Aula 05 Prof Antonio Daud
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Antonio
Daud
CNU - Concurso Nacional Unificado
(Bloco 4 - Trabalho e Saúde do
Trabalhador) Conhecimentos Específicos
- Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho -
Autor:
2024 (Pós-Edital)
Antonio Daud, Mara Queiroga
Camisassa de Assis, Equipe Mara
Camisassa
28 de Janeiro de 2024
Antonio Daud, Mara Queiroga Camisassa de Assis, Equipe Mara Camisassa
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Índice
1) Término de Contrato de Trabalho
..............................................................................................................................................................................................3
2) Aviso Prévio
..............................................................................................................................................................................................
44
4) Procedimentos Rescisórios
..............................................................................................................................................................................................
82
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INTRODUÇÃO
Oi amigos(s),
Vamos então iniciar mais uma aula do nosso curso de Direito do Trabalho.
Esta aula não é das menores, mas é absolutamente essencial para o concurso. As bancas adoram este tema!
Vamos ao trabalho!
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Existem diversas denominações doutrinárias para a rescisão do contrato (rescisão, cessação, etc.), e para
exemplificar cita-se trecho da obra de Amauri Mascaro Nascimento1,
“(...) o seu momento derradeiro [do contrato], a desconstituição. Para denominá-la não há
uniformidade entre os autores. Preferimos extinção do contrato de trabalho para designar
o fim das relações jurídicas em geral. Há juristas que preferem a palavra “cessação”. Há
outras designações específicas para cada uma das diferentes hipóteses”.
Utilizaremos neste curso os termos consagrados, sem adentrar na diferenciação conceitual das expressões
porque este conhecimento não é exigido nas provas de concurso público a que este curso se destina.
Para ilustrar as principais modalidades de extinção do contrato de trabalho que estudaremos nesta aula,
segue um quadro com exemplos práticos:
Modalidade da extinção
Circunstância
contratual
1 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 37 ed. São Paulo: LTr, 2012, p. 393.
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A demissão sem justa causa, juntamente com o pedido de demissão, é caso de extinção voluntária imotivada
do contrato de trabalho.
E por que imotivada? Porque nenhuma das partes deu causa (motivo) para que a outra parte decidisse
romper o vínculo.
Exemplo: o mercado, que funcionava das 08h00min às 22h00min, decidiu que passaria a
fechar às 17h00min, porque não estava sendo muito frequentado no período noturno.
Com isso, o empregador demite sem justa causa os funcionários que trabalhavam das
17h00min às 22h00min.
Percebam, então, que a expressão “imotivada” diz respeito à ausência de motivo tipificado que dê causa à
rescisão (falaremos sobre isso em outras modalidades de rescisões).
2 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 12 ed. São Paulo, 2013, p. 1190.
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A dispensa sem justa causa também é chamada de dispensa injusta, dispensa imotivada, dispensa
desmotivada e demissão imotivada, pois o empregado não deu causa à extinção contratual.
Como a dispensa sem justa causa confronta o princípio da continuidade da relação de emprego o empregado
demitido faz jus a saldo de salário (dias trabalhados no mês da saída), férias (inclusive proporcionais), 13º
salário (proporcional), indenização do FGTS (multa rescisória de 40%) e requerimento de Seguro-
Desemprego3.
Além disso, o empregador deve conceder aviso-prévio ao empregado. Não o fazendo, deverá indenizar o
aviso.
Neste momento da aula é oportuno mencionar uma situação que pode vir a ser exigida em provas: é a
dispensa discriminatória de empregado portador de doença grave. Este é o objeto da Súmula 443, editada
em setembro de 2012:
Esta Súmula vem a consolidar entendimento do TST sobre o viés discriminatório da demissão que se
fundamenta no fato de o empregado ter AIDS. Assim, salvo havendo motivo que justifique a demissão, esta
será considerada arbitrária.
Abaixo um dos julgados que serviram de precedente para a edição desta Súmula:
3O detalhamento dos assuntos férias, FGTS, Seguro-Desemprego (SD) e aviso-prévio terão lugar em tópicos específicos deste
curso, quando aplicáveis.
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Pedido de demissão
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA
O pedido de demissão, junto com a demissão sem justa causa, é caso de extinção voluntária imotivada do
contrato de trabalho.
O empregado tem o direito de pôr fim ao pacto empregatício sem que seja necessário motivo para tanto, e
esta decisão configura o pedido de demissão.
Exemplo: o empregado de um banco, cansado de sua rotina, decide sair do emprego e se dedicar
exclusivamente a estudar para concursos públicos ;-)
Não há possibilidade de o empregador recusar o “pedido”, que, semanticamente, poderia ser mais bem
representado pelas expressões “aviso de demissão” ou “comunicado de demissão”.
Nesta modalidade de extinção do contrato o empregado fará jus a saldo de salário (dias trabalhados no mês
da saída), férias (inclusive proporcionais) e 13º salário (proporcional).
Como foi do empregado a iniciativa do término do contrato, não é cabível direito a aviso-prévio: pelo
contrário, é ele que deve conceder o aviso ao empregador. Não o fazendo, deverá indenizá-lo5.
No pedido de demissão, da mesma forma, não será cabível indenização do FGTS (multa rescisória de 40%) e
nem requerimento de Seguro-Desemprego.
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Na dispensa com justa causa, também conhecida como despedida motivada por justa causa obreira,
dispensa por justa causa ou simplesmente justa causa, o empregado praticou conduta tipificada pela CLT
como motivadora de sua demissão.
Sobre isto é de se destacar que existem sistemas jurídicos genéricos e outros taxativos acerca da justa causa,
como ensina Amauri Mascaro Nascimento6:
“Há sistemas jurídicos chamados genéricos nos quais não existe enumeração das figuras de
justa causa. A lei limita-se a conceituar justa causa ou, sem conceitua-la, simplesmente
indicar seus efeitos. Exemplifique-se com a Lei do Contrato de Trabalho de Portugal, com a
seguinte noção legal: “Considera-se justa causa o comportamento culposo do trabalhador
que, pela sua gravidade, e consequências, torne imediata e praticamente impossível a
subsistência da relação de trabalho. (...) Em outros sistemas jurídicos, denominados
taxativos, a lei enumera as hipóteses de justa causa, às vezes tipificando-as, isto é,
descrevendo o fato, outras vezes simplesmente denominando-o sem descrevê-lo, como
em nosso direito.”
O exercício do poder disciplinar pelo empregador não está claramente delineado no Brasil, e é importante
sabermos que não basta a ocorrência das condutas tipificadas no artigo 482 da CLT (veremos em seguida)
para configurar-se inequivocamente a licitude da demissão por justa causa: deve-se levar em consideração
limites para a imposição desta penalidade.
A doutrina7 estabelece requisitos objetivos e subjetivos para o cabimento da demissão por justa causa. O
Ministro Godinho8 distingue um terceiro grupo, que são os requisitos circunstanciais.
---------------------
Os requisitos objetivos dizem respeito à conduta, que envolve a tipicidade (deve haver prévia tipificação da
conduta) e a gravidade (a infração do obreiro deve afetar francamente o contrato de trabalho).
Acerca da tipicidade, a validade da aplicação da demissão por justa causa demanda que haja previsão legal
tipificando a conduta praticada; exemplo: abandono de emprego (CLT, art. 482, “i”).
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Já a gravidade deve ser considerada no exercício do poder disciplinar porque o empregador deve dosar
corretamente a penalidade, de modo a aplicar, no caso, a demissão por justa causa, quando a conduta de
fato justificar a medida.
---------------------
Os requisitos subjetivos demandam a análise da autoria e, também, a presença de dolo ou culpa no ato
faltoso (o que inclui a imprudência, imperícia e negligência).
Quanto ao requisito autoria, ressalte-se que podemos estar diante não apenas de ação, mas também de
conduta omissiva que se incluía na esfera de atribuições do empregado faltoso.
Acerca do dolo ou culpa, de fato, não se pode pretender punir o empregado se a ação ou omissão identificada
pelo empregador não teve lugar nem por intenção (dolo) e nem por conduta culposa (imprudência, imperícia
ou negligência) do obreiro.
---------------------
Se o empregador pune o empregado considerando outros fatores que não a falta cometida, por exemplo,
deixará de haver nexo causal entre a falta e a penalidade, e isto compromete a legalidade da penalidade.
A proporcionalidade demanda mensuração quantitativa da pena a ser aplicada. Assim, deve-se verificar na
situação concreta se, de fato, a falta cometida justifica a demissão com justa causa.
Diante de ação ou omissão que comporte demissão com justa causa, a aplicação da penalidade pelo
empregador deve ocorrer de maneira imediata, sob pena de restar prejudicada a imediaticidade da punição.
Nem sempre a conduta grave praticada pelo obreiro será prontamente identificada pelo empregador e,
nestes casos, a imediaticidade deverá ser analisada não da prática do ato, e sim do momento de seu
conhecimento pela empresa.
A singularidade da punição presta-se a evitar que o obreiro seja punido duplamente pela mesma falta. Assim,
o non bis in idem é requisito circunstancial do correto exercício do poder disciplinar empresarial.
A ausência de discriminação significa que não se deve aplicar punição com viés discriminatório.
Por fim, o caráter pedagógico do exercício do poder disciplinar é citado pela doutrina como requisito
circunstancial porque as penalidades devem servir como instrumento de adaptação da conduta dos
empregados às exigências de comportamento no âmbito da relação de emprego.
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Aqui encerramos a análise dos limites ao exercício do poder disciplinar empresarial. Vamos agora ler o artigo
482 da CLT, que enumera as circunstâncias ensejadoras da demissão por justa causa.
Estudem as alíneas do artigo 482 da CLT com atenção redobrada, pois eles são exigidos em provas de
concurso com grande frequência!
CLT, art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:
a) ato de improbidade;
Ato de improbidade é conduta faltosa do empregado que age de modo contrário à lei.
Existem interpretações doutrinárias distintas sobre a necessidade de haver (ou não) dano ao patrimônio do
empregador ou de terceiros para que se configure o ato de improbidade.
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Não iremos aprofundar o assunto porque fugiria ao escopo de nosso curso. Como bem resume o professor
Ricardo Resende9,
“Para fins de concurso público, o mais importante é saber o básico: improbidade é conduta
criminosa que normalmente importa em prejuízo patrimonial ao empregador ou a terceiro.
Até aí não existe controvérsia, e a grande maioria das questões se resume a uma hipótese
com um dos tipos penais de ofensa ao patrimônio (furto, roubo, apropriação indébita).
Também tem sido comum em questões de concursos públicos a alusão à falsificação de
atestado médico (...)”.
Neste contexto, o assédio sexual, quando praticado por um trabalhador em relação a outro, pode ser
enquadrado no inciso em estudo10, especificamente como incontinência de conduta.
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando
constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
9 RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho Esquematizado. Rio de Janeiro: Método, 2011, p. 634.
10 Neste sentido, NASCIMENTO, Sônia Mascaro. Assédio Moral. 2 ed. – São Paulo: Saraiva, 2011, p. 116.
11 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., pág. 1232-1233.
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Assim como na alínea anterior, aqui também é possível enxergar duas condutas distintas: a negociação
habitual no local de trabalho e a concorrência com o empregador.
Na negociação habitual no local de trabalho o empregado comercializa produtos ou serviços por conta
própria na empresa, quando deveria estar exercendo as atividades para as quais foi contratado.
Já a concorrência com o empregador caracteriza-se pela comercialização dos mesmos produtos e serviços
objetos da atividade empresarial do empregador. É a concorrência desleal.
Em determinadas circunstâncias o empregado pode laborar para mais de um empregador, com atividades
idênticas ou assemelhadas, e se não houver cláusula explícita de exclusividade12 (ou caso exista aquiescência
do empregador) tal fato não pode ensejar demissão por justa causa.
Se, por exemplo, eu fosse empregado dos sites Estratégia Concursos e Eu Vou Passar, mesmo ministrando
aulas da mesma matéria, isto não poderia ser caracterizado como concorrência desleal caso houvesse
aquiescência do empregador (ou então não existisse no contrato cláusula explícita de exclusividade).
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da
execução da pena;
Caso o empregado seja condenado e tenha que cumprir a pena não será possível a ele cumprir sua principal
atribuição decorrente do contrato de trabalho: prestar os serviços.
Nestes casos, poderá o empregador pôr fim ao contrato por justa causa.
Atente-se para o fato de que esta possibilidade não se confunde com a prisão provisória, que é motivo de
suspensão contratual, e não demissão com justa causa.
(...)
X - recebe dinheiro ou outra utilidade, ou aceita promessa de paga ou recompensa, para, faltando ao dever de empregado,
proporcionar vantagem a concorrente do empregador;
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Como destacado no inciso, a justa causa será cabível “caso não tenha havido suspensão da execução da
pena”, e por este motivo a alternativa abaixo está incorreta:
“A desídia é falta culposa, e não dolosa, ligada à negligência; costuma-se caracterizar pela
prática ou omissão de vários atos (comparecimento impontual, ausências, produção
imperfeita); excepcionalmente poderá estar configurada em um só ato culposo muito
grave (...)”
Como ensina o Ministro Godinho16, a desídia, em geral, é comportamento reiterado, nestes casos
“(...) a conduta desidiosa deve merecer exercício pedagógico do poder disciplinar pelo
empregador, com gradação de penalidades, em busca da adequada ressocialização do
obreiro. Mostrando-se ineficaz essa tentativa de recuperação, a última falta implicará na
resolução culposa do contrato de trabalho [demissão com justa causa]”.
No caso de prática de ato único de desídia muito grave, claro, não caberá gradação de penalidades. Exemplo
desta situação, citado por Amauri Mascaro Nascimento17, seriam “15 faltas reiteradas ao serviço sem
justificativa”.
Este inciso reuniu duas situações distintas: se a embriaguez se dá em serviço, basta uma ocorrência para
justificar a justa causa.
Entretanto, caso não seja no local de serviço, exige-se a habitualidade da conduta e, também, que este fato
cause efeitos negativos no ambiente de trabalho.
A doutrina18 entende que o inciso é aplicável à embriaguez alcoólica e também pelo uso de tóxicos e
entorpecentes.
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Há decisões judiciais interpretando o alcoolismo como doença, e neste sentido não caberia a demissão com
justa causa, e sim busca de tratamento médico.
Esta alínea tipifica os casos em que o empregado, indevidamente, repassa a terceiros, informações
confidenciais da empresa.
“a divulgação não autorizada de todo fato, ato ou coisa que, de uso ou conhecimento
exclusivo da empresa, não possa ou não deva ser tornado público, sob pena de causar
prejuízo remoto, provável ou imediato à empresa (ex: o empregado de confiança que
desenvolvia software para uso do empregador e o passava para outra empresa)”.
==32a26a==
Recusar-se, injustificadamente, a
utilizar os equipamentos de proteção
Descumprimento de individual conforme definido pelo
Indisciplina »» »»
ordens gerais empregador em ordem de serviço
emitida para todos os empregados do
setor.
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Valentin Carrion20 cita um exemplo que também permite visualizar esta diferença, que por vezes é explorada
em concursos:
i) abandono de emprego;
O abandono de emprego pode ser caracterizado21 como “o decurso de um período determinado de ausência
ao serviço (elemento objetivo) e a intenção manifesta do empregado em romper o contrato (elemento
subjetivo)”.
Quanto ao elemento objetivo (decurso de prazo) a doutrina tem utilizado o lapso temporal de 30 dias, com
fundamento no artigo 472, § 1º da CLT e na Súmula 32 do TST:
CLT, art. 472, § 1º - Para que o empregado tenha direito a voltar a exercer o cargo do qual
se afastou em virtude de exigências do serviço militar ou de encargo público, é
indispensável que notifique o empregador dessa intenção, por telegrama ou carta
registrada, dentro do prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da data em que se
verificar a respectiva baixa ou a terminação do encargo a que estava obrigado.
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas
físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
Esta tipificação da justa causa tem relação com os crimes contra a honra (difamação, injúria e calúnia) e com
as ofensas físicas, ambas praticadas no ambiente laboral (local em que o empregado esteja submetido ao
poder empregatício).
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O ato lesivo à honra ou a ofensa física podem justificar a demissão mesmo quando seja cometido contra
terceiros (visitantes, clientes, etc.) desde que cometido em situação na qual o empregador possa fazer uso
de seu poder disciplinar.
O Ministro Godinho22 cita um exemplo interessante, que seria o caso de “ofensas e agressões durante o
desenrolar do transporte ofertado pela empresa, nos moldes das horas in itinere, cujo período esteja
integrado ao contrato de trabalho”.
Percebam que a alínea traz uma importante ressalva: a legítima defesa descaracteriza a conduta como
motivo para a justa causa.
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores
hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
Esta alínea é bastante semelhante à anterior, com a diferença de que se aplica aos casos em que o ato lesivo
à honra ou ofensa física é praticado contra o empregador e superiores hierárquicos.
Além disso, é importante frisar que na alínea anterior a lei destacou a necessidade de a conduta ter sido
praticada no ambiente “no serviço”, que, como vimos, pode ser estendida não só ao estabelecimento em si,
mas também aos locais onde haja poder empregatício.
Nesta alínea, porém, não há menção à necessidade da conduta ter sido praticada em ambiente laboral. Deste
modo, não importa o local onde foi praticada: a conduta ofensiva física ou moralmente contra o empregador
ou superiores, independente de onde foi cometida, poderá ensejar a demissão por justa causa.
Aqui a lei exige a habitualidade da prática dos jogos de azar (apostas em corridas de cavalos, jogos de cartas,
jogo do bicho, etc.) durante o horário de trabalho.
Não há consenso doutrinário sobre esta alínea abranger somente jogos proibidos por lei ou se, também,
caberia estendê-la à prática de jogos lícitos que prejudiquem a prestação do serviço.
A reforma trabalhista criou uma nova hipótese de dispensa com justa causa:
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Trata-se, por exemplo, da situação em que o motorista que perde sua habilitação, do advogado que tem seu
registro cassado na OAB ou do médico que tem cassado seu registro no CRM – Conselho Regional de
Medicina, em todos os casos mediante conduta dolosa.
--------------------
CLT, art. 482, parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de
empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos
atentatórios à segurança nacional.
A doutrina majoritária, que inclui Mauricio Godinho Delgado23, entende que este dispositivo não foi
recepcionado pela CF/88 tendo em vista que afronta alguns princípios, entre eles os do juiz natural e do
devido processo legal:
A par do entendimento doutrinário mencionado, a questão abaixo foi dada como correta:
✓ saldo de salário;
✓ férias, exceto proporcionais;
O artigo 482 da CLT, que acabamos de estudar, costuma ser muito exigido em provas.
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Estas hipóteses que veremos agora, que não constam do citado artigo, não têm sido exigidas com tanta
frequência em concursos, mas é interessante dar uma rápida olhada nelas.
--------------------
A primeira falta a ser mencionada é a recusa injustificada à utilização dos equipamentos de proteção
individual (EPI):
Se, por exemplo, o trabalhador é surpreendido pela chefia imediata, uma única vez, sem capacete em local
da obra que não oferece risco de queda de materiais, seria duvidosa a demissão com base no artigo 158 da
CLT.
Entretanto, caso o mesmo empregado esteja pintando a fachada do prédio (em andaime) sem utilizar o cinto
de segurança tipo pára-quedista, contrariando ordem de serviço emitida neste sentido, aí sim estamos diante
de situação muito mais grave, que poderia trazer consequências sérias à saúde e integridade do empregado
faltoso24.
“É claro que esta infração é daquelas que mais fortemente atraem os critérios objetivos,
subjetivos e, principalmente, circunstanciais de aplicação de penalidades do âmbito
empregatício. A meta da ordem jurídica, mesmo quando tipifica esta infração trabalhista,
é favorecer o eficaz cumprimento de uma política de redução dos riscos inerentes ao
ambiente laborativo, atenuando ou suprimindo as causas e circunstâncias ensejadoras da
insalubridade e periculosidade. Desse modo, o exercício do poder disciplinar com intuito
educacional, pedagógico, formador de consciências antirrisco, é que constitui o ponto
central enfocado pela ordem jurídica. A gradação de penalidades impõe-se aqui, regra
geral, nos contrapontos à conduta censurada pelo art. 158, parágrafo único, da CLT”.
24 Não entraremos em maiores detalhes sobre o uso (e falta) de EPI, pois este assunto se insere no escopo do Curso de Segurança
e Saúde no Trabalho p/ AFT, também de minha autoria no site Estratégia Concursos.
25 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., pág. 1241-1242.
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No caso do contrato de aprendizagem a CLT prevê 3 possibilidades nas quais o término do contrato será
antecipado:
Deste modo, caso ocorram as situações apresentadas no artigo 433 o contrato de aprendizagem não
cumprirá seus objetivos, motivo pelo qual deve ter seu termo antecipado.
Valentin Carrion26 também inclui, no rol de condutas obreiras que ensejam a justa causa, a do grevista que
pratica excessos, nos termos da Lei 7.883/8927:
Lei 7.889/96, art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas
contidas na presente Lei, bem como a manutenção da paralisação após a celebração de
acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho. (...)
Lei 7.889/96, art. 15 A responsabilidade pelos atos praticados, ilícitos ou crimes cometidos,
no curso da greve, será apurada, conforme o caso, segundo a legislação trabalhista, civil ou
penal.
Em relação aos bancários, existia previsão na CLT de demissão por justa causa se este empregado fosse
contumaz em não pagar suas dívidas:
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CLT, art. 508 - Considera-se justa causa, para efeito de rescisão de contrato de trabalho do
empregado bancário, a falta contumaz de pagamento de dívidas legalmente exigíveis.
No final de 2010 este artigo foi revogado pela Lei 12.347/10 (por isso coloquei a redação do artigo tachada),
então esta possibilidade não mais existe em nosso ordenamento jurídico.
Rescisão indireta
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA
Na extinção do contrato de trabalho chamada de rescisão indireta o empregador é que comete falta grave,
sendo esta modalidade reconhecida na Justiça do Trabalho.
Desta forma, percebam que o empregado deve entrar com ação na Justiça contra o empregador, e é o Poder
Judiciário que decidirá sobre o cabimento da rescisão indireta.
Traçando um paralelo com a demissão por justa causa (quando o empregado comete falta grave), esta
hipótese de extinção também é chamada de “justa causa do empregador”.
É interessante mencionar que a falta ensejadora da rescisão indireta não necessariamente será cometida
diretamente pelo empregador: também pode gerar a rescisão indireta ações indevidas praticadas por
prepostos do empregador, empregados ocupantes de cargos de chefia, etc.
Exemplo disto é a previsão do art. 483, “b”, que considera cabível a rescisão indireta nos casos em que o
empregado “for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo”.
CLT, art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida
indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos28 por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato;
A primeira situação diz respeito à limitação física do empregado, que deve ser respeitada sob pena de causar-
lhe (ou agravar) problemas como, por exemplo, a lombalgia.
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Há previsão objetiva na CLT sobre limitação de força muscular, o que, inclusive, tem sido exigido em provas
de Segurança e Saúde no Trabalho:
CLT, art. 198 - É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode
remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do
menor e da mulher.
CLT, art. 390 - Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que demande o
emprego de força muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho continuo, ou 25
(vinte e cinco) quilos para o trabalho ocasional.
A alínea “a” também cita os serviços defesos por lei, que seria o caso de o empregador, indevidamente,
exigir que o empregado praticasse atos ilegais (como a venda de produtos sabidamente objeto de
contrabando).
Por fim, a alínea cita os atos contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato.
No caso dos serviços alheios ao contrato, deve-se observar a função para a qual o empregado foi contratado,
de modo que o empregador não deve exigir realização de tarefas que sejam estranhas ao pactuado.
No decorrer do vínculo empregatício é comum que haja alteração de função, promoções, mudanças de
enquadramento do empregado no plano de cargos existente na empresa, etc.
Nestes casos haverá, naturalmente, alteração das funções exercidas, mas acompanhadas de alteração de
seus contratos de trabalho, respeitando-se, sempre, o princípio da inalterabilidade contratual lesiva.
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
Aqui pode ser enquadrado o assédio moral, quando o empregador se excede no uso de seus poderes.
O Ministro Godinho observa29 que o assédio moral também pode ser enquadrado em outras alíneas deste
mesmo artigo 483:
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O conceito de perigo manifesto de mal considerável pode ser relacionado às condições (indevidas) de
Segurança e Saúde no Trabalho.
O ambiente de trabalho pode conter agentes ambientais (ruído, radiações, produtos químicos, etc.) passíveis
de causar acidentes e doenças ocupacionais de graves consequências para a saúde dos empregados, e caso
o empregador não adote medidas para eliminar, neutralizar ou controlar os riscos existentes poderemos
estar diante de situação em que os empregados estejam expostos a perigo manifesto de mal considerável.
O contrato de trabalho gera deveres tanto para o empregador quanto para o empregado, e nos casos em
que o empregador não cumpra suas obrigações previstas no contrato de trabalho (ou na Constituição,
legislação trabalhista e negociação coletiva de trabalho).
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo
da honra e boa fama;
Nesta alínea verificamos também possibilidade de rescisão indireta relacionada não só ao empregador, mas
também a prepostos deste.
Os atos lesivos da honra e boa fama – que podem atingir tanto o empregado quanto pessoas de sua família
- se relacionam à calúnia, difamação e injúria (crimes contra a honra tipificados no Código Penal).
É de se destacar que o assédio sexual praticado pelo empregador contra o empregado é enquadrado nesta
alínea da CLT30 como motivadora da rescisão indireta31.
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Nesta alínea trata-se de ofensas físicas, em complemento à alínea anterior, que envolve ofensas morais.
Aqui também a ofensa pode ser cometida pelo empregador ou seus prepostos.
A exceção é feita nos casos de legítima defesa, que afasta a hipótese de rescisão indireta.
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.
Esta alínea se aplica nos casos em que o empregado receba salário variável (por peça ou tarefa).
Podemos citar o exemplo de empregada que, recebendo por peça, costurava 500 peças de roupa por mês, e
durante a prestação laboral o empregador reduziu de forma permanente a encomenda para apenas 100
peças por mês. Esta medida afeta sensivelmente a importância dos salários.
Pequenas flutuações de demanda não configuram o motivo de rescisão indireta em estudo, conforme
assevera o Ministro Godinho32:
“É claro que a infração somente ocorrerá se houver afetação negativa importante na média
salarial do trabalhador; oscilações de pequena monta ou que ocorram entre as semanas de
labor não configuram, regra geral, o tipo jurídico em exame.”
