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Aula 6

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MEMÓRIA

Psicologia
Anhanguera - Leme
A MEMÓRIA
■ Depois de termos estudado a atenção, vamos abordar a memória,
que é a condição fundamental para a aprendizagem:
– Sem memória não há aprendizagem.
– Se não tivéssemos memoria, estaríamos sempre a (re)iniciar as
aprendizagens, porque estas não se consolidariam.
– São as aprendizagens mantidas na memória que suportam as
novas aprendizagens.
A MEMÓRIA
■ Eis um quadro com quatro colunas de nove letras
■ Tentem memorizar o maior número de letras que consigam!
A MEMÓRIA
■ Tentem lembrar-se das letras que compõem o quadro
■ Consegui-lo seria uma proeza!
■ Contudo as letras não foram escolhidas ao acaso
– por colunas constituem palavras que, juntas, formam uma frase
bem conhecida, utilizada em monumentos, medalhas
comemorativas etc...

“Para perpetuar a memória do acontecimento”


CONCEITO
■ Podemos definir memória como o processo cognitivo que permite
integrar, reter e recuperar informação e recordar o que aprendemos.

■ A memória é:
– A função mental que permite reter informações, isto é, aprender;
– 0 sistema de armazenamento que permite manter informações;
– A capacidade de evocar, de recordaras informações retidas.
CONCEITO
■ Sem memória, a aprendizagem não seria possível
■ Compreenderemos melhor esta relação ao analisarmos o processo mnésico. A
memorização, o processo mnésico, envolve três fases ou etapas:
CONCEITO
■ Esclareçamos em que consiste cada uma destas etapas;
■ Aquisição
– Fase que corresponde à entrada dos conteúdos na memória.
■ Retenção
– Fase de armazenamento ou conservação dos conteúdos que podem ser
mantidos por diferentes períodos de tempo.
■ Recordação
– Fase de recuperação, de evocação dos conteúdos que adquirimos e retivemos.
CONCEITO
APRENDIZADO E MEMÓRIA

■ Aprendizado:
– Aquisição de novas informações ou novos
conhecimentos
■ Memória:
– Retenção da informação aprendida
TIPOS DE MEMÓRIA
■ Distinguem-se três tipos de memoria:

– memória sensorial;
– memória a curto prazo;
– memória a longo prazo.
TIPOS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA SENSORIAL

■ A memória sensorial é um tipo de memória que tem origem nos órgãos dos
sentidos.
■ Por isso, podemos falar de memória sensorial auditiva (ou ecoica), visual (ou
icónica), olfativa, etc.
■ As informações obtidas pelos sentidos são retidas por um curto espaço de tempo -
entre 0,2 e 2 segundos.
■ Se a informação não for processada perde-se, se for processada passa para a
memoria a curto prazo.
TIPOS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA SENSORIAL

■ Se não prestar atenção, as informações perdem-se.


■ Prestando atenção, os dados codificam-se, e são transferidos para um outro
deposito: a memória a curto prazo.
TIPOS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA SENSORIAL

■ Os dados sensoriais adquiridos serão codificados.


■ No exemplo, a palavra "rainha“ pode ser codificada de diferentes maneiras, —
funcionarão como indícios para posterior recuperação
TIPOS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA A CURTO PRAZO

■ A memória a curto prazo é um tipo de memória que armazena a informação


recebida pela memória sensorial
■ Os materiais são retidos durante cerca de 30 a 60 segundos.
■ De acordo com os estudos sobre a memória, podemos conservar na memória a
curto prazo cerca de 7 elementos (+/- 2).
■ A memória a curto prazo é como uma mão cheia de ovos, só consegue agarrar ao
mesmo tempo um número limitado de elementos.
TIPOS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA A CURTO PRAZO

■ Esta capacidade pode ser aumentada se os itens forem associados em grupos.


