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Filosofia

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Introdução à Filosofia

Maria Ivete Neves Mendes – 708207991

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa


Disciplina: Introdução à Filosofia
Ano de Frequência: 2º Ano

Milange, Maio, 2021


2
Critérios de avaliação

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais parágrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfica citações/referências 2.0
citações e
s bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
Introdução...................................................................................................................................1

Objectivo geral:...........................................................................................................................1

Objectivos específicos:...............................................................................................................1

Metodologia................................................................................................................................1

1. Problemática da definição de filosofia................................................................................2

1.1. Conceito da filosofia........................................................................................................3

1.2. Métodos, objecto e objectivos da filosofia......................................................................4

1.3. Etapas da filosofia grega..................................................................................................5

2. A pessoa como sujeito moral...............................................................................................6

2.1. Características da pessoa..................................................................................................6

2.2. O homem nas suas relações.............................................................................................7

3. Teoria do conhecimento......................................................................................................8

3.1. Problemas da teoria do conhecimento.............................................................................8

3.2. Níveis do conhecimento...................................................................................................9

4. Aspectos da ética individual..............................................................................................11

Conclusão..................................................................................................................................14

Bibliografia...............................................................................................................................15
Introdução
É fato que a Filosofia é uma forma de pensamento organizado, conceitual e que tem a
capacidade de movimentar o próprio pensamento por meio da identificação e da formulação
de problemas, ou seja, a Filosofia é, por natureza, problematizadora, evitando fornecer
respostas prontas para as questões levantadas e criando novas questões, novas perguntas e
novos problemas que fazem com que o pensamento nunca cesse seu ciclo de existência.
Não importando, por ora, a sua origem certa, o importante é saber que não há uma resposta
única e definitiva para a pergunta “o que é filosofia?”. Diversos filósofos, em diversos locais e
épocas diferentes, responderam a essa pergunta, não necessariamente de uma maneira
explícita. Muitos o fizeram por meio da prática (fazendo as suas filosofias), cada qual do seu
modo.
No presente trabalho se aborda a introdução à psicologia com o intuito de responder aos
seguintes objectivos:

Objectivo geral:
Analisar aspectos importantes da filosofia.

Objectivos específicos:
 Conceituar a filosofia e sua problemática;
 Caracterizar a pessoa como sujeito moral;
 Descrever a teoria do conhecimento;
 Identificar os aspectos da ética individual.

Metodologia
Para o alcance destes objectivos foi adoptada uma metodologia assente numa pesquisa
bibliográfica baseada em diversos autores que aparecem devidamente citados ao longo do
texto e mencionados na bibliografia final deste trabalho.

1
1. Problemática da definição de filosofia
Diferente de outras disciplinas e áreas do conhecimento, a filosofia é a única que possui
múltiplos e variados conceitos para defini-la. Cada filósofo e cada corrente filosófica definiu a
filosofia de acordo com os problemas que foram apresentados em cada época e período
histórico.

O problema reside justamente aqui. De acordo com Cerletti (2009, p.26) “não há uma resposta
unívoca a essa questão. Cada corrente filosófica, ou cada filósofo, caracteriza a filosofia de
acordo com suas propostas teóricas.”.

E ainda Savater (2001, p.209 apud GALLO, 2012, p.39):

(...) não existe ‘a’ filosofia, mas ‘as’ filosofias e, sobretudo, o filosofar. ‘A
filosofia não é um longo rio tranquilo, em que cada um pode pescar sua
verdade. É um mar no qual mil ondas se defrontam, em que mil correntes se
opõem, se encontram, às vezes se misturam, se separam, voltam a se
encontrar, opõem-se de novo...cada um o navega como pode, e é isso que
chamamos de filosofia’ [...].

Há uma perspectiva filosófica (em face da perspectiva científica ou artística), mas felizmente
ela é multifacetada (...). Como definir e apresentar um ou mais conceitos para explicitar o que
é filosofia? Uma das posições que defendemos é que é preciso defini-la ou, minimante,
caracterizá-la.