Por fim, trago uma particularidade da rescisão indireta dos empregados domésticos. Todos estes casos que
vimos até agora (previstos na CLT) foram previstos também na Lei dos domésticos (LC 150). Na verdade, esta
lei repetiu as alíneas do art. 483 da CLT, mas acrescentou um novo tipo, que faz referência à Lei Maria da
Penha:
LC 150, art. 27, parágrafo único - O contrato de trabalho [doméstico] poderá ser rescindido
por culpa do empregador quando:
VII - o empregador praticar qualquer das formas de violência doméstica ou familiar contra
mulheres de que trata o art. 5º da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.
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Portanto, quando o empregador doméstico praticar violência doméstica contra mulheres (não
necessariamente contra a empregada doméstica), esta poderá pleitear a rescisão indireta do seu vínculo
empregatício.
✓ saldo de salário;
✓ 13º proporcional;
✓ férias, inclusive proporcionais;
✓ aviso prévio;
✓ multa de 40% do FGTS (e seu saque); e
✓ seguro-desemprego (guias fornecidas pelo empregador).
Além das alíneas “a” a “g”, onde estão enumerados tipos jurídicos que provocam a rescisão indireta, consta
também do artigo 483 da CLT 3 parágrafos com situações peculiares, que estudaremos neste tópico.
Iniciando pelo § 3º, a CLT esclarece que nas situações das alíneas “d” (não cumprimento, pelo empregador,
das obrigações do contrato) e “g” (o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de
forma a afetar sensivelmente a importância dos salários) o empregado poderá adotar as seguintes condutas:
CLT, art. 483, § 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a
rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações,
permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo.
Valentin Carrion33 é um dos autores que entendem que, em qualquer das hipóteses elencadas no artigo 483,
o empregado pode permanecer em serviço:
Para fins de prova, é importante verificar se eventual questão exigirá a literalidade do art. 483, § 3º, ou o
entendimento doutrinário ampliativo citado no parágrafo anterior.
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Os próximos 2 parágrafos do artigo 483 não têm relação com a rescisão indireta, mas decidi mantê-los aqui
por não haver onde encaixá-los de maneira mais adequada.
No § 1º a CLT trata dos casos em que o empregado passa a exercer obrigações legais que o impeçam de
continuar prestando os serviços:
CLT, art. 483, § 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir
o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a
continuação do serviço.
A CLT não especificou quais são as obrigações legais que admitem as condutas citadas no § 2º. Alguns autores
citam o caso de empregado eleito para exercer cargo parlamentar34.
Este dispositivo regula a situação na qual o empregador morre, mas isto não acarreta na extinção do
empreendimento: nesta hipótese do art. 483, § 2º os herdeiros (ou outros sucessores) continuam a
exploração da atividade.
Esta observação é importante porque a possibilidade do citado parágrafo não pode ser confundida com a
previsão do artigo 485, onde, nesta sim, a morte do empregador individual põe fim ao negócio:
CLT, art. 485 - Quando cessar a atividade da empresa, por morte do empregador, os
empregados terão direito, conforme o caso, à indenização a que se referem os art. 477 e
497 [indenização dos empregados estáveis].
Assim, retomando o at. 483, § 2º, no caso de morte do empregador individual, mesmo havendo a sucessão
(ou herdeiros continuando o negócio) o empregado pode rescindir seu contrato de trabalho, estando
desobrigado de conceder aviso-prévio.
Culpa recíproca
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA
A extinção do contrato de trabalho por culpa recíproca ocorre quando tanto empregador quanto empregado
dão causa à extinção do contrato, ou seja, ambas as partes praticam condutas ensejadoras da rescisão.
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Assim como na rescisão indireta, esta modalidade de extinção contratual envolve decisão judicial que
reconheça a culpa recíproca. No dizer de Amauri Mascaro Nascimento35,
Como a culpa recíproca subentende culpa de ambas as partes, a Lei do FGTS prevê indenização de apenas
metade do valor devido no caso de demissão sem justa causa:
Lei 8.036/90, art. 18, § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º [40%] será de 20
(vinte) por cento.
Em relação à culpa recíproca é importante também relembrar a disposição constante da Súmula 14 do TST:
A CLT, após a Lei 13.467, de julho de 2017, passou a prever uma nova modalidade de término do contrato
de trabalho: rescisão do contrato de trabalho de comum acordo entre empregado e empregador, o chamado
“distrato”.
Nesta modalidade, tanto empregado quanto empregador desejam pôr fim ao contrato.
Esta alteração visa a desestimular a prática ilegal em que o empregado que não queria permanecer no
emprego pedia ao seu empregador para ser dispensado, no intuito de sacar seu FGTS, e devolvia a ele “por
fora” a multa rescisória de 40%.
Quanto às verbas rescisórias devidas, há pagamento de metade do aviso prévio, se indenizado, e da multa
compensatória do FGTS. Em relação a esta multa, como em geral ela é de 40%, metade dela resulta em uma
multa de 20% na rescisão por acordo.
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CLT, art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e
empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:
I - por metade:
Nesta modalidade o empregado não tem direito ao Seguro-Desemprego (já que o desemprego não é
"involuntário"), mas pode sacar até 80% dos depósitos no FGTS:
CLT, art. 484-A, § 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a
movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, limitada
até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos.
§ 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o
ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.
Atenção para não confundirmos a multa compensatória do FGTS (calculada como um percentual sobre os
depósitos realizados pelo empregador) com o saque do FGTS.
Esta multa representa um valor adicional devido pelo empregador, sendo que o saque do FGTS consiste
simplesmente na autorização para o empregado acessar os valores que o empregador vinha mensalmente
depositando na conta vinculada do trabalhador.
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Finalizando este tópico, destaque-se a possibilidade de as partes requererem, após a rescisão por acordo,
sua homologação judicial (CLT, art. 855-E). Caso homologada, o empregado não poderia pleitear, em
momento futuro, outras verbas relacionadas àquele contrato de trabalho.
Para não confundirmos com as verbas devidas na culpa recíproca, segue um quadro esquemático:
Aprendemos que, em regra, no direito do trabalho os contratos possuem indeterminação de prazo, mas que
existe também previsão legal de contratos a prazo determinados.
Para estudar o término dos contatos a prazo determinado vamos dividir a extinção em 2 situações distintas:
extinção normal do contrato e extinção antecipada.
37 Lei 8.036, art. 18, § 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na conta vinculada do
trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada
durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros.
38 Nas hipóteses listadas na Lei 8.036, art. 20
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➢ Extinção normal
A extinção normal do contrato a termo se dá pelo atingimento de seu termo prefixado, como, por exemplo,
os contratos de experiência.
CLT, art. 443, § 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:
c) de contrato de experiência.
Assim, quando um contrato a prazo determinado extingue-se pelo atingimento de seu termo, o empregado
não fará jus a indenização ou aviso prévio, mas apenas a saldo de salário, férias proporcionais (e vencidas,
claro) e 13º salário proporcional.
➢ Extinção antecipada
Caso ocorra extinção antecipada por iniciativa do empregador serão devidos, além de saldo de salário, férias
proporcionais (e vencidas, claro) e 13º salário proporcional, também a indenização prevista no artigo 479 da
CLT:
CLT, art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa
causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por
metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.
Exemplo: o contrato de experiência foi firmado com previsão de 90 dias, e no 50º dia o empregador, sem
justa causa, decide dispensar o empregado. Como faltavam 40 dias para encerrar o contrato, o empregador
deverá indenizar o obreiro com a remuneração correspondente a 20 dias (metade da remuneração a que ele
teria direito até o termo do contrato).
Além disso, nestes casos o empregador deverá depositar a multa de 40% do FGTS e o empregado poderá
sacar os valores existentes em sua conta vinculada.
Em contrapartida, caso ocorra extinção antecipada por iniciativa do empregado este é que deverá indenizar
o empregador, conforme previsão do artigo 480 da CLT:
CLT, art. 480 - Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato,
sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que
desse fato lhe resultarem.
§ 1º - A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado
em idênticas condições.
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Deste dispositivo podemos destacar que a indenização está vinculada aos prejuízos que o empregador sofrer
em decorrência desta antecipação do término do contrato (o artigo fala em “prejuízos que desse fato lhe
resultarem”), e esta indenização não poderá ser superior à metade da remuneração a que o demissionário
teria direito até o termo do contrato.
Existe previsão legal de que contratos a prazo determinado (como o contrato de experiência, por exemplo)
possuam cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada.
Caso o contrato a termo possua tal cláusula, a CLT prevê que deverão ser aplicados os princípios que regem
a rescisão dos contratos por prazo indeterminado:
CLT, art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória
do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja
exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos
contratos por prazo indeterminado.
Nestes casos (havendo esta cláusula no contrato a termo), então, a rescisão antecipada por iniciativa do
empregador obrigará este a conceder aviso prévio ao empregado. O mesmo se aplica ao empregado, que
deverá, nestas circunstâncias, conceder aviso prévio ao seu empregador.
Neste trecho da aula falaremos um pouco sobre outras formas de extinção do contrato de trabalho que não
se encaixam nas demais modalidades já estudadas.
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Os estudiosos do Direito do Trabalho muito discutiam acerca da extinção do contrato em decorrência do fato
do príncipe, que consiste na paralisação do trabalho (temporária ou definitivamente), decorrente de uma
determinação do poder público.
Trata-se de uma espécie de força maior, em que há a presença da conduta estatal, impondo a paralisação
das atividades da empresa, encontrando-se assim prevista na CLT:
CLT, art. 486 - No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por
ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução
que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização,
que ficará a cargo do governo responsável.
Esta é uma hipótese de extinção raramente acolhida pela jurisprudência brasileira, havendo quem chegue a
considerar o art. 486 da CLT como letra mora. Embora tenha baixa relevância prática, esta hipótese desperta
interesse doutrinário e em provas, sobretudo após os eventos relacionados ao novo Coronavírus (Covid-19).
3) valor da indenização
1) Como vimos acima, o fato príncipe consiste na paralisação do trabalho em decorrência de ato do poder
público. No entanto, não é qualquer paralisação por determinação estatal que suscita a aplicação do art. 486
da CLT, mas apenas aquelas que decorrem "única e exclusivamente" da imposição estatal39.
Primeiramente porque considera-se que parte das imposições estatais aos empregadores já estão dentro do
risco a que se expõem ordinariamente os empreendedores de maneira geral (risco empresarial).
Além disso, se o empregador, de algum modo, concorreu para a paralisação, não haveria que se atribuir
responsabilidade ao poder público. Então, por exemplo, se o fechamento da empresa é um efeito de
atividade irregular desempenhada pelo empregador, não subsistiria qualquer responsabilidade ao poder
público.
Sob estes dois fundamentos, Godinho40 destaca situações que não configuram factum principis:
- maxidesvalorizações cambiais
39 SARAIVA, Renato. Direito do Trabalho. 10 ed. São Paulo. Ed. GenMétodo. P. 270
40 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 17 ed. São Paulo, 2017, p. 1351.
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2) Havendo a (rara) configuração do fato do príncipe, a administração pública responsável pela paralisação
seria chamada a indenizar a extinção contratual. Sendo ato do poder público municipal, a indenização
caberia ao município; sendo estadual, caberia ao Estado membro; sendo ato federal, à União.
3) Quanto ao valor da indenização, há divergência doutrinária, sendo que a corrente majoritária defende
que a "indenização" mencionada no art. 486 corresponde (i) à multa compensatória do FGTS41 ou, (ii) nos
contratos por prazo determinado, na indenização prevista no art. 479 da CLT.
Assim, o governo não arcaria com todas as verbas rescisórias, mas apenas com o valor da multa rescisória
do FGTS ou com a indenização do art. 479 (as demais verbas devidas42 seriam pagas pelo próprio
empregador).
➢ Força maior
Art. 501 - Entende-se como força maior todo acontecimento inevitável, em relação à
vontade do empregador, e para a realização do qual este não concorreu, direta ou
indiretamente.
Poderíamos citar como exemplo um furacão que destruiu um mercado que empregava 20 pessoas, ou uma
grande enchente que alagou a sede de uma empresa de informática.
Reparem que o empregador não pode ter contribuído para o acontecimento, para que seja efetivamente
considerado motivo de força maior.
41Havendo, ainda, discussão quanto ao percentual da indenização, se seria de 20% ou de 40% sobre o montante depositado na
conta vinculada pelo empregador.
42 Há, também, divergência doutrinária quanto à necessidade ou não de pagamento do aviso prévio indenizado.
43 Reparem que a CLT não diferencia força maior e caso fortuito.
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Além disso, a CLT deixa claro que o empregador deve ter agido de forma previdente (art. 501, §1º). Se, por
exemplo, ocorre um incêndio na sede da empresa que destrói todo o local, mas observa-se que não havia
extintores ou outro sistema de proteção contra incêndio no local, poderíamos concluir que este empregador
não foi previdente, pois deixou de adotar as cautelas que eram esperadas (neste caso, não haveria que se
falar em força maior).
A força maior pode autorizar a realização de horas por necessidade imperiosa (CLT, art. 61), interromper o
contrato de trabalho ou mesmo extingui-lo.
Art. 502 - Ocorrendo motivo de força maior que determine a extinção da empresa, ou de
um dos estabelecimentos em que trabalhe o empregado, é assegurada a este, quando
despedido, uma indenização na forma seguinte:
II - não tendo direito à estabilidade, metade da que seria devida em caso de rescisão sem
justa causa;
III - havendo contrato por prazo determinado, aquela a que se refere o art. 479 desta Lei,
reduzida igualmente à metade.
Reparem que a força maior autoriza até mesmo o término do contrato de empregados protegidos por
estabilidades provisórias. Além disso, o empregado fará jus à metade da multa compensatória do FGTS (isto
é, será paga à base de 20% dos depósitos junto ao FGTS - Lei 8.036, art. 18, §2º) e, se for contrato por prazo
determinado, receberá metade da indenização que receberia no caso de extinção normal antecipada.
Detalhando tais verbas rescisórias, o professor Ricardo Resende44 aponta que nestes casos o empregado faz
jus às seguintes parcelas:
• Saldo de salário
• 13º salário proporcional
• Férias (simples, vencidas e proporcionais)
• Metade da multa compensatória do FGTS (isto é, 20%)
• Metade da indenização do art. 479, se for o caso
• Saque do FGTS
• Aviso prévio (embora existam autores que defendam não ser cabível)
➢ Morte do empregado
44 RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho Esquematizado. Rio de Janeiro: Método, 2017, p. 755-756.
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Iniciando com a morte do empregado, esta é uma situação onde o contrato será extinto e não há que se
falar em indenização.
Nestes casos os herdeiros do falecido receberão saldo de salário, férias proporcionais e 13º salário
proporcional.
Também é motivo bastante para extinguir o contrato de trabalho a morte do empregador pessoa física.
Neste caso de extinção do contrato as verbas devidas ao empregado serão as mesmas da dispensa sem justa
causa: saldo de salário (dias trabalhados no mês da saída), férias (inclusive proporcionais), 13º salário
(proporcional), indenização do FGTS (multa rescisória de 40%) e aviso prévio:
CLT, art. 485 - Quando cessar a atividade da empresa, por morte do empregador, os
empregados terão direito, conforme o caso, à indenização a que se referem os art. 477 e
497 [indenização dos empregados estáveis].
Entretanto, existe outra possibilidade que é a morte do empregador pessoa física com a continuidade do
empreendimento (por exemplo, o filho do falecido continua a exercer a atividade de seu pai).
Ocorrendo esta continuidade do empreendimento estaremos diante de sucessão trabalhista, e neste caso o
contrato de trabalho poderá prosseguir.
Havendo a morte do empregador individual, porém, a lei faculta ao empregado dar por rescindido seu
contrato (falamos sobre isso anteriormente):
Caso o empregado opte por esta possibilidade, não caberá aviso prévio e nem indenização do FGTS (multa
rescisória de 40%).
Algumas empresas apresentam aos seus empregados proposta de valor que os incentive a desligar-se da
empresa, fato este conhecido como “Programa de Demissão Voluntária”, “Programa de Incentivo à Demissão
Voluntária” ou ainda “Plano de Incentivo à Demissão Voluntária”. Este procedimento também é conhecido
pela sigla PDV.
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A CLT, após a Lei 13.467 (reforma trabalhista), regulamentou o término do contrato de trabalho por meio da
adesão a um PDV, como uma espécie de extinção por acordo (CLT, art. 484-A), em que empregado manifesta
o interesse em pôr fim ao vínculo de emprego, ante um incentivo oferecido pelo empregador (quantia em
dinheiro, viagem, treinamentos pagos ou outros benefícios diversos). Portanto, ambos desejam extinguir o
vínculo empregatício.
Antes de avançar, é preciso destacar que os PDVs/PDIs podem ou não ser negociados perante o sindicato
(por meio de ACT/CCT).
Caso sejam objeto de previsão em ACT/CCT, a adesão do empregado ao Plano de Demissão, nessa condição,
representa, como regra geral, quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia:
CLT, art. 477-B. Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa individual,
plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, enseja
quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo
disposição em contrário estipulada entre as partes.
Dessa forma, um empregado que tenha aderido ao PDV/PDI previsto em ACT/CCT não poderá,
posteriormente, reclamar perante a Justiça Trabalhista o pagamento de verbas trabalhistas, como poderia
um outro empregado que não tenha aderido.
Para que efetivamente ocorra tal quitação plena, o Ministro Godinho defende que haja (além da previsão
em ACT/CCT) expressa menção à quitação na documentação e benefícios ao trabalhador45:
é válida a quitação plena e irrevogável (quitação ampla e irrestrita) dos direitos decorrentes
da relação empregatícia, em se tratando de rescisão contratual lavrada pelo empregado
sob a égide de PDV ou PDI que tenha sido aprovado por negociação coletiva trabalhista
(ACT ou CCT), com referência expressa no instrumento coletivo negociado e nos
instrumentos firmados pelo trabalhador, concernentes à sua adesão ao Plano de
Desligamento e à sua respectiva rescisão contratual (art. 477-B, CLT, em conjugação com a
decisão vinculante do STF no RE 590.415-SC); essa validade ampla e irrestrita supõe a
presença no Plano de Desligamento de vantagens reais em benefício do trabalhador
aderente (..)
45DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n.
13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 186-187
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Assim, segundo tal entendimento, quando não houver expressamente referência à quitação ampla, esta
deixaria de acontecer.
Antes de avançar, reparem que, pela literalidade do dispositivo acima, a opção do legislador na Lei 13.467
foi de conferir efeitos semelhantes àqueles adotados pelo STF no julgamento do RE 59041546, o qual já
restringia os efeitos da OJ 27047 da SDI-1 do TST.
Estes são os chamados PDVs unilaterais. Nesta hipótese, não haveria que se falar em quitação ampla e
irrestrita. O Ministro Godinho, na passagem abaixo, restringe os efeitos liberatórios mencionados no art.
477-A da CLT apenas aos PDVs/PDIs negociados com os sindicatos48:
46 (..) fixando-se a tese de que a transação extrajudicial que importa rescisão do contrato de trabalho em razão de adesão voluntária
do empregado a plano de dispensa incentivada enseja quitação ampla e irrestrita de todas as parcelas objeto do contrato de
emprego caso essa condição tenha constado expressamente do acordo coletivo que aprovou o plano, bem como dos demais
instrumentos celebrados com o empregado.
47 OJ 270 – SDI1 – A transação extrajudicial que importa rescisão do contrato de trabalho ante a adesão do empregado a plano de
demissão voluntária implica quitação exclusivamente das parcelas e valores constantes do recibo.
48 DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n.
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Isso significa que Planos de Demissão Voluntária (..) estruturados unilateralmente pela
empresa não estão abrangidos pela regra do art. 477-B da CLT, não produzindo os efeitos
jurídicos de quitação ampla, geral e irrestrita mencionados no preceito celetista.
Relembro, ainda, que os prêmios para incentivo à adesão ao PDV é um dos temas em que o “negociado
prevalece sobre o legislado”:
CLT, art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre
a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (..)
Reparem, por fim, que, antes da reforma trabalhista, o TST já entendia que o valor oferecido ao empregado
que decide aderir ao Programa não pode compensar as verbas trabalhistas devidas:
Desta forma, o valor oferecido aos empregados que façam adesão do PDV (valor fixo ou percentual) não
pode compensar as verbas rescisórias (saldo de salário, 13º salário proporcional, etc.), que também deverão
ser pagas.
No intuito de conferir mais liberdade ao empregador, a CLT buscou equiparar a dispensa de um único
empregado (dispensa individual) com a dispensa de vários empregados (dispensas plúrima e coletiva).
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Antes da inclusão do art. 477-A no texto celetista, caso o empregador decidisse dispensar vários empregados
de uma vez, deveria negociar previamente as condições com o sindicato obreiro. A partir de então, segundo
o texto reformado da CLT, não há mais que se falar em autorização do sindicato ou de negociação coletiva:
Relativizando a equiparação criada pela reforma trabalhista, em junho de 2022, o STF passou a entender ser
necessária a participação do sindicato nas dispensas em massa de trabalhadores. Para o STF, embora não se
exija "autorização" do sindicato para tais dispensas, é necessário seu envolvimento, por meio de uma
"intervenção sindical prévia". A tese firmada pelo STF foi a seguinte (RE 999435):
➢ Dispensa arbitrária
Colocamos esta modalidade apartada da dispensa sem justa causa para tratar de detalhes específicos sobre
a sua nomenclatura.
Inicialmente, para situar50 o (a) leitor (a) coloquei, abaixo, passagens da CF/88, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT) e da CLT onde encontramos a expressão “dispensa arbitrária”:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
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I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, (...).
ADCT, art. 10, II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: (...)
CLT, art. 165 - Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão
sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo
disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.
Pois bem. Sobre o alcance da expressão dispensa arbitrária, por vezes ela é usada como sinônimo de dispensa
imotivada, onde também se inclui o conceito de dispensa sem justa causa.
Vamos reler a lição sobre [des]motivação para a dispensa do empregado, de autoria do Ministro Godinho 51:
Valentin Carrion52, comentando o art. 165 da CLT (acima transcrito), esclarece que
“A despedida arbitrária, ou seja, sem justa causa (pois nem toda justa causa significa falta),
será a que não tiver por fundamento “motivo disciplinar”: os atos ou omissões do
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empregado que constituam uma obrigação legal ou contratual (dentro dos pressupostos
do art. 48253). Também razões de ordem técnicas ou financeiras poderão servir de suporte
legitimador (...).”
Dispensa arbitrária
É dispensa desmotivada, que não se funde em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.
Feita a explanação teórica, o que de mais relevante se pode extrair do tema é que as duas únicas garantias
provisórias de emprego54 instituídas com base na dispensa arbitrária são a do cipeiro (membro eleito da
CIPA) e a dos representantes na comissão de entendimento direto:
CLT, art. 165 - Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão
sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo
disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.
Art. 510-D, § 3o Desde o registro da candidatura até um ano após o fim do mandato, o
membro da comissão de representantes dos empregados não poderá sofrer despedida
arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico,
econômico ou financeiro.
53 Enumera as condutas obreiras ensejadoras da demissão por justa causa, como estudamos neste tópico.
54 Assunto que trataremos mais adiante nesta aula, no item 5.
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Nos demais casos (gestante, dirigente sindical, empregado acidentado) a garantia provisória de emprego
somente admite a dispensa por justa causa55, ou seja, não caberia, contra esses empregados, a dispensa [não
arbitrária, mas sem justa causa] por motivo técnico, econômico ou financeiro.
➢ Despedida obstativa
Essa expressão foi cunhada, incialmente, para designar a despedida de empregado não optante pelo FGTS
durante o nono ano de trabalho na mesma empresa, com a finalidade de obstar a aquisição da estabilidade
decenal56 pelo empregado.
Com a instituição da obrigatoriedade do regime do FGTS pela CF/88, hoje essa despedida tem pouca
relevância prática, senão para concursos públicos.
Atualmente, esta prática também pode ser identificada nas hipóteses em que o empregador visa a impedir
que o empregado venha a adquirir estabilidade, de forma geral, no emprego, ainda que provisória.
É o caso, por exemplo, do empregador que dispensa o empregado que sofre acidente do trabalho, sem a
expedição da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) ao INSS.
Pode-se entender, de modo amplo, que trata-se da dispensa que tem por finalidade obstar, impedir, evitar
a consumação ou aquisição de um direito por um empregado, quando o obreiro está na iminência de adquirir
um direito.
Nesse sentido, o art. 499 da CLT prevê em seu §3º que a despedida que se verificar com o fim de obstar ao
empregado a aquisição de estabilidade, sujeitará o empregador a pagamento em dobro da indenização
prescrita nos artigos 477 e 478 (substituída pela multa rescisória de 40% sobre os depósitos do FGTS).
Fazendo-se uma analogia com o direito civil, podemos extrair como fundamento legal o art. 129 do CCB:
CCB, art. 129 - Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo
implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-
se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a
quem aproveita o seu implemento.
Segue abaixo tabela compilada inicialmente pelo Prof. Ricardo Resende57 para auxiliar na fixação e eventuais
dúvidas:
Multa art.
Multa art.
13º prop.
Desemp.
adicional
Saldo de
vencidas
Seguro-
Indeniz.
simples
propo.
salário
prévio
Saque
Aviso-
Férias
Férias
Férias
Multa
FGTS
FGTS
479
480
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Término do contrato por prazo SIM SIM SIM SIM SIM SIM
determinado
Rescisão antecipada do contrato SIM SIM SIM SIM SIM 40% SIM SIM SIM
58
Rescisão indireta do contrato de SIM SIM SIM SIM SIM SIM 40% SIM SIM
60
trabalho
Culpa recíproca SIM 50% SIM SIM 50% 50% 20% SIM
61
Rescisão por acordo SIM SIM SIM SIM SIM SIM62 20% SIM
(80%)
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Morte do empregador pessoa SIM SIM SIM SIM SIM SIM 40% SIM SIM
física65
Extinção da empresa ou do SIM SIM SIM SIM SIM SIM 40% SIM SIM
estabelecimento/falência
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AVISO PRÉVIO
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA
Como os contratos de trabalho, em geral, possuem prazo indeterminado, institui-se o aviso prévio no Direito
do Trabalho para que, quando uma das partes da relação de emprego decidir encerrar o vínculo, a outra
parte possa ter um tempo razoável para adotar as medidas necessárias.
Caso a iniciativa da resilição contratual seja do empregador, o aviso prévio permitirá ao empregado procurar
novo emprego para seu sustento; caso seja do empregado, permitirá ao empregador buscar novo
trabalhador para ocupar o posto que se tornará vago.
