Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

TCC Lukas Moura e Sandro Monteiro - 21.07.2023

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 40

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL

VERIFICAÇÃO DA CAPACIDADE RESISTENTE DE UMA TRAVESSA


DE PONTE ATRAVÉS DO MÉTODO DE BIELAS E TIRANTES

Lukas Ribeiro Moura de Sousa


Sandro Mateus Gonçalves Monteiro

Belém - PA
Julho/2023
LUKAS RIBEIRO MOURA DE SOUSA
SANDRO MATEUS GONÇALVES MONTEIRO

VERIFICAÇÃO DA CAPACIDADE RESISTENTE DE UMA TRAVESSA


DE PONTE ATRAVÉS DO MÉTODO DE BIELAS E TIRANTES

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado a Faculdade de Engenharia
Civil do Instituto de Tecnologia da
Universidade Federal do Pará, como
parte dos requisitos para obtenção do
título de Bacharel em Engenharia Civil

Orientador: Dr. Maurício de Pina Ferreira

Belém - PA
Julho/2023
FOLHA DE APROVAÇÃO

VERIFICAÇÃO DA CAPACIDADE RESISTENTE DE UMA TRAVESSA


DE PONTE ATRAVÉS DO MÉTODO DE BIELAS E TIRANTES

Belém, 12 de julho de 2023

Prof. Maurício de Pina Ferreira


Dr. pela Universidade de Brasília (UNB)
Orientador

BANCA EXAMINADORA

Prof. Maurício de Pina Ferreira (UFPA)


Dr. pela Universidade de Brasília

Prof. Sandoval José Rodrigues Júnior (UFPA)


Dr. pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Prof. Matheus Kenji Yoshikawa Pamplona (EXTERNO)


Msc. pela Universidade Federal do Pará

CONCEITO FINAL: ______


AGRADECIMENTOS

Agradecemos, primeiramente, à Deus, pois sem Ele, não chegaríamos ao fim dessa trajetória,
superando todos os desafios pelo caminho. Em segundo lugar, agradecemos aos nossos pais,
Mário e Luíza Moura e Neila Gonçalves, por serem nosso porto-seguro, provendo apoio,
cuidado e conselhos valiosos em todos os momentos. Agradecemos, também, aos nossos
familiares, em especial à Ana Luísa Moura, ao Volney Gonçalves e à Rufina Duarte. Nossa
gratidão aos amigos da Igreja, graduação, PCNA e FAESA que nos auxiliaram, das mais
diversas formas possíveis durante esse processo, sobretudo a Alice Maria e a Maria Clara.
Agradecemos profissionalmente às arquitetas Verena Freire e Sylvia Carvalho, representando o
Ministério Público do Estado do Pará, aos engenheiros André Guimarães, Kleber Gueogjian e
a equipe de projetos CTB pela compreensão e suporte para que pudéssemos dedicar os esforços
na conclusão deste trabalho. Academicamente, somos gratos aos professores que nos
acompanharam ao longo desse percurso, especialmente ao nosso Orientador Maurício de Pina
Ferreira, por todas as oportunidades e experiências no desenvolvimento deste trabalho e pelos
outros que virão. Por fim, agradecemos aos colegas do NUMEA, em especial à Mayara Costa,
Layse Rafaele e Jedson Abrantes pelas sugestões, correções, orientações e apoio.
VERIFICAÇÃO DA CAPACIDADE RESISTENTE DE UMA TRAVESSA
DE PONTE ATRAVÉS DO MÉTODO DE BIELAS E TIRANTES

Lukas Ribeiro Moura de Sousa (1); Sandro Mateus Gonçalves Monteiro (1)
(1) Universidade Federal do Pará

RESUMO

Travessas são elementos estruturais de pontes que tem a função de receber o carregamento das
longarinas e ligar transversalmente os pilares, tal sistema estrutural faz parte da mesoestrutura
que tem por objetivo transmitir os esforços da ponte para a infraestrutura. A capacidade
resistente das travessas é importante para o desempenho e segurança desta OAE (Obra de Arte
Especial), onde os requisitos técnicos do projeto devem estar de acordo com as recomendações
normativas vigentes e a análise técnica de projetos se mostra essencial para a garantia de
qualidade da obra. Em uma análise, a metodologia de verificação deve ser coerente com a
geometria, vinculação e comportamento estrutural do elemento. Para estruturas sujeitas a
condições de contorno não usuais, o método de bielas e tirantes se mostra uma opção, visto sua
abrangência em casos de descontinuidade geométrica e de solicitações. O método trabalha com
uma treliça idealizada internamente ao elemento estrutural, que representa o fluxo de tensões
de compressão (bielas) e tração (tirantes) discretizados, permitindo, assim, a verificação da
resistência do concreto em regiões críticas, assim como a determinação e disposição das
armaduras. Portanto, o presente trabalho tem o objetivo de verificar o projeto de uma travessa
de geometria não usual de uma ponte rodoviária pelo método de bielas e tirantes com o auxílio
do software STRAP para a análise elástica das tensões. Com os resultados gráficos e numéricos
obtidos foi possível esboçar o modelo de treliça e verificá-lo de acordo com as recomendações
normativas da ABNT NBR 6118 (2014). Por fim, tem-se em vista contribuir de maneira a
diversificar as possíveis aplicações do método de bielas e tirantes para possíveis situações que
engenheiros calculistas se deparem na rotina da profissão.

Palavras-Chave: Concreto Armado; Travessa de Ponte; Obras de Arte Especiais; Método de


Bielas e Tirantes
RESISTANT CAPACITY VERIFICATION OF A BRIDGE PIER CAP
BEAM BY STRUT AND TIE METHOD

Lukas Ribeiro Moura de Sousa (1); Sandro Mateus Gonçalves Monteiro (1)
(1) Federal University of Pará

ABSTRACT

Bridge pier caps are structural elements of reinforced concrete bridges that are responsible for
receiving the load from the main girders and transversely connecting the piers. This structural
system is part of the bridge's mesostructure, which aims to transmit the bridge's forces to the
foundation. The load-carrying capacity of the bridge pier cap is important for the performance
and safety of the bridge. The technical requirements of the design must comply with the current
normative recommendations, and the technical analysis of the projects is essential to ensure the
quality of the construction. The verification methodology should be consistent with the
geometry, constraints, and structural behavior of the element. For structures subjected to
unusual boundary conditions, the strut-and-tie method proves to be an option, given its
comprehensiveness in cases of geometric discontinuity and loadings. The method works with
an idealized truss within the structural element, representing the flow of discretized
compression forces (struts) and tension forces (ties). This allows for the verification of concrete
strength in critical regions, as well as the determination and arrangement of reinforcements.
Therefore, the present work aims to verify the design of an unconventional bridge pier cap
geometry’s using the strut-and-tie method, with the assistance of STRAP software for the elastic
analysis of stresses. With it, it was possible to outline the truss model and verify it according to
the normative recommendations of ABNT NBR 6118 (2014). Finally, the goal is to contribute
to diversifying the potential applications of the strut-and-tie method for possible situations that
structural engineers may encounter in their professional routine.