Mas essa definição tem que estar em consonância com o próprio perfil de como o professor
vive a filosofia e qual a posição particular, qual a identidade filosófica do professor, qual é
seu ponto de partida.

É preciso, caso se pretenda construir um ensino filosófico, e não meramente a transmissão de


conteúdos filosóficos, oportunizar a ocasião para que os alunos possam problematizar o
próprio conceito apresentado pelo professor.

Tendo aparecido essa possibilidade, é possível começar a filosofar a partir do próprio conceito
da palavra filosofia. Claro que é sempre interessante apresentar o conceito etimológico da
origem da palavra filosofia e o conceito dado por outros filósofos, somente com a intenção de
deixar claro na cabeça dos alunos, que a filosofia possui múltiplos e variados conceitos, e não
com a intenção de fazê-los decorar ou assimilar esses conceitos.

2
1.1. Conceito da filosofia
A palavra Filosofia é composta de duas outras palavras de origem grega: Filos, que significa
amor, amizade, e Sofia, que traduzimos como sabedoria ou conhecimento. É a Pitágoras de
Samos (571 a.C. – 496 a.C.) que se atribui a invenção da palavra. Este, quando solicitado por
um rei a demonstrar seu saber, disse-lhe que não era sábio, mas Filósofo, ou seja, amigo da
sabedoria.

Ainda na Grécia Antiga, e tentando definir melhor o sentido da Filosofia, Platão (428 a.C. –
347 a.C.) mostra que o amor (Filos) é carência, desejo de algo que não se tem. Logo, a
Filosofia é carência, mas também recursos para buscar o que se precisa, e o filósofo não é
aquele que possui o saber, mas sim quem busca conhecer continuamente.

Já no período Medieval, a Filosofia tornou-se investigação racional posta a serviço da fé. Isso
porque com o advento do cristianismo e sua adoção pelo Império Romano, bem como com o
surgimento da Igreja Católica, desenvolveu-se um modelo de saber em que a razão discursiva
justificaria a compreensão dos textos sagrados.

No período Clássico (Renascença e Modernidade), a Filosofia se confundiu com o estudo da


sabedoria entendida como um perfeito conhecimento de tudo o que o homem pode saber para
conduzir sua vida (moral), para conservar sua saúde (medicina) e criar todas as artes
(mecânica). Hoje, no período que chamamos de contemporâneo ou pós-moderno, a Filosofia
recebe várias acepções, dentre as quais estão:

 Uma correspondência do ser na linguagem;


 Análise crítica dos métodos utilizados nas ciências;
 Instrumento de crítica às formas dominantes de poder, bem como da tomada de
conscientização do homem inserido no mundo do trabalho.

Vista dessa maneira, a Filosofia não pode ser confundida nem com o mito, nem com a ciência.
Isso porque ao mesmo tempo em que exige análise, crítica, clareza, rigor, objetividade (como
a ciência) percebe-se que os discursos em busca do conhecimento do todo são construídos na
história segundo modelos de racionalidade que vão sendo revisados e substituídos com o
tempo (o que a aproxima do mito). Ela permanece numa busca constante da sabedoria.

3
1.2. Métodos, objecto e objectivos da filosofia
O Objecto

O objecto de estudo da filosofia não pode ser definido com exactidão, tão variados são os
temas/problemas com que se depara. A própria definição de filosofia é um problema
filosófico.

Perante o meio que o rodeia o homem não pode deixar de se perguntar, de se admirar e
maravilhar com a quantidade enorme de coisas/fenómenos que o seu entendimento não
alcança ou não compreende. A falta de compreensão e de sentido impele-o a procurar
explicações e justificações.

É devido à inexistência de limites para os actos especificamente humanos, como o perguntar e


o espanto, que a reflexão filosófica não pode deixar de versar sobre qualquer tema/problema
que a realidade coloca ao ser humano. Num ou noutro período histórico podem estar mais na
“moda” determinados temas/problemas. No entanto, a história da filosofia prova que todo e
qualquer tema é susceptível de abordagem filosófica. Assim, genericamente, podemos dizer
que o objecto da filosofia é a “totalidade do real”.

