Princípios Fundamentais Do Direito Penal
Princípios Fundamentais Do Direito Penal
Princípios Fundamentais Do Direito Penal
De fato, a visão defensiva de que o valor da igualdade de todos perante a lei reside na
visão inflexível da contemplação da norma jurídica, sem qualquer adequação social, tem
sofrido modificações. A norma penal, portanto, em uma visão moderna, adequada ao
Estado Democrático de Direito, não é apenas a regra jurídica que formalmente descreve
um fato como infração penal, mas, ao contrário, é aquela que também se adequa ao
sentimento de justiça social, sob pena de colidir com a Constituição cidadã, que impõe
como meta ao Estado a construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
Estes valores axiológicos, assim, devem nortear as normas penais, a partir da construção
principiológica em que o ponto fulcral de todo o ordenamento jurídico deve estar
assentado na dignidade humana. De forma que, o legislador deve ser orientado por tal
paradigma, no momento da construção do tipo penal, assim como o operador do direito
deve realizar a interpretação legal, buscando a finalidade teleológica deste axioma.
Com isso, pode-se afirmar que a norma penal, em um Estado Democrático de Direito,
não é somente aquela que formalmente o legislador descreve como crime, sem se
importar com o seu conteúdo de justiça social. Mas, ao contrário, sob pena de ser
declarado inconstitucional, o tipo penal deverá obrigatoriamente selecionar apenas os
comportamentos humanos que a sociedade entenda como relevantes e potencialmente
ofensivos para a vida em sociedade. Essa investigação ontológica da norma penal é
fundamental para lhe garantir, formal e materialmente, a sua validade, sob a esfera da
constitucionalidade.
Dentre os princípios penais, são eles os mais relevantes: princípio da legalidade (reserva
legal e anterioridade), princípio da insignificância, princípio da intervenção mínima,
princípio da fragmentariedade, princípio da proporcionalidade, princípio da alteridade.
Princípio da Legalidade: Consagrado no art. 5o, XXXIX, da CF e no art. 1o do CP, é
o princípio que norteia todo o nosso ordenamento penal. “Nullum crimen, nulla poena
sine praevia lege”, ou seja, “não há crime sem lei anterior que o define, nem pena sem
prévia cominação legal”.
Princípio da irretroatividade da lei penal mais severa: a lei penal não retroage, salvo
para beneficiar o réu. Assim temos: a lei posterior mais severa é irretroativa; a lei
posterior mais benéfica é retroativa; a lei anterior mais benéfica é ultra-ativa.