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Direito Do Trabalho Eca - 083513

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Curso: Economia, Contabilidade e Auditoria Tel: 923229346 Nzenzo Estrela/2024

SUMÁRIO: Divisão, Denominação e Definição de Direito do Trabalho

Ao iniciar-se o estudo de qualquer área da ciência, convém sempre proceder a tarefa da


delimitação do com de indagações.

O trabalho pode ser examinado sob variados aspectos, indo desde o filosóficos, passando
pelo historico e sociológico até ao estritamente físico. Porém, nessa perspectiva,
interessa-nos o aspecto jurídico do trabalho humano, uma vez que estudaremos Direito
do Trabalho, e o direito é uma ciência que visa o homem.

Entretanto, nem todo trabalho humano está subordinado as regras da nossa matéria. Não
estão inclusos no nosso ponto de análise, aquele trablho prestado a título gratuito, o
trabalho autónomo, o acasional, obrigatório, o trabalho ou actividade doméstica, tãopouco
estão incluidos o trabalho do empregador, e o dos funcionários públicos, este último
objecto do outro ramo da ciência jurídica, o Direito Administrativo. Só nos vai interessar
o trablho subordinado.

O Direito do Trabalho, no entento, apresenta uma tendência deveres expancionista. Tem


uma vocação para o crescimento desmesurado, propiciando desta feita, uma invasão
noutros sectores. Como ramo de Direito relactivamente novo, não sedimentado ainda, o
Direito de Trabalho ainda suscita várias divergências sobretudo entre os doutrinadores, a
respeito de vários problemas, incluindo este que abordamos, o dos limites. Existem
aqueles que admitem sem reservas o expancionismo do Direito do Trabalho, incluindo
nele todo trabalho humano, e outros que adoptam uma estrita delimitação, considerando
apenas o trabalhador da indústria e do comércio.

A legislação angolana do trabalho encontra-se no meio termo, pois, não obstante ampare
como regra geral, apenas os trabalhadores subordinados, ecepção feita aos funcionários
públicos, abrange em legislação especial, outros trabalhadores, como por exemplo os
empregados das sociedades de económia mista que mais se assemelham a funcionários
públicos do que a trabalhadores de entidades privadas, beneficiados pelas leis do trabalho.

Em boa verdade, não há razão logica para que não se aplique o Direito do Trabalho a
todos os trabalhadores, mas devem ser ponderadas outras razões, inlusive as de ordem
didactica, prática etc.

Direito do Trabalho/parte Histórica. O Docente: Félix José Tanda Tytanda1985@gmail.com (Regente)


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DIVISÃO

É de acordo com as diferentes opiniões dos mais variados autores quanto ao campo de
abrangência do Direito do Trabalho, que variam os quadros de matérias que
copmpreendem a área laboral. Desta feita, a questão da divisão do Direito do Trabalho
encontra-se intimamente ligada à nomenclatura adoptada. Tal facto, as denominações
dadas também divergem segundo o entendimento de cada doutrinador, a respeito tanto
dos limites como das divisões.

Longe de pretendermos apresentar um quadro definivo ou completo, e tendo em


consideração sempre a situação real do nosso Direito pátrio, e com o objectivo didactico
de propor uma visão panoramica da matéria, poderiamos dividir o Direito do Trabalho,
numa acepção mais genérica, em dois grandes ramos:

- Direito Internacional Público

Direito Internacional do Trabalho

- Direito Internacional Privado

Exemplificativamente podemos dizer que, a concorrência internacional entre os produtos


finais de trabalho em grande medida constitui a raiz da regulamentação internacional
(pública) do Direito do Trabalho e que são as correntes migratórias, de um país para outro,
que causam problemas que ´só podem ser dirimidos a acumulação de recursos para tais
serviços.

- Direito Individual do Trabalho

- Direito Colectivo do Trabalho

Direito Nacional (ou Interno) do Trabalho {– 𝐃𝐢𝐫𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐉𝐮𝐝𝐢𝐜𝐢á𝐫𝐢𝐨 𝐝𝐨 𝐓𝐫𝐚𝐛𝐚𝐥𝐡𝐨

- Direito Previdencial do Trabalho

Direito do Trabalho/parte Histórica. O Docente: Félix José Tanda Tytanda1985@gmail.com (Regente)


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O Direito Previdencial do Trabalho, engloba a Prevedência Social, Assistência Social


e a Segurança Social que, sendo institutos de contornos bem nítidos e distintos, são
erradamente tratados como se fossem uma única e só coisa.

Previdência Social- está direccionada às idéias de riscos e contingências sociais, à idéia


de seguro social e que pressupõe a participação do beneficiado, que contribui para o seu
custeio.