O Método

Ao contrário da ciência e da matemática, a filosofia não recorre à experimentação ou


observação dos fenómenos e não possui qualquer meio de prova que justifique ou demonstre
o resultado da sua actividade.

A filosofia é uma actividade de interpretação e reflexão crítica que visa, através da


argumentação, aprofundar e clarificar os mais diversos problemas com que o ser humano se
confronta. Enquanto atitude antidogmática, a filosofia é um exercício crítico das nossas
crenças/saberes com vista à sua fundamentação através de argumentos racionais. A filosofia é
uma actividade de questionar constante em que cada resposta remete para novas questões.

Objectivo da Filosofia

Enquanto actividade reflexiva, a filosofia é marcada pelo cunho subjectivo do espírito


humano que se espanta, questiona e coloca em dúvida a realidade por si vivida e com a qual é
confrontado. A ausência de compreensão do sentido da realidade transforma o próprio homem
(ser que pensa e age) no problema.

4
Assim, em última análise, todos os problemas radicam na impossibilidade do homem se
compreender a si mesmo e à realidade a partir de si. Neste sentido, entendendo nós a filosofia
como uma atitude de busca incessante de inteligibilidade, de procura da explicação última e
verdadeira da realidade, as suas questões e problemas só podem ser entendidos e formulados
em termos gerais/universais e abstractos.

1.3. Etapas da filosofia grega


De acordo com Chaui (2003) as etapas da filosofia grega são as seguintes:

O Período Pré-socrático (final do século VII a.C. ao final do século V a.C.)


 Denominado de Filosofia da Natureza (Physis);
 Marcado pela cosmologia ou cosmo-ontologia;
 É a busca da arkhé (arché) – princípio constitutivo natural, eterno, imperecível e
imortal gerador de todos os seres.
O Período socrático (final do século V a.C. e todo o século IV a.C.)
 Problematização das questões humanas no plano da ação, dos comportamentos –
marcado pelas questões morais e políticas;
 Confiança na racionalidade humana para conhecer a si mesma e ao mundo;
 Definição das virtudes morais e das virtudes políticas;
 Separação entre a dóxa e a episteme – Sofistas e Sócrates e Platão.
O Período Sistemático (final do século IV a.C ao final do século III a.C.)
 Representado principalmente pelo pensamento de Aristóteles;
 Caracterizado pela sistematização do saber cosmológico e antropológico – é a
compreensão da Filosofia como totalidade do saber humano; o Enciclopedismo
Clássico.
O Período Helenístico (final do século III a.C até o século VI d.C.)
 Caracterizado por uma filosofia de caráter cosmopolita – decadência da polis grega;
 Marcado pelas questões éticas, do conhecimento humano e das relações entre o
homem e a natureza, relações entre o homem e Deus – estoicismo, epicurismo,
ceticismo e neoplatonismo;
 Influência do pensamento Oriental – orientalização da filosofia.

5
2. A pessoa como sujeito moral
A ética é uma característica inerente a toda acção humana e, por esta razão, é um elemento
vital na produção da realidade social. Todo homem possui um senso ético, uma espécie de
“consciência moral”, estando constantemente avaliando e julgando suas acções para saber se
são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.

Para Kant, o sujeito moral é o ser racional. Para seres humanos, o sujeito moral pode ser
qualificado como um ser racional sensível.

Existem sempre comportamentos humanos classificáveis sob a óptica do certo e errado, do


bem e do mal. Embora relacionadas com o agir individual, essas classificações sempre têm
relação com as matrizes culturais que prevalecem em determinadas sociedades e contextos
históricos. A ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com os
outros relações justas e aceitáveis. Via de regra está fundamentada nas idéias de bem e
virtude, enquanto valores perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa
existência plena e feliz.

