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Este artigo faz uma análise da obra Heinrich von Ofterdingen, do Barão de Hardenberg ‒ Novalis. De alguma forma, a ideia geral é mostrar que os gêneros literário, filosófico e poético não apresentam fronteiras tão demarcadas... more
Este  artigo  faz  uma  análise  da  obra Heinrich  von  Ofterdingen, do Barão de Hardenberg ‒ Novalis. De alguma forma, a ideia geral é mostrar que os gêneros literário, filosófico e poético não apresentam fronteiras tão demarcadas quando se trata da questão da formação humana. E essa  era  uma  ideia  da  própria  escola  romântica,  que,  para  Benjamin,  representa  uma  fonte inesgotável de referências durante toda a sua trajetória como filósofo. Por se tratar de um jovem poeta na Idade Média, Heinrich é um personagem desenvolvido no universo mágico do sonho, da interioridade e do devaneio. A “flor azul” é o símbolo da juventude, relacionada à vida do jovem poeta que dá nome à obra. Ela representa um idílio irremediável, uma eterna saudade da unidade  e  totalidade  perdidas  no  mundo  moderno.  O  personagem  herói  está  constantemente movimentando-se  em  uma  incansável  procura,  o  que  traduz  o  seu  processo  formativo.  Sua formação interior, seu caráter, suas aptidões artísticas e seus sentimentos são transformados em matéria de complexa transformação, amadurecimento ao longo da história, como um romance de formação.
Neste artigo, busca-se articular a noção de juventude romântica como ideal de formação no pensamento do estudante Benjamin. Nos primeiros ensaios dedicados a temas pedagógicos, o filósofo propôs um novo modelo de educação apoiado no... more
Neste artigo, busca-se articular a noção de juventude romântica
como ideal de formação no pensamento do estudante Benjamin. Nos
primeiros ensaios dedicados a temas pedagógicos, o filósofo propôs um novo modelo de educação apoiado no romantismo, partindo de uma crítica às instituições de sua época que cindiram a totalidade e a unidade da vida do jovem. Em seus escritos enquanto era estudante, Benjamin recupera, com sua crítica, a necessidade de olhar a arte, a literatura, a educação, em suma, toda a cultura humana, como um conjunto reunido de vivências históricas. O romantismo, no pensamento de Benjamin, será, portanto, basilar às discussões pedagógicas. A juventude, vista como comunidade, tem o dever de ser criadora, de se transformar em uma convenção de gênios do tempo presente, em seus espaços de atuação, ou seja, nas instituições de formação. De modo geral, só é possível perceber e adquirir o saber específico de uma profissão se as instituições acadêmicas perceberem que devem visar
à formação universal, pelo modelo de criação do gênio, pois a juventude é entendida como aquela que garante a produção de valores novos, opostos aos da experiência - sinônimo de rigidez dos conhecimentos - que não estabelecem vínculo com a vida. Para encontrar essa verdade da vida, é necessário um ato de coragem e de sentido para se estar, assim, diante de espíritos livres. A juventude, dessa forma, traduz-se como um conceito ou categoria humana dependente de um despertar da consciência de si mesma. Diante disso, conseguirá promover mudanças dentro do âmbito institucional-escolar e acadêmico, mas, ao mesmo tempo, esse despertar da consciência histórica do jovem definirá um modo específico de se lidar com a cultura humana. Portanto, neste artigo, sob à luz dos aspectos românticos, procurou-se mostrar a juventude como categoria humana, com faixa etária determinada, cercada de preocupações acerca da realidade escolar e acadêmica e, também, do ponto de vista universal, isto é, filosófico-pedagógico, como uma categoria do pensamento que significa a vanguarda, tudo aquilo que não está determinado e fixado, criando novos preceitos e formas de vida.
Este artigo discorre sobre o sentido de religiosidade na formação da juventude segundo Walter Benjamin. Através de alguns escritos sobre o tema produzidos entre 1911-1919, principalmente em Metafísica da juventude, o filósofo buscou... more
Este artigo discorre sobre o sentido de religiosidade na formação da juventude segundo Walter Benjamin. Através de alguns escritos sobre o tema produzidos entre 1911-1919, principalmente em Metafísica da juventude, o filósofo buscou evidenciar como a necessidade da reforma espiritual é premente em sua época e a ideia da crítica do jovem pela sua escrita é indicada como tarefa (Aufgabe). A escrita de diários, explorada no ensaio mencionado, é a forma íntima do jovem elaborar sua própria singularidade, constituindo-se como um campo semântico na Filosofia da Educação. Ao lado da produção em revistas acadêmicas e do uso da palavra em agremiações estudantis-atividades exercidas por Benjamin à época-, constituem-se como elementos de formação mais geral (Bildung), incluídas também em suas reflexões sobre a prática estudantil.
