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Este capítulo apresenta reflexões preliminares, propostas a partir da arqueologia, sobre a introdução de objetos industrializados junto a grupos indígenas através das atividades do Serviço de Proteção aos Índios (SPI) registradas no... more
Este capítulo apresenta reflexões preliminares, propostas a partir da
arqueologia, sobre a introdução de objetos industrializados junto
a grupos indígenas através das atividades do Serviço de Proteção
aos Índios (SPI) registradas no Relatório Figueiredo (RF). Busca-se
descrever os atos de distribuição de mercadorias como técnicas de
aproximação e contato com os indígenas, bem como refletir sobre
as intenções civilizacionais ensejadas nesses atos de distribuição
e os sentidos e reapropriações desses objetos.
Resumo: O artigo objetiva reconstruir a memória do acervo arqueológico da Usina Hidrelétrica de Balbina, situada no município de Presidente Figueiredo, estado do Amazonas. Para isso, abordamos aspectos ligados à Arqueologia amazônica e à... more
Resumo: O artigo objetiva reconstruir a memória do acervo arqueológico da Usina Hidrelétrica de Balbina, situada no município de Presidente Figueiredo, estado do Amazonas. Para isso, abordamos aspectos ligados à Arqueologia amazônica e à construção de usinas geradoras de energia elétrica na década de 1980, bem como as políticas do licenciamento ambiental brasileiras. Partimos do debate sobre formação de acervos arqueológicos no Brasil tendo em vista o conceito de estratigrafia do abandono. A pesquisa foi realizada em instituições arquivísticas e através de entrevistas com profissionais ligados ao Projeto de Salvamento Arqueológico da UHE Balbina (SAUHEB). Com isso, apresentamos como ocorreu o processo de esquecimento de um conjunto de fontes arqueológicas, circunscritas no terreno das memórias exiladas, e ressignificadas a partir das ações patrimoniais contemporâneas. Palavras-chave: Arqueologia amazônica. Arqueologia e grandes empreendimentos. História da Arqueologia.
Research Interests:
Jane Beltrão Universidade Federal do Pará Rhuan Carlos dos Santos Lopes Doutorando do PPGAS Universidade Federal do Pará Resumo: Considerando as transformações impostas às práticas de produção cultural e organização política da pertença... more
Jane Beltrão Universidade Federal do Pará Rhuan Carlos dos Santos Lopes Doutorando do PPGAS Universidade Federal do Pará Resumo: Considerando as transformações impostas às práticas de produção cultural e organização política da pertença Tenetehara, interroga-se como o povo Tembé dito de Santa Maria, enfrentaram e enfrentam a diáspora promovida, no século XIX, pelo Estado aliado à Igreja Católica, para afirma-se, hoje, como povo indígena. Analisam-se ações para recriar o " coletivo ". Para tanto, as marcas " tomadas como étnicas " são sublinhadas nos documentos e observadas no quotidiano, pela diferença que produzem em relação aos " vizinhos " não-indígenas que cercam os pequenos " territórios " que os Tembé conseguiram preservar.
Research Interests:
Inicio apresentando o debate sobre as interseções entre Arqueologia, povos tradicionais e grandes empreendimentos. Em seguida, faço breve apresentação do contexto da pesquisa do componente arqueológico de Belo Monte, tendo em vista os... more
Inicio apresentando o debate sobre as interseções entre Arqueologia, povos tradicionais e grandes empreendimentos. Em seguida, faço breve apresentação do contexto da pesquisa do componente arqueológico de Belo Monte, tendo em vista os dados disponíveis. Por fim, realizo o debate referentes ao trabalho de campo e outros levantamentos realizados ao longo da pesquisa.
Neste artigo apresentamos uma reflexão acerca das atividades de laboratório e educação patrimonial em um projeto de pesquisa desenvolvido na Amazônia brasileira durante a pandemia de Covid-19. Nosso objetivo é demonstrar como o cotidiano... more
Neste artigo apresentamos uma reflexão acerca das atividades de laboratório e educação patrimonial em um projeto de pesquisa desenvolvido na Amazônia brasileira durante a pandemia de Covid-19. Nosso objetivo é demonstrar como o cotidiano do trabalho, eminentemente coletivo, foi transformado diante das necessárias medidas sanitárias impostas pelos órgãos de saúde mundial e nacional. Para isso, adotamos a autoetnografia como método, tendo em vista que seu uso possibilita a produção de conhecimento experimental com alta carga de subjetividade, centrado nas experimentações do corpo. Mesmo partindo das experiências individuais dos pesquisadores, estabelecemos conexões mais amplas, numa conectividade de escalas entre o individual e o cultural. Palavras-chave: arqueologia amazônica; trabalho de campo; pandemia de covid-19.