O termo aviso prévio, como ensina Amauri Mascaro Nascimento1, possui tríplice dimensão, como podemos
ler abaixo:
“Aviso-prévio quer dizer comunicação que a parte que quer rescindir o contrato sem justa
causa deve fazer à outra. Significa, também, o período durante o qual, após essa
comunicação, o empregado ainda ficará trabalhando na empresa. Tem o sentido,
finalmente, de pagamento em dinheiro (...).”
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social: (...)
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei;
Com base neste comando constitucional foi promulgada, no final de 2011, a Lei 12.506, que definiu a
proporcionalidade do aviso prévio, nos seguintes termos:
Lei 12.506/11, art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação
das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943,
será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um)
ano de serviço na mesma empresa.
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por
ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias,
perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
Sobre o assunto, frise-se que a Lei 12.506/11 não se aplica a rescisões ocorridas anteriormente à sua
vigência; este é o sentido da seguinte Súmula do TST, com redação de setembro de 2012:
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Deste modo, podemos concluir que, de acordo com a CF/88 e Lei 12.506/11, o aviso prévio é de no mínimo
30 dias e no máximo 90 dias.
Assim, precisamos ficar atentos quanto a uma previsão celetista (art. 487, inciso I) que é incompatível com a
atual Constituição (coloquei o texto tachado):
CLT, art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser
rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de:
II - trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze)
meses de serviço na empresa.
Esta hipótese prevista no inciso I (de oito dias de aviso), portanto, não foi recepcionada pela atual
Constituição Federal.
O aviso prévio, portanto, deve ser concedido pela parte (empregador ou empregado) que, sem justo motivo,
quiser rescindir o contrato de trabalho.
Se a iniciativa é do empregador (dispensa sem justa causa), o aviso prévio é um direito do empregado. Se a
iniciativa é do empregado (pedido de demissão), o aviso prévio passa a ser um dever deste.
Aprenderemos neste tópico as hipóteses de cabimento (ou não) do aviso prévio, e para termos uma noção
geral da aplicabilidade deste instituto montei o quadro-resumo abaixo:
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Rescisão indireta
Morte do empregador
pessoa física
Sob a óptica do empregado, para que o aviso cumpra os seus fins (buscar novo emprego) deverá haver uma
redução do labor prestado durante os 30 dias, de 2 formas: redução da jornada diária ou falta justificada de
7 dias corridos:
CLT, art. 488 - O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se
a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias,
sem prejuízo do salário integral.
Parágrafo único - É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas
diárias previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário
integral, por 1 (um) dia, na hipótese do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese do
inciso II do art. 487 desta Consolidação.
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Como aprendemos anteriormente, o citado inciso I do artigo 487 não foi recepcionado pela CF/88, então
podemos reler este parágrafo único desconsiderando a previsão de 1 (um) dia de aviso:
Parágrafo único - É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas
diárias previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário
integral, (...) por 7 (sete) dias corridos, na hipótese do inciso II do art. 487 desta
Consolidação.
Assim, quando o empregador concede o aviso prévio, caberá ao empregado optar pela redução das 2 (duas)
horas diárias ou pelos 7 (sete) dias corridos de falta ao serviço.
Percebam que estas regras se aplicam se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, ou seja, caso o
empregado decida romper o vínculo não caberá a redução de jornada.
Além disso, frise-se que estas possibilidades não se cumulam: quando a rescisão tiver sido promovida pelo
empregador, ou reduz-se em 2 (duas) horas diárias ou pode-se faltar por 7 (sete) dias corridos.
Não se admite que o empregador deixe de reduzir a jornada (mesmo que pague as horas correspondentes)
tendo em vista que o objetivo desta redução é permitir que o empregado busque novo emprego:
É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo
pagamento das horas correspondentes.
E o que acontece se uma das partes decide encerrar o vínculo sem avisar a outra no prazo definido pela
legislação?
CLT, art. 487, § 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o
direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração
desse período no seu tempo de serviço.
-----------------------------------
Outra hipótese de cabimento do aviso prévio é o pedido de demissão, caso em que o trabalhador é que
concederá aviso prévio ao seu empregador (neste caso, portanto, a concessão do aviso é obrigação do
empregado).
Caso o empregado decida romper o vínculo sem cumprir o aviso também há previsão de indenização:
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CLT, art. 487, § 2º - A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o
direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo.
Como aprendemos acima, as regras de redução de jornada se aplicam quando a rescisão tenha sido
promovida pelo empregador, ou seja, caso o empregado decida romper o vínculo (pedido de demissão) não
caberá a redução de 2 (duas) horas diárias ou falta ao serviço por 7 (sete) dias corridos durante o período de
aviso.
Sim, é possível, pois a dispensa do cumprimento do aviso por parte do empregador não se constitui em
prejuízo.
Outra situação em que aplicável o aviso prévio é a culpa recíproca, quando se verifica, judicialmente, que
empregado e empregador praticaram atos passíveis de justificar a extinção do contrato. Esta modalidade
demanda o reconhecimento das faltas pelo Poder Judiciário:
Percebam que nesta modalidade o aviso (indenizado) será devido ao empregado pela metade, ou seja, 50%.
Além da culpa recíproca, o aviso prévio também é devido pela metade na nova extinção por acordo, caso
este seja indenizado:
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CLT, art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e
empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:
I - por metade:
Falamos no início do tópico que o aviso prévio é aplicável nos contratos prazo indeterminado. Esta é uma
regra geral, que possui uma exceção já explorada em concursos.
Relembrando o que já vimos nesta aula, existe previsão legal de que contratos a prazo determinado (como
o contrato de experiência, por exemplo) possuam cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão
antecipada.
Caso o contrato a termo possua tal cláusula, a CLT prevê que deverão ser aplicados os princípios que regem
a rescisão dos contratos por prazo indeterminado:
CLT, art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória
do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja
exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos
contratos por prazo indeterminado.
Deste modo, esta hipótese configura uma possibilidade excepcional de aplicação do instituto do aviso prévio
em contratos a prazo determinado.
Aqui cabe trazer a Súmula 163 do TST, que consolida entendimento jurisprudencial sobre a aplicabilidade do
aviso prévio em contratos de experiência:
Cabe aviso prévio nas rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na forma do art.
481 da CLT.
Apenas reforçando: este verbete inclui o direito ao aviso prévio nos contratos de experiência (assim como
nos demais contratos a termo) em que haja cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão
antecipada.
Outra circunstância que se compatibiliza com a figura do aviso prévio é a rescisão indireta, estudada
anteriormente.
Como dito antes, na extinção do contrato de trabalho chamada de rescisão indireta o empregador é que
comete falta grave, sendo esta modalidade reconhecida na Justiça do Trabalho.
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--------------------
Feitas as considerações, segue novamente o quadro com as principais hipóteses de cabimento do aviso
prévio, para termos uma visão ampla sobre o assunto:
==32a26a==
Rescisão indireta
Morte do empregador
pessoa física
Somente quando contiverem
Contratos a prazo
cláusula assecuratória do direito
determinado
recíproco de rescisão antecipada
Tendo estudado as hipóteses de cabimento do aviso e suas condições, vamos falar um pouco sobre regras
gerais deste instituto.
➢ Reconsideração do aviso
Existe previsão legal de reconsideração do aviso, o que pode ocorrer caso uma parte conceda aviso prévio à
outra e, durante o período de aviso, esta mesma parte propõe manter o vínculo empregatício:
CLT, art. 489 - Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o
respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra
parte é facultado aceitar ou não a reconsideração.
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Sendo o aviso prévio trabalho concedido pelo empregador, é possível que durante o cumprimento do aviso
haja conduta grave praticada pelo empregador ou seus prepostos.
Nestes casos, a CLT prevê que o empregador poderá arcar com a indenização do aviso:
CLT, art. 490 - O empregador que, durante o prazo do aviso prévio dado ao empregado,
praticar ato que justifique a rescisão imediata do contrato, sujeita-se ao pagamento da
remuneração correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização que
for devida.
Por outro lado, caso o empregado é que cometa falta grave durante o cumprimento do aviso, este estará
sujeito a perder o período restante do aviso prévio:
CLT, art. 491 - O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das
faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do
respectivo prazo.
Sobre o assunto existe Súmula do TST que retira do empregado que comete falta grave durante o aviso prévio
o direito às verbas de natureza indenizatória, ressalvando-se o caso de abandono de emprego:
Como visto, o objetivo do aviso prévio dado ao empregado é que este possa obter novo trabalho, e no caso
de abandono de emprego presume-se que a falta grave tenha decorrido deste motivo.
➢ Base de cálculo
Com relação à base de cálculo do aviso prévio, é preciso diferenciar as parcelas que integram seu cálculo,
daquelas que não integram.
Em relação à integração, é interessante destacar que o próprio artigo 487, em seus §§ 3º, 5º e 6º, estabelece
regras específicas acerca de salário variável, horas extraordinárias e reajustamento salarial.
Em se tratando de parcela variável, deve-se computar a média dos últimos 12 meses de serviço:
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CLT, art. 487, § 3º - Em se tratando de salário pago na base de tarefa, o cálculo, para os
efeitos dos parágrafos anteriores, será feito de acordo com a média dos últimos 12 (doze)
meses de serviço.
As horas extras habitualmente prestadas, as quais integram o salário, também integra a base de cálculo do
aviso prévio:
CLT, art. 487, § 5º O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio
indenizado.
Além disso, o §6º dispõe que o empregado no curso do aviso também seja beneficiado se houver sido
concedido reajustamento salarial coletivo:
CLT, art. 487, § 6º O reajustamento salarial coletivo, determinado no curso do aviso prévio,
beneficia o empregado pré-avisado da despedida, mesmo que tenha recebido
antecipadamente os salários correspondentes ao período do aviso, que integra seu tempo
de serviço para todos os efeitos legais.
Há outras parcelas que sabidamente não integrarão a base de cálculo do aviso. Nesse sentido, a SUM-354
dispõe que as gorjetas não integram tal cálculo. No mesmo sentido, dispõe a SUM-253 quanto às
gratificações semestrais, as quais, se houver, não devem integrar o cálculo do aviso.
Pessoal, antes de avançar, é preciso destacar que o período do aviso prévio, seja trabalhado ou indenizado,
é computado na duração do contrato de trabalho. Esta é a chamada projeção do aviso prévio indenizado
nas verbas trabalhistas devidas ao empregado.
Portanto, o aviso prévio, ainda que indenizado, integra o tempo de serviço do empregado para todos os
efeitos legais, segundo prevê a parte final do dispositivo abaixo:
CLT, art. 487, § 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o
direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração
desse período no seu tempo de serviço.
Exemplo: se um empregado com exatos 7 meses de trabalho recebe o aviso de sua demissão sem justa causa,
mesmo se o aviso prévio for indenizado, o tempo de serviço deste empregado irá totalizar 8 meses, pois os
30 dias do aviso prévio são projetados na duração total do contrato de trabalho.
Até mesmo a data do término do contrato de trabalho, anotada na CTPS do empregado, deve ser a data do
fim do aviso prévio indenizado:
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A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso
prévio, ainda que indenizado.
Como consequência desta projeção do aviso prévio, o cálculo de verbas como 13º, férias e FGTS 2 deverão
considerar todo este período.
A natureza dos valores recebidos decorre do fato de o aviso ser trabalhado ou indenizado.
Sendo trabalhado (ou cumprido), o aviso prévio possui natureza salarial, já que se trata do simples
recebimento do último período de trabalho. Assim, o aviso prévio trabalhado integra o cálculo das demais
parcelas, quando couber.
Por outro lado, se ele não for concedido pelo empregador, ele deverá ser indenizado, mas computa-se sua
projeção para os cálculos rescisórios, como por exemplo, no cômputo das férias e décimo terceiro
proporcional.
Deve ficar claro, ainda, que sobre o aviso prévio indenizado também incide o recolhimento do FGTS,
conforme comentado anteriormente:
SUM-305 TST
Por fim, considerando a projeção dos efeitos da projeção do aviso prévio indenizado, é preciso destacar que
ele também é computado no caso de recebimento da indenização adicional a que se referem as Leis
7.238/1984 e 6.708/1979:
O tempo do aviso prévio, mesmo indenizado, conta-se para efeito da indenização adicional
prevista no art. 9º da Lei nº 6.708, de 30.10.1979.
Tal indenização adicional tem por escopo inibir que o empregador dispense o empregado na véspera de
obter vantagens decorrentes da negociação coletiva. Para facilitar a compreensão, segue o exemplo dado
por Ricardo Resende3:
2 SUM-305 TST
O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a contribuição para o FGTS.
3 RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho Esquematizado. Rio de Janeiro: Método, 2017, p. 723.
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não lhe pagar as verbas rescisórias calculadas sobre o novo salário, que entrará em vigor
em 1º de fevereiro, o empregador dispensa este trabalhador em 10 de janeiro.
Neste caso, [seguindo as disposições das Leis 7.238/1984 e 6.708/1979] será devida a
indenização adicional, visto que a dispensa se deu nos 30 dias (trintídio) que antecede a
data-base.
Seguindo adiante, convém mencionar que o direito do aviso prévio (ou seja, quando o empregador concede
o aviso) é irrenunciável pelo empregado, o que inclusive já foi materializado em Súmula do TST:
Além da regra em si, é importante manter-se atento à exceção admitida pelo TST: é possível renunciar ao
aviso prévio quando o empregado conseguir obter novo emprego.
Esta exceção é bastante razoável, pois o aviso prévio, na óptica do empregado, se destina a buscar novo
emprego. Se ele, comprovadamente, já encontrou o novo trabalho, não há porque adiar o exercício das
funções junto ao novo empregador, e então, neste caso, é possível renúncia ao direito do aviso prévio.
Há casos previstos na legislação em que o empregado adquire uma garantia de emprego (ou estabilidade
provisória), não mais podendo ser livremente dispensado.
Pois bem. A dúvida surge quanto à possibilidade de o empregado adquirir uma dessas garantias de emprego
durante o curso do aviso prévio.
Por exemplo: sabe-se que a empregada gestante possui garantia de emprego desde a confirmação da
gravidez até 5 meses após o parto4. E se a empregada é dispensada pela empresa e, no curso do aviso prévio,
tem sua gravidez confirmada?
Vejam que o fato gerador da garantia de emprego ocorreu após ter sido comunicada de sua dispensa. Por
este motivo, tem prevalecido o entendimento de que, regra geral, as garantias de emprego não se aplicam
a fatos geradores ocorridos durante o cumprimento do aviso prévio.
4ADCT, art. 10, II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
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Além dos casos já expostos, havia uma prática chamada de “aviso cumprido em casa”: o empregador demitia
o empregado, não indenizava o aviso e não permitia que ele laborasse (ao invés de indenizar o aviso ou
manter o empregado trabalhando, ele permanece em casa aguardando o final do período do aviso).
Esta prática não é admitida pela doutrina e jurisprudência, pois tem o objetivo de retardar o pagamento das
verbas rescisórias.
Em caso de aviso prévio cumprido em casa, o prazo para pagamento das verbas rescisórias
é até o décimo dia da notificação de despedida.
Como não há previsão legal desta possibilidade, e para evitar que se postergue o pagamento das verbas ao
demitido, nestes casos deve-se quitar os valores até o décimo dia, contado da data da notificação da
demissão (ou seja, é a mesma regra do aviso indenizado).
5 CLT, art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do
aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do
art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
6 A exemplo dos precedentes do TST AIRR-478.51.2012.5.09.0021 (24/02/2016) e AIRR-778-73.2011.5.04.0122 (09/12/2015).
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Como comentado no tópico anterior, foi promulgada, no final de 2011, a Lei 12.506, que definiu a
proporcionalidade do aviso prévio, nos seguintes termos:
Lei 12.506/11, art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação
das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943,
será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um)
ano de serviço na mesma empresa.
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por
ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias,
perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
A redação enxuta da lei trouxe diversidade de interpretações sobre alguns aspectos que são detalhados
abaixo.
Surgiram dúvidas sobre como são adicionados os 3 dias por ano de serviço ao aviso do empregado.
Se, por exemplo, o empregado completa um ano de serviço, teria direito ao aviso de 33 dias ou apenas 30?
Para a corrente que entende que a contagem se inicia com o 2º ano de serviço a resposta para a pergunta
seria 30, como podemos ver na questão abaixo, cujo gabarito foi (D):
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Em Fevereiro de 2012, Artêmis e Hera, empregadas da empresa “XX”, receberam aviso prévio de rescisão
injustificada de contrato individual de trabalho por prazo indeterminado. Considerando que Artêmis possuía
três anos de serviço na empresa “XX” e Hera dez anos, elas terão direito ao Aviso Prévio de
(A) 30 dias.
(B) 45 dias.
(C) 33 dias e 51 dias, respectivamente.
(D) 36 dias e 57 dias, respectivamente.
(E) 39 dias e 60 dias, respectivamente.
Se Artêmis possui 3 anos, o seu aviso prévio seria de 30 dias + 9 dias (pelos 3 anos) = 39
Entretanto, esta interpretação (usada nesta questão pela FCC de 2012) de que se contariam os 3 dias a partir
do 2º ano completo de serviço, resultaria nos avisos de Artêmis e Hera de, respectivamente, de 36 e 57 dias.
A tendência, entretanto, é que outra interpretação da lei prevaleça (completado o 1º ano de serviço já se
adquirem os 3 dias de aviso proporcionais), e neste caso, os avisos da questão seriam de 39 e 60 dias –
gabarito (E).
Notem que, em 2017, a mesma banca adotou a outra interpretação, como se depreende da questão abaixo,
ao menos no gabarito preliminar, que foi letra (A). A questão foi posteriormente anulada:
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No sentido de que completado o 1º ano de serviço já se adquirem os 3 dias de aviso proporcionais, temos o
próprio Ministério do Trabalho (MTb), os últimos precedentes do TST7 e Mauricio Godinho Delgado8:
“(...) o trabalhador que complete um ano de serviço na entidade empregadora terá direito
ao aviso de 30 dias, mais três dias em face da proporcionalidade. A cada ano subsequente,
desponta o acréscimo de mais três dias. Desse modo, completado o segundo ano de serviço
na empresa, terá 30 dias de aviso-prévio, mais seis dias, a título de proporcionalidade da
figura jurídica, e assim sucessivamente. No 20º ano de serviço na mesma entidade
empregadora, terá direito a 30 dias de aviso-prévio normal, mais 60 dias a título de
proporcionalidade do instituto”.
Adotando esta outra interpretação, a questão abaixo considerou correta a seguinte afirmação:
O aviso prévio, de modo geral, se caracteriza pela bilateralidade, pois quando uma das partes da relação de
emprego decidir encerrar o vínculo sem motivação, a outra deve ser pré-avisada.
Alterando um pouco a pergunta: a proporcionalidade se aplica à demissão sem justa causa (quando o aviso
é direito do empregado) e ao pedido de demissão (quando o aviso é dever do empregado) ou somente na
demissão sem justa causa?
Exemplo: se o empregado com um ano de serviço é demitido, como vimos acima, ele teria direito a aviso
prévio de 33 dias; se este mesmo empregado pede demissão, teria que conceder aviso de 30 ou 33 dias ao
empregador?
O tema é controverso, mas tem prevalecido o entendimento de que cabe a proporcionalidade do aviso
somente quando este represente direito do empregado.
“(...) é necessário lembrar que o aviso prévio proporcional integra, em última análise, o
sistema de garantias de emprego, pois cria ônus adicionais para as resilições patronais com
2013, p. 570.
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o propósito de desencorajá-las. Ademais, o instituto ora em análise deve ser visto como
uma das compensações legislativas decorrentes da extinção da estabilidade decenal,
direito que, como se sabe, apenas os empregados eram capazes de conquistar.”
No mesmo sentido, o Ministério do Trabalho11 e precedentes do TST12 entendendo que o aviso prévio
proporcional aplica-se apenas ao empregado. Transcrevo um desses julgados:
A proporcionalidade do aviso prévio a que se refere a Lei 12.506/2001 apenas pode ser
exigida da empresa, uma vez que entendimento em contrário, qual seja, exigir que
também o trabalhador cumpra aviso prévio superior aos originários 30 dias, constituiria
alteração legislativa prejudicial ao empregado, o que, pelos princípios que norteiam o
ordenamento jurídico trabalhista, não se pode admitir. Dessarte, conclui-se que a norma
relativa ao aviso prévio proporcional não guarda a mesma bilateralidade característica
da exigência de 30 dias, essa sim obrigatória a qualquer das partes que intentarem resilir
o contrato de emprego.
Os efeitos da proporcionalidade do aviso como regulada pela Lei 12.506/11 atingem períodos de aviso
ocorridos anteriormente à publicação do referido diploma?
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E os avisos prévios em curso na data de publicação da nova lei, serão dilatados pela proporcionalidade,
quando cabível13?
“Nesse caso, parece razoável admitir a aplicação da novel disposição legislativa, uma vez
que aviso prévio em curso não poderá ser reputado como um ato jurídico perfeito e
acabado. O empregador, em tal situação, deverá aditar o tempo de aviso prévio tantos dias
quantos sejam necessários à observância da regra da proporcionalidade em relação ao
tempo de serviço.”
A Lei 12.506/11 e a doutrina não admitem tal possibilidade. Relembrando a letra da lei:
Lei 12.506/11, art. 1º O aviso prévio, de que trata o (...), será concedido na proporção de
30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa.
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por
ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias,
perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
Um empregado, portanto, que conte com 1 ano e 6 meses de serviço e é demitido sem justa causa, terá
direito a aviso prévio de 33 dias, e não 36.
Entretanto, situação peculiar ocorre quando o demitido sem justa causa possui fração de 11 meses de
serviço.
Pelo disposto na CLT, o tempo de aviso se integra ao tempo de serviço, e, neste caso, influenciaria na
proporcionalidade:
CLT, art. 487, § 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o
direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração
desse período no seu tempo de serviço.
13 Cabível no sentido de beneficiar empregados demitidos sem justa causa que já haviam completado pelo menos um ano de serviço
na empresa.
14 MARTINEZ, Luciano. Op. cit., p. 570.
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Nesse sentido, Mauricio Godinho Delgado15 cita o exemplo do empregado que conte, na demissão sem justa
causa, com 1 ano e 11 meses de serviço:
“(...) à medida que o pré-aviso integra-se ao tempo contratual para os efeitos jurídicos
pertinentes (...), o empregado com 1 ano e 11 meses de serviço terá, sim, direito à segunda
cota de proporcionalidade, caso dispensado sem justa causa (isto é, 30 dias mais 6 dias de
proporcionalidade), uma vez que, com a projeção do próprio aviso-prévio, seu tempo
contratual de serviço atingirá 2 anos (na verdade, um pouco mais).”
Por outro lado, o Ministério do Trabalho16 e Jorge Cavalcanti Boucinhas Filho17 defendem o contrário, nos
seguintes termos:
“tempo de aviso prévio só é calculado uma única vez (no momento em que é dado o aviso,
levando em conta o tempo trabalhado até então).
(..)
Assim, no exemplo suscitado, (..) onde o trabalhador possui 11 meses e 15 dias de trabalho
quando recebe o aviso prévio, o tempo desse aviso será de 30 dias, pelo simples fato de
que o trabalhador não atingiu o tempo mínimo para fazer jus ao primeiro acréscimo legal
de 3 dias.”
As questões abaixo, compiladas por Ricardo Resende18, adotaram esta última corrente:
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O empregado com 2 anos e 9 meses de serviço na mesma empresa tem direito a 39 dias de aviso prévio.
TRT-6/Juiz do trabalho – 2015 (correta)
O empregado com 25 anos, 5 meses e 13 dias de serviço na mesma empresa tem direito a 90 dias de aviso
prévio.
➢ Tempo de contrato x tempo de serviço
Lei 12.506/11, art. 1º O aviso prévio, de que trata o (...), será concedido na proporção de
30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa.
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por
ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias,
perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
Já os períodos de suspensão contratual (suspensão disciplinar, prisão provisória, faltas injustificadas, etc.)
não se incluem para o cálculo do tempo de serviço.
➢ Início da contagem
Assim como ocorre com a contagem do prazo para pagamento das verbas rescisórias, também quanto à
contagem do período do aviso, o TST privilegia a regra civilista, excluindo o dia do começo e incluindo o dia
do vencimento:
SUM-380. AVISO PRÉVIO. INÍCIO DA CONTAGEM. ART. 132 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
Aplica-se a regra prevista no "caput" do art. 132 do Código Civil de 2002 à contagem do
prazo do aviso prévio, excluindo-se o dia do começo e incluindo o do vencimento.
Em relação ao aviso prévio dado pelo empregador ao dispensar o empregado sem justa causa, há duas
correntes a respeito do cumprimento do período.
A primeira corrente, defendida por Maurício Godinho20, defende que apenas os 30 dias iniciais seriam
trabalhados, sendo o restante (proporcionalidade do aviso) ser automaticamente indenizado pelo
empregador. Este é o chamado aviso prévio misto, da seguinte forma:
19 O empregado pode, por exemplo, ter sido contratado há um ano, mas, em virtude de prisão provisória 2 meses, ter apenas 10
meses de serviço na empresa.
20 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 15ª edição. p. 1.311.
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A segunda corrente, capitaneada por Vólia Bomfim Cassar21 e Sérgio Pinto Martins22, defende que o aviso
prévio deve ser trabalhado durante todo o período, inclusive na parte proporcional.
Houve precedentes do TST adotando-se esta segunda corrente23, mas ainda não temos uma posição segura
para fins de concurso público.
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Agora que já estudamos sobre os princípios do Direito do Trabalho, tipos de contrato, alteração e suspensão
contratuais, é interessante lermos este outro trecho da obra do Ministro Godinho2 que nos permite ter visão
geral sobre as restrições à extinção contratual e sua conexão com o assunto que estudaremos neste tópico
(estabilidade e garantias provisórias de emprego):
Neste contexto, é oportuno trazer à aula a previsão constitucional de lei complementar (ainda inexistente)
que protegeria o empregado contra despedida arbitrária ou sem justa causa (é uma norma de eficácia
limitada):
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
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I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos;
(...)
A par disto, podemos identificar em nossa legislação a estabilidade e as garantias provisórias de emprego,
que representam limitações à possibilidade do empregador proceder a demissões sem justa causa.
Veremos inicialmente a estabilidade decenal (que, na verdade, foi substituída pelo regime do FGTS) e,
também, as garantias provisórias de emprego, também conhecidas com estabilidades provisórias: da
gestante, do dirigente sindical, do cipeiro etc.
Antes de estudarmos cada um dos casos de estabilidade (em que o empregador fica proibido de dispensar
imotivadamente o empregado), é preciso fazer um alerta: não há estabilidade quanto ao exercício dos
cargos em comissão, como de diretoria ou gerência.