Assistência Social- opõe-se à providência, porque o beneficiado recebe o serviço


assistencial sem ter concorrido para a acumulação de recursos para tais serviços.

Segurança Social- na opinião dos doutrinadores, ela não é senão, a união desses dois
instrumentos, num ideal reconhecidamente ainda não atingido por nenhum país. Pertence
ao Direito previdencial, a título de exemplo, todas as preocupações com a solução do
problema do desemprego, doenças profissionais, acidentes de trabalho, reabilitação do
trabalhador acidentado, invalidez protecção à maternidade etc.

Dada vastidão do seu campo de abrangência, e a crescente tendência de se desprender do


Direito do Trabalho, o Direito Previdencial poderá no futuro ser considerado um sub-
sistema autónomo.

Relactivamente ao Direito Colectivo do Trabalho, este por sua vez, aborda três temas
principais:

● Sindicatos (Associações de Classes)

● Convenções e Acordos Colectivos de Trabalho

● Greve e Lock-Out

O Direito Judiciário do Trabalho, entre nós também conhecido por Justiça Laboral,
como última escala da divisão, abrange o estudo da organização e funcionamento da
Justiça do Trabalho e o estudo do Direito Processual do Trabalho.

DENOMINAÇÃO

Antes de ganhar autonomia, eram variadíssimas as denominações dadas à matéria de


Direito do Trabalho que ora era estudada como parte da Economia, ora como parte do
Direito comercial. Por essa razão, advieram designações como, Economia Industrial,

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Economia Social, Economia Humana e Direito Industrial. É sabido que a Economia


estuda o trabalho como factor da produção além de considerar o conjunto de trabalhadores
como classe consumidora dos bens produzidos.

A perspectiva do Direito do Trabalho é bem diferente! Trata dos Direitos e deveres que
decorrem da prestação de serviços subordinados.

É certo que existem entre a Economia e o Direito, no entanto estes dois campos de estudos
são distintos e não devem ser confundidos. De resto, a denominação de industrial é muito
restrita, pois que, os direitos trabalhistas não protegem somente os trabalhadores da
indústria, como acontecia nos primórdios desse ramo da ciência jurídica mas, todos os
trabalhadores sem distinção do sctor de actividade.

Por seu lado, hoje, o Direito Industrial é a área que cuida de patentes, privilégios de
invenções marcas e firmas dentro do Direito Civil e Comercial. Era também
anteriormente utilizada a denominação de Direito Operário, que encontra em certa medida
explicação histórica, os primeiros a serm beneficiados por leis de naturezas a serm
beneficiados por leis de natureza trabalhista. A verdade é que a distinção entre operário e
empregado ainda subsiste em determinadas legislações como a da Alemanha, França,
Bélgica, Itália, Chile mas, tanto uns como outros, estão protegidos pelo Direito do
Trabalho.

Finalmente, convém ressaltar que a denominação do Direito do Trabalho, é a mais


acolhida e divulgada, pese embora o facto de que nem tudo o trabalho se encontra sob
tutela desse ramo do Direito, e também, que o seu campo de estudo inclui sectores só
indirectamente ligados ao trabalho, como é o caso da Previdência Social e o desemprego,
por exemplo. A verdade é que esta denominação adoptada é a que mais claramente
descreve o conteudo da disciplina.

DEFINIÇÃO

Tem-se dito que toda a definição é perigosa. E tratando-se de uma ciência relativamente
nova, esse ditame torna-se muito maos evidente, isso porque o Direito do Trabalho ainda
em expansão, não apresenta contornos nítidos, limites bem definidos.

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Definir, segundo as normas classicas da lógica formal, é caracterizar bem o género


próximo e estabelecer a diferença específica. Além de que, uma boa definição deve ser
sempre mais clara do que oobjecto definido.

No que toca à definição de Direito do Trabalho elas estão classificadas em dois grandes
tipos: Objectivas e Subjectivas. Entretanto a essas duas, convém acrescentar o tipo
misto.

● Definição Objectiva- evidência como nota predominante, o contrato de trabalho ou


relação de trabalho. “ é o ramo do ordenamento jurídico que regulamenta as relações
oriundas da prestação contratual retribuida, no âmbito de uma empresa”.

● Definição Subjectiva- Constroi o seu conceito com base nas pessoas a quem se destina
o Direito do Trabalho: Os económicamente fracos, ou hipossuficientes, ou ainda aqueles
que se enquadraram no conceito do trabalhador. “ É o conjunto de normas jurídicas,
teorias, destinadas a melhorar a condição económico-social dos trabalhadores de qualquer
espécie, isto é, das classes económicamente débeis da sociedade, composta.