O artigo se constitui em um esforço narrativo sobre a importância do legado de Denise Pahl Schaan arqueóloga e antropóloga, parceira acadêmica que permaneceu associada à Universidade Federal do Pará entre 2004 quando ingressa na... more
O artigo se constitui em um esforço narrativo sobre a importância do legado de Denise Pahl Schaan arqueóloga e antropóloga, parceira acadêmica que permaneceu associada à Universidade Federal do Pará entre 2004 quando ingressa na Instituição e 2018 quando veio a falecer. Dá-se ênfase a contribuição acadêmica da autora e ao seu legado de qualidade impar relativo à constituição do campo da Arqueologia na Universidade. Foram 14 anos de intenso trabalho que resultou em inúmeras ações. E entre elas contabilizam-se uma revista, um programa de pós-graduação e a formação de muitos/as profissionais.
Research Interests:
Considerando as transformações impostas às práticas de produção cultural e organização política da pertença Tenetehara, interroga-se como o povo Tembé dito de Santa Maria, enfrentaram e enfrentam a diáspora promovida, no século XIX, pelo... more
Considerando as transformações impostas às práticas de produção cultural e organização política da pertença Tenetehara, interroga-se como o povo Tembé dito de Santa Maria, enfrentaram e enfrentam a diáspora promovida, no século XIX, pelo Estado aliado à Igreja Católica, para afirma-se, hoje, como povo indígena. Analisam-se ações para recriar o "coletivo". Para tanto, as marcas "tomadas como étnicas" são sublinhadas nos documentos e observadas no quotidiano, pela diferença que produzem em relação aos "vizinhos" não-indígenas que cercam os pequenos "territórios" que os Tembé conseguiram preservar.
"A quarta edição especial, fruto da parceria entre o Jornal Beira do Rio e Projeto Desigualdades, Violências e Violações de Direitos Humanos na Amazônia Brasileira, trata de histórias similares à contada por João, pois elas nos dizem... more
"A quarta edição especial, fruto da parceria entre o Jornal Beira do Rio e  Projeto Desigualdades, Violências e Violações de Direitos Humanos na
Amazônia Brasileira, trata de histórias similares à contada por João, pois elas nos dizem sobre as relações das pessoas com o espaço urbano. Mais do que isso, elas falam sobre as perspectivas desses moradores a respeito da dimensão material que marca os deslocamentos provocados pela UHE de Belo Monte"
RESUMO: Entre o fim do século XIX e a década de 1970, três instituições de controle se sucederam na Vila Santo Antônio do Prata, situada no município de Igarapé-Açu, estado do Pará. Crianças indígenas, detentos e portadores de hanseníase,... more
RESUMO: Entre o fim do século XIX e a década de 1970, três instituições de controle se sucederam na Vila Santo Antônio do Prata, situada no município de Igarapé-Açu, estado do Pará. Crianças indígenas, detentos e portadores de hanseníase, formaram os grupos sociais que, respectivamente, estiveram submetidos às diferentes ações de isolamento e sujeição desenvolvidas pelo Estado brasileiro. Considerando isto, este artigo caracteriza as práticas de descarte de refugo, verificadas a partir de escavações arqueológicas realizadas neste local. Os resultados indicaram que o trato com os resíduos diferia das pretensões higienistas observadas nos registros históricos, demonstrando características particulares do cotidiano local.
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Between the end of the nineteenth century and the 1970s, three institutions of control were succeeded in Vila Santo Antônio do Prata, located in the city of Igarapé-Açu, in Pará state. Indigenous children, prisoners and leprosy patients formed the social groups that, respectively, were submitted to the different actions of isolation and subjection developed by the Brazilian State. Considering this, this article characterizes the practices of waste disposal, verified from
rchaeological excavations performed in this place. The
results indicated that the treatment with the residues differed from the hygienic pretensions observed in the historical records, showing particular characteristics of the local daily life.
