08/10/2004 Federal Trata dos mecanismos para operacionalização dos procedimentos
de atenção à saúde auditiva no Sistema Único de Saúde - SIA/SUS.
Regulamenta as Leis nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá
prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de
19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios
Decreto 5296 02/12/2004 Federal
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras
providências.
Institui, no âmbito desta Secretaria, uma Câmara Técnica da
Atenção à Saúde Auditiva, com a finalidade de proceder à
Portaria 68 25/01/2005 Federal implantação da Política Nacional de Atenção à Saúde auditiva,
bem com rever e atualizar as normas, parâmetros e procedimentos
da Tabela do SUS.
75
Portaria 399 22/02/2006 Federal Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova
as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto.
Regulamenta a lei nº 12.085, de 5 de outubro de 2005, cria o
Centro de Orientação e Encaminhamento para Pessoas com
Decreto 50572 01/03/2006 Estadual
Necessidades Especiais e respectivas Famílias e dá providências
correlatas.
Portaria 626 23/03/2006 Federal Define os Serviços de Atenção à Saúde Auditiva e os limites
físicos e financeiros dos Estados, Distrito Federal e municípios.
Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a
Portaria 684 28/03/2006 Federal revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção
Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa
Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
Portaria 687 30/03/2006 Federal Aprova a Política Nacional de Promoção da Saúde.
Portaria 699 30/03/2006 Federal Regulamenta as diretrizes operacionais dos pactos pela vida e de
gestão.
Instituir o Comitê de Ajudas Técnicas com responsabilidades que
fazem parte das estratégias de acessibilidade, equiparação de
Portaria 142 16/11/2006 Federal
oportunidades e inclusão das pessoas com Deficiências e com
mobilidade reduzida.
Lei 12522 02/01/2007 Estadual Torna obrigatório o diagnóstico da audição em crianças
imediatamente após o nascimento nas maternidades e hospitais.
Portaria 321 08/02/2007 Federal Institui a Tabela de Procedimentos, Medicamentos,
Órteses/Próteses e Materiais Especiais - OPM do SUS.
Altera os valores dos Aparelhos de Amplificação Sonora
Portaria 308 10/05/2007 Federal Individual – AASI constantes do Anexo II da Portaria SAS/MS n°
589, de 08 de outubro de 2004.
Lei 14408 22/05/2007 Municipal Institui, no Município de São Paulo, serviço de atendimento e
informação às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Torna obrigatória a realização de diagnóstico de audição em
Lei 14419 31/05/2007 Municipal recém-nascidos, nas unidades da rede municipal de saúde do
município de São Paulo, e dá outras providências.
Dispõe sobre a criação da Central de Intérpretes da Língua
Lei 14441 20/06/2007 Municipal Brasileira de Sinais - LIBRAS e Guias-Intérpretes para
Surdocegos, no âmbito do município de São Paulo.
76
atualmente, existem cerca de 27 NIRs espalhados por toda cidade, divididos em dois
tipos:
NIR I– promoção, prevenção, diagnóstico e reabilitação de pessoa
com deficiência;
NIR II– promoção, prevenção, diagnóstico e reabilitação de pessoa
com deficiência e concessão de órteses e próteses (PREFEITURA DO MUNICÍPIO
DE SÃO PAULO, 2013).
Essa estrutura visa à complementação da rede de saúde auditiva, trazendo os
atendimentos mais próximos e acessíveis aos usuários, que muitas vezes encontram-
se afastados das regiões centrais, onde se concentram a maioria dos serviços de Alta
Complexidade.