2.1. Características da pessoa


A pessoa é a base da reflexão ética, é o centro e fundamento da ética, o lugar onde os valores
éticos se revelam. Na noção de pessoa estão incluídas as mais dignificantes características do
ser humano, que fazem dele o ser supremo, o sujeito, a fonte e o critério de qualquer
apreciação valorativa.

Características e sua descrição:

 Singularidade / Individualidade - cada ser humano é uma essência individual. O que


faz de cada um de nós um ser único, irrepetível e insubstituível, um “eu”.
 Unidade - cada ser humano é um microcosmos, um centro de decisão, uma totalidade
concreta, uma unidade psicológica e moral.
 Autonomia/Liberdade - centro de decisão e de acção, o ser humano tem em si o
princípio e a causa do seu agir, apesar de condicionado. Entre as suas manifestações
mais elevadas encontra-se a possibilidade de se auto-determinar.
 Interioridade/ Subjectividade - em cada ser humano há um espaço de reserva e de
intimidade que é inacessível, inviolável - é a zona da consciência; consciência de si.

6
 Abertura - singularidade, unidade e autonomia podem esgotar a noção de indivíduo
mas não esgotam a de pessoa. Só somos verdadeiramente pessoas na relação com os
outros e com o mundo.
 Projecto/Possibilidade - não se nasce pessoa. Ser pessoa não é coisa dada; é uma das
possibilidades humanas que cada um deve realizar.
 Proximidade - a pessoa estabelece vínculos de proximidade com os outros,
manifestando solidariedade e amizade.
 Compromisso - a identidade da pessoa forma-se pelos compromissos que assume. Ao
comprometer-se, a pessoa age recusando a neutralidade, a indiferença.
 Crítica - a pessoa dispõe de uma dimensão crítica com que avalia os diversos aspectos
da vida. Esta capacidade crítica faz com que o homem seja capaz de dizer não ao que
lhe parece negativo e se empenhe na construção de um mundo diferente.
 Dignidade - a pessoa é um valor incomensurável. Ocupa o lugar cimeiro no conjunto
dos seres do universo. Neste sentido, a pessoa é a mais elevada forma de existência e
tem valor absoluto.

2.2. O homem nas suas relações


Relacionamentos constituem o núcleo essencial da vida em sociedade. Nos relacionamos com
nossas famílias, vizinhos, comerciantes,professores e também com o próprio espaço que
ocupamos. “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”, como já
dizia o poeta Vinicius de Moraes.

Ainda que nem todos os relacionamentos possam ser considerados qualitativamente “bons”, é
deles que depende a nossa vida. Nossa própria sobrevivência é inteiramente dependente dos
vínculos
primários que estabelecem conosco desde nosso nascimento, quando sequer temos clareza do
que significa se relacionar, até os vínculos que nós buscamos ativamente quando adultos,
como trabalho, amigos, cônjuges etc.

Sem os vínculos primários, como o que se desenvolve entre mãe e filho,por exemplo, não é
possível que um bebê sobreviva, se desenvolva ese torne uma pessoa. Isso é, afinal, o que
define o ser humano: somos seres relacionais. Essa ideia, aliás, não é nenhuma novidade,
embora não seja devidamente conhecida e apreciada de forma prática.

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3. Teoria do conhecimento
A teoria do conhecimento, se interessa pela investigação da natureza, fontes e validade do
conhecimento. Entre as questões principais que ela tenta responder estão as seguintes. O que é
o conhecimento? Como nós o alcançamos? Podemos conseguir meios para defendê-lo contra
o desafio cético?

Essas questões são, implicitamente, tão velhas quanto a filosofia. Mas, primordialmente na
era moderna, a partir do século XVII em diante – como resultado do trabalho de Descartes
(1596-1650) e Jonh Locke (1632-1704) em associação com a emergência da ciência moderna
– é que ela tem ocupado um plano central na filosofia.

Basicamente é conceituada como o estudo de assuntos que outras ciências não conseguem
responder e se divide em quatro partes, sendo que três delas possuem correntes que tentam
explica-las: I – O conhecimento como problema, II – Origem do Conhecimento e III –
Essência do Conhecimento e IV – Possibilidade do Conhecimento.