Keywords: Reinforced Concrete; Bridge Pier Cap; Strut-and-Ties Method


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 10
2.1 SISTEMAS ESTRUTURAIS DE PONTES ................................................................... 10
2.2 MÉTODO DE BIELAS E TIRANTES .......................................................................... 11
2.2.1 Origens do método ................................................................................................... 11
2.2.2 Determinação dos modelos de bielas e tirantes........................................................ 13
2.3 PRESCRIÇÕES NORMATIVAS .................................................................................. 18
2.3.1 Verificação de bielas e nós ....................................................................................... 18
2.3.2 Determinação da armadura dos tirantes ................................................................... 19
2.3.3 Determinação de comprimento de ancoragem ......................................................... 19
2.3.4 Armaduras mínimas ................................................................................................. 21
3 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................ 22
4 METODOLOGIA................................................................................................................ 25
4.1 MODELAGEM COMPUTACIONAL ........................................................................... 25
4.2 CONCEPÇÃO DO MODELO DE BIELAS E TIRANTES .......................................... 26
5 RESULTADOS .................................................................................................................... 30
5.1 MODELO DE TRELIÇA ............................................................................................... 30
5.2 TIRANTES ..................................................................................................................... 31
5.2.1 Dimensionamento da armadura à flexão .................................................................. 31
5.2.2 Verificação da ancoragem ........................................................................................ 31
5.2.3 Dimensionamento da armadura ao cisalhamento .................................................... 32
5.3 BIELAS........................................................................................................................... 33
5.3.1 Verificação das bielas à flexão ................................................................................. 33
5.3.2 Verificação das bielas ao cisalhamento.................................................................... 34
5.4 REGIÕES NODAIS........................................................................................................ 35
5.5 VALIDAÇÃO DOS RESULTADOS DO MODELO .................................................... 36
5.6 VERIFICAÇÃO PROJETO VERSUS MBT ................................................................... 37
6 CONCLUSÕES.................................................................................................................... 38
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 39
8

1 INTRODUÇÃO

O cotidiano do profissional engenheiro calculista consiste em atividades envolvendo a área de


estruturas, como projeto de estruturas que consiste no dimensionamento e detalhamento de
estruturas; consultorias onde os engenheiros prestam serviços de orientação e direcionamento
sobre situações específicas de obras e as avaliações técnicas sobre atividades desenvolvida por
profissionais de execução, visando assegurar que os aspectos normativos vigentes estejam
sendo atendidos pelo projetista.

De acordo com ABECE (2015), os projetos de estruturas de concreto devem atender a todos os
critérios de qualidade e durabilidade dispostos na ABNT NBR 6118:2014 especificados na
seção 5 visando a garantia da segurança e economia dos projetos.

Para a verificação e o dimensionamento de vigas de concreto armado, comumente, se usa o


método das seções, contudo, CARVALHO e FIGUEIREDO FILHO (2014) comentam que a
aplicação deste método está atrelada a hipótese de Bernoulli (seções continuam planas durante
as deformações) e que a utilização deste método em regiões que não atendem a hipótese de
Bernoulli podem levar a resultados incorretos quanto aos aspectos de flexão e cisalhamento.

Adicionalmente, a ABNT NBR 6118 (2014) no item 22.3 especifica que o Método de Bielas e
Tirantes (MBT) é perfeitamente aplicável aos casos de análise da segurança em Estado Limite
Último (ELU) de elementos estruturais com regiões de descontinuidade (regiões que não
atendem a hipótese de Bernoulli).

Este método consiste no entendimento de estruturas como treliças idealizadas compostas por
barras e nós que representam regiões de tensões de tração e compressão que descrevem o
comportamento interno dos esforços e permitem o dimensionamento das armaduras do
elemento estrutural (SILVA e GIONGO, 2000). A generalidade e sistematização do MBT
permite sua aplicação nas mais diversas situações, desde elementos simples como blocos de
fundação, consolos curtos e vigas parede até situações não rotineiras como aberturas em vigas
e estruturas de geometria e condições de contorno complexas.

O presente estudo tem por objetivo a verificação em ELU de uma travessa de geometria não
usual de uma ponte rodoviária, a travessa em estudo possui dimensões equiparáveis a de vigas-
9

paredes, descontinuidades geométricas e cargas pontuais próximas aos apoios, o que justifica a
utilização do MBT. A verificação se dará de acordo com os requisitos técnicos da ABNT NBR
6118 (2014). A análise local do elemento estrutural se iniciou com determinação das reações de
apoio na travessa por meio da modelagem computacional da ponte com o auxílio do software
STRAP. Em seguida, o modelo de treliça idealizado foi determinado por meio de análise linear
de modelo de elementos finitos da travessa e orientações da literatura
consagrada sobre o método.
10

2 RFERENCIAL TEÓRICO

2.1 SISTEMAS ESTRUTURAIS DE PONTES

Segundo EL DEBS e TAKEYA (2007), as pontes são estruturas que têm a finalidade de vencer
obstáculos tais como vales, rios e avenidas e estabelecer a continuidade das vias. Comumente
é denominado ponte a estrutura que visa vencer cursos de água ou outras superfícies líquidas e
viaduto a estrutura que visa vencer um vale ou uma via. De acordo com CAVALCANTE (2019),
as pontes mais usuais de concreto armado são constituídas por elementos estruturais
subdivididos em superestrutura, mesoestrutura e infraestrutura, conforme Figura 1:

Figura 1: Seção longitudinal da estrutura da ponte.

Fonte: CAVALCANTE (2019).


A superestrutura é a estrutura da ponte que recebe primariamente os carregamentos da ponte
(lajes, longarinas, pórticos, etc.), a mesoestrutura (aparelhos de apoio, travessas e outros) é
formada pelos elementos que transmitem as cargas da superestrutura para a infraestrutura e a
infraestrutura é constituída pelos elementos que transferem as cargas da estrutura para o terreno
da obra de forma que o solo suporte geotecnicamente estas solicitações.
11

Figura 2: Seção transversal da estrutura da ponte.

Fonte: CAVALCANTE (2019).2.2

2.2 MÉTODO DE BIELAS E TIRANTES

2.3.1 Origens do método

O emprego de modelos de treliça como soluções para o dimensionamento de vigas de concreto


armado é datado para início do século XX, quando os pesquisadores W. Ritter e E. Mörsch
apresentaram a ideia como uma solução para a determinação da armadura de cisalhamento para
estes elementos estruturais, afim de combater os esforços cortantes. Esta teoria inicial ficou
conhecida como “Analogia de Treliça de Mörsch”, a qual consiste em elementos tracionados
chamados de tirantes e elementos comprimidos chamados de bielas. O sistema possui dois
banzos paralelos, sendo um de concreto comprimido e um de armadura tracionada, além de
diagonais e montantes (estribos), que resistem às solicitações normais de compressão e tração,
respectivamente. (CARVALHO e FIGUEIREDO FILHO, 2014).

Figura 3: Esquema treliça de Mörsch.

Fonte: Adaptado de SILVA e GIONGO (2000).