Outro marco deste período foi a realização do primeiro evento científico
direcionado exclusivamente ao estudo das políticas públicas relacionadas a atenção à
saúde auditiva, que recebeu o nome de “Seminário Científico Políticas Públicas,
serviços e sistemas em Saúde Auditiva. Este evento vem sendo realizado desde 2006,
sob organização do Centro de Pesquisas Audiológicas do Hospital de Reabilitação
das Anomalias Craniofaciais (CPA-HRAC) e do Departamento de Fonoaudiologia da
Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), ambos da Universidade de São Paulo
(USP). A proposta é discutir as ações voltadas à saúde auditiva dos serviços
credenciados ao Ministério da Saúde
O público-alvo do seminário é composto por fonoaudiólogos, médicos
otorrinolaringologistas, psicólogos, pediatras e demais profissionais da área da saúde
envolvidos em serviços de saúde auditiva. O evento é voltado também para alunos de
graduação e de pós-graduação que desenvolvem pesquisas na área da audiologia e
para profissionais da área da educação ou outras áreas relacionadas ao atendimento
de pessoas com deficiência auditiva das diversas regiões do Brasil.
As atividades normalmente são organizadas em mesas-redondas, conferências
nacionais e internacionais e exposição de trabalhos, com a presença de profissionais
da área de saúde do SUS e das Universidades que desenvolvem pesquisas e projetos,
bem como atuam em Serviços de Saúde Auditiva e buscam uma otimização de
serviços públicos em saúde auditiva no âmbito nacional.
81
saúde auditiva. A tabela de valores para pagamento dos AASIs sofre uma redução de
50% em relação aos valores estabelecidos anteriormente.
Porém em 2008, houve um incremento de 15% no recurso e no limite físico
disponibilizado aos serviços e Estados que poderiam atender em saúde auditiva. O
recurso poupado então com a redução dos preços dos AASIs foram direcionados para
a própria política, aumentando em 15% a possibilidade de atendimento no serviço,
ou de toda a rede (PISANESCHI, 2009).
Em novembro desse mesmo ano, a portaria nº 2.867, ainda muda a lógica do
financiamento das ações, em apoio à descentralização dos recursos, o Fundo de
Ações Estratégicas e Compensação (FAEC), repassa para o Teto Financeiro Anual
da Assistência Ambulatorial e Hospitalar de Média e Alta Complexidade/MAC. Esse
foi um importante marco, que pode justificar as mudanças nos quantitativos dos
procedimentos, uma vez que há uma limitação para a realização dos procedimentos,
com base num teto financeiro.
No município de SP, até 2009, foram implantados pela SMS 86 NASFs, oito
serviços de saúde auditiva, sendo metade de Média e metade de Alta Complexidade.
Cinco destes sob gestão municipal, sendo dois próprios e três conveniados; e três
serviços estão sob gestão estadual (PREFEITURA MUNICIPAL DE SAÚDE, 2011).
Cada serviço possuía uma base populacional e área geográfica determinada de um
serviço para cada grupo de 1.500.000 habitantes, planejada de forma a facilitar o
acesso. Vale ressaltar que este corte populacional não é universal e aparentemente
fere os princípios do SUS (BRASIL, 2008).
Assim, em 2010 o MS criou incentivos financeiros para implantação das
Redes Estaduais de Serviços de Reabilitação para Pessoas com Deficiência e dispões
sobre a obrigatoriedade do exame de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOA). Em
São Paulo, já em 2009, foi realizada uma chamada pública “visando à seleção e
possível contratação de serviços de triagem auditiva universal” a ser prestado a
criança recém nascida dos hospitais sob gestão municipal integrantes da Rede de
Proteção à Mãe Paulistana (SÃO PAULO, 2008).
Esta implantação permitiu o aprimoramento do fluxo de intervenção
oportuna, integrando a triagem auditiva realizada na maternidade com o
83
De 2003 a 2011, ou seja, durante dois mandatos, V. Ex. Luiz Inácio Lula da
Silva foi o presidente do Brasil, passando seu posto em 2011 para a então atual
presidente V. Ex. Dilma Rousseff, do mesmo partido político, que iniciou algumas
mudanças políticas, como a revogação da PNASA e implementação do Plano
Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência - Plano Viver sem Limite, que
institui uma nova lógica à rede de cuidados à pessoa com deficiência, sem seguir a
distribuição dos serviços pela lógica da base populacional.
