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Este estudo propõe uma análise preliminar da colonialidade (poder, saber e ser) em sua relação com jornalismo a partir de uma investigação das construções da imagem do país nas primeiras páginas do jornal O Estado de S. Paulo, verificando... more
Este estudo propõe uma análise preliminar da colonialidade (poder, saber e ser) em sua relação com jornalismo a partir de uma investigação das construções da imagem do país nas primeiras páginas do jornal O Estado de S. Paulo, verificando modos de enunciação verbo-visual. Para tanto, recorre à revisão bibliográfica para apontar os modos de operação da colonialidade e faz intersecções com o campo do jornalismo, especialmente do jornal impresso. As páginas e matérias analisadas mostram um país que se localiza em um débito permanente, em busca de um futuro promissor, isto é, no devir de processos econômicos, políticos, socioculturais, que vão, eventualmente, nos posicionar junto ao ideal de sociedade projetado pelo periódico. De outro lado, elas exibem elementos típicos da colonialidade do poder, como a temática das instâncias e instituições da economia e da política e a imagética da exibição do poder e seus personagens.
A primeira página do jornal (e seu design) oferece um modo de leitura global que coloca lado a lado, de forma ordenada e hierarquizada, diversas dimensões da vida social como produção discursiva, enquanto constrói a realidade. Este... more
A primeira página do jornal (e seu design) oferece um
modo de leitura global que coloca lado a lado, de forma ordenada e
hierarquizada, diversas dimensões da vida social como produção
discursiva, enquanto constrói a realidade. Este trabalho problematiza
a primeira página e o jornal na sua relação com a noção de
dispositivo (Foucault). E defende que ela encarna um discurso sobre
a organização social em sua dimensão visual, participando, assim,
do seu processo de construção e ordenação.
Palavras-Chave: Design. Jornal. Discurso. Dispositivo.
Research Interests:
Resumo: Este trabalho se insere nas discussões sobre as relações entre imprensa e história, sobre a mídia como documento/monumento para a historiografia. Parte da consideração das primeiras páginas dos jornais como espaço privilegiado de... more
Resumo: Este trabalho se insere nas discussões sobre as relações entre imprensa e história, sobre a mídia como documento/monumento para a historiografia. Parte da consideração das primeiras páginas dos jornais como espaço privilegiado de circulação de discursos, dada a sua condição fundamental de fazer ver e construir discursivamente o mundo. Busca, delinear a especificidade da primeira página e discutir sua legitimidade em possíveis apropriações para a pesquisa histórica. Com base nos debates historiográficos iniciados pela Nova História e adotados pela história política, em especial, acerca da necessária crítica ao documento, discutimos o uso de fontes produzidas pela imprensa. Por meio delas ressaltamos o caráter de artefato, material forjado historicamente e que, portanto, tem marcas do tempo e da sociedade que o produziu. Inserimos a primeira página no universo dos gêneros discursivos, o que nos leva a considerar o jornal como produção e difusão de discurso a partir de um uso regrado da função enunciativa e de práticas socialmente reconhecidas e institucionalizadas. Apresentamos como exemplo o jornal O Globo, de postura colaboracionista com relação ao regime militar pós-1964, cujas primeiras páginas são objeto de estudo, ilustrando o debate proposto. Introdução Em meio às questões da relação entre mídia e história, este trabalho procura debater, ainda de forma introdutória e parcial, a possibilidade de apropriação da primeira página dos jornais como objeto de estudo histórico, tomando-a como ponto forte de investimento na produção e circulação de discursos sobre a vida, o mundo, os sujeitos, a sociedade e suas lutas etc. Defende-se condição de certa autonomia que permitiria considerar a primeira página como um espaço/objeto específico de análise, singularizada entre as práticas discursivas do jornal. Autonomia relativa porque, embora o material estampado na primeira página dialogue com o do interior do jornal (especialmente no que tange à construção narrativa e discursiva), e esta seja produzida a partir daquele, a primeira página é objeto de uma produção específica, constituindo estratégias e esforços próprios e encerrando em si condições de visibilidade e dizibilidade que podem ser recortadas para uma análise também própria.