12

A teoria de treliça foi estudada e aperfeiçoada com o decorrer dos anos até que, com base em
resultados experimentais, pesquisadores propuseram a adoção da chamada “Treliça
Generalizada de Mörsch” que, segundo SILVA e GIONGO (2000), passou a considerar a
inclinação das bielas comprimidas com o eixo da viga de forma aproximada aos visualizados
nos ensaios experimentais, entre outras modificações, mas mantendo a ideia básica da analogia
de treliça original. Na década de 80, SCHLAICH, SCHÄFER e JENNEWEIN (1987)
propuseram modelos que adotassem o sistema de Bielas e Tirantes como referência, os quais
poderiam ser utilizados de maneira generalizada para diversos elementos de concreto como:
vigas-parede; consolos; blocos sobre estacas, entre outros.

Figura 4: Modelo de bielas e tirantes de bloco sobre estacas.

Fonte: Adaptado de ADEBAR e ZHOU (1993).


Esses modelos quando refinados culminaram no hoje conhecido Método de Bielas e Tirantes
(MBT), que tem como principal vantagem a generalidade de aplicação para peças de concreto
armado, uma vez que estruturas simples e complexas podem ser representadas e verificadas por
modelos de treliças de maneira sistemática. Apesar de não ser o método mais econômico e
eficiente em todos os casos, como, por exemplo, vigas usuais que são dimensionadas pelo
Método das Seções (MS), ainda é uma alternativa confiável se utilizada corretamente.

Cabe ressaltar que, dado sua generalidade de aplicação, o MBT deve ser utilizado com cautela,
pois, o método exige conhecimentos diversos e específicos do projetista para a escolha do
modelo que represente coerentemente os esforços internos na estrutura.
13

2.2.2 Determinação dos modelos de bielas e tirantes

De acordo com EL-METWALLY e CHEN (2017), as estruturas podem ser subdivididas em


dois tipos: a chamada região B (região de continuidade) são os locais da estrutura em que são
válidas as hipóteses de Bernoulli de distribuição linear de deformações; e a também conhecida
como região D (descontinuidade), que são os locais onde a distribuição de tensões é não-linear.
Normalmente essas descontinuidades são causadas por ações concentradas, reações de apoio e
situações geométricas da estrutura.

Figuras 5ª, 5b, 5c, 5d, 5e e 5f: Regiões contínuas e descontinuas em estruturas.

Fonte: MARTHA (2012).


De acordo com CAMPOS FILHO (1996), de maneira geral, os modelos de bielas e tirantes
podem ser entendidos como representações discretas de campos de tensão de compressão a
serem absorvidos pelo concreto (bielas) e campos de tensão de tração a serem absorvidos pelas
armaduras (tirantes). O modelo determinado para a estrutura é composto por barras ligadas por
nós, onde as barras concentram as tensões de tração e compressão.
14

Figura 6: Modelos de bielas e tirantes para vigas-parede para diversos carregamentos

.
Fonte: CEB/FIP MODEL CODE (2010).
O arranjo de barras e nós do modelo depende diretamente de condições de contorno,
carregamentos aplicados, tipo de ações atuantes, geometria da estrutura, distribuição das
armaduras, apoios da estrutura, entre outros. Diversos métodos de determinação da geometria
do modelo foram desenvolvidos e validados ao longo do tempo, dentre os métodos mais usuais
temos:

a) Modelos pré-definidos ou normativos: São propostos por normas ou autores consagrados que
se baseiam em ensaios experimentais.

Figura 7: Modelo de bielas e tirantes padronizado de consolo curto.

Fonte: ABNT NBR 9062 (2017).


15

b) Método do caminho de cargas: Procedimento que determina a geometria por meio do


equilíbrio entre ações externas e apoios da estrutura com o auxílio de equações de equilíbrio,
resultando no encaminhamento das tensões internamente por meio de bielas e tirantes.

Figura 8: Caminho de cargas para modelo de viga-parede.

Fonte: MARTHA (2012).


c) Análise elástica: Baseia-se na determinação dos elementos da treliça por meio do fluxo de
tensões na estrutura. Esta análise é comumente feita baseada em métodos numéricos como o
Método dos Elementos Finitos (MEF) com o auxílio de ferramentas computacionais como SAP
2000, ABAQUS ou STRAP. Dessa forma, um modelo linear elástico é desenvolvido para
compreender a distribuição das tensões na estrutura, e este processo é comumente utilizado em
estruturas de geometria não usuais, onde não existem modelos normativos pré-definidos e a
análise pelo método do caminho de tensões seria complexa.

Figura 9: Mapas dos campos de tensão.

Fonte: MARTHA (2012).


16

Figura 10: Modelo de bielas e tirantes determinado baseado em análise elástica.

Fonte: MARTHA (2012).


Conforme apresentado acima, as bielas como representações dos campos de tensão de
compressão podem assumir formas variadas dentro da estrutura de acordo com as condições de
contorno já citadas, além da própria geometria da treliça. SILVA e GIONGO (2000) apresenta
três distribuições diferentes que as bielas podem assumir:

a) Distribuição radial: Decorrentes de forças introduzidas e distribuídas de maneira suave e


normalmente tensões transversais não se desenvolvem neste campo.

b) Distribuição de tensões curvilíneas: Ocorrem quando forças concentradas são introduzidas e


distribuídas por meio de curvaturas acentuadas. Este tipo de distribuição desenvolve tensões
transversais.

c) Distribuição de tensões paralelas: Decorrente de tensões que se distribuem uniformemente e


este tipo de distribuição não desenvolve tensões transversais.

Figura 11: Distribuição de tensões radiais, curvilíneas e paralelas respectivamente.

Fonte: MARTHA (2012).


Outras regiões que são idealizações são os “nós”, que possuem dimensões dentro da estrutura
afetadas diretamente pelas condições de contorno e principalmente pelas configurações de
bielas e tirantes ligados a cada nó.
17

Figura 12: Tipos de nós idealizados CCC, CCT e CTT respectivamente.

Fonte: ACI COMMITTEE (2019).

Figura 13a e 13b: Tipos e dimensões nodais.

Figura 13a Figura 13b


Fonte: ACI COMMITTEE (2019).
Outra classificação dos nós é a de nós singulares (ou nós concentrados) e nós contínuos (ou nós
distribuídos), onde CAMPOS FILHO (1996) especifica que nós singulares são aqueles que
recebem uma biela ou tirante que representa um campo de tensão concentrado proveniente de
forças ou descontinuidades geométricas. Já os nós contínuos são aqueles que o desvio das forças
é feito em comprimentos razoáveis. Nós contínuos normalmente não são críticos desde que a
ancoragem para a armadura seja determinada corretamente, já nós singulares devem ser
verificados quanto as tensões atuantes.

Figura 14: Nós singulares e contínuos.

Fonte: Adaptado de Campos Filho (1996).


18

O objetivo final do método consiste na verificação à resistência das bielas e dos nós com as
dimensões definidas e a determinação da armadura para os tirantes, ambos baseados nas
recomendações normativas adotadas pelo projetista.