Este plano tem como eixo estruturante a reabilitação e visa ações articuladas
entre quinze ministérios, sob a coordenação da Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República, na tentativa de incorporar a saúde auditiva numa rede mais
ampla e complexa de atenção à saúde, cujas ações de reabilitação são estruturadas
em quatro eixos: 1.Educação; 2.Saúde; 3.Inclusão Social; 4.Acessibilidade.
86
Fonte: Ministério da Saúde - Slide da apresentação durante o Fórum de Políticas Públicas realizado
durante o 27° EIA na cidade de Bauru (2012).
Essa rede de cuidados à pessoa com deficiência foi instituída por meio da
portaria MS/GM nº 793, de 24 de abril de 2012, que orienta a criação, ampliação e
articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com deficiência temporária ou
permanente; progressiva, regressiva, ou estável; intermitente ou contínua, tendo
como diretrizes:
o respeito aos direitos humanos, com garantia de autonomia, independência e
liberdade às pessoas com deficiência para fazerem as próprias escolhas;
a promoção da equidade;
a promoção do respeito às diferenças e aceitação de pessoas com deficiência,
com enfrentamento de estigmas e preconceitos;
a garantia de acesso e de qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e
assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar;
a atenção humanizada e centrada nas necessidades das pessoas;
a diversificação das estratégias de cuidado;
89
3902210 - Reposição de AASI externo micro- 0701030240 Reposição de AASI externo micro-canal
canal tipo A tipo A
3902211 - Reposição de AASI externo micro- 0701030259 Reposição de AASI externo micro-canal
canal tipo B tipo B
3902212 - Reposição de AASI externo micro- 0701030267 Reposição de AASI externo micro-canal
canal tipo C tipo C
3902213 - Reposição.AASI externo de condução 0701030160 Reposição de AASI externo de condução
óssea convencional tipo A óssea convencional tipo A
3902214 - Reposição. AASI externo de condução 0701030178 Reposição de AASI externo de condução
óssea retroauricular tipo A óssea retroauricular tipo A
Fonte: Elaborado pela autora. Códigos com base no Anexo da Portaria nº587, identificados na tabela
de Procedimentos Unificada do SUS. 6
7
Quantitativo de população por região, disponível em:
http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=8&uf=00
98
201.557
194.092 4800
200000
176.821
162.239
3800
150000 134.194
157.417
113.983 2800
100000
104.059 1800
Ano
Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil - CNES
8
Em relação ao IC, até maio de 2012 estas informações estão disponíveis como "Natureza" e
"Regime". A partir de junho de 2012, estão como "Natureza Jurídica" e "Esfera Jurídica".
101
16000 14.401
4800
14000
12.530 12.830
12.150
12000 3800
10000
11.163
9.960 2800
8000
9.226
6000 1800
4000
1.216
800
2000
0 0 1 4 6 3 7 16 10 18 48 27 60 53 91 91 124 161 163 131
0 -200
Ano
Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil - CNES
AASI REPOSIÇÃO
TOTAL TOTAL
ANO TIPO TIPO TIPO TIPO TIPO TIPO TOTAL
% % % AASI REP.
A B C A B C
2004 5.970 49% 4.377 36% 1.912 16% 12.259 218 104 26 348 12.607
2005 53.049 49% 39.256 36% 17.054 16% 109.359 2.916 1.243 465 4.624 113.983
2006 44.178 44% 37.071 37% 18.693 19% 99.942 1.950 1.374 793 4.117 104.059
2007 54.800 43% 45.320 36% 26.551 21% 126.671 3.559 2.404 1.560 7.523 134.194
2008 57.370 38% 57.225 38% 37.070 24% 151.665 3.889 3.919 2.766 10.574 162.239
2009 51.750 36% 55.109 39% 36.145 25% 143.004 5.533 4.895 3.985 14.413 157.417
2010 57.911 37% 58.194 37% 40.751 26% 156.856 8.271 6.802 4.892 19.965 176.821
2011 65.529 39% 60.803 36% 41.961 25% 168.293 10.869 8.735 6.195 25.799 194.092
2012 63.573 37% 65.415 38% 41.089 24% 170.077 12.102 11.885 7.493 31.480 201.557
Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil - CNES
Tabela 10: Quantitativo da distribuição de AASIs por categoria, ao longo dos anos,
em SP.
