9º ANO CADERNO VERSÃO ESPECIAL PROVISORIA REDE PARCIAL PA-cc56b
9º ANO CADERNO VERSÃO ESPECIAL PROVISORIA REDE PARCIAL PA-cc56b
9º ANO CADERNO VERSÃO ESPECIAL PROVISORIA REDE PARCIAL PA-cc56b
Aulas de
Projeto de Vida
Anos Finais do
Ensino Fundamental
Edição Jornada Parcial
9º ano
Realização
CONSELHO CONSULTIVO
Marcos Magalhães
Alberto Chinen
André Régis
Kei Ikeda
CO-CEO
Juliana Zimmerman
Sérgio Magalhães
DIRETORIA EXECUTIVA
Iran Freitas - IQE
Liane Muniz - ICE
Leonardo Michelon - STEM Brasil
DIRETORIA PEDAGÓGICA
Thereza Barreto - ICE
CRÉDITOS DA PUBLICAÇÃO
Organização: Thereza Barreto
Coordenação: Johanna Faller e Solange Leal
Supervisão de Conteúdo: Thereza Barreto
Redação: Thereza Barreto
Leitura Crítica: Regina Lima
Revisão Ortográfica: Cristiane Schmidt
Projeto Gráfico/Diagramação: Korá Design/Instituto Qualidade no Ensino
2ª Edição | 2022
© Copyright 2024 - Instituto de Corresponsabilidade pela Educação. “Todos os direitos reservados”
- ainda que os currículos não tenham as mesmas referências quanto aos Princípios Educativos que
orientam a política de educação integral, as aulas que apoiam os professores e estimulam os
estudantes na construção de um projeto para as suas vidas, pode ser aplicado;
- a construção de um Projeto de vida pressupõe um “marco zero” que no ICE refere-se aos sonhos e
desejos dos estudantes e esta condição independe se eles estão matriculados em uma escola que
oferece ou não a educação integral em tempo integral.
Assim, ao oferecer este conjunto de aulas aos professores, esperamos estar contribuindo para apoiá-
los e desta maneira. estimulando os estudantes a ingressarem em uma tarefa
importantíssima que é a construção deste refinado projeto.
Para a consecução dos trabalhos, professor, recomendamos fortemente a leitura e os estudos das
referências teóricas apresentadas em cada aula, bem como as que seguem como anexo deste
caderno que devem constar no seu roteiro de estudos para compreensão dos fundamentos desta
Metodologia de Êxito.
* Este Caderno de Aulas de Projeto de Vida é uma versão provisória para atendimento das
aulas que ora se iniciam até que a versão definitiva seja encaminhada à Secretaria de
Educação. A numeração das páginas deve ser desconsiderada nesta versão.
Uma breve leitura sobre a história da humanidade nos revela que nenhuma sociedade se desenvolve se não
investir em todas as áreas da convivência humana. Tampouco um país atinge pleno desenvolvimento se não
der oportunidade a todos os cidadãos para alcançar uma vida digna e com qualidade.
A educação tem um papel fundamental nesse cenário. A escola é o lugar onde todas as crianças,
adolescentes e jovens devem encontrar as condições para construir conhecimen-to e desenvolver suas
potencialidades e competências.
A estruturação curricular do Ensino Fundamental deve utilizar diferentes linguagens (verbal, matemática,
gráfica, plástica, corporal) para expressar e comunicar ideias, interpretar as produções e informações
disponíveis nos diferentes veículos de comunicação atuais e delas usufruir. De acordo com os
Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental (PCNs, 1998), a escola, para cumprir seu
papel primordial, deve pensar o currículo como instrumentação da cidadania democrática. Para isso,
os conteúdos e estratégias de aprendizagem devem ser selecionados com a finalidade de dar ao
estudante condições de tornar-se mais capaz para realizar atividades nos três domínios da ação humana: a
experiência subjetiva (di-mensão pessoal), a vida em sociedade (dimensão social) e a atividade produtiva
(dimen-são profissional). Além disso, devem ser incorporadas ao currículo, como diretrizes gerais e
orientadoras, as quatro premissas apontadas pela UNESCO para a educação na sociedade contemporânea:
A partir desses princípios gerais, o currículo deve ser articulado em torno de eixos básicos que orientem a
seleção de conteúdos significativos, tendo em vista as competências e habilidades que se pretendem
desenvolver no Ensino Fundamental. É indispensável fazer isso levando em consideração o contexto
social de mudança constante e a relevância social desse currículo para a vida futura do estudante, que
atuará em um mundo cheio de desafios.
Isso exige que a escola ofereça condições para que o estudante se enxergue atuando no
mundo como ser humano autônomo, solidário e competente. Dessa maneira, ele desenvolverá
habilidades para organizar e sistematizar seus sentimentos e suas atitu-des, harmonizando valor e
ações. Consequentemente, ele se tornará capaz de adotar um comportamento coerente e correto,
que facilite a tomada de consciência dos valores, das crenças e das opções vitais de cada pessoa.
Ao estudante devem também ser oferecidos espaços para as aprendizagens que lhe deem condições
para projetar a vida a partir de uma visão que ele construirá do próprio futuro.
Ser parceiro de um adolescente na construção do seu Projeto de Vida é uma experiência única, que nos
transforma profundamente, porque este é o tempo das histórias fascinantes, dos infindáveis aprendizados,
das dores e alegrias das descobertas, das doces memórias e despedidas e das mais altas expectativas.
Significa, por um lado, viver mais uma vez o adolescente que fomos um dia e, por outro, acolher a pessoa
que vive sua adolescência e que está diante de nós, portadora de sonhos, desejos, planos, vida. Eles, os
adolescentes, e suas múltiplas juventudes, são essenciais para nossas vidas; são a nossa chance de
futuro.