2.3 PRESCRIÇÕES NORMATIVAS

2.3.1 Verificações de bielas e nós

No Brasil o MBT é discutido normativamente pela ABNT NBR 6118:2014 e 9062 (2017),que
estabelecem requisitos para aplicação do método, sendo um desses requisitos a limitação do
ângulo θ de inclinação entre 29,7° e 63,4°, com valores de tangente entre 0,57 e 2,00. A norma
também dita os parâmetros de resistência a serem adotados nas verificações de tensões de
compressão máxima nas bielas e regiões nodais conforme a seguir:

𝑓 , - Tensão resistente máxima no concreto, em verificações pelo método de bielas e tirantes,


em regiões com tensões de compressão transversal ou sem tensões de tração transversal e em
nós onde confluem somente bielas de compressão (nós CCC);

𝑓 , = 0,85 ∙ 𝑎 ∙ 𝑓 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1)

𝑓 , - Tensão resistente máxima no concreto, em verificações pelo método de bielas e tirantes,


em regiões com tensões de tração transversal e em nós onde confluem dois ou mais tirantes
tracionados (nós CTT ou TTT);

𝑓 , = 0,60 ∙ 𝑎 ∙ 𝑓 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 2)

𝑓 , - Tensão resistente máxima no concreto, em verificações pelo método de bielas e tirantes,


em nós onde conflui um tirante tracionado (nós CCT).

𝑓 , = 0,72 ∙ 𝑎 ∙ 𝑓 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3)

Onde:

𝑎 = 1− - (𝑓 em 𝑀𝑃𝑎)
𝑓
𝑓 = 𝛾 - Resistência de cálculo à compressão do concreto
𝑓 - Resistência de cálculo à compressão do concreto
19

𝛾 - Coeficiente de ponderação da resistência do concreto

2.3.2 Determinação da área de aço dos Tirantes

Para a resistência de cálculo dos tirantes a norma determina que a área de aço utilizada deve ser
calculada por:

𝐹
𝐴 = (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 4)
𝑓

Onde:

𝐹 - Força de tração de cálculo do tirante


𝑓 - Tensão resistente de cálculo do aço;

2.3.3 Determinação de comprimento de ancoragem

Outra verificação necessária pela ABNT NBR 6118 (2014) é a de ancoragem das armaduras,
onde a norma determina que todas as barras de armaduras devem ser ancoradas de forma que
as forças a que estejam submetidas sejam integralmente transmitidas ao concreto por meio de
aderência, dispositivos mecânicos ou ambos. O cálculo da ancoragem por meio da resistência
de aderência entre concreto e armadura passiva se dá pelas seguintes expressões, conforme itens
9.3 e 9.4 da norma:

𝑓 - Resistência de aderência de cálculo da armadura passiva;

𝑓 = 𝜂 ∙𝜂 ∙𝜂 ∙𝑓 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 5)

Onde:

𝜂 = 1,00 - Barras lisas;


𝜂 = 1,40 - Barras entalhadas;
𝜂 = 2,25 - Barras nervuradas;
𝜂 = 1,00 - Situações de boa aderência;
𝜂 = 0,70 - Situações de má aderência;
𝜂 = 1,00 - Barras com 𝜙 < 32 𝑚𝑚;

𝜂 = - Barras com 𝜙 > 32 𝑚𝑚;

𝜙 - Diâmetro da barra em 𝑚𝑚;


20

𝑓 - Resistência à tração direta de cálculo do concreto;

𝑓 ,
𝑓 = (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 6)
𝛾

𝑓 , - Resistência característica inferior do concreto à tração;

𝑓 , = 0,7 ∙ 𝑓 , (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 7)

𝑓 , - Resistência média do concreto à tração, para 𝑓 < 50 𝑀𝑃𝑎;

𝑓 , = 0,3 ∙ 𝑓 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 8)

O comprimento de ancoragem básico (𝑙 ) é determinado por:

𝜙 𝑓
𝑙 = ∙ ≥ 25𝜙 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 9)
4 𝑓

O comprimento de ancoragem necessário (𝑙 . ) é determinado por:

𝐴,
𝑙 . =𝛼∙𝑙 ∙ ≥𝑙 . (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 10)
𝐴,

Onde:

𝛼 = 1,0 - Barras sem gancho;


𝛼 = 0,7 - Barras tracionadas com gancho;
E o comprimento de ancoragem mínimo (𝑙 . ) é determinado com o maior entre as três
equações abaixo:

𝑙 . = 0,3 ∙ 𝑙 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 11)


𝑙𝑙 . = 10 ∙ 𝜙 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 12)
𝑙 . = 100 𝑚𝑚 (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 13)
A norma supracitada ainda determina as especificações para os ganchos das extremidades das
barras longitudinais de tração:

a) Ganchos semicirculares: Devem possuir ponta reta de comprimento não inferior a 2𝜙;
21

b) Ganchos em ângulo de 45° (interno): Devem possuir ponta reta de comprimento não inferior
a 4𝜙;

c) Ganchos em ângulo reto: Devem possuir ponta reta de comprimento não inferior a 8*ϕ;

2.3.4 Armaduras mínimas

As armações de elementos estruturais ainda devem respeitar valores mínimos de área de aço
determinados normativamente para armaduras longitudinais de tração e armadura de
cisalhamento. A norma especifica taxas mínimas de armadura de flexão para vigas em função
da área de concreto e do 𝑓 de acordo com a tabela abaixo:

Tabela 1: Taxas mínimas de armadura de flexão para vigas.


Função Valores de 𝝆𝒎í𝒏 (𝑨𝒔,𝒎𝒊𝒏/𝑨𝒄 ) para CA-50 (%)
da seção 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Retangular 0,15 0,15 0,15 0,164 0,179 0,194 0,208 0,211 0,219
Fonte: Adaptação da ABNT NBR 6118 (2014).
Para elementos lineares com esforço cortante o item 17.4.1.1.1 da norma determina uma
armadura transversal mínima de estribos com a seguinte taxa geométrica:

𝐴 𝑓 ,
𝜌 = ≥ 0,2 ∙ (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 14)
𝑏 ∙ 𝑠 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝛼) 𝑓

Onde:

𝐴 - Área da seção transversal dos estribos;


𝑠 - Espaçamento dos estribos;
𝛼 - Inclinação dos estribos;
𝑏 - Largura média da alma ao longo da altura útil;
𝑓 - Resistência característica ao escoamento do aço da armadura transversal.
22

3 ESTUDO DE CASO

O projeto em estudo se trata de uma ponte rodoviária a ser construída com sistema estrutural da
superestrutura em vigas (longarinas) que suportam laje com uma faixa de rolamento. Os vãos
típicos da estrutura são de 16,90 m e 21,00 m com uma largura de 12,80 m.

Figura 15: Vista longitudinal da ponte.

Fonte: Projeto.
Figura 16: Vista em planta da ponte.

Fonte: Projeto.
As longarinas descarregam nas travessas por meio de aparelhos de apoio em neoprene fretado
de 50x100x3 cm. A mesoestrutura por sua vez é composta por estrutura no tipo pórtico com
dois pilares ligados transversalmente por meio da travessa em estudo.
23

Figura 17: Seção transversal da ponte e detalhe da longarina.

Fonte: Projeto.
A travessa em estudo é detalhada em sequência com forma, armadura e especificações:

Figura 18: Seção transversal e longitudinal da travessa.

