Fabio Zuker
Universidade de São Paulo, Departamento de Antropologia, Department Member
- EHESS-Ecole des hautes études en sciences sociales, Arts et Language, Graduate StudentPrinceton University, High Meadows Environmental Institute, Post-Docadd
- Sou antropólogo, jornalista multimídia e ensaísta. No momento estou trabalhando como Postdoctoral Research Associat... moreSou antropólogo, jornalista multimídia e ensaísta.
No momento estou trabalhando como Postdoctoral Research Associate no Brazil Lab da Princeton University, onde conduzo um curso por ano, além de atividades de pesquisa e divulgação científica.
Em 2022 finalizei meu doutorado em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (tendo sido pesquisador visitante na Cornell University, Estados Unidos). E fiz o meu mestrado na École des Hautes Etudes en Sciences Sociales (França).
Minha tese de doutorado, “Fazer Mundos, Destruir Mundos: ensaios de Antropologia Política no Baixo Tapajós”, é uma etnografia acerca da destruição das teias de vida ao longo do rio Tapajós, no oeste do Pará, e as lutas de povos indígenas frente a transformação da floresta tropical em campos de monocultivo de soja. Como professor e pesquisador, já ministrei aulas e palestras na Universidade de São Paulo (USP), no no Centro de Pesquisa e Formação do SESC-SP, na Cornell University, na University of Chicago, e na IT University of Copehagen (Dinamarca), além de diversos seminários acadêmicos.
Minha pesquisa está centrada no território amazônico, e a borda temas como direitos indígenas, direitos humanos, mudanças climáticas, neoliberalismo, monocultivos, plantations, saúde coletiva e alimentação. Também tenho publicado ensaios sobre autoritarismos contemporâneos.
Como jornalista freelancer, já publiquei com The Guardian, Agência Pública, Thomson Reuters Foundation, InfoAmazonia, O Joio e o Trigo, Amazônia Real, National Geographic Brasil, revista Piauí, Le Monde Diplomatique Brasil, Nexo Jornal, Wired, Mongabay entre outros meios. Fui bolsista do Rainforest Journalism Fund em parceria com o Pulitzer Center em três ocasiões.
Meus ensaios já foram publicados em diversos meios, como revista Serrote, revista Piauí, jornal Nossa Voz, revista Piseagrama, Estado da Arte, Revista Unam (México) e Jornal Literário Pernambuco.
Conduzo também oficinas de escrita de não-ficção, organizadas junto ao Publication Studio/Casa do Povo e pelo Pulitzer Center na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Sou autor de dois livros: “Vida e morte de uma baleia minke no rio Tapajós e outras histórias da Amazônia” (Publication Studio SP, 2019), publicado em inglês sob o título “The life and death of a minke whale in the Amazon” (Milkweed editions, 2022), que ganhou destaque no New York Times e na Los Angeles Review of Books. E do livro de ensaios “Em rota de fuga: ensaios sobre escrita, medo e violência” (Hedra, 2020).
Entre 2010 e 2017, trabalhou em diversos projetos culturais e expositivos.edit - Renato Sztutmanedit
Introdução do livro publicado em 2020, composto por ensaios que refletem sobre o recrudescimento autoritário no Brasil e possiveis formas de narrar este processo.
Research Interests:
Capa e apresentação da segunda edição ampliada
Research Interests:
Com aqueles que se juntam a mim e a Ezeriel, acompanhávamos boquiabertos as notícias sobre a disparada do desmatamento na Amazônia. Ezeriel observava a tela de sobrancelhas arqueadas. O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais... more
Com aqueles que se juntam a mim e a Ezeriel, acompanhávamos boquiabertos as notícias sobre a disparada do desmatamento na Amazônia. Ezeriel observava a tela de sobrancelhas arqueadas. O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão responsável pelo monitoramento de queimadas e destruição da floresta, estava em rede nacional chamando o presidente Jair Bolsonaro de “pusilânime e covarde”, após ele questionar a produção de dados do instituto. Seu governo vem, desde o início, desmontando os órgãos de proteção ambiental. Ezeriel comentou baixinho, como se escondesse algo, que as madeireiras queriam retomar suas atividades dentro da Unidade de Conservação – a mesma que ele e demais indígenas Tupinambá e Kumaruara pleiteiam como território indígena ancestral.
