2004 - José Humberto Rosa
2004 - José Humberto Rosa
2004 - José Humberto Rosa
DISSERTAÇÃO
2004
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E ESTRATÉGIA
EM NEGÓCIOS
e Co-orientação do Professor
Weudes Sizervíncio Moreira
Seropédica, RJ
Abril de 2004
R7101p
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Ciências Humanas e
Social, Departamento de Ciências Administrativas e Contábeis, Programa de Pós-Graduação em Gestão e
Estratégia em Negócios, 2004.
I. Negócios. II. Empreendimento. III. Gestão Estratégica em Negócios. IV. Silva, Ângela Maria Monteiro
da. VI. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. VII Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Programa de Pós-Graduação em Gestão e Estratégia em Negócios. VII. Título.
CDU 65.012.2
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS -
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E ESTRATÉGIA EM
NEGÓCIOS
Este trabalho foi realizado tendo em vista o objetivo central de um mestrado profissional
que, fundamentalmente, prioriza estudos e técnicas diretamente vinculadas à qualificação
profissional. Em vista desta prerrogativa, ele foi elaborado seguindo duas linhas
referenciais: uma teórica e outra prática. Na primeira linha – além de se buscar esclarecer o
que é um plano de negócios e qual a sua importância num ambiente de negócios cada vez
mais competitivo e caracterizado por mudanças inexoráveis e contínuas – sugere-se,
também, um modelo e uma estrutura passíveis de serem adotados na elaboração desta
ferramenta que pode e deve ser utilizada tanto como instrumento para captação de recursos
quanto para apoiar o processo de gerenciamento de qualquer empreendimento. O desiderato
elementar desta linha primária, portanto, é evidenciar que atualmente não é apenas
importante planejar um negócio, mais do que isto, é necessário. Um bom plano de negócios
surge, por conseguinte, como uma excelente opção para aqueles empresários,
administradores e empreendedores que desejam não somente aumentar as chances de
sucesso do seu empreendimento, mas, ainda, planejar este sucesso. Na segunda linha, que é
a prática, desenvolve-se um plano de negócios de um hotel que deverá ser instalado ainda
este ano na cidade de Catalão, em Goiás. Objetiva-se com este plano de negócios mostrar
ao Banco do Brasil S.A. a viabilidade técnica, econômica e financeira do empreendimento,
a fim de se conseguir um financiamento na ordem de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais),
a ser investido na edificação deste hotel, vislumbrando atender a uma demanda real
insatisfeita por unidades de hospedagem mais adequadas às necessidades de uma clientela
que se tem dirigido cada vez em maior número para essa cidade em franco
desenvolvimento. Além do mais, este plano de negócios deve ser utilizado como uma
eficiente, eficaz e dinâmica ferramenta de apoio à gestão do Hotel Empresarial de Catalão.
iii
ABSTRACT
ROSA, José Humberto. Businesses Plan: effective tool to the success of an enterprise.
2004. 89 p. Dissertation (Master in Management and Strategies in Business). Instituto de
Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica,
RJ. 2004.
This work was accomplished through in view the objective headquarters of a professional
master degree that fundamentally it prioritizes studies and techniques directly linked to the
professional qualification. In view of this prerogative he was elaborated following two
lines: a theoretical one and other practice. In the first line - besides her to look for to clear
what is a plan of businesses and which your importance in an atmosphere of businesses
more and more competitive and characterized by the relentless and continuous changes - it
is suggested also a model and a susceptible to structure be adopted in the elaboration of this
tool that can and it should be used as much as instrument for reception of resources as to
support the administration process of any enterprise. The elementary desideratum of this
primary line therefore it is to demonstrate that now if it is not just important to plan a
business, more than this, it is necessary. A good plan of businesses appears consequently as
an excellent option for those entrepreneurs, administrators and entrepreneurs that want not
only to increase the chances of success of your enterprise, but still to plan this success. In
the second line, that is the practice, he grows a plan of businesses of a hotel that should be
installed still this year in Catalan's city, in Goiás. It is aimed at with this I glide of
businesses to demonstrate to Brasil Bank S.A. the viability technical, economical and
financial of the enterprise, in order to get a financing in the order of R$ 500.000,00 (five
hundred thousand real), to be invested in the construction of this hotel shimmering to assist
to an unsatisfied real demand for units of lodging more appropriate to the needs of a
clientele that she have been driving every time in larger number for that city goiana that is
in franc development. Besides this glides of businesses it should be used as an efficient,
effective and dynamics support tool to the administration of Hotel Empresarial de Catalão.
iv
LISTA DE QUADROS
v
Quadro 43 Análise de sensibilidade – redução de 15% na receita operacional............... 80
Quadro 44 Análise de sensibilidade – aumento de 15% nos custos fixos....................... 81
Quadro 45 Ponto de equilíbrio......................................................................................... 83
Quadro 46 Análise resumo do investimento.................................................................... 84
vi
LISTA DE TABELAS
vii
LISTA DE FIGURAS
viii
SUMÁRIO
RESUMO........................................................................................................................ iii
ABSTRACT.................................................................................................................... iv
LISTA DE QUADROS.................................................................................................. v
LISTA DE TABELAS................................................................................................... vii
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................... viii
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 4
2.1 O que é um plano de negócios?............................................................................. 5
2.2 A importância do plano de negócios..................................................................... 7
2.3 Informações e modelo de um plano de negócios.................................................. 11
2.4 Estrutura do plano de negócios............................................................................. 13
2.4.1 Capa....................................................................................................................... 13
2.4.2 Sumário................................................................................................................. 14
2.4.3 Sumário executivo................................................................................................. 14
2.4.4 Descrição da empresa............................................................................................ 17
2.4.5 Conceito do negócio.............................................................................................. 18
2.4.6 Estudo de mercado................................................................................................ 19
2.4.7 Marketing e vendas............................................................................................... 20
2.4.7.1 Desenvolvendo serviços.................................................................................... 22
2.4.7.2 Precificando os serviços.................................................................................... 22
2.4.7.3 Distribuindo serviços........................................................................................ 23
2.4.7.4 Promovendo serviços........................................................................................ 24
2.4.7.5 Projeção de vendas............................................................................................ 24
2.4.8 Análise estratégica................................................................................................ 24
2.4.9 Plano financeiro.................................................................................................... 28
2.4.9.1 Balanço patrimonial.......................................................................................... 28
2.4.9.2 Demonstração de resultado............................................................................... 29
2.4.9.3 Fluxo de caixa................................................................................................... 30
2.4.9.4 Ponto de equilíbrio............................................................................................ 31
2.4.9.5 Índices financeiros............................................................................................ 31
2.4.9.6 Técnicas de análise de investimentos................................................................ 33
2.4.9.6.1 Retorno contábil sobre o investimento........................................................... 33
2.4.9.6.2 Período de recuperação do investimento (payback) ...................................... 34
2.4.9.6.3 Valor presente líquido.................................................................................... 34
2.4.9.6.4 Taxa interna de retorno.................................................................................. 35
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................ 37
3.1 Plano de negócios da empresa Hotel Empresarial de Catalão........................... 38
3.1.1 Capa....................................................................................................................... 38
3.1.2 Sumário................................................................................................................. 39
3.1.3 Sumário executivo................................................................................................. 40
3.1.3.1 Descrição da empresa........................................................................................ 40
3.1.3.2 Conceito do negócio.......................................................................................... 40
3.1.3.3 Mercado e competidores................................................................................... 41
3.1.3.4 Marketing e vendas........................................................................................... 41
3.1.3.5 Análise estratégica............................................................................................ 41
3.1.3.6 Plano financeiro................................................................................................ 42
3.1.4 Descrição da empresa............................................................................................ 42
3.1.5 Conceito do negócio: uma breve incursão histórica............................................. 46
3.1.5.1 O negócio Hotel Empresarial de Catalão.......................................................... 48
3.1.5.2 O negócio Hotel Empresarial de Catalão: foco nos benefícios dos serviços.... 49
3.1.6 Mercado e competidores....................................................................................... 50
3.1.6.1 Análise setorial.................................................................................................. 51
3.1.6.2 Mercado-alvo.................................................................................................... 52
3.1.6.3 Projeção de vendas............................................................................................ 52
3.1.6.4 Mercado fornecedor.......................................................................................... 54
3.1.6.5 Mercado concorrente......................................................................................... 55
3.1.7 Marketing e vendas............................................................................................... 55
3.1.7.1 Serviço............................................................................................................... 55
3.1.7.2 Preço.................................................................................................................. 56
3.1.7.3 Praça.................................................................................................................. 56
3.1.7.4 Propaganda/comunicação.................................................................................. 57
3.1.7.5 Projeção de venda............................................................................................. 57
3.1.8 Análise estratégica................................................................................................ 57
3.1.9 Plano financeiro: previsões dos resultados financeiros e investimentos .............. 58
3.1.9.1 Investimentos.................................................................................................... 58
3.1.9.2 Aspectos operacionais....................................................................................... 69
3.1.9.2.1 Projeção de receita......................................................................................... 70
3.1.9.3 Análise financeira.............................................................................................. 80
3.1.9.3.1 Ponto de equilíbrio......................................................................................... 83
3.1.9.3.2 Análise do retorno do investimento............................................................... 84
3.1.9.3.3 Valor presente líquido.................................................................................... 84
3.1.9.3.4 Taxa interna de retorno.................................................................................. 84
3.1.9.3.5 Retorno sobre o investimento......................................................................... 84
3.2 Plano de negócios: considerações finais............................................................... 86
4 CONCLUSÃO............................................................................................................. 87
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 88
1 INTRODUÇÃO
1
alto nível de qualificação profissional.”1 Ou seja, um mestrado profissional deve vincular teoria e
prática, aproximando o meio acadêmico do profissional e vice-versa.
Por conseguinte, este trabalho visa destacar a importância do plano de negócios como
instrumento de grande efeito para o sucesso de qualquer empreendimento, seja como ferramenta
necessária para captação de recursos, seja como ferramenta de apoio à gestão empresarial.
Deseja-se ressaltar tal intento em todas as partes desta obra. Primeiro, teoricamente e,
posteriormente, na prática. Por isso, esta investigação apresenta, na sua parte final, prática, a
elaboração de um plano de negócios de um hotel que deverá ser instalado ainda este ano na
cidade de Catalão, no estado de Goiás. Desse modo, busca-se atender, simultaneamente, dois
objetivos: um acadêmico e outro profissional. O desafio, então, deste trabalho, mas que não é
apenas dele, mas do próprio mestrado profissional, é correlacionar, na forma de um trabalho
científico, teoria e prática. Acontece que, se tomada uma boa direção, às vezes, o desafio pode ser
mais simples do que se imagina. O caminho encontrado no presente estudo é o de apresentar uma
prática fundamentada teoricamente. Por esse motivo, esta dissertação é estruturada basicamente
em duas vertentes. A primeira apresenta – sem pretensão de esgotar o assunto, em função do
próprio desiderato da modalidade do mestrado – uma “revisão da literatura” existente calcada nos
estudos de alguns dos autores mais conceituados sobre o tema específico da pesquisa. A segunda
apresenta, sob a denominação “resultados e discussão”, a linha prática do trabalho. A idéia aqui
é: teoria e prática são complementares e interdependentes, contudo, a prática deve ser alicerçada
pela teoria desenvolvida e exposta anteriormente.
Se a investigação tem duas vertentes como alvo, nada mais natural do que se falar em dois
objetivos. Um para cada vertente. Um acadêmico, que visa atender aos propósitos de um trabalho
científico e outro profissional, que se traduz na elaboração de um plano de negócios que possa –
além de demonstrar ao Banco do Brasil S.A. a viabilidade técnica, econômica e financeira da
implantação do empreendimento hoteleiro: Hotel Empresarial de Catalão, solicitando apoio
financeiro do FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste) na ordem de R$ 500.000,00
(quinhentos mil reais) – servir também como um instrumento eficiente e eficaz de planejamento e
de auxílio à gestão do empreendimento hoteleiro destacado, a fim de que este possa ser objeto de
maior probabilidade de sucesso.
Os objetivos secundários são:
a) apresentar os pontos teóricos principais de um plano de negócios;
b) aplicar esses pontos teóricos principais na prática, elaborando um plano de negócios
para o Hotel Empresarial de Catalão;
c) sugerir que é possível a correlação harmoniosa entre teoria e prática neste tipo de
trabalho;
d) monstrar que o plano de negócios é um instrumento poderoso e necessário de
planejamento empresarial, seja como ferramenta de apoio para o gerenciamento de uma
empresa seja como meio para a obtenção de recursos com públicos diversos.
As principais hipóteses a serem testadas são as seguintes:
a) a teoria é muito importante para a elaboração de um bom plano de negócios;
1
“Mestrado Profissional: O curso de ‘Mestrado Profissional’ é a designação do Mestrado que enfatiza estudos e
técnicas diretamente voltadas ao desempenho de um alto nível de qualificação profissional. Esta ênfase é a única
diferença em relação ao mestrado acadêmico. Confere graus e prerrogativas para o exercício da docência e seu
diploma tem validade em todo o território nacional. Regulamentação: Portaria nº 80, de 16 de dezembro de 1998.”
(Cf. CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO. Mestrado e doutorados novos. Disponível em : http:
//www.cfa.org.br, acessado em 22/02/2004, às 21h35min).
2
b) o plano de negócios pode ser usado tanto como ferramenta de gestão quanto de
captação de recursos;
c) o plano de negócios é um instrumento de planejamento importante para o sucesso de
qualquer negócio; e
d) o Hotel Empresarial de Catalão é um empreendimento viável técnica, econômica e
financeiramente, o que torna possível a concessão do empréstimo reivindicado.
Por entender que em Administração de Empresas, quando se procura qualquer tipo de
excelência – seja na criação de um novo empreendimento ou na otimização de um já existente,
seja em áreas específicas como produção, vendas, marketing, recursos humanos etc. – os métodos
quantitativo e qualitativo são imprescindíveis e que uma metodologia adequada também é
fundamental, por saber, ainda, que todo trabalho que se executa deve ser feito em conformidade
com um método e uma metodologia determinados, sem os quais se torna impossível concretizar
os desideratos pretendidos, adota-se, na elaboração desta lida, o método quantitativo coadjuvado
com o qualitativo e, como metodologia, a pesquisa bibliográfica aliada à pesquisa de campo
(observação, entrevistas não-estruturadas e não-diretivas e levantamento de documentos)
procurando, dessa forma, confrontar informações e dados com experiências, a fim de que as
conclusões não se percam na valoração e na opinião, possibilitando que se chegue a resultados
realmente precisos e benéficos, notadamente, à empresa objeto da segunda parte deste estudo.
A estruturação deste trabalho, conforme indiretamente já esboçado, começa, após esta
“Introdução”, com uma “Revisão de Literatura”, capítulo 2, em que se tem como foco as
contribuições teóricas de alguns dos mais notáveis estudiosos do assunto, abordando,
principalmente, a importância e o conteúdo de cada uma das partes que compõem um plano de
negócios. No capítulo 3, “Resultados e Discussão”, elabora-se e apresenta-se o plano de negócios
do Hotel Empresarial de Catalão, tendo como suporte para sua composição o conteúdo
desenvolvido e apresentado no item anterior. Por fim, capítulo 4, “Conclusão”, expõe-se as
inferências principais do estudo.
3
2 REVISÃO DE LITERATURA
Esta dissertação objetiva, em função de sua finalidade, como já mencionado, articular teoria
e prática, pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, informações, dados e experiências. Isto
porque pretende-se chegar a conclusões e resultados práticos que sobressaiam à orbita da pura
valoração e da mera opinião. Esse desiderato fez com que se dividisse este trabalho em duas
amplas linhas: uma teórica e outra prática. Por ora, ocupa-se com a parte teórica, ou seja, com a
fundamentação epistemológica da prática que será desenvolvida em seção posterior. Busca-se,
dessa forma, através de uma revisão da literatura existente, apresentar as orientações dos estudos
de alguns autores sobre o assunto da pesquisa. Os estudos desses investigadores devem respaldar
e nortear a parte prática desta dissertação, para que ela seja desenvolvida em conformidade com
teorias já consolidadas e não com base na improvisação e no empirismo, que não respondem
mais, há mais de um século, às necessidades e aos problemas empresariais (CHIAVENATO,
2000, p. 39).
Dois fatores, por conseguinte, foram fundamentais para a definição da estruturação
apresentada para este trabalho: o primeiro, já apresentado, é o propósito delineado para um
mestrado profissional: “enfatizar estudos e técnicas diretamente voltadas ao desempenho de um
alto nível de qualificação profissional” (CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO, loc.
cit.), e o segundo, a realidade ambiental drasticamente mutável em que as empresas estão
inseridas, ou seja, o ambiente de mudanças contínuas e de competição acirrada que tem, entre
outras coisas, contribuído para que as empresas se afastem cada vez mais da improvisação e do
empirismo simplificado e busquem princípios e teorias que lhes possibilitem planejar o seu
negócio, que orientem suas práticas de gestão e lhes capacitem a sobreviver num contexto
atualmente caracterizado pela instabilidade.