Fonte: Projeto.
Figura 19: Armação longitudinal da travessa.
24

Fonte: Projeto.
Figura 20: Armação transversal da travessa e notais gerais de projeto.

Fonte: Projeto.
25

4 METODOLOGIA

4.1 MODELAGEM COMPUTACIONAL

A ponte em estudo foi modelada no software STRAP com as longarinas representadas por barras
contínuas, a laje contínua como malha com elementos de aproximadamente 50x50 cm e as
transversinas como barras de seção retangular de 35x100 cm. Os apoios foram definidos como
articulações nas extremidades, os vãos da longarina para representação dos aparelhos de apoio.
O modelo é representado na Figura 21.

Figura 21: Modelagem da ponte no software STRAP.

Fonte: Autores.
Foram considerados os efeitos de não linearidade física dos elementos de maneira aproximada,
conforme recomenda o item 15.7.3 da ABNT NBR 6118 (2014), ajustando os valores de rigidez
dos elementos estruturais.

Para a determinação das reações de apoio na travessa, considerou-se as cargas permanentes


(peso próprio, defensas, pavimentação e impermeabilizações), conforme orientações da ABNT
NBR 6120 (2019) e o carregamento de trem tipo TB-450, considerado de acordo com a ABNT
NBR 7188 (2013) em três situações distintas: centro da ponte, lateral superior e lateral inferior.
A combinação desses carregamentos foi calculada em estado limite último (ELU) normal, em
conformidade com a ABNT NBR 8681 (2003). A Figura 22 apresenta o resultado da
combinação dos esforços supracitados.
26

Figura 22: Reações de apoio (kN) na travessa em ELU – Envoltória de combinações.

Fonte: Autores.
A travessa, do estudo de caso, foi modelada como uma malha de elementos finitos apoiada em
engastes na região inferior do pilar parcialmente representado. A malha, conforme Figura 23,
foi discretizada com elementos de 10x10 cm e espessura de 100 cm e as reações de apoio
distribuídas em nós contidos na área de contato do aparelho de apoio.

Figura 23: Travessa representada como malha de elementos finitos planos.

Fonte: Autores.

4.2 CONCEPÇÃO DO MODELO DE BIELAS E TIRANTES

A concepção do modelo de bielas e tirantes tem seu início na análise da distribuição linear das
tensões de tração e compressão. A partir destas é possível esboçar a posição de tirantes, em
áreas tracionadas, e bielas, em áreas comprimidas. Para tal, utilizou-se os resultados obtidos no
software STRAP, conforme apresentados nas Figuras 24 e 25.

Figura 24: Distribuição de tensões principais de tração.

Fonte: Autores.
27

Figura 25: Distribuição de tensões principais de compressão.

Fonte: Autores.
Em seguida, verificou-se recomendações na literatura, SILVA E GIONGO (2000), ACI SP-208
(2002) e FIB BULLETIN 61 (2011), com intuito de garantir que o modelo de treliça idealizado
seja o mais adequado para a situação problema em questão.

Para a posição dos dois tirantes superiores, posicionados nas seções tipo A-A, adotou-se o
centróide das armaduras longitudinais dispostas em uma camada conforme projeto original.
Porém, esta disposição em apenas uma camada pode não ser a mais assertiva visto que o trecho
em análise tem dimensões equiparáveis a de uma viga parede que normalmente tem armaduras
longitudinais distribuídas em uma altura maior na viga (várias camadas). SILVA E GIONGO
(2000) comentam que a utilização de parâmetros de vigas usuais em vigas-parede reduz a
segurança e compromete o comportamento em serviço do elemento.

Figura 25: Distribuição de tensões na seção transversal

Fonte: Autores.
O posicionamento da biela, encontrada na seção B-B, foi definida por meio da altura da linha
neutra do bloco de compressão (𝑐’), podendo esta ser calculada por meio da Equação 17, com
o suporte das Equações 15 e 16. Segundo o item 22.3.1 da norma supracitada, as inclinações
das bielas devem respeitar os limites de 29,7° a 63,4°. Os critérios acima mencionados,
juntamente com a análise da distribuição linear das tensões de tração e compressão, nortearam
a posição dos demais tirantes e bielas.
28

𝑑 = 0,9 ∙ ℎ′ (Equação 15)


𝑥 = 0,45 ∙ 𝑑 (Equação 16)
𝑐′ = 0,5 ∙ 𝜆 ∙ 𝑥 (Equação 17)

Considerando os eixos cartesianos em duas dimensões, tem-se que, no eixo x, os nós foram
posicionados, predominantemente, na direção vertical da aplicação das forças F1 = 2350 kN e
F2 = 2489 kN e das reações R1 e R2, sendo a posição destas em 25% da base dos pilares. No
eixo y, observou-se os critérios anteriormente apresentados e, na Figura 26, encontra-se a
síntese da concepção deste modelo.

Figura 26: Critério adotados no modelo de bielas e tirantes.

Fonte: Autores.

Para as dimensões das bielas e regiões nodais a ABNT NBR 6118 (2014) não fornece
orientações de como determinar tais valores. De posse disto, considerou-se as recomendações
normativas da ACI 318 (2019). A figura 27 detalha as escolhas de dimensões do nó 1, onde
dimensão wt será duas vezes a distância da face do elemento estrutural até o centróide das
armaduras, a dimensão lb será a face de contato do aparelho de apoio e a dimensão ws se dará
pela equação 18:

𝑤 = 𝑤 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝜃 + 𝑙 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜃 (Equação 18)


29

Figura 27: Dimensões de bielas e regiões nodais.

Fonte: Autores.

A definição da geometria dos demais nós seguiu orientações parecidas e com auxílio do
programa AutoCAD as dimensões das bielas foram determinadas interligando geometricamente
os nós.
30

5 RESULTADOS
5.1 MODELO DE TRELIÇA
Considerando os critérios adotados e recomendações normativas, definiu-se o modelo de
treliça, apresentado na Figura 28, a ser utilizado para a verificação do dimensionamento feito
em projeto através da análise dos tirantes, bielas e regiões nodais.
Figura 28: Modelo de treliça escolhido.

Fonte: Autores.
A partir da concepção do modelo de treliça, foi utilizando o software CAST a fim de se obter
os esforços solicitantes em cada elemento, sendo as forças solicitantes nas bielas e tirantes
apresentadas na Figura 29.
Figura 29: Esforços solicitantes nos elementos da treliça.

Fonte: Autores.
Com base nos valores apresentados acima, na resistência à tração do aço CA-50, na compressão
do concreto C30 e da geometria da travessa da ponte, efetuou-se o dimensionamento da
armadura à flexão e ao cisalhamento através dos tirantes e verificações de resistência aos
esforços solicitantes em bielas e regiões nodais.
31

5.2 TIRANTES
5.2.1 Verificação das armaduras à flexão
A fim de verificar as armaduras de combate à flexão, faz-se necessário analisar,
majoritariamente, os esforços nos tirantes horizontais. É dito majoritariamente em função de
bielas presentes em banzos superiores também poderem solicitar armadura diferente da mínima
calculada.
A princípio, é necessário encontrar as áreas de aço correspondentes aos esforços de tração nos
tirantes, por meio da Equação 4. Em seguida, é necessário verificar se a área de aço calculada
(𝐴 ) é superior a mínima (𝐴 , í ) definida na ABNT NBR 6118 (2014), caso contrário, deve-
se utilizar o 𝐴 , í , calculado conforme Tabela 1, para definir o diâmetro da armadura de flexão.
Na Tabela 2, encontram-se os valores obtidos dos itens acima mencionados. Por fim, será
realizada uma verificação da área efetiva calculada pelo modelo, em comparação ao utilizado
em projeto.
Tabela 2: Dimensionamento dos tirantes à flexão.