Este artigo procura abordar a crítica à cultura e às instituições de ensino feitas pelo jovem Benjamin diante das reformas técnicas realizadas no gymnasiume nas universidades alemãs. Benja-min parte da constatação... more
Este  artigo  procura  abordar  a  crítica  à  cultura  e  às  instituições  de  ensino  feitas  pelo  jovem Benjamin  diante  das  reformas  técnicas  realizadas  no gymnasiume  nas  universidades  alemãs.  Benja-min parte da constatação de que há uma atrofia ou esgotamento do sentido formativo nas instituições educativas. Em seus escritos enquanto estudante, Benjamin recupera, com sua crítica, a necessidade de olhar a arte, a literatura, a educação, em suma, toda a cultura humana, como um conjunto reunido de experiências históricas. Em razão desse modo de pensar, o filósofo questiona, através de sua escri-ta e fala, qual o papel do jovem enquanto crítico. Desse modo, busca-se evidenciar como a necessi-dade da reforma espiritual é premente e a ideia da crítica do jovem pela sua escrita é indicada como tarefa (Aufgabe).
Neste artigo, apresenta-se uma leitura acerca da noção de vestígio (Spur) em Walter Benjamin, no ensaio Paris do Segundo Império (Das Paris des Second Empire bei Baudelaire) e em alguns arquivos das Passagens (Das Passagen-Werk). Nos... more
Neste artigo, apresenta-se uma leitura acerca da noção de vestígio (Spur) em Walter Benjamin, no ensaio Paris do Segundo Império (Das Paris des Second Empire bei Baudelaire) e em alguns arquivos das Passagens (Das Passagen-Werk). Nos ensaios citados, pelas figuras alegóricas do trapeiro e do detetive, há uma caracterização da imagem do humano na cidade moderna após o surgimento das massas nas metrópoles. O vestígio, noção inspirada em um poema de Brecht, é interpretado como o fim de uma ideia de humano em consequência das experiências de choque (Erfahrung des Schocks) surgidas das sociedades industrializadas. Partindo para seu diagnóstico da realidade em Experiência e pobreza (Erfahrung und Armut), percebe-se que as análises de Benjamin revelam a própria condição humana desapropriada de sua individualidade nas sociedades modernas. Deste modo, constata-se, com o advento das multidões, o aparecimento do vestígio, consequência da redução da experiência (Erfahrung) humana, convertida em vivência (Erlebnis) e transformada, por sua vez, em miséria existencial. O futuro dessa história é o advento de uma nova subjetividade, a do novo homem.
In this article, we present a reading on the notion of vestige (Spur) in Walter Benjamin's essays Paris of the Second Empire (Das Paris des Second Empire bei Baudelaire) and the Arcades Project (Das Passagen-Werk). In the mentioned essays, by means of the allegorical figures of the trapper and the detective, there is a characterization of the human's image in the modern city after the emergence of the masses in the metropolis. The vestige, a notion inspired in a Brecht's poem, is interpreted as the end of an idea of the human because of the experiences of shock (Erfahrung des Schocks) arising from industrialized societies. Starting from his diagnosis of the reality in Experience and Poverty (Erfahrung und Armut), we perceive that Benjamin's analyzes reveal the very human condition expropriated of its individuality within the modern societies. In this way, with the advent of the multitudes, the rising of the vestige, a consequence of the decrease of the human experience (Erfahrung), converted into impoverished experience (Erlebnis) and transformed, in turn, into existential misery. The future of this history is the advent of a new subjectivity, that of the new man.
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Resumo: O presente artigo discorre sobre a ideia de formação pelas viagens na obra Emílio, de Jean-Jacques Rousseau. Esta temática é pensada a partir do momento em que o personagem, Emílio, é educado por seu preceptor para a vida adulta,... more
Resumo: O presente artigo discorre sobre a ideia de formação pelas viagens na obra Emílio, de Jean-Jacques Rousseau. Esta temática é pensada a partir do momento em que o personagem, Emílio, é educado por seu preceptor para a vida adulta, o que inclui casar-se e ter filhos com Sofia, a figura feminina que será sua esposa no futuro. O que se evidencia nas páginas da mais extensa obra de Rousseau é sua ênfase na natureza enquanto energia ou força formadora do homem; seu repúdio à erudição vazia e sem vinculação com a experiência vivida; e ainda, sua tentativa de mostrar que os valores da natureza e da paisagem são importantes não só para a formação do Emílio jovem, mas decisivos para pensá-lo também como um cidadão do mundo.