Em função da execução de pesquisas arqueológicas e antropológicas em antigas colônias de internamento de doentes de hanseníase nos estados do Pará e do Amazonas, o artigo apresenta as convergências entre as memórias e as concepções... more
Em função da execução de pesquisas arqueológicas e antropológicas em antigas colônias de internamento de doentes de hanseníase nos estados do Pará e do Amazonas, o artigo apresenta as convergências entre as memórias e as concepções nativas de patrimônio. O diálogo ocorre a partir das narrativas suscitadas entre os diferentes grupos sociais residentes nesses locais. Com isso, caracterizamos as perspectivas dos atuais moradores sobre o passado desses leprosários, ampliando as possibilidades apontadas em outras pesquisas.
Analiso os remanescentes arquitetônicos da Colônia de Leprosos Santo Antônio do Prata, no estado do Pará, Amazônia brasileira. O debate considera o contexto nacional referente à política de combate à hanseníase, em específico, na primeira... more
Analiso os remanescentes arquitetônicos da Colônia de Leprosos Santo Antônio do Prata, no estado do Pará, Amazônia brasileira. O debate considera o contexto nacional referente à política de combate à hanseníase, em específico, na primeira metade do século XX. O foco de análise recai sobre a organização espacial, em particular a arquitetura da instituição. Para isso, apliquei modelos de análise morfológico-espacial em dois pavilhões de internamento. Tais informações foram conjugadas com dados etnográficos e históricos. Argumento que a infraestrutura material da instituição foi constituída enquanto tecnologia de poder sobre os corpos dos grupos a ela submetidos, com objetivos de políticas de Estado que tinham como pressuposto o binômio reclusão e exclusão.
Research Interests:
Analiso os remanescentes arquitetônicos da Colônia de Leprosos Santo Antônio do Prata, no estado do Pará, Amazônia brasileira. O debate considera o contexto nacional referente à política de combate à hanseníase, em específico, na primeira... more
Analiso os remanescentes arquitetônicos da Colônia de Leprosos Santo Antônio do Prata, no estado do Pará, Amazônia brasileira. O debate considera o contexto nacional referente à política de combate à hanseníase, em específico, na primeira metade do século XX. O foco de análise recai sobre a organização espacial, em particular a arquitetura da instituição. Para isso, apliquei modelos de análise morfológico-espacial em dois pavilhões de internamento. Tais informações foram conjugadas com dados etnográficos e históricos. Argumento que a infraestrutura material da instituição foi constituída enquanto tecnologia de poder sobre os corpos dos grupos a ela submetidos, com objetivos de políticas de Estado que tinham como pressuposto o binômio reclusão e exclusão.
Resumo: Discutir a partir de teorias/teses nativas e arqueológicas sobre os geoglifos, no Acre, a relação estabelecida entre comunidade e pesquisadores quando da realização de trabalhos em Arqueologia Comunitária, trazendo à tona os... more
Resumo: Discutir a partir de teorias/teses nativas e arqueológicas sobre os geoglifos, no Acre, a relação estabelecida entre comunidade e pesquisadores quando da realização de trabalhos em Arqueologia Comunitária, trazendo à tona os conhecimentos tradicionais como possibilidade de articulação entre a " ciência do concreto " e as formulações acadêmicas, mediadas pelo registro etnográfico que pode conjugar esforços na preservação do patrimônio arqueológico sem que seja necessário apartar os moradores do sítio arqueológico.

Palavras-chave: Geoglifos. Arqueologia Comunitária. Registros etnográficos.

Abstract: This article seeks to debate, from the native and archaeological theories/theses, about the geoglyphs in the state of Acre, Brazil. The relationship established between the community and researchers when carrying out Community Archaeology work, bringing out traditional knowledge as a possible link between the "science of the concrete" and academic formulations, mediated by the ethnographic record that can join forces to preserve archaeological heritage without having to separate the residents from an archaeological site.
Nossa proposta é produzir um diálogo com o leitor, tendo em vista o entendimento das diferentes e particulares maneiras de narrar a História. Em especial, nossa intenção é expor como os povos indígenas constroem sua historicidade, no... more
Nossa proposta é produzir um diálogo com o leitor, tendo em vista o entendimento das diferentes e particulares maneiras de narrar a História. Em especial, nossa intenção é expor como os povos indígenas constroem sua historicidade, no contexto de suas próprias concepções culturalmente informadas. Um grupo étnico será tomado como referência, mas isso não quer dizer que a eles está resumida todas as compreensões dos indígenas no Brasil.