𝑵𝑺𝒅 𝑨𝒔 𝑨𝒔,𝒎í𝒏 𝝓𝒔 𝑨𝒔,𝒆𝒇


Elemento 𝒏𝝓𝒔 𝒏𝝓𝒔,𝒆𝒇
(kN) (cm²) (cm²) (cm) (cm²)
T1 1175,00 27,03 30,00 25.0 6,11 7 34,34
T2 1175,00 27,03 30,00 25.0 6,11 7 34,34
T3 200,50 4,61 15,00 25.0 3,06 4 19,63
T4 487,77 11,22 15,00 25.0 3,06 4 19,63
T5 200,50 4,61 15,00 25.0 3,06 4 19,63
Fonte: Autores.
5.2.2 Verificação da ancoragem
Tendo conhecimento das armaduras dos tirantes à flexão, foi realizado o cálculo do
comprimento de ancoragem necessário, tendo em vista o comprimento mínimo, conforme o
item 2.3 deste trabalho. Na Tabela 3, são apresentados os valores utilizados referentes a
resistência de aderência da armadura e o concreto na ancoragem de armaduras passivas (𝑓 ).
Tabela 3: Parâmetros considerados para obter o 𝑓 .
𝜼𝟏 𝜼𝟐 𝜼𝟑 𝒇𝒄𝒌 𝜸𝒄 𝜶
2,25 1,00 1,00 30,00 1,40 1,00
Fonte: Autores.
Dessa forma, na Figura 30 são apresentados os valores de ancoragem disponível, definidos
observando a interseção do centroide das barras e a extensão das bielas inclinadas nos modelos
até o cobrimento da estrutura, assim como, na Tabela 4, são demonstradas as ancoragens
calculadas, mínimas e necessárias.
32

Figura 30: Comprimento de ancoragem disponível.

Fonte: Autores.
Tabela 4: Comprimento de ancoragem.

𝝓𝒔 𝒇𝒃𝒅 𝒍𝒃 𝟐𝟓𝝓𝒔 𝒍𝒃,𝒏𝒆𝒄 𝒍𝒃,𝒎í𝒏 (cm) 𝒍𝒃,𝒎í𝒏 𝒍𝒃,𝒅𝒊𝒔𝒑


Elemento
(mm) (MPa) (cm) (cm) (cm) 0,3𝒍𝒃 10𝝓 10 (cm) (cm)
T1 25.0 3,26 83,39 62,50 65,62 25,02 25,00 10,00 65,62 72,10
T2 25.0 3,26 83,39 62,50 65,62 25,02 25,00 10,00 65,62 72,10
T3 25.0 3,26 83,39 62,50 19,60 25,02 25,00 10,00 25,02 219,70
T4 25.0 3,26 83,39 62,50 47,67 25,02 25,00 10,00 47,67 219,70
T5 25.0 3,26 83,39 62,50 19,60 25,02 25,00 10,00 25,02 219,70
Fonte: Autores.
Verifica-se que, para todos os tirantes, não há necessidade de dobras em função do comprimento
de ancoragem disponível ser maior que o necessário.
5.2.3 Verificação das armaduras ao cisalhamento
Já na verificação das armaduras de cisalhamento, foi necessário analisar os esforços presentes
nos tirantes verticais. Inicialmente, calcula-se as áreas de aço correspondentes aos esforços de
tração nos tirantes por meio da Equação 4. Em seguida, é definido as áreas de influência dos
tirantes verticais através das suas espessuras efetivas (𝑤 ), representadas na Figura 31. A
definição destas se deu pelo dobro da menor distância do eixo do tirante até a face do pilar ou
da face interna da viga. Por fim, calculou-se a área de aço (𝐴 ), considerando estribo em dois
ramos, para determinar a quantidade de estribos necessários, bem como os seus espaçamentos.
Os valores obtidos para cada um dos itens acima mencionados estão expressos na Tabela 5.
33

Figura 31: Área de influência dos tirantes T06 e T07.

Fonte: Autores.
Tabela 5: Dimensionamento dos tirantes ao cisalhamento.

𝑵𝑺𝒅 𝑨𝒔𝒘 𝝓𝒔𝒘 𝑨𝒔𝒘,𝒆𝒇 𝒘𝒕𝒘 𝒔𝒘 𝒔𝒘,𝒆𝒇


Elemento 𝒏𝝓𝒔𝒘 𝒏𝝓𝒔𝒘,𝒆𝒇
(kN) (cm²) (cm) (cm²) (cm) (cm) (cm)
T6 373,93 34,40 8.0 17,12 18 36,17 150,00 8,82 8,00
T7 373,93 34,40 8.0 17,12 18 36,17 150,00 8,82 8,00
Fonte: Autores.
As regiões além das de influência dos tirantes T6 e T7 serão atendidas com 𝜌 , í , conforme
Equação 14. Desta, tendo o diâmetro da armadura transversal já definida pelo projeto, teremos
espaçamento máximo igual a 17 cm.
5.3 BIELAS
5.3.1 Verificação das bielas à flexão
Conforme mencionado inicialmente, além dos tirantes, as bielas horizontais também devem ser
checadas quanto a necessidade de armadura a flexão. Para tal análise, comparou-se se o esforço
solicitante nos banzos comprimidos era superior ao esforço resistente (𝑁 , ), calculado de
acordo com a Equação 19.
𝑁 , =𝑓 , ∙ 𝑏 ∙ 𝑤 (Equação 19)
Por se tratar de uma região com tensões de compressão transversais, consideraremos na equação
acima 𝑓 , , este calculado conforme Equação 1. Os valores obtidos para cada biela horizontal,
bem como a verificação 𝑁 <𝑁 , estão expressos na Tabela 6.
Tabela 6: Verificação dos esforços resistentes das bielas nos banzos comprimidos.

𝒇𝒄𝒅,𝟏 𝒃𝒘 𝒘𝒔 𝑵𝑹𝒅,𝒄 𝑵𝑺𝒅


Elemento Condição
(MPa) (cm) (cm) (kN) (kN)
S1 16,03 100,00 33,80 -5417,66 -487,77 OK
S2 16,03 100,00 10,00 -1602,86 -1175,00 OK
S3 16,03 100,00 10,00 -1602,86 -1175,00 OK
Fonte: Autores.
34

Nota-se que todos os esforços solicitantes são mínima ou significativamente inferiores aos
resistentes. Assim, não há necessidade de posicionar armaduras para combater tais esforços.
5.3.2 Verificação das bielas ao cisalhamento
A verificação ao cisalhamento consiste em checar se as bielas dispostas diagonalmente
resistirão aos esforços solicitantes ou se serão esmagadas, sendo que, tal constatação, se dará
com a análise de 𝑁 <𝑁 , . A Figura 32 ilustra as espessuras efetivas das bielas (𝑤 ), bem
como as regiões nodais, verificadas no item a seguir.
Figura 32: Espessuras das bielas e regiões nodais.