AASI REPOSIÇÃO
TOTAL TOTAL
ANO TIPO TIPO TIPO TIPO TIPO TIPO TOTAL
% % % AASI REP.
A B C A B C
2004 663 55% 493 41% 57 5% 1.213 3 0 0 3 1.216
2005 9.705 57% 6.392 38% 833 5% 16.930 152 52 8 212 17.142
2006 3.217 33% 4.825 50% 1.646 17% 9.688 135 116 21 272 9.960
2007 2.074 23% 5.094 57% 1.733 19% 8.901 93 167 65 325 9.226
2008 2.250 19% 6.638 57% 2.807 24% 11.695 262 438 135 835 12.530
2009 2.126 20% 6.272 60% 2.066 20% 10.464 274 265 160 699 11.163
2010 2.368 22% 6.388 58% 2.224 20% 10.980 397 514 259 1.170 12.150
2011 2.523 22% 6.513 56% 2.501 22% 11.537 413 605 275 1.293 12.830
2012 3.276 27% 6.942 57% 2.043 17% 12.261 486 1.297 357 2.140 14.401
Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil - CNES
Alta Complexidade do município, em dois CRS diferentes, que são referência para a
região.
Para entender melhor a rede de atenção à saúde auditiva até então
estabelecida na cidade de São Paulo, anteriormente a criação dos CERs, Manzoni e
Almeida (2010 p. 80) apresentaram o seguinte quadro:
dois anos para crianças até 12 anos e quatro anos para adultos, embora a portaria
possibilite um ano (PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, 2011).
Em relação à assistência técnica dos AASIs pelas empresas, sabe-se que
recentemente a Portaria nº 971 possibilita reparos e manutenções, incluindo-os na
Tabela de Procedimentos do SUS, com códigos específicos. Porém, este assunto não
foi abordado ou discutido durante a colocação da problemática nos fóruns.
O tema das dificuldades quanto à realização da contra-referência, também
fez parte das discussões nos fóruns. Os serviços colocam que a contra-referência não
tem acontecido e dão a sugestão de vincular a entrega da pilha dos AASIs ao retorno
e, de solicitar que o paciente sempre venha acompanhado, para garantir a efetividade
na comunicação.
Sobre o equacionamento da oferta de vagas pela Central de Regulação de
Oferta de Serviços de Saúde (CROSS), houve uma grande discussão sobre a falta de
vagas ou a má distribuição das mesmas. Sabe-se que a partir das reuniões do grupo
técnico, foram pactuadas e reguladas vagas regionalizadas para os oito serviços na
cidade. Em 2010, o acesso regionalizado dos munícipes aos serviços de saúde
auditiva estava sendo realizado por meio da regulação de aproximadamente 180
vagas/mês (PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, 2011).
O tema dos benefícios sociais, como o passe livre para o transporte público,
foi abordado durante um dos fóruns. O serviço relata que os pacientes o procuram
para refazer seus exames, apenas porque necessitam de um laudo atual sobre sua
deficiência, não sendo claro quais seriam os critérios para simplesmente renovar os
benefícios, por meio de um documento atestando a deficiência, cuja validade seja
indeterminada.
O passe livre de abrangência nacional foi regulamentado pela lei 8.899 de
29 de junho de 1994 e outras leis complementares. Esta lei concede o passe livre para
portadores de deficiência em transporte coletivo interestadual. Além dos documentos
de identificação, é necessário comprovação de reda per capita inferior ou igual a um
salário mínimo e o laudo da equipe multiprofissional vinculada ao SUS,
comprovando a deficiência ou incapacidade do interessado (BRASIL, 2000b).
A importância desses laudos é discutida e chega-se ao consenso de que este
não deve paralisar, que as normas não devem interferir nos cuidados. O uso da
114
Figura 11: Distribuição das porcentagens de ideias centrais (IdC) por categoria da
questão sobre a saúde auditiva.
