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Roxo Diversà o Educaà à o Apresentaà à o

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GRADUAÇÃO DE PSICOLOGIA

PSICOLOGIA
HOSPITALAR
PROF. ESP. MATHEUS ALMENDRA
CRP 21/04350
CARGA HORÁRIA - 60HS
PLANO DE DISCIPLINA - PSICOLOGIA
ENSINO HOSPITALAR - Teórica
7º BLOCO FEVEREIRO/2024
EMENTA:
•Conceituação
•Histórico da Psicologia Hospitalar
•O contexto hospitalar e sua significação cultural
•A psicologia e os diversos tipos de doenças e
pacientes no contexto hospitalar
•Atribuições do psicólogo. Psicologia da morte
•Questões atuais em Psicologia Hospitalar
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS
- Descrever o histórico da Psicologia Hospitalar
no Brasil, especificando a sua regulamentação
- Introduzir o aluno ao campo da Psicologia
Hospitalar, apresentando as principais
atividades e teorias dessa área;
- Conhecer as teorias e as técnicas voltadas
para a área da saúde psicológica no ambiente
hospitalar.
- Debater a função, atuação e características
da atuação do psicólogo hospitalar.
PLANO DE
ENSINO
7º BLOCO
- INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA HOSPITALAR
- TÍTULO DE ESPECIALISTA EM PSICOLOGIA
šUNIDADE I: - HOSPITALAR LEGISLAÇÃO: REGULAMENTAÇÃO
- HISTÓRICO DA ÁREA NO BRASIL

- DISCUSSÃO EPISTEMOLÓGICA: CRIAÇÃO DA PSICOLOGIA,


- PSICOLOGIA HOSPITALAR;

šUNIDADE II - PSICOLOGIA HOSPITALAR NO BRASIL X PSICOLOGIA DA SAÚDE


NO MUNDO
- O PSICÓLOGO NO HOSPITAL: FUNÇÕES E ATUAÇÃO
- O LUGAR DA PSICOLOGIA NO HOSPITAL

Truques Divertidos | Marcela Amaral


- O HOSPITAL: FUNÇÕES
- O HOSPITAL: CARACTERÍSTICAS
- O HOSPITAL: A INSTITUIÇÃO HOSPITALAR
- O HOSPITAL: PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
šUNIDADE III: - MORTE E LUTO NO CONTEXTO HOSPITALAR
- SOBRE O TEMOR DA MORTE
š- ATITUDES DIANTE DA MORTE E DO MORRER
š- ESTÁGIOS DE E. KUBLER-ROSS
š- A CRIANÇA E O ADOLESCENTE DIANTE DA MORTE MORTE,
š- SEPARAÇÃO, PERDAS E O PROCESSO DE LUTO;
š- O PROFISSIONAL DE SAÚDE DIANTE DA MORTE.

Truques Divertidos | Marcela Amaral


- A EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NO HOSPITAL
- ATUAÇÃO EM EQUIPE
šUNIDADE VI: - CUIDADO EM SAÚDE
- ATENÇÃO PSICOLÓGICA EM PACIENTES HOSPITALIZADOS
COM VARIADAS PATOLOGIAS.