Infelismente, a nossa legislação laboral não contempla uma definição de Direito do


Trabalho. Assim sendo, iremos definir como “ Direito do Trabalho, o conjunto das
normas jurídicas reguladoras das relações individuaos e colectivas que se estabelecem
entre aqueles que alienam a disponibilidade da sua força de trabalho, e aqueles que
adquirem mediante retribuição.” (Monteiro Fernandes).

SUMÁRIO: EVOLUÇÃO HISTÓRICA INTERNACIONAL

A história do Direito do Trabalho começa efetivamente com a revolução francesa, como


reação ao liberalismo económico, imperante após a revolução industrial. Assim sendo
aqueles autores que recuam a história do Direito do Trabalho até aos primórdios da
civilização, cometem um grande engano: confundem a regulamentação da actividade
humana produtora de bens, a história do trabalho, com a história do Direito do Trabalho
que tem outro espírito, outra finalidade.

Não obstante isso, é inevitável afirmar-se que a história do Direito do Trabalho deveu-se
certamente a todos os problemas e contradições das étapas anteriores. É assim que no
âmbito da evolução histórica internacional do Direito do Trabalho, devemos ressaltar os
seguintes momentos:

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● Na angtiguidade romana, no tempo de Sérvio Túlio, o trabalho livre estava organizado


nas Collegia Opificium, que antecederam as corporações medievais, até a implantação
do trabalho escravo. Com o advento deste, o artesanato incipiente tornou-se presa de
explorações políticas, e foram por isso, proscritos por Júlio César, mais tarde, o Imperador
César Augusto reorganizou-os e, com o seu desenvolvimento, surgiu a escassez de mão
de obra. Eram no entanto entidades sem personalidade jurídicas, em que os fins religiosos
e assistências superavam interesse profissional. Daí, dever-se aos Jurisconsultos romanos,
aquela dicotomia entre a locação de serviços (locatio operis) e locação da obra (locatio
Operarum).

* Com o surgimento do periodo escravagista, surge concomitantemente o Jus Vitae


Necisque, ou seja, o Direito de vida e de morte que o patrão tinha sobre o seu escravo.
Em sua posse o escravo que era considerado coisa (res), constituia a sua principal riqueza.

Não existindo na altura qualquer tipo de Direito, nenhum obstáculo jurídico impedia a
vontade do patrão, a não ser um único, o económico: O interesse de conservar o escravo
para explorá-lo. Portanto, o periodo esclavagista, não regulando direitamente as relações
sociais do trabalho, fazia-o indirectamente, pelo estabelecimento do Direito de
propriedade do patrão sobre o escravo, considerado coisa.

● Mesmo no feudalismo, étapa que surgiu após o esclávagismo, as relações sociais do


trabalho não eram reguladas, continuando como um exemplo do direito de propriedade.
Nesta fase, o Senhor Feudal já não tinha sobre o servo, o direito de vida e de morte, mas
este, constituia para ele, um assessorio de sua propriedade, ( Feudo), sua principal riqueza.
Era uma ligação que apresentava formas variadas desde a esclusão do servo no
invdentário do Senhor Feudal, até à obrigação do pagamento de um tributo, por parte do
servo. A fim de obter a proteção dos Senhores Feudais, os capesinos residiam em torno
dos castelos medievais, e se jungiam à gleba, passando a pertencer aos donos dela. Não
tinham o direito à livre manifestação à semelhaça do regime de escravidão.

● Com o aumento do mercado consumidor determina-se a divisão do trabalho, a formação


de ofícios diferenciados, surgindo assim as especialidades e corporações de artes e
ofícios, compostos de mestres, companheiros e, aprendizes que, assemelham-se mais aos
sindicatos de empregadores do que aos dos empregados, isto porque estabeleciam o
monopólio de produção controlavam o material e fixavam o preço de venda. Desta feita,
o salário foi introduzido, não para atender as necessidade do trabalhador, mas com o

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escopo de evitar a concorrencia e atender aos interesses dos mestres, que proporcionou o
aparecimento da burguesia, minando desta forma a estrutura comporativista que já não
atendia as necessidades da economia em expansão. Os burgueses necessitavam de mão
livres, na sua luta contra a nobresa e, não padiam tolerar o monopólio do trabalho.

Desta feita, surge em 1791 a Lei de Chapelier, que na França põem fim às corporações,
justificando que “não existem corporações no Estado e não há outros interesses além do
particular de cada individuo e o geral; não se permite a ninguém que inspire entre os
cidaãos a crença num interesse intermediario que separa os homens da coisa pública.”
Com isso, surge a concentração de capitais para aquisição de máquinas, o desemprego, a
falta de proteção do trabalhador que, era “livre para morrer de fome”, pois gozava de uma
liberdade para contratar apenas formal. Estas, são consideraveis até hoje, como sendo,
alguma das principais causas da eclosão da luta de classes.