Fonte: Autores.
Semelhantemente ao subitem anterior, calculou-se o esforço resistente de acordo com a
Equação 19. A única distinção se dá na tensão resistente considerada, visto que por se tratar de
uma região com tensões de tração transversais, consideraremos na equação supracitada 𝑓 , ,
este calculado conforme Equação 2. Os valores obtidos e a verificação 𝑁 <𝑁 , são
apresentados na Tabela 7.
Tabela 7: Esforços resistentes das bielas dos banzos comprimidos.

𝒇𝒄𝒅,𝟐 𝒃𝒘 𝒘𝒔 𝑵𝑹𝒅,𝒄 𝑵𝑺𝒅


Elemento Condição
(MPa) (cm) (cm) (kN) (kN)
S4 11,31 100,00 44,84 -5073,10 -2627,38 OK
S5 11,31 100,00 44,90 -5080,45 -2843,79 OK
S6 11,31 100,00 33,99 -3845,27 -424,29 OK
S7 11,31 100,00 33,99 -3845,27 -424,29 OK
S8 11,31 100,00 44,90 -5080,45 -2843,79 OK
S9 11,31 100,00 44,84 -5073,10 -2627,38 OK
S10 11,31 100,00 27,96 -3163,93 -471,54 OK
S11 11,31 100,00 27,96 -3163,93 -471,54 OK
Fonte: Autores.
Os dados acima garantem, portanto, que, como as bielas diagonais não esmagam, não haverá
ruptura do elemento estrutural por cisalhamento.
35

5.4 REGIÕES NODAIS


Semelhantemente às bielas, as regiões nodais, especialmente as de nós singulares, devem ser
verificadas em relação as tensões provenientes dos esforços solicitantes (𝜎 , ), calculadas de
acordo com a Equação 20, sendo necessário que sejam inferiores tensão resistente (𝑓 , ).
𝑁𝑆𝑑,𝐸𝑛
𝜎 , = (𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 20)
𝑏 ∙𝑤
Para realizar tal verificação, foi necessário, primeiramente, caracterizar cada uma das tensões
solicitantes, conforme a Tabela 8. A Figura 33 ilustra a caracterização da região nodal 01, tendo
este se repetido nas demais regiões nodais. Os esforços foram numerados a partir do eixo y
positivo no sentido horário.
Figura 33: Caracterização da região nodal 1.

Fonte: Autores.
Tabela 8: Caracterização das regiões nodais.

𝑵𝑺𝒅,𝑬𝟏 𝒘𝑬𝟏 𝑵𝑺𝒅,𝑬𝟐 𝒘𝑬𝟐 𝑵𝑺𝒅,𝑬𝟑 𝒘𝑬𝟑 𝑵𝑺𝒅,𝑬𝟒 𝒘𝑬𝟒



(kN) (cm) (kN) (cm) (kN) (cm) (kN) (cm)
1 -2350,00 45,00 1175,00 10,00 -2627,38 44,84 - -
2 -2489,00 45,00 -424,49 34,08 -2843,79 44,90 1175,00 10,00
3 -2489,00 45,00 1175,00 10,00 -2843,79 44,90 -424,29 34,08
4 -2350,00 45,00 -2627,38 44,84 1175,00 10,00 - -
5 -487,77 33,80 -471,54 33,66 -424,29 33,99 - -
6 -424,29 33,99 -471,54 33,66 -487,77 33,80 - -
7 -1175,00 10,00 -2350,00 50,00 -2627,38 49,05 - -
8 -2843,79 48,44 -2489,00 50,00 -1175,00 10,00 - -
9 373,93 27,96 -471,54 10,00 487,77 26,85 - -
10 373,93 27,96 487,77 26,85 -471,54 10,00 - -
11 -1175,00 10,00 -2489,00 50,00 -2843,79 48,44 - -
12 -2627,38 49,05 -2350,00 50,00 -1175,00 10,00 - -
Fonte: Autores.
36

Em seguida, define-se o 𝑓 , , calculado em função de cada configuração nodal, conforme as


Equações 1, 2 e 3. De posse dos valores acima, efetua-se a verificação 𝜎 , <𝑓 , , apresentada
na Tabela 9. Apesar de haver necessidade de verificação apenas para os nós singulares, ou seja,
os críticos, por segurança foram verificadas todas as regiões nodais.
Tabela 9: Verificação das regiões nodais.

𝒇𝒄𝒅,𝒏 𝝈𝑺,𝑬𝟏 𝝈𝑺,𝑬𝟐 𝝈𝑺,𝑬𝟑 𝝈𝑺,𝑬𝟒


Nó Tipo Cond,E1 Cond,E2 Cond,E3 Cond,E4
(MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
1 CCT 13,58 5,22 OK 11,75 OK 5,86 OK - -
2 CTT 11,31 5,53 OK 1,25 OK 6,33 OK 11,75 FALHA
3 CTT 11,31 5,53 OK 11,75 FALHA 6,33 OK 1,24 OK
4 CCT 13,58 5,22 OK 5,86 OK 11,75 OK - -
5 CCC 16,03 1,44 OK 1,40 OK 1,25 OK - -
6 CCC 16,03 1,25 OK 1,40 OK 1,44 OK - -
7 CCC 16,03 11,75 OK 4,70 OK 5,36 OK - -
8 CCT 13,58 5,87 OK 4,98 OK 11,75 OK - -
9 CTT 11,31 1,34 OK 4,72 OK 1,82 OK - -
10 CTT 11,31 1,34 OK 1,82 OK 4,72 OK - -
11 CCT 13,58 11,75 OK 4,98 OK 5,87 OK - -
12 CCC 16,03 5,36 OK 4,70 OK 11,75 OK - -
Fonte: Autores.
Constata-se dos dados acima, que apenas as regiões nodais 2 e 3 sofreram esmagamento ou
ruptura pelos esforços solicitantes às mesmas.

5.5 VALIDAÇÃO DOS RESULTADOS DO MODELO


Com o propósito de avaliar e validar os resultados encontrados acima, utilizou-se o software
CAST. Neste, esbouçou-se o mesmo modelo de treliça utilizado para os cálculos acima e inseriu
os dados referentes as espessuras efetivas das bielas e tirantes, áreas de aço dos tirantes, bem
como outras informações complementares. Deste modo, averiguou-se a partir da relação entre
o carregamento solicitante e a resistência de cada elemento, conforme apresentado na Figura
34, que os resultados calculados estão coerentes com os obtidos pelo software. O mesmo
também identificou a falha que acontece na região nodal 2 e 3.
37

Figura 34: Verificação do modelo de treliça no software CAST.

Fonte: Autores.