Research Interests:
Este artigo se desenvolve entre os campos da antropologia contemporânea, da historiografia e do pensamento político. A partir do referencial crítico da antropologia simétrica – seus pontos de contato e distanciamento em relação a um... more
Este artigo se desenvolve entre os campos da antropologia contemporânea, da historiografia e do pensamento político. A partir do referencial crítico da antropologia simétrica – seus pontos de contato e distanciamento em relação a um determinado pensamento pós-colonial – apontamos para o modo como a modernidade reivindica uma compreensão específica da categoria tempo por meio do discurso histórico. Interpretamos o papel que essa categoria desempenha na imagem da própria modernidade e em sua forma contemporânea e as consequências propriamente políticas de tais concepções. Por fim, apresentamos certa produção antropológica recente, preocupada em analisar a relação entre tempo e política envolvida em processos de resistência de povos “não modernos” à expansão da modernidade em sua forma atual. O ponto final do artigo consiste, assim, em pontuar, nessa proposta de antropologia simétrica ou reversa, quais outras questões esses modos de existência colocam acerca dos sentidos atribuídos ao passar do tempo na própria cosmologia moderna.
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Cet article essaie de faire émerger certaines réflexions à partir d’une lecture attentive, inspirée par la description anthropologique, des travaux de l’artiste Daniel Steegmann Mangrané, qui se concentrent sur les présupposés logiques de... more
Cet article essaie de faire émerger certaines réflexions à partir d’une lecture attentive, inspirée par la description anthropologique, des travaux de l’artiste Daniel Steegmann Mangrané, qui se concentrent sur les présupposés logiques de la distinction entre nature et culture. La vision de l’homme comme étant un animal, mais un animal spécifique, séparé des autres animaux et des objets, est à la base de l’imagination que la modernité a développée à propos d’elle-même. Ici, il s’agit d’étudier comment les œuvres de Steegmann Mangrané arrivent à expérimenter d’autres façons de comprendre le rapport entre nature et culture, en liaison avec la pensée des peuples amérindiens au Brésil. Cet article s’est aussi inspiré des entretiens que l’auteur a pu faire avec l’artiste.
Research Interests:
O presente artigo se encontra no ponto de encontro entre os campos da antropologia e da arte contemporânea. Trabalhamos com a instalação Untitled (Christmas in Rome – 2012), do artista vietnamita Danh Võ, para compreender, a partir dela e... more
O presente artigo se encontra no ponto de
encontro entre os campos da antropologia e
da arte contemporânea. Trabalhamos com a
instalação Untitled (Christmas in Rome – 2012),
do artista vietnamita Danh Võ, para compreender,
a partir dela e da história das instalações
de arte, o modo como hoje se estabelece um
comentário às reminiscências da situação colonial.
Apresentada como ruína, fragmentos e destroços,
a obra concentra diferentes temporalidades, que
tornam presente o passado colonial de modo
fantasmagórico.
encontro entre os campos da antropologia e
da arte contemporânea. Trabalhamos com a
instalação Untitled (Christmas in Rome – 2012),
do artista vietnamita Danh Võ, para compreender,
a partir dela e da história das instalações
de arte, o modo como hoje se estabelece um
comentário às reminiscências da situação colonial.
Apresentada como ruína, fragmentos e destroços,
a obra concentra diferentes temporalidades, que
tornam presente o passado colonial de modo
fantasmagórico.