As orientações aqui apresentadas fazem parte do processo de implantação das inovações em conteúdo,
método e gestão do Modelo Escola da Escolha para os Anos Finais do Ensino Fundamental. O Projeto de
Vida é uma das inovações do Modelo e compõe a Parte Diversificada do currículo. Ele é a representação
do caminho traçado pelo adolescente entre aquele que ele “é” e aquele que ele “quer ser”, resultado da
projeção que ele faz de si próprio no futuro. Em outras palavras: a visão que ele constrói de si e que
trabalhará para realizar.
Projeto de Vida não é um “projeto de carreira”, nem o resultado de um teste de vocações, menos ainda
no Ensino Fundamental. A vida se realiza em diversas dimensões, e a carreira profissional é um dos
elementos fundamentais das decisões. Outros elementos são o estilo de vida que se quer ter, os valores
que vão nortear os relacionamentos que se estabelecerão ao longo da vida pessoal e social, e muitos
outros mais que se ordenam e reordenam nos ce-nários de cada um. Só assim será possível questionar
os fatores que condicionam as formas de se viver para decidir por quais vias seguir para alcançar a
plenitude e a alegria de viver.
Por isso, a elaboração do Projeto de Vida exige uma formação na qual os elementos cognitivos e
socioemocionais e as experiências pessoais devem constituir uma ampla base, a partir da qual o
adolescente consolida seus valores, conhecimentos e competências e pode se sentir apoiado para a
construção do projeto da sua vida.
Um projeto é a representação daquilo que é, face ao que potencialmente será. O Projeto de Vida na
Escola da Escolha é uma espécie de primeiro projeto para um projeto para uma vida toda, uma tarefa
para a vida inteira que se inicia nesta escola que oferece as condições para sua elaboração, que
corresponde, certamente, à mais sofisticada e elaborada narrativa de si mesmo.
Com apoio do material que aqui apresentamos, a intenção é convidar os estudantes a faze-rem essa
travessia do ponto “onde estão” para aquele “onde projetam estar”. É fundamental que o convite seja
acompanhado de um trabalho forte, baseado no desenvolvimento de um conjunto de competências e
habilidades socioemocionais.
Uma vasta literatura tem nos mostrado e comprovado que no desenvolvimento de uma pessoa,
desde os seus primeiros anos de vida, têm muito mais importância qualidades ou competências, tais
como autoconhecimento, autocontrole, persistência, determinação, que a quantidade de
informações recebidas. Mas que isso não se confunda com a apologia do não desenvolvimento do
currículo escolar! Um Projeto de Vida se constrói a partir de alguém que sonha, que tem ambição e
que quer realizar seu sonho. Para essas pessoas devem-se oferecer condições para uma formação
acadêmica de excelência, associada, no mesmo nível da escala de importância, a uma sólida
formação em valores fundamentais que sirvam de apoio às decisões que tomarão ao longo de suas
vidas, e, igualmente, ao desenvolvimento de competências para a atuação cidadã, diante dos
imensos desafios da sociedade contemporânea.
Para que você possa planejar e flexibilizar o tempo das aulas a partir das necessidades da sua
turma, consulte o GPS1 das aulas que se encontra no final da introdução deste Caderno. Lá,
você encontrará o número mínimo de tempo previsto por aulas.
Nos 8º e 9º anos, os estudantes são estimulados e orientados para compreender que toda
realização é precedida pela idealização de um sonho e pelo aprendizado dos mecanismos
necessários à sua realização, ou seja, pelo planejamento.
1 GPS (Sistema de Posicionamento Global traduzido do Inglês global positioning system) é um sistema de radiona-
vegação por satélite que permite determinar a posição, velocidade e o fuso horário dos utilizadores em terra, mar
e aerotransportados 24 horas por dia, em todas as condições climatéricas e em qualquer parte do mundo.
Essas habilidades deverão somar-se a outras relativas às competências sociais, que ajudarão
os estudantes a ampliar a capacidade de convivência por meio da construção e da preserva-
ção de bons relacionamentos. Além disso, deverão combinar-se a competências que levarão
o estudante a desenvolver a capacidade de continuar a aprender ao longo da vida.
Nossa equipe sempre estará à disposição para mais esclarecimentos sobre este material.
Assim, não hesite em solicitar o esclarecimento de eventuais dúvidas à Equipe de Implanta-
ção do Programa de Educação Integral da Secretaria de Educação do seu Estado. Por meio
desse fluxo de comunicação, você poderá contar com nosso apoio.
Contamos com a sua dedicação e estudo para o uso desse Caderno de Aulas.
Bom trabalho!
Sendo o objetivo do curso de Projeto de Vida a formação do ser autônomo, solidário e com-
petente, as sequências iniciais das aulas do 7º ano visam aprofundar as relações existentes
entre o indivíduo e a sociedade. E, para isto, é importante relembrar as reflexões e práticas
vivenciadas durante as aulas do 6º ano. Reflexões estas que se pautam na percepção do
olhar sobre si mesmo e também do outro, que neste caderno de aulas terão continuidade.
De acordo com o que foi trabalhado no ano anterior, os estudantes foram estimulados a
pensarem e enxergarem os fatos a partir da diversidade de opiniões, valores e emoções, o
que os inseriu no processo de valorização da vida a partir da interação com o outro. Dando
continuidade, esta primeira aula reinaugura os aspectos da coletividade na identificação das
características pessoais que resultam na formação de um ser que elabora sua singularidade,
processo que se dá ao considerarem que podem escolher quem querem ser.
Objetivo Geral
• Desenvolver o potencial que se tem e que o representa.