3.1. Problemas da teoria do conhecimento

 A questão do conhecimento: Para compreender a si mesmo e o mundo os homens


querem entender a sua própria capacidade de entender.

 Sujeito e objeto: Os dois elementos do processo de conhecimento – Conhecer é


representar cuidadosamente o que é exterior à mente. Para que exista conhecimento,
sempre será necessária a relação entre dois elementos básicos: Um sujeito conhecedor
(nossa consciência, nossa mente) e um objeto conhecido (a realidade, o mundo, os
inúmeros fenômenos).

 As possibilidades do conhecimento: O ceticismo prega a impossibilidade de


conhecermos a verdade. O dogmatismo defende a possibilidade de conhecermos a
verdade.

 Ceticismo absoluto: Tudo é ilusório e passageiro. Consiste em negar de forma total


nossa possibilidade de conhecer a verdade. Assim, o homem nada pode afirmar, pois
nada pode conhecer. Ao dizer que nada é verdadeiro, o ceticismo absoluto anula a si
próprio, pois diz que nada é verdadeiro, mas acaba afirmando que pelo menos existe
algo de verdadeiro.

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 O ceticismo relativo: Nega apenas parcialmente nossa capacidade de conhecer a
verdade.

 Dogmatismo: É uma doutrina que defende a possibilidade de conhecermos a verdade.


Dogmatismo ingênuo: Consiste em acreditar plenamente nas possibilidades do nosso
conhecimento.

 Dogmatismo crítico: Acredita em nossa capacidade de conhecer a verdade mediante


um esforço conjugado de nossos sentidos e nossa inteligência.

 Empirismo: Defende que todas  as nossas  ideias são provenientes de nossas


percepções sensoriais (visão, audição, tato, olfato e paladar).

 Racionalismo crítico e materialismo dialético: A experiência e o trabalho da razão


depositam total e exclusiva confiança na razão humana como instrumento capaz de
conhecer a verdade.

3.2. Níveis do conhecimento


O Conhecimento Empírico
Segundo Bello (2004) o conhecimento empírico é obtido ao acaso, após inúmeras tentativas,
ou seja, é o conhecimento adquirido através de ações não planejadas.
É aquele adquirido pela própria pessoa na sua relação com o meio ambiente ou com o meio
social, obtido por meio da interação contínua na forma de ensaios e tentativas que resultam
em erros e em acertos (Cervo; Bervian; Silva) (2006).
Do ponto de vista da utilização de métodos e técnicas científicas, esse tipo de conhecimento,
mesmo quando consolidado como convicção, como cultura ou como tradição, é ametódico e
assistemático. A característica de assistemático baseia-se na organização particular das
experiências próprias do sujeito cognoscente, e não em uma sistematização das ideias, na
procura de uma formulação geral que explique os fenômenos observados, aspecto que
dificulta a transmissão de pessoa a pessoa, desse modo de conhecer (Lakatos; Marconi, 2004).
O Conhecimento Teológico
O conhecimento teológico ou religioso apoia-se em doutrinas que contém proposições
sagradas (valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse
motivo, tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis (exatas). É um
conhecimento sistemático do mundo (origem, significado, finalidade e destino) como obra de
um criador divino; suas evidências não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de

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fé perante um conhecimento revelado. Assim, o conhecimento religioso ou teológico parte do
princípio de que as verdades tratadas são infalíveis e indiscutíveis, por consistirem em
revelações da divindade (Lakatos; marconi, 2004).
Para Bello (2004) é o conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por
sua origem, ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada
indivíduo.

O Conhecimento Filosófico
O conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses, que
não poderão ser submetidas à observação: as hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência,
portanto, este conhecimento emerge da experiência e não da experimentação, e por este
motivo, o conhecimento filosófico é não verificável, já que os enunciados das hipóteses
filosóficas, ao contrário do que ocorre no campo da ciência, não podem ser confirmadas nem
refutadas (Lakatos; Marconi, 2004).
É fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos,
gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo,
ultrapassando os limites formais da ciência (Bello, 2004).

