Direito Do Trabalho Eca - 083513
Direito Do Trabalho Eca - 083513
Direito Do Trabalho Eca - 083513
O trabalho pode ser examinado sob variados aspectos, indo desde o filosóficos, passando
pelo historico e sociológico até ao estritamente físico. Porém, nessa perspectiva,
interessa-nos o aspecto jurídico do trabalho humano, uma vez que estudaremos Direito
do Trabalho, e o direito é uma ciência que visa o homem.
Entretanto, nem todo trabalho humano está subordinado as regras da nossa matéria. Não
estão inclusos no nosso ponto de análise, aquele trablho prestado a título gratuito, o
trabalho autónomo, o acasional, obrigatório, o trabalho ou actividade doméstica, tãopouco
estão incluidos o trabalho do empregador, e o dos funcionários públicos, este último
objecto do outro ramo da ciência jurídica, o Direito Administrativo. Só nos vai interessar
o trablho subordinado.
A legislação angolana do trabalho encontra-se no meio termo, pois, não obstante ampare
como regra geral, apenas os trabalhadores subordinados, ecepção feita aos funcionários
públicos, abrange em legislação especial, outros trabalhadores, como por exemplo os
empregados das sociedades de económia mista que mais se assemelham a funcionários
públicos do que a trabalhadores de entidades privadas, beneficiados pelas leis do trabalho.
Em boa verdade, não há razão logica para que não se aplique o Direito do Trabalho a
todos os trabalhadores, mas devem ser ponderadas outras razões, inlusive as de ordem
didactica, prática etc.
DIVISÃO
É de acordo com as diferentes opiniões dos mais variados autores quanto ao campo de
abrangência do Direito do Trabalho, que variam os quadros de matérias que
copmpreendem a área laboral. Desta feita, a questão da divisão do Direito do Trabalho
encontra-se intimamente ligada à nomenclatura adoptada. Tal facto, as denominações
dadas também divergem segundo o entendimento de cada doutrinador, a respeito tanto
dos limites como das divisões.
Segurança Social- na opinião dos doutrinadores, ela não é senão, a união desses dois
instrumentos, num ideal reconhecidamente ainda não atingido por nenhum país. Pertence
ao Direito previdencial, a título de exemplo, todas as preocupações com a solução do
problema do desemprego, doenças profissionais, acidentes de trabalho, reabilitação do
trabalhador acidentado, invalidez protecção à maternidade etc.
Relactivamente ao Direito Colectivo do Trabalho, este por sua vez, aborda três temas
principais:
● Greve e Lock-Out
O Direito Judiciário do Trabalho, entre nós também conhecido por Justiça Laboral,
como última escala da divisão, abrange o estudo da organização e funcionamento da
Justiça do Trabalho e o estudo do Direito Processual do Trabalho.
DENOMINAÇÃO
A perspectiva do Direito do Trabalho é bem diferente! Trata dos Direitos e deveres que
decorrem da prestação de serviços subordinados.
É certo que existem entre a Economia e o Direito, no entanto estes dois campos de estudos
são distintos e não devem ser confundidos. De resto, a denominação de industrial é muito
restrita, pois que, os direitos trabalhistas não protegem somente os trabalhadores da
indústria, como acontecia nos primórdios desse ramo da ciência jurídica mas, todos os
trabalhadores sem distinção do sctor de actividade.
Por seu lado, hoje, o Direito Industrial é a área que cuida de patentes, privilégios de
invenções marcas e firmas dentro do Direito Civil e Comercial. Era também
anteriormente utilizada a denominação de Direito Operário, que encontra em certa medida
explicação histórica, os primeiros a serm beneficiados por leis de naturezas a serm
beneficiados por leis de natureza trabalhista. A verdade é que a distinção entre operário e
empregado ainda subsiste em determinadas legislações como a da Alemanha, França,
Bélgica, Itália, Chile mas, tanto uns como outros, estão protegidos pelo Direito do
Trabalho.
DEFINIÇÃO
Tem-se dito que toda a definição é perigosa. E tratando-se de uma ciência relativamente
nova, esse ditame torna-se muito maos evidente, isso porque o Direito do Trabalho ainda
em expansão, não apresenta contornos nítidos, limites bem definidos.
No que toca à definição de Direito do Trabalho elas estão classificadas em dois grandes
tipos: Objectivas e Subjectivas. Entretanto a essas duas, convém acrescentar o tipo
misto.
● Definição Subjectiva- Constroi o seu conceito com base nas pessoas a quem se destina
o Direito do Trabalho: Os económicamente fracos, ou hipossuficientes, ou ainda aqueles
que se enquadraram no conceito do trabalhador. “ É o conjunto de normas jurídicas,
teorias, destinadas a melhorar a condição económico-social dos trabalhadores de qualquer
espécie, isto é, das classes económicamente débeis da sociedade, composta.