Este é o teor do art. 499 da CLT:
CLT, art. 499 - Não haverá estabilidade no exercício dos cargos de diretoria, gerência ou
outros de confiança imediata do empregador, ressalvado o cômputo do tempo de serviço
para todos os efeitos legais.
Então, por exemplo, uma empregada gestante que ocupa o cargo de gerente de um estabelecimento, poderá
ser revertida ao cargo anteriormente ocupado, deixando o cargo em comissão. Ela continuará com seu
emprego, no entanto passará a exercer outra função.
Dito isto, passemos ao estudo dos casos estabilitários mais importantes para fins de prova!
Vamos lá!
➢ Estabilidade decenal
A Constituição Federal de 1988 tornou obrigatório o regime do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS) para os empregados regidos pela CLT.
Antes do FGTS ser obrigatório os empregados celetistas adquiriam a estabilidade decenal, ou seja, após 10
anos de serviços prestados à mesma empresa ele não poderia ser demitido sem justa causa:
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CLT, art. 492 - O empregado que contar mais de 10 (dez) anos de serviço na mesma
empresa não poderá ser despedido senão por motivo de falta grave ou circunstância de
força maior, devidamente comprovadas.
Este é, portanto, um tipo de estabilidade que somente foi alcançada pelos empregados celetistas que já
possuíam mais de 10 anos de serviço na mesma empresa quando da promulgação da CF/88. Dado o lapso
temporal já transcorrido, hoje são poucos os empregados nesta situação.
➢ Gestante
A garantia de emprego da gestante encontra-se prevista no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
– ADCT:
ADCT, art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da
Constituição: (...)
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
A garantia de emprego da gestante existe para proteger o nascituro, e por isto a demissão indevida da
gestante lhe assegura a reintegração ou indenização (a medida adequada depende do momento em que
proferida a decisão judicial).
Estes efeitos podem ser mais bem entendidos com a leitura dos itens I e II da Súmula 244 do TST:
III – A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art.10, inciso
II, alínea b, do ADCT, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo
determinado.
Em relação ao inciso III, notem que, pelo teor da Súmula, a garantia provisória de emprego também alcança
a hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. Por outro lado, se o contrato de
experiência termina e o empregador efetiva a empregada (expressa ou tacitamente) a mesma contará, claro,
com a garantia de emprego nos termos do art. 10, II, "b" do ADCT.
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Apesar de o item III da SUM-244 do TST estar formalmente em vigor, vale destacar que o
STF, em 2018, passou a entender que é incabível o direito à estabilidade das empregadas
contratadas por prazo determinado. Segundo o STF (RE 629.053), quando se opera o fim
destes contratos no prazo estipulado, não seria uma "dispensa sem justa causa ou
arbitrária" propriamente dita (e, sim, simples término do contrato), razão pela qual a
empregada gestante não estaria protegida em face do final do contrato por prazo
determinado.
O TST tem adotado este novo entendimento em alguns julgados3, a partir de 2020, embora
tenhamos um conflito entre o que dispõe a SUM-244 do TST e a jurisprudência mais recente
do STF.
Como dito no início deste tópico do curso, a garantia de emprego da gestante existe para proteger o
nascituro. Em vista disso, não se admite que a empregada renuncie à estabilidade:
Nos termos do art. 10, II, "b", do ADCT, a proteção à maternidade foi erigida à hierarquia
constitucional, pois retirou do âmbito do direito potestativo do empregador a possibilidade
de despedir arbitrariamente a empregada em estado gravídico. Portanto, a teor do artigo
9º da CLT4, torna-se nula de pleno direito a cláusula que estabelece a possibilidade de
renúncia ou transação, pela gestante, das garantias referentes à manutenção do emprego
e salário.
Por outro lado, o TST tem admitido5 que a empregada estável peça demissão, tendo em vista que
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O que tem-se exigido6, no entanto, como condição de validade para tal pedido de demissão, é a assistência
do respectivo sindicato, em atenção ao disposto no art. 500 da CLT7:
Segundo as disposições do artigo 10, II, "b", do ADCT, é vedada a dispensa arbitrária ou sem
justa causa da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após
o parto. Na hipótese de pedido de demissão da empregada gestante, esta Corte consolidou
entendimento de que a validade do ato está condicionada à assistência sindical, nos
termos do artigo 500 da CLT. Precedentes.
A título de aprofundamento, vou abrir um parêntese para comentar as situações em que a empregada
detinha direito à estabilidade gravídica, mas, após ser dispensada e convocada de volta pelo empregador, se
recusa.
Nestes casos, o TST tem entendido que esta recusa não inviabiliza seu direito à indenização compensatória
decorrente da estabilidade.
----
Fechado o parêntese, é importante destacar que, em outubro de 2018, o STF confirmou8 o teor da SUM-244
do TST e, ainda, fixou tese, com repercussão geral reconhecida, de que basta que a gravidez seja anterior à
dispensa, pouco importando se o empregador tinha ou não ciência do estado gravídico da empregada
quando de sua dispensa:
A incidência da estabilidade prevista no artigo 10, inciso II, alínea ‘b’, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT), somente exige a anterioridade da gravidez à dispensa
sem justa causa.
Avançando um pouco mais, relembro que, nos casos em que ocorre aborto, não podemos falar em garantia
de emprego, mas apenas em interrupção de contrato de trabalho por duas semanas9.
Retomando a alteração do item III da Súmula 244, percebe-se que foi estendida a garantia provisória de
emprego em hipótese de contrato a prazo determinado.
Esta nova interpretação jurisprudencial é fundamentada em princípios como o da dignidade da pessoa
humana, à vida, ao nascituro e à criança.
de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o direito de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento.
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No contexto de tais interpretações jurisprudenciais, em 2013, por meio da Lei 12.812/13, foi incluído na CLT
o seguinte artigo:
Na sequência, em 2017, por meio da Lei 13.509, foi inserido o dispositivo abaixo, estendendo a garantia
provisória à(ao) empregada(o) que obtenha guarda judicial para fins de adoção:
CLT, art. 391-A, parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se ao empregado
adotante ao qual tenha sido concedida guarda provisória para fins de adoção.
Antes da Lei 13.509, faziam jus à estabilidade apenas as mães “de sangue” (que “gestaram” a criança). Com
a mudança promovida, tanto as mães gestantes quanto os(as) empregados(as) que adotarem passam a ter
direito à estabilidade.
Reparem, ainda, que a Lei nada menciona a respeito da duração da estabilidade para os adotantes, já que a
contagem do prazo de 5 meses se dá com o parto, o que faz mais sentido para a estabilidade da gestante.
Por outro lado, tratando-se de trabalhadoras temporárias (isto é, cujo vínculo é regido pela Lei 6.019/1974),
tem prevalecido no TST a tese de que não há direito à estabilidade provisória.
Tal entendimento decorre da comparação vínculo temporário com o da empregada admitida por contrato
por prazo determinado, uma vez que "no contrato de experiência, existe a expectativa legítima por um
contrato por prazo indeterminado. No contrato temporário, ocorre hipótese diversa – não há perspectiva de
indeterminação de prazo". Assim, o TST fixou a seguinte tese vinculante10:
Não se aplica às empregadas temporárias a garantia de emprego da gestante (estabilidade
gravídica).
Também não faz à estabilidade gravídica, segundo o TST, a empregada gestante admitida sem concurso
público na Administração Pública11. Por outro lado, o STF passou a entender, em tese fixada em outubro de
2023, que as comissionadas e temporárias contratadas pela Administração Pública tem direito a esta
estabilidade:
10
IAC 5639-31.2013.5.12.0051
11TST - ARR: 10812920135150052, Relator: Alexandre Luiz Ramos, Data de Julgamento: 18/09/2019, 4ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 20/09/2019
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CIPA é a sigla como é conhecida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, cuja constituição é exigida
==32a26a==
ADCT, art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da
Constituição: (...)
CLT, art. 165 - Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão
sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo
disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.
Antes da eleição da CIPA é necessário que os interessados se registrem como candidatos, e pela disposição
do ADCT a estabilidade provisória do empregado eleito ocorre desde o registro de sua candidatura até um
ano após o final de seu mandato.
Para o adequado desenvolvimento das atividades da CIPA, e tendo em vista que podem existir afastamentos
dos empregados eleitos (acidente, licença maternidade, etc.) há previsão legal de eleição de representantes
titulares e também de suplentes.
No caso do suplente o TST entende que também há a garantia provisória de emprego (vide item I da Súmula
339, abaixo).
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Além disso, ressalte-se que a estabilidade (dos empregados eleitos, quer sejam titulares ou suplentes) existe
para que estes possam desempenhar adequadamente suas funções, o que inclui sugestão de medidas que
previnam a ocorrência de acidentes e doenças do trabalho.
Assim, a estabilidade existe para permitir que eles possam exercer tal atividade sem que o empregador possa
demiti-los sem justa causa (por estarem sugerindo muitas medidas na área de segurança no trabalho que
gerem ônus financeiro à empresa, por exemplo).
Deste modo, se o estabelecimento onde a CIPA atuava foi extinto (faliu, por exemplo), o objetivo da comissão
se esvazia e não subsistirá a estabilidade provisória, conforme entendimento do TST materializado na Súmula
339:
I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do ADCT a
partir da promulgação da Constituição Federal de 1988.
II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para
as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a
empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo
impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário.
A Súmula fala em “cipeiro” porque este é o nome pelo qual são conhecidos os membros da CIPA.
A estabilidade provisória do empregado acidentado está prevista na Lei 8.213/91 (Plano de Benefícios da
Previdência Social), nos seguintes termos:
12A exemplo do RR-130471-22.2015.5.13.0025, Rel. Min. Antonio José de Barros Levenhagen, 5ª Turma, DEJT 20/05/2016.
13A exemplo do RR: 11066420115040231, Relator: Delaíde Miranda Arantes, Data de Julgamento: 06/09/2017, 2ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 15/09/2017
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Lei 8.213/91, art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo
prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após
a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-
acidente.
Desta forma, o empregado, por exemplo, sofre acidente e passa a receber auxílio-doença acidentário.
Somente depois de expirado este benefício é que começará a correr o prazo mínimo de 12 meses de
estabilidade provisória.
O auxílio acidente é outro benefício previdenciário (assim como o é o auxílio doença), então não confundam:
para que seja possível falar-se em estabilidade do acidentado deve ter havido o benefício do auxílio-doença
acidentário, mas a lei não exige que o acidentado tenha recebido auxílio-acidente.
Para facilitar o entendimento da regra vamos entrar rapidamente na seara do direito previdenciário.
Segundo a Lei 8.213/91, auxílio-doença é benefício concedido ao segurado que ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.
E se o afastamento for inferior ou igual a 15 dias?
Neste caso não será devido o auxílio-doença, e assim não haverá estabilidade provisória. Se o afastamento
por acidente superar os 15 dias e a Previdência Social conceder o auxílio-doença acidentário, aí sim o
empregado estará protegido pela estabilidade provisória.
Já o auxílio-acidente é uma indenização que o empregado acidentado passa a receber após consolidação
das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, se resultarem seqüelas que impliquem redução
da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
Deste modo, verifica-se que nem todo empregado acidentado perceberá auxílio-acidente, e por isto a lei não
exige a percepção deste benefício previdenciário para que se adquira a estabilidade provisória em estudo.
Durante algum tempo questionou-se a validade da previsão de estabilidade da Lei 8.213/91, tendo em vista
ser ela lei ordinária, mas esta controvérsia está solucionada, de modo que continua válida a regra da
estabilidade do acidentado:
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Neste item II da Súmula reforça-se o que foi dito anteriormente: é pressuposto para a estabilidade do
empregado acidentado a concessão de auxílio-doença (que só tem lugar quando o afastamento superar os
15 dias).
No seu final o item II ressalva a possibilidade de estabilidade sem o afastamento superior a 15 dias: é que
algumas doenças profissionais têm um período de latência grande (exemplo: os sintomas de alguns tipos de
câncer podem surgir somente após vários anos de exposição ocupacional ao agente cancerígeno).
A MP 664, de dezembro de 2014, havia alterado o prazo para percepção do auxílio-doença, de 15 para 30
dias. Entretanto, após a conversão da MP em lei, o prazo voltou a ser de 15 dias.
Nestes casos, detectada a doença e o nexo causal com a exposição ocupacional, não será exigido o
afastamento prévio superior a 15 dias para reconhecimento da estabilidade.
A relação entre auxílio-doença e aviso prévio gera alguma discussão doutrinária (casos em que o auxílio-
doença se inicia durante o aviso trabalhado).
Sobre o assunto é importante conhecer a Súmula 371 do TST, que condiciona o término do contrato à
expiração deste benefício previdenciário:
Fazendo um link do assunto garantias de emprego com o assunto aviso prévio, é importante destacar que
não se pode pré-avisar o empregado da despedida durante o período de garantia de emprego (de que é
exemplo a garantia de emprego do empregado acidentado).
Neste sentido a Súmula 348 do TST:
Deste modo, o empregador que pretende dispensar o empregado deverá aguardar cessar a garantia
provisória de emprego e somente depois disto conceder o aviso prévio.
Por fim, é relevante mencionar que tal garantia provisória de emprego se aplica, atendidas as demais
condições, mesmo quando o empregado possui contrato a prazo determinado (conforme previsto no inciso
III).
Abaixo um julgado do TST que reforça o entendimento:
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➢ Dirigente sindical
Os dirigentes sindicais têm garantida sua estabilidade pela própria Constituição Federal:
(...)
CLT, art. 543 - O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação
profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do
exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne
impossível o desempenho das suas atribuições sindicais.
(...)
14A CF/88 não recepcionou a estabilidade do dirigente de associação profissional. Neste sentido, RESENDE, Ricardo, op. cit., p.
725.
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(...)
§ 5º - Para os fins deste artigo, a entidade sindical comunicará por escrito à empresa, dentro
de 24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do registro da candidatura do seu empregado
e, em igual prazo, sua eleição e posse, fornecendo, outrossim, a este, comprovante no
mesmo sentido.
Quanto à parte final deste § 3º, a apuração de falta grave do dirigente sindical deve se dar mediante inquérito
judicial, conforme definido pelo TST:
O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração
em inquérito judicial, inteligência dos arts. 49415 e 543, §3º, da CLT.
Como a estabilidade se inicia com o registro da candidatura, é necessário que o empregador tome
conhecimentos dos empregados que efetuaram seus registros para concorrer ao cargo de dirigente sindical,
pois a partir deste momento não podem ser demitidos sem justa causa.
Sobre o assunto, é importante frisar que o item I da Súmula 369 do TST foi alterado em 2012, passando a
viger com a seguinte redação:
II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada,
assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual
número de suplentes.
15CLT, art. 494 - O empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso de suas funções, mas a sua despedida só se tornará
efetiva após o inquérito e que se verifique a procedência da acusação.
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Nesta linha, o TST exige que haja ciência do empregador na vigência do contrato de trabalho, não
importando se a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do
prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT. Relembrando:
CLT, art. 543, § 5º - Para os fins deste artigo, a entidade sindical comunicará por escrito à
empresa, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do registro da candidatura do
seu empregado e, em igual prazo, sua eleição e posse, fornecendo, outrossim, a este,
comprovante no mesmo sentido.
O item II da Súmula trata da limitação de dirigentes sindicais que a CLT determinou (para evitar que um sem
número de empregados pudesse ser eleitos dirigentes para gozar de estabilidade). Segue o citado artigo:
CLT, art. 522. A administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no
máximo de sete e no mínimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de três
membros, eleitos esses órgãos pela Assembléia Geral.
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Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos arts.
543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de
direitos da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalização da gestão
financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT).
O delegado sindical não é beneficiário da estabilidade provisória prevista no art. 8º, VIII, da
CF/1988, a qual é dirigida, exclusivamente, àqueles que exerçam ou ocupem cargos de
direção nos sindicatos, submetidos a processo eletivo.
Resumindo as principais regras estudadas quando à estabilidade do dirigente sindical, temos o seguinte:
Resgatando algumas lições do Direito Administrativo, sabemos que “Servidor público” é o agente
adminsitrativo vinculado às pessoas jurídicas de direito público (ou seja, da Administração direta, autárquica
e fundacional). Já “empregado público” é aquele que possui contrato de trabalho, em geral com ente estatal
dotado de personalidade jurídica de direito privado (tais como Empresas Públicas – EP – e Sociedades de
Economia Mista – SEM).
No entanto, mesmo após a consolidação do regime jurídico único de pessoal (Constituição Federal, art. 39),
a jurisprudência do TST continuou fazendo menção ao “servidor público celetista”.
Nestes termos, o servidor público celetista consiste no empregado de pessoas jurídicas de direito público,
o qual é beneficiário da estabilidade do art. 41 da CF. Trata-se do item I da SUM-390 do TST16:
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Agora, em relação aos empregados públicos (neste caso, os funcionários de EP e SEM), o entendimento é de
que, em regra, eles não possuem estabilidade:
A exceção a isso diz respeito aos empregados de Fundação pública de direito privado que recebe dotação
ou subvenção do Poder Público para realizar atividades de interesse do Estado. Ou seja, mesmo sendo
empregados públicos, eles possuem estabilidade:
Fundação instituída por lei e que recebe dotação ou subvenção do Poder Público para
realizar atividades de interesse do Estado, ainda que tenha personalidade jurídica de
direito privado, ostenta natureza de fundação pública. Assim, seus servidores regidos pela
CLT são beneficiários da estabilidade excepcional prevista no art. 19 do ADCT.
Assim como o TST não reconhece a estabilidade dos empregados públicos, também não exige motivação
para a dispensa destes:
A par da regra definida no item I, o item II da mesma OJ excepciona o caso dos empregados dos Correios,
cuja dispensa demanda motivação.
O STF confirmou tal entendimento do TST, em outubro de 201817, ao fixar tese, com repercussão geral
reconhecida, de que:
17 RE 589998. 10/10/2018
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Na Lei 8.213/91 (Plano de Benefícios da Previdência Social) há previsão de estabilidade provisória para os
representantes dos empregados indicados para o Conselho Nacional de Previdência Social– CNPS:
Lei 8.213/91, art. 3º, § 7º Aos membros do CNPS, enquanto representantes dos
trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego,
da nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo
ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo
judicial.
--------------------
Da mesma forma, a Lei 8.036/90 (Lei do FGTS) assegura estabilidade provisória no emprego para os
representantes dos trabalhadores indicados como membros do Conselho Curador do FGTS:
Lei 8.036/90, art. 3º, § 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes
dos trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da
nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo
ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo
sindical.
--------------------
Outra situação que configura estabilidade provisória é a dos representantes dos empregados nas Comissões
de Conciliação Prévia, que são comissões instituídas com o objetivo de tentar conciliar conflitos individuais
surgidos entre empregados e empregadores.
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CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo,
dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas: (...)
--------------------
Uma outra situação que configura estabilidade provisória é a dos empregados eleitos diretores de
cooperativas criadas pelos próprios trabalhadores (cooperativa de consumo):
Lei 5.764/1971, art. 55. Os empregados de empresas que sejam eleitos diretores de
sociedades cooperativas pelos mesmos criadas, gozarão das garantias asseguradas aos
dirigentes sindicais pelo artigo 543 da Consolidação das Leis do Trabalho.
A garantia se dá na mesma forma que a dos dirigentes sindicais (prevista no art. 543 da CLT). Entretanto,
diferentemente daquela, a estabilidade dos diretores de cooperativas não alcança seus suplentes conforme
OJ-253 da SDI-1 do TST:
O art. 55 da Lei nº 5.764/71 assegura a garantia de emprego apenas aos empregados eleitos
diretores de Cooperativas, não abrangendo os membros suplentes.
--------------------
Mais uma hipótese de garantia de emprego havia sido criada em março de 2017, pela Lei 13.419 (Lei da
Gorjeta), que alterou o art. 457 da CLT.
Antes de avançar, contudo, é preciso registrar uma observação quanto a este caso. Não há muita clareza
quanto à atual situação jurídica dos §§ 5º a 11 do art. 457 da CLT (incluindo o §10 que trata da “comissão de
acompanhamento da gorjeta”), em prejuízo da segurança jurídica quanto ao assunto.
De forma bastante direta:
1) Tais dispositivos haviam sido inseridos na CLT, em março de 2017, por meio da Lei da Gorjeta (Lei
13.419/2017);
2) Na sequência, veio a 'lei da reforma trabalhista' (Lei 13.467/2017) que deu nova redação a alguns
dispositivos do mesmo art. 457;
3) Não houve revogação 'expressa' da Lei da Gorjeta, mas, em virtude de uma tecnicidade legislativa
(uso da expressão "NR" e ausência da "linha pontilhada" no texto da Lei 13.467/2017 após o §4º do art. 457),
há dúvidas quanto à real intenção do legislador ao editar a Lei 13.467/2017: teria sido revogar a Lei da
Gorjeta ou tratar-se-ia de mero equívoco redacional?
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A previsão de tais dispositivos na MP 808/2017 (já sem validade) parece indicar a ocorrência de simples erro
legislativo. Assim sendo, alguns doutrinadores entendem que seria caso de simples republicação da Lei
13.467/2017 para correção do erro (o que resultaria em indesejada nova contagem do período de vacatio
legis de 120 dias da reforma trabalhista). De toda forma, é possível perceber que a solução para esta
contenda está longe de ser obtida.
Em relação ao nosso curso, considerando esta situação e ainda que o texto de tais dispositivos se encontre
como tachado no site do Planalto (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm), optamos
por trazer, logo abaixo, a versão 'mais completa' possível do assunto, sem deixar de fazer esta observação
para alertá-los quanto à presente situação de insegurança jurídica.
Vamos lá!
No §10 do art. 457 abaixo, havia sido autorizada a criação da Comissão para Acompanhamento e
Fiscalização da Regularidade da cobrança e Distribuição da gorjeta cobrada pelo estabelecimento (ou CAFG
– Comissão para Acompanhamento e Fiscalização da Gorjeta), criada mediante ACT/CCT.
Caso a empresa possuísse mais de 60 empregados, a referida Comissão seria criada no âmbito da própria
empresa. Para empresas menores, por sua vez, haveria uma comissão intersindical, para fiscalizar as gorjetas
de várias empresas:
CLT, art. 457, § 10. Para empresas com mais de sessenta empregados, será constituída
comissão de empregados, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de
trabalho, para acompanhamento e fiscalização da regularidade da cobrança e distribuição
da gorjeta de que trata o § 3º deste artigo, cujos representantes serão eleitos em
assembleia geral convocada para esse fim pelo sindicato laboral e gozarão de garantia de
emprego vinculada ao desempenho das funções para que foram eleitos, e, para as demais
empresas, será constituída comissão intersindical para o referido fim.
Como se depreende do final do §10 acima, os representantes da Comissão constituída no âmbito das
empresas (mais de 60 empregados) seriam eleitos em assembleia geral convocada pelo sindicato e gozarão
de garantia de emprego.
--------------------
Com o advento da Lei 13.467/2017, a CLT passou a prever mais um caso de estabilidade provisória no
emprego.
Trata-se dos representantes dos empregados na comissão de entendimento direto com o empregador.
Fica proibida a dispensa dos membros desta comissão (que são em número de 3, 5 ou 7 representantes)
desde o registro da candidatura até 1 ano após o fim do mandato, salvo por motivo disciplinar, técnico,
econômico ou financeiro:
CLT, art. 510-D, § 3º Desde o registro da candidatura até um ano após o fim do mandato,
o membro da comissão de representantes dos empregados não poderá sofrer despedida
arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico,
econômico ou financeiro.
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PROCEDIMENTOS RESCISÓRIOS
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA
Os procedimentos legais exigidos na rescisão dos contratos de trabalho estão dispostos nos parágrafos do
artigo 477 da CLT, que serão a base deste tópico da aula.
Atualmente os empregados admitidos pela CLT não mais adquirem estabilidade como no regime anterior.
Dessa forma, foi atualizada a redação do art. 477, caput, da CLT, excluindo a menção ao regime de
estabilidade decenal anterior:
CLT, art. 477 - É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a
terminação do respectivo contrato, e quando não haja êle dado motivo para cessação das
relações de trabalho, o direto de haver do empregador uma indenização, paga na base da
maior remuneração que tenha percebido na mesma emprêsa.
Agora é que de fato iremos falar sobre os procedimentos legais exigidos na rescisão dos contratos de
trabalho, que estão dispostos nos parágrafos do artigo 477.
➢ Homologação da rescisão
Até a reforma trabalhista, havia necessidade de assistência na rescisão do contrato, em regra por parte do
sindicato, em relação aos empregados com mais de 1 (um) ano de serviço. Assim, a rescisão somente era
válida caso se desse perante o sindicato profissional, como regra geral.
A reforma trabalhista extinguiu a exigência de homologação da rescisão junto ao sindicato da categoria para
contratos com tempo de serviço superior a 1 ano. Assim, foram revogados os seguintes dispositivos da CLT:
CLT, art. 477, § 3º - Quando não existir na localidade nenhum dos órgãos previstos neste
artigo, a assistência será prestada pelo Represente do Ministério Público ou, onde houver,
pelo Defensor Público e, na falta ou impedimento dêste, pelo Juiz de Paz.
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CLT, art. 477, § 7º - O ato da assistência na rescisão contratual (§§ 1º e 2º) será sem ônus
para o trabalhador e empregador.
No momento da rescisão, além da conferência dos valores e rubricas constantes do Termo de Rescisão do
Contrato de Trabalho (TRCT) também será procedido o pagamento devido ao empregado:
CLT, art. 477, § 4º O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado:
Notem que, após a reforma trabalhista, a CLT passou a prever expressamente o pagamento mediante
depósito bancário (prática que já era amplamente utilizada):
Como visto, o pagamento deverá ser feito em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado, ou seja, não se
admite pagamento em cheque comum (pois o cheque comum pode não ter fundos).
Além disso, o § 4º destaca que, em se tratando de empregado analfabeto, o pagamento somente poderá
ser feito em dinheiro ou depósito bancário.
Quanto a eventual desconto devido na rescisão, a CLT limita seu valor a um mês de remuneração:
CLT, art. 477, § 5º - Qualquer compensação no pagamento de que trata o parágrafo anterior
não poderá exceder o equivalente a um mês de remuneração do empregado.
Agora vamos falar um pouco sobre o Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT).