Truques Divertidos | Marcela Amaral


METODOLOGIA

PARA ATIVIDADES PRESENCIAIS: REALIZADAS DE


FORMA SÍNCRONA E MEDIADA. A METODOLOGIA
UTILIZADA PARA A ORGANIZAÇÃO DA MEDIAÇÃO ENTRE
O SUJEITO (GRADUANDO) E O OBJETO DE
CONHECIMENTO (CONTEÚDOS DA DISCIPLINA) SE DARÁ
POR MEIO DE DIFERENTES FERRAMENTAS E
ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE
ATIVIDADES TEÓRICAS E/OU PRÁTICAS.
METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO
°NO DECORRER DE CADA PERÍODO LETIVO SÃO DESENVOLVIDAS
02 (DUAS) AVALIAÇÕES POR DISCIPLINA, PARA EFEITO DO
CÁLCULO DA MÉDIA PARCIAL.
°A MÉDIA PARCIAL É CALCULADA PELA MÉDIA ARITMÉTICA DAS
DUAS AVALIAÇÕES EFETUADAS.
°O ALUNO QUE ALCANÇAR A MÉDIA PARCIAL MAIOR OU IGUAL A
7,0 (SETE) É CONSIDERADO APROVADO.
°O ALUNO QUE NÃO ALCANÇAR A MÉDIA PARCIAL FAZEM EXAME
FINAL ONDE PRECISA ALCANÇAR MÉDIA FINAL MAIOR OU IGUAL
A 5,0.
°SÃO APLICADAS AVALIAÇÕES DOS TIPOS: PROVAS TEÓRICAS,
PROVAS PRÁTICAS, SEMINÁRIOS, TRABALHOS INDIVIDUAIS OU
EM GRUPOS.
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA
INTRODUÇÃO
E o que é a Psicologia Hospitalar?
Entende-se a Psicologia Hospitalar como um desdobramento da Psicologia
Clínica na instituição hospitalar. A abordagem da subjetividade,
característica específica do ser humano, pode-se dar em qualquer contexto
da sua vida onde se encontre inserido.
É o campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológico em
torno do adoecimento.
A Psicologia, ao ser inserida no hospital, reviu seus próprios postulados
adquirindo conceitos e questionamentos que fizeram dela um novo
escoramento na busca da compreensão da existência humana.
OBJETIVO GERAL
Acolher e trabalhar com pacientes de todas as faixas
etárias, bem como suas famílias, em sofrimento psíquico
decorrente de suas patologias, internações e
tratamentos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
°Assistir o paciente, sua família e a equipe de
°Realizar grupos operativos com equipe de
saúde;
enfermagem;
°Triar;
°Registrar dados.š
°Realizar avaliação diagnóstica em Psicologia;
°Realizar supervisão e leitura técnica com
°Realizar psicodiagnóstico;
estagiários;
°Formular e aplicar protocolos durante
°Realizar cursos de formação;
hospitalização e/ou em ambulatórios;
°Oferecer cursos de pós-graduação;
°Realizar interconsultas;
°Realizar capacitação, orientação e supervisão de
°Intervir de modo psicoterapêutico individualmente
estágios para acadêmicos e profissionais.
ou em grupo;
°Realizar pesquisas científicas na área de saúde;
°Orientar psicologicamente a família e a equipe
°Realizar publicações científicas.
de saúde;

Truques Divertidos | Marcela Amaral


PSICOLOGIA DA SAÚDE X PSICOLOGIA HOSPITALAR
CONCEITOS
• O que é, afinal, Psicologia da Saúde e
Psicologia Hospitalar? Existem diferenças?
• A formação básica universitária e a pós-
graduação preparam o psicólogo para a
atuação nessas áreas?
• A nossa formação é condizente com a
demanda e as necessidades do País na área
da saúde?
• O mercado de trabalho consegue absorver
esses profissionais?
PSICOLOGIA DA SAÚDE
° Historicamente, a Psicologia da Saúde começou com um grupo de
trabalho em 1970, na American Psychological Association (APA), e, em
1978 foi criada a divisão 38, chamada Health Psychology (Psicologia da
Saúde)em resposta a uma crescente área de prática e pesquisa. A
Psicologia da Saúde visa compreender e atuar sobre a inter-relação
entre comportamento e saúde e comportamento e doenças. (Miyazaki,
Domingos & Caballo, 2001; Barros, 2002).
° Também são objetos de estudo os funcionamentos psicológicos
habitualmente saudáveis envolvidos em situações que, mesmo
implicando ajuste emocional, não acarretam alterações no estado de
saúde, como por exemplo, a gravidez e o envelhecimento (Barros, 1999).
PSICOLOGIA DA SÁUDE X CLÍNICA

