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  • Bruno Mendelski is Professor in the undergraduate course of International Relations (IR), graduate courses of Regiona... moreedit
  • Antonio Jorge da Costa Ramalho, Yunus Kaya, Riva Kastoryano, Ari Oro, Graciela Pagliariedit
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Relações Internacionais, Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais, 2020.Esta tese investiga o fenômeno da islamofobia na França por meio das lentes teóricas do... more
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Relações Internacionais, Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais, 2020.Esta tese investiga o fenômeno da islamofobia na França por meio das lentes teóricas do liberalismo e do iliberalismo. Inserida nos debates contemporâneos das Relações Internacionais acerca de identidade, etnicidade e segurança, o trabalho argumenta que a construção e operacionalização da islamofobia na França depende de uma articulação entre discursos e práticas liberais e iliberais. Metodologicamente, a tese centra-se no método do estudo de caso, executado através de fontes primárias e secundárias. Adicionalmente, empregou-se a Análise Crítica do Discurso para o exame dos discursos das principais lideranças francesas. O objeto da pesquisa consiste nas manifestações da islamofobia na sociedade civil francesa, através do estudo dos casos de islamofobia entre 1996-2019; e no poder público, via estudo das políticas públicas que mais impactaram na ...
Professor Bruno Mendelski interviews the PhD student Nurcan Ceyhan about the issues of Islamophobia and Orientalism in the context of the dossier "Cultural history and the Western imaginary about the East" published by the Interação... more
Professor Bruno Mendelski interviews the PhD student Nurcan Ceyhan about the issues of Islamophobia and Orientalism in the context of the dossier "Cultural history and the Western imaginary about the East" published by the Interação Journal.
The present work aims to investigate Islamophobia in France. Starting from the understanding of Islamophobia as "indiscriminate negative attitudes or emotions directed towards Islam or Muslims" (BLEICH, 2012), the phenomenon was examined... more
The present work aims to investigate Islamophobia in France. Starting from the understanding of Islamophobia as "indiscriminate negative attitudes or emotions directed towards Islam or Muslims" (BLEICH, 2012), the phenomenon was examined through three elements: (i) French laws that (indirectly) restricted the use of the Islamic veil; (ii) the support of French public opinion for the aforementioned legislation; (iii) empirical data on Islamophobic acts. Methodologically, the French case study was used, and the data collection instruments were: (i) Bibliographic review of the specialized literature (including French surveys and opinion polls); (ii) Documentary research in the primary sources of laws and in official documents; (iii) Field research in France, which resulted in obtaining information and empirical data on the phenomenon, obtained from the two main databases on Islamophobia in France (CCIF and CNCDH). The research problem can be summarized in the question: "How is Islamophobia construct and how does it evolve in France?" As main results, it was found that Islamophobia in France develops from two interconnected axes: the association of Islam with terrorist violence; the connection of religion with female oppression, symbolized by the use of the veil. The finding of a correlation between large-scale terrorist acts and the rise of Islamophobia is evidence of the first axis. The finding that Islamic women wearing the veil represent the vast majority of victims of Islamophobia constitutes evidence of the second axis.
O artigo discute a atual relação do Estado francês com sua comunidade muçulmana. Para tanto, investiga-se a representação política dessa minoria e algumas políticas públicas que tiveram impacto direto nesse grupo. Sustenta-se que os... more
O artigo discute a atual relação do Estado francês com sua comunidade muçulmana. Para tanto, investiga-se a representação política dessa minoria e algumas políticas públicas que tiveram impacto direto nesse grupo. Sustenta-se que os elementos acima adquirem a forma do conceito tocquevilleano de tirania da maioria, contribuindo para o enfraquecimento da democracia francesa. São apresentados como argumentos a restrição da liberdade religiosa gerada pelas leis 2004-228 (uso de símbolos religiosos em escolas), 2010-1192 (proibição da cobertura do rosto em espaços públicos) e do burkini, bem como a limitação das garantias constitucionais ocasionadas pelo estado de emergência/lei antiterrorismo. Também afirma-se que a insuficiente representação parlamentar dos muçulmanos, somada à íntima relação entre opinião pública e ação legislativa da maioria, reforça as ideias tocquevillianas e millianas sobre a tirania da maioria. Metodologicamente, executa-se revisão da literatura especializada, com destaque para aportes teóricos-conceituais da literatura clássica e contemporânea sobre democracia e liberalismo.

Palavras-Chave: Democracia Francesa; Tirania da Maioria; Minoria Muçulmana; Representação Parlamentar; Opinião Pública.