Acerca dos prazos para o pagamento das verbas rescisórias, a reforma trabalhista simplificou o assunto,
passando a existir um único prazo de dez dias:
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Até então, o prazo variava de acordo com a modalidade da dispensa (entre 10 dias ou 1 dia útil). Vejam uma
comparação da redação atual do §6º do art. 477:
A respeito do termo inicial para a contagem dos 10 dias, caso estejamos diante de cumprimento de aviso
prévio indenizado, o Ministro Godinho defende1 que se considere o último dia de prestação de serviços (e
não o último dia da vigência do contrato de trabalho):
Como a nova Lei revogou as alíneas "a" e "b" do §6º precedente - dispositivos que faziam
diferenciação no critério de contagem desse prazo de dez dias -, deve-se interpretar que a
intenção legal foi a de estabelecer prazo único de dez dias contado do dia do término
efetivo do contrato (se não houver aviso prévio - caso de contratos a termo) ou do dia do
término fático do contrato de trabalho, se houver aviso prévio indenizado (ou seja, do dia
da comunicação do pré-aviso) ou se se tratar de demissão pelo próprio empregado, com
dispensa de cumprimento de seu aviso.
Além disso, é preciso comentar uma Orientação Jurisprudencial do TST que pode vir a ser exigida na prova.
É a OJ 162 SDI1 que, seguindo a normatização civilista, exclui da contagem do prazo o dia da notificação e
inclui o do vencimento:
OJ-SDI1-162 MULTA. ART. 477 DA CLT. CONTAGEM DO PRAZO. APLICÁVEL O ART. 132 DO
CÓDIGO CIVIL DE 2002
A contagem do prazo para quitação das verbas decorrentes da rescisão contratual prevista
no artigo 477 da CLT exclui necessariamente o dia da notificação da demissão e inclui o dia
do vencimento, em obediência ao disposto no artigo 132 do Código Civil de 2002 (artigo
125 do Código Civil de 1916).
1 DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com os comentários à Lei n.
13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 179
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➢ outra multa, aplicada pela fiscalização do trabalho, devida ao Estado: um valor por trabalhador com
pagamento rescisório em mora
Antes de concluir, é preciso destacar duas situações tratadas na jurisprudência do TST a respeito desta multa
do art. 477.
O TST entende que a massa falida não está sujeita a esta multa:
SUM-388
A Massa Falida não se sujeita à penalidade do art. 467 e nem à multa do § 8º do art. 477,
ambos da CLT.
Por outro lado, as pessoas jurídicas de direito público, ao inobservarem tal prazo, devem arcar com o
pagamento da referida multa:
OJ 238. SDI-1. MULTA. ART. 477 DA CLT. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. APLICÁVEL
Submete-se à multa do artigo 477 da CLT a pessoa jurídica de direito público que não
observa o prazo para pagamento das verbas rescisórias, pois nivela-se a qualquer
particular, em direitos e obrigações, despojando-se do "jus imperii" ao celebrar um
contrato de emprego.
O TRCT é o documento elaborado pelo empregador onde estão consignadas as informações necessárias para
o procedimento rescisório.
No TRCT constam os dados do empregado, dados do contrato de trabalho, rubricas e valores devidos (saldo
de salário, adicionais, férias vencidas, 13º salário com as suas proporcionalidades – 2/12, 5/12, 9/12, etc. –,
descontos e outras informações úteis).
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CLT, art. 477, § 2º - O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer que seja a
causa ou forma de dissolução do contrato, deve ter especificada a natureza de cada parcela
paga ao empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, apenas,
relativamente às mesmas parcelas.
É necessário destacar que existe divergência doutrinária sobre a amplitude da quitação dada na rescisão
(exemplo: constando da rescisão as férias proporcionais, pode-se entender que a quitação deu-se em relação
às férias ou somente ao valor consignado no recibo, ressalvada a possibilidade de questionamento posterior
de incorreção do valor lançado).
Neste aspecto é oportuno mencionar a Súmula 330 do TST (apesar de mencionar a assistência até então
prevista no art. 477 da CLT – não mais obrigatória após a reforma trabalhista):
A quitação passada pelo empregado, com assistência de entidade sindical de sua categoria,
ao empregador, com observância dos requisitos exigidos nos parágrafos do art. 477 da CLT,
tem eficácia liberatória em relação às parcelas expressamente consignadas no recibo, salvo
se oposta ressalva expressa e especificada ao valor dado à parcela ou parcelas impugnadas.
II - Quanto a direitos que deveriam ter sido satisfeitos durante a vigência do contrato de
trabalho, a quitação é válida em relação ao período expressamente consignado no recibo
de quitação.
Na situação delimitada pela Súmula 330 a eficácia liberatória se dá em relação à parcela constante do TRCT
(exemplo: 13º salário proporcional). Neste caso, houve a quitação em relação à rubrica 13º salário e o
empregado não poderá pleitear judicialmente, em momento futuro, incorreção do valor recebido.
A Súmula, entretanto, materializa a possibilidade de que se faça a rescisão com ressalva: o agente
homologador escreve o TRCT que fica ressalvado determinado fato que se julgou estar indevidamente
disposto no TRCT (exemplo de ressalva na homologação: “fica ressalvado o valor constante da rubrica férias
que, conforme identificado neste ato, deixou de incluiu em sua base de cálculo 1/12 a que teria direito o
empregado pela consideração do mês corrente, etc.”).
Quanto ao item I da Súmula, pode-se citar o exemplo de quinquênio – verba mensal a que faz jus o
empregado com mais de 05 anos de empresa - que a categoria profissional deveria receber (imaginemos que
a convenção coletiva da categoria previa isso e o TRCT não contemplava esta verba).
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Neste caso, como o valor não constava do TRCT do empregado demitido (que hipoteticamente tinha mais
de 05 Anos de empresa), a quitação não abrange esta parcela, pois não estava consignada no recibo. Da
mesma forma, os reflexos desta parcela em outras verbas também não estarão quitados.
Quanto ao item II da Súmula, podemos trazer o exemplo de plano de saúde do empregado, cujo pagamento
a empresa estava obrigada em virtude de disposição da convenção coletiva. Caso exista esta parcela no TRCT
com período definido, a quitação somente será válida quanto ao período indicado no termo.
Ainda quanto ao alcance da quitação dos valores rescisórios, no caso da adesão a Programas de Incentivo a
Demissão Voluntária (PDV), após a reforma trabalhista a CLT passou a deixar clara a quitação geral e
irrestrita, caso tenha sido objeto de ACT/CCT.
Após a reforma trabalhista, a CLT passou a prever o termo de quitação anual sindical das obrigações
trabalhistas, o qual, caso seja firmado, deve ser assinado pelo trabalhador perante o sindicato representante
da categoria do empregado.
Com ele, o trabalhador declara ter recebido todas as parcelas devidas, como, por exemplo, horas extras e
adicionais:
O termo, firmado perante o sindicato, confere ao empregador quitação das parcelas nele especificadas:
CLT, art. 507-B, parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e fazer
cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual dada pelo empregado, com
eficácia liberatória das parcelas nele especificadas.
Encerrando o assunto, destaco alteração promovida pela reforma trabalhista, buscando simplificar o pedido
de concessão do seguro-desemprego e do saque do FGTS. A CLT passou a estabelecer que a própria anotação
na CTPS do empregado é documento suficiente para o empregado fundamentar seu pedido:
Assim, em tese não haveria mais que se falar em “guia do FGTS” ou “guia do Seguro-Desemprego”.
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RESUMO
Pedido de demissão
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Rescisão indireta
✓ Decorre da falta grave cometida pelo empregador
✓ Deve ser reconhecida pela Justiça do Trabalho
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Culpa recíproca
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Procedimentos rescisórios
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Aviso prévio
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Estabilidades
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CONCLUSÃO
Bom pessoal,
Neste desfecho de nossa aula, reiteramos a importância de se conhecer bem a diferenciação entre as
diversas modalidades de extinção do contrato de trabalho, dando atenção especial aos artigos 482 e 483 da
CLT.
Outro aspecto a ser destacado é a alteração do instituto prévio ocorrido em 2011, com a Lei 12.506/11, que
finalmente regulamentou a proporcionalidade do aviso.
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Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de
lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
(...)
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos
da lei;
(...)
ADCT, art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da
Constituição:
(...)
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b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
CLT
(...)
(...)
Art. 198 - É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode remover
individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da
mulher.
Art. 390 - Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que demande o emprego de
força muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho continuo, ou 25 (vinte e cinco) quilos
para o trabalho ocasional.
Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda
que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a
estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se ao empregado adotante ao qual
tenha sido concedida guarda provisória para fins de adoção.
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CLT, art. 457, § 10. Para empresas com mais de sessenta empregados, será constituída comissão
de empregados, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho, para
acompanhamento e fiscalização da regularidade da cobrança e distribuição da gorjeta de que
trata o § 3º deste artigo, cujos representantes serão eleitos em assembleia geral convocada para
esse fim pelo sindicato laboral e gozarão de garantia de emprego vinculada ao desempenho das
funções para que foram eleitos, e, para as demais empresas, será constituída comissão
intersindical para o referido fim.
Art. 472, § 1º - Para que o empregado tenha direito a voltar a exercer o cargo do qual se afastou
em virtude de exigências do serviço militar ou de encargo público, é indispensável que notifique
o empregador dessa intenção, por telegrama ou carta registrada, dentro do prazo máximo de 30
(trinta) dias, contados da data em que se verificar a respectiva baixa ou a terminação do encargo
a que estava obrigado.
Art. 474 - A suspensão do empregado por mais de 30 (trinta) dias consecutivos importa na
rescisão injusta do contrato de trabalho.
Art. 477 - É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a terminação do
respectivo contrato, e quando não haja ele dado motivo para cessação das relações de trabalho,
o direto de haver do empregador uma indenização, paga na base da maior remuneração que
tenha percebido na mesma empresa.
CLT, art. 477. Na extinção do Contrato de Trabalho, o empregador deverá proceder à anotação
na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e
realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo.
§ 3º - Quando não existir na localidade nenhum dos órgãos previstos neste artigo, a assistência
será prestada pelo Represente do Ministério Público ou, onde houver, pelo Defensor Público e, na
falta ou impedimento deste, pelo Juiz de Paz.
§ 4º - O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado no ato da homologação da rescisão
do contrato de trabalho, em dinheiro ou em cheque visado, conforme acordem as partes, salvo
se o empregado for analfabeto, quando o pagamento sòmente poderá ser feito em dinheiro.
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b) até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, quando da ausência do aviso
prévio, indenização do mesmo ou dispensa de seu cumprimento.
§ 7º - O ato da assistência na rescisão contratual (§§ 1º e 2º) será sem ônus para o trabalhador e
empregador.
Art. 477-A. As dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou coletivas equiparam-se para todos os
fins, não havendo necessidade de autorização prévia de entidade sindical ou de celebração de
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho para sua efetivação.
Art. 477-B. Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa individual, plúrima ou
coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, enseja quitação plena e
irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo disposição em contrário
estipulada entre as partes.”
Art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa,
despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a
remuneração a que teria direito até o termo do contrato.
Art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória do direito
recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito
por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando
constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao
serviço;
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d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da
execução da pena;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas
físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e
superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática,
devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional.
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização
quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes,
ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da
honra e boa fama;
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g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.
§ 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato
de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até
final decisão do processo.
Art. 484-A. O Contrato de Trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador,
caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:
I - por metade:
§ 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o ingresso no
Programa de Seguro-Desemprego.
Art. 485 - Quando cessar a atividade da empresa, por morte do empregador, os empregados terão
direito, conforme o caso, à indenização a que se referem os art. 477 e 497.
Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato
deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de:
II - trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze) meses
de serviço na empresa.
§ 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários
correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de
serviço.
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§ 3º - Em se tratando de salário pago na base de tarefa, o cálculo, para os efeitos dos parágrafos
anteriores, será feito de acordo com a média dos últimos 12 (doze) meses de serviço.
Art. 488 - O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se a rescisão
tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do
salário integral.
Parágrafo único - É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diárias
previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por
1 (um) dia, na hipótese do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese do inciso lI do art. 487
desta Consolidação.
Art. 489 - Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo,
mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado aceitar
ou não a reconsideração.
Art. 480 - Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa
causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe
resultarem.
§ 1º - A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em
idênticas condições.
Art. 490 - O empregador que, durante o prazo do aviso prévio dado ao empregado, praticar ato
que justifique a rescisão imediata do contrato, sujeita-se ao pagamento da remuneração
correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização que for devida.
Art. 491 - O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das faltas
consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do respectivo prazo.
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Art. 492 - O empregado que contar mais de 10 (dez) anos de serviço na mesma empresa não
poderá ser despedido senão por motivo de falta grave ou circunstância de força maior,
devidamente comprovadas.
Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o
limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser
pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou
mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de setembro
de 1996.
Art. 508 - Considera-se justa causa, para efeito de rescisão de contrato de trabalho do empregado
bancário, a falta contumaz de pagamento de dívidas legalmente exigíveis. (revogado)
Art. 522. A administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no máximo de
sete e no mínimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de três membros, eleitos
esses órgãos pela Assembléia Geral.
Art. 543 - O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional,
inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas
funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho
das suas atribuições sindicais.
(...)
(...)
§ 5º - Para os fins deste artigo, a entidade sindical comunicará por escrito à empresa, dentro de
24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do registro da candidatura do seu empregado e, em igual
prazo, sua eleição e posse, fornecendo, outrossim, a este, comprovante no mesmo sentido.
CLT, art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei
quando, entre outros, dispuserem sobre:
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(..)
Art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no
máximo, dez membros, e observará as seguintes normas:
(...)
Legislação específica
Lei 12.506/11, art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das
Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, será
concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço
na mesma empresa.
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de
serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total
de até 90 (noventa) dias.
Lei 8.036/90, art. 3º, § 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes dos
trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até
um ano após o término do mandato de representação, somente podendo ser demitidos por
motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo sindical.
Lei 8.036/90, art. 18, § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte) por cento.
Lei 10.406/02, art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os
prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
Lei 8.213/91, art. 3º, § 7º Aos membros do CNPS, enquanto representantes dos trabalhadores em
atividade, titulares e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um
ano após o término do mandato de representação, somente podendo ser demitidos por motivo
de falta grave, regularmente comprovada através de processo judicial.
Lei 8.213/91, art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo
mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação
do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
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TST
Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado
tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das
férias proporcionais.
prazo de 30 (trinta) dias após a cessação do benefício previdenciário nem justificar o motivo de
não o fazer.
Cabe aviso prévio nas rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na forma do art. 481
da CLT.
É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo pagamento
das horas correspondentes.
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III – A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art.10, inciso II, alínea
b, do ADCT, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado.
A gratificação semestral não repercute no cálculo das horas extras, das férias e do aviso prévio,
ainda que indenizados. Repercute, contudo, pelo seu duodécimo na indenização por antigüidade
e na gratificação natalina.
SUM-305 TST
O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a contribuição
para o FGTS.
A quitação passada pelo empregado, com assistência de entidade sindical de sua categoria, ao
empregador, com observância dos requisitos exigidos nos parágrafos do art. 477 da CLT, tem
eficácia liberatória em relação às parcelas expressamente consignadas no recibo, salvo se oposta
ressalva expressa e especificada ao valor dado à parcela ou parcelas impugnadas.
II - Quanto a direitos que deveriam ter sido satisfeitos durante a vigência do contrato de trabalho,
a quitação é válida em relação ao período expressamente consignado no recibo de quitação.
I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do ADCT a partir
da promulgação da Constituição Federal de 1988.
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II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as
atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a empresa.
Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo impossível a reintegração
e indevida a indenização do período estabilitário.
II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a
estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de
suplentes.
A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão do aviso prévio indenizado, tem
efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso, ou seja, salários,
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III – O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia
provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91.
SUM-380. AVISO PRÉVIO. INÍCIO DA CONTAGEM. ART. 132 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
Aplica-se a regra prevista no "caput" do art. 132 do Código Civil de 2002 à contagem do prazo do
aviso prévio, excluindo-se o dia do começo e incluindo o do vencimento.
O direito ao aviso prévio proporcional ao tempo de serviço somente é assegurado nas rescisões
de contrato de trabalho ocorridas a partir da publicação da Lei nº 12.506, em 13 de outubro de
2011.
A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio,
ainda que indenizado.
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O art. 55 da Lei nº 5.764/71 assegura a garantia de emprego apenas aos empregados eleitos
diretores de Cooperativas, não abrangendo os membros suplentes.
OJ SDI-1 364. ESTABILIDADE. ART. 19 DO ADCT. SERVIDOR PÚBLICO DE FUNDAÇÃO REGIDO PELA
CLT (DJ 20, 21 e 23.05.2008)
Fundação instituída por lei e que recebe dotação ou subvenção do Poder Público para realizar
atividades de interesse do Estado, ainda que tenha personalidade jurídica de direito privado,
ostenta natureza de fundação pública. Assim, seus servidores regidos pela CLT são beneficiários
da estabilidade excepcional prevista no art. 19 do ADCT.
Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos arts. 543, §
3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de direitos da
categoria respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalização da gestão financeira do
sindicato (art. 522, § 2º, da CLT).
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O delegado sindical não é beneficiário da estabilidade provisória prevista no art. 8º, VIII, da
CF/1988, a qual é dirigida, exclusivamente, àqueles que exerçam ou ocupem cargos de direção
nos sindicatos, submetidos a processo eletivo.
É contrária ao espírito da lei (art. 477, § 7º, da CLT) e da função precípua do Sindicato a cláusula
coletiva que estabelece taxa para homologação de rescisão contratual, a ser paga pela empresa
a favor do sindicato profissional.
Nos termos do art. 10, II, "b", do ADCT, a proteção à maternidade foi erigida à hierarquia
constitucional, pois retirou do âmbito do direito potestativo do empregador a possibilidade de
despedir arbitrariamente a empregada em estado gravídico. Portanto, a teor do artigo 9º da CLT,
torna-se nula de pleno direito a cláusula que estabelece a possibilidade de renúncia ou transação,
pela gestante, das garantias referentes à manutenção do emprego e salário.
STF
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QUESTÕES COMENTADAS
Comentários:
A assertiva foi considerada correta pela Banca, com fundamento na SUM-443 do TST:
Gabarito (C)
Comentários:
Pelo contrário! O TST tem entendido que a mera determinação para reversão da justa causa não causa,
necessariamente, o dever de indenizar ao empregado, a exemplo do julgado a seguir:
Não configura dano moral quando revertida, em juízo, a dispensa por justa causa e dos
fatos narrados pelo acórdão regional não restar comprovado efetivo prejuízo a honra ou a
boa fama do empregado. Recurso de revista conhecido e provido
Gabarito (E)
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Comentários:
Todos os três empregados cometeram faltas graves tipificadas no art. 482 da CLT, a saber:
Quanto à conduta de Solange, releva destacar que o fato de o uniforme conter logomarcas não
descaracteriza a ilicitude do ato cometido pelo empregado. A própria CLT deixa claro que é lícito ao
empregador incluir, no uniforme, logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras:
CLT, art. 456-A. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente
laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de
empresas parceiras e de outros itens de identificação relacionados à atividade
desempenhada.
Gabarito (C)
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Comentários:
Alternativa (E), que aborda as verbas e demais direitos do empregado que tem seu contrato de trabalho
rescindido mediante acordo com o empregador (CLT, art. 484-A), os quais podem ser resumidos por meio do
seguinte quadro:
Gabarito: (E).
Comentários:
A questão aborda os efeitos da rescisão indireta do contrato de trabalho, conforme art. 483, alínea ‘a’:
CLT, art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida
indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos1 por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato;
1
Lembrando que defeso é sinônimo de proibido.
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No caso dos serviços alheios ao contrato, deve-se observar a função para a qual o empregado foi contratado,
de modo que o empregador não deve exigir realização de tarefas que sejam estranhas ao pactuado.
No decorrer do vínculo empregatício é comum que haja alteração de função, promoções, mudanças de
enquadramento do empregado no plano de cargos existente na empresa, etc.
Nestes casos haverá, naturalmente, alteração das funções exercidas, mas acompanhadas de alteração dos
respectivos contratos de trabalho, respeitando-se, sempre, o princípio da inalterabilidade contratual lesiva.
Assim sendo, como na rescisão indireta, o empregado tem direito de sacar os valores depositados na sua
conta vinculada de FGTS, conforme excerto transcrito abaixo, a questão está correta.
Lei 8.036/1990, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser
movimentada nas seguintes situações:
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior;
Gabarito: (C).
Comentários:
A alternativa (A), incorreta, já que no caso de extinção da empresa, o empregado terá direito às verbas
rescisórias cabíveis na dispensa sem justa causa, inclusive aviso prévio.
CLT, art. 489 - Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o
respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à
outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração.
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A alternativa (C), incorreta, já que a redução é de 2 horas diárias (CLT, art. 488).
A alternativa (D), correta, com fundamento no art. 479 da CLT. Como ainda restariam 12 meses de contrato,
será devida indenização pela metade desse período (6 meses).
A alternativa (E), incorreta, já que configura hipótese de justa causa (CLT, art. 482, k).
Gabarito: (D).
Comentários:
Gabarito: (E).
Comentários:
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A letra (A) está correta, já que o TST tem entendido que a projeção se dá para todos os efeitos, inclusive para
o início da contagem do prazo prescricional. Vejam abaixo ementa de julgado do TST nesse sentido:
A jurisprudência desta Corte Superior afirma que computa-se para todos os efeitos o
período de aviso prévio indenizado no tempo de serviço do trabalhador, inclusive para os
fins de contagem da prescrição. Aplicação do artigo 487, § 1º, da CLT. Recurso conhecido e
provido.
A letra (B), incorreta, já que, neste caso, o prazo é o mesmo do aviso prévio indenizado: 10 dias contados da
notificação.
A letra (C), incorreta, já que o aviso prévio proporcional é de, no máximo, 60 dias, os quais somados ao
mínimo de 30 dias, perfazem o total máximo de 90 dias:
Lei 12.506/11, art. 1º, parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão
acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de
60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
A letra (D) foi dada inicialmente como incorreta, já que o Cespe adotou, em um primeiro momento, o
posicionamento controvertido de que a proporcionalidade também pode se dar em favor do empregador.
Todavia, há uma forte corrente contrária, o que provavelmente motivou a anulação da questão, a exemplo
das lições de Luciano Martinez2, de precedente do TST3 relatado pelo próprio Ministro Godinho, além do
Ministério do Trabalho4.
Gabarito: Anulada.
2 MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho: relações individuais, sindicais e coletivas do trabalho. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 570.
3 RR-456-37.2012.5.03.0028
4 NT 35/2012/DMSC/GAB/SIT, de 13/02/2012, e NT 184/2012/CGRT/SRT/MTE, de 07/05/2012
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C) O período de aviso prévio de 30 dias será acrescido de três dias por ano de serviço trabalhado na mesma
empresa até o limite total de 60 dias.
D) O período de aviso prévio de 30 dias será acrescido de três dias por ano ou fração igual ou superior a seis
meses de trabalho na mesma empresa até o limite total de 90 dias.
E) Inexiste na lei critério de proporcionalidade entre o tempo de serviço prestado e o período de aviso prévio
em nosso ordenamento jurídico.
Comentários:
A letra (A) está de acordo com a Lei 12.506/2011 (Proporcionalidade do aviso prévio).
Gabarito: (A).
Comentários:
Portanto, não é apenas nos contratos por prazo indeterminado como diz a questão.
Gabarito: (E).
Comentários:
Questão que cobrou conhecimento da jurisprudência não sumulada do TST, consolidada no Recurso de
Revista 23145920125020472, de março de 2015.
Neste julgado, o TST se baseou na parte final do § 1º do art. 487 5 da CLT, que garante a integração do aviso
prévio no tempo de serviço, o contrato de trabalho permanece em vigor para todos os fins, até a data final
5
CLT, art. 487, § 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao
prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço.
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do período respectivo. Dessa sorte, se a empresa, no curso do aviso prévio indenizado, institui programa de
demissão voluntária (PDV), o empregado teria direito a efetuar sua adesão ao referido plano.
Além disso, não seria razoável a empresa demitir um empregado, sabendo que em poucos dias estaria
vigente um PDV, cujos efeitos são muito mais vantajosos ao empregado.
Gabarito: (C).
Comentários:
Outra questão que cobrou conhecimento da jurisprudência não sumulada do TST. O entendimento
majoritário do TST (por exemplo, nos Recursos de Revista 101900-97.2009.5.17.0006 e 1867720125150125)
é de que o não pagamento das verbas rescisórias não gera, automaticamente, o dever de indenizar o
empregado.
Nestes casos, além da ausência de pagamento, é necessário que o empregado efetivamente demonstre que
tal ato lhe causou efeitos prejudiciais de ordem moral. Segue trecho de um desses julgados do TST:
Gabarito: (E).
Comentários:
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A empregada contratada no bojo de contrato por prazo determinado (SUM-244), inclusive no vínculo de
aprendiz, fará jus à estabilidade provisória no emprego prevista na Constituição Federal:
Gabarito (E).
Comentários:
O delegado sindical não é beneficiário da estabilidade provisória prevista no art. 8º, VIII, da
CF/1988, a qual é dirigida, exclusivamente, àqueles que exerçam ou ocupem cargos de
direção nos sindicatos, submetidos a processo eletivo.
Gabarito (C)
Comentários:
O registro da candidatura ao cargo de dirigente sindical após a concessão do aviso prévio não permite a
aquisição da estabilidade do dirigente sindical:
Gabarito (E)
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Comentários:
Ela somente teria direito à estabilidade se o afastamento fosse maior que 15 dias. Como o afastamento foi
de exatos 15 dias, ela realmente não tem direito à estabilidade.
Gabarito: (D).
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das remunerações devidas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais e a percepção, em dobro,
da remuneração do período de afastamento, corrigida monetariamente e acrescida dos juros legais.
Comentários:
A alternativa (A) foi dada como correta pela Banca, com base em entendimentos do TST e do STF sobre
estabilidade de “servidor público celetista” e de “empregados públicos”.
Como vimos, a regra é que o servidor celetista possua estabilidade, diferentemente dos empregados públicos
que, em geral, não terão. Todavia, quanto aos empregados públicos há algumas considerações a serem
feitas.
Caso sejam empregados de fundação instituída por lei que recebe verba pública para realizar atividades de
interesse do Estado, aí eles terão estabilidade.
Mesmo nos casos em que não há estabilidade, se o empregador prestar serviço público, haverá necessidade
de motivação do ato de demitir o empregado.
Sum-443
Além disso, se a demissão discriminatória for reconhecida, o empregado poderá optar entre:
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Lei 9.029, art. 4º O rompimento da relação de trabalho por ato discriminatório, nos moldes
desta Lei, além do direito à reparação pelo dano moral, faculta ao empregado optar entre:
Dessa sorte, a letra (E) também está correta. Por fim, a assertiva (C) está correta, com base no dispositivo
celetista abaixo:
Gabarito: (D).