■ Assim, é difícil reter a curto prazo o numero de telefone: 0012122306083
■ Contudo, é possível retê-lo se for lido por agrupamentos...
TIPOS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA A CURTO PRAZO

■ O tempo de retenção aumentará se repetirmos mentalmente a informação como,


por exemplo, um número de telefone.
■ Este tipo de memória é também designada por memória de trabalho, operacional
ou ativa.
■ Os dados da memoria a curto prazo, se forem processados, passam para a
memoria a longo prazo.
■ Para que a informação fique armazenada nesta memoria é preciso que seja
repetida e codificada.
TIPOS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA A LONGO PRAZO

■ A memória a longo prazo é um tipo de memória alimentada pelos materiais da


memória a curto prazo que são codificados em símbolos.
■ A informação enviada da memoria a curto prazo é transformada a medida que vai
sendo integrada.
■ A memoria a longo prazo retém os materiais durante horas, meses ou durante toda
a vida.
■ Codifica e retém material verbal em função da sua pertinência e do seu significado.
TIPOS DE MEMÓRIA
TIPOS DE MEMÓRIA
No quadro que se segue apresentamos, em síntese, as principais características dos
três tipos de memória
TIPOS DE MEMORIA DE LONGO PRAZO

■ Segundo os especialistas, a memória a longo prazo é


constituída por dois subsistemas:
– A memória declarativa (dividida em episódica e
semântica);
– E a memoria não declarativa ou procedimental.
TIPOS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA PROCEDIMENTAL

■ É um tipo de memória a longo prazo constituída por capacidades motoras,


habilidades, hábitos e respostas simples (fixadas por condicionamento clássico).
■ Estas aptidões são adquiridas mediante a prática e incluem atos como comer com
faca e garfo, guiar um automóvel, andar de bicicleta, a cavalo, tocar piano, escovar
os dentes, etc.
■ De aquisição relativamente lenta, uma vez adquiridas tornam-se comportamentos
quase automáticos, executando-se com pouco esforço consciente e durando, em
principio, toda a vida.
TIPOS DE MEMÓRIA
CONDICIONAMENTO CONDICIONAMENTO
CLÁSSICO OPERANTE
TIPOS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA DECLARATIVA

■ É um tipo de memória a longo prazo que armazena fatos, informações gerais e


episódios ou acontecimentos pessoais.
■ Os conteúdos mnésicos da memória declarativa podem ser reatualizados de forma
verbal ou recorrendo a imagens, embora, dada a tendência à reconstrução do
material armazenado não seja muitas vezes fiável.
■ A memoria declarativa subdivide-se em memória episódica e memoria semântica.
TIPOS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA DECLARATIVA - EPISÓDICA

■ É a subdivisão da memória declarativa que contem a memória dos eventos ou


episódios que vivemos pessoalmente.
■ É uma memória autobiográfica que armazena ou grava como se fosse um diário
mental os episódios mais ou menos significativos da nossa vida.
■ O termo “episódica” não significa passageira ou temporária, porque com maior ou
menor fidelidade grava os lugares onde estivemos, as pessoas que conhecemos e
as nossas experiências pessoais em geral.
TIPOS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA DECLARATIVA - EPISÓDICA

■ Com base na memória episódica podemos declarar que:


– Estivemos em Barcelona por altura dos Jogos Olímpicos;
– Começamos a estudar Inglês no 2.º Ciclo;
– Aprendemos a conduzir um automóvel aos 18 anos;
– Já contraímos sarampo e catapora quando frequentávamos o último ano do
1.° Ciclo;
■ E muitos outros exemplos que poderá acrescentar, inclusive que esteve nesta aula
de Psicologia.
TIPOS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA DECLARATIVA - SEMÂNTICA