Materiais Necessários
Os itens relacionados abaixo são para os figurinos e objetos cênicos na realização do
exercício teatral:
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Objetivo
Desenvolvimento
Para o exercício teatral que visa explorar as percepções sobre quem é e escolhe ser, a
organização dos materiais necessários para a aula (figurinos e objetos cênicos) se encon-
tram no centro da Roda de Conversa para estimular a criatividade na representação de si
mesmo. Partindo da ideia que representar a si mesmo deve ser muito mais que se vestir
e utilizar adereços disponíveis, espera-se que os estudantes busquem o significado inter-
no de cada figurino e objeto para si, na relação com as próprias emoções e sentimentos
para composição de um personagem. Portanto, espera-se que encontrem uma maneira
de apresentar a sua projeção criativa sobre quem são e escolheram ser.
As reflexões realizadas durante as aulas do 6º ano podem ser retomadas durante uma
conversa inicial para compor a vivência deste momento da atividade. Reflexões que foram
feitas em torno da formação da identidade de cada um ou sobre como cada indivíduo tam-
bém carrega referências de outras pessoas devem ser rememoradas e, a partir de então, o
levante de novas e mais aprofundadas questões deve ser feito.
O uso da imagem inicial desta aula, o quadro de ilustração abstrata A alegre liberdade de
ser eu, de Acácio Viegas, oferece um ponto de partida para essas retomadas de conteúdo
também, pois sugere a ideia alegre do encontro consigo mesmo, assim como, proporciona
Feito isso, em grupos de quatro ou cinco estudantes, se torna possível iniciar o processo
de elaboração da peça teatral, cujo título da peça é O outro eu que vive em mim, aquele
que escolho ser! Além das questões pontuadas no início da aula, a peça precisa envolver
outras, que a princípio podem até delimitar o campo de ação, mas o intuito é favorecer
a compreensão do que precisa ser executado. Todos os estudantes precisam se envolver
como personagem da peça. Assim sendo, aqui seguem mais questões norteadoras a serem
mediadas pelo professor: observando a si mesmo, diante da composição com os figurinos
e objetos que foram capazes de fazer, o que ela representa? É possível pontuar algumas
sensações relacionadas ao personagem que construíram sobre si mesmos? O personagem
tem relação com o que sou, com o que quero ser ou escolho ser? A proposta é que a partir
dessas questões, os estudantes, mesmo que simbolicamente, por meio da construção de
um personagem, acreditem em si e no que também podem ser. E isso não quer dizer que
já não sejam, o que é importante frisar. É por isso que este momento da atividade é um dos
mais significativos.
Assim, tanto na construção dos personagens, como nas discussões sobre o que eles re-
presentam, cabe ao professor estimular a imaginação e o autocontrole dos estudantes,
bem como potencializar as capacidades de cada um a partir do que pensarem sobre si e
conseguirem projetar.
Durante a montagem da peça teatral, os estudantes necessitam muitas vezes de auxílio para
a composição artística. A valorização da escolha dos figurinos e objetos cênicos pode ser
reforçada com mais algum incremento de adereço ou objeto. Além disso, é bem provável
que precisem de ajuda na distribuição das folhas sulfite e canetinhas para a realização de
um roteiro e organização das ideias. Como é fundamental em toda peça teatral, o roteiro
deve ser bem escrito, o que exige atenção aos estudantes que necessitarem de ajuda com
a escrita. Cabe ao professor, também, orientar quanto à distribuição do tempo e sequência
da peça (começo, meio e fim).
Quando estiverem nessa etapa da atividade é importante manter os diálogos entre os es-
tudantes à medida que vão escrevendo o roteiro (quem apresenta a peça, a mensagem
Mais que a apresentação final, nesta aula, o processo de criação do “o outro eu que vive
em mim, aquele que escolho ser!” tem grande importância ao ampliar e potencializar as
possibilidades de escolhas dos estudantes.
A finalização da aula ocorre após a encenação da peça e reunião dos estudantes em Roda
de Conversa para um bate-papo sobre suas percepções individuais, as descobertas que
fizeram, as dificuldades encontradas durante o processo de pensar sobre o que escolhem
ser e também não ser, já que pensar sobre o que não querem ser é bem mais fácil.
Avaliação
Referência Iconográfica
VIEGAS, Acácio. Alegre liberdade de Ser Eu. 2015. 1 pintura. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?8b32a5.
Acesso em julho de 2020.
Todos nós queremos alcançar, no futuro, nossos objetivos e metas, sejam eles pessoais ou
profissionais; mas, afinal, o que é futuro? O dicionário Michaelis assim define “futuro”:
1 Que há de vir a ser. 2 Que está para ser ou acontecer. sm 1 O que há de suceder depois
do presente. 2 Gram Tempo dos verbos que designa uma ação que está por vir. 3 Noivo,
homem que está para se casar (com referência à noiva). 4 Destino, fado. 5 Posteridade.
6 Bem-estar: Cuidar do futuro dos filhos. 7 Probabilidade ou possibilidade de progre-
dir: Homem sem futuro. De futuro: de ora em diante. Ter futuro: ser prometedor, ter
probabilidade de progresso.
O sentido que mais corresponde ao nosso estudo é o que transmite a ideia de futuro como
algo que está para acontecer. No entanto, a incerteza sobre o que vai acontecer conduz
alguns jovens a viverem o imediatismo, o hoje, o agora, sem muita reflexão sobre o amanhã.
Este estudo busca levar os estudantes a compreender a importância de pensar o seu futuro
e de esboçar o roteiro da sua própria história, a partir da reflexão sobre as escolhas feitas
na vida e suas consequências, levando-os a imaginar que tipo de pessoa querem ser e quais
escolhas e atitudes deverão ter para alcançar o “eu futuro”, na construção do seu Projeto
de Vida.
Materiais Necessários
• Caneta, lápis e borracha para cada estudante;
• Cópia do Anexo A para todos.