Podemos dividir desta feita, a história do Direito do Trabalho, a título didáctico em


quatro grandes períodos:

1º Período de formação----------------------------------------------------------------- 1802-


1848;

2º Período de Expansão------------------------------------------------------------------ 1848-


1891;

3º Período de Consolidação------------------------------------------------------------- 1891-


1919;

4º Período de Autonomia e Sistematização----------------------------------------- 1919, aos


nossos dias.

Em 1802, atravês da Inglaterra, foi estabelecida a proibição do trabalho nocturno aos


menores, assegurando-lhes uma jornada de trabalho de 12 horas. Era exercida assim, a
primeira intervenção estatal no campo económico, embora sem um verdadeiro espírito
trabalhista, visto que pretendia-se resguarda a saúde e a ordem pública.

Em 1824, igualmente na Inglaterra, foi permitida a constituição das Associações de


Classe.

Em 1839, na Alemanhs, legislou-se o trabalho de Menores e Mulheres.

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Em 1841, na França, foi proibido o Trabalho de Menores de 8 anos, estabelecendo-se a


jornada máxima de 8 horas para os Menores de 12 anos, e de 12 horas para os Menores
de 16 anos.

Em 1843, na Itália, proibiu-se o Trabalho de Menores de 9 anos.

É durante a 1ª Grande Guerra Mundial, que o Direito do Trabalho atinge o seu apogeu,
atravês do Tratado de Versailles, com o qual se procedeu à criação da Organização
Internacional do Trabalho- O.I.T., como entidade da liga das Nações, com objectivo de
tentar uniformizar a legislação laboral dos país pertencentes à Sociedade das Nações,
tarefa em parte alcançada, nos nossos dias. Hoje, já é possível falar-se de um Direito
Comum do Direito do Trabalho. Existe mesmo um Código Internacional do Trabalho,
datado de 1941, e revisto em 1951, graças, como é evidente, às analogias existentes entre
as legislações laborais dos diversos países, muito maiores do que as que apresenta o
Direito Civil, por exemplo.

CRIAÇÃO

A Organização Internacional do Trabalho O.I.T., foi criada em 11 de Abril de 1919,


atravês do Princípio da Livre Associação dos Estados.

OBJECTIVOS

Constitui alguns dos principais objectivos:

● regular o Direito do Trabalho entre as nações, do ponto de vista de normas jurídicas


internacionais;

● realizar acordos de cooperação entre os estados;

● melhorar as condições de trabalho e de vida de todos os trabalhadores.

PRINCÍPIOS

Como em qualquer actividade, a O.I.T. tem também os seus princípios, pelos quais é
regida toda a sua actividade. São uma média de 50 princípios dos quais destaca-se
sobremaneira, o princípio de que, “o trabalho não é uma mercadoria.”

QUALIDADE DE MEMBRO

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Seguindo a tragetória da constituição da I.I.T., houve várias formas dos Estados Membros
se tornarem parte dessa instituição:

● Membros de Pleno Direito- todos os estados pertencentes à O.I.T. apartir de 1 de


Novembro de 1945.

● Membros sem Formalidade- todos os estados membros da O.N.U., com a condição


de num pedido expresso, declararem a aceitação dos direitos e deveres que advinham da
constituição.

● Membros – todos os estados não membros de O.N.U., desde que o pedido expresso de
admissão seja aceite por 2/3 dos delegados presentes à conferência.

Estas seriam, como é evidente, as formas pelas quais os países, na origem se constituiam
parte integrante da O.I.T., Porém, de uns tempos a esta parte, mais precisamente com os
resultados dos processos de descolonização, ou seja, com a formação de novos estados
independentes, surgiu uma nova forma de constituição de membros da O.I.T.:

● Membros por Sucessão – todos os estados recém-independentes, alvos de uma anterior


colonização, cujos países colonizadores eram já membros da O.I.T. Nessas circunstâncias
estão Angola e, todos os países colonizados por Portugal. Assim sendo, estes países não
nececitaram de nova ratificação para a sua admissão, mas tão somente o mecanismo da
manifestação de vontade, de continuarem na Organização

DEMISSÃO

Para a livre vontade de adesão, existe correspectivamente no âmbito da O.I.T., a livre


vontade de demissão. Qualquer país membro tem este direito, mas com a condição de
exercê-lo com uma antecedência de dois anos sobre a data da sua retirada. Este
mecanismo garante o cumprimento de todos os comprimissos entre os quais os
financeiros, que o país membro demissionário, tenha com a Organização durante aquele
período de tempo.

ESTRUTURA DA O.I.T.