Não há dúvidas que as organizações, nas últimas décadas, têm se defrontado com um
ambiente extremamente instável. Organizações públicas e privadas têm passado a atuar em um
ambiente turbulento e caótico, de mudanças contínuas e rápidas, que provocam efeitos de longo
alcance em suas estruturas e, sobretudo, nas suas estratégias (MORAES, 2000, p. 22). Neste novo
contexto de atuação das empresas, o planejamento – aspecto sobretudo teórico – se tornou não
apenas algo útil, mas, acima de tudo, algo necessário para o sucesso de qualquer empreendimento
(BANGS, 1998, p. 25). Como bem lembra Dornelas, (op. cit., p. 91) “um negócio bem planejado
terá mais chances de sucesso que aquele sem planejamento, na mesma igualdade de condições.”
Nos dias atuais, empresários e empreendedores estão se conscientizando cada vez mais da
indispensabilidade de se refletir sobre o seu próprio negócio, de planejar suas ações e de repensar
e delinear as suas estratégias empresariais e tecnológicas, de dimensionar os recursos necessários
para a sua nova empresa ou para a expansão daquela que já existe. Em função dessa “nova”
realidade, uma ferramenta vem se tornando fundamental: o plano de negócios. Seja como guia
para a atuação da empresa e ou como veículo para a obtenção de financiamentos e para a
aprovação de projetos nas agências de fomento, hoje, essa ferramenta é, praticamente,
indispensável para empresários e empreendedores que objetivam êxito nas suas empreitadas
(PAVANI et al, 1997, p. 7). Esta ferramenta de gestão e captação de recursos pode e deve ser
usada por todo e qualquer empreendedor que queira transformar seu sonho em realidade ou por
todo e qualquer empresário que almeja aumentar a probabilidade de sucesso do seu negócio,
seguindo um caminho lógico e racional que é o que se espera de um bom administrador.
4
Conforme destaca Williams, (2002, p. 1) “da identificação de uma oportunidade de
mercado à consolidação do empreendimento, passando pelos cálculos de crescimento e de ponto
de equilíbrio, são muitos os passos que podem determinar o sucesso (ou o fracasso) de um
negócio.” O plano de negócios, em se tratando de uma ferramenta de planejamento que objetiva
proporcionar segurança e sucesso ao empreendedor e seu empreendimento, contempla todos os
principais pontos e passos necessários para o sucesso de um negócio, em outras palavras, aborda
todos os aspectos fundamentais para um planejamento consistente. Entre estes pontos, alguns são
apontados em seqüência, conforme lembra Williams (op. cit., p. 1-82):
♦ Toda empresa precisa definir o que vai fazer e identificar uma oportunidade de mercado;
♦ Toda empresa deve ter uma missão;
♦ O empreendedor deve identificar os fatores externos que podem influenciar o negócio;
♦ O sucesso do empreendimento depende da análise da natureza do negócio e de uma
previsão para o futuro;
♦ A idéia do negócio determina os principais fatores que resultam em sucesso;
♦ Os pontos fortes do negócio devem ser identificados detalhadamente;
♦ Os pontos fracos do negócio também devem ser identificados detalhadamente;
♦ Os relatórios financeiros são o coração do plano de negócios;
♦ Deve-se elaborar um plano estratégico para determinar que produtos ou serviços a
empresa vai oferecer;
♦ Deve-se elaborar um plano operacional para determinar como a empresa será
efetivamente administrada;
♦ O crescimento a longo prazo pode depender da capacidade de obter financiamento de
longo prazo;
♦ Decidir quando e como a empresa alcançará o ponto de equilíbrio é fundamental para o
sucesso do empreendimento etc..
Esses pontos não esgotam os que devem ser contemplados num planejamento levado a
termo por um plano de negócios consistente. Contudo, eles são elementares.
Nos últimos anos, diversos livros e artigos têm sido escritos e publicados em diferentes
países do mundo sobre planos de negócios. Como destaca o professor Sahlman, da Harvard
Business School, poucas áreas têm atraído tanta atenção dos homens de negócios nos Estados
Unidos como os planos de negócios (SAHLMAN, op. cit., p. 46). No Brasil, principalmente
graças à Sociedade Brasileira para a Exportação de Software, Sociedade SOFTEX, os planos de
negócios começaram a se popularizar a partir de 1997.
Estudos da SOFTEX constataram que um dos maiores problemas enfrentados pelas empresas
brasileiras de software era a falta de alternativas concretas de financiamento (PAVANI et al, op.
cit., p. 6). A partir de 1997, essa entidade sem fins lucrativos, por meio de incansável trabalho de
seus colaboradores, deu um grande passo no sentido de romper, juntamente com o BNDES e
FINEP, com essa barreira quase intransponível que era a dificuldade de acesso a recursos
financeiros subsidiados (PAVANI et al, op. cit., p. 7). Em função de algumas reivindicações
começaram a ser disponibilizadas, a partir dessa data, então, alternativas reais de financiamento
para as empresas (PAVANI et al, op. cit., p. 7). Contudo, para se ter acesso a estes recursos
disponíveis, as empresas precisavam de diversas coisas, mas, fundamentalmente, de um bom
plano de negócios.
5
Mas, afinal, o que é um plano de negócios? Segundo Pavani et al (op. cit.,p.11):
2
Como exemplo, pode-se citar a iniciativa de utilização do plano de negócios que vem sendo implementada com
sucesso no estado de São Paulo pelas incubadoras de empresas que pertencem à Rede Paulista de Incubadoras de
Empresas e seus gerentes. Outro exemplo é o caso da Pipeway, da incubadora PUC-Rio, no rio de Janeiro, entre
outras. (Cf. DORNELAS, op. cit.,).
6
Como se percebe o conteúdo de um plano de negócios é muito amplo e, em muitos casos,
profundo. E é justamente sua abrangência e profundidade, no sentido de contemplar desde a
identificação de uma oportunidade de mercado, passando pela análise dos ambientes externos e
internos da empresa até os relatórios e análises financeiros, buscando prever antecipadamente as
principais falhas, riscos e armadilhas que podem fazer um negócio fracassar, que tornam essa
ferramenta demasiadamente importante.
Causas de fracasso Em %
• Incompetência gerencial 45
• Inexperiência no ramo 9
• Inexperiência no gerenciamento 18
• Expertise desbalanceada 20
• Negligência nos negócios 3
• Fraudes 2
• Desastres 1
• Total 98
• Fatores desconhecidos 2
Fonte: SBA - Small Business Administration - ( 1999, apud GIBB, 1999, p. 25).
Essas falhas, responsáveis pelo fracasso prematuro de muitas empresas, podem acontecer,
segundo Bangs (op. cit.,p.52), devido a algumas armadilhas no gerenciamento das pequenas
empresas, tais como: falta de experiência, atitudes erradas, falta de dinheiro, localização errada,
expansão inexplicada, gerenciamento de inventário impróprio, excesso de capital em ativos fixos,
difícil obtenção de crédito, usar grande parte dos recursos do dono etc..
Mas, como se proteger proativamente dessas ardilosas armadilhas, prever de antemão riscos
e situações desfavoráveis, aumentar a eficiência na administração do negócio e conseguir êxito
3
Pesquisa Sebrae, 1999, demonstra que o índice de mortalidade das pequenas empresas chega, em alguns casos, a
até 73% no terceiro ano de existência. (SEBRAE, 1999. p. 92).
4
As causas de fracasso das pequenas empresas emergentes no Brasil não diferem das americanas, conforme
Dornelas (op. cit., p. 94).
7
no empreendimento? Não há fórmulas mágicas para isso, profere Dornelas (op. cit.,p.93).
Contudo, diz ele:
5
Cf. também algumas pesquisas, como a mencionada logo a seguir.
6
Cf. BANGS, MCLAUGHLIN , WILLIAMS, CLEMENTE, DORNELAS e outros.
8
um guia otimizado e fundamental para a gestão de todo empreendimento (SEBRAE, op.
cit.,p.33). Pesquisa realizada pelo Sebrae, junto a algumas incubadoras, em 1998:
O fato é que um plano de negócios elaborado “magicamente” e às pressas, apenas com fins
de solicitar algum tipo de aporte financeiro, realmente não serve como instrumento de controle
gerencial para acompanhamento, avaliação e controle das atividades da empresa. Neste caso, ele
não é um instrumento eficaz de apoio ao gerenciamento. Este tipo de plano de negócios,
principalmente aqueles elaborados a partir de modelos existentes predeterminados, não convence
nem o próprio empreendedor7, que passa a pensar que o plano de negócios não serve para nada
ou não é uma ferramenta eficiente. Nesta circunstância, pior que não planejar é fazê-lo
erroneamente e, pior ainda, conscientemente, alerta Dornelas (op. cit.,p.94).
As conseqüências práticas dos equívocos cometidos sobre a elaboração e também sobre a
finalidade e importância de um plano de negócios são um desastre, pois levam empresários e
empreendedores a desdenhar uma ferramenta de planejamento demasiadamente importante para o
êxito de qualquer empreendimento sério e comprometido com o sucesso. E, assim, negócios que
poderiam ser bem-sucedidos – frutos de excelentes idéias e da percepção de singular
oportunidade de mercado – acabam resultando em desastrosos fracassos, por falta simplesmente
de planejamento.
O ambiente exige que se planeje, planeje e planeje. Planejar torna-se, assim, o segredo do
sucesso organizacional e empresarial. Contudo, diferentemente da maioria dos segredos, que
geralmente estão ocultos, o do planejamento não está escondido e pode e deve ser aprendido. O
planejamento está ao alcance de todos, basta apenas que as pessoas se conscientizem mais da sua
importância e necessidade. Pinson e Jinnett (1996, p. 54) destacam que “toda empresa necessita
de um planejamento do seu negócio para poder gerenciá-lo e apresentar sua idéia a investidores,
bancos, clientes etc.” “Toda entidade provedora de financiamento, fundos e outros recursos
financeiros necessita de um plano de negócios da empresa requisitante para poder avaliar os
riscos inerentes ao negócio.”(PINSON; JINNETT, loc. cit..). Observam ainda, os mesmos
autores, um fato lastimável:
7
E muito menos às mantenedoras das incubadoras, parceiros, bancos, investidores, fornecedores, clientes e sócios.
9
O plano de negócios, enfatizam especialistas, além de ser um instrumento necessário para
captação de recursos, como destacaram Pinson e Jinnett, deve ser visto como uma eficaz e
também necessária ferramenta de apoio à gestão. É indispensável para o sucesso das
organizações, notadamente das micro e pequenas empresas – as quais atualmente em números
elevadíssimos, não conseguem ultrapassar os três primeiros anos de existência – que esta
ferramenta se torne mais acessível e conhecida de todos, porque nenhum empresário ou
empreendedor deveria se abster da oportunidade de pensar e consolidar em um único documento
todas as questões estratégicas que dizem respeito ao que é ou poderá ser a sua empresa, ao
ambiente que ela está ou estará inserida, aos riscos e falhas que ela deve evitar, ao caminho que
ela deverá trilhar, aonde ela quer chegar e como chegar lá, qual o retorno econômico ela
proporcionará etc. Este momento de reflexão, planejamento e consolidação da idéia do negócio é
especialíssimo, pois garante no seu processo, conforme enumera Pavani et al (op. cit.,p.15):
10
em crescimento, além de servir ainda como instrumento para captação de recursos diversos,
principalmente financeiros, que é justamente a finalidade que tem tornado o plano de negócios
objeto de maior notoriedade, principalmente no Brasil, como já se mencionou.
O plano de negócios, portanto, este excelente documento para o empreendedor expor suas
idéias em torno da sua empresa e mostrar a viabilidade e probabilidade de sucesso do seu
empreendimento no mercado, deve sintetizar e explorar as potencialidades do negócio, as suas
vantagens competitivas, bem como os riscos que lhe são inerentes (MCLAUGHLIN, op. cit., p.
63). Essas características do plano de negócios, que o vincula amplamente ao mercado global,
fazem desta peça um documento vivo, isto é, uma ferramenta dinâmica, que uma vez concebida,
não pode ser esquecida (CLEMENTE, op. cit., p. 329). Para que se consiga manter sólida a
importância dessa ferramenta, faz-se necessário atualizá-la constantemente, pois o próprio ato de
planejar é dinâmico e corresponde a um processo cíclico. Pavani (op. cit., p. 11) destaca: “ser um
instrumento vivo é a condição necessária para a efetividade de um plano de negócios: mudanças
no ambiente econômico, de mercado, tecnológico ou interno à empresa devem estar
permanentemente refletidas no business plan.” A concorrência muda, o mercado muda, as
pessoas mudam. E o plano de negócios, sendo uma ferramenta de planejamento que trata
essencialmente de pessoas, oportunidades, contexto e mercado, riscos e retornos, também muda
(SAHLMAN, op. cit., p. 96).
A consideração dos pontos apresentados acima deveria ser suficiente para demonstrar para
empresários e empreendedores a importância de se ter um plano de negócios, a importância de se
elaborar este instrumento eficiente e eficaz de planejamento. O convite desta lida, neste ponto, é
para um olhar atento para o próprio mercado que, regra geral, tem permitido prosperar quase que
apenas as empresas que se dedicam ao planejamento de suas atividades, operações, estratégias e
políticas. Não é muito difícil perceber que, geralmente, uma empresa que dispõe de um
planejamento adequado tem resultados mais satisfatórios e otimizados, inclusive nos índices de
lucratividade (MCLAUGHLIN, op. cit., p. 64). O que pode ser confirmado pelos resultados da
pesquisa levada a termo pelos ex-alunos de Harvard.
Um plano de negócio, regra geral, é muito rico em informações. O que pode ser constatado
apenas considerando a multiplicidade do seu público-alvo. Esta questão quando correlacionada
com os distintos objetivos que se pode almejar com a comunicação expressa no plano conduz à
percepção de que as informações devem ser diferenciadas conforme o agente a que se destina.
“Um banco requer uma informação diferente daquela exigida por uma empresa de capital de
risco; a informação apresentada a um cliente é diferente daquela apresentada a uma agência de
financiamento e assim por diante.” (PAVANI et al, op. cit., p.14). Neste sentido, é criterioso que
se apresente as informações tendo em vista o público-alvo que se deseja comunicar, enfatizando
precisamente o que se pretende com o plano de negócio.
O plano de negócios, que será apresentado na segunda parte deste trabalho, por exemplo,
tem como objetivo final demonstrar ao Banco do Brasil S.A. a viabilidade técnica, econômica e
financeira de implantação do empreendimento hoteleiro: Hotel Empresarial de Catalão,
solicitando apoio financeiro do FCO – Fundo Constitucional do Centro Oeste – na ordem de R$
500.000,00 (quinhentos mil reais). Por conseguinte, como este plano tem direcionamento exato,
as informações contidas no seu interior não devem se afastar do propósito dessa ferramenta que,
no caso em pauta, está mais direcionada à captação de recursos do que para um instrumento de
gestão. Contudo, como se trata de um documento sério, com dados e informações que são reais e
11
não ”mágicos”, este plano, apesar de direcionado a um fim mais específico, isto é, captação de
recursos, tem possibilidade efetiva, deve e vai ser utilizado como uma ferramenta eficiente de
apoio à gestão do empreendimento.
O plano de negócios, portanto, por ser uma ferramenta que pode e deve ser orientada ao
tipo de público e a objetivos específicos, acaba não possuindo, no que diz respeito à sua
elaboração, um modelo padrão. Como destaca Dornelas (op. cit., p. 99), “não existe uma estrutura
rígida e específica para se escrever um plano de negócios, pois cada negócio tem particularidades
e semelhanças, sendo impossível definir um modelo padrão de plano de negócios que seja
universal e aplicado a qualquer negócio.” Esta peculiaridade do plano de negócios, porém, não
faz dele uma peça qualquer que dependa exclusivamente da subjetividade de quem o elabora.
Apesar de não ser rígido, de não se ter um padrão único e pré-determinado, “qualquer plano de
negócios deve possuir um mínimo de seções as quais proporcionarão um entendimento completo
do negócio.” (DORNELAS, loc. cit.). Ademais, essas seções devem ser organizadas coerente e
logicamente, de forma que o leitor do plano de negócios possa entender como a empresa é
organizada, seus objetivos, seus produtos e serviços, seu mercado, sua estratégia de marketing e
sua situação financeira atual.
O tamanho ideal de um plano de negócios constitui outro item a ser destacado.
Especialistas no assunto afirmam – quanto a esta questão que é muito discutida – que não existe
um tamanho ideal ou uma quantidade exata de páginas. Neste ponto, também, deve-se atentar
para o público-alvo e dimensionar o plano conforme ele seja orientado, por exemplo, para um
gerente de banco ou um investidor, uma instituição de fomento ou governamental, um parceiro,
um fornecedor etc.. 8 Contudo, existem algumas sugestões quanto ao tamanho de planos de
negócios. A Tabela 2 apresenta uma dessas propostas:9
Plano de negócios completo Pode variar de quinze a cinqüenta páginas, mais material
anexo.
Plano de negócios resumido Geralmente varia de dez a quinze páginas.
Planos de negócios operacional Tamanho variável e dependente das necessidades
específicas de cada empresa em termos de divulgação
junto aos funcionários.
Fonte: (DORNELAS, op. cit., p. 105).
No que diz respeito à estrutura do plano de negócios, uma das sugestões de Dornelas (op.
cit., p. 95) é a que segue:
1 – Capa;
2 – Sumário;
3 – Sumário executivo;
4 – Descrição da empresa;
8
Um gerente de banco ou um investidor, por exemplo, dará mais ênfase para a parte financeira do plano de negócios,
enquanto uma instituição de fomento ou governamental focará por que se está requisitando a quantidade de recursos
solicitada, onde será aplicada e como a empresa retornará o capital investido. No mesmo sentido, um parceiro se
atentará mais para a análise de mercado e oportunidades de grandes lucros e um fornecedor, por sua vez, se atentará
para a saúde financeira da empresa, sua carteira de clientes e a taxa de crescimento do negócio.