Research Interests:
Trabalharemos aqui com a ideia de abordar o cinema como objeto de pesquisa e não como uma metodologia a ser apropriada pela etnologia ou etnografia. Interessa-nos, sobretudo, tratá-lo por meio de duas perspectivas: fazer um relato nosso... more
Trabalharemos aqui com a ideia de abordar o cinema como objeto de pesquisa e não como uma metodologia a ser apropriada pela etnologia ou etnografia. Interessa-nos, sobretudo, tratá-lo por meio de duas perspectivas: fazer um relato nosso de como nele é construído o enredo e os conflitos sociais, e a outra é analisar a sua repercussão perante a sociedade, a maneira pela qual as pessoas interpretaram a representação que ele faz de uma situação recorrente na sociedade brasileira. Esse paper tratará exclusivamente deste segundo momento, o da análise da repercussão do filme – no qual o filme não nos interessa tanto em si, mas sim, na tentativa de nos apropriarmos da análise da sua repercussão para imergir no imaginário popular sobre a violência.
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Entre el 28 de marzo -días después de que la OMS declarara al nuevo coronavirus y al covid-19 (la enfermedad derivada de aquél) como una pandemia- y el 30 de junio de 2020, la Revista de la Universidad de México convocó a más de 100... more
Entre el 28 de marzo -días después de que la OMS declarara al nuevo coronavirus y al covid-19 (la enfermedad derivada de aquél) como una pandemia- y el 30 de junio de 2020, la Revista de la Universidad de México convocó a más de 100 escritoras y escritores, de entre los más relevantes de la actualidad, a relatar sus experiencias en medio de un contexto mundial inédito, marcado por el temor y la zozobra, pero también por la esperanza y la empatía. El resultado es un testimonio polifónico que, desde diversos puntos del orbe, da cuenta del día a día en medio del aislamiento, la incertidumbre y el dolor.
[Jair Bolsonaro - Masas, virus y poder]
Lidiar con una enfermedad contagiosa, una catástrofe ambiental, guerras o situaciones extremas que coloquen a la población en condiciones de vulnerabilidad, siempre presenta dos caras: la idea de que los gobernantes poseen razones prácticas para desempeñar su poder de mando de forma excepcionalmente dura y la concretización del poder sin límites en su forma pura.
[Jair Bolsonaro - Masas, virus y poder]
Lidiar con una enfermedad contagiosa, una catástrofe ambiental, guerras o situaciones extremas que coloquen a la población en condiciones de vulnerabilidad, siempre presenta dos caras: la idea de que los gobernantes poseen razones prácticas para desempeñar su poder de mando de forma excepcionalmente dura y la concretización del poder sin límites en su forma pura.
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Infatigável, eloquente e sedutor, Antonio (Toni) Negri, aos 83 anos, lotou auditórios e anfiteatros nas quatro conferências que realizou em São Paulo no final do mês de outubro de 2016 – e também na assembleia acalorada da qual... more
Infatigável, eloquente e sedutor, Antonio (Toni) Negri, aos 83 anos, lotou auditórios e anfiteatros nas quatro conferências que realizou em São Paulo no final do mês de outubro de 2016 – e também na assembleia acalorada da qual participou, na Casa do Povo, no sábado seguinte aos encontros. Algo legendário nos sentidos os mais diversos: por um lado, a inquietude pela compreensão das contradições políticas atuais através de um arcabouço teórico-prático oriundo de lutas sociais precisas; por outro, e inextrincável ao primeiro, uma potência em transformar, através de sua fala unindo reflexão e entusiasmo, fatos cotidianos em elementos para a compreensão de uma crise político-econômica sem precedentes, que marca a construção do porvir.
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Doação realizada para Rita Natálio e Joana Levi, no projeto Museu Encantador. O chamado " desencantamento do mundo " é um conceito utilizado por Max Weber para dar conta de um processo histórico dinâmico e de longa duração: a crescente... more
Doação realizada para Rita Natálio e Joana Levi, no projeto Museu Encantador.