A empresa A e a empresa B formam um grupo econômico para fins trabalhistas. A empresa A administra e
controla a empresa B e contratou João para prestar serviço empregatício às duas empresas durante a mesma
jornada de trabalho. O documento de formalização dessa contratação contém cláusula prevendo que a
prestação de serviços às empresas do grupo não caracteriza mais de um contrato de trabalho. No decorrer
da execução do contrato de trabalho, João passou a chegar atrasado no serviço de forma reiterada, sem
apresentar justificativa. Seu chefe direto passou, então, a exigir de João a execução de atividades alheias ao
contrato laboral e incompatíveis com a sua qualificação profissional, o que causava constrangimentos ao
empregado.
Considerando essa situação hipotética bem como a legislação pertinente e o entendimento jurisprudencial
do Tribunal Superior do Trabalho, julgue o item seguinte.
Os atrasos injustificados de João ao serviço configuram a desídia, uma hipótese autorizativa de rescisão
indireta do contrato de trabalho pelo empregador.
Comentários:
A questão confundiu "dispensa com justa causa" com "rescisão indireta do contrato de trabalho". A desídia,
caso caracterizada, é falta grave ensejadora da dispensa do empregado por justa causa (CLT, art. 482, 'e'). A
rescisão indireta, de que trata o art. 483 da CLT, seria a falta grave praticada pelo empregador.
Gabarito (E)
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Considerando-se as condutas de João e de seu chefe, poderia restar configurada hipótese de rescisão do
contrato de trabalho por culpa recíproca, a qual, sendo reconhecida, ensejaria no direito de João ao
recebimento da integralidade do valor do aviso prévio.
Comentários:
Ao contrário, havendo culpa recíproca, o aviso prévio deverá ser pago pela metade, nos termos da SUM-14
do TST:
Gabarito (E)
Acerca de estabilidade dos empregados e formas de despedida e reintegração dos trabalhadores, julgue os
itens a seguir, à luz do entendimento jurisprudencial do STF.
Comentários:
A mera concessão de aposentadoria voluntária ao trabalhador não tem por efeito extinguir,
instantânea e automaticamente, o seu vínculo de emprego.
Gabarito (C)
6
OJ 361 da SDI-1. A aposentadoria espontânea não é causa de extinção do contrato de trabalho se o
empregado permanece prestando serviços ao empregador após a jubilação. Assim, por ocasião da sua
dispensa imotivada, o empregado tem direito à multa de 40% do FGTS sobre a totalidade dos depósitos
efetuados no curso do pacto laboral.
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Acerca de estabilidade dos empregados e formas de despedida e reintegração dos trabalhadores, julgue os
itens a seguir, à luz do entendimento jurisprudencial do STF.
Comentários:
Inicialmente, lembro que a dispensa coletiva não é um dos meios de recuperação judicial arrolados na Lei
11.101/2005, em seu art. 50.
Nesse sentido, ainda que se considerasse o rol como exemplificativo, o STF, mencionado no enunciado, ao
apreciar a ADI 3934, a partir do Voto do Ministro Ricardo Lewandowski, consignou expressamente a respeito
da inviabilidade da dispensa coletiva, reforçando que o objetivo da lei é a preservação dos empregos
existentes:
Com efeito, nos termos do art. 22, I, da Constituição Federal, compete privativamente à
União legislar sobre direito do trabalho, não estando ela obrigada a utilizar-se de lei
complementar para disciplinar a matéria, que somente é exigida, nos termos do art. 7º, I,
da mesma Carta, para regrar a dispensa imotivada. Esse tema, porém, definitivamente,
não constitui objeto da Lei 11.101/2005. (..)
Convém registrar que, a rigor, um dos principais objetivos da Lei 11.101/2005 consiste
justamente em preservar o maior número possível de empregos nas adversidades
enfrentadas pelas empresas, evitando ao máximo as dispensas imotivadas, de cujos efeitos
os trabalhadores estarão protegidos, nos termos do art. 10, II, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, de aplicabilidade imediata, segundo entende esta Corte,
enquanto não sobrevier lei complementar disciplinadora (..)
O referido processo tem em mira não somente contribuir para que a empresa vergastada
por uma crise econômica ou financeira possa superá-la, eventualmente, mas também
busca preservar, o mais possível, os vínculos trabalhistas e a cadeia de fornecedores com
os quais ela guarda verdadeira relação simbiótica.
Gabarito (C)
O empregado que retornar ao trabalho depois de cessado o seu auxílio-doença acidentário terá direito à
estabilidade pelo prazo mínimo de dois anos, desde que não tenha recebido auxílio-acidente.
Comentários:
Lei 8.213/1991, art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo
prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após
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Gabarito (E)
Comentários:
O gabarito é a letra (C), sendo que tal extinção é regida pelos artigos 479 e 480 da CLT:
CLT, art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa
causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por
metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.
CLT, art. 480 - Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato,
sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que
desse fato lhe resultarem.
§ 1º - A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado
em idênticas condições.
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Como o contrato foi rescindido após 5 meses de trabalho, ainda haveria outros 13 meses de prestação
laboral. Dessa forma, o valor máximo da indenização que poderia ser cobrada do empregado seria de metade
do valor que ele receberia nestes 13 meses de contrato, ou seja, R$ 13.000 (R$ 2.000x13÷2).
Assim, muito embora os prejuízos causados pelo empregado perfaçam a monta de R$ 26.000, a indenização
seria limitada a R$ 13.000,00, por força do disposto no art. 480, §1º, da CLT.
A alternativa (A), incorreta, por dois motivos. Primeiramente, a indenização devida pelo empregado nessa
situação, seria de, no máximo, metade da remuneração a que teria direito (CLT, art. 480, § 1º), como
destacado acima. Em segundo lugar, havendo cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão
antecipada (CLT, art. 481), tal indenização não seria devida, já que é substituída pelo regramento do art. 481:
aplicar-se-iam ao contrato os princípios regentes da rescisão dos contratos por prazo indeterminado, a
exemplo do aviso prévio.
A alternativa (B), incorreta, porquanto, havendo a cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão
antecipada (CLT, art. 481), nem mesmo o empregado teria que arcar com tal indenização. A extinção seria
regida pelos princípios da rescisão dos contratos por prazo indeterminado, a exemplo da concessão de aviso
prévio por parte do empregado:
CLT, art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória
do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja
exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos
contratos por prazo indeterminado.
A alternativa (D), incorreta, já que, havendo justa causa, o empregado poderá se desligar do contrato a
termo prefixado sem indenizar o empregador. Reparem que o empregado foi tratado por seu coordenador
com rigor excessivo, o que, nos termos do art. 483, ‘b’, da CLT, representa falta grave do empregador.
Gabarito: (C).
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Comentários:
Questão polêmica, mas que teve a resposta confirmada por ocasião do gabarito definitivo. O item I está
incorreto, pois, embora seja direito potestativo, há situações em que o empregador está proibido de
dispensar imotivadamente seus empregados. Nas hipóteses de estabilidades e garantias provisórias de
emprego, o empregador fica obstado de exercer seu direito de rescindir o contrato de trabalho.
O item II foi também dado como incorreto pela Banca. A multa do art. 477, § 8º 7, da CLT é devida se o
empregador descumprir os prazos para pagamento das verbas rescisórias. Neste sentido, mesmo nos casos
em que o empregado é dispensado por justa causa e esta é posteriormente revertida no âmbito judicial, tal
multa continuaria sendo aplicada:
SUM-462
A circunstância de a relação de emprego ter sido reconhecida apenas em juízo não tem o
condão de afastar a incidência da multa prevista no art. 477, §8º, da CLT. A referida multa
não será devida apenas quando, comprovadamente, o empregado der causa à mora no
pagamento das verbas rescisórias.
Este é o entendimento que devemos considerar para fins de prova, mas destaco que ainda remanescem
precedentes na Justiça do Trabalho8 de que a multa não seria aplicada nesta situação.
O item III foi considerado incorreto pela Banca, tendo em vista posicionamentos doutrinários diversos. A
este respeito, destaco que o art. 483, § 3º, em princípio, indica duas situações - alíneas “d” (não
cumprimento, pelo empregador, das obrigações do contrato) e “g” (o empregador reduzir o seu trabalho,
sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários) – em que o
empregado poderá optar por permanecer ou não no trabalho:
7CLT, art. 477, § 8º - A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará o infrator à multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao
pagamento da multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu salário, devidamente corrigido pelo índice de variação do BTN, salvo
quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora
8 A exemplo do seguinte: TRT-3 - 0000773-81.2014.5.03.0184 ED
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CLT, art. 483, § 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a
rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações,
permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo.
O item IV está incorreto. Os princípios da continuidade da relação de emprego, da norma mais favorável, da
despersonalização do empregador e da razoabilidade e proporcionalidade realmente incidem na extinção do
contrato de trabalho. Por outro lado, não há incidência do princípio da vedação ao retrocesso e muito menos
da publicidade e transparência.
O princípio da publicidade e transparência em regra não se aplica à extinção contratual. Caso um empregado
seja dispensado com justa causa, por exemplo, o empregador não deve dar publicidade ao caso expondo os
motivos e circunstâncias relacionadas.
Gabarito: (D).
Comentários:
De forma breve, a extinção normal, segundo o Direito Civil, ocorre quando o contrato é fielmente cumprido
pelas partes, chegando a seu fim. A extinção anormal, por outro lado, ocorre sem que as obrigações tenham
sido cumpridas pelas partes (o contrato não atinge seu fim).
Gabarito: (E).
9
CARRION, Valentin. Op. cit., p. 457.
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Comentários:
A questão está correta, tendo em vista que tal motivação é obrigatória somente em hipóteses de
estabilidades e garantias provisórias de emprego (como no caso do dirigente sindical, por exemplo, em que
se exige inquérito para apuração de falta grave) e demais hipóteses previstas nos instrumentos coletivos.
Gabarito: (C).
Comentários:
O sistema brasileiro de caracterização das infrações trabalhistas é taxativo. Somente são consideradas faltas
aquelas previstas em lei como tal, sendo a maioria delas prevista no art. 482 da CLT.
Gabarito: (E).
Comentários:
A alternativa (A), incorreta, pois ele ainda receberá a metade das férias e do 13º proporcional (SUM-14 do
TST).
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A alternativa (B), incorreta, já que o art. 508 da CLT, que continha tal previsão, foi revogado em 2010.
A alternativa (C), correta, nos termos da alínea ‘k’ do art. 482 da CLT, ofensas físicas contra superior
hierárquico, imotivadas (ou seja, que não são por legítima defesa), constituem falta grave. Nesta alínea, não
se exige que a ofensa seja praticada no serviço, podendo gerar falta grave em qualquer lugar em que for
praticada, pois aqui o que conta é contra quem ela é praticada.
A alternativa (D), incorreta, já que não é qualquer redução que importa a rescisão indireta. A redução deve
afetar sensivelmente o salário do empregado:
CLT, art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida
indenização quando: (...)
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.
A alternativa (E), incorreta, pois há uma exceção para tal regra (a justa causa por “abandono de emprego”):
Gabarito: (C).
Comentários:
Gabarito: (E).
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guias para habilitação à época por ter sido reduzida a duração o período do contrato de emprego. Considere
que, à época do vínculo havido com Henrique, já existia, na CTPS do trabalhador Marcos, anterior registro
de emprego com empregador distinto, no que tange ao período de 10/04/2016 a 13/08/2016. (..)
Nessa situação hipotética, julgue o item abaixo.
Deve ser corrigida a data de saída registrada na CTPS do trabalhador, a fim de fazer constar 30/04/2017.
Comentários:
O período do aviso prévio, seja trabalhado ou indenizado, é computado na duração do contrato de trabalho.
Esta é a chamada projeção do aviso prévio indenizado nas verbas trabalhistas devidas ao empregado, nos
termos do seguinte dispositivo celetista:
CLT, art. 487, § 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o
direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração
desse período no seu tempo de serviço.
Assim, até mesmo a data do término do contrato de trabalho, anotada na CTPS do empregado, deve ser a
data do fim do aviso prévio indenizado:
A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso
prévio, ainda que indenizado.
Dessa forma, como o encerramento da prestação de serviços se deu em 31/3/2017, somando-se os 30 dias
do aviso prévio, temos que a data do fim do vínculo se deu em 30/4/2017.
Gabarito: (C).
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Comentários:
O período do aviso prévio, seja trabalhado ou indenizado, é computado na duração do contrato de trabalho.
Esta é a chamada projeção do aviso prévio indenizado nas verbas trabalhistas devidas ao empregado, nos
termos do seguinte dispositivo celetista:
CLT, art. 487, § 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o
direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração
desse período no seu tempo de serviço.
Assim, até mesmo a data do término do contrato de trabalho, anotada na CTPS do empregado, deve ser a
data do fim do aviso prévio indenizado:
A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso
prévio, ainda que indenizado.
Dessa forma, como o encerramento da prestação de serviços se deu em 31/3/2017, somando-se os 30 dias
do aviso prévio, temos que a data do fim do vínculo se deu em 30/4/2017.
Gabarito: (C).
Comentários:
Se o empregado comprova já ter conseguido novo emprego, esvazia-se o objetivo do aviso prévio e, com
isso, a jurisprudência admite o não pagamento do mesmo pelo empregador.
Gabarito: (C).
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Comentários:
A alternativa (A), incorreta, já que a garantia do cipeiro não constitui vantagem pessoal, nos termos da
jurisprudência consolidada do TST:
(..)
II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para
as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a
empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo
impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário.
A alternativa (C), correta, tendo em vista o que dispõe o caput do art. 543 da CLT:
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exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne
impossível o desempenho das suas atribuições sindicais.
(..)
A alternativa (E) está incorreta. Os “empregados públicos” (funcionários de EP e SEM), em regra, não
possuem estabilidade:
Gabarito: (C).
Comentários:
Nos termos do item I da SUM-369, ainda que a comunicação seja realizada fora do prazo previsto na CLT, é
assegurada a estabilidade, desde que a ciência do empregador tenha sido durante a vigência do contrato de
trabalho.
Gabarito: (E).
Comentários:
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(..)
Gabarito: (C).
Comentários:
Gabarito (C)
Comentários:
A assertiva diz respeito à regra geral, quanto à desnecessidade de motivação dos atos de dispensa dos
empregados de empresas estatais, consoante entendimentos do STF (RE 589998) e do TST:
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Gabarito (E)
Comentários:
Recorrendo às disposições do art. 484-A da CLT, sabemos que o empregado que tem seu contrato de trabalho
extinto mediante acordo terá direito ao seguinte, em relação às verbas mencionadas no enunciado:
Quanto às verbas rescisórias devidas, há pagamento de metade do aviso prévio, se indenizado, e da multa
compensatória do FGTS. Em relação a esta multa, como em geral ela é de 40% 10, metade dela resulta em
uma multa de 20% na rescisão por acordo (matematicamente, temos o seguinte: 0,5x40%xR$ 4.000,00).
Agora, em relação ao saque do FGTS, o empregado poderá receber até 80% do valor dos depósitos. Ou seja,
se havia R$ 4.000,00 lá depositados, o empregado irá sacar R$ 3.200,00 e ainda ficará retida na conta junto
10Lei 8.036/1990, art. 18, § 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na conta vinculada do trabalhador
no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato
de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros.
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ao FGTS a quantia de R$ 800,00 (ou seja, os 20% restantes). Caso, futuramente, ele se enquadre em outra
hipótese autorizadora do saque do FGTS, este valor remanescente poderá ser sacado.
Gabarito (E)
Comentários:
Antes de avançar, reparem que a questão tomou por base expressamente as disposições celetistas.
O item I está incorreto e o item II, correto, consoante dispõe o art. 477-A da CLT:
O item III está incorreto e o item IV, correto, em virtude do que dispõe o art. 477, §6º, com redação dada
pela ‘reforma trabalhista’:
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Gabarito: (D).
Comentários:
Trata-se da desídia, caracterizada pelos atrasos frequentes, produção inferior, e elevadas faltas
injustificadas. Vejam como a doutrina define esta hipótese11 de falta grave:
“A desídia é falta culposa, e não dolosa, ligada à negligência; costuma-se caracterizar pela
prática ou omissão de vários atos (comparecimento impontual, ausências, produção
imperfeita); excepcionalmente poderá estar configurada em um só ato culposo muito
grave (...)”
Assim, ante tal conduta, o empregado poderá ser dispensado com justa causa com fundamento na própria
CLT:
Gabarito: (E).
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teve alta do INSS, mas transcorridos cinquenta e cinco dias, ela não retornou ao trabalho e não justificou o
motivo de não retornar. Neste caso, de acordo com entendimento sumulado do TST, a empresa
(A) agiu corretamente, uma vez que Lívia possuía o prazo de quinze dias após a cessação do benefício
previdenciário para retornar ao trabalho ou justificar o motivo de não o fazer.
(B) agiu corretamente, uma vez que Lívia possuía o prazo de trinta dias após a cessação do benefício
previdenciário para retornar ao trabalho ou justificar o motivo de não o fazer.
(C) não agiu corretamente, uma vez que Lívia possui o prazo de sessenta dias após a cessação do benefício
previdenciário para retornar ao trabalho ou justificar o motivo de não o fazer, não havendo transcorrido,
ainda este lapso temporal.
(D) não agiu corretamente, uma vez que Lívia possui o prazo de noventa dias após a cessação do benefício
previdenciário para retornar ao trabalho ou justificar o motivo de não o fazer, não havendo transcorrido,
ainda este lapso temporal.
(E) não agiu corretamente, neste caso, em razão do gozo do benefício previdenciário, independentemente
do lapso temporal, não se configura a hipótese de abandono de emprego, sendo vedada a dispensa com
justa causa.
Comentários:
Vejam que a empregada esteve em gozo de benefício previdenciário e demorou mais de 30 dias para retornar
ao serviço. Portanto, nos termos da SUM-32 do TST, presume-se que houve abandono de emprego, o qual é
uma falta grave prevista no art. 482, ‘i’, da CLT:
Gabarito: (B).
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Comentários:
O acesso a sites pornográficos e a prática de atos libidinosos no local de trabalho são atos que atentam contra
a moral sexual, caracterizando, portanto, incontinência de conduta (CLT, art. 482, ‘b’).
O segundo ato, descumprimento de proibição de fumar, é um desrespeito à ordem de cunho geral, portanto,
indisciplina (CLT, art. 482, ‘h’).
Gabarito: (D).
Comentários:
Trata-se do mesmo enunciado de questões anteriores. No caso de ter sido deferida a suspensão da execução
da pena, não haverá justa causa, pois, nesse caso, o empregado apenado não ficará recluso no
estabelecimento prisional, estando em liberdade para trabalhar.
CLT, art. 482, d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha
havido suspensão da execução da pena;
Gabarito: (E).
Comentários:
A questão somente está correta por causa do adjetivo “integral”, já que na culpa recíproca o empregado tem
direito às verbas à razão de 50%.
Gabarito: (C).
Comentários:
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CLT, art. 625-E, parágrafo único -. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e
terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas.
Gabarito: (C).
Comentários:
Sim, conforme disposto no art. 158, parágrafo único, ‘b’, da CLT, é causa para a demissão por justa causa a
recusa injustificada à utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI):
(...)
(...)
Gabarito: (C).
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(E) Ricardo, Maurício e Luiz, ajudantes de manutenção, são pegos pela quinta vez jogando dados, a dinheiro,
na oficina. Foram dispensados por indisciplina.
Comentários:
A letra A está incorreta, já que, apesar de ter havido justa, a falha foi um ato de improbidade (CLT, art. 482,
a), não “mau procedimento”.
A letra B está incorreta, pois houve falta, porém esta consistiu em ato lesivo da honra ou da boa fama
praticado no serviço contra qualquer pessoa (CLT, art. 482, j).
No mesmo sentido, a letra C está incorreta, já que trata-se de ofensas físicas praticadas no serviço contra
qualquer pessoa (CLT, art. 482, j).
A letra (D), correta, já que o descumprimento de ordem direta é insubordinação (e não indisciplina).
Por fim, a letra E está incorreta, já que, neste caso, a falha é a prática constante de jogos de azar (CLT, art.
482, l).
Gabarito: (D).
Comentários:
A questão aborda as verbas (e o respectivo cálculo) recebidas pelo trabalhador quando este pede demissão.
Quando o empregado pede demissão, ele tem direito a receber: saldo de salário; 13º proporcional; férias
vencidas e proporcionais, acrescidas do terço constitucional. Além disso, ele deve cumprir (ou pagar) o aviso
prévio.
Portanto, o pedido de demissão (antes ou depois de 1 ano) não retira qualquer direito do trabalhador, o que
já permite eliminarmos as duas últimas alternativas, (D) e (E).
Como a questão nada mencionou a respeito do cumprimento do aviso prévio pelo empregado (que pediu
demissão) e por ter questionado as verbas “Em razão do pedido de demissão”, presume-se que este não fora
cumprido pelo empregado. Dessa forma, o contrato de trabalho teve vigência de 13/01 a 29/10/2014.
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Assim, a título de férias, será devido 1/12 (um doze avos) da remuneração para cada mês de serviço (ou,
caso incompleto, a fração de trabalho superior a 14 dias), além do terço constitucional:
CLT, art. 146, parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses
de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à
remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na
proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze)
dias. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
Calculando, com o auxílio de uma tabela, quantos meses Arnaldo trabalhou para fins de recebimento de
férias, chegamos ao total de 10 períodos:
Meses de serviço
1º 13/jan 12/fev
2º 13/fev 12/mar
3º 13/mar 12/abr
4º 13/abr 12/mai
5º 13/mai 12/jun
6º 13/jun 12/jul
7º 13/jul 12/ago
8º 13/ago 12/set
9º 13/set 12/out
10º
13/out 29/out
(17 dias)
Além disso, caso houvéssemos previsto que Arnaldo cumpriu o aviso prévio, o resultado do cálculo teria sido
de 11/12 de férias (acrescidas do terço constitucional), de modo que não teria uma alternativa da questão
para marcarmos.
Gabarito: (B).
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(D) a falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar a metade dos
salários correspondentes ao prazo respectivo, em razão do princípio protetor.
(E) o empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das faltas consideradas pela lei
como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do respectivo prazo.
Comentários:
CLT, art. 491 - O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das
faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do
respectivo prazo.
A letra A está incorreta, já que é sim devido o aviso prévio na rescisão indireta.
O erro na letra B diz respeito ao número de horas reduzidas durante o aviso prévio em uma rescisão por
iniciativa do empregador:
CLT, art. 488 - O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se
a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias,
sem prejuízo do salário integral.
A letra C está incorreta já que as horas extras habituais integram o aviso prévio, mesmo indenizado:
CLT, art. 487, § 5º O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio
indenizado.
Por fim, a letra D está incorreta porquanto a falta de aviso por parte do empregado dá ao empregador o
direito de descontar a totalidade dos salários correspondentes ao respectivo período:
CLT, art. 487, § 2º - A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o
direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo.
Gabarito: (E).
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III. No caso de prática de falta grave pelo empregador, poderá o empregado pleitear a rescisão do seu
contrato e o pagamento das respectivas indenizações, sendo-lhe facultado, em qualquer hipótese,
permanecer ou não no serviço até final da decisão do processo.
IV. A morte do empregador pessoa física leva à extinção do contrato de trabalho, salvo se o empregado, por
ocasião do falecimento do empregador, tiver mais de dez anos de serviço para o mesmo.
Está INCORRETO o que consta APENAS em
(A) I, II e IV.
(B) II, III e IV.
(C) II e III.
(D) I e IV.
(E) III e IV.
Comentários:
A assertiva I está correta, pois o empregado tem o direito de pôr fim ao pacto empregatício sem que seja
necessário motivo para tanto, e esta decisão configura o pedido de demissão.
A assertiva II está incorreta, pois no caso de culpa recíproca aplica-se a Súmula 14:
A assertiva III está incorreta, uma vez que somente é facultado ao empregado decidir quanto à permanência
ou não no serviço nas hipóteses das letras "d" e "g" (conforme CLT, art. 483, § 3º). Neste caso, foi cobrada a
literalidade do dispositivo. Vejam:
CLT, art. 483, § 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a
rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações,
permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo.
12 A Súmula faz remissão ao artigo 484 da CLT, que trata da antiga indenização por tempo de serviço que foi substituída pelo regime do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
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g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.
A assertiva IV está incorreta, uma vez que não há a exceção relativa a “dez anos de serviço para o mesmo”
empregador. No caso de morte do empregador pessoa física, poderá haver a sucessão trabalhista, caso haja
a continuidade do empreendimento. Caso não haja, o contrato estará rescindido e as verbas devidas ao
empregado serão as mesmas da dispensa sem justa causa.
Gabarito: (B).
Comentários:
CLT, art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador: (..)
Como o processo de Bruno encontra-se em fase de recurso, ainda não houve o trânsito em julgado da
decisão, motivo pelo qual o empregado não poderá ser demitido por justa causa. Além disso, como ele
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responde em liberdade, é perfeitamente possível que ele compareça ao local de trabalho para prestar os
serviços.
Gabarito: (C).
Comentários:
CLT, art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador: (..)
Como dito, se a embriaguez se dá em serviço, basta uma ocorrência para justificar a justa causa, de forma
que Mário poderá sim ser demitido por justa causa.
Gabarito: (A).
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(B) No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao empregado rescindir
o contrato de trabalho.
(C) No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade municipal,
estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que impossibilite a continuação da atividade,
prevalecerá o pagamento da indenização, que ficará a cargo do governo responsável.
(D) Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, não há que se falar
em recebimento de indenização.
(E) Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado,
será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o
término do contrato.
Comentários:
A incorreta é a alternativa (D), pois na culpa recíproca13 a indenização é cabível pela metade:
CLT, art. 484 - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de
trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa
exclusiva do empregador, por metade.
Ainda sobre a citada indenização é interessante mencionar o artigo 479, relacionado à alternativa (E) desta
mesma questão, que prevê o referido pagamento:
CLT, art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa
causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por
metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.
Na alternativa (A) foi mencionada a regra sobre cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão
antecipada, que estende aos contratos a prazo determinado os princípios que regem os contratos por prazo
indeterminado:
CLT, art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória
do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja
exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos
contratos por prazo indeterminado.
13 Culpa recíproca ocorre quando tanto empregador quanto empregado dão causa à extinção do contrato, ou seja, ambas as partes praticam
condutas ensejadoras da rescisão. Assim como na rescisão indireta, esta modalidade de extinção contratual pressupõe decisão judicial que a
reconheça.