5.6 VERIFICAÇÃO PROJETO VERSUS MBT


Com os resultados encontrados acima, torna-se possível verificar o dimensionamento de projeto
à luz do modelo de bielas e tirantes. A verificação se dará no comparativo das áreas de aço das
armaduras de combate a flexão e ao cisalhamento de projeto (𝐴 , ) com as encontradas pelo
MBT (𝐴 , ), conforme Tabela 10. A garantia de segurança do dimensionamento de projeto
se dará com 𝐴 , ≥𝐴 , , ou seja, que a razão entre as mesmas seja maior ou igual a 1,00.
Tabela 10: Verificação das áreas de aço projetadas versus calculadas pelo MBT.
Projeto MBT 𝑨𝒔,𝒑𝒓𝒐𝒋
Armadura 𝑨𝒔,𝑴𝑩𝑻
Condição
𝝓𝒔 (mm) 𝒏𝝓𝒔 𝑨𝒔 (cm²) 𝝓𝒔 (mm) 𝒏𝝓𝒔 𝑨𝒔 (cm²)
Flexão - Superior 25.0 7 34,34 25.0 7 34,34 1,00 OK
Flexão - Inferior 25.0 4 19,63 25.0 4 19,63 1,00 OK
Cisalhamento 8.0 13 30,00 8.0 18 36,17 0,83 Ñ ATENDE
Fonte: Autores.
Com a verificação acima realizada, observa-se que apenas as armaduras de combate ao
cisalhamento nas áreas de influência dos tirantes verticais não atendem ao verificado pelo
modelo de bielas e tirantes. O restante das armaduras projetadas de combate a flexão e ao
cisalhamento resistirão aos esforços solicitantes.
38

6 CONCLUSÕES
Tendo em vista os resultados obtidos pela verificação do projeto pelo método de bielas e
tirantes, observa-se que através da análise dos tirantes as armaduras de combate à flexão
atendem os esforços solicitantes à estrutura. Quanto as de combate ao cisalhamento, constatou-
se que os trechos entre os pilares e a descontinuidade geométrica da viga deveriam ter um
espaçamento menor que o definido em projeto, em função de tensões principais de tração mais
significativos neste trecho. Apesar disto, todas estão acima dos mínimos normativos. Na
verificação da ancoragem, a travessa atendeu aos critérios necessários, muito em função de suas
dimensões.
Quanto a análise das bielas, verificou-se que não há risco de esmagamento das mesmas, ou seja,
da estrutura sofrer ruptura devido ao cisalhamento. Entretanto, as regiões nodais 2 e 3
apresentam tensões solicitantes, provenientes dos tirantes T1 e T2, maiores que as resistentes,
indicando possível risco a segurança estrutural. As possíveis soluções para contornar tal
problemas seria o aumento do 𝑓 de 30 para 35 Mpa ou uma outra disposição das armaduras
de combate a flexão nesta região. Esta outra possível disposição, aliás, poderia ser armando esta
semelhante a viga-parede, isto é, distribuindo a armadura ao longo de 15% da altura total da
seção.
De posse dos resultados obtidos na análise da travessa pelo método de bielas e tirantes, conclui-
se que o projeto original atende às especificações técnicas normativas quanto ao estado limite
último, havendo apenas a necessidade de sugeridas acima. Quando ao referencial normativo,
destaca-se que, apesar da principal adotada neste trabalho ser a ABNT NBR 6118 (2014),
tornou-se necessário recorrer a ACI 318 (2019), visto que a norma brasileira carece de
detalhamentos adequados sobre a determinação da geometria das regiões nodais e espessuras
das bielas.
Por fim, situações de dimensionamento de elementos com descontinuidade geométrica e de
carregamento podem não ser rotineiros profissionalmente. Entretanto, este trabalho buscou
contribuir para aplicação do método de bielas e tirantes para situações semelhantes ao estudo
de caso do mesmo.
39

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABECE. Recomendação Abece 002:2015 Avaliação técnica do projeto de estruturas de


concreto. 2015. Disponível em
<http://www.abece.com.br/pdf/Recomendacoes_para_a_atividade_de_Avaliacao_Tecnica-de-
Projetos.pdf>

ACI COMMITTEE. Building code requirements for structural concrete (ACI 318-19) and
commentary (ACI 318R-19).

ADEBAR, Perry; ZHOU, Zongyu. Bearing strength of compressive struts confined by plain
concrete. ACI Structural Journal, v. 90, p. 535-535, 1993.

AMERICAN CONCRETE INSTITUTE. Examples for the Design of Structural Concrete


with Strut-and-Tie Models. v. 318, 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118. Projeto de estruturas


de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2014

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7187: Projeto de pontes de


concreto armado e concreto protendido – Procedimento. Rio de Janeiro, 2022.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8681: Ações e segurança


nas estruturas - Procedimento. Rio de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9062: Projeto e execução


de estruturas de concreto pré-moldado - Apresentação. Rio de Janeiro, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: Ações para o cálculo


de estruturas de edificações. Rio de janeiro, 2019.

CARVALHO, Roberto Chust; FIGUEIREDO FILHO, Jasson Rodrigues de. Cálculo e


detalhamento de estruturas usuais de concreto armado: segundo a NBR 6118: 2014. São
Carlos: EdUFSCar, 2014.
40

CAVALCANTE, Gustavo Henrique Ferreira. Pontes em concreto armado: análise e


dimensionamento. São Paulo: Blucher, 2019.

CEB/FIP MODEL CODE. Fip Bulletin 55: Model Code 2010, First complete draft. vol. 1
Internacional Federation for Structural Concrete, 2010. Disponível em:
https://doi.org/10.35789/fib.BULL.0055.

EL DEBS, Mounir Khalil; TAKEYA, Toshiaki. Introdução às pontes de concreto. São Carlos,
2007.

EL-METWAY, Salah; CHEN, Wai-Fah. Structural Concrete: Strut-And-Tie Models for


Unified Design. Flórida: SRC Press, 2017.

FÉDERATION INTERNATIONALE DU BÉTON. Design examples for strut-and-tie


models. v. 61, 2011.

MARTHA, Luiz Fernando Campos Ramos. Geração automática via otimização topológica e
avaliação de segurança de modelos de bielas e tirantes. 2012. Tese (Doutorado em
Estruturas) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.

SCHLAICH, Jorg; SCHÄFER, Kurt; JENNEWEIN, Mattias. Toward a consistent design of


structural concrete. PCI journal, v. 32, n. 3, p. 74-150, 1987. Disponível em:
https://doi.org/10.15554/pcij.05011987.74.150.

SILVA, Reginaldo Carneiro da; GIONGO, José Samuel. Modelos de bielas e tirantes
aplicados a estruturas de concreto armado. São Carlos: EESC/USP, 2000.

SUNDARI, S. Shanmuga; KUMAR, Binay; DHANASEKARAN, R. Structural, dielectric,


piezoelectric and ferroelectric characterization of NBT-BT lead-free piezoelectric ceramics. In:
IOP Conference Series: Materials Science and Engineering. IOP Publishing, 2013. p. 012010.
Disponível em: https://doi.org/10.1088/1757-899X/43/1/012010.

YAHYA, Norrul Azmi et al. Bearing strength of concrete for difference heights of concrete
blocks. In: IOP conference series: materials science and engineering. IOP Publishing, 2018. p.
072011. Disponível em: http://doi.org/10.1088/1757-899X/431/7/072011.

Você também pode gostar