3 - Apostila de Introdução Do at 2024
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INTRODUÇÃO AO
ANTIGO TESTAMENTO
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INTRODUÇÃO AO ANTIGO TESTAMENTO
É o termo aplicado ao estudo sistemático do pano de fundo antigo, dentro do qual se deve
entender os 39 primeiros livros da Bíblia de forma correta. Focando as principais mudanças
ocorridas em cada período.
A FORMAÇÃO DO CÂNON DO AT
Os livros do Antigo Testamento que compõe o cânon foram escritos entre 1400 e 400 antes
de Cristo. Esses livros foram inspirados por Deus e cremos que o mesmo Deus iluminou o seu
povo para reconhecimento dos livros inspirados entre outros livros religiosos antigos(João 7.17; 1
Coríntios 2.12-13). Portanto, "se reconhece o papel da providência de Deus quanto à origem,
seleção e coleção destes escritos. É por esta razão que os livros do Antigo Testamento existem
em número de 39, como temos, nem mais nem menos. Esta tem sido a convicção dos crentes
protestantes de modo geral, embora tivesse havido dúvidas levantadas a respeito de alguns livros,
como, por exemplo, Cantares de Salomão e Eclesiastes. A providência de Deus operante na vida
da igreja, entretanto, tem feito com que todos os 39 fossem aceitos.
a. Livros da Lei - (o nome "Pentateuco" é de origem grega e sabemos do seu uso desde o
primeiro século de nossa era) = Os livros de Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
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Zacarias, Malaquias. Os Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Baruque, Lamentações, A Carta de
Jeremias, Ezequiel, e Daniel(incluindo Susana, Bel e o Dragão, e O Cântico dos Três Varões).
e. A tradução do Pentateuco foi completa em cerca de 250 antes de Cristo, a dos Profetas
em cerca de 200 antes de Cristo e a dos Escritos em cerca de 100 antes de Cristo.
I – JESUS E A BÍBLIA
Se Jesus Cristo é, como cremos, o Filho de Deus, então sai atitude para com a Bíblia nos
proporcionará a melhor resposta à questão da inerrância.
Primeiro: Jesus uniforme no trato das narrativas históricas do Velho Testamento como
registro fiéis do fato.
a) Abel. Lc.11:51; b) Noé Mat. 24:37-39; c) Abraão Jo.8:56; d) Isaque e Jacó Mat.8:11;
e) Elias Lc.4:25; f) Eliseu Lc.4:27 g) Davi comendo os pães da propiciação.
Segundo – muitas vezes Jesus escolheu como base de seu ensino as mesmas histórias
que a maioria dos críticos modernos considera inaceitáveis.
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3. A História de Jonas Mat.12:39-41
FINALMENTE, Jesus usou as Escrituras ao refutar cada uma das tentações de Satanás. É
digno de nota que tanto Jesus como Satanás aceitavam as afirmativas bíblicas como argumentos
contra os quais não havia contestações.
MATERIAL DE ESCRITA
1. O MATERIAL USADO:
1. Cerâmica , pedra, argila, cera: usados nos primórdios por Moisés e pelos profetas.
2. Papiro: feito de planta, uma espécie de cana que crescia em rios e lagos do Egito e
Síria. As lâminas de sua entrecasca era retiradas, prensadas, secas e polidas. Usou-se até o
século III a. D.
3. Pergaminho. Era a pele curtida de ovelhas, cabras, antílopes e outros animais. As
peles eram limpas e retirados os pelos. O nome vem da cidade de Pérgamo. Ásia Menor, onde
mais frequentemente era produzido o material. (Obs. Pranchetas de madeira também).
4. Instrumentos: Cinzel de ferro, para entalhar pedras e cerâmicas. Estilete, para argila
e cera, e a pena (cana como feita de junco) para o pergaminho o papiro.