O Conhecimento Científico
O conhecimento científico vai além do empírico, assim como o filosófico, é racional,
pretendendo ser sistemático e revelar aspectos da realidade. É real porque lida com
ocorrências ou fatos, isto é, com toda forma de existência que se manifesta de algum modo.
É contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade conhecida
por meio de experimentação e não apenas pela razão, como ocorre no conhecimento
filosófico. É sistemático porque trata de um saber ordenado logicamente, formando um
sistema de ideias (teorias) e não conhecimentos dispersos e desconexos.
Apresenta a característica de verificabilidade: as afirmações ou hipóteses que não podem ser
comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência. É um conhecimento falível, em virtude de
não ser definitivo, absoluto ou final e por esse motivo, é aproximadamente exato, ou seja,
novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria
existente.
O ciclo do conhecimento científico (inclusive o das ciências empíricas) inclui a observação, a
produção de teorias para explicar essa observação, o teste dessas teorias e seu
aperfeiçoamento. Há nas ciências, um movimento circular, que parte da observação da
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realidade para a abstração teórica, retorna à realidade, direciona- se novamente à abstração,
num fluxo constante entre a experiência e a teoria.

Como diz Neville (2001) “a investigação nunca começa no início. Não existe problema puro,
mas sim algo problemático surgindo de inúmeras convicções relativamente estabelecidas; a
investigação encontra-se sempre no meio, corrigindo assunções e inferências prévias,
harmonizando hábitos de pensamento ao engajar a realidade com as hipóteses testadas”.

4. Aspectos da ética individual


Os aspectos da ética individual representam as formas de coexistência com os outros, que
dentre outros, podem ser: o Amor, a Indiferença, o Ódio e os Sentimentos.

O Amor

O amor é a tendência da sensibilidade susceptível a transportar-nos para um ser ou um objecto


reconhecido ou sentido como bom. Podemos ter como exemplo, o amor materno e o amor da
glória.

Segundo Japiassú (2001: 12) Amor é o sentimento de inclinação e de atracção ligando os


homens uns aos outros, à Deus e ao mundo, como também o individuo a si mesmo. O amor é
uma emoção da alma causada pelo movimento dos espíritos, levando-a a unir-se
voluntariamente aos objectos que lhe parecem ser convenientes (DESCARTES citado por
JAPIASSÚ, 2001: 12).

Há vários tipos de amor: o amor familiar (fraterno, filiar, maternal, paternal); o amor à pátria
(ligado às grandes causas ou grandes princípios, como o amor à verdade ou à honestidade); o
amor à Deus (chamado de amor puro); o amor-próprio traduzido em sentimento de dignidade
pessoal e respeito a si (ARANHA & MARTINS, 2000: 143).

As teorias sobre o amor propostas pelos filósofos ao longo do tempo tendem a agrupar-se ao
redor de duas posições fundamentais:

 O amor como total unidade e identificação. Nas palavras de Hegel o amor é o sentimento
pelo qual dois seres não existem se não em uma unidade perfeita e poe nessa identidade
toda a sua alma e o mundo inteiro. Nessa perspectiva, o amor deixa de ser um fenómeno
humano para ser fenómeno cósmico (natural) ou princípio de realidade suprema. O amor

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humano, finito como aspiração de identidade e fusão com o infinito está condenado ao
insucesso. Os principais representantes dessa corrente são: Spinoza, Hegel, Feuerbach,
Bergson e os românticos (Idem: 143).  
 O amor como troca reciproca entre dois seres que preservam a individualidade e
autonomia. A troca reciproca, é emotivamente controlada de atenções e cuidados, tem por
finalidade o bem do outro como se fosse o seu próprio. Na forma feliz desse tipo de amor,
há reciprocidade, há união, mas não unidade. Esta corrente é representada por Platão,
Aristóteles, S. Tomas, Descartes, Leibniz, Scheler e Russell.