Dessa forma a área se distingue da Psicologia Clínica por compreender


o comportamento no contexto da saúde e doença. Embora possa ser
importante distinguir saúde mental e física, a Psicologia da Saúde
focaliza principalmente os aspectos físicos da saúde e doença e os
modelos empregados em saúde mental nem sempre são os mais
indicados (Kerbauy, 2002).
PSICOLOGIA DA SAÚDE: CONCEITO

Matarazzo elaborou uma definição de Psicologia da Saúde que é até


hoje a mais conhecida:
° É o conjunto de contribuições educacionais, científicas e profissionais
específicas da Psicologia, utilizadas para a promoção e manutenção da
saúde, prevenção e tratamento das doenças, identificação da etiologia
e diagnóstico (de problemas) relacionados à saúde, doença e
disfunções, para a análise do sistema de atenção à saúde e formação
de políticas de saúde(1980, p. 815).
PSICOLOGIA DA SAÚDE: CONCEITO
Dando relevância à promoção e manutenção da saúde e à prevenção
da doença, a finalidade principal da Psicologia da Saúde é
compreender como é possível, através de intervenções psicológicas,
contribuir para a melhoria do bem-estar dos indivíduos e das
comunidades (Trindade & Teixeira, 2002).
PSICOLOGIA DA SAÚDE: CONCEITO
De acordo com Guimarães, Grubits e Freire (2007, p. 28)
° A psicologia da saúde consiste no conjunto de contribuições
educacionais, científicas e profissionais, específicos da psicologia, para
a promoção e manutenção da saúde, a prevenção e tratamento das
doenças, na identificação da etiologia e diagnósticos relacionados à
saúde, à doença e ás disfunções associadas, bem como no
aperfeiçoamento de políticas da saúde.
PSICOLOGIA DA SAÚDE: CONCEITO
° A Psicologia da Saúde não está interessada diretamente pela situação, que cabe
ao foro médico. Seu interesse está na forma como o sujeito vive e experimenta o seu
estado de saúde ou de doença, na sua relação consigo mesmo, com os outros e com
o mundo. Objetiva fazer com que as pessoas incluam no seu projeto de vida, um
conjunto de atitudes e comportamentos ativos que as levem a promover a saúde e
prevenir a doença, além de aperfeiçoar técnicas de enfrentamento no processo de
ajustamento ao adoecer, à doença e às suas eventuais consequências (Barros, 1999).
° Dessa forma, a Psicologia da Saúde busca compreender o papel das variáveis
psicológicas sobre a manutenção da saúde, o desenvolvimento de doenças e seus
comportamentos associados. Além de desenvolver pesquisas sobre cada um desses
aspectos, os psicólogos da saúde realizam intervenções com o objetivo de prevenir
doenças e auxiliar no manejo ou no enfrentamento das mesmas (Miyazaki, Domingos
& Caballo, 2001).
šPode a doença e o šA doença pode ser uma
adoecer situarem-se como resposta à situação conflitiva,
uma destas necessidades? de ordem psicológica?