O chamado " desencantamento do mundo " é um conceito utilizado por Max Weber para dar conta de um processo histórico dinâmico e de longa duração: a crescente importância que a racionalização ganha no Ocidente moderno. O mundo antes dominado por fadas, bruxas, monstros, magias, deuses e superstições vai, paulatinamente, perdendo espaço para um mundo explicado pela ciência, por meras relações e mecanismos causais. A " desmagificação " do mundo seria, então, constitutiva do processo de modernização do mundo. O estabelecimento do mundo moderno, caminhando em direção às luzes, regido por leis laicas e mercadológicas, urgia por uma previsibilidade em nada compatível com a instabilidade do pensamento mágico, místico e, em última instância, religioso. Essa força majoritária, de cunho racionalizador, esteve no centro de debates dos mais interessantes no pensamento moderno.Não apenas para a filosofia e para a política, mas também para as chamadas " vanguardas históricas " artísticas, o processo de racionalização colocaria problemas centrais. De um lado, é possível encontrar na trajetória de alguns artistas modernos como Gauguin, Picasso, Modigliani uma certa atração por formas artísticas não ocidentais como um modo de se opor, de questionar o status quo burguês. Mas também é possível deslocar o foco para um outro modo pelo qual certos artistas modernos questionaram o já estabelecido mundo burguês e a sua moral, através de uma crítica à racionalidade, ao materialismo tal como feito por Kandinsky e Mondrian, ou os círculos reunidos ao redor da figura mística de Madame Blavatsky e sua teosofia. Na passagem que segue, Kandinsky expõe com clareza essa volta a uma espiritualidade que teria se perdido no materialismo moderno: " Após o longo período de materialismo de que ela está apenas despertando, nossa alma achase repleta de germes de desespero e de incrudelidade, prestes a soçobrar no nada. A esmagadora obsessão das doutrinas materialistas, que fizeram da vida do universo uma vã e detestável brincadeira, ainda não se dissipou ". Mas não acredito que seja aqui o espaço explorar minuciosamente o conceito de " desencantamento do mundo ". Gostaria apenas de apresentar essas tensões e o caráter dinâmico do processo de modernização – diante do qual, a antropologia contemporânea vem propondo uma inflexão arriscada ao sublinhar o caráter imaginativo desse processo. Assim, o desencantamento do mundo é constitutivo do modo como a modernidade se imagina como tal. Como provoca o pensador francês Bruno Latour em seu belíssimo ensaio " Jamais Fomos Modernos " , as categorias pelas quais os modernos se definem como tais, utilizadas nesse processo de criação das fronteiras simbólicas da modernidade, nunca são
O chamado " desencantamento do mundo " é um conceito utilizado por Max Weber para dar conta de um processo histórico dinâmico e de longa duração: a crescente importância que a racionalização ganha no Ocidente moderno. O mundo antes dominado por fadas, bruxas, monstros, magias, deuses e superstições vai, paulatinamente, perdendo espaço para um mundo explicado pela ciência, por meras relações e mecanismos causais. A " desmagificação " do mundo seria, então, constitutiva do processo de modernização do mundo. O estabelecimento do mundo moderno, caminhando em direção às luzes, regido por leis laicas e mercadológicas, urgia por uma previsibilidade em nada compatível com a instabilidade do pensamento mágico, místico e, em última instância, religioso. Essa força majoritária, de cunho racionalizador, esteve no centro de debates dos mais interessantes no pensamento moderno.Não apenas para a filosofia e para a política, mas também para as chamadas " vanguardas históricas " artísticas, o processo de racionalização colocaria problemas centrais. De um lado, é possível encontrar na trajetória de alguns artistas modernos como Gauguin, Picasso, Modigliani uma certa atração por formas artísticas não ocidentais como um modo de se opor, de questionar o status quo burguês. Mas também é possível deslocar o foco para um outro modo pelo qual certos artistas modernos questionaram o já estabelecido mundo burguês e a sua moral, através de uma crítica à racionalidade, ao materialismo tal como feito por Kandinsky e Mondrian, ou os círculos