Research Interests:
Tendo a proposição acima em vista, este capítulo objetiva apresentar a proposta desenvolvida pelas duas primeiras autoras, sob orientação dos últimos. A proposição foi idealizada a partir de experiências tanto na prática escolar, quanto... more
Tendo a proposição acima em vista, este capítulo objetiva apresentar a proposta desenvolvida pelas duas primeiras autoras, sob orientação dos últimos. A proposição foi idealizada a partir de experiências tanto na prática escolar, quanto ao longo do Curso de Especialização em Relações Raciais para o Ensino Fundamental, viabilizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Formação de Professores e Relações Étnico-Raciais (GERA) na Universidade Federal do Pará (UFPA). O desenvolvimento de ações pedagógicas, pela primeira autora, em uma escola do município de Santa Izabel, no nordeste do estado do Pará, subsidiou as considerações que apresentaremos.
Research Interests:
RESUMO: O artigo analisa a história de migrações dos Tembé/Tenetehara, um povo indígena da Amazônia brasileira, e suas interações com o Estado ao longo de mais de um século. A política indigenista brasileira do começo do século XX estava... more
RESUMO: O artigo analisa a história de migrações dos Tembé/Tenetehara, um povo indígena da Amazônia brasileira, e suas interações com o Estado ao longo de mais de um século. A política indigenista brasileira do começo do século XX estava voltada à integração e assimilação cultural dos povos indígenas na sociedade nacional, visando, com o tempo, o seu desaparecimento enquanto grupo étnico e a consequente apropriação de suas terras. Na cidade de Santa Maria do Pará, no estado do Pará, isso se efetivou com a implantação de instituições como escola, prisão, hospital, que são aqui examinadas em sua capacidade de controle e exclusão social. Ao final se analisa a resistência política dos Tembé e seu processo atual de etnogênese. ABSTRACT: The present paper presents an analysis of the history of migrations of the Tembé/Tenetehara, an indigenous people of the Brazilian Amazon area, and their interaction with the state for over a century. Brazil's policies for indigenous peoples in the beginning of the twentieth century focused on integration and cultural assimilation of indigenous peoples in the national society, aiming to, over time, see them disappear as an ethnic group, and to, consequently, allow the appropriation of their land. In Santa Maria, a city in the Pará State, this was accomplished through the establishment of institutions such as schools, prisons, and hospitals, which are examined here according to their ability to control and socially exclude. Finally, the political resistance of the Tembé is analyzed, as well as their current process of ethnogenesis.
Research Interests:
RESUMO: Dialogar a respeito da construção da historicidade dos povos indígenas, a partir dos seus " termos " , especialmente, considerando o tempo e a " luta " enfrentada pelas etnias no Brasil é o objetivo do trabalho. Para discutir o... more
RESUMO: Dialogar a respeito da construção da historicidade dos povos indígenas, a partir dos seus " termos " , especialmente, considerando o tempo e a " luta " enfrentada pelas etnias no Brasil é o objetivo do trabalho. Para discutir o tema trazemos à cena os povos indígenas nos rios Tapajós e Arapiuns, na Amazônia, que em diálogo entre os exímios narradores que possuem, indicam versões que, sem a pretensão de serem verdades absolutas, demonstram como os interlocutores construíram no tempo – de longa duração – que inclui o " tempo das correrias " quando foram aos " cafundós " da bacia do Tapajós em busca da liberdade, " empreendimento " que possibilita vencer o desafio da extinção, " fazendo frente " à naturalização mantida pelos não-indígenas que, ainda, acreditam que pessoas indígenas, pertencem a " povos sem história " e que por isso " ficaram " no passado. ABSTRACT: This article aims to dialogue about the construction of the historicity of the indigenous peoples from their own "terms", especially considering the time and the "struggle" faced by the ethnic groups in Brazil is the objective of this work. To discuss the issue, I bring up to the scene the indigenous peoples in the Tapajós and Arapiuns rivers, in the Amazon, that in dialogues between the expert narrators they have, indicate versions that, without claiming to be absolute truths, demonstrate how the speakers built in time-of long term-which includes the "time of the raids" when they went to the "boondocks" of the Tapajósbasin seeking freedom, an "enterprise" that allows to overcome the challenge of extinction, "to tackle" the naturalization held by non-indigenous people that, still, believe that indigenous persons belong to a "people without history" and therefore "stayed" in the past.