■ É a subdivisão da memória declarativa especializada no armazenamento de


conhecimentos gerais.
■ Enquanto a memoria episódica é uma espécie de diário mental autobiográfico, a
memória semântica é a nossa enciclopédia e dicionário mental.
■ Os fatos e informações semânticos abstraem da ligação ao espaço e ao tempo, não
são referidos enquanto vivências pessoais.
■ Isto é, não nos lembramos exatamente onde e quando aprendemos a pronunciar
certas palavras e aonde e quando adquirimos dados, fatos, conceitos e informações
gerais.
TIPOS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA DECLARATIVA - SEMÂNTICA

■ A memória semântica inclui conhecimentos gerais referentes a:


– Nomes, definições, conceitos, ideias e fatos.
■ Com base na memória semântica podemos declarar:
– D. Afonso Henrique foi o primeiro Rei de Portugal e D. Manuel II o último
– O cão é um animal que ladra
– “Ir ao encontro de” é diferente de “ir de encontro a”
– Lisboa é a capital de um país chamado Portugal
MEMÓRIA A LONGO PRAZO
PERDAS DE MEMÓRIAS
■ Amnésia:
– Perda da memória e/ou da capacidade de aprender.
– Comum após concussão, alcoolismo crônico, encefalite, tumor cerebral e AVC.

■ Amnésia Retrógrada:
– Perda de memória para eventos anteriores ao trauma.
– O indivíduo esquece coisas que já sabia.

■ Amnésia Anterógrada:
– Incapacidade de formar novas memórias.
PERDAS DE MEMÓRIAS
ESTRUTURAS CEREBRAIS
■ Engrama: é a representação física ou a localização de uma memória
(traço de memória).
■ Os estudos de Lashley sobre o aprendizado de labirintos em ratos
(1920):
– Efeito do tamanho e da localização de lesões corticais antes e
após o aprendizado
– Lesões corticais interferiam no aprendizado e prejudica o que
havia sido aprendido
■ Donald Hebb e o Grupamento de Células (1949):
– a representação interna de um objeto consiste de todas as
células corticais que são ativadas pelo estímulo externo.

Engrama
ESTRUTURAS CEREBRAIS
■ Estimulação elétrica dos lobos temporais (neo-córtex) em humanos (Wilder Penfield,
1958)
■ Estimulação elétrica do lobo temporal evoca comportamentos e memória:
– “Sinto-me como se estivesse no banheiro da escola”
– “Esquina da rua”
– “Acho que ouvi uma mãe chamando seu filho, foi há muito tempo”
– “Vi um monte de vagões que eles usavam para transportar animais”

■ Entretanto, em alguns casos em que a porção estimulada do lobo temporal foi


removida, as memórias que haviam sido evocadas pela estimulação naquela
área podiam ser evocadas pela estimulação em outro local.
ESTRUTURAS CEREBRAIS
■ A localização das memórias declarativas no Neocórtex

■ Estudo em macacos
– se a memória baseia-se apenas em informação visual então ela deve estar
localizada no córtex visual (córtex infero-temporal).

■ Estudo em humanos:
– estudos de Ressonância Magnética Funcional indicam que diferentes
áreas estão simultaneamente associadas à memória (efeito estímulo-
dependente)
ESTRUTURAS CEREBRAIS
■ Os efeitos da lobotomia temporal:
– Paciente HM, crises convulsivas intratáveis. Foi removido, parte do lobo
temporal bilateral, incluindo córtex, amígdala e parte do hipocampo. Curou
a epilepsia, mas deixou-o com amnésia retrógrada e anterógrada. Memória
de longo prazo permaneceu.
ESTRUTURAS CEREBRAIS
■ Hipocampo:
– Importante para a consolidação da memória declarativa.
– Recebe aferências de todas as modalidades sensoriais.

■ Um modelo animal de amnésia humana:


– Lesões no lobo temporal medial promoviam amnésia anterógrada, como
no paciente HM. Modelo identificou a relevância do hipocampo e da
amígdala na consolidação da memória.
ESTRUTURAS CEREBRAIS
ATÉ A PRÓXIMA AULA...

Psicologia
Anhanguera - Leme

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