123
esta não consegue prever totalmente qual será seu impacto e como será interpretada e
manipulada nas práticas do dia a dia dos sujeitos implicados.
Assim, a pergunta tornou-se pertinente e desvendou quatro tipos
diferentes de categorias, conforme descrito no quadro abaixo e detalhado a seguir:
Figura 12: Distribuição das porcentagens de ideias centrais (IdC) por categoria da
questão sobre a relação das normas com as práticas.
132
“Eu ainda acho que essa norma não foi ensinada. Às vezes existe
má interpretação do que está escrito, então o que acontece? Às
vezes você lê determinadas coisas que estão na portaria, que você
acha que tá fazendo certo e quando conversa com outro serviço,
descobre que estão fazendo diferente e ambos estão fazendo certo.
Então a conversa, de como deve proceder não tá claro, e eu acho
que não tá claro nem para quem fez, porque tem muitas coisas que
a gente não consegue entender. E se a gente estiver fazendo algo
que não está dentro do que é esperado, eu tenho certeza que é por
pura ingenuidade, por não ser bem orientado.
135
Então a portaria diz que tem que fazer isso e você se vira. As
dificuldades eu diria que talvez seria uma maior informação. O
que eu percebo de resultados de estudos, é que ainda falta amarrar
algumas coisas. Muitas vezes a equipe formada não é a equipe que
trabalha e a equipe que trabalha não é bem informada sobre o que
precisa fazer.
Por exemplo, o caso de reposição de aparelhos. Acho que deveria
definir bem essas normas. Pela questão do tipo de aparelho, A, B e
C, às vezes que é o serviço que é de B no outro é A, no outro é C,
você classifica como C dali um mês virou um B, então assim, em
determinadas coisas a portaria tem que ser revista, para se
atualizada. Em relação também, na portaria não é muito definida
como o paciente tem direito a receber os aparelhos, essa política
de reposição, então acho que tá meio obscura.
As informações também faltam para os usuários. Falta à
população saber disso, a população não sabe da lei que existe e diz
que ele tem direito. Os adultos não tem conhecimento de coisas
básicas, não sabem de direitos básicos, deveria ter uma integração
maior entre as próprias políticas e pelos próprios gestores e
instituições, acho que ainda deixam um pouco a desejar, fica
faltando.
Às vezes eu tenho que orientar as pessoas, porque não foi feito isso
ou aquilo. Existe uma certa omissão. Por exemplo, às vezes você
atende um paciente que tem um quadro de déficit auditivo, passível
de tratamento e a pessoa não recebe nenhum tipo de orientação
para poder escolher se ele quer operar ou usar o aparelho. E aqui
a gente não tem a possibilidade de cirurgia, nossa natureza é
clinica e isso às vezes acontece e atrapalha.”
“Para ser honesta eu não sei as normas, não conheço tanto. Faz
um tempão que não retomo as normas lá, as leis, nem estou
envolvida com os programas, com a política.”
tem muitos exames para diagnóstico, que antes a gente não tinha.
Tá mais organizado e com o implante, a terapia fica bem melhor.
Eu não acho que as normas são ruins e particularmente aqui, a
gente trabalha muito bem, dentro das normas. Acho que está
acontecendo, a gente está melhorando.
A gente está seguindo esse caminho, eu acho, a gente vai vendo,
está dando certo isso. Então eu acho que isso é força também do
tanto que as pessoas trabalharam para ter isso, trabalharam para
ter leis, trabalharam para ter uma política pública legal, e que eu
acho que é um exemplo para outros países. Eu sou da parte do
otimismo que a gente vai melhorar, que a gente nunca esteve tão
bem, entendeu, de reconhecimento na fonoaudiologia. A gente já
conseguiu bastante coisa, a gente já está andando para um
caminho legal!”