reunidos ao redor da figura mística de Madame Blavatsky e sua teosofia. Na passagem que segue, Kandinsky expõe com clareza essa volta a uma espiritualidade que teria se perdido no materialismo moderno: " Após o longo período de materialismo de que ela está apenas despertando, nossa alma achase repleta de germes de desespero e de incrudelidade, prestes a soçobrar no nada. A esmagadora obsessão das doutrinas materialistas, que fizeram da vida do universo uma vã e detestável brincadeira, ainda não se dissipou ". Mas não acredito que seja aqui o espaço explorar minuciosamente o conceito de " desencantamento do mundo ". Gostaria apenas de apresentar essas tensões e o caráter dinâmico do processo de modernização – diante do qual, a antropologia contemporânea vem propondo uma inflexão arriscada ao sublinhar o caráter imaginativo desse processo. Assim, o desencantamento do mundo é constitutivo do modo como a modernidade se imagina como tal. Como provoca o pensador francês Bruno Latour em seu belíssimo ensaio " Jamais Fomos Modernos " , as categorias pelas quais os modernos se definem como tais, utilizadas nesse processo de criação das fronteiras simbólicas da modernidade, nunca são
Research Interests:
‘’Êee Fábio... imagina tudo isso aqui virar soja’’. Com um sorriso algo apreensivo e um olhar receoso, o comentário de Seu Braz, cacique geral dos Tupinambá no Baixo Tapajós, logo no primeiro dia de intensa caminhada na floresta, era um... more
‘’Êee Fábio... imagina tudo isso aqui virar soja’’. Com um sorriso algo apreensivo e um olhar receoso, o comentário de Seu Braz, cacique geral dos Tupinambá no Baixo Tapajós, logo no primeiro dia de intensa
caminhada na floresta, era um desabafo sincero acerca dos perigos que
rondam a região. Os motivos que levaram o cacique, morador da aldeia
de São Francisco localizada na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns
(Resex Tapajós-Arapiuns) em Santarém (Pará), a organizar a abertura de
uma picada junto a outros guerreiros Tupinambá e demarcar, de maneira autônoma, o seu território milenar são diversos: de um lado, as ameaças crescentes com a expansão do agronegócio, as madeireiras e a mineração; de outro, a inação da Funai e do governo federal para proteger os direitos das populações indígenas.
caminhada na floresta, era um desabafo sincero acerca dos perigos que
rondam a região. Os motivos que levaram o cacique, morador da aldeia
de São Francisco localizada na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns
(Resex Tapajós-Arapiuns) em Santarém (Pará), a organizar a abertura de
uma picada junto a outros guerreiros Tupinambá e demarcar, de maneira autônoma, o seu território milenar são diversos: de um lado, as ameaças crescentes com a expansão do agronegócio, as madeireiras e a mineração; de outro, a inação da Funai e do governo federal para proteger os direitos das populações indígenas.
Research Interests:
Resenha do livro "Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins"
Research Interests:
Research Interests:
O livro de Marisol De la Cadena a respeito das formas de fazer política de uma comunidade quechua nos Andes peruanos estrutura-se a partir da intensa colaboração da autora com Mariano Turpo, importante liderança local, e seu filho Nazario... more
O livro de Marisol De la Cadena a respeito das formas de fazer política de uma comunidade quechua nos Andes peruanos estrutura-se a partir da intensa colaboração da autora com Mariano Turpo, importante liderança local, e seu filho Nazario Turpo, conhecido por sua prática como xamã andino. Professora e pesquisadora da University of California, Davis, De la Cadena aborda etnograficamente os conflitos políticos da luta pela terra na região de Cuzco, nas proximidades de Ausangate (a montanha mais alta do local) a partir de suas dimensões ontológicas. Como evidencia o título do epílogo [Ethnographic Cosmopolitics] trata-se de uma etnografia cosmopolítica, em diálogo com as produções mais relevantes no campo da antropologia marcada pela virada ontológica e do pensamento cosmopolítico de autores como Isabelle Stengers e Bruno Latour.
Research Interests:
Trata-se de uma resenha do livro: TROUILLOT, Michel-Rolph. Silenciando o Passado: Poder e a Produção da História. Curitiba: Huya, 2016, 263p.