This chapter analyzes the impact of the rhetoric of Hungarian premier Viktor Orban on the current wave of refugees in Hungary. Based on the theoretical assumptions of Post-structuralism in International Relations, it examined six Orban... more
This chapter analyzes the impact of the rhetoric of Hungarian premier Viktor Orban on the current wave of refugees in Hungary. Based on the theoretical assumptions of Post-structuralism in International Relations, it examined six Orban discourses in the year 2015 (the apex of the immigration crisis). Methodologically, it relies on Hansen (Security as practice: discourse analysis and the model of Discourse Analysis to
investigate the process of linking and differentiation that opens space for ethnic or racist discrimination against individuals. It argues that the Hungarian premier presents the issue within a binary framework, with an inside - outside logic. Thus, Orban constructs the Hungarian inside as opposed to a pair of outsiders: the immigrants (primordial outsider) and the EU left-liberal elite (secondary outsider). To the first is given a threatening Muslim identity, while to the second it’s given a religionless, borderless, and nationless identity. Both outsiders are counterpoints with the Hungarian Christian-peaceful identity. The hypothesis of
this chapter is that Orban’s inside - outside rhetoric reasserts the importance of the Nation State, updating to the Post-structuralist challenges of the 1990s. The common point between these periods lies in the efforts of political leaders to present themselves as protectors of the inside in the face of (outside) threats, thus legitimizing xenophobic policies towards the foreigner “other.” The new element in this discussion is the affirmation of sovereignty through the questioning of the supranational power of the EU.
Situado nas discussões acerca da integração dos muçulmanos na Europa, argumenta-se que a islamofobia está gradualmente tornando-se institucionalizada na Alemanha e na França. Isso ocorre em razão de uma articulação entre políticas... more
Situado nas discussões acerca da integração dos muçulmanos na Europa, argumenta-se que a islamofobia está gradualmente tornando-se institucionalizada na Alemanha e na França. Isso ocorre em razão de uma articulação entre políticas liberais e iliberais. O primeiro tipo contrapõe os muçulmanos a valores como igualdade de gênero e secularismo; o segundo situa o Islã diante dos valores cristão-ocidentais. Metodologicamente, compara-se os discursos sobre o Islã, as leis sobre a regulação religiosa no espaço público (Alemanha e França) e o estado de emergência/lei antiterrorismo (França). O artigo evidencia que a islamofobia é mais aprofundada na França do que na Alemanha. Ambos vivenciaram leis que indiretamente restringiram a liberdade religiosa dos seus cidadãos muçulmanos nos anos 2000, entretanto Paris executou novas medidas (leis do burkini, estado de emergência/lei antiterrorismo) nos anos 2010. Essas políticas públicas recentes reduziram ainda mais as liberdades individuais dos muçulmanos franceses. O declínio do item “liberdades civis” no Relatório Anual da Freedom House (2017) e a queda francesa de “full democracy” para “flawed democracy” no The Economist Democracy Index (2015) fornecem evidências para sustentar o argumento.
A Convenção de Minamata regula a questão dos efeitos do mercúrio no meio ambiente. Essa inciativa global inclui a participação de grandes potências como os EUA e a China, além de outros países em desenvolvimento e que possuem parte de sua... more
A Convenção de Minamata regula a questão dos efeitos do mercúrio no meio ambiente. Essa inciativa global inclui a participação de grandes potências como os EUA e a China, além de outros países em desenvolvimento e que possuem parte de sua produção voltada à mineração. A partir das perspectivas teóricas do realismo neoclássico e do construtivismo, o artigo cria um diálogo entre as duas correntes, apontando a importância tanto da questão do poder quanto da participação de importantes atores globais, quanto no papel das ideias, crenças e das normas na construção de um regime de regulação do uso e dos efeitos do mercúrio. A conclusão aponta que, além do alto custo do constrangimento pela não participação de um regime normativo do meio ambiente, o sucesso da Convenção de Minamata está na
participação de Pequim e Washington. Esses países levam à participação de outros atores. Por fim, estimula-se a aproximação dos estudos de meio ambiente com os das teorias de relações internacionais.