4.2.3.4. Ancoragens
Lefèvre e Lefèvre (2005) criaram três figuras metodológicas para a formação dos
DSCs, conforme descrito anteriormente no capítulo de métodos. Dentre elas, as
ancoragens, que são definidas pelos autores como “figuras metodológicas equivalentes à
ideia central que, sob a inspiração da teoria das representações sociais, se constituem na
manifestação linguística explícita de uma dada teoria, ideologia, ou crença que o autor
do discurso professa e que, na qualidade de afirmação genérica, está sendo usada pelo
enunciador para enquadrar uma situação específica”.
Cardoso-Buckley (2011) refere que é impossível estar totalmente isento de
ideias, valores pessoais e coletivos porque eles sempre nos acompanham. Musis e
Carvalho (2010) acreditam que a ancoragem compõe um mecanismo para a formação e
manutenção das representações sociais, as quais “engendram um tipo especial de
realidade, e constituem um meio pelo qual as relações de poder e as regulações sociais
são percebidas, mantidas e modificadas”.
Desta forma, por meio do software Qualiquantisoft foi possível visualizar e
categorizar as ancoragens presentes nos discursos dos entrevistados nesta pesquisa.
Neste momento, diferentemente da opção anterior de agrupar as IdC (representadas por
categorias) de cada questão, optou-se por verificar como as ancoragens se distribuíram
ao longo de todos os discursos. Assim, abaixo são apresentados os DSC referentes às
ancoragens encontradas:
142
Ancoragem 1: O povo normal não sabe o que é ser surdo, correr atrás do
prejuízo.
“É importante explicar o que é saúde, o que pode fazer mal, como
evitar algo que pode fazer mal e tentar correr atrás do prejuízo,
porque o que já tá levado, vamos tentar correr. Principalmente
explicar, porque por incrível que pareça, a audição a gente faz e o
povo normal não sabe o que é ser surdo.”
Algumas dessas ancoragens são fruto de ideias que vem ao longo do tempo
percorrendo os serviços, no pensamento de diferentes profissionais, sendo muitos
deles antagônicos à proposta de universalidade, integralidade e equidade, princípios
norteadores do SUS. Quanto aos princípios da PS, nas declarações percebe-se falhas
relacionadas à concepção holística, à intersetorialidade, no empoderamento dos
indivíduos, na equidade do acesso e nas ações multi-estratégicas.
144
5. CONCLUSÕES
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
7. REFERÊNCIAS
BOFF, L. Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. Petrópolis, RJ:
Vozes, 1999.
BRASIL. Portal da Saúde. Viver sem Limite - Saúde da Pessoa com Deficiência terá
R$ 1,4 bilhão. 2011. Ministério da Saúde, 2011e. Disponível em:
152
<http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/3262/162/saude-da-pessoa-com-
deficiencia-tera-r$-14-bilhao.html>. Acesso em: 15 nov 2012.
DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 22ª Ed. São Paulo, SP. Atlas, 2009.
DONNANGELO, C. Saúde e Sociedade. São Paulo, SP: Duas Cidades, 1976. 124p.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo, SP: Atlas, 2010.
HELMAN, C. Cultura, Saúde e Doença. Porto Alegre: Artmed, 2003. In: Modelos
tecnoassitenciais, gestão e organização do trabalho em saúde: nada é indiferente no
processo de luta pra a consolidação dos SUS. Interface - Comunicação, Saúde,
Educação, v. 9, n. 18, p. 489-506, set/dez. 2005.
MATHERS, C.; SMITH, A.; CONCHA, M. Global burden of hearing loss in the
year. 2001. [Internet]. [cited 2007 Out 10]. Disponível em:
<http://www.who.int/entity/healthinfo/statistics/bod_hearingloss.pdf>. Acesso em:15
nov 2012.
MENDES, E. V. Uma agenda para a saúde. São Paulo, SP: Hucitec; 1999.
MILIO, N. Making health public policy: developing the science by leraning the art:
an ecological framework for policy studies, Health Promotion. In: NUTBEAM, D.;
HARRIS, E. Theory in a Nutshell: a practical guide to health promotion theories.
Sidney, NSW: Mc Graw Hill, 2005.