Abstract: This article discusses the notion of education through journeys in Jean-Jacques Rousseau's Emile. This theme is been thought here from the point of the work in which Emilio is educated by his preceptor to the adult life: which includes to marry and to have children with Sofia, female figure that will be your wife. What is evidenced in the pages of the Rousseau's largest work is his emphasis on nature as the energy or formative force of man; his refusal of empty erudition, which lacks of relation with lived experience; and his attempt to show that the values of nature and landscape are important not only for Emilio's education, but also become decisive for thinking him above all as a citizen of the world.
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RESUMO Neste artigo mostra-se como a figura do flâneur, um dos arquivos mais extenso da obra Passagens, representa a ambiguidade própria do advento da modernidade: tanto no que diz respeito à crítica a mercadoria e aos aspectos do... more
RESUMO Neste artigo mostra-se como a figura do flâneur, um dos arquivos mais extenso da obra Passagens, representa a ambiguidade própria do advento da modernidade: tanto no que diz respeito à crítica a mercadoria e aos aspectos do capitalismo emergente na sociedade moderna parisiense e europeia em geral, como também seu significado enquanto representante do aspecto onírico e poético da ascensão da cidade-grande moderna. ABSTRACT: This article shows how the figure of the flâneur, one of the most extensive archives of work Passages, is the very ambiguity of the advent of modernity: both in regard to criticism of merchandise and aspects of emerging capitalism in the Paris modern society and European in general, as well as its significance as a representative of the dream like and poetic aspect of the rise of city-wide modern.
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Resumo: Neste artigo apresenta-se a noção de uma cultura da juventude romântica em Walter Benjamin e as ideias relacionadas a ela, a saber: crítica, espírito e formação. Analisa-se a crítica do autor quanto ao conceito de experiência,... more
Resumo: Neste artigo apresenta-se a noção de uma cultura da juventude romântica em Walter Benjamin e as ideias relacionadas a ela, a saber: crítica, espírito e formação. Analisa-se a crítica do autor quanto ao conceito de experiência, relacionada ao adulto/filisteu, e sua proposta para o cultivo da cultura da juventude. Utilizam-se os ensaios Experiência, Sobre o programa da filosofia futura e A vida dos estudantes. Resumen: En este artículo se presenta la noción de una cultura de la juventud romántica en Walter Benjamin y las ideas relacionadas con ella, a saber: la crítica, el espíritu y la formación. Se investiga la crítica del autor sobre el concepto de experiencia, relacionada con el adulto/filisteo, y su propuesta para el cultivo de una cultura de la juventud. Se utilizan los ensayos Experiencia, Sobre el programa de la filosofía venidera y La vida de los estudiantes.
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Este artigo tem como objetivo discutir a noção de uma corporalidade em Walter Benjamin. Pensamos que os ensaios Infância berlinense: 1900 e Diário de Moscou, ao transcenderem os gêneros literários da “autobiografia” e dos “diários de... more
Este artigo tem como objetivo discutir a noção de
uma corporalidade em Walter Benjamin.
Pensamos que os ensaios Infância berlinense:
1900 e Diário de Moscou, ao transcenderem os
gêneros literários da “autobiografia” e dos
“diários de viagem”, conduzem-nos a reflexões
que nos mostram o lugar do corpo na formação
da subjetividade. Para mostrar como isso sucede,
abordamos a figura da criança e do viajante como
emblemáticas da modernidade.
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Este artigo pretende explorar a noção de educação dos sentidos nos ensaios Diário de Moscou e Infância berlinense: 1900, de Walter Benjamin, destacando o importante papel da memória como principal elemento formativo das esferas individual... more
Este artigo pretende explorar a noção de educação dos sentidos nos ensaios Diário de Moscou e Infância berlinense: 1900, de Walter Benjamin, destacando o importante
papel da memória como principal elemento formativo das esferas individual e coletiva. Pensamos que há no pensamento do filósofo berlinense uma nova configuração da sensibilidade fornecida pelas grandes metrópoles modernas e pelas figuras de resistência e de limiares, como a criança e o viajante nos textos analisados.
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O presente artigo tem como objetivo discutir a noção de uma educação estética em Walter Benjamin. As fontes principais da investigação são constituídas pelos ensaios Infância berlinense: 1900 e Diário de Moscou, os quais, ao transcenderem... more
O presente artigo tem como objetivo discutir a noção de uma educação estética em Walter Benjamin. As fontes principais da investigação são constituídas pelos ensaios Infância berlinense: 1900 e Diário de Moscou, os quais, ao transcenderem os gêneros literários da “autobiografia” e dos “diários de viagem”, conduzem-nos a reflexões que nos mostram o lugar da educação do corpo na constituição da subjetividade humana. Desse modo, através das metrópoles modernas Berlim e Moscou refletimos como as mesmas constituíram o autor como indivíduo e como pensador, na tensão entre as instâncias individual e coletiva na formação humana.
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