A estrutura da O.I.T. assenta na constituição do Princípio da Representação


Tripartida. Este princípio exige que as delegações dos Estados Membros presentes
em todas as actividades da Organização, deverão ser compostas por representantes

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dos governos, representantes dos trabalhadores e representantes dos empregadores,


na proporções definidas pelos Estatutos da Organização.

CONSTITUIÇÃO DA O.I.T.

A O.I.T. é constituida por vários órgãos, dentre os quais ressaltam três princípais:

● Conferência Internacional do Trabalho

● Conselho de Administração

● Bureau Internacional do Trabalho

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DO TRABALHO

Constitui o órgão supremo da O.I.T. É composto por todos os Países Membros e, reune-
se anualmente em Genebra- Suíça, sede da O.I.T., normalmente no mês de Junho.

No tocante à composição das delegações e, de conformidade com o Princípio da


Representação Tripartida, são constítuidas da seguinte forma:

● 2 Representantes do Governo, de cada País Membro.

● 1 Representante de uma Organização mais representativa dos Trabalhadores, de cada


País Membro.

● 1 Representante dos Empregadores, de cada País Membro.

Como se pode ver, são 4, os elementos delegados de cada país, que deverão estar
presentes, na Conferência. Este reparo serve tão somente para referir que, cada um deste
delegados poderá ser acompanhado de 2 acessores no máximo, para cada assunto
agendado.

Com efeito, os acessores, não tendo a qualidade de delegados, não possuem o Direito de
Voto, que é destinado somente aos delegados, individualmente.

FUNÇÃO

A conferência Internacional do Trabalho, traça a linha política da Organização, elabora


as Convenções Recomendações e Resoluções e, estabelece o Orçamento da Organização.
As Línguas Oficiais de trabalho na Organização, são o Espanhol, Francês e Inglês.

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CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Constitui o órgão executivo de todas as deliberações dadas pela Conferência. Este órgão
é eleito por dois anos, segundo o princípio da Representação Tripartida. Na sua
composição, constam 56 membros, subdivididos da seguinte forma:

● 28 Representantes de Governos;

● 14 Representantes de Trabalhadores;

● 14 Representantes de Empregadores;

Dos 28 representantes de governos, 10 são nomeados pelos estados mais desenvolvidos


industrialmente. Os 18 restantes, são nomeados pelos delegados governamentais à
Conferência, entre aqueles países ainda não representados. Os represetantes dos
empregados e empregadores são eleitos pelos respectivos grupos de delegados à
Conferência, devendo 4 dentre eles (2 empregados e 2 empregadores) pertencer,
necessariamente, a estados não europeus.

O Conselho é dirigido por um presidente, que representa um governo e, por dois vice-
presidentes, designadamente um representando os traabalhadores e outro representando
os empregadores. Todos esses representantes são eleitos pela Conferência. No âmbito das
sua atribuições, o Conselho de Administração tem por competência:

● Convocar reuniões;

● Estabelecer as datas;

● Elaborar a agenda de trabalho;

● Fixar a ordem de trabalho das sessões da Conferência;

● Criar as diferentes comissões e designar os respectivos membros a elas


pertencentes;

● Examinar as conclusões dos trabalhos das comissões;

● Determinar a política de cooperação técnica da O.I.T. a ser exercitada entre os


estados;

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● Controlar a execução de determinadas tarefas, no âmbito da cooperação


técnica;

● Examinar o Projecto de Programa;

● Examinar o Projecto de Orçamento, antes de o submeter à aprovação da


Conferência.

O Bureau Internacional do Trabalho, também designado abreviadamente por B.I.T., é o


órgão de actuação permanente, de actividade burocrática. É portanto, o Secretariado
Permanente.

É composto por elementos com estatuto de funcionários internacionais, em parte,


necessariamente composto por mulheres, subordinado a um Director, que é designado
pelo Conselho de Administração. O B.I.T. está dividido em 4 sectores:

● Sector diplomático

● Sector de pesquisas

● Sector de relações e informações

Secção
administrativa

● Sector Administrativo--------------------------------------------------

Secção de
publicações

O B.I.T. mantém escritórios e correspondentes nos principais países, a fim de seguir e


controlar o movimento trabalhista, a cooperação técnica com os estados membros e as
acções governamentais na área do Direito do Trabalho, designados por Bureaux
Regionais. Encontram-se sedeados na África, América, Ásia e Médio Oriente.

A O.I.T., tem ainda duas Instituições Especializadas que são:

● Instituto Internacional de Estudos Gerais;

● Centro Internacional de Aperfeiçoamento Profissional e Técnico.

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ACTIVIDADE DA O.I.T.

Do ponto de vista da actividade da O.I.T. sobressai a actividade legislativa.