Roteiro
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Objetivos
Desenvolvimento
1º Momento
A atividade terá início com as questões propostas em Meu futuro (Anexo A), que deverão
ser respondidas individualmente, com a finalidade de que os estudantes reflitam sobre:
As respostas devem permitir aos estudantes uma reflexão sobre como as decisões influenciam
e direcionam o futuro, a partir daquilo que são e sobre o que gostariam de ser, contribuindo
para a construção do seu Projeto de Vida.
Ao final, é importante ressaltar que pensar o futuro de maneira ativa, refletindo sobre suas
escolhas, hábitos e atitudes, é uma forma de alcançar o que se deseja e perceber que está
no caminho certo para tornar o futuro sonhado mais próximo de si.
Para a realização da atividade, os estudantes serão divididos em três grupos: dois grupos
terão a função de influenciar, um para o “mal” e outro para “bem”; e o terceiro grupo, com
no máximo seis integrantes, terá a função de fazer a escolha de qual caminho irá seguir.
Para isso, a atividade Meu futuro, feita individualmente pelos seis integrantes do terceiro
grupo, deverá ser entregue aos participantes dos grupos que irão influenciá-los.
Com base nas declarações feitas pelos integrantes no Anexo Meu futuro, o primeiro e o se-
gundo grupos listarão três argumentos, cada um, para tentar influenciar os estudantes do
terceiro grupo. Os argumentos do grupo que irá influenciar positivamente precisam ter como
base atitudes e hábitos que aproximem os estudantes do futuro almejado, por exemplo, fazer
parte de algum grupo de estudo, ser monitor do grupo ou, até mesmo, entregar as atividades
de alguma disciplina com mais frequência, tudo com o objetivo de ajudar os colegas.
O grupo que irá influenciar negativamente tentará afastar os colegas de seus sonhos, utili-
zando argumentos como: estudante x, você já está aprovado em matemática, vamos ficar
aqui conversando para nos distrairmos um pouco; vem jogar bola conosco, falta à aula só
um dia, parece que você não considera os amigos; você não deveria apresentar o seminá-
rio, ninguém do grupo estudou; entre outros pontos que distanciem os estudantes do seu
futuro.
Logo após, cada estudante do terceiro grupo terá que decidir qual caminho seguir e juntar-se ao
grupo escolhido. Outras rodadas poderão ser feitas, sendo interessante fazer um revezamento:
quem influenciou negativamente na primeira rodada, passará a influenciar positivamente na
outra rodada e vice-versa.
Caso algum estudante apresente resistência para participar das atividades, você deverá
fazer uma análise cuidadosa da recusa, a fim de verificar se houve constrangimento em
relação às informações pessoais que são solicitadas.
Na estante
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Anos finais do Ensino Fundamental •9º ano 19
VALE A PENA ASSISTIR
Filme: Click
Direção: Frank Coraci
País: Estados Unidos
Ano: 2006
Duração: 1h47min
O filme Click traz a história de um arquiteto, Michael Newman (Adam Sandler), que
descobre um controle remoto universal capaz de controlar os acontecimentos em sua
vida. Os problemas surgem quando o objeto começa a controlar, também, as escolhas
de Michael. O filme possibilita a compreensão da importância de se ter um Projeto de
Vida, ser disciplinado, organizado e procurar sempre estar preparado para o futuro.
Anderson Moço
Ilustrações: Daniella Domingues
Foi a partir da segunda metade do século 20 que se iniciaram as pesquisas sobre como
a criança e o adolescente pensam. Até hoje, o suíço Jean Piaget (1896-1980) é uma das
maiores referências no tema. Dos quatro estágios de desenvolvimento cognitivo propostos
por ele, o chamado operatório abstrato (que ele também denomina de hipotético-dedutivo)
é o último. Inicia-se por volta dos 12 anos e se caracteriza pela habilidade de pensar nas
relações entre acontecimentos ou entre coisas sem precisar experimentá-las de fato.
Um pequeno problema lógico ajuda a entender melhor essa mudança na forma de pensar:
galinhas brancas produzem ovos brancos, e galinhas vermelhas, ovos vermelhos: Qual a cor
dos ovos das galinhas azuis? A criança certamente dirá que não existem ovos e galinhas
azuis ou irá fantasiar uma história. Já o jovem seguirá o raciocínio lógico da fala e responde-
rá: “Azuis”. “As crianças também são capazes de formular hipóteses e efetivamente fazem
isso, mas ainda precisam de um referencial concreto para pensar. Os jovens, não: eles po-
dem criar hipóteses sobre aquilo que não conhecem ou não existe concretamente”, explica
Luciano de Lemos Meira, docente do Departamento de Psicologia da Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE).
Para Piaget, essa conquista não está relacionada simplesmente à maturação biológica e
à idade cronológica, mas também aos estímulos que o indivíduo recebe. E é aí que entra o
papel da escola. “Situações-problema, desafios e oportunidades diárias para as crianças
e os jovens pensarem são fundamentais.
Algumas pessoas passam a vida toda
BRUNA A luta continua sem conseguir sair do estágio concreto,
Qdo eu posso fazer alguma coisa para anterior ao abstrato. Para elas, é muito di-
salvar o mundo eu faço... Participo de fícil entender conteúdos científicos e até
várias campanhas. Na de lixo, nós saí-
mesmo nuances dos relacionamentos
mos em grupo para falar da importân-
cia de não jogar na rua. Na de água e sociais e emocionais”, ressalta Luciene.
energia, colamos cartazes com alertas
sobre gastar o mínimo possível.