Não obstante isso, é inevitável afirmar-se que a história do Direito do Trabalho deveu-se
certamente a todos os problemas e contradições das étapas anteriores. É assim que no
âmbito da evolução histórica internacional do Direito do Trabalho, devemos ressaltar os
seguintes momentos:
Não existindo na altura qualquer tipo de Direito, nenhum obstáculo jurídico impedia a
vontade do patrão, a não ser um único, o económico: O interesse de conservar o escravo
para explorá-lo. Portanto, o periodo esclavagista, não regulando direitamente as relações
sociais do trabalho, fazia-o indirectamente, pelo estabelecimento do Direito de
propriedade do patrão sobre o escravo, considerado coisa.
escopo de evitar a concorrencia e atender aos interesses dos mestres, que proporcionou o
aparecimento da burguesia, minando desta forma a estrutura comporativista que já não
atendia as necessidades da economia em expansão. Os burgueses necessitavam de mão
livres, na sua luta contra a nobresa e, não padiam tolerar o monopólio do trabalho.
Desta feita, surge em 1791 a Lei de Chapelier, que na França põem fim às corporações,
justificando que “não existem corporações no Estado e não há outros interesses além do
particular de cada individuo e o geral; não se permite a ninguém que inspire entre os
cidaãos a crença num interesse intermediario que separa os homens da coisa pública.”
Com isso, surge a concentração de capitais para aquisição de máquinas, o desemprego, a
falta de proteção do trabalhador que, era “livre para morrer de fome”, pois gozava de uma
liberdade para contratar apenas formal. Estas, são consideraveis até hoje, como sendo,
alguma das principais causas da eclosão da luta de classes.
É durante a 1ª Grande Guerra Mundial, que o Direito do Trabalho atinge o seu apogeu,
atravês do Tratado de Versailles, com o qual se procedeu à criação da Organização
Internacional do Trabalho- O.I.T., como entidade da liga das Nações, com objectivo de
tentar uniformizar a legislação laboral dos país pertencentes à Sociedade das Nações,
tarefa em parte alcançada, nos nossos dias. Hoje, já é possível falar-se de um Direito
Comum do Direito do Trabalho. Existe mesmo um Código Internacional do Trabalho,
datado de 1941, e revisto em 1951, graças, como é evidente, às analogias existentes entre
as legislações laborais dos diversos países, muito maiores do que as que apresenta o
Direito Civil, por exemplo.
CRIAÇÃO
OBJECTIVOS
PRINCÍPIOS
Como em qualquer actividade, a O.I.T. tem também os seus princípios, pelos quais é
regida toda a sua actividade. São uma média de 50 princípios dos quais destaca-se
sobremaneira, o princípio de que, “o trabalho não é uma mercadoria.”
QUALIDADE DE MEMBRO
Seguindo a tragetória da constituição da I.I.T., houve várias formas dos Estados Membros
se tornarem parte dessa instituição:
● Membros – todos os estados não membros de O.N.U., desde que o pedido expresso de
admissão seja aceite por 2/3 dos delegados presentes à conferência.
Estas seriam, como é evidente, as formas pelas quais os países, na origem se constituiam
parte integrante da O.I.T., Porém, de uns tempos a esta parte, mais precisamente com os
resultados dos processos de descolonização, ou seja, com a formação de novos estados
independentes, surgiu uma nova forma de constituição de membros da O.I.T.:
DEMISSÃO
ESTRUTURA DA O.I.T.
CONSTITUIÇÃO DA O.I.T.
A O.I.T. é constituida por vários órgãos, dentre os quais ressaltam três princípais:
● Conselho de Administração
Constitui o órgão supremo da O.I.T. É composto por todos os Países Membros e, reune-
se anualmente em Genebra- Suíça, sede da O.I.T., normalmente no mês de Junho.
Como se pode ver, são 4, os elementos delegados de cada país, que deverão estar
presentes, na Conferência. Este reparo serve tão somente para referir que, cada um deste
delegados poderá ser acompanhado de 2 acessores no máximo, para cada assunto
agendado.
Com efeito, os acessores, não tendo a qualidade de delegados, não possuem o Direito de
Voto, que é destinado somente aos delegados, individualmente.