9
Sugestão de Jian (1997 apud DORNELAS, p. 105-6).
12
5 – Conceito do negócio;
6 – Estudo de mercado;
7 – Marketing e vendas;
8 – Análise estratégica;
9 – Plano financeiro; e
10 – Anexos.
Uma outra sugestão que pode ser acatada na elaboração de um plano de negócios é a de
Clemente (op. cit., p.330). Segundo este autor um plano de negócios pode compreender as
seguintes partes:
1 – Carta de abertura;
2 – Folha de rosto;
3 – Sumário;
4 – Resumo executivo;
5 – Empresa;
6 – Projeto;
7 – Orçamento e estrutura de capital;
8 – Plano econômico-financeiro; e
9 – Documentos complementares.
No que diz respeito à estruturação do plano de negócios, igualmente ao seu tamanho, como
já se cogitou, não há também uma estruturação rígida. Às vezes, muda-se mais as nomenclaturas
do que o conteúdo. E isto chama a atenção para um fato importante: não há rigidez, contudo, um
plano de negócios para ser eficiente e eficaz deve conter um mínimo suficiente de seções capazes
de expressar o que realmente se busca com esta ferramenta importantíssima de suporte à gestão e
captação de recursos.
Assim, a partir deste ponto, destaca-se a importância e o conteúdo de cada uma das partes
que compõem o modelo de plano de negócios sugerido por Dornelas e adotado neste trabalho.
2.4.1 Capa
A capa, que serve como a página de título, é uma das partes mais importantes de um plano
de negócios. O que não é difícil de entender, porque o primeiro contato de quem lê o plano se
efetiva através da capa. Esta é a primeira a ser visualizada. Por isso, ela deve ser atrativa, clara e
objetiva, contendo as informações necessárias e pertinentes do plano de negócios. Conforme
Dornelas (op. cit., p. 119), uma capa padrão para um plano de negócios deve conter as
informações seguintes:
• Nome da empresa;
• Endereço da empresa;
• Telefone da empresa (incluindo DDD);
• Endereço eletrônico do site e e-mail da empresa;
• Logotipo (se a empresa tiver um);
10
Como já destacado, não existe um modelo rígido da estrutura de um plano de negócios. Este que ora é apresentado
serve apenas como sugestão.
13
• Nomes, cargos, endereços e telefones dos proprietários da empresa (dados do diretor
presidente e principais pessoas-chave da empresa).
• Mês e ano em que o plano foi feito;
• Número da cópia;
• Nome de quem fez o plano de negócios.11
Segundo Clemente (op. cit., p.330), esta seção do plano de negócios tem a função de
identificar a empresa – através da indicação do seu nome, endereço, telefone e fax – o projeto, o
local e a data da sua elaboração. Pode-se ainda, segundo o autor, incluir nesta página o número da
cópia para facilitar o controle.
2.4.2 Sumário
O sumário executivo, que é uma síntese atraente e clara da empresa, é talvez a parte mais
importante do plano de negócios (CLEMENTE, op. cit., p.331). É o lugar onde se deve reunir
todas as idéias e planejamentos, transformar as partes soltas da empresa num todo, e resumir tudo
11
A visualização da capa pode ser encontrada na terceira parte deste trabalho.
14
o que se está propondo (PAVANI et al, op. cit., p.39). O sumário executivo “deve expressar uma
síntese do que será apresentado na seqüência, preparando o leitor e atraindo o mesmo para uma
leitura com mais atenção e interesse.” (DORNELAS, op. cit., p. 121). Esta síntese deve conter
“as informações mais importantes sobre o plano de negócios, de forma a permitir que o decisor
possa fazer rapidamente uma avaliação da oportunidade.” (CLEMENTE, op. cit., p.331). Aliás,
um dos principais objetivos do sumário executivo é exatamente o de despertar ao máximo o
interesse no leitor e persuadi-lo a “comprar” o seu projeto. Portanto, o sumário executivo é muito
importante. Assim sendo, deve-se elaborá-lo de modo suficiente para permitir uma avaliação
global correta da empresa.
Conforme destaca Pavani (op. cit., p.39), o sumário executivo “é tão importante que alguns
financiadores, investidores e capitalistas de risco optam por receber apenas o sumário executivo e
as demonstrações financeiras antes de analisarem o plano todo.” Se estas peças lhes parecer
interessantes, recebem as demais partes do plano. Caso contrário, satisfazem-se devolvendo as
duas seções que leram.
Segundo Clemente (op. cit., p.331)., é fato que:
(...) grande parte dos potenciais leitores do plano de negócios já tomou contato com
inúmeros outros planos e que, algumas vezes, analisa vários todos os dias. Essas
pessoas são capazes de basear sua decisão apenas no sumário executivo, devido a
sua experiência. Essa observação mostra que o sumário executivo deve ser a última
seção a ser redigida e que cuidados especiais precisam ser tomados para que
efetivamente contenha as informações essenciais, em linguagem equilibrada, com
entusiasmo fundamentado.
Acrescenta ainda o mesmo autor que após a leitura do sumário executivo os cursos de ação
possíveis são os seguintes, conforme destaca a Figura 1:
Compra o Compra o
projeto projeto
Lê o sumário Procura
executivo informações Não compra o
adicionais projeto
Esta seção do plano, portanto, dada a sua importância, deve ser escrita de forma clara e
concisa, em aproximadamente duas páginas (CLEMENTE, op. cit., p.331). Esta limitação em
termos de espaço ocupado, porém, não deve fazer com que o seu autor esqueça que ela precisa
conter todas as informações essenciais do plano de negócios. Por isso, aconselha-se que ela seja
elaborada por último, quando se tem realmente condições de contemplar o plano como um todo e
oferecer ao leitor o que ele efetivamente precisa, isto é, entender de uma maneira rápida e
15
objetiva o conceito básico e os pontos mais importantes da empresa, assim como o que se deseja
dele, o leitor (PAVANI, op. cit., p.39).
Por isso, é fundamental refletir atentamente sobre o que se deve transmitir no sumário
executivo, a fim de contemplar todos os pontos que efetivamente necessitam ser considerados na
hora de elaborá-lo. Pavani (op. cit., p.39) destaca, consoante Quadro 1, que se deve transmitir os
seguintes pontos:
Segundo Dornelas (op. cit., p. 122), os pontos que devem ser transmitidos no sumário
executivo podem ser obtidos procurando responder as seguintes perguntas descritas na Quadro 2:
16
Depois de convidar o leitor para responder as perguntas acima, Dornelas faz uma
recomendação. Segundo ele:
17
Como já foi mencionado anteriormente, tudo em um plano é importante. Contudo, nesta
seção, um item merece destaque: a equipe gerencial. E isso é fácil de entender, porque, como
lembra Dornelas (op. cit., p. 127): “os investidores normalmente investem em pessoas, que são o
principal ativo das empresas nascentes. E quanto mais capacitadas em técnicas de gestão e
experientes essas pessoas são, melhores as chances de a empresa conseguir o capital solicitado.”
A coisa é mais ou menos assim: um investidor antes de se perguntar por que ele deve investir seu
dinheiro numa empresa, pergunta, primariamente, por que deveria investir seu dinheiro nessas
pessoas (DORNELAS, loc. cit.). São as pessoas e não a empresa com sua estrutura física e
organizacional o fator fundamental de sucesso do empreendimento.
Ainda no mesmo sentido, Pavani (op. cit., p. 56) sugere que a equipe de gestão constitui o
aspecto mais importante da descrição do negócio e, sem dúvida, ela é um dos principais pontos
observados pelos analistas na hora de definir, por exemplo, se concedem ou não recursos para um
empreendimento. Por isso, é bom não se esquecer que os investidores, em muitos casos, antes de
avaliar a oportunidade de mercado, o caráter inovador da idéia e as próprias projeções de lucros,
focam suas atenções justamente na equipe de gestão. O que é algo meio óbvio e coerente, pois
sem “uma equipe de primeira linha, qualquer outra parte do plano de negócios dificilmente se
concretizará.” (DORNELAS, op. cit., p. 125).
“O empreendedor é trunfo importante no estabelecimento do negócio”, declara Williams
(op. cit., p. 21). O seu conhecimento, sua experiência e energia são fatores vitais e determinantes
para o sucesso do negócio. Assim, além de se mostrar a experiência da equipe de gestão é
criterioso que se deixe evidente também, se existir é claro, o ardente desejo do empreendedor de
vencer, pois com esse desejo é possível transformar uma idéia relativamente fraca em um grande
sucesso. E quem vai comprar o projeto vai estar atento à essas questões.
Esta seção do plano de negócios tem uma função especial (DORNELAS, op. cit., p. 241).
Ela deve mostrar ao leitor não somente o que é o negócio em geral que se está almejando, em
ternos de indústria, setor ou atividade, mas, também, e principalmente, o que é o seu negócio em
particular. O que ele tem que o torna diferente dos demais, isto é, seus diferencias (TOCHI, 2003,
p. 45). Este, em verdade, é um momento especial, porque se trata de expor uma idéia inovadora
que muitas vezes não é necessariamente a de um novo produto ou serviço, mas uma idéia
inusitada que vem agregar valor sobre um negócio já existente, mas que ninguém nunca percebeu
ou explorou convenientemente alguns aspectos que lhes são pertinentes e fundamentais para o
sucesso do produto ou serviço (TOCHI, op. cit., p. 47). É um momento em que a criatividade, o
conhecimento do mercado e o bom-senso estão ativos e são os maiores propulsores do
surgimento e do desenvolvimento da idéia. É a ocasião de êxito daqueles que agem em busca de
melhorias contínuas em detrimento daqueles que se acomodam em suas posições comodistas e
tradicionalistas.
Entender corretamente o que é um negócio é fundamental para o sucesso do
empreendimento. Apenas com esta compreensão se torna possível conhecer os principais
concorrentes e o que se deve fazer para estar sempre criando diferencias competitivos para a
empresa, haja vista que a definição acertada do negócio faz com que se fixe nos benefícios do
produto ou do serviço e não no produto ou no serviço em si (TOCHI, op. cit., p. 48). Se uma
empresa como o Boticário, por exemplo, entendesse o seu negócio como sendo o de perfumes, e
não o de presentes, provavelmente esta empresa não existiria mais no mercado, pois suas
18
políticas mercadológicas, suas estratégias e táticas seriam voltadas apenas para os concorrentes
que produzem e vendem perfumes. Uma visão míope que lhe conduziria ao fracasso.
Portanto, conceber adequadamente o negócio é o primeiro grande passo para se obter êxito
num empreendimento. É o passo que não apenas será responsável por um impulsionamento em
direção ao conhecimento preciso do mercado, mas também para a busca criativa de benefícios
que o produto ou serviço devem oferecer aos que os consomem ou que poderão lhes consumir, ou
não, no futuro (TOCHI, op. cit., p. 48). Conceituar ajustadamente o negócio, então, é necessário
para o processo contínuo de agregação de valor ao produto ou serviço. Sem este processo, o
futuro promissor de qualquer empresa é demasiadamente incerto.
Esta seção deve servir, então, para que o empreendedor reflita sobre o negócio em
perspectiva e estabeleça as suas diretrizes conceituais fundamentais. Assim, aconselha-se que seja
objeto de tal reflexão o histórico do setor, a oportunidade identificada, os possíveis e consistentes
diferenciais e a capacidade real de a empresa conseguir colocar no mercado produto e ou serviços
que ofereçam benefícios percebidos e valorados pelos clientes.
A análise do mercado, na prática, deve ser a primeira seção a ser elaborada, haja vista que
dela dependerão todas as outras etapas, e muitos dos itens mais importantes do plano de negócios,
tais como formas de comercialização do produto/serviço da empresa, o seu tamanho, localização,
estratégias, políticas de marketing, as receitas etc. todos são influenciados pelos resultados dessa
seção (CLEMENTE, op. cit., p. 69). Para muitos, esta é a parte mais complexa e complicada de
se fazer, pois é ampla e exige muita dedicação, empenho e criatividade12 de quem está
encarregado de realizá-la. Dornelas (op. cit., p. 139) concorda com esse ponto de vista e destaca
que:
Falando ainda sobre a importância do estudo de mercado, Buarque (op. cit., p. 60) ressalta
que este estudo:
Além de ser uma etapa determinante, tem uma importância particular pela
quase impossibilidade de ser corrigido, depois que o projeto for executado.
Dentro de certos limites, os erros em outras etapas, como por exemplo no
dimensionamento do Investimento ou na Engenharia, corrigem-se por um
aumento do capital ou mudança de equipamentos, respectivamente. Mas o
erro no mercado pode ser crítico para o funcionamento da empresa, se o
estudo projeta um procura superior à realidade [...].
Em vista do exposto, o estudo de mercado deve buscar ser realista e objetivar a maior
precisão possível nas suas projeções, pois somente assim esta seção terá conseguido atender
12
Por exemplo, para Buarque (1984, p. 41), entre outros.
19
plenamente a sua finalidade básica que é estimar precisamente em que quantidade, a que preço e
quem comprará o produto ou serviço a ser produzido ou prestado pela empresa em estudo
(BUARQUE, op. cit., p. 30).
Ao se perguntar, por exemplo, quem comprará o produto/serviço, por qual preço e quanto
comprará, deve-se considerar pelo menos os seguintes aspectos implícitos, a fim de se obter
respostas satisfatórias (BUARQUE, op. cit., p. 31):
a) Quem comprará?:
Os principais aspectos a serem considerados neste caso são a área geográfica onde se
situam os compradores, a situação econômica, a faixa etária, o sexo etc. dos
consumidores.
b) Por qual preço?:
O principal aspecto a ser considerado é a determinação do preço que o produto/serviço
pode ser vendido, de acordo com a concorrência e com as quantidades possíveis de
serem produzidas.
c) Quanto comprará?:
O aspecto principal a ser considerado é o conhecimento da procura do produto/serviço
por parte dos consumidores e da oferta da concorrência que produz bens similares ou
substitutos.
O estudo de mercado deve ainda:
1. Identificar as tendências ambientais ao redor do negócio (oportunidades e
ameaças, de ordem demográfica, econômica, tecnológica, política, legal, social e
cultural).
2. Descrever a indústria onde seu negócio está inserido: qual é o tipo de negócio,
tamanho atual e futuro (projetado), quais são os segmentos de mercado existentes,
qual o seu segmento específico e quais as tendências desse segmento, qual o perfil
dos consumidores.
3. Analisar os principais competidores, descrevendo seus produtos/serviços,
posicionamento no mercado, suas forças e fraquezas, práticas de marketing
utilizadas (política de preços, canais de distribuição, promoção), fatia de mercado
que domina e participação de mercado (market share).
4. Efetuar comparação com os competidores, mostrando quais os seus diferenciais
em relação aos principais competidores (aqueles com os quais sua empresa
compete diretamente, de forma mais acirrada). (DORNELAS, op. cit., p. 30).
Com os dados e informações obtidos nesta seção do plano de negócios, torna-se possível
seqüenciar o estudo e materializar projeto.
Esta seção do plano objetiva fornecer uma “maneira estruturada de uma empresa ofertar
seus produtos no mercado.” (BUARQUE, op. cit., p. 61). O bom desempenho das vendas da
empresa, seja de produtos ou serviços, é um dos principais objetivos almejados por qualquer
organização. A otimização deste desempenho depende de estratégias mercadológicas bem
refletidas e trabalhadas. As estratégias de marketing são “os meios e métodos que a empresa
deverá utilizar para atingir seus objetivos.” (DORNELAS, op. cit., p. 148). Geralmente, essas
estratégias se referem composto que são sintetizados nos quatro Ps (pês): produto, preço, praça e
propaganda. Como destaca McLaughlin (op. cit., p. 56):
20
A projeção de vendas da empresa está diretamente ligada à estratégia de
marketing estabelecida, pois depende de como o produto será posicionado no
mercado, qual será sua política de preços, as promoções e os canais de venda
que serão utilizados e, ainda, como o produto chegará ao cliente. No caso de
serviços a analogia é a mesma.
Assim, em conformidade com os seus objetivos, uma empresa vai definir sua estratégia
mercadológica, a fim de otimizar seus resultados. Depois de ter certeza sobre onde ela quer
chegar, em outras palavras, depois de definir a participação desejada no mercado, quanto quer e é
capaz de vender, a lucratividade pretendida, os seguimentos e as regiões em que vai atuar, a
forma de neles penetrar e em que prazo etc., a empresa deve definir sua estratégia mercadológica
e atuar sobre o composto, segundo várias alternativas (DORNELAS, op. cit., p. 149). Algumas
podem ser as que seguem abaixo no Quadro 3:
Produto Preço
• Promover mudanças na • Definir preços, prazos e formas de
combinação/portifólios de produtos; pagamentos para produtos ou grupos de
produtos específicos, para determinados
segmentos de mercado;
• Retirar, adicionar ou modificar o(s) • Definir políticas de atuação em mercados
produto(s); seletivos;
• Mudar design, embalagem, qualidade, • Definir políticas de penetração em
desempenho, características técnicas, determinado mercado;
tamanho, estilo, opcionais;
• Consolidar, padronizar ou diversificar os • Definir políticas de descontos especiais.
modelos.