São as propostas dos governos membros ou de entidades internacionais do trabalho, que


compõem as agendas. Uma vez aprovadas em Assembleia Geral, ou seja em Conferência,
são divulgadas sob forma de projecto de Convenção, Resolução ou Recomendação. Estes
constituem os efeitos materiais da actividade legislativa da O.I.T., que detalhadamente
constituem no seguinte:

CONVENÇÕES – são veradeiros Tratados Internacionais, que são apresentados aos


governos, para sua posterior ratificação.

RESOLUÇÕES – É um voto ou moção, constituindo uma tomada de posição de


Organização, uma iniciativa de estudo ou de realização, uma crítica ou aprovação de um
assunto que preocupa a Comunidade Internacional. Ex. Resolução da C.I.T. sobre o
desarmamento, fome, etc.

RECOMENDAÇÕES – Constitui um convite a um governo membro, a fim de conduzir


a acção do estado, no âmbito laboral e interno, de conformidade com as obrigações
assumidas perante a Organização. Vale isto dizer que é um convite a um governo
membro, para submeter à aprovação do poder legislativo um projecto lei contido na
mesma, apresentação essa obrigatória.

Retirando a Resolução que constitui uma tomada de posição da Organização, ater-nos-


emos na diferenciação entre a Convenção e a Recomendação.

Quais são, portanto, as diferenças entre Convenção e Recomendação?

CONVENÇÕES

Do ponto de vista substancial as convenções contém normas obrigatórias precisas, sobre


aspectos principais e, prevêm um mínimo de direitos e garantias para os trabalhadores.

RECOMENDAÇÕES

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Do ponto de vista substancial, as recomendações contêm normas mais largas mas, não
criam obrigações precisas para os estados membros, visto que são um convite formulado
a estes, a fim de seguirem determinado tipo de actuação laboral interna.

CONVENÇÕES

Do ponto de vista processual, as convenções são sempre supostas à ratificação pelos


estados membros, obrigando-os internacionalmente a ajustarem a sua legislação interna,
com as disposições da convenção ratificada.

RECOMENDAÇÕES

Do ponto de vista processual, nunca são supostas à ractificação, pelos estados membros.
Não geram engajamentos internacionais por consequência e, são como que uma directriz,
não tem cariz obrigacional. O estado membro aceita ou não.

As convenções constituem uma categoria mais larga dos tratados internacionais, pois
diferenciam-se de outros tratados com cariz político ou económico, tanto do ponto de
vista específico das regulamentações como de particularidades a nível processual. Sanão,
vejamos.

● As convenções são adoptadas por um mínimo de 2/3 dos votos dos delegados presentes
à Conferência. Segundo o art. 19 do parágrafo 2 da Constituição da O.I.T., não é
necessária a unanimidade de votos.

● Cada delegado possui o seu direito de voto individualmente.

● As convenções são adopradas por pessoas não credenciadas pelos seus estados
membros.

● Não são supostas à assinatura dos representantes dos estados membros, nem sujeitas à
troca de instrumentos de ratificação.

O ideal que certamente animou a O.I.T. na elaboração de toda a sua actividade legislativa,
foi sem duvida a necessidade do conceito prático da sistematização e universalidade das
normas laborais, ou seja, do regime legal do trabalho a nivel interacional, e o seu
dinamismo, por forma a atingir-se um equilibrio laboral dos estados membros, atravês da
aplicação prática das suas normas e contribuir para melhores condições de trabalho.

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Como qualquer mecanismo de cariz obrigacional nexessita de um controlo, à sua


execução, para salvaguarda da sua eficácia, a O.I.T. exercita de igual forma o controlo da
aplicação das suas Convenções, por comissões especiais.

1º - CONTROLO PERMANENTE- exercitado pela Comissão para Aplicação das


Convenções e Recomendações da Conferência Internacional e, pela Comissão de Perítos
para Aplicação das Convenções e Recomendações do Conselho de Administração.

2º - CONTROLO GERAL – Este controlo é exercitado pelas mesmas comissões, só que


examinam as reclamações do Conselho de Administração.

RECLAMAÇÕES - são fruto do mecanismo exercitado pelas organizações


representativas dos trabalhadores dos países membros, mais conhecidas por Sindicatos,
que reclamam o seu estado, por não assegurar a execução da Convenção de maneira
satisfatória, para o interesse dos trabalhadores. É dirigida ao Conselho de Administração.

QUEIXA - Constitui de igual forma uma reclamação, só que, diferencia-se da interior,


pelo facto deste mecanismo ser exercitado por um estado membro contra outro estado
membro, pela não aplicação prática de uma Convenção ractificada. Esta reclamação é
dirigida ao Conselho de Adminstração.