Research Interests:
Essa tese é uma etnografia que acompanha o avanço do capitalismo neoliberal sobre a floresta amazônica. Ela está centrada na região do Baixo Tapajós (oeste do Pará), e segue de perto as formas pelas quais populações indígenas... more
Essa tese é uma etnografia que acompanha o avanço do capitalismo neoliberal sobre a floresta amazônica. Ela está centrada na região do Baixo Tapajós (oeste do Pará), e segue de perto as formas pelas quais populações indígenas (principalmente os Tupinambá) compreendem a expansão dessa fronteira, marcada pela transformação da floresta em campos de soja e desenvolvimento da infraestrutura necessária para exportação. Este processo é frequentemente descrito pelos indígenas como uma guerra, que opera em diversos níveis, entre os quais esta tese destaca três aspectos: a) identitários: na medida em que nega-se a identidade indígena para avançar sobre seus territórios e os Tupinambá articulam suas próprias teorias sobre o que significa ser indígena hoje, uma outra teoria da colonização; b) corporal: a maneira como a colonização é sentida pelos Tupinambá como um enfraquecimento e adoecimento do corpo, diante da intensificação da destruição dos territórios, com efeitos similares aos do quebranto; c) territorial-paisagístico: o espaço criado pelo avanço da soja no Planalto Santareno, marcado pela toxicidade dos pesticidas, esvaziamento de comunidades e uma ecologia propensa à emergência de novas doenças, ou seja, um território adoecido e que gera doenças. Importa, aqui, pensar tanto o que a expansão do capitalismo faz com o Baixo Tapajós como o que as pessoas que ali vivem fazem diante dessa destruição. Assim, é dada especial ênfase às formas de resistência e criação de mundos por parte dos indígenas Tupinambá, em aliança com os outros povos da região, em meio às ruínas geradas pelo capitalismo contemporâneo.
Research Interests:
Notre recherche se développe à l'intersection de l'anthropologie, de l'histoire de l'art et de l'artcontemporain. Les travaux artistiques analysés (la série Phasmides, de Daniel SteegmannMangrané, la... more
Notre recherche se développe à l'intersection de l'anthropologie, de l'histoire de l'art et de l'artcontemporain. Les travaux artistiques analysés (la série Phasmides, de Daniel SteegmannMangrané, la trilogie du Jewish Renaissance Movement in Poland et Inferno, de YaeI Bartana, TheRefusal of Time, de William Kentridge, Untitled (Christmas, Rome, 2012), de Danh Võ) revisitent lafaçon dont la modernité a imaginé son propre rôle, unique, dans l'histoire. Ils problématisent le rôlede l'art moderne au sein de cet imaginaire et, par la mise en œuvre de divers procédés, questionnentles conséquences politiques de la modernité tout en ouvrant une perspective d'analyse des rapportsactuels entre la production artistique, la politique et certaines conceptions du temps.
Research Interests:
Entendidas como "infraestrutura principal do sistema colonial", as plantations foram o berço da modernidade que se disseminou desde o Nordeste brasileiro, o Caribe e o sul dos Estados Unidos no século XVIII para outras regiões do sul... more
Entendidas como "infraestrutura principal do sistema colonial", as plantations foram o berço da modernidade que se disseminou desde o Nordeste brasileiro, o Caribe e o sul dos Estados Unidos no século XVIII para outras regiões do sul global. Este sistema colonial racializado cria paisagens orientadas pela monocultura de açúcar, tabaco, cânhamo e, na atualidade, palma, soja, milho, dentre outros. Para o seu funcionamento, as plantations dependem do deslocamento de mão de obra escravizada ou precarizada, da desapropriação de terras, da exploração de comunidades locais, da simplificação ecológica, da homogeneização de paisagens e do desmantelamento de redes de solidariedade. Enquanto formação espaçotemporal que gesta a modernidade, as plantations foram o solo no qual se erigiu o sistema capitalista. Certos autores identificam no advento das plantations coloniais o marco para uma profunda transformação do planeta Terra, o que tem se tornado conhecido, em contraposição ao termo Antropoceno, como Plantationceno. Como projeto de produção em escalas crescentes, esses sistemas de monocultura estão enraizados na lógica do domínio, da disciplina e do controle de paisagens, pessoas humanas e não-humanas em vista da maior eficiência do trabalho, da produção e da padronização dos cultivos de acordo com um novo regime temporal que entrelaça humanos e plantas "desenraizados" e "transplantados".