A Indiferença

Este e o relacionamento mais comum em sociedade. Tematizado por autores personalistas e


existencialistas esta forma de relacionamento tem, fundamentalmente duas características:
«outro» é, em primeiro lugar, a função que desempenha, sendo a pessoa substituída pelo
funcionário; a segunda característica é o tratamento com o outro na terceira pessoa: o outro
não é um «tu» mas um «ele». Este Ele implica uma certa objectivação da pessoa e a redução
da subjectividade à soma da qualidade e função. Portanto, o outro lado, este «ele» significa
«ausência» em relação a mim. Não uma ausência espacial como e óbvio mas uma ausência
acfetiva. Se enquanto funcionário, o outro pode muito bem ser constituído por uma maquina,
então «ele» é como se noa existisse. Estamos no reino da fria burocracia e tecnocracia.

O Ódio

É uma outra forma de relacionamento. Enquanto o amor, como vimos, e afirmação e a


promoção do outro, odio e a negação e a rejeição do outro. Neste caso, talvez, não se deve
usar o termo «objectivação». Se outro ficasse «objetivado», deixaria de pode ser odiado. O
objecto não se odeia nem se ama. O odio é a negação ou a rejeição do Outro enquanto sujeito.
O ódio é a rejeição da subjectividade do outro e a sua «apropriação». Enquanto na
indiferença, o outro e «como se não existisse; o odio exige, por assim dizer, existência do
outro, não para o promover, mas para o rejeitar.

Os Sentimentos

Sentimentos são reacções positivas ou negativas, discretas e suaves, sobre alguém.


Sentimento pode significar: o mesmo que emoção, no significado mais geral, ou algum tipo
ou forma superior de emoção.

12
Os sentimentos caracterizam-se pela presença de adesões intelectuais ou representativas
imagens, ideais, representações e a quase de repercussões fisiológicas.

Dai pode se definir os sentimentos como reações que na se excedem nem pela violência nem
pela desorganização ou desadaptação da pessoa.

Tendo em conta o número das nossas tendências, multiplicidade de obejctos com que cada um
se pode relacionar e a diversidade de situações em que nos podemos encontrar, facilmente
poderemos imaginar a qualidade de sentimentos maus, e forçosamente, uma vida infeliz.
Alguns dos sentimentos desadaptados que tem sido objecto de estudo da psicologia:
inferioridade, inadaptação, culpabilidade, morbosa, recusa e não – aceitação ou esprito de
contradição insegurança, ressentimento, hostilidade, ansiedade e frustração.

13
Conclusão
Partindo do ponto de vista pragmático que norteou este trabalho a Filosofia vai mostrando a
sua utilidade: colocar o pensamento em movimento, questionar e, por que não, incomodar.

A filosofia não serve nem ao Estado, nem à Igreja, que têm outras preocupações. Não serve a
nenhum poder estabelecido. A filosofia serve para entristecer. Uma filosofia que não
entristece a ninguém e não contraria ninguém, não é uma filosofia. A filosofia serve para
prejudicar a tolice, faz da tolice algo vergonhoso. Não tem outra serventia a não ser a
seguinte: denunciar a baixeza do pensamento sob todas as suas formas.

A Filosofia serve a si mesma, como artífice e constante movedora do pensamento. Serve para
questionar, problematizar e incomodar. Serve para conceituar. A Filosofia denuncia a tolice
por ser, ela mesma, uma amante da sabedoria que jamais aceitará a vulgar ignorância como
algo normalmente suportável.

14
Bibliografia

Chaui, M. (2003). Convite à Filosofia. 13ª ed. 1ª impr. São Paulo: Ática.

Lakatos, E. M. (1983). Técnicas de Pesquisa. São Paulo: Atlas.

Bello, J. L. P. (2004). Metodologia Científica. Disponível em:


<http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/met01.htm&gt; Acesso em: 05 jun. 2010.

Cervo, A. L.; Bervian, P. A; Silva, R. (2007). Metodologia científica. 6 ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall.

15

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