This article reviews three classic texts of the French, American-Realist and English schools in International Relations, namely Tout Empire Périra (Duroselle 1992), Politics Among Nations (Morgenthau 1948), and Power Politics (Wight... more
This article reviews three classic texts of the French, American-Realist and English schools in International Relations, namely Tout Empire Périra (Duroselle 1992), Politics Among Nations (Morgenthau 1948), and Power Politics (Wight 1978). I argue that Wight's approach can be regarded as a middle course between those of Duroselle and Morgenthau, and that Wight adopted this position in order to associate himself with important assumptions by both Duroselle and Morgenthau. In particular, there are similarities between Wight's concept of 'international revolution' and Duroselle's notion of the 'unbearable. ' Both are critical of behavioural methods, and both search for recurrences in international relations. As regards Morgenthau, Wight shares with him a Realist view of international anarchy, a classical understanding of 'national interest, ' and an understanding of ideologies as the legitimation of government actions.
The article compares Lula’s foreign policy to the Middle East with Ahmadinejad’s to Latin America. Methodologically, the historical concepts of each diplomacy is combined with empirical data on trade flows and diplomatic actions. It is... more
The article compares Lula’s foreign policy to the Middle East with Ahmadinejad’s to Latin America. Methodologically, the historical concepts of each diplomacy is combined with empirical data on trade flows and diplomatic actions. It is argued that the implementation of foreign policies involved similar (presidential diplomacy) and distinct means (universalism and multilateralism by Brazil, and personalism, bilateralism and low institutionalization by Iran). The results of diplomacies also resembled: although the economic implications were modest, Brasilia politically increased its global projection capacity, while Tehran relatively reduced its international isolation.
A crise financeira que eclodiu em 2008 acentuou uma tendência de declínio relativo do poder hegemônico dos Estados Unidos da América (EUA) no moderno sistema mundial. Na estratégica região do Oriente Médio a China vem aumentando sua... more
A crise financeira que eclodiu em 2008 acentuou uma tendência de declínio relativo do poder hegemônico dos Estados Unidos da América (EUA) no moderno sistema mundial. Na estratégica região do Oriente Médio a China vem aumentando sua presença, ao mesmo tempo em que Washington perde a sua importância. Tendo essa conjuntura como base e a partir da metodologia de revisão bibliográfica, o objetivo do artigo é discutir a natureza desse contexto, analisando o aumento da presença chinesa no Oriente Médio, sobretudo as relações comerciais, em detrimento dos EUA. Amparado nas considerações teóricas arrighianas sobre hegemonia e ciclos sistêmicos de acumulação, procurar-se identificar se o referido cenário pode, de fato, contribuir para um possível declínio hegemônico estadunidense. Conclui-se que apesar do enfraquecimento político de Washington e a perda de sua supremacia comercial junto ao Oriente Médio frente Pequim, esta aparenta não ter pretensões hegemônicas na região a curto prazo. Palavras-chave: Oriente Médio. China. EUA. Hegemonia.
Resumo A Primavera Árabe vem transformando a geopolítica do Norte da África e do Oriente Médio. Dentre as potências regionais, a Arábia Saudita vem se destacando por ter uma atuação incisiva nos variados países atingidos pela Primavera... more
Resumo A Primavera Árabe vem transformando a geopolítica do Norte da África e do Oriente Médio. Dentre as potências regionais, a Arábia Saudita vem se destacando por ter uma atuação incisiva nos variados países atingidos pela Primavera Árabe. Tendo como base esse quadro regional, o presente artigo tem como objetivo problematizar a política externa saudita durante a Primavera Árabe. Utilizando-se de uma revisão da literatura sobre o tema, e do referencial teórico baseado no omnibalancing, inferimos que a política externa da Arábia Saudita, ao apoiar golpes e financiar grupos rebeldes durante a Primavera Árabe, é guiada não tanto pela segurança estatal, mas sim pela manutenção e legitimidade de seu próprio regime frente à sua população. tion.
Este artigo expõe as principais diretrizes da política externa da Federação Russa e problematiza sua relação com a postura do país como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), tendo como norte as considerações... more
Este artigo expõe as principais diretrizes da política externa da Federação Russa e
problematiza sua relação com a postura do país como membro permanente do
Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), tendo como norte as
considerações teóricas realistas/neorrealistas das Relações Internacionais.
Inicialmente, é feita uma breve contextualização da política exterior de Mikhail
Gorbachev e de Boris Yeltsin e sobre as respectivas atuações da União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas e de sua sucessora Rússia no CSNU. A seguir são
expostos os conceitos basilares da política externa de Vladimir Putin.
Concomitantemente é avaliada a atual posição russa no CSNU e suas implicações
para o equilíbrio de poder mundial. Para tanto, o artigo valera-se da pesquisa
bibliográfica na literatura acadêmica e em documentos oficiais do governo russo e da
Organização das Nações Unidas.