Cabe ao Conselho de Adminstração, mandar constituir uma comissão de inquérito, que


trará da reclamação recebida. O Relatório Final é enviado ao estado membro que infringiu
a aplicação prática da Convenção ratificada, pelo Conselho de Administração, com
recomendações, e pós 3 meses o estado membro terá que dar resposta se aceita ou não as
referidas recomendações.

A O.I.T. aplica sanções aos seus membros faltosos, indo desde a simples advertência e
moção de censura, até à suspensão e à expulsão da Organização.

PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES

No que concerne à questão das imunidades e privilégios, são concedidos à O.I.T. à


semelhança de outros orgaismos internacionais. São estabelecidos acordos com
determinados países, a Suiça é o principal, estando asseguradas:

● Liberdade de manifestação na realização dos objectivos constitucionais

● Liberdade de associação, discussão e decisão

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● Livre disposição sobre o local, território

● Inviolabilidade do local e território

● Respeito do segredo das deliberações e decisões referentes à correspondência

● Livre circulação de documentos

● Imunidade de jurisdição

● Privilégio financeiros (livre transferência de divisas

● Lmunidade fiscal.

A O.I.T. é finalmente uma das mais felizes demonstrações de cooperação internacional,


atravês de um órgão paritário que ao longo dos tempos, vem proporcionado grandes
benefícios ao mundo.

FONTES DO DIREITO DO TRABALHO

O assunto das Fontes do Direito do Trabalho, a semelhança ao próprio Direito do


Trabalho Angolano, está até ao presente momento por ser discutido, analisado. Acontece
que em função da existente de uma estreita ligação com o Direito Civil, há tendência de
se continuar na explicação de conceitos civilistas, muitas das vezes ignorando a
incompatibilidade relativa com o Direito do Trabalho.

Toda a norma jurídica compõem-se de dois elementos:

● Elemento material - que constitui o comando imperativo que a norma contém, a regra
de conduta, mandato ou proibição

● Elemento formal - que, como o próprio nome diz, é forma de que se reveste aquele
comando a regra, para se impôr aos homens e tornar socialmente obrigatório.

Nessa conformidade, consideraremos duas espécies de fontes:

● Fonte material ou real- de onde é obrigatória a substância da norma jurídica;

● Fonte formal - de onde extrai a forma do comando jurídico.

É pela situação acima descrita que, o jurísta tem sempre dois trabalhos:

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1º- A pesquisa de dados sociais, para deles extrair as rgras de conduta, o direito puro, no
seu estado renascente.

2º - Elaboração técnica desses dados, para modelá-los, dar-lhes forma, transformá-los e


adaptá-los, à ordem jurídica, constituindo desta feita, o preceito normativo.

Portanto, não é incumbência única do legislador, formular leis, o trabalho de pesquisa e


elaboração técnica. O juiz (intérprete) deve preencher as lacunas da lei, o juiz do trabalho
deve criar normas para solucionar os conflitos. Daí, a existência do interesse da distinção
entre fontes materiais e fontes formais.

A vida não se conforma ao direito posto, mas é este direito que se deve adaptar, às novas
condições. A Lei, começa a envelhecer logo que ela nasce, logo que é dada ao
conhecimento dos seus destinatários, isso porque, a sociedade não estanca e, o progresso
não é freado pelo simples surgimento da norma jurídica. O processo de feitura das leis
normalmente é lento e não acompanha o ritmo evolutivo da sociedade.

É assim que nem todas situações novas poderão ser resolvidas por leis antigas e, daí
resultam às vezes lacunas no sistema legal que, terão que ser preenchidas pelo trabalho
intelectual do intérprete, do aplicador do direito, aos casos concretos.

Em Direito Civil, a Lei, continua sendo a principal fonte, estabelecendo a ordem


preferencial na hierarquia das fontes, pois que só na ausência da Lei e desde que não
venha a contrariar outra lei, poderá o interprete buscar a solução dos litígios, nos usos e
costumes.

O mesmo não ocorre em Direito do Trabalho! O costume sempre representou um papel


importante como fonte de Direito nas origens de todos os povos. Podemos inclusivamente
afirmar que, todo o Direito começou por ser consuetudinário.

Antes do Estado emitir leis, o povo, detentor da soberania, formava o seu direito e,
estabelecia-o através dos costumes.

Com a criação do Estado de Direito, resolveu-se a ele, o poder de fazer leis, ficando o
povo apenas com os “restos” desse poder ou seja, criar costumes quando surgirem lacunas
no contexto legal.

No entanto, para que o costume seja válido necessita de preencher dois requisitos:

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1º Conter um Elemento Material, consistente na repetição da mesma conduta, durante


certo tempo.