<http://extranet.saude.prefeitura.sp.gov.br/areas/crsleste/regulacao/protocolos-
arquivos/sms-reabilitacao/SMS-
Reabilitacao%20Caderno%20de%20Orientacoes%20Tecnicas.pdf>. Acesso em: 18
maio 2013.
WHO - World Health Organization. The Ottawa charter for health promotion.
Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde. Geneva, 1986.
Disponível em: <http://www.opas.org.br/promocao/uploadArq /Ottawa.pdf>. Acesso
em: 27 maio 2012.
WHO - World Health Organization. Global burden of hearing loss in the 2000.
Disponível em: <http://www.who.int/healthinfo/statistics/bod_hearingloss.pdf>.
Acesso em: 03 ago 2013.
WHO - World Health Organization. Deafness and hearing impairment. Fact Sheet,
Geneva, n. 300, Mar. 2006. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/
factsheets/fs300/en/index.html>. Acesso em: 15 nov 2012.
ANEXOS
Região de referência:
Data do fórum:
Local de realização:
Nome do observador:
Dinâmica:
Distribuição da palavra :
Encaminhamentos:
Observações:
164
Estamos realizando uma pesquisa sobre a implementação da Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva
(PNASA) no município de São Paulo, com o objetivo de analisá-la a partir das representações dos diferentes
profissionais que compõem a equipe de saúde auditiva.
Para atingir nossos objetivos gostaríamos de contar com a sua participação ao discorrer sobre dois temas - a
saúde auditiva e a PNASA - e o preenchimento de alguns dados pessoais, como nome completo, profissão e
período desempenhando a mesma função. A entrevista tem duração prevista de 30 minutos e as respostas
serão gravadas, a fim de possibilitar a transcrição e análise dos relatos.
Sua participação é fundamental para que possamos realizar a análise das representações dos diferentes
profissionais, inseridos na equipe de atenção à saúde auditiva, dos centros de Alta Complexidade do
município de São Paulo.
Informamos que sua participação é voluntária e não implica risco à sua integridade física ou moral e que o(a)
senhor(a) poderá solicitar esclarecimentos a qualquer hora com a pesquisadora pelo telefone (11) 30617780
ou ainda junto ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da USP no telefone (11)
3061-7779.
As informações fornecidas serão utilizadas para a realização da pesquisa, a qual pretende-se divulgar em
eventos como congressos e seminários e/ou por meio de artigos científicos. Garantimos seu anonimato, uma
vez que os dados não serão apresentados de forma individualizada. O(a) senhor(a) poderá solicitar seu
desligamento da pesquisa a qualquer momento, sem que haja qualquer prejuízo para sua relação com a
instituição, bastando para isso entrar em contato com a pesquisadora, com a Profa. Dra. Isabel Maria Teixeira
Bicudo Pereira, orientadora deste estudo, ou ainda com o Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de
Saúde Pública nos telefones anteriormente citados, ou ainda, enviar carta a qualquer um deles no seguinte
endereço: Av. Dr. Arnaldo, 715 CEP 01246-904, São Paulo.
IV – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Declaro que, tendo entendido o que me foi explicado, aceito participar da presente pesquisa.
__________________________ ___________________________
Nome Gislene I. Vieira
RG RG: 295993522
Telefone Telefone: 11 - 30617780
165
1. Approach
Conversa inicial para aproximação entre o entrevistador e o entrevistado, assim como para
apresentações.
2. Orientação inicial:
“Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa de mestrado da FSP/USP, que
investiga a implementação da PNASA no município de SP. Para tanto necessitamos de sua
colaboração. Pedimos sua autorização para gravar uma pequena entrevista, na qual
colocaremos dois temas para discussão, envolvendo o entendimento da saúde auditiva e da
PNASA.
Ressaltamos que a intenção é que cada participante possa expressar suas opiniões e relatar de
maneira clara suas vivências profissionais, relacionando-as aos temas propostos.
Caso tenha alguma dúvida, sinta-se a vontade de interromper a entrevista e me questionar.