Por meio do pensamento abstrato, muda
ENGAJAMENTO SOCIAL Ao refletir a forma de encarar normas sociais e
sobre a vida, os jovens se revoltam
com os problemas e lutam para regras de conduta. “A diferença básica
resolvê-los é que, diferentemente dos tempos de
criança, a regra não é mais seguida às
cegas — sua validade começa a ser dis-
cutida. As implicações passam a depender de um contexto”, explica Antonio Carlos Amador
Pereira, professor da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP).
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Anos finais do Ensino Fundamental •9º ano 21
A fala de Fernando*, 14 anos [...], dá contornos mais nítidos a essa noção. E outra situação-pro-
blema ajuda a ilustrar a diferença entre o pensamento infantil e o juvenil. Pergunte a um jovem
e a uma criança o que seria justo fazer com criminosos que foram capturados. “Colocá-los na
cadeia” seria a provável resposta de um pequeno. Trata-se de um pensamento tipicamente
concreto, sem grande reflexão sobre as circunstâncias do ocorrido. Por outro lado, um ado-
lescente que já domine o pensamento abstrato poderia dizer: “Primeiro, é preciso tentar saber
os motivos que levaram ao roubo. A punição pode ser diferente se os ladrões estavam uma
semana sem comer ou se apenas tinham preguiça de encontrar trabalho”.
Não se pode deixar de ressaltar a influência que o pensamento abstrato exerce na noção
de futuro que os jovens constroem. Falas como a de Caio, 14 anos (leia o destaque acima),
indicam a capacidade de vivenciar as possibilidades por meio da imaginação - não mais
apenas como sonho distante, como na época de criança, mas levando em conta as reais
condições de vida.
De certa forma, a juventude é o momento em que quase tudo parece possível. Na vida adulta,
quando a maioria das coisas já é realidade e não projeto, o ímpeto de transformação parece
se acomodar. Mas, toda vez que o pensamento abstrato é convocado, readquirimos, mesmo
por um breve momento, uma capacidade que nunca deveríamos ter perdido: a possibilidade
de mudar nossa vida e nosso mundo.
Referência Bibliográfica
GAVRAS, Douglas. Criatividade abre as portas para melhor aprendizagem. Nova escola. 22 ago 2018.
Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?4c403c. Acesso em agosto de 2020.
Referência Iconográfica
DURANT, Zac. Sunshine bath. 4 jul 2017. 1 fotografia. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?183cc9.
Acesso em agosto de 2020.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Anos finais do Ensino Fundamental •9º ano 23
Anexo A - Meu futuro!
Materiais Necessários
• Cópia do Anexo A - Texto: Os perigos de estar sempre conectado – 1 por
estudante;
• Cópia do Anexo B - Questões para os grupos – 1 por grupo;
• Cópia do Anexo C - Um grande sonho – 1 por estudante.
Roteiro
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Objetivo
1º Momento
A aula tem início com a retomada das conclusões a que os estudantes chegaram na aula
anterior, O poder da escolha, sobre a questão: “Como as oportunidades de escolha são
determinantes para os Projetos de Vida de cada um?”. Assim, durante a conversa, pode-se
solicitar que os estudantes falem sobre escolhas importantes que já fizeram e as conse-
quências decorrentes delas. Se possível destacar as positivas, mas também, as que alegam
não terem sido tão acertadas ou que poderiam ter tido efeitos melhores se acaso tivessem
estabelecido outros critérios.
Com a turma dividida em dois grupos – um dos EXECUTORES e outro dos OBSERVADORES
– ambos grupos recebem o texto para leitura: Os perigos de estar sempre conectado - Anexo
A. A proposta é que, feita a leitura e interpretação do texto, o grupo dos executores forme um
círculo com as carteiras, para que respondam e discutam as questões do Anexo B – Grupo
dos executores. Enquanto isso, o grupo dos observadores também forma um círculo, só que
este deve ser em volta do grupo dos executores – ver também Anexo B – Grupo dos obser-
vadores. É necessário que ambos grupos respondam as questões propostas neste momento,
pois mesmo o grupo dos observadores pode ir acompanhando as respostas do outro grupo e
ir respondendo as questões.
Com o encerramento das respostas e a discussão entre os executores, o grupo dos ob-
servadores conversa sobre as suas questões definidas para validação dos seus pontos de
vista, apresentando-os para a turma. O fato de observarem as respostas do outro grupo e
de terem um tempo para discutir as questões favorece a reflexão em nível mais elaborado,
em que acrescentam ideias e critérios mais aprofundados, inclusive, sobre a realização
de seus Projetos de Vida. Ou seja, as respostas do grupo de executores serve como um
“aquecimento” para toda a turma refletir sobre seus Projetos de Vida, cabendo assim, a
mediação do professor para que isto aconteça.
2º momento
Para iniciar esse momento, os estudantes relembram, com o apoio do professor, as discus-
sões iniciais da atividade, para que possam refletir sobre as consequências do uso excessivo
da tecnologia na vida de uma pessoa, de acordo com o Projeto de Vida. Com base nisso
seguem abaixo algumas questões para mediar as discussões com os estudantes:
Para cada questão apresentada, os estudantes precisam justificar suas respostas. É impor-
tante que o professor estabeleça a mediação necessária.
A partir disso, de posse do Anexo C - Um grande sonho, os estudantes retomam seus sonhos
descritos nas aulas anteriores: Quando é o futuro? e O poder da escolha, e, individualmente,
registram algo relacionado ao sonho que desejam que aconteça em suas vidas em curto prazo
e quais critérios estabelecem ou que vêm direcionando suas escolhas até o momento. A pro-
posta é que reflitam sobre o que perpassa pelas próprias decisões que pode estar dificultando
ou contribuindo para a realização de seus Projetos de Vida.
Essas questões também têm a finalidade de ajudá-los a compreender que decisões podem
ser bastante complexas; que erros, enganos, arrependimentos podem acontecer, o que inau-
gura um novo ciclo de decisões: a necessidade de se fazer novas escolhas e de estabelecer
novos critérios.