Praça (canais de distribuição) Propaganda/comunicação
• Usar canais alternativos; • Definir novas formas de vendas;
• Melhorar prazo de entrega; • Mudar equipe e canais de vendas;
• Otimizar logística de distribuição. • Mudar política de relações públicas;
• Mudar agência de publicidade e definir
novas mídias prioritárias;
• Definir feiras/exposições que serão
priorizadas.
Fonte: adaptado de Dornelas (op. cit., p.149).
No que diz respeito aos serviços, Churchill (2000, p. 229) ressalta que “o composto de
marketing para serviços contém os mesmos quatro elementos encontrados no caso de bens. No
entanto, suas características especiais podem tornar o desenvolvimento do composto de
marketing mais desafiador.” Algumas observações são destacadas a seguir, sobretudo porque o
plano de negócios que consta na segunda parte deste trabalho tem como objeto a prestação de um
serviço.
21
2.4.7.1 Desenvolvendo serviços
Independente de qual ou quais alternativas poderão ser usadas para assegurar que um
serviço seja prestado com qualidade, um fato é certo: uma empresa que almeja ser competitiva
não deve poupar esforços e recursos para treinar os seus funcionários para que eles possam
continuamente prestar serviços de qualidade (PALADINI, op. cit., p. 87). O treinamento
constante é fundamental para se assegurar a qualidade de serviços (PALADINI, op. cit., p. 86).
22
eles irão pagar. Isso ajuda a evitar problemas de preços e deixa os clientes
mais satisfeitos. (CHURCHILL, op. cit., p. 302).
É interessante notar ainda que o preço pode ter um importante papel como indicador de
qualidade. Ele pode influenciar a maneira como os clientes percebem os serviços, principalmente
quando considera-se que geralmente é difícil avaliar serviços, como mencionamos. Neste caso,
“quando os clientes têm poucas pistas para julgar a qualidade, podem avaliá-la com base no
preço.” (CHURCHILL, loc. cit..).
Ademais, os profissionais de marketing podem, devido à natureza perecível dos serviços,
usar:
a definição de preços para reduzir a capacidade excedente. Por exemplo,
uma organização pode usar preço fora da estação, isto é, cobrar preços mais
baixos durante épocas de baixa demanda para estimular as vendas. Por
exemplo, (...) muitos hotéis de São Paulo oferecem pacotes especiais em fins
de semana, quando as viagens a trabalho são poucas. (CHURCHILL, op. cit.,
p. 303).
O cliente vai até a empresa prestadora de serviços Hotel, teatro, barbearia etc.
O prestador de serviços vai até o cliente Serviços de jardinagem, pinturas de
imóveis etc.
O cliente e o prestador interagem a distância Empresa de cartões de crédito, estação
de TV local etc.
Fonte: adaptado de Churchill (op. cit., p. 303).
Como se pode observar, não há, nas duas últimas opções, a necessidade de a empresa
prestadora de serviços estar instalada em local tão estrategicamente acessível quanto na primeira.
Um hotel comum que não esteja em uma boa localidade, por exemplo, provavelmente será um
fracasso de negócio.
23
2.4.7.4 Promovendo serviços
Também, semelhantemente aos produtos, os serviços precisam ser conhecidos pelo seu
mercado-alvo. Diferentemente dos produtos, os serviços geralmente não são passíveis de
experimentação antes do seu consumo. “Assim, a promoção é necessária para explicar o que é o
serviço e como ele irá beneficiar o comprador.” (CHURCHILL, op. cit., p. 304).
Além dos meios indiretos, os serviços podem ser comercializados pessoalmente também. O
prestador de serviços, que em alguns casos pode se confundir com o próprio vendedor, sai
oferecendo seu serviço ao mesmo tempo que explica os benefícios e os custos, “funcionando
como uma representação mais tangível de características do serviço como profissionalismo e
atenção aos clientes.” (CHURCHILL, loc. cit..).
Produto JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Total
Sapato 1000 1000 1200 1300 1400 1200 1000 1000 1300 1400 1500 1200 14500
feminino
Sapato 800 800 800 900 1000 800 1100 1100 1200 1200 1200 1000 11900
masculino
Sapato 300 200 300 400 300 400 500 500 500 500 400 400 4700
infantil
Total 2100 2000 2300 2600 2700 2400 2600 2600 3000 3100 3100 2600 31100
Fonte: Dornelas (op. cit., p. 153).
13
Não há, segundo o mesmo autor, a necessidade de elaborar frases com as declarações de visão e missão do negócio
para constar no plano de negócios” (DORNELAS, op. cit.,155).
24
estratégias que serão adotadas. Só depois de uma análise ambiental criteriosa
é que a empresa poderá estabelecer seus objetivos e metas, bem como as
estratégias que implementará para atingi-los.
Análise do
ambiente externo
(oportunidades e
ameaças) Implementação
Declaração de Formulação de Formulação de
visão e missão do objetivos e metas estratégia
negócio
Análise do
ambiente interno Feedback e
(forças e controle
fraquezas)
Como pode ser visivelmente percebido na Figura supra apresentada, para se poder definir a
estratégica da empresa e analisar sua situação atual, é necessário que esteja claro na mente do
empreendedor o que ele quer com a sua empresa. Mais especificamente, estar definido a direção
que a empresa pretende seguir e o que ela quer ser. Isto é, a sua visão. Além disso, é necessário
que esteja claro também a missão da empresa, que, em linhas gerais, deve refletir sua razão de
ser, o que ela é, e o que ela faz (TAVARES, 1998, p. 87).
Com relação à visão e à missão de uma empresa, Clemente (op. cit., p. 332) destaca que “a
visão refere-se à projeção do futuro da empresa (...).” A visão, orienta o autor, deve ser formulada
pelas pessoas que ocupam as mais altas posições na empresa e tem de ser clara e concisa
(CLEMENTE, loc. cit.). Já a missão “constitui a forma como a empresa irá atuar para atingir a
visão projetada. Descrever a missão da empresa é descrever os esforços que serão desenvolvidos
para tornar real a visão.” (CLEMENTE, op. cit., p. 333).
Definidos visão e missão, deve-se buscar estabelecer os objetivos e as metas da empresa.
Entretanto, para estabelecê-los, é necessário, antes, analisar os ambientes interno e externo à
empresa.
25
externos, sobre os quais não consegue agir diretamente. (DORNELAS, op.
cit., p. 155).
Uma ferramenta muito eficiente e eficaz para realizar o estudo ambiental é a análise SWOT
(strengths, weaknesses, opportunities, threats), isto é, análise das forças, fraquezas,
oportunidades e ameaças do negócio. Através dessa ferramenta, é possível conhecer realmente a
situação do negócio, fator fundamental para o sucesso de qualquer empreendimento. Esta
ferramenta facilita e possibilita a investigação dos pontos fortes e fracos da empresa, bem como
auxilia esclarecer melhor as ameaças e oportunidades frente ao ambiente externo e face à
concorrência (DORNELAS, loc. cit.).
No tocante à identificação de oportunidades para o negócio, Pavani (op. cit., p. 52) destaca
que neste ponto o empreendedor deve explicar porque optou por realizar o projeto. Indagar e
explicar qual o fato novo que propiciou o surgimento da demanda deste produto ou serviço ou
então qual fato novo permitiu a produção ou prestação deste serviço. Por que o produto ou
serviço é importante? Que produto ou serviço irá substituir, com que vantagens, custos,
velocidade, qualidade? Até que ponto os consumidores estarão dispostos a pagar um pouco mais
por estas vantagens? Qual o tamanho do mercado? etc. são perguntas que devem ser feitas.
No que diz respeito às ameaças, a mesma autora sugere que se faça também algumas
perguntas, a fim de se perceber nas suas respostas, pelo menos, as principais ameaças ao negócio
(PAVANI, op. cit., p. 52) como, por exemplo: quais são os fabricantes dos produtos ou quais são
os prestadores de serviços que os novos produtos ou serviços vão substituir? Que tipo de reação é
esperada? Qual o ciclo de vida esperado para o projeto? Quais são os principais riscos do
mercado? Como a empresa pretende minimizá-los? etc.
Como as oportunidades e as ameaças encontram-se localizadas externamente à empresa,
Dornelas (op. cit., p. 155) sugere uma forma prática ou um primeiro ponto de partida para
identificá-las. Deve-se, segundo o autor, buscar identificar os cenários de ordem macro-ambiental
(demográficos, econômicos, tecnológicos, político-legais, sócio-culturais) e os fatores micro-
ambientais importantes (consumidores, concorrentes, canais de distribuição, fornecedores) que
afetam diretamente a empresa. E ainda diz ele: “use o bom senso para selecionar aqueles fatores
que realmente são importantes. Não adianta apenas enumerar uma porção de fatores e não saber o
que fazer com eles.” (DORNELAS, op. cit., p. 156).
Uma maneira muito comumente usada para representar a análise SWOT é através da
construção de um retângulo dividido em duas partes, análise interna e análise externa, e em
quatro subpartes, em que se apresenta separadamente as forças e fraquezas e as oportunidades e
as ameaças, como ilustra o exemplo do Quadro 6, na página seguinte:
26
Quadro 6 - Análise SWOT
Análise interna
Forças Fraquezas
• Experiência dos empreendedores; • Indisponibilidade de capital próprio suficiente para
• Ardente desejo dos empreendedores de vencer; iniciar o negócio.
• Conceito diferenciado dos serviços;
• As melhores e mais novas instalações da região;
• Ambiente agradável, charmoso, requintado, alegre e
elegante;
• Falta de experiência e de uma postura
empreendedora da concorrência;
• Os melhores serviços da região: perfeitos e
personalizados;
• Funcionários treinados e com autoridade para
satisfazer rapidamente o cliente.
• Preços das diárias moderados e competitivos com os
praticados na região;
• Programação que inclui lazer, cultura e diversão;
• Segurança e confiabilidade.
Análise externa
Oportunidades Ameaças
• Crescimento acentuado do número de possíveis • Possibilidade de algum concorrente acordar da
consumidores; ‘sonolência’ empresarial e reestruturar o seu
• Existência de demanda insatisfeita; negócio.
• Incapacidade momentânea da concorrência em • Impossibilidade de estabelecimento de barreiras
atender a demanda insatisfeita; para novos ingressantes.
• Clientes buscando cada vez mais fugir dos padrões
impessoais das grandes redes.
Fonte: Cf. Plano de negócios, capítulo 3 deste trabalho.
14
As metas podem ser entendidas como os objetivos detalhados, quantificados e temporalizados (PAVANI, op. cit.,
p. 49).
15
Segundo o autor estas estratégias visam a aumentar a participação de mercado da empresa, conquistando novos
clientes.
16
Segundo o autor estas estratégias visam a oferecer mais opções aos clientes atuais.
17
Segundo o autor estas estratégias visam a manter os clientes existentes.
27
como ela pretende concretizar de maneira mais coerente e otimizada possível os seus
objetivos/metas.
28
Quadro 7 - Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
♦Circulante: são contas que estão Circulante: são obrigações exigíveis que
constantemente em giro, sendo que a serão liquidadas no próprio exercício social.
conversão do dinheiro será, no máximo, no
próprio exercício social.
♦Realizável no longo prazo: bens e direitos Exigível no longo prazo: obrigações
que se transformarão em dinheiro no liquidadas com prazo superior a um ano.
próximo exercício.
♦Permanente: são bens e direitos que não se PATRIMÔNIO LÍQUIDO
destinam à venda e têm vida útil; no caso São os recursos dos proprietários aplicados
dos bens, vida longa. na empresa.
Fonte: Dornelas, (op. cit., p.164).
Assim, a partir de valores acumulados, entre duas datas, das receitas e das despesas, pode-
se conhecer o resultado financeiro: lucro ou prejuízo das atividades da empresa no período
especificado (GITMAN, op. cit., p. 71).
O fluxo de caixa – que é o resumo dos fluxos de caixa de uma empresa em um dado
período – é a principal ferramenta de planejamento financeiro do empreendedor ou do empresário
(DORNELAS, op. cit., p. 167). “Essa demonstração, que às vezes é chamada de ‘demonstração
de fontes e usos’, fornece uma visão dos fluxos de caixa da empresa relativos às atividades
operacionais, de investimento e de financiamento, e reconcilia-os com as variações em seu caixa
e títulos negociáveis, durante o período em questão (GITMAN, op. cit., p. 75).”
No dia-a-dia das empresas, há uma série de variáveis que se vinculam e determinam
diretamente o posicionamento do seu fluxo de caixa. O empresário ou empreendedor se depara
periodicamente com a necessidade, por exemplo, de honrar compromissos com fornecedores,
credores, gastos com pessoal, impostos, de definir as melhores formas de venda do produto ou
serviço (à vista com desconto, à prazo), para que a empresa não fique com o caixa negativo e não
precise recorrer a empréstimos bancários continuamente etc. (DORNELAS, op. cit., p. 167).
Assim, continuamente apresentam-se uma série de itens relacionados à entrada e à saída de caixa
que o empresário ou empreendedor precisa gerenciar, a fim de otimizar a gestão dos recursos que
lhe estão disponíveis e conseguir honrar os compromissos que são assumidos em função das
atividades efetivas da empresa. O fluxo de caixa, por conseguinte, como é uma ferramenta que
fornece uma visão instantânea do fluxo de caixa da empresa em um determinado período,
destaca-se como um instrumento útil e estratégico que auxilia o empreendedor ou o empresário
no gerenciamento e no planejamento das ações que devem ser tomadas no dia-a-dia e também no
futuro da empresa (GITMAN, op. cit., p. 81).
30
2.4.9.4 Ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio “é o ponto no qual a receita proveniente das vendas eqüivale à soma
dos custos fixos e variáveis.” (DORNELAS, op. cit., p. 169). Ou, como indica Sanvicente (op.
cit., p. 193), é aquele “nível ou volume de produção (ou atividade, em caso de empresa não-
industrial) em que o resultado operacional é nulo, ou seja, as receitas operacionais são
exatamente iguais ao valor total das despesas operacionais”. No ponto de equilíbrio, portanto, não
há lucro nem prejuízo.
Segundo ainda Sanvicente (loc. cit.), o ponto de equilíbrio “é uma das técnicas mais úteis e
facilmente aplicáveis da qualidade do desempenho de uma empresa, bem como do planejamento
de suas atividades”. A sua maior utilidade, como uma importante ferramenta gerencial, está na
indicação do momento em que um determinado empreendimento ou atividade começa a obter
lucro. O ponto de equilíbrio pode ser obtido através do cálculo especificado no Quadro 8 abaixo:
Então:
Custo fixo
PE =
1 – (custo variável / receita total)
31
Ainda sobre tais indicadores ou índices financeiros, Dornelas (op. cit., p. 167) acrescenta
que os de liquidez (capital circulante líquido, liquidez corrente, liquidez seco) expressam quanto
a empresa possui para saldar o passivo circulante, ou seja, mostra se a empresa é capaz de saldar
suas dívidas ou não e em que proporção. E é por isso, segundo esse autor que os credores ficam
de olhos neles (DORNELAS, op. cit., p. 170). Já os índices de atividade (giro do estoque e giro
do ativo total) “podem ser usados para medir a rapidez com que as contas circulantes – estoques,
duplicatas a receber e duplicatas a pagar são convertidas em caixa.” (GITMAN, op. cit., p. 114).
Os índices de endividamento (participação de terceiros e relação exigível/patrimônio
líquido)18 indicam a situação de endividamento da empresa, auferindo tanto o seu grau de
endividamento quanto sua capacidade para pagar as dívidas (GITMAN, op. cit., p. 115). Como o
próprio nome sugere, lembra Dornelas (op. cit., p. 170), esses índices:
Por sua vez, os índices de lucratividade (margem bruta, margem operacional, margem
líquida e retorno sobre o ativo total - ROI)19 “mostram quanto uma empresa é atrativa do ponto
de vista de um investidor, pois esses índices são usados para justificar os investimentos.”
(DORNELAS, op. cit., p. 170). Essas medidas estão, todas, relacionadas com os retornos da
empresa. Conforme destaca Gitman (op. cit., p. 120):
Cada uma delas relaciona os retornos da empresa a suas vendas, a seus ativos,
ao seu patrimônio, ou ao valor da ação. Como um todo, essas medidas permitem
ao analista avaliar os lucros da empresa em confronto com um dado nível de
vendas, um certo nível de ativos, o investimento dos proprietários, ou o valor da
ação. Sem lucros, uma empresa não atraírá capital de terceiros; ademais, seus
atuais credores e proprietários poderão ficar preocupados com o futuro da
empresa e tentar reaver seus fundos. Os credores, proprietários e a
administração estão sempre atentos ao incremento dos lucros da empresa,
devido à sua grande importância para o mercado.
Os índices destacados nessa seção podem ser calculados da seguinte forma, conforme
especificado nos Quadros 9, 10, 11 e 12 respectivamente:
Índices de liquidez
Capital circulante líquido = Ativo circulante – Passivo circulante
Liquidez corrente = Ativo circulante / Passivo circulante
Liquidez seco = (Ativo circulante – estoque) / Passivo circulante
Fonte: Sanvicente, (op. cit., p. 177).
18
GITMAN acrescenta ainda como índices de endividamento: índice de cobertura de juros e índices de cobertura de
pagamentos fixos. (Cf.: GITMAN, op. cit., p.117-8).