Corpo biológico e Psiquíco


X
Atendimento às necessidades básicas para a sobrevivência
Especificamente, na instituição šO adoecer e o período de internação
Hospital Geral, o paciente está ali marcam uma ruptura com o curso da
vida, quanto às formas de relação com
para se submeter a um
familiares, amigos, trabalho e vida
procedimento no corpo, produtiva, ruptura que pode ter tido
procedimento clínico ou cirúrgico, início há muito tempo, principalmente
de média ou alta complexidade. nos casos de doenças crônicas.
O PSICÓLOGO HOSPITALAR
O psicólogo hospitalar está inserido na área
da saúde como um especialista, como
facilitador da comunicação e da expressão
humana através da linguagem, visando a
representação e a elaboração das vivências
dos pacientes, do seu relacionamento com os
semelhantes, de sua capacidade de amar e de
trabalhar.
RESOLUÇÃO DO CFP QUE DISPÕE
SOBRE A ESPECIALIDADE
RESOLUÇÃO N° 02/2001
° Altera e regulamenta a Resolução n° 014/2000, que
institui o título de especialista em Psicologia e seu
respectivo registro.
° Definição das especialidades a serem concedidas pelo
Conselho Federal de Psicologia, para efeito de concessão
e registro do título profissional de especialista em
Psicologia.
º VII - Psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar;
VII - PSICÓLOGO ESPECIALISTA EM PSICOLOGIA
HOSPITALAR /RESOLUÇÃO N° 02/2001
Atua em instituições de saúde, participando da prestação de serviços de nível secundário ou
terciário da atenção à saúde. Atua também em instituições de ensino superior e/ou centros de
estudo e de pesquisa, visando o aperfeiçoamento ou a especialização de profissionais em sua
área de competência, ou a complementação da formação de outros profissionais de saúde de
nível médio ou superior, incluindo pós-graduação lato e stricto sensu. Atende a pacientes,
familiares e/ou responsáveis pelo paciente; membros da comunidade dentro de sua área de
atuação; membros da equipe multiprofissional e eventualmente administrativa, visando o bem
estar físico e emocional do paciente; e, alunos e pesquisadores, quando estes estejam atuando
em pesquisa e assistência. Oferece e desenvolve atividades em diferentes níveis de tratamento,
tendo como sua principal tarefa a avaliação e acompanhamento de intercorrências psíquicas
dos pacientes que estão ou serão submetidos a procedimentos médicos, visando basicamente a
promoção e/ou a recuperação da saúde física e mental. Promove intervenções direcionadas à
relação médico/paciente, paciente/família, e paciente/paciente e do paciente em relação ao
processo do adoecer, hospitalização e repercussões emocionais que emergem neste processo.
VII - PSICÓLOGO ESPECIALISTA EM PSICOLOGIA
HOSPITALAR /RESOLUÇÃO N° 02/2001
O acompanhamento pode ser dirigido a pacientes em atendimento clínico ou cirúrgico, nas
diferentes especialidades médicas. Podem ser desenvolvidas diferentes modalidades de
intervenção, dependendo da demanda e da formação do profissional específico; dentre elas,
ressaltam-se: atendimento psicoterapêutico; grupos psicoterapêuticos; grupos de
psicoprofilaxia; atendimentos em ambulatório e Unidade de Terapia Intensiva; pronto
atendimento; enfermarias em geral; psicomotricidade no contexto hospitalar; avaliação
diagnóstica; psicodiagnóstico; consultoria e interconsultoria. No trabalho com a equipe
multidisciplinar, preferencialmente interdisciplinar, participa de decisões em relação à conduta a
ser adotada pela equipe, objetivando promover apoio e segurança ao paciente e família,
aportando informações pertinentes à sua área de atuação, bem como na forma de grupo de
reflexão, no qual o suporte e manejo estão voltados para possíveis dificuldades operacionais
e/ou subjetivas dos membros da equipe.
° Helena Antipoff educadora influenciada por Alfred
Binet, que trouxe para o Brasil a tradição científica e a
visão clínica.
PSICOLOGIA CLÍNICA ° Dedicada ao trabalho com o educacional exigia o
E HELENA ANTIPOFF máximo de atenção às atitudes, às condições emocionais
pelo exame atento das condições familiares, sociais e
CONTRIBUIÇÕES culturais, marcando um contraste com a práxis vigente