Avaliação
Georges Snyders
A escola é uma obra comum dos jovens e dos adultos, os adultos que lá estão em carne e
osso, aqueles que instituíram a vida escolar e constituíram o saber escolar para que os jovens,
pouco a pouco, se apropriem da cultura adulta. Contudo, os jovens também abordam essa
cultura com sua especificidade, insuflando-lhe sua maneira de serem jovens.
Já falei da união das alegrias e das incertezas, com, apesar de tudo, um certo predomínio da
alegria. A segunda condição que possibilita a alegria na escola é a vivência enriquecedora
da síntese entre as idades.
“Olhares da infância, ricos por ainda não saberem... olhares densos para tudo o que lhes
escapa, enriquecidos pelo ainda indecifrado.” (Henri Michaux, Passages, 1950.) E o poeta
pode propor: “As carências da criança constituem sua genialidade” (Henri Michaux, Dépla-
cements Dégagements, 1985.).
A alegria na escola significaria ao mesmo tempo felicidade por ser jovem e felicidade por
tornar-se ”adulto”, lançando mão da mediação do adulto que ensina. Felicidade por crescer
e continuar a viver seu passado infantil sem amargura.
[...]
Isso é dito aqui como um dado, um fato a ser constatado: os psicólogos observam que
permanece em nós uma criança que nunca cresce realmente, uma porção de imaturidade.
Nós a lamentamos ao mesmo tempo que suspeitamos que ela nos é preciosa.
Da minha parte, vejo aí principalmente uma tarefa a ser cumprida: forjar como que uma uni-
dade progressiva entre as idades de um mesmo indivíduo, para não dizer uma coexistência.
Unir o arrebatamento, o calor da infância às atitudes elaboradas do adulto. [...]
Tais sínteses seriam possíveis? Elas permanecem difíceis e instáveis. Os riscos de que um
termo destrua ou invalide o outro são enormes. Gostaria simplesmente de citar alguns
exemplos onde se realizou essa feliz junção entre as idades.
Muitas vezes os jovens aceitam, a respeito de si mesmos e sua geração, muitas ideias e
juízos que lhes são desfavoráveis e que, em última instância, justificariam sua autodepre-
ciação. Alguns adultos, no entanto, são capazes de fazer com que os jovens se levem pro-
fundamente a sério. O novo professor de filosofia, por exemplo, incita os alunos a adquirir
uma “consciência mais nítida de sua dignidade”. Um aluno começa a rir, pois “nunca lhe
ocorrera que ele, um colegial, pudesse ter dignidade”, o que leva o professor a exclamar:
“Que o inconveniente se retire”.
Em circunstâncias como essa é o adulto que faz com que os jovens reconheçam o valor
daquilo que estão vivendo – e, principalmente, daquilo que estão fazendo e produzindo. [...]
Os adultos têm o que ensinar aos jovens, como ordenar seus sonhos, dominar seus sonhos (o
que não significa de modo algum renunciar a eles), ir além de sua história pessoal e das ten-
tações do narcisismo, esforçando-se para serem objetivos. Existe como uma efervescência
da juventude, que pode se perder e cair no ceticismo. A influência adulta pode contribuir para
transformá-la em impulso autoconsciente, em tarefas possíveis e necessárias, consideradas
certas condições históricas. Mas é com a juventude que se conta para insuflar como que uma
febre criadora. É a capacidade de amar o mundo, de animá-lo, contra tudo e contra todos, que
os jovens têm a transmitir aos adultos. “Quando a juventude esfria, o resto do mundo treme.”
(Bernanos, Les Grands Cimetières sous la Lune. La Pléiade, 1938, p. 494.)
Conseguiríamos gostar de nós mesmos através das diferentes idades da vida: felizes por
nos sentirmos jovens e felizes por estarmos indo para a vida adulta. A juventude como válida
em si e como etapa a ultrapassar – o que supõe que a vida adulta não seja apresentada aos
jovens e principalmente não se apresente como repugnante.
Encontrar, enfim, a solução do problema que a infância lançou: “O que é uma grande vida
senão um pensamento de juventude executado pela vida madura?” (Alfred de Vigny, Cinq
Mars, XX, La Lecture, 1826.). A juventude sonha e muitas vezes sonha certo, mas na falta de
meios e instrumentos eficazes, permanece em estado de sonho. A vida adulta, para que o
imaginado assuma formas efetivas, torna-se criação, construção, cultura, conservando os
gostos da criança que brinca, do jovem que deseja.
Segundo o ponto de vista que nos guia neste momento, a alegria da escola pode tor-
nar-se realidade na medida em que a oposição psicológica entre as idades se dilua,
proporcionando trocas produtivas entre elas. O que torna esse resultado difícil é o fato
de que o adulto, em particular, se constrói a partir das múltiplas promessas de sua
infância, escolhendo e acentuando potencialidades que ele sente em si (sempre chega
um momento em que é preciso se especializar) e arriscando-se a sufocar e a se provar
de outras – em última instância, mutilando o jovem que era. Por isso, ele ficaria ainda
menos permeável às relações com aqueles que vivem a juventude.
[...]
Um sinal em seu corpo revela que é um lobisomem. E aí tem de decidir permanecer como
tal ou abrir mão dessa condição.
A história gira em torno de uma família com seis filhos, que vive longe da civilização. As crianças
são cercadas de hábitos saudáveis, físicos e intelectuais, de acordo com as convicções dos
pais. Com a morte prematura da mãe, pai e filhos devem deixar o isolamento em que vivem
para reencontrar outros parentes. E aí, muitos conflitos decorrentes das escolhas, vêm à tona.