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A alternativa (B) menciona o caso da morte do empregador constituído em empresa individual, caso em que
os herdeiros irão assumir o negócio.
Neste caso o empregado pode rescindir seu contrato, recebendo as verbas devidas em um pedido de
demissão e sem que haja dever de cumprir aviso prévio:
Na alternativa (C), por fim, a banca FCC reproduziu artigo da CLT que é considerado, por parte da doutrina,
como letra morta:
CLT, art. 486 - No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por
ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução
que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização,
que ficará a cargo do governo responsável.
“A paralisação do trabalho por ato de autoridade é o factum principis, uma das espécies de
força maior. O instituto se esvaziou no decorrer do tempo, se é que já não nasceu morto;
a prática revela dois aspectos: se o ato da autoridade é motivado por comportamento ilícito
ou irregular da empresa, a culpa e as sanções lhe são atribuídas por inteiro; se seu proceder
foi regular, a jurisprudência entende que a cessação da atividade faz parte do risco
empresarial e também isenta o poder público do encargo (...).”
Gabarito: (D).
14 CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 37 ed. Atualizada por Eduardo Carrion. São Paulo: Saraiva, 2012, p.
460.
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Comentários:
A ocorrência de faltas reiteradas e injustificadas é enquadrada como sendo desídia (CLT, art. 482, ‘e’).
“A desídia é falta culposa, e não dolosa, ligada à negligência; costuma-se caracterizar pela
prática ou omissão de vários atos (comparecimento impontual, ausências, produção
imperfeita); excepcionalmente poderá estar configurada em um só ato culposo muito
grave (...)”
Como ensina o Ministro Godinho16, a desídia, em geral, é comportamento reiterado, nestes casos
“(...) a conduta desidiosa deve merecer exercício pedagógico do poder disciplinar pelo
empregador, com gradação de penalidades, em busca da adequada ressocialização do
obreiro. Mostrando-se ineficaz essa tentativa de recuperação, a última falta implicará na
resolução culposa do contrato de trabalho [demissão com justa causa]”.
No caso de prática de ato único de desídia muito grave, claro, não caberá gradação de penalidades. Exemplo
desta situação, citado por Amauri Mascaro Nascimento17, seriam “15 faltas reiteradas ao serviço sem
justificativa”.
Gabarito: (C).
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(E) a multa do FGTS na proporção de 20% com a devida liberação, além do aviso prévio na sua integralidade.
Comentários:
Portanto, a Patrícia terá direito a 20% da multa do FGTS (e sua liberação), além de metade de: aviso prévio;
férias proporcionais e décimo terceiro proporcional.
Gabarito: (C).
Comentários:
Seguem abaixo as demais alíneas do artigo 482 relativas à questão para relembrarmos os conceitos
relacionados.
CLT, art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:
--------------------
18 A Súmula faz remissão ao artigo 484 da CLT, que trata da antiga indenização por tempo de serviço que foi substituída pelo regime do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
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a) ato de improbidade;
Ato de improbidade é conduta faltosa do empregado que age de modo contrário à lei.
Existem interpretações doutrinárias distintas sobre a necessidade de haver (ou não) dano ao patrimônio do
empregador ou de terceiros para que se configure o ato de improbidade.
--------------------
--------------------
“A desídia é falta culposa, e não dolosa, ligada à negligência; costuma-se caracterizar pela
prática ou omissão de vários atos (comparecimento impontual, ausências, produção
imperfeita); excepcionalmente poderá estar configurada em um só ato culposo muito
grave (...)”
Como ensina o Ministro Godinho20, a desídia, em geral, é comportamento reiterado, nestes casos “a conduta
desidiosa deve merecer exercício pedagógico do poder disciplinar pelo empregador, com gradação de
penalidades, em busca da adequada ressocialização do obreiro. Mostrando-se ineficaz essa tentativa de
recuperação, a última falta implicará na resolução culposa do contrato de trabalho [demissão com justa
causa]”.
--------------------
19 CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 37 ed. Atualizada por Eduardo Carrion. São Paulo: Saraiva, 2012.
20 DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 1235.
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Gabarito: (D).
Comentários:
CLT, art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:
Gabarito: (C).
Comentários:
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O abandono de emprego caracteriza-se pela ausência ao serviço com a intenção manifesta do empregado
em romper o contrato.
Quanto ao elemento objetivo (decurso de prazo) a doutrina tem utilizado o lapso temporal de 30 dias, com
fundamento no artigo 472, § 1º da CLT e na Súmula 32 do TST:
CLT, art. 472, § 1º - Para que o empregado tenha direito a voltar a exercer o cargo do qual
se afastou em virtude de exigências do serviço militar ou de encargo público, é
indispensável que notifique o empregador dessa intenção, por telegrama ou carta
registrada, dentro do prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da data em que se
verificar a respectiva baixa ou a terminação do encargo a que estava obrigado.
Gabarito: (B).
Comentários:
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Quanto ao item II, a doutrina enxerga, sim, diferença entre atos de incontinência de conduta e mau
procedimento. Na proposição III seria o caso de indisciplina, e não insubordinação (circular interna é
destinada a todos os empregados). Incorretos, portanto, estes dois itens.
Relembrando:
CLT, art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:
(...)
--------------------
Gabarito: (C).
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I. Sendo dispensada por justa causa fundada em insubordinação no curso do aviso prévio, Agnes deixará de
receber o restante do aviso prévio, mas receberá as demais verbas rescisórias, pois a dispensa inicialmente
tinha sido sem justa causa.
II. Faltando 40 dias para o término do contrato de experiência, Joana é dispensada sem justa causa pelo
empregador, hipótese que lhe dá direito ao recebimento do aviso prévio.
III. Após ser dispensada sem justa causa, Cilene pede ao empregador dispensa do cumprimento do aviso
prévio, informando que precisa descansar e está pensando em fazer uma viagem. Aceito o pedido pelo
empregador, este ficará isento do pagamento do aviso prévio, pois Cilene renunciou ao respectivo direito.
IV. Nancy teve concedido auxílio-doença no curso do aviso prévio, o que implica em que os efeitos da sua
dispensa somente se concretizem depois de expirado o benefício previdenciário.
V. Por receber salário na base de tarefa, o cálculo do aviso prévio de Arnaldo será feito de acordo com a
média dos salários recebidos durante a vigência do contrato de trabalho.
Está correto o que consta APENAS de
(A) II e IV.
(B) I e III.
(C) IV e V.
(D) II, III e V.
(E) I, II e IV.
Comentários:
A proposição I está incorreta. A empregada irá perder tanto o direito ao restante do respectivo prazo, quanto
às verbas rescisórias de natureza indenizatória (já que não foi caso de abandono ao emprego):
CLT, art. 491 - O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das
faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do
respectivo prazo.
A proposição II foi dada como correta pela Banca, considerando-se, até mesmo, a SUM-163 do TST:
Cabe aviso prévio nas rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na forma do art.
481 da CLT.
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No entanto, sabe-se que, como regra geral, a iniciativa antecipada de extinção de contratos a termo, como
o de experiência, atrai a indenização prevista no art. 479 da CLT, não havendo que se falar em aviso prévio.
O aviso prévio somente seria devido nos contratos a termo caso estivéssemos diante de situação
excepcional, em que se previsse cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada,
constante do art. 481 da CLT. Como a questão nada mencionou a respeito desta circunstância, não haveria
que se falar em aviso prévio na extinção antecipada do contrato por experiência.
Para não deixar dúvidas, cito a lição lapidar de Ministro Maurício Godinho 21:
Apenas nos contratos a termo que tenham em seu interior cláusula assecuratória do direito
recíproco de antecipação do término contratual, é que pode ganhar relevância o aviso
prévio.
(..)
No entanto, o gabarito foi mantido pela Banca que, ao que parece, baseou-se na situação excepcional, em
que o contrato de experiência contém a cláusula do art. 481 da CLT.
A proposição III está incorreta com fundamento na SUM-276 do TST. O empregador somente se eximiria do
pagamento do aviso prévio na hipótese da obtenção de novo emprego por Cilene:
21 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. LTr. 17ª edição. 2018. página 1401
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A proposição V, incorreta, já que deve se calcular o aviso prévio com base na média dos últimos 12 meses
apenas:
CLT, art. 487, § 3º - Em se tratando de salário pago na base de tarefa, o cálculo, para os
efeitos dos parágrafos anteriores, será feito de acordo com a média dos últimos 12 (doze)
meses de serviço.
Gabarito (A)
Comentários:
A letra (A), incorreta, pois, sendo caso de dispensa com justa causa (como por exemplo aquela decorrente
de desídia), não há que se falar em aviso prévio.
A letra (B) está incorreta, porquanto na rescisão indireta é devida sim a indenização pelo aviso prévio:
Além disso, na culpa recíproca o aviso prévio é devido pela metade (SUM-14 do TST).
A letra (C) está incorreta. O pagamento relativo ao aviso prévio, seja trabalhado, seja indenizado, está sujeito
ao recolhimento do FGTS:
SUM-305 TST
A letra (D) também está incorreta, já que a redução de horário durante o aviso só é devida se o empregador
houver tomado a iniciativa da rescisão:
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CLT, art. 488 - O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se
a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias,
sem prejuízo do salário integral.
Em outras palavras, se o próprio empregado pedir demissão, não há que se falar em redução de jornada
durante o aviso prévio.
Por fim, a letra (E), correta, já que não se admite que o empregador deixe de reduzir a jornada (mesmo que
pague as horas correspondentes) tendo em vista que o objetivo desta medida é permitir que o empregado
busque novo emprego:
É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo
pagamento das horas correspondentes.
Gabarito: (E).
Comentários:
CLT, art. 491 - O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das
faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do
respectivo prazo.
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Por outro lado, a alternativa (D) está incorreta, já que o abandono de emprego é uma exceção à conversão
da despedida comum em despedida com justa causa:
É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo
pagamento das horas correspondentes.
A alternativa (B), incorreta, já que a outra parte não é obrigada a aceitar a reconsideração do aviso prévio:
CLT, art. 489 - Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o
respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra
parte é facultado aceitar ou não a reconsideração.
A alternativa (E) está incorreta, na sua parte final, já que as horas extras habituais integram o aviso prévio
indenizado:
CLT, art. 487, § 5º O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio
indenizado.
Gabarito: (C).
Comentários:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
(...)
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XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei;
Com base neste comando constitucional foi promulgada, no final de 2011, a Lei 12.506, que definiu a
proporcionalidade do aviso prévio, nos seguintes termos:
Lei 12.506/11, art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação
das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943,
será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um)
ano de serviço na mesma empresa.
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por
ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias,
perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
Gabarito: (E).
Comentários:
Lei 12.506/11, art. 1º, parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão
acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de
60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
Gabarito: (A).
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Comentários:
A assertiva I está incorreta, já que mesmo nessa hipótese é devido o aviso prévio. Note que o empregado
não compartilha dos riscos do negócio do empregador.
A assertiva II está incorreta, já que, com tal cláusula, são aplicadas as mesmas regras de encerramento dos
contratos por prazo indeterminado, inclusive no que tange ao aviso prévio:
CLT, art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assecuratória
do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja
exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos
contratos por prazo indeterminado.
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É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo
pagamento das horas correspondentes.
Gabarito: (A).
Comentários:
A alternativa A está correta, pois, de fato, as horas extras habituais integram o aviso prévio indenizado:
CLT, art. 487, § 5º O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio
indenizado.
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A alternativa B está correta, pois a “justa causa do empregador” é também chamada de rescisão indireta do
contrato de trabalho. Nesta hipótese, serão devidos ao empregado as seguintes verbas e direitos:
• saldo de salário;
• 13º proporcional;
• férias, inclusive proporcionais;
• aviso prévio;
• multa de 40% do FGTS (e seu saque); e
• seguro desemprego (guias fornecidas pelo empregador).
A alternativa C está correta, pois o empregado não é obrigado a aceitar a retratação do aviso. Da mesma
maneira, o empregador não seria obrigado a aceitá-la.
A alternativa D está correta, pois está conforme CLT, art. 487, § 3º:
CLT, art. 487, § 3º - Em se tratando de salário pago na base de tarefa, o cálculo, para os
efeitos dos parágrafos anteriores, será feito de acordo com a média dos últimos 12 (doze)
meses de serviço.
Por fim, a alternativa E está incorreta, já que a redução de duas horas diárias durante o aviso prévio ocorre
apenas quando a rescisão é promovida pelo empregador:
CLT, art. 488 - O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se
a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias,
sem prejuízo do salário integral.
Gabarito: (E).
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(E) não é possível, pois o aviso prévio é irrenunciável pelo empregado, não havendo que se falar em
reconsideração do mesmo, sob pena de afronta a direito previsto em norma de ordem pública.
Comentários:
Existe previsão legal de reconsideração do aviso, o que pode ocorrer caso uma parte conceda aviso prévio à
outra e, durante o período de aviso, esta mesma parte propõe manter o vínculo empregatício:
CLT, art. 489 - Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o
respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à
outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração.
Gabarito: (D).
Comentários:
CLT, art. 487, § 3º - Em se tratando de salário pago na base de tarefa, o cálculo, para os
efeitos dos parágrafos anteriores, será feito de acordo com a média dos últimos 12 (doze)
meses de serviço.
Gabarito: (A).
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(A) o aviso-prévio é ato unilateral devido apenas quando o empregador pretender rescindir o contrato de
trabalho independentemente de haver justo motivo.
(B) a justa causa para rescisão do contrato de trabalho não pode ser aplicada durante o período de
cumprimento do aviso-prévio.
(C) a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo do aviso-prévio comunicado, não
comportando reconsideração pela parte notificante antes de seu termo final.
(D) a falta do aviso-prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes
ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço.
(E) o valor das horas extras habituais não integra o aviso-prévio indenizado.
Comentários:
CLT, art. 487, § 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o
direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração
desse período no seu tempo de serviço.
A alternativa (A) está incorreta porque o aviso não é devido apenas pelo empregador.
Como os contratos de trabalho, em geral, possuem prazo indeterminado, institui-se o aviso prévio no Direito
do Trabalho para que, quando uma das partes da relação de emprego decidir encerrar o vínculo, a outra
parte possa ter um tempo razoável para adotar as medidas necessárias.
Caso a iniciativa da resilição contratual seja do empregador, o aviso prévio permitirá ao empregado procurar
novo emprego para seu sustento; caso seja do empregado, permitirá ao empregador buscar novo
trabalhador para ocupar o posto que se tornará vago.
Sobre a alternativa (B), não existe nenhuma restrição à aplicação da penalidade de justa causa durante o
cumprimento do aviso prévio, quer seja ela concedido pelo empregador ou pelo empregado.
Já a alternativa (C), também incorreta, distorceu a previsão constante do art. 489 da CLT (reconsideração do
aviso):
CLT, art. 489 - Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o
respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra
parte é facultado aceitar ou não a reconsideração.
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CLT, art. 487, § 5º O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio
indenizado.
Gabarito: (D).
Comentários:
CLT, art. 488 - O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se
a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias,
sem prejuízo do salário integral.
Parágrafo único - É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas
diárias previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário
integral, por 1 (um) dia, na hipótese do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese do
inciso lI do art. 487 desta Consolidação.
Lembre-se que, caso fosse Bruna quem tivesse decidido deixar o emprego, não teríamos redução de jornada
durante o aviso prévio.
Gabarito: (C).
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Comentários:
O aviso prévio obedece a regra geral da Lei 10.406/02 (Código Civil), segundo o qual:
Lei 10.406/02, art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se
os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
Gabarito: (D).
Comentários:
A letra ‘A’ está incorreta, pois o prazo é de 10 dias, conforme definido na CLT:
Gabarito: (A).
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Comentários:
O item I está incorreto, já que o membro de conselho fiscal não é destinatário da garantia de emprego do
dirigente sindical:
Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos arts.
543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de
direitos da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalização da gestão
financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT).
O item II também está incorreto. A estabilidade do diretor de cooperativa é um dos raros casos em que o
suplente não faz jus à mesma proteção conferida ao titular:
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O item III está incorreto. Primeiramente, destaco que foram satisfeitos os pressupostos da estabilidade do
empregado acidentado (acidente do trabalho e afastamento superior a 15 dias). Nesse sentido, lembro que
o acidente do trabalho no curso de contrato por prazo determinado gera ao empregado o direito à
estabilidade:
(..)
O item IV está correto, tendo em vista que há pertinência entre as funções desempenhadas na empresa e o
sindicato para o qual o dirigente foi eleito:
(..)
O item V está incorreto. As empregadas domésticas também possuem direito à estabilidade provisória da
gestante, por expressa disposição da LC 150/2015. No entanto, não podemos confundir a duração da licença
maternidade (em regra, 120 dias) com a duração da estabilidade da gestante: da confirmação da gravidez
até 5 meses após o parto.
22
Lei 5.764/1971, art. 55. Os empregados de empresas que sejam eleitos diretores de sociedades
cooperativas pelos mesmos criadas, gozarão das garantias asseguradas aos dirigentes sindicais pelo
artigo 543 da Consolidação das Leis do Trabalho.
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Gabarito (E)
Comentários:
O item I, correto, porquanto a estabilidade do membro eleito da cipa não subsiste no caso de extinção do
estabelecimento:
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O item II, incorreto, pois a estabilidade da gestante, que vai da confirmação da gravidez até cinco meses após
o parto, independe de o empregador conhecer seu estado gravídico:
O item III, incorreto, pois os empregados representantes da Comissão de Conciliação Prévia (CCP) instituída
no âmbito das empresas possuem sim estabilidade provisória no emprego:
CLT, art. 625-B. A, § 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros
da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do
mandato, salvo se cometerem falta, nos termos da lei.
Além disso, as regras previstas na CLT se destinam às CCPs no âmbito das empresas, sendo que as regras das
CCPs intersindicais são objeto de normas específicas:
CLT, art. 625-C. A Comissão instituída no âmbito do sindicato terá sua constituição e normas
de funcionamento definidas em convenção ou acordo coletivo.
O item IV, correto, já que o empregado membro da comissão de entendimento direto detém estabilidade
provisória no emprego:
CLT, art. 510-D, § 3º Desde o registro da candidatura até um ano após o fim do mandato,
o membro da comissão de representantes dos empregados não poderá sofrer despedida
arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico,
econômico ou financeiro.
Gabarito (B)
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(D) para as empresas com mais de 60 empregados, gozarão de garantia de emprego, empregados eleitos
representantes de comissão incumbidas de acompanhar e fiscalizar a regular cobrança e distribuição de
gorjetas, vinculada ao desempenho das funções para que foram eleitos.
(E) a falta de comunicação da entidade sindical ao empregador acerca do registro de candidatura de
empregado e, eventualmente, a sua posse, se eleito, sempre será causa que inviabiliza a estabilidade
provisória.
Comentários:
O gabarito é a letra (D), conforme nova hipótese de garantia provisória de emprego inserida pela Lei 13.419
(lei da gorjeta) no texto celetista:
CLT, art. 457, § 10. Para empresas com mais de sessenta empregados, será constituída
comissão de empregados, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de
trabalho, para acompanhamento e fiscalização da regularidade da cobrança e distribuição
da gorjeta de que trata o § 3o deste artigo, cujos representantes serão eleitos em
assembleia geral convocada para esse fim pelo sindicato laboral e gozarão de garantia de
emprego vinculada ao desempenho das funções para que foram eleitos, e, para as demais
empresas, será constituída comissão intersindical para o referido fim.
Reparem que a letra (A) está errada por um detalhe: o presidente da CIPA, indicado pelo empregador, não
goza de estabilidade. Dessa forma, não há que se falar em fim da sua estabilidade. O Examinador tentou
confundir o candidato ao citar trecho do item II da SUM-339 do TST.
A letra (B), incorreta, pois o dirigente sindical suplente também é destinatário da garantia:
CF/88, art. 8º, VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da
candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente,
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
A letra (E), incorreta, pois nem sempre o descumprimento do prazo por parte do sindicato inviabiliza a
estabilidade provisória. Caso a ciência do empregador tenha ocorrido na vigência do contrato de trabalho,
assegura-se a estabilidade:
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Gabarito: (D).
Comentários:
(...)
(..)
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CLT, art. 543 - O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação
profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do
exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne
impossível o desempenho das suas atribuições sindicais.
Gabarito: (B).
Comentários:
O item I está incorreto e os itens II e III, corretos, de acordo, respectivamente, com os itens I, IV e V da SUM-
369 do TST:
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(..)
Gabarito: (B).
Comentários:
Apesar do nome “estabilidade acidentária”, fazem jus a ela também os empregados que padecem de doença
profissional, sem terem sido de vítima de um episódio de acidente.
Uma vez constatado o nexo de causalidade entre a doença profissional e a atividade desempenhada pelo
trabalhador, é devida a estabilidade prevista na Lei 8.213/1991, mesmo que já tenha sido extingo o vínculo
laboral. Este entendimento do TST decorre da Súmula 378, item II, parte final.
É que algumas doenças profissionais têm um período de latência grande (exemplo: os sintomas de alguns
tipos de câncer podem surgir somente após vários anos de exposição ocupacional ao agente cancerígeno).
Portanto, não seria justo exigir que o empregado perceba a doença durante a vigência do contrato de
trabalho.
Gabarito: (E).
Comentários:
Trata-se do conhecimento do art. 8º, VIII, da CF e, neste caso em especial, do art. 543, § 3º, da CLT.
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Gabarito: (C).
Comentários:
A letra (A), incorreta, esquece da previsão contida na CLT que assegura a estabilidade às empregadas,
mesmo quando a gravidez tiver sido confirmada durante o aviso prévio:
A letra (B), incorreta, já que a garantia provisória de emprego se aplica, atendidas as demais condições,
mesmo quando o empregado possui contrato a prazo determinado:
(..)
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A letra (C) está incorreta, visto que a estabilidade do Cipeiro só subsiste enquanto o estabelecimento a qual
está vinculado continuar existindo. Assim como no caso do dirigente sindical, encerradas as atividades, não
há razão para subsistir a estabilidade:
II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para
as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a
empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo
impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário.
A letra (D), correta, já que o cargo de delegado sindical não faz jus à estabilidade do dirigente sindical ou a
qualquer outra:
O delegado sindical não é beneficiário da estabilidade provisória prevista no art. 8º, VIII, da
CF/1988, a qual é dirigida, exclusivamente, àqueles que exerçam ou ocupem cargos de
direção nos sindicatos, submetidos a processo eletivo.
Por fim, a letra (E) está incorreta. O art. 55 da Lei 5.764/1971 assegura aos empregados eleitos diretores de
cooperativas de consumo a mesma estabilidade dos dirigentes sindicais. Entretanto, somente os membros
titulares possuem esta prerrogativa, não alcançando seus suplentes:
O art. 55 da Lei nº 5.764/71 assegura a garantia de emprego apenas aos empregados eleitos
diretores de Cooperativas, não abrangendo os membros suplentes.
Gabarito: (D).
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(E) Irene, Diretora Financeira com responsabilidade sobre todas as unidades da América Latina da empresa
Hansonfields, não tem direito a estabilidade no emprego em razão da gestação, tendo em vista o seu elevado
cargo, o grau de confiança que o empregador nela deposita e a responsabilidade decorrente do cargo.
Comentários:
ADCT, art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da
Constituição:
(...)
(...)
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
A alternativa B está incorreta, pois a estabilidade do dirigente sindical alcança também os suplentes eleitos.
A alternativa C está incorreta, já que o prazo mínimo da estabilidade por acidente do trabalho é de doze
meses (Lei 8.213/91, art. 118).
A alternativa D está incorreta, pois a estabilidade não alcança os representantes do empregador na CIPA.
Por fim, a alternativa E está claramente incorreta. O elevado grau do cargo de uma empregada não lhe
subtrai os direitos que protegem seu emprego, inclusive a estabilidade da gestante.
Gabarito: (A).
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(E) a dispensa é válida, mas a empresa terá que pagar ao empregado indenização equivalente ao período
faltante para o término da estabilidade, pela metade.
Comentários:
(..)
II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para
as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a
empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo
impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário.
Gabarito: (B).
Comentários:
A assertiva I está correta, pois a estabilidade da gestante decorre, atualmente, de norma constitucional
(ADCT, art. 10) e abrange todas estas três categorias, por força do art. 7º, caput e parágrafo único. Além
disso, até mesmo as empregas em contrato por prazo determinado possuem tal estabilidade (Súmula 244,
III).
A assertiva II está incorreta, já que a estabilidade do dirigente sindical atinge também os suplentes (SUM
369, item II).
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As assertivas III e IV estão corretas já que os períodos de estabilidade informados estão em conformidade
com o disposto no ADCT, art. 10, II, ‘a’ e II, ’b’, respectivamente.
Gabarito: (C).
Comentários:
A alternativa (B) está correta. A estabilidade provisória do empregado acidentado está prevista na Lei
8.213/91 (Plano de Benefícios da Previdência Social), nos seguintes termos:
Lei 8.213/91, art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo
prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após
a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-
acidente.
23
A CF/88 não recepcionou a estabilidade do dirigente de associação profissional. Neste sentido, RESENDE, Ricardo, op. cit., p. 725.
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O auxílio acidente é outro benefício previdenciário (assim como o é o auxílio doença), então não confundam:
para que seja possível falar-se em estabilidade do acidentado deve ter havido o benefício do auxílio-doença
acidentário, mas a lei não exige que o acidentado tenha recebido auxílio-acidente.
ADCT, art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da
Constituição:
(...)
(...)
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
Já a alternativa (D) errou porque o presidente da CIPA é designado pelo empregador, ou seja, não possui
direito a estabilidade.
ADCT, art. 10, II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
(...)
Na alternativa (E) o prazo também foi incorreto, pois a estabilidade é de 1 ano após o final do mandato:
CLT, art. 625-B, § 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da
Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato,
salvo se cometerem falta, nos termos da lei.
Gabarito: (B).
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V. O empregado acidentado no trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12 meses, a manutenção do
seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente
de percepção de auxílio-acidente.
Está correto APENAS o que se afirma em
(A) I, II e III.
(B) I, III e V.
(C) II, III e IV.
(D) I, II e V.
(E) II, IV e V.
Comentários:
As proposições I e III estão corretas, dispondo acerca da garantia provisória de emprego do dirigente sindical:
ADCT, art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da
Constituição:
(...)
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
A proposição V, por fim, está correta, conforme Lei 8.212/91 (Plano de Custeio da Previdência Social):
Lei 8.213/91, art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo
prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após
a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-
acidente.