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O etnocídio e o genocídio, apesar de se constituírem em “assassinato institucionalizado” provocado pelo Estado Colonial e/ou pelas Nações recém criadas, foi naturalizado pelas políticas homogeneizadoras, aplicadas com mão de ferro pelas... more
O etnocídio e o genocídio, apesar de se constituírem em “assassinato institucionalizado” provocado pelo Estado Colonial e/ou pelas Nações recém criadas, foi naturalizado pelas políticas homogeneizadoras, aplicadas com mão de ferro pelas autoridades políticas que ontem e hoje, consideram prioritário a submissão da diversidade. No Brasil, e em outros países latino americanos, as denúncias das ações homogeneizadoras foram feitas, mas ainda hoje os números e os impactos das referidas políticas não foram contabilizados de forma adequada, quer por “ausência”, ocultação ou incompletude das fontes que permitam refazer trajetos e trajetórias. Quando os coletivos indígenas ofereciam guarida aos africanos que se “alforriavam” pela fuga dos senhores escravistas, constituindo coletivos multiétnicos, mais difícil se torna desvendar a complexa trama da homogeneização, pois os poucos registros existentes terminam identificando as pessoas como pardas ou mestiças, mascarando origens e pertenças individuais. Assim, tornam invisíveis contextos e circunstâncias da ocorrência dos fatos. Embora em alguns casos haja algumas fontes, como registros de nascimento, de óbito, prontuários de adoecimentos, registros de entrada ou de internação, os marcadores da diferença apresentam-se subsumidos nos arquivos que se consegue trabalhar. Os Tembé/Tenetehara, donos do território entre os rios Pindaré – divisa entre Pará e Maranhão – e o Maracanã, na costa atlântica, foram sistematicamente submetidos a políticas de Estado desastrosas, do século XIX aos nossos dias. Especialmente, por terem se associado aos africanos da região, que se estabeleceram em mocambos no território indígena. O Estado, na tentativa de morigerar os indígenas, instalou sucessivamente instituições na área: Núcleo Colonial Indígena compreendendo colônia agrícola e internatos; Casa de Correção; Asilo de Leprosos; e, hoje, Unidade de Saúde. Nessas instituições, todas batizadas de Santo Antonio do Prata, supõe-se foram confinados inúmeras pessoas indígenas. Considerando a trajetória Tembé/Tenetehara e a relação desta etnia com o Estado, busca-se por meio dos registros de batismo, óbito e internação, prontuários, livros administrativos (de ocorrências e plantões, reuniões e atas), ocorrências policiais, censos, e raras fotografias, os indícios do impacto das políticas governamentais em termos sociais e demográficos. O volume de dados gerados a partir das fontes, sistematizados quantitativamente, em conjugação com as narrativas contemporâneas e passadas, são analisados com vistas ao entendimento do pressuposto do genocídio gerenciado pelas instituições totais antes citadas para especular/desvendar a redução demográfica.
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O presente trabalho tem por objetivo analisar o processo de urbanização do Vale Amazônico, especificamente nas antigas capitanias do Grão-Pará e Rio Negro, entre os anos de 1751 e 1759. Neste recorte temporal ocorreram mudanças singulares... more
O presente trabalho tem por objetivo analisar o processo de urbanização do Vale Amazônico, especificamente nas antigas capitanias do Grão-Pará e Rio Negro, entre os anos de 1751 e 1759. Neste recorte temporal ocorreram mudanças singulares na administração colonial, todas inseridas em um conjunto de políticas que intentaram reconfigurar aspectos da Colônia. A história urbana da região está vinculada a esse contexto, com a criação de cerca de 60 vilas e lugares. A maior parte dessas fundações, porém, foram pautadas na conversão de aldeias e fazendas religiosas, notadamente as jesuíticas. Pretende-se, assim, evidenciar o potencial urbanístico presente nas missões, bem como analisar o processo de elevação desses núcleos de povoamento. Abordamos a relação entre o Diretório dos Índios e a conversão das aldeias em vilas e lugares, tentando mostrar a capacidade urbanística das povoações missionárias.