1. O texto que segue abaixo traz questões importantes sobre o uso do celular. Leia-o aten-
tamente para discutir com seus colegas algumas questões. Aguarde as orientações de seu
professor para os próximos momentos da atividade.
Jairo Bouer
Quem acha que o comportamento dos jovens tirar até os mais “brilhantes” do rumo.
– e de muitos adultos – que não desgrudam
os olhos e os dedos da tela de um celular Outro grande estudo, a Pesquisa nacional
quando estão em grupo é apenas sinal de de comportamentos de risco do jovem, fei-
falta de educação ou de respeito com quem to a cada dois anos pelo Centro de Controle
está em volta pode começar a se preocupar de Doenças, de Atlanta, nos EUA, com mais
com outras questões mais sérias. de 13 mil alunos de 42 estados americanos,
investigou, pela primeira vez, o fenômeno
Um estudo da Universidade Estadual de das mensagens pelo celular (texting), entre
Michigan, nos Estados Unidos, noticiado outros hábitos.
recentemente pelo jornal britânico Daily
News, mostra que mesmo os alunos mais O resultado mostrou que 41% dos jovens
inteligentes podem piorar seu desempenho que já dirigem admitiram ter mandado
acadêmico quando o uso de celulares, ta- um texto ou um e-mail enquanto guiavam
blets ou notebooks torna-se frequente em seu carro, no mês anterior à pesquisa. Em
sala de aula. Foram avaliados 500 alunos de alguns estados, esse índice ultrapassou
psicologia. Todos eles (mesmo aqueles com 60%. Claramente trata-se de um compor-
melhores habilidades intelectuais) tiveram tamento cada vez mais comum entre eles. A
uma queda de rendimento e notas, à me- questão aqui é a habilidade em conduzir um
dida que crescia o uso de internet durante veículo de maneira segura quando o foco de
as aulas – olhando notícias, respondendo a atenção do motorista, além dos olhos e das
e-mails ou publicando nas redes sociais. mãos, está longe do volante. Os jovens, que
tendem a ter comportamentos mais impul-
Se o fenômeno ocorre com os mais jovens – sivos, correm maior risco de acidentes.
em teoria, mais bem adaptados a administrar
múltiplas tarefas ao mesmo tempo –, não é Como não é possível imaginar um mundo e
difícil imaginar que os mais velhos enfrentem uma escola em que os celulares e a internet
o mesmo tipo de problema em seu trabalho, não sejam onipresentes, é importante discu-
quando pulverizam sua atenção em estímu- tir com os jovens o momento mais adequado
los vindos do celular e dos computadores. Os e seguro para usar essas tecnologias. Que tal
resultados desse trabalho da Universidade desligar o aparelho e prestar um pouco mais
de Michigan sugerem que as atividades ex- de atenção à aula e ao trânsito?
tremamente envolventes da internet podem
1. Após ler o texto, de acordo com o grupo ao qual você pertence, discuta as questões que
seguem abaixo:
a) Que prejuízos o excesso de uso da tecnologia pode causar para uma pessoa?
b) Que consequências o excesso de uso da tecnologia pode trazer para a conse-
cução do Projeto de Vida?
c) Como é possível manter-se conectado ao mundo por meio da tecnologia sem
exagerar no uso ou criar um vício que comprometa escolhas importantes
na vida?
1. Após ler o texto, observe a discussão entre os participantes do grupo dos executores e
discuta com seu grupo. Para isso, veja também se você e seus colegas concordam com
as respostas dadas pelo grupo dos executores de acordo com as questões abaixo. Caso
achem necessário, podem acrescentar outras questões para discutir.
a) Que prejuízos o excesso de uso da tecnologia pode causar para uma pessoa?
b) Que consequências e/ou prejuízos o excesso de uso da tecnologia pode trazer
para a consecução do Projeto de Vida?
c) Como é possível manter-se conectado ao mundo por meio da tecnologia sem
exagerar no uso ou criar um vício que comprometa escolhas importantes
na vida?
1. Lembre-se do que você discutiu com os seus colegas de turma a respeito da necessidade
de se estabelecer critérios para que as escolhas sejam as melhores possíveis. Com base
nisso, responda o que é solicitado no quadro abaixo.
O que preciso decidir para
realizá-lo?
3
BOUER, J. Os perigos de estar sempre conectado. Época. 26 out 2016. Disponível em: icebrasil.org.br/
surl/?871f82. Acesso em setembro de 2020.
Referência Iconográfica
PIXABAY. [sala com portas]. 1 ilustração. 24 dez 2016. Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?732aa0.
Acesso em setembro de 2020.
Se a vida fosse um caminho reto, sem surpresas e indecisões, não teria a menor graça.
Nasceríamos, cresceríamos e morreríamos apenas andando para frente, em um processo
direto do começo ao fim, sem curvas ou imprevistos.
Mas, seguramente, ela não é assim. É estar o tempo todo se defrontando com o inesperado,
o imponderável. Às vezes, é possível seguir em frente; outras vezes, é necessário retornar ou
tomar novos rumos, principalmente quando se sente a insegurança acompanhando os passos.
Entretanto, há situações em que a tomada de decisões pode ser guiada por critérios que são
racionalmente admitidos, no sentido de ponderar as consequências, os ganhos e as perdas
decorrentes das escolhas. Ao saber que amanhã fará frio e se as baixas temperaturas inco-
modam, pode-se decidir levar um agasalho, por exemplo. Ou, ao saber que a alimentação é
um aspecto importante para a qualidade de vida, pode-se decidir por um suco natural, no
lugar de um refrigerante.
O modo como essas pequenas decisões são pensadas pode ser a referência para aquelas
muito mais determinantes no Projeto de Vida. É preciso considerar o que, de fato, se quer
E isso é tomar as rédeas, é aprender a dirigir a vida, incluindo nela os sonhos, aquilo que é
preciso fazer para realizá-los, a diversão, o prazer, as amizades... Quase tudo cabe, se houver
consciência e planejamento e a capacidade de compreender que há um tempo para tudo.