19
GITMAN acrescenta ainda como índices de lucratividade: taxa de retorno sobre o patrimônio líquido, lucro por
ação e índice preço/lucro. (Cf.: GITMAN, op. cit., p.123-4).
32
Quadro 10 - Índices de atividade
Índices de atividade
Giro do estoque = custo das mercadorias / estoques
Giro do Ativo total = vendas / Ativo total
Fonte: Sanvicente, (op. cit., p. 181).
Índices de endividamento
Participação de terceiros = Passivo total / Ativo total
Relação Exigível / Patrimônio = Exigível / Patrimônio líquido
líquido
Fonte: Sanvicente, (op. cit., p.185).
Índices de lucratividade
Margem bruta = Lucro bruto / vendas
Margem operacional = Lucro operacional / vendas
Margem líquida = Lucro líquido / vendas
ROI = Lucro líquido / ativo total
Fonte: Sanvicente, (op. cit., p. 179).
33
2.4.9.6.2 Período de recuperação do investimento (payback)
O valor presente líquido é uma técnica considerada sofisticada, contudo especialíssima. Ela
é considerada superior a outras técnicas porque leva em “consideração tanto a magnitude dos
fluxos previstos para cada período quanto a sua distribuição efetiva durante o projeto analisado.”
(SANVICENTE, op. cit., p. 46). Sua importância, por conseguinte, reside no fato de ela
considerar explicitamente o valor do dinheiro no tempo. Esse tipo de técnica, destaca Gitman (op.
cit., p. 329):
20
Cf. Dornelas, “técnicas de fluxo de caixa descontado são as técnicas que comparam o valor presente dos futuros
fluxos de caixa com o montante inicial investido. Essa análise pode ser feita através de dois métodos: valor presente
líquido (VPL) e taxa interna de retorno (TIR).” (Cf. DORNELAS, op. cit., p. 172).
34
deve ser obtido por um projeto, de forma a manter inalterado o valor de
mercado da empresa.
O valor presente líquido é obtido subtraindo-se o investimento inicial do valor presente das
entradas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa. Ou, em outras
palavras:
[...] faz-se uma estimativa do valor atual para futuros fluxos de reais que
estarão sendo gerados pelo projeto, e deduz-se o investimento feito
inicialmente. Para isso, descontam-se os futuros fluxos de caixa após
impostos para o seu valor presente, e depois se subtrai o investimento inicial.
Se o VPL for positivo, o projeto é viável, pois o valor presente dos futuros
fluxos de caixa é maior que o investimento inicial. Caso contrário, o projeto
deve ser rejeitado. (GITMAN, op.cit., p. 330).
O cálculo do valor presente líquido obedece a seguinte fórmula, segundo Dornelas (op. cit.,
p. 172):
onde:
VPL = valor presente líquido;
Fn = fluxo de caixa após imposto no ano n;
N = vida do projeto em anos;
K = taxa de desconto (taxa de retorno exigida para o projeto);
INV = investimento inicial.
A taxa interna de retorno (TIR) “é a taxa de desconto que iguala o valor presente das
entradas de caixa ao investimento inicial referente a um projeto” (GITMAN, op. cit., p. 330),
resultando, desse modo, em um valor presente líquido igual a zero. “Em outras palavras, é a taxa
de desconto que faz com que o VPL (valor presente líquido) de uma oportunidade de
investimento iguale-se a zero (já que o valor presente das entradas de caixa é igual ao
investimento inicial). (GITMAN, loc. cit.).
Como destaca Dornelas (op. cit., p. 173):
Para o cálculo da TIR deve-se descobrir a taxa de desconto (K) que fornece um
valor presente líquido igual a zero. Quando isso ocorre, o valor presente dos
futuros fluxos de caixa é exatamente igual ao investimento efetuado. Assim, a
TIR é obtida da fórmula do VPL igualando-se essa a zero e procurando-se o
valor para K, que nesse caso será a TIR do projeto.
O cálculo da TIR à mão não é tarefa fácil, pois deve ser feito por tentativa-e-erro. No
entanto, pode-se recorrer a uma calculadora financeira sofisticada ou a um computador que
poderão efetivar este cálculo rapidamente.
35
No que diz respeito à utilização da TIR como critério de decisão do tipo “aceitar-rejeitar” o
projeto, a linha de raciocínio é a seguinte, conforme destaca Gitman (op. cit., p. 330): “se a TIR
for maior que o custo de capital, aceita-se o projeto; se for menor, rejeita-se o projeto.”
Acrescenta ainda o mesmo autor: “Esse critério garante que a empresa esteja obtendo, pelo
menos, sua taxa requerida de retorno. Tal resultado deveria aumentar o valor de mercado da
empresa e, conseqüentemente, a riqueza dos seus proprietários.” (GITMAN, loc. cit.).
36
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
37
PLANO DE NEGÓCIOS
HOTEL EMPRESARIAL DE CATALÃO
Rua Marcelino José da Silva, nº 485, Centro, Catalão, Goiás
www.hotelempresarial.com.br
hotelempresarial@bol.com.br
38
3.1.2 Sumário
3.1.3 Sumário executivo................................................................................................... 40
3.1.4 Descrição da empresa.............................................................................................. 42
3.1.5 Conceito do negócio................................................................................................ 46
3.1.6 Mercado e competidores......................................................................................... 50
3.1.7 Marketing e vendas................................................................................................. 55
3.1.8 Análise estratégica.................................................................................................. 57
3.1.9 Plano financeiro...................................................................................................... 59
3.2 Plano de negócios: considerações finais.................................................................... 86
39
3.1.3 Sumário executivo
O Hotel Empresarial de Catalão é uma empresa que pretende iniciar suas atividades no ano
de 2004 na cidade de Catalão, Goiás, buscando aproveitar uma oportunidade de negócio que fora
identificada intuitivamente e por pesquisa nessa região. A empresa, que está sendo instalada em
local estratégico e privilegiado, contará com uma área construída de 1.870 m² disposta numa área
total de 5.890 m². Suas instalações, que reunirão elegância, comodidade e conforto, aliados à
economicidade, serão distribuídas entre suítes master, casal e solteiro, sala de espera, recepção,
escritórios, restaurante, lavanderia, setor de estoque, salas de televisão e salão de reunião.
Através de sua estrutura arquitetônica que visa proporcionar um ambiente extremamente
agradável e de um conceito moderno de hospedagem, que incluem sobretudo talentos humanos
qualificados para prestar serviços perfeitos e pessoais, coadjuvados por preços justos, a empresa
deseja satisfazer a demanda crescente por serviços diferenciados de hotelaria, que tem aumentado
nos últimos anos em função do número de empresários, executivos, turistas, estudantes e
viajantes que dirigem-se para a cidade de Catalão, em função de seu “boom” econômico nos
últimos anos.
A equipe de gestão é um dos pontos fortes do Hotel Empresarial de Catalão, sendo
composta por três profissionais altamente qualificados e experientes, inclusive no seguimento
hoteleiro. Além da ótima formação e conhecimento do seguimento em que pretendem atuar,
outras características demasiadamente importantes em empreendedores de sucesso são
expressivas e encontradas em todos eles: dinamismo, seriedade, comprometimento, honestidade,
motivação para enfrentar e superar desafios, objetivando resultados positivos etc. São vários os
adjetivos qualificativos que constituem marcas indeléveis das pessoas que compõem a equipe de
gestão da empresa.
O Hotel Empresarial de Catalão é uma empresa que está sendo criada no ano de 2004 na
cidade de Catalão, Goiás, a fim de atender uma demanda insatisfeita de serviços diferenciados de
hotelaria. Nos últimos anos, essa cidade, que está estrategicamente localizada e que possui
significativos potenciais econômicos, tem sido objeto de intenso desenvolvimento, atraindo muito
rapidamente expressivos investimentos realizados por empresas nacionais e estrangeiras, tais
como a MMC Automotores do Brasil S.A., montadora de caminhonetes Mitsubishi, a Cameco do
Brasil, montadora de colheitadeiras de cana-de-açúcar, entre inúmeras outras.21
A vinda, ultimamente, de várias empresas para a cidade de Catalão, além das já existentes,
fizeram emergir uma nova realidade: a falta de um hotel com serviços diferenciados para atender
as pessoas de localidades outras que vêm a essa cidade em função de algum tipo de
relacionamento com tais empresas.22 Esse Quadro tem indicado uma demanda crescente pelo tipo
de serviço especial que o Hotel Empresarial de Catalão surge para atender.
Assim, o Hotel Empresarial de Catalão está sendo instalado estrategicamente numa área
total de 5.890 m² e área construída de 1.870 m², distribuídos entre suítes master, casal e solteiro,
sala de espera, recepção, escritórios, restaurante, lavanderia (inicialmente terceirizada), setor de
estoque, salas de televisão e salão de reunião, conforme projeto de arquitetura em anexo. Com
essa estrutura e com um conceito moderno de hospedagem, que incluem entre outras variáveis,
talentos humanos qualificados para prestar serviços perfeitos e pessoais e arquitetura que
proporciona um ambiente que reúne elegância, comodidade e conforto, aliados à economicidade,
a empresa deseja satisfazer a demanda crescente pelo tipo de serviço que ela prestará.
O Hotel Empresarial de Catalão está sendo edificado em terreno próprio estimado em R$
400.000,00 (quatrocentos mil reais). O local é ideal para a finalidade hoteleira: reúne
concomitantemente proximidade dos principais pontos empresariais e comerciais, tranqüilidade e
fácil acesso em relação às principais vias de passagem pela cidade, ampliando, assim, a
21
Serão mencionadas várias outras empresas, na seção deste documento que trata da análise do mercado.
22
Tais como executivos, consumidores, enfim, clientes, na acepção ampla desse termo, além de turistas, estudantes e
viajantes que passam pelas rodovias que cruzam a cidade.
42
possibilidade de oferta de serviços que concilia conforto e comodidade com preços moderados.
As obras do empreendimento já foram iniciadas, sendo realizado até a presente data o valor de R$
114.173,00, que serão considerados como a contrapartida dos recursos próprios dos proponentes.
As máquinas e equipamentos, móveis e utensílios serão realizados, também, com recursos
próprios.
O prazo previsto para execução da obra é de 10 meses.
Conheça um pouco mais da empresa e sua equipe de gestão, através dos dados apresentados
nos Quadros e Tabelas a seguir:
Administradores Qualificação
Estado civil Profissão Cargo
Weudes Sizervíncio Solteiro Administrador de CEO
Moreira empresas
Viviane Abadia Silva Solteira Contadora diretora administrativa /
financeira
José Humberto Rosa Solteiro Administrador de diretor de marketing / Recursos
empresas Humanos
Fonte: dados do projeto
43
Quadro 15 - Equipe de gestão (continua)
44
Tabela 9. (continuação)
♦ Organograma da empresa
CEO – chief
executive
officer
Figura 3 Organograma
Fonte: dados do projeto
45
3.1.5 Conceito do negócio: uma breve incursão histórica
Ninguém sabe precisar exatamente quando e como surgiu a atividade hoteleira no mundo.
Mas, os indícios levam a crer que esta atividade tenha se iniciado em função da necessidade
natural que os viajantes têm em procurar abrigo, apoio e alimentação durante suas viagens. De
acordo com algumas literaturas,23 a primeira notícia sobre a criação de um espaço destinado
especificamente à hospedagem vem de alguns séculos antes da era cristã, quando na Grécia
Antiga, no santuário de Olímpia, eram realizados os jogos olímpicos. Para esses eventos, foram
construídos o estádio e o pódio, onde se homenageavam os vencedores e ficava a chama
olímpica. Mais tarde, foram acrescentados os balneários e uma hospedaria, com cerca de 10 mil
metros quadrados , com o objetivo de abrigar os visitantes. Essa hospedaria teria sido o primeiro
hotel que se tem notícia.
Já as termas romanas, embora não se destinassem propriamente à hospedagem e sim ao
lazer, dispunham de água quente, instalações de até 100 mil metros quadrados e cômodos para os
usuários descansarem. Dependendo do status do cliente, esses aposentos podiam ser luxuosos e
de grandes dimensões, ou mais simples, menores, até mesmo de uso coletivo, para as pessoas
comuns.
A evolução da hotelaria sofreu grande influência dos gregos e especialmente dos romanos,
que tendo sido ótimos construtores de estradas, propiciaram a expansão das viagens por todos os
seus domínios e, conseqüentemente, o surgimento de abrigos para os viajantes. A Bretanha, por
exemplo, durante muitos séculos dominada por Roma, incorporou à sua cultura a arte de
hospedar, e ao longo de suas estradas se multiplicavam as pousadas. Essa mesma tendência era
comum a quase todos os países europeus, igualmente influenciados pelos romanos.
Como naquela época os meios de transportes não percorriam mais do que 60 quilômetros
diários, as viagens quase sempre duravam alguns dias. Disso resultou o estímulo à criação das
hospedarias que, em Roma, obedeciam a regras muito rígidas; por exemplo, um hoteleiro não
poderia receber um hóspede que não tivesse uma carta assinada por uma autoridade, estivesse ele
viajando a negócios ou a serviço do imperador.
Nas grandes e refinadas mansiones, amplos "hotéis" situados ao longo das principais vias,
tais normas eram seguidas à risca, o que não acontecia nas pequenas pousadas que proliferavam
nas redondezas das mansiones. Essas hospedarias eram muito numerosas e chegavam a dar nome
a certas regiões e a alguns locais de entretenimento, como os circus.
A famosa Via Appia, por exemplo, era um local repleto de pequenas pousadas, ao tempo do
Império Romano e naqueles estabelecimentos ocorria toda a sorte de orgias, crimes e desordens.
Nessa época de intrigas políticas e intensa luta pelo poder, os magistrados mantinham essas
pousadas sob vigilância, já que civis e militares, além dos funcionários dos correios, ali se
hospedavam. Isso levava as autoridades a colocarem os donos de pousada em sua ‘folha de
pagamento’, para que eles relatassem tudo que ouvissem de seus hóspedes. A lei obrigava a
manter vigília à noite, visando à segurança dos hóspedes, de quem era obrigatório anotar os
nomes, a procedência e a nacionalidade. Esse panorama continuou mais ou menos inalterado até
o final da Idade Antiga. Com a queda do Império Romano, as estradas vieram a ser menos
usadas, em razão da falta de segurança. Esse fato diminuiu o número de hóspedes, prejudicando
seriamente as pousadas. Desse modo, a hospedagem passou a ser oferecida pelos monastérios e
outras instituições religiosas, bem mais seguras e confiáveis. De início tratava-se de um serviço
informal. Contudo, essa hospitalidade dispensada pelos religiosos tornou-se, mais tarde, uma
23
Entre elas o livro Introdução a turismo e hotelaria, 2001, editado pelo SENAC.
46
atividade organizada, com a construção de quartos e refeitórios separados, e monges dedicados ao
atendimento dos viajantes. Posteriormente, foram construídos prédios próximos aos monastérios,
destinados exclusivamente aos hóspedes dando origem às pousadas.
Nesses abrigos, os hóspedes eram obrigados a cuidar da própria alimentação, da iluminação
(velas, lampiões, etc.) e das roupas de dormir. Além disso, os viajantes dependiam da boa
vontade e da acolhida dos responsáveis pelas pousadas.
No século XII, as viagens na Europa voltavam a se tornar mais seguras, e rapidamente as
hospedarias se estabeleceram ao longo das estradas. Aos poucos, diversos países implantavam
leis e normas para regulamentar a atividade hoteleira, especialmente a França e a Inglaterra.
A França, por exemplo, já dispunha de leis reguladoras dos estabelecimentos e dos serviços
hoteleiros no ano de 1254 (século XIII), enquanto na Inglaterra isso aconteceu em 1446 (século
XV). No ano de 1514 (século XVI), os hoteleiros de Londres foram reconhecidos legalmente,
passando de hostelers (hospedeiros) para innholders (hoteleiros).
Em 1589 foi editado pelos ingleses o primeiro guia de viagens de que se tem notícia,
definindo de modo claro os diferentes tipos de acomodações disponíveis para viajantes a negócio
ou passeio.
No interior da Inglaterra, muitas pousadas se desenvolveram a partir dos monastérios que
fechavam suas portas. Alguns modernos hotéis ingleses, sem dúvida, tiveram essa origem, a
exemplo do New Inn, em Gloucester, e o George, em Glastonbury.
Em 1650 (século XVII), consolidou-se na Europa um meio de transporte que teve grande
influência na expansão da hotelaria: as diligências, carruagens puxadas por cavalos.
Durante quase 200 anos, esses veículos circularam pelas estradas européias, garantindo um
fluxo constante de hóspedes para as pousadas e hotéis. Convém notar que muitos serviços de
diligências foram estabelecidos pelos próprios hoteleiros, que assim conseguiam assegurar
clientela para seus estabelecimentos.
Até o fim da era das diligências, em torno do ano de 1840 - quando surgiram as ferrovias -,
os terminais de trota e os estábulos ficavam instalados nas pousadas. Velhos estabelecimentos
foram reformados ou reconstruídos, outros novos surgiram em estradas que levavam às capitais,
devido ao intenso tráfego das diligências. Algumas das maiores pousadas daquele período foram
projetadas especificamente para se integrar com esse meio de transporte, fazendo o papel de
estação de chegadas e partidas. Dispunham de escritório de reservas e salas de espera; além disso,
muitas dessas “estações” possibilitavam ao viajante fazer reservas e comprar passagens de
diligências, de várias rotas, a partir da pousada. o Hotel Royal, na Inglaterra, por exemplo, tinha
um total de 23 linhas.