Curso lecionado junto aos professores Renato Sztutman, Karen Shiratori e Emanuele Fabiano.
Curso lecionado junto aos professores Renato Sztutman, Karen Shiratori e Emanuele Fabiano.
Research Interests:
The Anthropocene is not just the result of the accumulation of megatons of greenhouse gas emissions expelled into the atmosphere since the Industrial Revolution. It is also being produced by the expansion of neoliberal frontiers in remote... more
The Anthropocene is not just the result of the accumulation of megatons of greenhouse gas emissions expelled into the atmosphere since the Industrial Revolution. It is also being produced by the expansion of neoliberal frontiers in remote areas of the world. In this course we will reflect on how the current climate crisis is actively being produced through the destruction of Indigenous worlds. A key question will guide our seminar: how Indigenous peoples are resisting colonial violence across the Americas? Drawing from ethnographic writings, films, journalistic work, and art from Amazonia and beyond, we will center Indigenous worldings to better understand the ways in which what is being destroyed is composed of different perspectives according to different groups. Emphasis will be given to cosmological, ecological, and sanitary aspects of these conflicts. This course has a comparative perspective, centered in Amazonia but putting in contact different contexts of conflicts involving indigenous groups in the Andes and Central and North America.
El cineasta ruso Andrej Tarkovsky, en su libro Esculpiendo el Tiempo, hace una dura crítica a un tipo de cine preocupado por la organización de la vida real. Lo que no tiene sentido en el mundo real no tendría espacio en el cine: como una... more
El cineasta ruso Andrej Tarkovsky, en su libro Esculpiendo el Tiempo, hace una dura crítica a un tipo de cine preocupado por la organización de la vida real. Lo que no tiene sentido en el mundo real no tendría espacio en el cine: como una víctima que, momentos antes de ser ejecutada por su verdugo, se preocupa en buscar un lugar seco para poner su chamarra. La necesidad de organizar la heterogeneidad de lo real es indisociable de las imágenes que creamos en busca de certezas. Resumen Este seminario plantea discutir miradas actuales sobre el proceso de modernización, entendido aquí en sus dimensiones sociales y culturales, investigando sus tensiones y contradicciones, desde un punto de vista que intente escapar de bipolaridades y dualismos. El arte contemporáneo comparte con algunas vertientes de la antropología su modo de revisitar y dislocar algunos puntos de la gran narrativa moderna. El taller se centrará en esos puntos, partiendo de una crítica a la modernidad influenciada por la antropología simétrica de Bruno Latour, y que enfoca los procesos imaginarios a través de los cuales la modernidad se definió creando separaciones entre los ''modernos'' y los ''otros'' que nunca funcionaron como pretendía el discurso oficial. Serán abordados temas como los procesos coloniales y su inicio en el seno de la propia modernidad, la creencia en el progreso y en la construcción del futuro. En la crisis de la crencia en el progreso, se plantean también reflexiones sobre el tiempo actual y sus consecuencias para un pensamiento político. Modo de funcionamiento/ Se trata de un seminario abierto, horizontal y sumamente interdisciplinario, que trabaja a partir del punto de encuentro entre arte contemporáneo, antropologáa, historiografía e historia del arte. Elegimos disparadores que pueden cambiar según las sugerencias de los participantes : textos teóricos (para leer antes de cada sesión), trabajos artísticos y películas (a seren vistas y debatidas durante cada sesión).
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Partindo a prisão de quatro brigadistas em Alter do Chão, que cobri enquanto jornalista, traço neste ensaio uma reflexão sobre as relações entre tentativa de controle do fogo, seu descontrole e autoritarismo
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Ensaio de leitura da gestão da pandemia por Jair Bolsonaro a partir da leitura de Elias Canetti sobre os fenômenos da produção da Massa e do poder
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Crônica sobre o riso de Jair Bolsonaro diante da morte em massa
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Reportagem especial conta como foi o impacto do aparecimento do animal marinho há dez anos entre as comunidade ribeirinhas e aldeias indígenas.