Data da entrevista:
Instituição:
Tipo de administração:
Área de abrangência:
Quantas equipes cadastradas:
Nomes das pessoas que compõem as equipes:
Nome:
Profissão: Cargo/função:
Tempo no cargo/função: Horas por semana na
assistência:
Trabalha em outro local:
Outras informações:
Esta é uma pesquisa de mestrado que pretende fazer uma análise da Política Nacional
de Saúde Auditiva no município de SP e para isso pretendemos ouvir os profissionais
envolvidos neste processo para entender o que eles pensam e como as normas estão
presentes no seu dia a dia. Por isso, gostaria que nossa conversa estivesse baseada
nas suas experiências, no que você escuta de seus pacientes e no que vivencia no
serviço, no seu dia a dia. São dois temas que lhe peço para falar livremente, sem
preocupações de dar respostas certas ou erradas, pois não existem respostas certas ou
erradas neste momento.
1. De acordo com as suas experiências, o que você entende por saúde auditiva?
2. Pensando nos programas de saúde auditiva, como você percebe a relação
entre as normas e o trabalho que você desempenha aqui?
Data da entrevista:
Nome: Profissão:
Esta é uma pesquisa de mestrado que pretende fazer uma análise da Política Nacional
de Saúde Auditiva no município de SP e para isso pretendemos ouvir os profissionais
envolvidos neste processo para entender o que eles pensam e como as normas estão
presentes no seu dia a dia. Por isso, gostaria que nossa conversa estivesse baseada
nas suas experiências, no que você escuta de seus pacientes e no que vivencia no
serviço, no seu dia a dia. São dois temas que lhe peço para falar livremente, sem
preocupações de dar respostas certas ou erradas, pois não existem respostas certas ou
erradas neste momento.
1. De acordo com as suas experiências, o que você entende por saúde auditiva?
2. Pensando nos programas de saúde auditiva, como você percebe a relação
entre as normas e o trabalho que você desempenha aqui?
Para solucionar esse problema é, então, sugerida uma mudança nos horários
deste primeiro atendimento, chamado de “acolhimento, escuta qualificada” (sic-
participante), buscando facilitar o acesso. Outra estratégia seria anexar ao
encaminhamento uma filipeta com a orientação do dia, horário e endereço de
maneira mais visível.
Sobre a falta de informação, a coordenadora da CRS justifica que há uma
certa rotatividade de funcionários na recepção das UBS, o que muitas vezes pode
provocar esse desencontro de informações. Há, aparentemente, uma falha na
capacitação, implicando em dificuldade na transmissão das informações aos usuários.
Por fim, é discutido novamente o fluxo de atendimento dentro do serviço e
na rede, de uma forma geral. A regulação de vagas, o fluxo de referência e contra-
referência mostram-se temas recorrentes neste CRS.
Anexo 14: Folder informativo dos locais de atendimento em São Paulo, NIR e NISA, por CRS.
Fonoaudióloga graduada pela UNIFESP, com especialização em Atenção Primária em Audiologia pela FM/USP e
Gestão de RH em Saúde pela FSP/USP. Possui ainda aprimoramento em Audiologia Educacional pela DERDIC/ PUC-
SP. Atualmente é mestranda da FSP/USP. (Texto informado pelo autor)
Identificação
Formação acadêmica/titulação
2006 – 2007 Aperfeiçoamento em A clínica fonoaudiológica e o deficiente auditivo. (Carga Horária: 500h).
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil.
Título: A clínica fonoaudiológica e o deficiente auditivo. Ano de finalização: 2007.
Orientador: Profa. Dra. Clay Rienzo Balieiro.
Identificação
Nome Isabel Maria Teixeira Bicudo Pereira Nome em citações bibliográficas PEREIRA, I. M. T. B.
Endereço
Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, Departamento de Prática de Saúde Pública.
Av.Dr Arnaldo 715 Cerqueira Cesar 01246904 - Sao Paulo, SP – Brasil Telefone: (11) 30667717 Ramal: 7761
Formação acadêmica/titulação
1979 - 1983
1974 - 1977
1957 - 1960