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Neste artigo evidenciamos as atividades paralelas ao trabalho escravo na Província do Pará, especifi camente entre 1840-1850. O tempo de “folga” dos trabalhadores escravos lhes permitiu um signifi cativo espaço de manobra que, embora não... more
Neste artigo evidenciamos as atividades paralelas ao trabalho escravo na Província do Pará, especifi camente entre 1840-1850. O tempo de “folga” dos trabalhadores escravos lhes permitiu um signifi cativo espaço de manobra que, embora não necessariamente os desvinculasse de sua condição de cativo, permitia-lhes a condução de diligências próprias. Assim, o lazer, a agricultura, o comércio, a caça, etc, foram práticas constantes, garantindo certo grau de autonomia aos escravizados. Partimos das obras de dois naturalistas que estiveram na Amazônia neste período: Alfred Russel Wallace (1823-1913) e Henry Walter Bates (1825 - 1892). Essas informações foram confrontadas com a historiografi a sobre a temática, no sentido de observarmos os espaços de autonomia dos escravos
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Desde o início do século XX, Antropologia tem se dedicado a estudar a trajetória dos Tembé/Tenetehara. Em consonância com os contextos acadêmicos e políticos, historicamente localizados, essa disciplina tem contribuído com diferentes... more
Desde o início do século XX, Antropologia tem se dedicado a estudar a trajetória dos Tembé/Tenetehara. Em consonância com os contextos acadêmicos e políticos, historicamente localizados, essa disciplina tem contribuído com diferentes imagens sobre o povo, muitas das quais se ligam imediatamente às demandas políticas da própria etnia. De maneira geral, os antropólogos estão entre os intermediadores de processos de legitimação e/ou inserção desse grupo no quadro das etnias indígenas brasileira. Assim, este trabalho propõe apresentar um percurso nesses variados discursos antropológicos, considerando a minha inserção no diversificado grupo desses pesquisadores e em diálogo com a Arqueologia. Trata-se de evidenciar como imagens acerca dos Tembé/Tenetehara são erigidas e derrubadas, cristalizadas e abrandadas, considerando as premissas dos antropólogos. A literatura especializada e o exercício do trabalho de campo são as fontes privilegiadas no artigo. Assim, o que pretendo é fomentar o debate sobre a produção do conhecimento antropológico, no qual a voz do interlocutor soa com diferentes tons.
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Neste artigo buscamos, a partir de uma experiência de campo singular, participando da escavação do Sítio Cedro, em Santarém, próximo ao planalto de Belterra, discutir a importância e as possibilidades da etnografia nos trabalhos de... more
Neste artigo buscamos, a partir de uma experiência de campo singular, participando da escavação do Sítio Cedro, em Santarém, próximo ao planalto de Belterra, discutir a importância e as possibilidades da etnografia nos trabalhos de arqueologia; e ainda, atentos às discussões feitas sobre a Arqueologia Pública e as interações entre arqueólogos e as comunidades onde estão situados sítios arqueológicos, analisar as injunções entre o saber local com as significações arqueológicas para categorias já definidas pelas comunidades. Intentamos mostrar que as conversas no campo geram esclarecimentos mútuos que não se excluem, mas se complementam na medida em que criam junto o saber arqueológico.
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Resumo: Considerando as transformações impostas às práticas de produção cultural e organização política da pertença Tenetehara, interroga-se como o povo Tembé dito de Santa Maria, enfrentaram e enfrentam a diáspora promovida, no século... more
Resumo: Considerando as transformações impostas às práticas de produção cultural e organização política da pertença Tenetehara, interroga-se como o povo Tembé dito de Santa Maria, enfrentaram e enfrentam a diáspora promovida, no século XIX, pelo Estado aliado à Igreja Católica, para afirma-se, hoje, como povo indígena. Analisam-se ações para recriar o " coletivo ". Para tanto, as marcas " tomadas como étnicas " são sublinhadas nos documentos e observadas no quotidiano, pela diferença que produzem em relação aos " vizinhos " não-indígenas que cercam os pequenos " territórios " que os Tembé conseguiram preservar.
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O trabalho tem por objetivo discutir a relação entre uma comunidade familiar e a atuação de equipe de arqueólogos durante a escavação do sítio Cedro, localizado em Santarém (PA), no âmbito do Programa de Arqueologia & Educação Patrimonial... more
O trabalho tem por objetivo discutir a relação entre uma comunidade familiar e a atuação de equipe de arqueólogos durante a escavação do sítio Cedro, localizado em Santarém (PA), no âmbito do Programa de Arqueologia & Educação Patrimonial BR-163: Santarém-Rurópolis; BR-230/PA: Divisa TO/PA à Rurópolis (excluindo trecho Altamira-Medicilândia); BR-422: Trecho: Novo Repartimento-Tucuruí. Tendo em vista nossa proposta neste trabalho, nos apropriamos da dimensão da Arqueologia Pública preocupada com a integração do outro no processo de pesquisa, considerando que o conhecimento local pode integrar a produção do conhecimento acadêmico. Especificamente, nos deteremos em debater a metodologia etnográfica aplicada à arqueologia, com vistas à evidenciar que o conhecimento desses ‘nativos’ sobre a paisagem em que estão inseridos é de relevância para o saber arqueológico.
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