Com a chegada das ferrovias, as diligências praticamente desapareceram, e a rede hoteleira
que delas dependia sofreu um golpe rude, já que as ferrovias eram um meio de transporte muito
mais rápido, o que resultava em viagens de menor duração. Muitos hoteleiros não conseguiram se
adaptar aos novos tempos, já que estavam habituados com determinadas regras de hospedagem.
Dessa maneira, muitos hotéis fecharam suas portas ou reduziram seu tamanho, enquanto
outros estabelecimentos conseguiram acompanhar as novas regras e se ambientar com o novo
meio de transporte. Novos hotéis foram construídos, próximos às estações ferroviárias, a exemplo
de Euston, em Londres.
No final do século XIX, os hóspedes tinham se tornado mais exigentes e surgiram então
hotéis de grande luxo, como os famosos Savoy, Ritz, Claridge, Carlton e outros, acompanhando a
tendência dos fabulosos trens e navios de passageiros da época.
O ano de 1872 trouxe uma novidade: a primeira viagem turística em grupo, organizada por
Thomas Cook. Daí para frente, o seguimento de hotelaria foi cada vez mais ampliado, chegando
47
aos níveis que se tem hoje. Ocorre, contudo, que – tal como as ferrovias inauguraram uma nova
realidade para o seguimento hoteleiro em anos passados, onde muitos fecharam por não
conseguir se adaptar às mudanças ambientais – vários fatores surgem na nossa época impondo ao
seguimento adaptações e mudanças violentas. É o caso da realidade, hoje, em Catalão. O
progresso, propiciado notadamente pela vinda de grandes e inúmeras empresas, tem exigido do
setor hoteleiro respostas, adaptações e mudanças que os hotéis da região não conseguem efetivar.
É neste ponto que entra o Hotel Empresarial de Catalão, com um novo conceito de hotel e de
hospedagem.
48
• O hotel deverá ser um grande anfitrião. Receberá seus convidados da melhor maneira possível,
com sutilezas e agrados para que saiam muito satisfeitos.
• O Staff deverá ser preparado pela gerência e operadora. Os empregados que terão contato com o
hóspede deverão estar preparados para atendê-lo em até pequenos serviços, como fazer uma
bainha de calças ou pregar botões, ou até ir buscar uma encomenda.
• Todo o Staff deverá estar preparado para receber o hóspede com requinte e alegria.
• Os hotel deverá traduzir um estilo de vida fugindo dos padrões impessoais das redes
internacionais.
• Trazer ao hóspede algo mais que um banho e uma simples cama para dormir.
• Lazer e Cultura. Ter uma ampla e vasta programação que possa atender não só o hóspede que
pernoita ou o de fim de semana, como também aquele que passa uma semana ou mais.
• Lembrar-se sempre de que o homem precisa se divertir. O hóspede deverá alegrar-se e sentir-se
bem ao chegar, ao entrar e ao sair do hotel, sendo sua estadia com fins de negócios ou lazer.
Assim uma vasta programação deverá estar pronta a ser acionada, mesmo que o hóspede não a
utilize. Como por exemplo: sala para leitura, bar com local para fumar um bom charuto, fitness
com massagistas deverão estar à postos para trazer ao hóspede a sensação de bem estar.
• Multiplicidade de serviços e funções num só ambiente. Exemplo: os ambientes deverão estar
preparados para funcionarem com mais de uma função como salas de leitura com estações de
vídeo-games, computadores, jogos de cartas, bar, drinks, ou neste mesmo local poderá ser
feito um coquetel com música ao vivo ou ambiente.
• A gestão do hotel deverá ser criativa.
• Segurança da construção e da pessoa física. Segurança individual do hóspede deve ser uma
preocupação de cada membro do staff hoteleiro, assim como é máxima nos atuais projetos
arquitetônicos que tem sua hidráulica, elétrica, sensores de incêndio, detectores de fumaça,
alto limpeza nos serviços de ar, higiene na filtragem das águas em geral, detalhados nos
mínimos detalhes. O hóspede deverá sentir-se seguro dentro do edifício.
• Construção sólida, mobiliário adequado, fácil manutenção.
• Todo o trabalho da construção e decoração deverá estar de comum acordo com os idealizadores
do projeto, que ditarão as normas operacionais hoteleiras imprescindíveis ao sucesso dos
projetos arquitetônicos, porque sem as mesmas o resultado pode ser o desastre do
empreendimento como um todo.
• Assim, desde o projeto de construção, estarão sempre presentes as mesmas preocupações, ou
seja, tornar a estadia do hóspede o mais agradável possível, dando-lhe atendimento
diferenciado e exclusivo. Oferecendo-lhes ambientes agradáveis com múltiplas e variáveis
funções, apresentando serviços eficientes, através de automação do hotel, tornando alguns
serviços mais eficientes e mais rápidos.
3.1.5.2 O negócio Hotel Empresarial de Catalão: foco nos benefícios dos serviços
A origem do mercado de hospedagem na região central do país está ligada à penetração das
Entradas e Bandeiras, no início do Século XVIII. Estas tinham por objetivo a captura de mão-de-
obra indígena para escravizar e ajudar na busca de riquezas minerais. Dados históricos
demonstram que Bartolomeu Bueno veio em 1722, em demanda dos sertões dos índios goyazes,
passando pelo lugar onde hoje está edificada a cidade de Catalão, tendo aberto, na ocasião, o
Porto Velho no Rio Paranaíba e plantando, nas proximidades da margem direita do Ribeirão
Ouvidor, um marco (Cruzeiro, transferido posteriormente para a cidade de Goiás) designando,
dessa forma, sua passagem por este lugar. O povoamento iniciou-se por volta de 1728, com a
construção de um rancho para apoio, por um padre da Catalunha, apelidado de “Catalão”,
derivando daí o nome da cidade.
A comarca do Rio Paranaíba, com sede na cidade de Catalão, foi criada pela Lei Provincial
de 06 de Julho de 1850, sendo elevada a categoria de cidade pela Lei Provincial de 20 de Agosto
de 1859, apesar de certa autonomia política que a cidade desfrutava desde meados de 1770. O
primeiro surto de progresso da cidade ocorreu com a chegada da estrada de ferro, na década de
1910, quando Catalão se tornou um dos municípios mais populosos do Estado.
Após a transferência da capital para Goiânia, a cidade começou a entrar em declínio, só
vindo a recuperar-se economicamente com a construção de Brasília, pondo fim ao período do
coronelismo, em que a cidade era marcada pela violência política, mas também por uma
efervescência cultural marcante, chegando a residir na cidade Bernardo Guimarães e Fagundes
Varela.
Contemporaneamente, a vida da cidade foi marcada pela instalação de mineradoras na
cidade, nos anos finais da década de 1980, período que também foi marcada pela modernização
da agricultura.
A década de 1990 foi marcada por um processo vertiginoso de industrialização na cidade,
sobretudo nos setores de confecção, mínero-metalúrgico, mecânico, fabril e alimentícios.
Atualmente, a cidade conta com três instituições de ensino superior, a Universidade Federal de
Goiás - UFG –, o Centro de Ensino Superior de Catalão – CESUC – além do pólo avançado da
Universidade Estadual de Goiás – UEG –, que congregam mais de dois mil universitários, sendo
que aproximadamente 2/3 são de outras cidades, levando cerca de 1.500 pessoas por semestre a
procurar hospedagem na cidade, entre professores e parentes, para as formaturas.
Possui também uma fundação cultural das mais ativas do estado, bem como três hospitais e
inúmeras clínicas e laboratórios das mais variadas especialidades, inclusive o trabalho
ancológico.
A malha de transporte é muito variada sendo a cidade servida por rodovias federais e
estaduais, que a ligam às principais cidades do estado e do país, estando, porém, mais ligada
economicamente com a cidade mineira de Uberlândia. Além disso, a cidade é servida por ferrovia
e aeroporto. O índice de alfabetização bem como o percentual da população com curso superior é
50
inferior apenas ao da capital, sendo que, via de regra, os indicadores sociais podem ser
considerados bons.24
As indústrias da cidade encontram-se em áreas distintas: próximo a divisa com o município
de Ouvidor situa-se as transnacionais: Mineração Catalão S/A e Copebrás S/A (ambas de capital
Sul-Africano), bem como a Ultrafértil S/A, sendo que a primeira é mínero-metalúrgica
(exploração de nióbio) e as duas últimas extraem e industrializam o fosfato.
Entretanto, é no DIMIC (Distrito Mínero-industrial de Catalão) criado na década de 80 e
administrado pela Goiás Industrial, que se concentra maior parte das indústrias da cidade. O
DIMIC abriga empresas como Mitsubishi (montadora de veículos), Agroquímica, Aducat,
Fertivel, ADM (fertilizantes), Cerâmica Catalão, Líder (armazenamento de grãos); Inagro (sal
mineral), Oliveira Mello (implantação de rede de esgoto pluvial, reservatórios d`água), Cameco
do Brasil (montadora de colheitadeira), HHJ (recuperadora de resíduos industriais) e diversas
outras.
Na agropecuária destaca-se o cultivo de trigo, milho, soja, alho e feijão irrigado, tendo
também um rebanho com mais de cem mil cabeças de gado bovino, animais de grande potencial
genético.
O município de Catalão está situado no sudeste do estado de Goiás, economicamente,
compreende um complexo industrial e agropecuário de extrema importância para o estado.
Embora a cidade apresente indicadores sócio-econômicos superiores à média estadual, as opções
públicas são bastante limitadas. Os investimentos da administração estadual, em suas várias
gestões, têm tido direcionamento muitas vezes equivocados, como é o caso da ênfase em
construções de ginásios poliesportivos. É o caso, por exemplo, do grande complexo esportivo
construído em 1990, que, superdimensionado, vem sendo sub-utilizado pela população do
município de Catalão.
Portanto, Catalão é uma cidade com grandes potenciais econômicos e encontra-se em
franco desenvolvimento, sendo que a cada dia atrai novos investimentos, ultimamente
estrangeiros, os quais estão ligados a interesses políticos e do próprio sistema capitalista, que
impulsionam as empresas a buscarem toda e qualquer condição que possa otimizar os seus lucros.
O setor de hotelaria tem crescido muito nos últimos anos. No Brasil as taxas de crescimento
tem sido em torno de 10% a.a. Em Goiás, segundo dados do Sebrae esse crescimento tem
alcançado índices em torno de 15% a.a. A elevação dos índices de procura por hotéis se deve a
vários fatores, sendo que o crescimento do turismo e as viagens de negócios são os dois
principais fatores do aumento pela demanda dos serviços de hotelaria.
Nos últimos anos, conforme indicam fontes da Agência Nacional de Turismo, as pessoas
tem, em função da vida agitada dos grandes centros e do relativo melhoramento da situação
financeira, realizado pelo menos cinco vezes mais viagens que há 10 ou 15 anos atrás. No que diz
respeito à viagens de negócios, o Quadro não é diferente, principalmente quando se adiciona aos
negócios as viagens ligadas a estudos e eventos correlacionados.
Na cidade de Catalão, conforme dados de pesquisa realizada pelo Sebrae-Goiás, existem
três fatores básicos que têm contribuído para a atração temporária de pessoas de outras
localidades: o número crescente de empresas, a educação, impulsionada notadamente pelas três
24
Indicadores econômicos e sociais da cidade podem ser encontrados no anexo.
51
instituições de ensino superior e o turismo regional, em especial, quando se considera a
proximidade da cidade turística de Três Ranchos.
3.1.6.2 Mercado-alvo25
Após pesquisa realizada pelos proponentes e pelo autor deste projeto, considerando não
somente a demanda insatisfeita por hospedagens mais “adequadas ao uso”, mas, também, a taxa
de ocupação, os preços dos concorrentes e a disponibilidade de oferta, chegou-se à conclusão da
seguinte projeção de venda dos serviços mensais de hotelaria do Hotel Empresarial de Catalão,
conforme Tabela 4 abaixo, nos 12 primeiros anos da empresa:
Tabela 4 - Projeção de venda mensal dos serviços de hotelaria nos anos do projeto (continua)
25
Não se precisou para elaboração deste trabalho realizar um estudo de mercado completo da cidade de Catalão e
região, haja vista que o Sebrae-Goiás, a pedido dos proprietários do Hotel Empresarial de Catalão, realizou este
estudo recentemente. Apenas tivemos a atenção de verificar in loco a conformidade de alguns desses dados.
26
Obs.: a mesma que já foi referenciada.
52
Tabela 4. Continuação
53
Tabela 5 - Política de vendas dos serviços
Fornecedores Local
Distribuidora de Bebidas Catalunha Av. Goiás, 756, centro, Catalão
Supermercado Marcelino Av. Marcelino, 245, Centro, Catalão
Supermercado São João Rua Santo Antônio, 1152, Jardim Europa
Sacolão Central Rua Floriano Peixoto, 345, Vila Aurora
Fonte: dados do projeto
Assim sendo, a origem regional do material de consumo técnico se enquadra como segue no
Quadro 17:
54
Tabela 6 - Política de compras
3.1.7.1 O serviço
3.1.7.2 Preço
A empresa definiu, também com base no estudo de mercado, que as vendas dos serviços
seguirão o seguinte critério, concorde apresenta Tabela 9:
3.1.7.3 Praça
56
3.1.7.4 Propaganda / comunicação
Unidade de meses
hospedagem Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Suíte máster 180 210 214 218 223 227 232 236 241 246 251 256
Suíte casal 120 180 184 187 191 195 199 203 207 211 215 219
Suíte solteiro 540 750 765 780 796 812 828 845 862 879 896 914
Fonte: dados do projeto
57
Quadro 19 - Análise SWOT
Análise interna
Forças Fraquezas
• Experiência dos empreendedores; • Indisponibilidade de capital próprio suficiente para
• Ardente desejo dos empreendedores de vencer; iniciar o negócio.
•Conceito diferenciado dos serviços;
• As melhores e mais novas instalações da região;
• Ambiente agradável, charmoso, requintado, alegre e
elegante;
• Os melhores serviços da região: perfeitos e
personalizados;
• Funcionários treinados e com autoridade para
satisfazer rapidamente o cliente.
• Preços das diárias moderados e competitivos com os
praticados na região;
• Programação que inclui lazer, cultura e diversão;
• Segurança e confiabilidade.
Análise externa
Oportunidades Ameaças
• Crescimento acentuado do número de possíveis • Possibilidade de algum concorrente acordar da
consumidores; ‘sonolência’ empresarial e reestruturar o seu
• Existência de demanda insatisfeita; negócio.
• Incapacidade momentânea da concorrência em • Impossibilidade de estabelecimento de barreiras
atender a demanda insatisfeita; para novos ingressantes.
• Falta de experiência e de uma postura
empreendedora da concorrência;
• Clientes buscando cada vez mais fugir dos padrões
impessoais das grandes redes.
Fonte: dados do projeto
58
3.1.9 Plano financeiro: previsões dos resultados financeiros e investimentos
3.1.9.1 Investimentos
59
Quadro 20. Continuação
Ferro elétrico 2 23,00 46,00
Fogão 04 bocas com forno 1 506,00 506,00
Forno elétrico 1 250,00 250,00
Freezer horizontal 420 Lt. 1 791,00 791,00
Freezer vertical 260 Lt. 1 700,00 700,00
Frigideira média 3 10,00 30,00
Frigideira pequena 2 6,00 12,00
Frigobar 80 Lt. 14 390,00 5.460,00
Garfo para cozinha 3 3,70 11,10
Geladeira 340 Lt. 1 672,00 672,00
Guardanapo 160 0,50 80,00
Jarra para suco inox 2 Lt. 6 68,00 408,00
Jogo de lençol – casal 42 37,00 1.554,00
Jogo de lençol – solteiro 84 25,00 2.100,00
Leiteira grande 1 20,00 20,00
Leiteira pequene 2 18,00 36,00
Liquidificador 1 293,00 293,00
Lixo (cesto) 50 5,50 275,00
Mesa para computador 1 150,00 150,00
Panela média 3 45,00 135,00
Pegador para pão 10 2,00 20,00
Pirex oval G 4 10,54 42,16
Pirex retangular 39 Cm 4 11,32 45,28
Prato para pão 80 4,50 360,00
Prato raso 80 5,00 400,00
Sacarolha 1 15,00 15,00
Tábua para picar 4 5,35 21,40
Taça grande 80 2,05 164,00
Taça média 80 1,80 144,00
Telefone 32 29,00 928,00
Toalha de banho 126 17,00 2.142,00
Toalha de mesa 60 10,00 600,00
Toalha de rosto 126 6,00 756,00
Travessa inox nº 450 10 30,00 300,00
Travessa inox nº 500 10 32,00 320,00
Travesseiro 56 15,00 840,00
Tulipa 80 1,14 91,20
TV Philips 14" 28 338,00 9.464,00
Xícara com pires 80 2,30 184,00
TOTAL 67.976,00
Fonte: dados do projeto
60
O Quadro 21 a seguir, detalha o investimento que deve ser concretizado em equipamentos de
informática.