preocupada com a medida, a Psicometria.
° Insistia ainda na importância da saúde física, buscando
sempre a colaboração dos médicos e a contribuição
deles na investigação científica. Criou, assim, uma das
mais sólidas raízes da Psicologia Clínica no Brasil a partir
da educação.
° Dentre estes profissionais, destacamos a
psicóloga Matilde Neder que, em 1954, deu início a
REGULAMENTAÇÃO uma atividade na então Clínica Ortopédica e
DA PROFISSÃO DE
Traumatológica da USP, hoje Instituto de Ortopedia
PSICÓLOGO EM 1962
e Traumatologia do Hospital de Clínicas da
MATILDE NEDER Faculdade de Medicina da USP.
° Sua atividade consistia no preparo psicológico
pré e pós-cirúrgico dos pacientes submetidos a
cirurgias de coluna. Seu trabalho favoreceu e atraiu
outros profissionais para esta atividade, que estava
além de realizar psicodiagnósticos.
° Em 1974, também em São Paulo, a psicóloga
Belkiss Romano Lamosa era convidada a
BELKISS ROMANO
organizar o Serviço de Psicologia do Instituto do
LAMOSA - 1974
Coração do Hospital de Clínicas, da Faculdade
CONTRIBUIÇÕES
de Medicina da USP. A partir deste seu trabalho
no hospital, foi a primeira psicóloga a levar o
tema Psicologia no Hospital como produto de
uma dissertação de mestrado e, posteriormente,
doutorado e livre docência.
° No Paraná, em 1977, Maria Mercedes Cerci inicia um
trabalho de atendimento no então departamento de
Tocoginecologia do Hospital de Clínicas da UFPR
(Relacionado à medicina, mais especificamente à
INFLUENCIADORES especialidade de obstetrícia - Tokós, do grego, refere-se
PSICOLOGIA HOSPITALAR ao ato de parir, dar à luz)
° No Rio de Janeiro, já em 1978, mais de uma dezena de
hospitais contavam com atividades de psicólogos, muitos
por cumprimento da necessidade de campo de estágio.
° Também em 1978, Marisa Decat de Moura, psicanalista,
iniciou a construção de um trabalho no Hospital Mater Dei,
de Belo Horizonte.
MARISA DECAT DE MOURA
Desde o início das atividades da Clínica de Psicologia e Psicanálise no Hospital Mater
Dei, a experiência clínica tem mostrado o quão fundamental é para o analista em uma
instituição hospitalar a formação, a transmissão da Psicanálise e a formalização teórica
sobre o lugar e a função de analista no contexto do hospital, sendo a direção de
trabalho definida a partir da clínica e do que ela exige do analista. Visando sustentar
essa direção iniciada em 1978, o Fórum Internacional Psicanálise e Hospital é realizado
desde 2003, evento bianual, com a presença de psicanalistas, psicólogos e médicos,
entre outros profissionais de diversas regiões do Brasil e da França. Continuando este
percurso, os trabalhos publicados no livro Psicanalise e Hospital 5. A Responsabilidade
da Psicanalise foram produções a partir do IV Fórum Internacional Psicanálise e Hospital,
correalização da Clínica de Psicologia e Psicanálise do Hospital Mater Dei (Brasil) e da
Universidade de Estrasburgo (França).
Especificidades do trabalho do
psicólogo em um hospital
1. Tempo de consulta
šA dinâmica do atendimento hospitalar: 20 ou 30 minutos?
2 . Crenças sobre a práxis
O psicólogo na ânsia de responder aos pedidos de protocolo que, muitas vezes, nem os médicos,
sabem exatamente o que querem, pode passar a idéia de algo mágico, explicativo, ou apenas para
cumprir uma determinação legal. Os efeitos clínicos, naturalmente, vão aparecer na prática.
3.Psicólogo faz parte de uma equipe
Fazer parte de uma equipe multidisciplinar é uma vantagem, pois só assim se poderá apresentar a
especificidade do trabalho psicológico, considerando-se os múltiplos enfoques.
4. Psicólogo vai até o paciente
O psicólogo no hospital vai até ao paciente. Mas nenhum profissional de saúde impõe seu trabalho.
O paciente pode ou não aceitar o atendimento. O pedido também pode equipe e não do paciente;
considerar que uma pessoa possa ser atendida pelo psicólogo sem que o queira, parece impossível. O
psicólogo oferece o trabalho, tem a função de ouvir e, a partir do diagnóstico e da fala do paciente,
situa a demanda, se houver.
Especificidades do trabalho do
psicólogo em um hospital