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Se outrora movimentos políticos, sociais e artísticos compartilhavam uma concepção programática, construtiva com relação ao futuro, hoje ele é visto com receio, diante de possíveis tragédias ambientais, nucleares, e humanas. O futuro... more
Se outrora movimentos políticos, sociais e artísticos compartilhavam uma concepção programática, construtiva com relação ao futuro, hoje ele é visto com receio, diante de possíveis tragédias ambientais, nucleares, e humanas. O futuro deixou de ser sinônimo de um lócus da liberdade e de redenção, ao qual se deveria chegar a qualquer custo (....)
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Entrevista realizada com o artista Daniel Steegmann Mangrané no contexto do programa Máquina de Escrever, organizado por Amilcar Packer e Manuela Moscoso.
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A reunião de fábulas que compõem As Mil e Uma Noites tem algumas especificidades: não existe um livro original, ninguém sabe ao certo quem as escreveu e ... more
A reunião de fábulas que compõem As Mil e Uma Noites tem algumas especificidades: não existe um livro original, ninguém sabe ao certo quem as escreveu e não existe um corpo específico de contos. Uma história que foi contada e recontada por tantos que é impossível dizer ao certo a sua origem. O livro é mais de uma vez tema na obra de Jorge Luis Borges, seja em seus escritos ficcionais, seja em suas conferências. De acordo com o escritor argentino, o que hoje conhecemos pelo nome de As Mil e Uma Noites é o recolhimento das histórias contadas por confabuladores noturnos : contadores de histórias que entretinham viajantes no oriente próximo, com histórias extraordinárias e fantásticas, muitas oriundas da Índia, da Pérsia ou mesmo do oriente. A trilogia homônima de Miguel Gomes interpela o discurso frio e racionalista acerca da austeridade em Portugal com uma narrativa fantástica e fantasiosa inspirada nas fábulas de Sherazade. O formato do filme mimetiza o do livro das Mil e Uma Noites, mas não se afirma como uma adaptação cinematográfica da obra.
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Fábio Zuker acompanhou as plenárias do FOSPA (Forum Social Panamazônico) entre os dias 28 de abril e 1º de maio, em Tarapoto (Peru). Para a agência Amazônia Real ele entrevistou personagens que resistem, de baixo, à destruição de seus... more
Fábio Zuker acompanhou as plenárias do FOSPA (Forum Social Panamazônico) entre os dias 28 de abril e 1º de maio, em Tarapoto (Peru). Para a agência Amazônia Real ele entrevistou personagens que resistem, de baixo, à destruição de seus territórios e modos de vida na Floresta Amazônica.
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Manifestação lançou campanha contra o Marco Temporal defendido pelo presidente Michel Temer para barrar demarcações de terras indígenas no país.
Publicação realizada no contexto da inauguração da obra ''Assim elas comemoram a Vitória'', de Yael Bartana, na Casa do Povo. Contém uma entrevista minha com a artista.
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O presente artigo se encontra no ponto de encontro entre os campos da antropologia e da arte contemporânea. Trabalhamos com a instalacao Untitled (Christmas in Rome – 2012), do artista vietnamita Danh Vo, para compreender, a partir dela e... more
O presente artigo se encontra no ponto de encontro entre os campos da antropologia e da arte contemporânea. Trabalhamos com a instalacao Untitled (Christmas in Rome – 2012), do artista vietnamita Danh Vo, para compreender, a partir dela e da historia das instalacoes de arte, o modo como hoje se estabelece um comentario as reminiscencias da situacao colonial. Apresentada como ruina, fragmentos e destrocos, a obra concentra diferentes temporalidades, que tornam presente o passado colonial de modo fantasmagorico. Palavras-chave: arte contemporânea, instalacoes, pos-colonialismo, antropologia da modernidade