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O auxílio acidente24 é outro benefício previdenciário (assim como o é o auxílio doença), então não podemos
confundir: para que seja possível falar-se em estabilidade do acidentado deve ter havido o benefício do
auxílio-doença acidentário, mas a lei não exige que o acidentado tenha recebido auxílio-acidente.
Gabarito: (B).
Comentários:
A alternativa (E) está incorreta, pois a estabilidade do cipeiro (integrante da CIPA) somente é devida aos
representantes eleitos; os designados não gozam de tal garantia.
ADCT, art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da
Constituição: (...)
Segue abaixo o amparo legal das demais garantias de emprego citadas na questão:
24O auxílio-acidente é uma indenização que o empregado acidentado passa a receber após consolidação das lesões decorrentes de acidente de
qualquer natureza, se resultarem seqüelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
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ADCT, art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da
Constituição: (...)
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
CLT, art. 500 - O pedido de demissão do empregado estável só será válido quando feito
com a assistência do respectivo Sindicato e, se não o houver, perante autoridade local
competente do Ministério do Trabalho e Previdência Social ou da Justiça do Trabalho.
Gabarito: (E).
Comentários:
Se a empresa foi extinta (ou até se o estabelecimento onde a CIPA atuava foi extinto), o objetivo da comissão
se esvazia e não subsistirá a estabilidade provisória, conforme entendimento do TST materializado na
Súmula 339:
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I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do ADCT a
partir da promulgação da Constituição Federal de 1988.
II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para
as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a
empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo
impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário.
Gabarito: (E).
Comentários:
A estabilidade do Cipeiro e do dirigente sindical vão, desde o registro de sua candidatura até um ano após
o final de seu mandato. Portanto, correta a letra ‘A’ e incorreta a letra ‘C’. Além disso, o suplente de
dirigente sindical também possui estabilidade, conforme comentado anteriormente.
Já a estabilidade da gestante persiste apenas até cinco meses após o parto, de modo que a letra ‘B’ também
se mostra incorreta.
Por fim, ressaltamos que havendo garantia provisória, somente caberá a dispensa por justa causa ou não
arbitrária (CF, art. 7º, I).
Gabarito: (A).
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Comentários:
No caso da gestante a estabilidade vai da confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
Gabarito: (D).
Comentários:
Vamos por eliminação. A letra (A) está incorreta, já que o membro de conselho fiscal e o delegado não têm
direito à estabilidade pela CLT.
Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos arts.
543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de
direitos da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalização da gestão
financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT).
Ressalta-se que as convenções e acordos coletivos podem prever estabilidades não elencadas em lei, como
por exemplo, estabilidade para o delegado sindical. Portanto, via de regra, estes não possuem estabilidade,
mas pode ser que o instrumento coletivo preveja tal hipótese. Assim, também está incorreta a letra ‘C’.
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A letra ‘D’ está incorreta ante o disposto na Súmula 339, item II:
(..)
II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para
as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a
empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo
impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário.
A letra ‘E’ também está incorreta, a estabilidade provisória é dos representantes dos empregados nas
Comissões de Conciliação Prévia. Conforme previsto na CLT,
CLT, art. 625-B. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo,
dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas: (...)
Quanto ao registro do sindicato no MTb, previsto na letra (B), realmente o TST tem entendido que o dirigente
possui estabilidade mesmo diante da ausência de registro. Vejam como exemplo o seguinte trecho do
acórdão do RR-261600-83.2007.5.12.0050:
Gabarito: (B).
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CLT, Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida
indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato;
Gabarito (A)
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Art. 12, II - Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS, com as anotações atualizadas;
Lei 8.213/91, Art. 58. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou
associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física considerados para fins de
concessão da aposentadoria especial de que trata o artigo anterior será definida pelo Poder
Executivo.
Art. 12, V - extrato para fins rescisórios da conta vinculada do empregado no Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, devidamente atualizado, e guias de recolhimento
das competências indicadas no extrato como não localizadas na conta vinculada;
Gabarito (A)
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a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato;
==32a26a==
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo
da honra e boa fama;
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade;
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i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou
ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de
outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e
superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática,
devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança
nacional.
Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente,
verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação
de trabalho intermitente.
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c) de contrato de experiência.
Gabarito (E)
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Gabarito (B)
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Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
Gabarito (D)
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CLT, Art. 488, caput - O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do
aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas)
horas diárias, sem prejuízo do salário integral.
LC 150/2015, Art. 24. O horário normal de trabalho do empregado durante o aviso prévio,
quando a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas
diárias, sem prejuízo do salário integral.
Gabarito (A)
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Art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, será concedido
na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na
mesma empresa.
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano
de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo
um total de até 90 (noventa) dias.
Gabarito (E)
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Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o
contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de:
II - trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze)
meses de serviço na empresa.
Art. 489 - Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo
prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte é
facultado aceitar ou não a reconsideração.
Parágrafo único - É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas
diárias previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário
integral, por 1 (um) dia, na hipótese do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese do
inciso lI do art. 487 desta Consolidação.
Gabarito (D)
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O contrato de trabalho brasileiro tem como regra a indeterminação de prazo, podendo ser rescindido sem
justa causa, por qualquer das partes, mediante a concessão de um aviso prévio à outra parte.
O instituto do aviso prévio assegura que este
a) deve ser de, no mínimo 30 dias, acrescendo-se 3 dias por ano trabalhado ou fração superior a 6 meses,
até o máximo de 60 dias, perfazendo um total de até 90 dias.
b) deve ser de, no máximo 30 dias, podendo ser de 8 dias para os trabalhadores que recebem salário por
semana ou periodicidade inferior.
c) deve ser de 30 dias para qualquer trabalhador, independentemente da periodicidade do pagamento do
salário, se mensal ou outro inferior.
d) é devido mesmo na hipótese de rescisão indireta do contrato de trabalho.
e) não é devido na hipótese de rescisão por fato do príncipe (factum principis).
Art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, será concedido
na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na
mesma empresa.
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano
de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo
um total de até 90 (noventa) dias.
CLT, Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser
rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de:
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CLT, Art. 486 - No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por
ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução
que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização,
que ficará a cargo do governo responsável.
Gabarito (D)
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Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano
de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo
um total de até 90 (noventa) dias.
CF, art. 7º, XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta
dias, nos termos da lei;
Gabarito (B)
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Art. 165 - Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão sofrer
despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar,
técnico, econômico ou financeiro.
ADCT, Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da
Constituição:
I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do ADCT a
partir da promulgação da Constituição Federal de 1988. (ex-Súmula nº 339 - Res. 39/1994,
DJ 22.12.1994 - e ex-OJ nº 25 da SBDI-1 - inserida em 29.03.1996)
II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para
as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a
empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo
impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário. (ex-OJ nº 329
da SBDI-1 - DJ 09.12.2003)
Gabarito (C)
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c) empregada contratada sob contrato de experiência tem direito à estabilidade se ficar grávida dentro desse
contrato a prazo determinado.
d) propositura de ação trabalhista, após o término do período de estabilidade, impede a reintegração e,
consequentemente, o direito aos salários do período estabilitário.
e) desconhecimento do estado gravídico pelo empregador, no momento da dispensa, afasta o direito à
estabilidade.
Esta Corte, ao interpretar os arts. 10, inc. II, alínea“b”, da Constituição da República e 395
da CLT, uniformizou o entendimento de que à empregada gestante é garantida a
estabilidade provisória no emprego desde a concepção até cinco meses após o parto.
Todavia, em caso de interrupção da gravidez por aborto espontâneo, essa garantia persiste
desde a concepção até duas semanas após o aborto. O único pressuposto para que a
empregada gestante tenha assegurado o seu direito à estabilidade provisória (ADCT, art.
10, inc. II, alínea “b”) é que esteja grávida, não se cogitando de outro prazo para o
ajuizamento da ação, senão o de dois anos a contar da extinção do contrato de trabalho
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Súmula 244 do TST, III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista
no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo
na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado.
Gabarito (C)
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LISTA DE QUESTÕES
1. CESPE/PGM-Campo Grande – Procurador – 2019
A demissão sem justa causa de empregado portador de doença grave presume-se discriminatória e gera o
direito à reintegração.
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A exigência, feita pelo empregador a um de seus empregados, para este prestar serviços alheios ao contrato
de trabalho configura motivo que possibilita ao empregado a movimentação da respectiva conta vinculada
no FGTS para saque do saldo referente ao contrato.
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B) O período de aviso prévio de 30 dias será acrescido de três dias por ano ou fração igual ou superior a seis
meses de trabalho na mesma empresa até o limite total de 60 dias.
C) O período de aviso prévio de 30 dias será acrescido de três dias por ano de serviço trabalhado na mesma
empresa até o limite total de 60 dias.
D) O período de aviso prévio de 30 dias será acrescido de três dias por ano ou fração igual ou superior a seis
meses de trabalho na mesma empresa até o limite total de 90 dias.
E) Inexiste na lei critério de proporcionalidade entre o tempo de serviço prestado e o período de aviso prévio
em nosso ordenamento jurídico.
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(A) é estável, pois apesar de não ter percebido auxílio doença acidentário, sofreu acidente do trabalho que,
por si só, garante o direito à estabilidade provisória.
(B) não poderia ser dispensada, pois tinha direito à estabilidade provisória por período de doze meses,
contado a partir do retorno ao trabalho.
(C) tem direito à estabilidade provisória, podendo ser reintegrada a qualquer tempo, mesmo exaurido o
período estabilitário.
(D) não tem direito à estabilidade, uma vez que não ficou afastada por período superior a quinze dias e não
percebeu benefício previdenciário acidentário.
(E) não tem direito à reintegração, mas apenas ao pagamento de indenização pelo período estabilitário.
A empresa A e a empresa B formam um grupo econômico para fins trabalhistas. A empresa A administra e
controla a empresa B e contratou João para prestar serviço empregatício às duas empresas durante a mesma
jornada de trabalho. O documento de formalização dessa contratação contém cláusula prevendo que a
prestação de serviços às empresas do grupo não caracteriza mais de um contrato de trabalho. No decorrer
da execução do contrato de trabalho, João passou a chegar atrasado no serviço de forma reiterada, sem
apresentar justificativa. Seu chefe direto passou, então, a exigir de João a execução de atividades alheias ao
contrato laboral e incompatíveis com a sua qualificação profissional, o que causava constrangimentos ao
empregado.
Considerando essa situação hipotética bem como a legislação pertinente e o entendimento jurisprudencial
do Tribunal Superior do Trabalho, julgue o item seguinte.
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Os atrasos injustificados de João ao serviço configuram a desídia, uma hipótese autorizativa de rescisão
indireta do contrato de trabalho pelo empregador.
Considerando-se as condutas de João e de seu chefe, poderia restar configurada hipótese de rescisão do
contrato de trabalho por culpa recíproca, a qual, sendo reconhecida, ensejaria no direito de João ao
recebimento da integralidade do valor do aviso prévio.
Acerca de estabilidade dos empregados e formas de despedida e reintegração dos trabalhadores, julgue os
itens a seguir, à luz do entendimento jurisprudencial do STF.
Acerca de estabilidade dos empregados e formas de despedida e reintegração dos trabalhadores, julgue os
itens a seguir, à luz do entendimento jurisprudencial do STF.
O empregado que retornar ao trabalho depois de cessado o seu auxílio-doença acidentário terá direito à
estabilidade pelo prazo mínimo de dois anos, desde que não tenha recebido auxílio-acidente.
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(C) se o desligamento imotivado feito por Heráclito no contrato a termo e sem cláusula assecuratória do
direito recíproco de rescisão antecipada, após cinco meses de prestação de trabalho, resultou prejuízos para
o empregador na ordem de R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais), deverá indenizá-lo no valor de R$ 13.000,00
(treze mil reais).
(D) Heráclito não poderá se desligar do contrato a termo prefixado, sem cláusula assecuratória do direito
recíproco de rescisão antecipada, mesmo no caso de ter sido tratado por seu coordenador com rigor
excessivo, sem indenizar o empregador dos prejuízos que resultarem desse fato, limitado ao maior salário
que tiver recebido.
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Marcos trabalhou como recepcionista no consultório odontológico de Henrique, com exercício efetivo de
atividades no período de 30/11/2016 a 31/03/2017, sendo dispensado sem justa causa. Não houve
comunicação regular e prévia acerca da terminação contratual. Na CTPS do trabalhador, foi registrada como
data de saída 31/03/2017. Diante do ajuizamento de ação trabalhista por Marcos em 10/06/2017, Henrique
quitou, em audiência, aviso-prévio indenizado, décimo terceiro salário e férias mais 1/3, comprovando os
recolhimentos de FGTS + multa de 40%. Recusou-se, entretanto, à retificação da data de saída na CTPS e à
indenização do valor correspondente ao benefício do seguro-desemprego, sob os argumentos de que a data
constante na CTPS se tratou do último dia efetivamente trabalhado por Marcos e de que não forneceu as
guias para habilitação à época por ter sido reduzida a duração o período do contrato de emprego. Considere
que, à época do vínculo havido com Henrique, já existia, na CTPS do trabalhador Marcos, anterior registro
de emprego com empregador distinto, no que tange ao período de 10/04/2016 a 13/08/2016. (..)
Nessa situação hipotética, julgue o item abaixo.
Deve ser corrigida a data de saída registrada na CTPS do trabalhador, a fim de fazer constar 30/04/2017.
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De acordo com a CLT e com as alterações feitas pela Lei no 13.467/2017, está correto o que consta APENAS
em
(A) III.
(B) I e III.
(C) II.
(D) II e IV.
(E) IV.
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A empregada Héstia trabalhou na escola de educação infantil Pequeno Polegar como instrutora de dança
contemporânea e jazz. Nos intervalos das aulas, Héstia acessava sites pornográficos em seu celular e
praticava atos libidinosos com o porteiro da escola no banheiro dos funcionários. Além disso, Héstia
frequentemente fumava em local proibido onde havia risco de incêndio e placas de sinalização proibitivas.
Tais atitudes podem ser consideradas figuras de justa causa, respectivamente, nas modalidades:
(A) desídia; incontinência de conduta.
(B) incontinência de conduta; insubordinação.
(C) improbidade; incontinência de conduta.
(D) incontinência de conduta; indisciplina.
(E) mau procedimento; indisciplina.
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(D) só poderá rescindir o contrato de Bruno por justa causa após o trânsito em julgado da sentença
condenatória e independentemente da ocorrência ou não de suspensão da execução da pena.
(E) poderá rescindir imediatamente o contrato de Bruno por justa causa, havendo dispositivo legal expresso
neste sentido, independente de prévia notificação do empregado.
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(B) No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao empregado rescindir
o contrato de trabalho.
(C) No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade municipal,
estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que impossibilite a continuação da atividade,
prevalecerá o pagamento da indenização, que ficará a cargo do governo responsável.
(D) Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, não há que se falar
em recebimento de indenização.
(E) Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado,
será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o
término do contrato.
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Zacarias, empregado do Esporte Clube Bola Branca, subornou Mário e Diego, empregados jogadores do time
de futebol do Esporte Clube Lago Azul, para que os mesmos apresentassem um péssimo desempenho e o
time Bola Branca vencesse a partida. A Diretoria do Lago Azul descobriu o ocorrido e pretende dispensar
seus empregados com justa causa, tendo em vista a prática de
(A) desídia.
(B) incontinência de conduta.
(C) insubordinação.
(D) ato de improbidade.
(E) indisciplina.
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II. Não há distinção entre os atos de incontinência de conduta e mau procedimento, tratando-se de
sinônimos tipificados pela Consolidação das Leis do Trabalho.
III. Configura ato de insubordinação o descumprimento de ordem constante em circulares internas da
empresa.
IV. Presume-se o abandono de emprego se o trabalhador não retornar ao serviço no prazo de trinta dias após
a cessação do benefício previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer.
Está correto o que consta APENAS em
(A) III e IV.
(B) I, II e III.
(C) I e IV.
(D) I, III e IV.
(E) II e IV.
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(A) havendo aplicação da dispensa do empregado por justa causa em razão de desídia no desempenho de
suas funções deverá ser concedido aviso prévio.
(B) em caso de despedida indireta e rescisão por culpa recíproca não é devido o aviso prévio.
(C) o pagamento relativo ao período de aviso prévio trabalhado está sujeito à contribuição para o FGTS, o
que não ocorre quando o mesmo for indenizado.
(D) o horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, será reduzido em duas horas
diárias, sem prejuízo do salário integral, independentemente de quem tenha promovido a rescisão.
(E) é incorreto substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo pagamento
das horas correspondentes.
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(E) o empregado que cometer falta grave que enseja justa causa para a rescisão durante o prazo de aviso
prévio não perderá o direito ao restante do respectivo prazo.
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Empregador dispensa o empregado sem justa causa, dando aviso prévio ao mesmo. No 12º dia de
cumprimento do aviso, o empregador arrepende-se de ter dispensado o empregado e reconsidera seu ato.
Essa reconsideração
(A) não gera qualquer efeito, pois em relação ao aviso prévio o legislador prevê que, depois de ter sido dado,
não há qualquer possibilidade de arrependimento eficaz.
(B) gera efeitos imediatos, sendo certo que, no caso de aviso prévio indenizado, o empregado deve voltar
imediatamente ao trabalho.
(C) não gera efeitos, pois já transcorridos mais de dez dias após a dispensa do empregado.
(D) gera efeitos, se a outra parte aceitar a reconsideração.
(E) não é possível, pois o aviso prévio é irrenunciável pelo empregado, não havendo que se falar em
reconsideração do mesmo, sob pena de afronta a direito previsto em norma de ordem pública.
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(A) poderia optar em ter seu horário de trabalho reduzido em duas horas diárias ou faltar ao serviço um dia
por semana trabalhada.
(B) deveria cumprir normalmente seu horário de trabalho, sem qualquer redução de sua carga horária.
(C) poderia optar em ter seu horário de trabalho reduzido em duas horas diárias ou faltar ao serviço por sete
dias corridos.
(D) teria obrigatoriamente seu horário de trabalho reduzido em uma hora diária.
(E) teria obrigatoriamente seu horário de trabalho reduzido em duas horas diárias.
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I. Mariano, membro do conselho fiscal do Sindicato dos Comerciários de Presidente Prudente e Região, por
atuar na defesa de direitos da categoria respectiva, tem estabilidade no emprego desde o registro da
candidatura até um ano após o término do mandato.
II. Antonia, eleita como suplente de diretor da Cooperativa criada e gerida pelos empregados das Indústrias
Reunidas Laterman Ltda, tem estabilidade no emprego desde o registro da candidatura até um ano após o
término do mandato.
III. Embora, em razão do acidente de trabalho sofrido, tenha ficado afastado do trabalho por mais de 15 dias
e tenha percebido auxílio-doença acidentário, Zelindo não tem direito à garantia de emprego decorrente de
acidente de trabalho, pois foi contratado por prazo determinado.
IV. Bernardo, empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical, goza de estabilidade provisória,
pois exerce na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito
dirigente.
V. Cleide, empregada doméstica que ficou grávida no curso do contrato de experiência, tem direito a
estabilidade provisória do emprego desde o registro da candidatura até 120 dias após o parto, por disposição
expressa da Lei Complementar nº 150/2015.
Está correto o que consta APENAS de
(A) I e IV.
(B) II e III.
(C) II e V.
(D) III.
(E) IV.
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(E) se Ícaro pertencesse à categoria diferenciada e fosse eleito dirigente sindical gozaria de estabilidade ainda
que não exercesse na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito
dirigente.
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(C) Diante do encerramento das atividades do estabelecimento da empresa situado em Sinop, empregado
eleito suplente da CIPA exige que a empresa obrigatoriamente proceda sua transferência para o
estabelecimento da empresa em Cáceres, com a manutenção de seu mandato e, consequentemente, de sua
estabilidade no emprego.
(D) Empresa, não reconhecendo o direito a estabilidade provisória no emprego de empregado eleito para o
cargo de delegado sindical, dispensa o mesmo sem justa causa.
(E) Empregado eleito diretor suplente de Cooperativa discorda de sua dispensa sem justa causa,
considerando ser detentor de estabilidade provisória no emprego, na forma da lei.
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V. O empregado acidentado no trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12 meses, a manutenção do
seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente
de percepção de auxílio-acidente.
Está correto APENAS o que se afirma em
(A) I, II e III.
(B) I, III e V.
(C) II, III e IV.
(D) I, II e V.
(E) II, IV e V.
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(E) cessou a estabilidade de Rogério, que não fará jus a indenização do período estabilitário.
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GABARITO
1. C 31. C 61. E
2. E 32. C 62. C
3. C 33. C 63. E
4. E 34. E 64. A
5. C 35. C 65. A
6. D 36. C 66. E
7. E 37. E 67. D
8. ANULADA 38. E 68. A
9. A 39. D 69. D
10. E 40. E 70. C
11. C 41. B 71. D
12. E 42. D 72. A
13. E 43. E 73. E
14. C 44. C 74. B
15. E 45. C 75. D
16. D 46. C 76. B
17. D 47. D 77. B
18. E 48. B 78. E
19. E 49. E 79. C
20. C 50. B 80. D
21. C 51. C 81. A
22. E 52. A 82. B
23. C 53. D 83. C
24. D 54. C 84. B
25. E 55. C 85. B
26. C 56. D 86. E
27. E 57. C 87. E
28. C 58. B 88. A
29. E 59. C 89. D
30. C 60. A 90. B
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Uma empresa de serviços tem enfrentado algumas dificuldades no mercado e alguns problemas com os
empregados. Diante desse cenário, o responsável pelo Departamento de Pessoal da empresa está
considerando a possibilidade de dispensar alguns empregados por justa causa para não arcar com as multas
rescisórias.
Constitui motivo para a dispensa do empregado por justa causa
a) falta, sem justificativa e aviso ao empregador, durante sete dias corridos.
b) baixa produtividade em suas atividades rotineiras.
c) aprovação em concurso público, sem avisar ao empregador que estava participando do concurso.
d) inobservância de uso de equipamentos necessários e de prática das Instruções de Segurança Obrigatória.
e) situação financeira da empresa que a impossibilita de pagar, em dia, os salários dos empregados.
6. CESGRANRIO/AgeRIO – Advogado - 2023
A regulação do trabalho doméstico ganhou amplitude com a edição de vários instrumentos normativos.
De acordo com a Lei Complementar no 123/2015, o horário normal de trabalho do empregado durante o
aviso prévio, quando a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, sem prejuízo do salário integral, será
reduzido de
a) duas horas diárias
b) três horas diárias
c) quatro horas diárias
d) cinco horas diárias
e) seis horas diárias
7. CESGRANRIO/PETROBRÁS - Profissional Júnior - Direito - 2015
Um trabalhador viu rescindido o seu contrato de trabalho, tendo direito à percepção de aviso prévio. O
empregado labutou por mais de vinte anos na empresa.
Nesse caso, ele receberá, quanto ao aviso prévio, o correspondente a
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a) trinta dias
b) quarenta dias
c) cinquenta dias
d) sessenta dias
e) noventa dias
8. CESGRANRIO/EPE - Analista de Gestão Corporativa - Recursos Humanos - 2014
Um engenheiro recebeu uma notificação de aviso prévio trabalhado. Não sabendo exatamente o que
significava nem quais seriam seus direitos em relação à referida notificação, procurou um advogado que o
orientasse.
Dentre as orientações recebidas, está a de que o aviso prévio
a) um direito em caso de rescisão de contrato de trabalho por justa causa.
b) um instituto específico dos contratos por prazo determinado, com a finalidade de possibilitar ao
empregado a sua recolocação antes do final do término de seu contrato de trabalho.
c) garante a quem é demitido por justa causa o direito de ter a sua jornada reduzida em três horas diárias,
sem prejuízo do salário integral.
d) garante salário ao trabalhador durante seu período de vigência, de forma a prover meios de subsistência,
visando a sua recolocação.
e) garante o trabalho normal de sua jornada, sem redução durante os primeiros 15 dias para que seja
liberado nos demais 15 dias, sem prejuízo de seu salário integral.
9. CESGRANRIO/BNDES – Profissional Básico - Direito - 2013
O contrato de trabalho brasileiro tem como regra a indeterminação de prazo, podendo ser rescindido sem
justa causa, por qualquer das partes, mediante a concessão de um aviso prévio à outra parte.
O instituto do aviso prévio assegura que este
a) deve ser de, no mínimo 30 dias, acrescendo-se 3 dias por ano trabalhado ou fração superior a 6 meses,
até o máximo de 60 dias, perfazendo um total de até 90 dias.
b) deve ser de, no máximo 30 dias, podendo ser de 8 dias para os trabalhadores que recebem salário por
semana ou periodicidade inferior.
c) deve ser de 30 dias para qualquer trabalhador, independentemente da periodicidade do pagamento do
salário, se mensal ou outro inferior.
d) é devido mesmo na hipótese de rescisão indireta do contrato de trabalho.
e) não é devido na hipótese de rescisão por fato do príncipe (factum principis).
10. CESGRANRIO/LIQUIGÁS – Profissional Júnior - Direito - 2013
Alcir é empregado de uma empresa especializada na comercialização de instrumentos para lutas marciais, a
qual fabrica alguns dos seus produtos através de unidades de produção espalhadas pelo Brasil. Após longo
tempo de trabalho, ele resolve pedir o desligamento da empresa. Por força de política interna, antecipando-
se a essa decisão, a empresa decide efetuar a sua demissão sem justa causa, com o pagamento dos seus
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direitos rescisórios previstos em lei. Ocorre que, seis meses após o seu desligamento, Alcir tem ciência da
modificação dos critérios de pagamento do aviso prévio, que passa a sofrer majoração, considerando o
tempo de serviço prestado ao empregador. Após tratativas com a empresa, ele tem como resposta a negativa
de seu pleito.
Ao consultar especialista em matéria trabalhista, obtém a seguinte resposta:
a) A lei trabalhista sempre retroage para beneficiar o trabalhador; assim, o pagamento majorado é devido.
b) A modificação dos critérios de pagamento do aviso prévio por lei somente tem efeito após a sua
publicação, eficácia e vigência.
c) As modificações impostas ao aviso prévio indenizado por lei são devidas somente aos trabalhadores
sindicalizados.
d) O pagamento do aviso prévio majorado deve ser aplicado às categorias que estenderam o benefício por
acordo coletivo depois da vigência da lei.
e) Os direitos trabalhistas previstos constitucionalmente são indisponíveis e, majorados por lei, aplicam-se
aos trabalhadores, sem distinção temporal.
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GABARITO
1. A
2. A
3. E
4. B
5. D
6. A
7. E
8. D
9. D
10. B
11. C
12. C
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