O Programa Nuclear Iraniano, durante os últimos anos, vem gerando grande controvérsia na comunidade internacional, sendo o Estado de Israel um dos grandes opositores do referido programa. Dito isso, o artigo procura analisar como ocorre o... more
O Programa Nuclear Iraniano, durante os últimos anos, vem gerando grande controvérsia na comunidade internacional, sendo o Estado de Israel um dos grandes opositores do referido programa. Dito isso, o artigo procura analisar como ocorre o processo de deslegitimação desta política nacional iraniana dentro dos discursos do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Como arcabouço teórico, empregaremos os conceitos pós-modernistas de identidade, política externa e segurança, conforme preconizados por Campbell (1992) e Hansen (2006). Paralelamente, utilizaremos as metodologias oriundas da análise crítica do discurso de Thompson (2007) e Reyes (2006; 2008; 2011). Concluímos pontuando que a representação da identidade pacífica israelense em oposição a uma identidade iraniana ameaçadora constitui o eixo principal para a deslegitimação do Programa Nuclear Iraniano.
Este artigo tem como objetivo estudar e analisar a política externa do período político conhecido no Brasil como Estado Novo (1937-1945). Buscamos, assim, determinar quais são as suas principais linhas de atuação, bem como seus... more
Este artigo tem como objetivo estudar e analisar a política
externa do período político conhecido no Brasil como Estado Novo
(1937-1945). Buscamos, assim, determinar quais são as suas principais
linhas de atuação, bem como seus condicionantes internos e externos. O
texto destaca a extensão para a política externa, das demandas internas
propostas pelo Estado como a necessidade da industrialização do país,
bem como a urgência da modernização das forças armadas para garantir a
soberania nacional, ambas imbuídas da retórica nacionalista, característica
notável do Estado Novo.
Resumo O presente artigo objetiva empreender uma investigação histórico-socio-lógica da Al-Qaeda, analisando seus ideais constitutivos, bem como sua evolução histórico-operacional até a atualidade. Procuramos identificar e traçar as... more
Resumo O presente artigo objetiva empreender uma investigação histórico-socio-lógica da Al-Qaeda, analisando seus ideais constitutivos, bem como sua evolução histórico-operacional até a atualidade. Procuramos identificar e traçar as possíveis tendências de comportamento da organização sem a presença de seu principal lí-der, Osama bin Laden e concluímos que a Al-Qaeda, na contemporaneidade, atua mais como fonte de inspiração para grupos radicais islâmicos do que como uma organização estrita, e nesse sentido a morte de Bin Laden pouco enfraquece a ope-racionalidade do grupo. Palavras-chave: Al-Qaeda. Pensamento islâmico radical. Osama bin Laden.
Islamophobia is a leading problematic among currently European countries. In this context, the chapter investigates the occurrence of Islamophobia in Germany and France. Through a conceptual reflection and an empirical analysis, I propose... more
Islamophobia is a leading problematic among currently European countries. In this context, the chapter investigates the occurrence of Islamophobia in Germany and France. Through a conceptual reflection and an empirical analysis, I propose understanding Islamophobia as an illiberal measure that restrict the fundamental freedoms of Muslims. Conceptually I frame illiberalism as an antithesis of liberalism, using the respect at Lockean basic liberty (right to life, right to freedom and right to property) as a model. Empirically, the modus operandi of Islamophobia meets the violation of the Lockean liberties: physical attacks to Muslims (right to life), threats, discrimination (right to freedom), vandalism in mosques and other Muslim institutions (right to property), corroborating the paper argument. I also argue that the occurrence of Islamophobia is imbued with a complex process of articulation between liberal and illiberal discourses and practices. The used methodology is the qualitative approach based on the comparation of the German and Frances cases. The comparation of the cases showed two relevant finds. First, the countries present similar pattern regarding Islamophobia main targets (veiled woman, mosques) and to its operationalization (graffiti, arson and pork vandalism). Second, according to the available data, Islamophobia appears mainly as a state action in France, instead of Germany.