Quadro 21 - Equipamentos de informática a realizar
Descrição Quantidade Valor unitário (em Valor total (em R$)
R$)
Computador Toshiba completo 1 1.780,00 1.780,00
Estabilizador 1 50,00 50,00
Impressora 1 300,00 300,00
TOTAL 2.130,00
Fonte: dados do projeto
61
Apresenta-se, agora, no Quadro 23, o cronograma físico-financeiro da construção civil, que
será efetivado como segue:
Discriminação realizado
Total 30/6 1º Mês 2º Mês 3º Mês 4º Mês 5º Mês 6º Mês 7º Mês 8º Mês 9º Mês 10º Mês
Serviços Preliminares 15.250 13.725 153 153 153 153 153 153 153 153 153 153
Infra-estrutura 64.263 51.410 1.285 1.285 1.285 1.285 1.285 1.285 1.285 1.285 1.285 1.285
Supra-estrutura 153.640 30.728 30.728 30.728 15.364 15.364 7.682 7.682 7.682 7.682
Paredes e Painéis 138.552 14.212 5.626 11.252 16.134 28.089 5.626 2.813 14.895 22.563 13.229 4.114
Cobertura 15.503 5.540 3.431 4.816 1.716
Revestimento 74.444 3.771 13.319 7.908 14.660 13.607 12.382 8.796
Pavimentação 41.928 1.400 16.474 3.896 3.896 4.436 4.436 7.389
Instalações 93.510 4.098 2.153 2.153 2.217 16.040 14.159 10.827 10.507 9.351 8.773 13.233
Complementações 12.794 1.859 1.859 1.859 1.859 2.679 2.679
% 100,00% 18,72% 6,55% 7,47% 6,67% 11,40% 10,72% 6,25% 9,01% 9,99% 7,04% 6,17%
Total 609.884 114.17 39.945 45.570 40.692 69.533 65.373 38.138 54.937 60.936 42.938 37.650
3
Fonte: dados do projeto
Discriminação Realizado
Total 30/6 1º Mês 2º Mês 3º Mês 4º Mês 5º Mês 6º Mês 7º Mês 8º Mês 9º Mês 10º Mês
Equip./móveis/utens. 70.106 17.527 31.548 21.032
Projeto 7.560 1.512 1.512 1.512 1.512 1.512
% 100,00% 1,95% 1,95% 1,95% 1,95% 1,95% 0,00% 0,00% 0,00% 22,57% 40,62% 27,08%
Total 77.666 1.512 1.512 1.512 1.512 1.512 0 0 0 17.527 31.548 21.032
Fonte: dados do projeto
62
Já o Quadro 26, destacado abaixo, descreve os itens e valores relacionados à manutenção
do imobilizado.
3 – INVESTIMENTO TOTAL (1+2) 0,00 203.460,00 28,92 500.000,00 71,08 703.460,00 100,00
63
As Tabelas 10, 11, 12, 13 e 14 abaixo, destacam, respectivamente, as condições do
financiamento desejado: origem e modalidade, prazo, encargos, garantias e avalistas.
Investimento fixo
Prazo
Carência 3 Anos ou 36 meses
Amortização 9 Anos ou 108 meses
Total 12 Anos ou 144 meses
Fonte: dados do projeto
Encargos financeiros
Juros 10,00 % ao ano ou 0,80 % ao mês
Fonte: dados do projeto
Tabela 13 - Garantias
Discriminação
Imóvel residencial com 143,00 m2 e terreno com 264,00 m2
Imóvel residencial com 143,00 m2 e terreno com 300,00 m2
Lote de terreno com 264,00 m2
Lote de terreno com 253,00 m2
Lote de terreno com 5.890,66 m2
Fonte: dados do projeto
Tabela 14 - Avalistas
AVALISTAS C.P.F.
Leonardo Abadia Silva 125.388.681-49
Adenilson Andrade da Silva 133.928.401-49
Raul Francisco Rosa 842.852.301-00
Fonte: dados do projeto
64
O Quadro 29, seguinte, apresenta os usos e fontes do investimento.
A origem dos recursos próprios: reservas dos sócios, comprovada pela declaração de
imposto de renda, sendo que já foi realizado na obra, R$ 114.173,00, como comprovação do
recursos próprio.
Mês Saldo Juro Juro pago Correção Correção Amortização Prestação Média Acumulado
devedor devido dev. pg.
0 500.000,00
1 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
2 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
3 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
4 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
5 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
6 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
7 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
8 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
65
Quadro 30. Continuação
9 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
10 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
11 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
12 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07 3.987,07 47.844,84
13 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - 3.987,07
14 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
15 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
16 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
17 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
18 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
19 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
20 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
21 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
22 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
23 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
24 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07 3.987,07 47.844,84
25 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - 3.987,07
26 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
27 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
28 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
29 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
30 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
31 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
32 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
33 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
34 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
35 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07
36 500.000,00 3.987,07 3.987,07 - - - 3.987,07 3.987,07 47.844,84
37 495.370,37 3.987,07 3.987,07 - - 4.629,63 8.616,70
38 490.740,74 3.950,15 3.950,15 - - 4.629,63 8.579,78
39 486.111,11 3.913,24 3.913,24 - - 4.629,63 8.542,87
40 481.481,48 3.876,32 3.876,32 - - 4.629,63 8.505,95
41 476.851,85 3.839,40 3.839,40 - - 4.629,63 8.469,03
42 472.222,22 3.802,48 3.802,48 - - 4.629,63 8.432,11
43 467.592,59 3.765,57 3.765,57 - - 4.629,63 8.395,20
44 462.962,96 3.728,65 3.728,65 - - 4.629,63 8.358,28
45 458.333,33 3.691,73 3.691,73 - - 4.629,63 8.321,36
46 453.703,70 3.654,81 3.654,81 - - 4.629,63 8.284,44
47 449.074,07 3.617,90 3.617,90 - - 4.629,63 8.247,53
48 444.444,44 3.580,98 3.580,98 - - 4.629,63 8.210,61 8.413,65 100.963,86
49 439.814,81 3.544,06 3.544,06 - - 4.629,63 8.173,69
50 435.185,19 3.507,15 3.507,15 - - 4.629,63 8.136,77
51 430.555,56 3.470,23 3.470,23 - - 4.629,63 8.099,86
52 425.925,93 3.433,31 3.433,31 - - 4.629,63 8.062,94
53 421.296,30 3.396,39 3.396,39 - - 4.629,63 8.026,02
54 416.666,67 3.359,48 3.359,48 - - 4.629,63 7.989,11
55 412.037,04 3.322,56 3.322,56 - - 4.629,63 7.952,19
56 407.407,41 3.285,64 3.285,64 - - 4.629,63 7.915,27
66
Quadro 30. Continuação
67
Quadro 30. Continuação
68
Veja no Quadro 31, a seguir, o resumo dos encargos financeiros e amortizações.
69
3.1.9.2.1 Projeção de receita
70
Quadro 33 - Continuação
Hospedagem Suite UH UH
Casal 207 50,00 10.338,1 124.058,05 211 50,00 10.544,93 126.539,21
7
Hospedagem Suite UH UH
Solteiro 862 40,00 34.460,5 413.526,84 879 40,00 35.149,78 421.797,38
7
Receita Frigobar UND - UND -
80,64 2.419,13 29.029,58 82,25 2.467,51 29.610,18
Total
1.310 64.103,5 769.242,63 1.336 65.385,62 784.627,48
5
Serviço ANO XI Ano XII
UND QTD VR VR VR UND QTD VR VR VR
UNIT MENS ANUAL UNIT MENS ANUAL
Hospedagem Suite UH UH
Máster 251 70,00 17.567,8 210.814,33 256 70,00 17.919,22 215.030,62
6
Hospedagem Suite UH UH
Casal 215 50,00 10.755,8 129.070,00 219 50,00 10.970,95 131.651,40
3
Hospedagem Suite UH UH
Solteiro 896 40,00 35.852,7 430.233,32 914 40,00 36.569,83 438.837,99
8
Receita Frigobar UND - UND -
83,90 2.516,86 30.202,38 85,57 2.567,20 30.806,43
Total
1.362 66.693,3 800.320,03 1.390 68.027,20 816.326,43
4
Fonte: dados do projeto
• A capacidade total de leitos disponíveis para o primeiro ano será de 40 UH's, sendo 08 suites master, 06 suites
casal e 26 suites solteiro. A ocupação está sendo projetada para 06 suites master, 04 suites casal e 18 suites solteiro,
diariamente, representando 36,84% da capacidade total.
• Para o segundo ano, considerou-se a ocupação (leitos) de 07 suites master, 06 suites casal e 25 suites solteiro,
representando 50% da capacidade total por dia.
• Para os anos seguintes foi considerado um acréscimo de 2% ao ano, sendo que no 12º ano a ocupação total
representará 61% da disponibilidade da empresa.
• Foi considerado o consumo (frigobar) de R$ 5,40 por hóspede (suite master e casal), e um acréscimo de 2% para os
anos seguintes, conforme projeção de ocupação.
71
Quadro 34 - Demonstração do Resultado – projetada
Descrição Valor %
Mês Ano Total
1-Receita operacional bruta 41.820,00 501.840,00 100,00%
1.1 – Receita de vendas 41.820,00 501.840,00 100,00%
. Hospedagem suite máster 12.600,00 151.200,00 30,13%
. Hospedagem suite casal 6.000,00 72.000,00 14,35%
. Hospedagem suite solteiro 21.600,00 259.200,00 51,65%
. Receita frigobar 1.620,00 19.440,00 3,87%
(-) 2-Custos variáveis 10.368,18 124.418,16 47,48%
2.1 - Custo do serviço vendido (C.S.V.) 5.250,00 63.000,00 37,03%
. Café da manhã 2.730,00 32.760,00 6,53%
. Lavanderia 2.520,00 30.240,00 6,03%
2.2 – Custos de mercadoria vendida (CMV) 750,06 9.000,72 22,68%
. Frigobar 750,06 9.000,72 1,79%
2.3 – Custos de comercialização 4.368,12 52.417,44 10,45%
. Simples 2.760,12 33.121,44 6,60%
. ISSQN 1.608,00 19.296,00 3,85%
. ICMS 0,00 0,00 0,00%
(=) 3-Margem de contribuição (1 - 2) 31.451,82 377.421,84 52,52%
(-) 4-Custos operacionais (fixos) 19.101,57 229.218,86 45,68%
Salário fixos 4.200,00 50.400,00 10,04%
Encargos s/ salário fixo 1.470,00 17.640,00 3,52%
Retirada dos sócios + encargos sociais 3.000,00 36.000,00 7,17%
Água 800,00 9.600,00 1,91%
Energia elétrica 2.000,00 24.000,00 4,78%
Telefone 200,00 2.400,00 0,48%
Material de limpeza e escritório 1.500,00 18.000,00 3,59%
Sindicato e associações 200,00 2.400,00 0,48%
Alimentação e lanche 630,00 7.560,00 1,51%
Despesas com veículos 300,00 3.600,00 0,72%
Despesas bancárias 200,00 2.400,00 0,48%
Despesas com viagens 500,00 6.000,00 1,20%
Honorários contábeis 200,00 2.400,00 0,48%
Propaganda e publicidade 200,00 2.400,00 0,48%
Manutenção 283,33 3.399,95 0,68%
Seguro 283,33 3.399,95 0,68%
Depreciação 2.634,91 31.618,96 6,30%
Outros 500,00 6.000,00 1,20%
(=) 5-Lucro antes do I.R. (3 - 4) 12.350,25 148.202,98 6,85%
(-) 6-Prov. P/ I.R. - C.S. 0,00 0,00 0,00%
(=) 7-Lucro líquido (5 - 6) 12.350,25 148.202,98 29,53%
6-Ponto de equilíbrio (4 / 3) 25.398,46 304.781,50 60,73%
Fonte: dados do projeto
72
Veja, agora, a projeção das necessidades de capital de giro, que se apresenta conforme o
Quadro 35.
Necessidades Ano 1
1.1 – Caixa mínimo – CM
CM = [ (Custo total - Depreciação) x P.M. em Dias ] / 360 = 2.683,48
1.2 – Financiamento das vendas – FV
FV = [ ((Custo total - Dep) x % Vendas a prazo) x P.M. em dias ] / 360 = 18.784,39
1.3 – Estoque mercadoria (café da manhã)
Em = (Custo da mercadoria x P.M. em dias) / 360 = 637,00
1.4 - Estoque mercadoria (frigobar)
Em = (Custo da mercadoria x P.M. em dias) / 360 = 750,06
Fonte: dados do projeto
Quadro 36 - Recursos
73
Passa-se, agora, para as projeções e análises financeiras.
Segue abaixo, Quadro 38, a projeção de resultado e fluxo de caixa do Hotel Empresarial de
Catalão para os anos do projeto.
74
Quadro 38. Continuação
11- (=) Lucro líquido 228.107,00 219.189,15 208.856,64 196.969,60 183.374,90 167.904,93 150.376,20
exercício
12- (+) Depreciação 31.618,96 31.618,96 31.618,96 31.618,96 31.618,96 31.618,96 31.618,96
13- Fluxo de caixa (11+12 + 259.725,96 250.808,11 240.475,60 228.588,56 214.993,86 199.523,89 181.995,16
4)
14- Capacidade de pagamento 259.725,96 250.808,11 240.475,60 228.588,56 214.993,86 199.523,89 181.995,16
(11+12)
15- (-) Amortização 90.331,67 85.015,57 79.699,48 74.383,39 69.067,29 63.751,20 58.435,11
financeira
16- (-) Outros financiamentos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
17- Saldo para investimento 169.394,29 165.792,53 160.776,12 154.205,17 145.926,57 135.772,69 123.560,05
18- Saldo acumulado 890.045,24 1.055.837,77 1.216.613,89 1.370.819,06 1.516.745,63 1.652.518,33 1.776.078,38
Fonte: dados do projeto
Veja, agora, conforme Quadro 39 a projeção dos custos do Hotel Empresarial de Catalão
para os anos do projeto.
75
Quadro 39. Continuação
2.8- Sindicato / associação - 0,48
2.400,00 2.424,00 2.448,24 2.472,72 2.497,45
2.9- Alimentação / lanche - 1,51
7.560,00 7.711,20 7.865,42 8.022,73 8.183,19
2.10- Despesa veículo - 0,72
3.600,00 3.672,00 3.745,44 3.820,35 3.896,76
2.11- Despesa bancária - 0,48
2.400,00 3.202,64 3.266,69 3.332,03 3.398,67
2.12- Despesa viagem - 1,20
6.000,00 8.006,60 8.166,73 8.330,07 8.496,67
2.13- Honorário contábil - 0,48
2.400,00 2.424,00 2.448,24 2.472,72 2.497,45
2.14- Propaganda / publicidade - 0,48
2.400,00 2.400,00 2.400,00 2.400,00 2.400,00
2.15- Manutenção - 0,68
3.399,95 3.399,95 3.399,95 3.399,95 3.399,95
2.16- Seguro - 0,68
3.399,95 3.399,95 3.399,95 3.399,95 3.399,95
2.17- Depreciação - 6,30
31.618,96 31.618,96 31.618,96 31.618,96 31.618,96
2.18-Outros - 1,20
6.000,00 6.072,00 6.144,86 6.218,60 6.293,23
3- Custo total - 70,47
353.637,02 414.965,08 432.736,66 451.740,90 472.080,63
Discriminação Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12
valor - R$ valor - R$ valor - R$ valor - R$ valor - R$ valor - R$ valor - R$
*Receita operacional
724.874,51 739.372,00 754.159,44 769.242,63 784.627,48 800.320,03 816.326,43
1- Custos variáveis:
204.674,52 212.901,03 221.554,90 230.662,09 240.250,30 250.349,01 260.989,67
1.1- Custo do Serviço Vendido
110.467,56 116.809,94 123.541,98 130.688,92 138.277,66 146.336,92 154.897,34
1.1.1- Café da manhã
61.420,97 65.781,85 70.452,37 75.454,48 80.811,75 86.549,39 92.694,39
1.1.2- Lavanderia
49.046,60 51.028,08 53.089,62 55.234,44 57.465,91 59.787,53 62.202,95
1.2- Custo da mercadoria
vendida 12.665,47 12.918,78 13.177,15 13.440,70 13.709,51 13.983,70 14.263,38
1.2.1- Frigobar
12.665,47 12.918,78 13.177,15 13.440,70 13.709,51 13.983,70 14.263,38
1.3- Custo de comercialização
81.541,49 83.172,31 84.835,76 86.532,48 88.263,13 90.028,39 91.828,96
1.3.1- ISSQN
27.900,77 28.458,79 29.027,96 29.608,52 30.200,69 30.804,71 31.420,80
1.3.2- Simples
53.640,71 54.713,53 55.807,80 56.923,95 58.062,43 59.223,68 60.408,16
1.3.3- PIS
- - - - - - -
1.3.4- Cofins
- - - - - - -
1.3.5- Contribuição Social
- - - - - - -
1.3.6- I R P J
- - - - - - -
1.3.7-ICMS
- - - - - - -
2- Custos fixos:
292.092,99 307.281,82 323.747,90 341.610,93 361.002,28 382.066,09 404.960,56
2.1- Salários
81.169,70 89.286,67 98.215,34 108.036,88 118.840,56 130.724,62 143.797,08
2.2- Encargos s/ salário
28.409,40 31.250,34 34.375,37 37.812,91 41.594,20 45.753,62 50.328,98
2.3- Pró-labore + encargos
45.946,14 48.243,44 50.655,62 53.188,40 55.847,82 58.640,21 61.572,22
76
Quadro 39. Continuação
2.4- Água / esgoto
10.599,18 10.811,16 11.027,38 11.247,93 11.472,89 11.702,35 11.936,39
2.5- Energia elétrica
26.497,94 27.027,90 27.568,46 28.119,83 28.682,22 29.255,87 29.840,98
2.6- Telefone
3.865,22 4.251,75 4.676,92 5.144,61 5.659,07 6.224,98 6.847,48
2.7- Material de limpeza /
escritório 18.918,18 19.107,36 19.298,44 19.491,42 19.686,33 19.883,20 20.082,03
2.8- Sindicato / associação
2.522,42 2.547,65 2.573,12 2.598,86 2.624,84 2.651,09 2.677,60
2.9- Alimentação / lanche
8.346,85 8.513,79 8.684,06 8.857,74 9.034,90 9.215,60 9.399,91
2.10- Despesa veículo
3.974,69 4.054,18 4.135,27 4.217,97 4.302,33 4.388,38 4.476,15
2.11- Despesa bancária
3.466,64 3.535,97 3.606,69 3.678,83 3.752,40 3.827,45 3.904,00
2.12- Despesa viagem
8.666,60 8.839,93 9.016,73 9.197,07 9.381,01 9.568,63 9.760,00
2.13- Honorário contábil
2.522,42 2.547,65 2.573,12 2.598,86 2.624,84 2.651,09 2.677,60
2.14- Propaganda / publicidade
2.400,00 2.400,00 2.400,00 2.400,00 2.400,00 2.400,00 2.400,00
2.15- Manutenção
3.399,95 3.399,95 3.399,95 3.399,95 3.399,95 3.399,95 3.399,95
2.16- Seguro
3.399,95 3.399,95 3.399,95 3.399,95 3.399,95 3.399,95 3.399,95
2.17- Depreciação
31.618,96 31.618,96 31.618,96 31.618,96 31.618,96 31.618,96 31.618,96
2.18-Outros
6.368,74 6.445,17 6.522,51 6.600,78 6.679,99 6.760,15 6.841,27
3- Custo total
496.767,51 520.182,85 545.302,80 572.273,03 601.252,58 632.415,10 665.950,23
Fonte: dados do projeto
77
Quadro 40. Continuação
Ano 2 3,41 13.680 46.683,00
Ano 3 3,58 13.954 49.997,49
Ano 4 3,76 14.233 53.547,32
Ano 5 3,95 14.517 57.349,17
Ano 6 4,15 14.808 61.420,97
Ano 7 4,36 15.104 65.781,85
Ano 8 4,57 15.406 70.452,37
Ano 9 4,80 15.714 75.454,48
Ano 10 5,04 16.028 80.811,75
Ano 11 5,29 16.349 86.549,39
Ano 12 5,56 16.676 92.694,39
Lavanderia (custo por leito)
Período Custo Ocupação Total
valor – R$ valor - R$
Ano 0 - - -
Ano 1 3,00 10.080 30.240,00
Ano 2 3,06 13.680 41.860,80
Ano 3 3,12 13.954 43.551,98
Ano 4 3,18 14.233 45.311,48
Ano 5 3,25 14.517 47.142,06
Ano 6 3,31 14.808 49.046,60
Ano 7 3,38 15.104 51.028,08
Ano 8 3,45 15.406 53.089,62
Ano 9 3,51 15.714 55.234,44
Ano 10 3,59 16.028 57.465,91
Ano 11 3,66 16.349 59.787,53
Ano 12 3,73 16.676 62.202,95
Fonte: dados do projeto
Obs.: considerou-se aumento nos custos de 5% ao ano para o café da manhã e custo de R$ 3,00 por conjunto de
cama e banho, este com aumento de 2% ao ano..