2º Conter um Elemento Volitivo, isto é, que seja obedecido pela sociedade, com a
consciência, com a consciência de que é obrigatório. Ex: a ordem preferencial, baseada
na bicha ou fila.

Em Direito do Trabalho porém, as coisas não se passam exactamente assim! Do ponto de


vista histórico desse ramo do Direito, trata-se de um Direito de Luta, que evoluiu
derruando barreiras, em que cada benefício novo, só é obtido ao vencerem-se
determinados princípios arraigados, com uma ferrenha oposição, às resistências
tradicionalistas. Como consequência, o Direito do Trabalho, nunca representa o máximo
dos benefícios, dos direitos pretendidos pelos trabalhadores.

Ao contrário, a lei trabalhista, corresponde a um mínimo de concessões das forças


tradicionais. Deste modo, o Direito do Trabalho é Dinâmico e, tem por finalidade, uma
melhoria constante das condições de vida da classe trabalhadora. Via de regra, a Lei
Laboral não refere as demais fontes, senão no sentido de impedir a formação de um direito
autónomo que, reduza os benefícios garantidos pela própria lei, mas nada impede que se
colham outras fontes mais favoráveis ao trabalhador do que a lei, (conflito de fontes),
surgindo assim o princípio do Favor Laboratoris. Ex: Lei que estabelece o salário mínimo,
face a outra regulamentação que proporcione um salário maior.

Assim sendo, perante várias normas provenientes de diversas fontes formais, o intérprete,
deve aplicar sempre a que mais favoreça o trabalhador. Desta feita, sempre que existam
duas fontes hierarquicamente diferentes, a fim de solucionarem o mesmo assunto laboral,
terá prevalência aquela que mais favorecerão trabalhador, independentemente da sua
hierarquia.

Vale isto dizer que, em Direito do Trabalho, e aquando de um Conflito de Fontes,


prevalece sempre a Lei mais Favorável ao trabalhador.

Enumeraremos de seguida, as Fontes do Direito do Trabalho:

CONSTITUIÇÃO: constitui a mais importante fonte do Direito do Trabalho na


qualidade de Lei Fundamental do País. Ela fornece os Princípios fundamentais que

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deverão ser obedecidos rigorosamente pelo legislador. Ocupa o primeiro lugar na


hierarquia das Fontes do Direito do Trabalho, bem como para todos os ramos de direito.

Lei – Como a Constituição formula apenas alguns dos Princípios Gerais, as suas
disposições são desenvolvidas por um conjunto de Leis ordinárias. O Código do Trabalho
engloba Princípios e normas básicas referentes às relações de trabalho, constituindo dessa
maneira, o quadro legislativo geral destas relações.

DECRETOS COM FORÇA DE LEI – Em Direito do Trabalho, também existem


regulamentações expressas por meio de Decretos do Conselho de Ministros, cujas normas
possuem valor de lei, sendo posteriormente ratificadas pela Assembleia Nacional, que
impõe nelas a força de lei. Necessário, é no entanto, que versem sobre matéria laboral.

RESOLUÇÕES – Com base e tendo em vista a execução das leis, o Conselho de


Ministros adopta, resoluções aplicáveis no Direito do Trabalho.

CONTRATO DE TRABALHO – Como todos os Contratos, faz lei entre as partes ,


porém é fonte formal indirectamente, pois é a lei que lhe garante esse efeito.

CONTRATOS COLECTIVOS – Estipulam novas condições que deverão reger


contratos individuais e por tal constituem fontes formais de Direito do Trabalho.
Constituem portanto, normas jurídicas de carácter convencional, estabelecidas com base
na lei. É das fontes mais autêntcas pois, representam a auto – regulamentação das classes
patronal e trabalhadora. A eficácia ultracontratante corrobora este ponto de vista.

REGULAMENTO INTERNO – insere-se como cláusula do Contrato individual de


trabalho e este, por força da lei, é fonte formal indirecta de Direito. Só através dessas duas
remissões, poderia ser entendido como fonte de Direito do Trabalho.

DOUTRINA – é sem dúvida, fonte material de Direito do Trabalho.

JURISPRUDÊNCIA – Constitui uma fonte formal do Direito do Trabalho.

No âmbito da classificação das fontes, podemos posicioná-las da seguinte forma:

FONTES HETERÓNOMAS – a Lei.

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FONTES AUTÓNOMAS – são todas as fontes de autoregulação de interesses,


exprimem soluções de equilíbrio ditadas pelos titulares, colectivamente organizados ou
não.

FONTES INTERNAS – são frutos da produção legislativa nacional, reguladas pelo


ordenamento jurídico interno.

FONTES INTERNACIONAIS – São o resultado do estabelecimento de relações


internacionais entre Estados, através de negociação, acordos directos, bilaterais ou
plurilaterais.

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