Para isso, é preciso desenvolver uma qualidade muito importante chamada temperança, ou
seja, o domínio sobre si próprio.
Objetivo Geral
• Aprimorar a capacidade de tomar decisões.
Materiais Necessários
• Cópias da ilustração Escolhas – Anexo A - 1 por estudante.
Roteiro
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Anos finais do Ensino Fundamental •9º ano 105
Orientações para as atividades
Objetivos
Desenvolvimento
1º Momento
No Anexo A, Escolhas, vão desenhar figuras ou cenas que representam cada aspecto
solicitado: o que quero, o que preciso fazer, o que devo deixar de lado, no momento, para
chegar aonde quero.
Ao terminarem a tarefa, em duplas, cada estudante expõe sua produção ao colega, trocando
ideias sobre o que os dois registraram em cada aspecto determinado na folha.
Em seguida, cada dupla se juntará a mais uma dupla, com o mesmo propósito: trocar ideias
sobre suas produções.
2º Momento
Avaliação
Ainda no primeiro momento, os estudantes deverão esboçar o que precisam fazer e o que
devem deixar de lado para conseguirem o que pretendem. O foco da observação deverá
ser, então, a consciência que têm sobre essas decisões: definem os dois aspectos com
segurança? Demonstram dúvidas? Estão dispostos a abrir mão do que consideram que
devem deixar de lado?
Nas duplas e nos quartetos, é importante que o professor observe como ocorre a interação,
se trocam ideias de maneira clara, se se dispõem a explicar suas anotações aos outros,
se manifestam concordância ou discordância ou se expressam ampliar suas escolhas ao
escutar as apresentações dos colegas.
No segundo momento da aula, as mesmas observações devem ser feitas, agora com todo o
grupo. Espera-se que, ao final, as palavras escolhidas para serem escritas na lousa manifestem
sentimentos positivos, tais como otimismo, força interior, dedicação.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Anos finais do Ensino Fundamental •9º ano 107
Na estante
O filme relata as escolhas de Lion, promovidas por sua família adotiva, até que a vontade de
reencontrar a família o leva a deixar suas conquistas para trás e sair à procura desesperada
de suas memórias.
Bruno Bettelheim
Se esperamos viver não só cada momento, mas ter verdadeira consciência de nossa exis-
tência, nossa maior necessidade e mais difícil realização será encontrar um significado
em nossas vidas. É bem sabido que muitos perderam o desejo de viver, e pararam de
tentá-lo, porque tal significado lhe escapou. Uma compreensão do significado da própria
vida não é subitamente adquirida numa certa idade, nem mesmo quando se alcança a
maturidade cronológica. Ao contrário, a aquisição de uma compreensão segura do que
o significado da própria vida pode ou deveria ser é o que constitui a maturidade psico-
lógica. E esta realização é o resultado final de um longo desenvolvimento: a cada idade
buscamos e devemos ser capazes de achar alguma quantidade módica de significado
congruente com o “quanto” nossa mente e compreensão já se desenvolveram.
Ao contrário do que diz o mito antigo, a sabedoria não irrompe integralmente desenvolvi-
da como Atenas saindo da cabeça de Zeus; é construída por pequenos passos a partir do
começo mais irracional. Apenas na idade adulta podemos obter uma compreensão inte-
ligente do significado da própria existência neste mundo a partir da própria experiência
nele vivida. Infelizmente, muitos pais querem que as mentes dos filhos funcionem como as
suas – como se uma compreensão madura sobre nós mesmos e o mundo, e nossas ideias
sobre o significado da vida não tivessem que se desenvolver tão lentamente quanto nossos
corpos e mentes.
Hoje, como no passado, a tarefa mais importante e também mais difícil na criação de uma
criança é ajudá-la a encontrar significado na vida. Muitas experiências são necessárias para
se chegar a isso. A criança, à medida que se desenvolve, deve aprender passo a passo a se
entender melhor: com isto, torna-se mais capaz de entender os outros, e, eventualmente
pode-se relacionar com eles de forma mutuamente satisfatória e significativa.
Para encontrar um significado mais profundo, devemos ser capazes de transcender os li-
mites estreitos de uma existência autocentrada e acreditar que daremos uma contribuição
significativa para a vida – senão imediatamente agora, pelo menos em algum tempo futuro.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Anos finais do Ensino Fundamental •9º ano 109
Este sentimento é necessário para uma pessoa estar satisfeita consigo mesma e com o
que está fazendo. Para não ficar à mercê dos acasos da vida, devemos desenvolver nossos
recursos interiores, de modo que nossas emoções, imaginação e intelecto se ajudem e se
enriqueçam mutuamente. Nossos sentimentos positivos dão-nos força para desenvolver
nossa racionalidade; só a esperança no futuro pode sustentar-nos nas adversidades que
encontramos inevitavelmente.
[...]
Referência Bibliográfica
BETTELHEIM, B. Psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. 11-12 p.
Referência Iconográfica
PLENIO, J. [woman walking on the rail road]. 1 fotografia. 5 jun 2017. Disponível em: icebrasil.org.br/
surl/?46dcc5. Acesso em: set 2020.
O que quero
O que é preciso
deixar de lado
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Anos finais do Ensino Fundamental •9º ano 111
Atenção, Professor.
Você chegou ao fim do Caderno provisório de Aulas de Projeto de Vida. Ele deve ter atendido o seu
planejamento enquanto aguarda o envio do Caderno de Aulas de Projeto de Vida em sua versão
completa e definitiva a ser encaminhado pela Secretaria de Educação.