78
Quadro 41. Continuação
Ano 9 29.029,58 46,30 13.440,70
Ano 10 29.610,18 46,30 13.709,51
Ano 11 30.202,38 46,30 13.983,70
Ano 12 30.806,43 46,30 14.263,38
Fonte: dados do projeto
ICMS a recolher A empresa não terá ICMS a recolher, visto que a mercadoria vendida refere-se
aos itens do frigobar, sendo que as bebidas são por substituição tributária. A
empresa ainda tem como crédito os itens do café da manhã, com exceção das
frutas.
79
Quadro 42. Continuação
Salários Serão contratados 14 funcionários, conforme Quadro de pessoal a contratar, já
apresentado.
Considerou para os demais anos, um acréscimo de 10%.
Representa 35% do salário, para empresa enquadrada no Simples.
Pró-labore e encargos Projeção de aumento 5% ao ano.
Água e esgoto Projeção de aumento 2% ao ano.
Energia Projeção de aumento 2% ao ano.
Material de Projeção de aumento 1% ao ano.
limpeza/escritório
Telefone Projeção de aumento 10% ao ano.
Sindicato/Associação Projeção de aumento 1% ao ano.
Alimentação/lanche Projeção de aumento 2% ao ano.
Despesa de veículo Projeção de aumento 2% ao ano.
Despesa bancária Projeção de 0,48% sobre a receita, para pagamento de CPMF e taxas.
Despesa de viagem Projeção de 1,20% sobre a receita.
Honorários de contador Projeção de aumento 1% ao ano.
Manutenção / seguro e Valores correspondem ao percentual dos investimentos fixos, aprovados para
depreciação projetos de viabilidade econômico-financeiro.
Fonte: dados do projeto
80
Quadro 43. Continuação
9 – Acumulado 77.048,96 243.285,33 404.183,89 505.672,18 602.720,34 696.543,34
anual
10 – Acumulado 6.420,75 20.273,78 33.681,99 42.139,35 50.226,69
mensal 58.045,28
Descrição R e d u ç ã o d e 15,00% n a receita operacional
Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12
1- Receita 628.466,20 641.035,52 653.856,23 666.933,36 680.272,03 693.877,47
operacional
(-) 2- Custos variáveis 178.457,99 185.763,62 193.453,58 201.551,36 210.082,04 219.072,31
. Custo do serviço 99.288,45 117.536,01 124.386,38
vendido 105.010,68 111.085,58 131.662,74
. Custo da mercadoria 10.980,96 11.653,08 11.886,15
vendida 11.200,58 11.424,59 12.123,87
. Custo de 68.188,58 72.362,27 73.809,51
comercialização 69.552,36 70.943,40 75.285,70
(=) 3- Margem de 450.008,21 455.271,90 460.402,65 465.382,00 470.189,99 474.805,16
contribuição
(-) 4- Custos 307.281,82 323.747,90 341.610,93 361.002,28 382.066,09 404.960,56
operacionais
(=) 5- Lucro líquido 142.726,39 131.524,00 118.791,72 104.379,72 88.123,90 69.844,59
(+) Depreciação 31.618,96 31.618,96 31.618,96
31.618,96 31.618,96 31.618,96
(-) 6- Capacidade de 174.345,35 163.142,96 150.410,68 135.998,68 119.742,86 101.463,55
pagamento
(-) Amortização e 85.015,57 69.067,29 63.751,20
encargos 79.699,48 74.383,39 58.435,11
(-) Outros - - - - -
financiamentos -
(=) 7- Disponibilidade 89.329,78 83.443,48 76.027,29 66.931,38 55.991,66
anual 43.028,45
(=) 8- Disponibilidade 7.444,15 6.953,62 6.335,61 5.577,62 4.665,97
mensal 3.585,70
9 – Acumulado 785.873,11 869.316,59 945.343,89 1.012.275,27 1.068.266,93 1.111.295,38
anual
10 – Acumulado 65.489,43 72.443,05 78.778,66 84.356,27 89.022,24
mensal 92.607,95
Fonte: dados do projeto
Descrição A u m e n t o d e 15,00% n o s c u s t o s f i x o s
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6
1- Receita 501.840,00 669.672,00 683.065,44 696.726,75 710.661,28
operacional 724.874,51
(-) 2- Custos variáveis 124.418,16 172.897,78 179.590,52 186.620,67 194.008,35
204.674,52
. Custo do serviço 63.000,00 88.543,80 93.549,47 98.858,79 104.491,23
vendido 110.467,56
. Custo da mercadoria 9.000,72 11.700,94 11.934,95 12.173,65 12.417,13
vendida 12.665,47
. Custo de 52.417,44 72.653,04 74.106,10 75.588,22 77.099,99
comercialização 81.541,49
(=) 3- Margem de 377.421,84 496.774,22 503.474,92 510.106,08 516.652,94
contribuição 520.199,99
(-) 4- Custos 258.858,85 273.634,55 286.375,21 300.145,42 315.040,28
operacionais 331.164,10
(=) 5- Lucro líquido 118.563,00 223.139,67 217.099,71 209.960,66 201.612,65
189.035,89
(+) Depreciação 31.618,96 31.618,96 31.618,96 31.618,96 31.618,96
31.618,96
81
Quadro 44. Continuação
(-) 6- Capacidade de 150.181,96 254.758,63 248.718,67 241.579,62 233.231,61
pagamento 220.654,85
(-) Amortização e 47.844,84 47.844,84 47.844,84 100.963,86 95.647,76
encargos 90.331,67
(-) Outros - - - -
financiamentos
(=) 7- Disponibilidade 102.337,11 206.913,79 200.873,82 140.615,77 137.583,85
anual 130.323,19
(=) 8- Disponibilidade 8.528,09 17.242,82 16.739,49 11.717,98 11.465,32
mensal 10.860,27
9 – Acumulado 102.337,11 309.250,90 510.124,73 650.740,50 788.324,35
anual 918.647,53
10 – Acumulado 8.528,09 25.770,91 42.510,39 54.228,37 65.693,70
mensal 76.553,96
Descrição A u m e n t o d e 15,00% n o s c u s t o s f i x o s
Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12
1- Receita 739.372,00 754.159,44 769.242,63 784.627,48 800.320,03
operacional 816.326,43
(-) 2- Custos variáveis 212.901,03 221.554,90 230.662,09 240.250,30 250.349,01
260.989,67
. Custo do serviço 116.809,94 123.541,98 130.688,92 138.277,66 146.336,92
vendido 154.897,34
. Custo da mercadoria 12.918,78 13.177,15 13.440,70 13.709,51 13.983,70
vendida 14.263,38
. Custo de 83.172,31 84.835,76 86.532,48 88.263,13 90.028,39
comercialização 91.828,96
(=) 3- Margem de 526.470,97 532.604,54 538.580,53 544.377,18 549.971,02
contribuição 555.336,76
(-) 4- Custos 348.631,25 367.567,24 388.109,73 410.409,78 434.633,16
operacionais 460.961,80
(=) 5- Lucro líquido 177.839,72 165.037,30 150.470,81 133.967,41 115.337,86
94.374,96
(+) Depreciação 31.618,96 31.618,96 31.618,96 31.618,96 31.618,96
31.618,96
(-) 6- Capacidade de 209.458,68 196.656,26 182.089,77 165.586,37 146.956,82
pagamento 125.993,92
(-) Amortização e 85.015,57 79.699,48 74.383,39 69.067,29 63.751,20
encargos 58.435,11
(-) Outros - - - - -
financiamentos -
(=) 7- disponibilidade 124.443,10 116.956,78 107.706,38 96.519,07 83.205,62
anual 67.558,81
(=) 8- Disponibilidade 10.370,26 9.746,40 8.975,53 8.043,26 6.933,80
mensal 5.629,90
9 – Acumulado 1.043.090,63 1.160.047,41 1.267.753,79 1.364.272,86 1.447.478,49
anual 1.515.037,30
10 – Acumulado 86.924,22 96.670,62 105.646,15 113.689,41 120.623,21
mensal 126.253,11
Fonte: dados do projeto
Comentários
82
sendo que a margem de contribuição representa 68,43%, restando 31,57% para cobrir despesas
operacionais e amortização do financiamento.
O ponto de equilíbrio é entendido como o ponto obtido quando a soma das Margens de
Contribuição totalizar o montante suficiente para cobrir todos os custos fixos, inclusive as
amortizações relativas ao financiamento. Neste caso, indica a receita mínima que a empresa
deverá realizar para garantir um lucro igual a zero.
Descrição Em % Em R$
Ano 1 65,03% 326.356,29
Ano 2 51,99% 348.189,79
Ano 3 53,50% 365.457,56
Ano 4 65,57% 456.828,11
Ano 5 66,21% 470.563,47
Ano 6 67,44% 488.831,44
Ano 7 68,51% 506.534,18
Ano 8 69,81% 526.503,05
Ano 9 71,37% 548.994,80
Ano 10 73,19% 574.299,05
Ano 11 75,31% 602.743,06
Ano 12 77,75% 634.697,30
Ponto de Equilíbrio Médio 67,14%
Fonte: dados do projeto
83
3.1.9.3.2 Análise do retorno do investimento
Ano Investimentos Fluxos de Cx. Fator de Fluxo de Caixa Valor Presente Prazo de
Desconto Descontado Atual Líquido - VPL PAYBACK
0 (703.460,00) 15,00% (703.460,00)
1 195.731,94 195.731,94 1,1500 170.201,69 (533.258,31) 49,60
2 286.325,88 286.325,88 1,3225 216.503,50 (316.754,81) 29,56
3 281.947,74 281.947,74 1,5209 185.385,22 (131.369,59) 20,50
4 276.604,81 276.604,81 1,7490 158.149,70 26.780,11 9,97
5 270.199,61 270.199,61 2,0114 134.336,96 161.117,07
6 259.725,96 259.725,96 2,3131 112.286,70 273.403,77
7 250.808,11 250.808,11 2,6600 94.288,06 367.691,82
8 240.475,60 240.475,60 3,0590 78.611,90 446.303,72
9 228.588,56 228.588,56 3,5179 64.979,14 511.282,86
10 214.993,86 214.993,86 4,0456 53.143,19 564.426,06
11 199.523,89 199.523,89 4,6524 42.886,31 607.312,36
12 181.995,16 181.995,16 5,3503 34.016,20 641.328,56
Total (703.460,00) 2.886.921,14 1.344.788,56 641.328,56 3a 10m
Fonte: dados do projeto
Mostra o valor atual dos fluxos de caixa, descontados a uma taxa mínima de atratividade
(remuneração mínima que a empresa espera obter), durante o período em que estiver empregado,
deduzido o investimento inicial. Neste caso, a taxa mínima de atratividade da empresa é de 15%
ao ano.
Assim, conforme pode ser observado acima, o Valor Presente Líquido do investimento
realizado é R$ 641.328, 56
É a taxa que permite igualar um fluxo de caixa descontado em certa época ao investimento
inicialmente realizado, ou seja, mostra a que taxa o fluxo futuro de caixa retorna o capital
inicialmente realizado pela empresa. Neste caso, a Taxa Interna de Retorno é 34,49% ao ano, ou
ainda, 2,50% ao mês.
84
3.1.9.3.5.1 Considerações sobre o retorno do investimento
85
3.2 Plano de Negócios: considerações finais
86
4 CONCLUSÃO
A proposta fundamental deste trabalho foi vincular teoria e prática. O que foi feito. Partindo
da prerrogativa de que o sucesso de qualquer empreendimento empresarial, independente do
tamanho ou atividade, passa necessariamente pelo planejamento, apresentou-se uma ferramenta
ou uma modalidade de planejamento que vem ganhando cada vez mais importância no Brasil e
no mundo: o plano de negócios. Assim, na primeira parte desta pesquisa, além de apresentar o
que é essa ferramenta necessária para a captação de recursos e importantíssima como meio de
apoio à gestão de todo empreendimento, buscou-se enfatizar a importância de um plano de
negócios para as empresas que hoje se deparam com um contexto ambiental extremamente
dinâmico, de mudanças rápidas e contínuas, o qual dificulta indubitavelmente a administração de
praticamente todas as organizações. Além disso, ainda nesta mesma parte, procurou-se destacar
muito especialmente os aspectos fundamentais envolvidos na elaboração de um plano de
negócios eficiente e eficaz.
Assim, seguindo sugestões de alguns especialistas em elaboração de planos de negócios, foi
abordado, priorizado e enfatizado na vertente teórica, na tentativa de construir um plano de
negócios efetivamente adequado às necessidades empresariais, as preocupações com a confecção
da capa do plano de negócios, passando pela construção do sumário e do sumário executivo, pela
descrição da empresa e seus produtos/serviços, pela análise do mercado e dos competidores, pela
elaboração de uma estratégia de marketing e pela análise estratégica da empresa, até os aspectos
financeiros do plano de negócios.
Na sua vertente prática, elaborou-se um plano de negócios para o Hotel Empresarial de
Catalão que contempla todos os aspectos fundamentais apresentados e explicitados na parte
teórica deste trabalho. Tendo como objetivo primário obter um financiamento na ordem de
R$500.000,00 (quinhentos mil reais), a ser utilizado na edificação das instalações físicas do
empreendimento, este plano procurou demonstrar – e demonstrou – a viabilidade técnica e
econômico-financeira do empreendimento hoteleiro. Assim, espera-se que seja concedido o
aporte financeiro para que a empresa passa efetivamente cumprir com as suas funções econômica
e social na cidade de Catalão e região. Ademais, presume-se que este plano cumpra também com
a sua outra finalidade especialíssima de servir como um instrumento de controle gerencial para
acompanhamento, avaliação e controle dos resultados das atividades do empreendimento
hoteleiro, principalmente porque o que se buscou efetivamente foi nada mais nada menos do que
planejar o sucesso do Hotel Empresarial de Catalão, desde a captação dos recursos necessários
para a transformação de um sonho em realidade até a gestão da própria empresa.
87
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