FUNÇÃO
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Constitui o órgão executivo de todas as deliberações dadas pela Conferência. Este órgão
é eleito por dois anos, segundo o princípio da Representação Tripartida. Na sua
composição, constam 56 membros, subdivididos da seguinte forma:
● 28 Representantes de Governos;
● 14 Representantes de Trabalhadores;
● 14 Representantes de Empregadores;
O Conselho é dirigido por um presidente, que representa um governo e, por dois vice-
presidentes, designadamente um representando os traabalhadores e outro representando
os empregadores. Todos esses representantes são eleitos pela Conferência. No âmbito das
sua atribuições, o Conselho de Administração tem por competência:
● Convocar reuniões;
● Estabelecer as datas;
● Sector diplomático
● Sector de pesquisas
Secção
administrativa
● Sector Administrativo--------------------------------------------------
Secção de
publicações
ACTIVIDADE DA O.I.T.
CONVENÇÕES
RECOMENDAÇÕES
Do ponto de vista substancial, as recomendações contêm normas mais largas mas, não
criam obrigações precisas para os estados membros, visto que são um convite formulado
a estes, a fim de seguirem determinado tipo de actuação laboral interna.
CONVENÇÕES
RECOMENDAÇÕES
Do ponto de vista processual, nunca são supostas à ractificação, pelos estados membros.
Não geram engajamentos internacionais por consequência e, são como que uma directriz,
não tem cariz obrigacional. O estado membro aceita ou não.
As convenções constituem uma categoria mais larga dos tratados internacionais, pois
diferenciam-se de outros tratados com cariz político ou económico, tanto do ponto de
vista específico das regulamentações como de particularidades a nível processual. Sanão,
vejamos.
● As convenções são adoptadas por um mínimo de 2/3 dos votos dos delegados presentes
à Conferência. Segundo o art. 19 do parágrafo 2 da Constituição da O.I.T., não é
necessária a unanimidade de votos.
● As convenções são adopradas por pessoas não credenciadas pelos seus estados
membros.
● Não são supostas à assinatura dos representantes dos estados membros, nem sujeitas à
troca de instrumentos de ratificação.
O ideal que certamente animou a O.I.T. na elaboração de toda a sua actividade legislativa,
foi sem duvida a necessidade do conceito prático da sistematização e universalidade das
normas laborais, ou seja, do regime legal do trabalho a nivel interacional, e o seu
dinamismo, por forma a atingir-se um equilibrio laboral dos estados membros, atravês da
aplicação prática das suas normas e contribuir para melhores condições de trabalho.
A O.I.T. aplica sanções aos seus membros faltosos, indo desde a simples advertência e
moção de censura, até à suspensão e à expulsão da Organização.
PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES
● Imunidade de jurisdição
● Lmunidade fiscal.
● Elemento material - que constitui o comando imperativo que a norma contém, a regra
de conduta, mandato ou proibição
● Elemento formal - que, como o próprio nome diz, é forma de que se reveste aquele
comando a regra, para se impôr aos homens e tornar socialmente obrigatório.
É pela situação acima descrita que, o jurísta tem sempre dois trabalhos:
1º- A pesquisa de dados sociais, para deles extrair as rgras de conduta, o direito puro, no
seu estado renascente.
A vida não se conforma ao direito posto, mas é este direito que se deve adaptar, às novas
condições. A Lei, começa a envelhecer logo que ela nasce, logo que é dada ao
conhecimento dos seus destinatários, isso porque, a sociedade não estanca e, o progresso
não é freado pelo simples surgimento da norma jurídica. O processo de feitura das leis
normalmente é lento e não acompanha o ritmo evolutivo da sociedade.
É assim que nem todas situações novas poderão ser resolvidas por leis antigas e, daí
resultam às vezes lacunas no sistema legal que, terão que ser preenchidas pelo trabalho
intelectual do intérprete, do aplicador do direito, aos casos concretos.
Antes do Estado emitir leis, o povo, detentor da soberania, formava o seu direito e,
estabelecia-o através dos costumes.
Com a criação do Estado de Direito, resolveu-se a ele, o poder de fazer leis, ficando o
povo apenas com os “restos” desse poder ou seja, criar costumes quando surgirem lacunas
no contexto legal.
No entanto, para que o costume seja válido necessita de preencher dois requisitos:
2º Conter um Elemento Volitivo, isto é, que seja obedecido pela sociedade, com a
consciência, com a consciência de que é obrigatório. Ex: a ordem preferencial, baseada
na bicha ou fila.
Assim sendo, perante várias normas provenientes de diversas fontes formais, o intérprete,
deve aplicar sempre a que mais favoreça o trabalhador. Desta feita, sempre que existam
duas fontes hierarquicamente diferentes, a fim de solucionarem o mesmo assunto laboral,
terá prevalência aquela que mais favorecerão trabalhador, independentemente da sua
hierarquia.
Lei – Como a Constituição formula apenas alguns dos Princípios Gerais, as suas
disposições são desenvolvidas por um conjunto de Leis ordinárias. O Código do Trabalho
engloba Princípios e normas básicas referentes às relações de trabalho, constituindo dessa
maneira, o quadro legislativo geral destas relações.