10 Parecer MPF1
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PARECER
I – RELATÓRIO
Em suas razões recursais, o autor defende, em síntese, que a pesquisa realizada pela
UFSC trata-se de verdadeira consulta prévia à comunidade universitária, caso em que deve ser
observada a obrigação legal de peso de 70% para os votos do corpo docente, nos termos do
artigo 16, III, da Lei nº 5.540/68. Refere que no 2º turno a votação foi realizada com a utilização
de urnas eletrônicas cedidas pelo TRE/SC, circunstância que comprova o inquestionável caráter
oficial da consulta. Acrescenta que a Nota Técnica do MEC nº 437/2011 encontra-se superada e
sem vigência desde 10/12/2018, em decorrência da Nota Técnica nº 400/2018. A fim de
corroborar suas alegações, faz menção a dois precedentes do TRF-4, em caso análogo, oriundo
de processo eleitoral da UFSM. Requer, ao final (evento 1):
a) a antecipação dos efeitos da tutela recursal, a fim de que:
(a.i) seja determinada a suspensão do resultado final divulgado da votação
da consulta prévia à comunidade universitária para a escolha dos
candidatos a Reitor e a Vice-Reitor da Universidade Federal de Santa
Catarina (gestão 2022-2025), para que não produza nenhum efeito; e
(a.ii) seja facultada à Comissão Eleitoral instalada (“COMELEUFSC 2022”)
que, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, inicie e finalize uma nova consulta
prévia à comunidade universitária para a escolha do candidato a Reitor e a
Vice-Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (gestão 2022-2025),
desta vez respeitando-se o peso de 70% para os votos do corpo docente;
II – FUNDAMENTAÇÃO
O ora agravante propôs a ação popular originária contra a UFSC, alegando que a
Universidade desencadeou processo eleitoral para eleição do comando da Instituição para o
mandato de 2022/2025, por meio da Resolução nº 001/COMELEUFSC/2022, cometendo
ilegalidades, especialmente quanto ao procedimento de consulta, quando determina o voto
paritário à comunidade escolar.
No que diz respeito à tutela de urgência, o artigo 300 do atual Código de Processo
Civil prevê que esta poderá ser deferida quando o julgador estiver diante das seguintes
situações: (i) probabilidade do direito; e (ii) perigo de dano ou risco ao resultado útil do
processo. Há, também, permissivo da Lei nº 4.717/1965 a autorizar o deferimento da medida no
caso dos autos: “Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato lesivo
impugnado” (artigo 5º, §4º).
No contexto objeto dos autos, pertinente proceder-se a uma breve explanação sobre
a legislação aplicável à matéria.
A Lei nº 5.540/19681, em seu artigo 16, dispõe sobre a nomeação de Reitores e Vice-
Reitores das Universidades Federais, elencando diversos requisitos:
1
Fixa normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras
providências.
2
Regulamenta o processo de escolha dos dirigentes de instituições federais de ensino superior, nos termos da Lei n°
9.192, de 21 de dezembro de 1995.
III – CONCLUSÃO