5. Psicoterapia breve
Não é uma prática exclusiva de hospital, muito embora seja preconizada como única forma
de trabalhar devido à alta rotatividade da instituição. Sem contar que, quando se preconiza
que o paciente fique livre para falar sobre o que quiser, está se priorizando a queixa
principal dele e não a do diagnóstico médico ou da equipe.
6. Ação emergencial
Com certeza é comum no âmbito hospitalar. A escuta clínica sempre deverá estar presente,
seja em ação emergencial médica ou em ação emergencial psíquica. Se no âmbito
hospitalar é maior, é porque muitas vezes a doença provoca questionamentos subjetivos,
pela suspensão da vida cotidiana que rompe as rotinas de vida e obrigações sociais,
familiares e de trabalho.
Especificidades do trabalho do
psicólogo em um hospital

7. Trabalho com o inconsciente


Pode ser de fato inviável, se é entendido que trabalhar com o inconsciente quer dizer fazer o
paciente retornar às raízes do problema, regressão no sentido exato da palavra. Entretanto,
nem a psicanálise, que fundamentalmente trabalha com este conceito, opera desta maneira,
pois acredita na atualização do inconsciente. O entendimento da posição subjetiva do
paciente, aliada à transferência estabelecida com o profissional psicólogo, dará a direção e
dirá da possibilidade de eficácia do trabalho.
8. Especialista em família
É provável que o psicólogo, no hospital, seja mais freqüentemente demandado pela família,
pois existe uma pessoa da estrutura familiar que está doente, com efeitos sobre os demais
familiares. Cabe ao psicólogo orientá-los sobre como lidar com esta situação e angústias
despertadas.
Especificidades do trabalho do
psicólogo em um hospital

9. Função de intercâmbio (equipe/paciente)


Melhor seria que o psicólogo não assumisse este lugar de intercâmbio - tal como dar
diagnóstico ao paciente pois, se existem dificuldades de comunicação, existe indisponibilidade
de algum dos lados. Ao assumir esta tarefa, estarápassando por cima da possibilidade de
trabalhar os verdadeiros motivos que impedem a equipe ou o de falar sobre esta dificuldade,
normalmente ligada à angústia de ambos.
10. Trabalho com a equipe
É comum ouvir que uma das maiores dificuldades é a de o psicólogo se inserir na equipe. Nem
sim e nem não, pois se de um lado pode haver incredulidade dos demais profissionais, por outro
lado pode haver insegurança e talvez falta de definição do próprio psicólogo, que fantasia que
seu lugar está pronto, bastando ocupá-lo sem se dar ao trabalho de construí-lo. Sem dúvida
não é um trabalho fácil, pois o psicólogo não tem o mesmo paciente que o médico. Onde a
ciência médica fecha, o psicólogo abre.
Especificidades do trabalho do
psicólogo em um hospital

11. Perfis de pacientes


Não se cria perfis de sujeitos predispostos a determinada doença. Todos sabem
que não se trata a úlcera, a amputação, ou qualquer outro sintoma, trata-se do
sujeito. Neste sentido, há de se escutar qual é a significação particular de cada
um, para uma mesma sintomatologia.
LUGAR DA PSICOLOGIA NO HOSPITAL
"Se é verdadeiro que o psicólogo conseguiu alçar vôos rumo a um projeto
dignificamente de Psicologia Hospitalar, é igualmente real que um longo
caminho ainda resta a ser trilhado. E trilhá-lo irá exigir do psicólogo uma
performance cada vez mais ampla no sentido de abarcar as necessidades da
hospitalização e dos profissionais igualmente envolvidos nas entranhas
hospitalares. A Psicologia Hospitalar é realidade que embora ainda necessite
burilamento, aperfeiçoamento e muitas buscas, será, certamente, a mais rica das
alternâncias da Psicologia. Será, ainda, a mais criativa das manifestações
clínicas dentro não só da realidade hospitalar como também das lides
acadêmicas que ao assumirem-na assumirão igualmente um compromisso com o
próprio futuro de toda uma geração de profissionais. Psicologia Hospitalar,
sonho tornado realidade a partir de necessidade de humanização do hospital..."
Trucharte, Fernanda Alves Rodrigues Psicologia hospitalar: teoria e prática

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