This chapter investigates the French state of emergency (2015-17) in its discursive and operational features regarding the French Muslim minority. Methodologically, Critical Discourse Analysis is applied to deconstruct the discursive... more
This chapter investigates the French state of emergency (2015-17) in its discursive and operational features regarding the French Muslim minority. Methodologically, Critical Discourse Analysis is applied to deconstruct the discursive strategies designed to legitimize the state of emergency. Supported by the Post-Structuralism approach in International Relations (IR), I argue that the French state of emergency allowed the reconstruction of the French State identity in opposition to the identity of the “other”, which was terrorist “Islamist”. By operationalising these identities via discourse, the French State may ensure, theoretically and materially, its legitimacy and functionality as a source of security for French society. However, this process resulted in arbitrary measures, which were selectively focused on the Muslim minority. The governmental subjective association between terrorism and religious extremism made this situation possible. The outstanding popular support for the state of emergency is another relevant variable in the process of sustaining the state of emergency.
O livro A tragédia da política (Relações Internacionais), o primeiro de uma série do Grupo de Pesquisas em Teoria, Arte e Política (GTAP), atende ao interesse acadêmico pela área das Relações Internacionais, especificamente na parte que... more
O livro A tragédia da política (Relações Internacionais), o primeiro de uma série do Grupo de Pesquisas em Teoria, Arte e Política (GTAP), atende ao interesse acadêmico pela área das Relações Internacionais, especificamente na parte que estuda a História das Relações Internacionais na era medieval, moderna e contemporânea.
O presente ensaio apresenta e problematiza as principais ações da política externa de Muhammad Ali, correlacionando-as com as importantes reformas internas executadas por este visionário estadista egípcio. Apesar de Ali ser referido,... more
O presente ensaio apresenta e problematiza as principais ações da política externa de Muhammad Ali, correlacionando-as com as importantes reformas internas executadas por este visionário estadista egípcio. Apesar de Ali ser referido, costumeiramente, pela literatura especializada (egípcia e estrangeira) como sendo o “pai” do Moderno Egito, este líder é pouquíssimo conhecido em âmbito brasileiro, razão que representou uma das motivações para a efetivação deste trabalho. O longo período que Ali esteve à frente do Egito (1805-1848) foi marcado por um intenso processo de modernização nacional, com a execução de profundas mudanças na área educacional, social, econômica (destacando-se o início do processo de industrialização), militar e no plano da política externa. Diante de todos estes feitos, optou-se por destacar a política externa do Egito sob o comando de Ali, por acreditar que a mesma representou um de seus maiores êxitos: a retirada de Cairo do ostracismo domínio mameluco e o seu lançamento à situação de Potência Média, quasi Grande Potência no cenário internacional.
Esta tese investiga o fenômeno da islamofobia na França por meio das lentes teóricas do liberalismo e do iliberalismo. Inserida nos debates contemporâneos das Relações Internacionais acerca de identidade, etnicidade e segurança, o... more
Esta tese investiga o fenômeno da islamofobia na França por meio das lentes teóricas do liberalismo e do iliberalismo. Inserida nos debates contemporâneos das Relações Internacionais acerca de identidade, etnicidade e segurança, o trabalho argumenta que a construção e
operacionalização da islamofobia na França depende de uma articulação entre discursos e práticas liberais e iliberais. Metodologicamente, a tese centra-se no método do estudo de caso, executado através de fontes primárias e secundárias. Adicionalmente, empregou-se a Análise
Crítica do Discurso para o exame dos discursos das principais lideranças francesas. O objeto da pesquisa consiste nas manifestações da islamofobia na sociedade civil francesa, através do estudo dos casos de islamofobia entre 1996-2019; e no poder público, via estudo das políticas
públicas que mais impactaram na minoria muçulmana. Teoricamente, a tese propõe duas contribuições originais: (i) um novo conceito para o termo islamofobia; (ii) a ferramenta teórico-metodológica da Escala de Iliberalismo para o estudo e comparação internacional do
comportamento governamental frente as minorias étnico-religiosas. Como resultados da pesquisa doutoral, constatou-se que a islamofobia na França se desenvolve- a partir de dois eixos fundamentais: (i) a associação do Islã com a violência terrorista; (ii) a associação do Islã
com a opressão feminina, simbolizada pelo uso do véu islâmico. Estes elementos são contrapostos a uma identidade francesa edificada como civilizada, secular e liberal. Discursivamente, a pesquisa mostrou que estes marcadores identitários são dominantes na opinião pública e na retórica dos líderes políticos franceses. Empiricamente, descobriu-se que
o terrorismo e demonização do véu islâmico foram frequentemente citados nas ocorrências islamofóbicas. O exame em profundidade dos casos de islamofobia, relevou também que uma parcela representativa dos mesmos fora legitimada tanto por argumentos liberais,
especialmente o secularismo e a igualdade de gênero, quanto por pressupostos iliberais, que abertamente concebem os muçulmanos como inferiores e ameaçadores.