5. Tinta era uma mistura de carvão, goma e água.
6. Forma: Em rolos. Colocavam-se as folhas de papiro lado a lado e enrolavam-se em
torno de um pau. Em média tinham o comprimento de 12 m. mas havia algum com até 48 m. Em
geral eram escritos de um lado só. Usados até o século III a. D. Posteriormente surgiram os livros
(ou códices) com a arrumação das folhas de papiro.
7. Referências bíblicas: a) Ez.9:2,11; Jó 19:24; Is.30:8; Hb.2:2
1. Hebraico era a língua do povo de Israel no tempo da independência (ou seja, antes
do cativeiro). O aramaico era falado pelos povos da Mesopotâmia e aparece em alguns trechos do
V.T. (Esdras 4:8 a 6:18 e 7:12-26; Jeremias 10:11; Dn.2:4 a 7:28).
2. A língua hebraica era também chamada a “língua dos Hebreus” “língua sagrada”
“língua de Canaã”ou ainda “língua dos judeus”.
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a) O Hebraico é uma das mais antigas línguas
b) Alguns eruditos acham que é o idioma original dos homens.
c) O hebraico é novamente a língua vernácula da Terra Santa, proclamando o poder
de Deus e Sua fidelidade em cumprir suas promessas.
OS POVOS DA MESOPOTÂMIA
OS SUMÉRIOS
OS ACÁDIOS
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conquistaram e unificaram as cidades sumerianas, fundaram o primeiro império mesopotâmico.
Sargão foi um homem notável que se ergueu da humilde posição de copeiro para tornar-se o
primeiro dos construtores de império semita. A unidade do Império Acádio porém durou pouco.
Revoltas interferiram nos planos de Sargão I e seus sucessores não foram capazes de manter o
império.
O sistema político acadiano era centralismo na pessoa do rei, a ponto de tornar-se
divinizado. Com a morte de Sargão seguiu uma nova dinastia que estabeleceu na cidade de UR
unificando acádios e sumérios. Nesta época - 2050 a l950 a C., - a região começou a sofrer a
invasões e apesar dos sistemas de fortificações construídos ao longo do Rio Eufrates, não foi
possível evitar a penetração dos cananeus e o desmembramento do Império Acádio.
AMORITAS OU BABILÔNICOS
Vindo do deserto Arábico por volta de 2000 a.C. o povo amorita, também conhecido como
babilônico, chegou a Mesopotâmia e se estabeleceu na babilônia. Por isso os Amoritas ficaram
conhecidos como babilônicos. Dali governaram um vasto império que ultrapassou os limites do que
tinham logrado formar Sargão e Naran-sin: organizaram com prudência e firmeza.
A característica mais importante dos dominadores da Babilônia consistiu em saberem
assimilar prontamente a civilização cujas bases tinham sido lançadas pelos sumérios. Sua técnica
arquitetônica, suas invenções para o controle das inundações, sua escrita, suas indústrias, tudo foi
aproveitado pelos babilônios e desenvolvidos até em grau notável de progresso.
A cidade, cuja divindade protetora chamava-se MARDUC e possuía notáveis templos
cobriu-se de construções belíssimas e se tornou centros importantes de atividades de toda a sorte.
Ali reinou entre 2133 a 2081 a.C. um rei chamado HAMURABI que passou a história como um dos
grandes codificadores da Antiguidade.
Hamurabi decidiu ampliar seus poderes políticos e econômicos na região e chefiando os
amoritas, venceu os povos vizinhos e expandiu os domínios babilônicos por toda a Mesopotâmia
desde o Golfo Pérsico até o norte da Assíria. Com efeito, Hamurabi mandou recopilar os diversos
dispositivos que regiam a vida civil e ordenou que fossem gravados em pedra para que tosos os
povos submetidos a sua autoridade os conhecessem. Esses dispositivos foram na realidade o
primeiro código jurídico, com leis escritas que se conhece:
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Da agronomia. De canais e a sua manutenção para irrigação; dum sistema de
horticultura, incluindo-se a distribuição de sementes; dos armazéns do governo; das leis agrárias,
em geral—todos que receberam a atenção pessoal do rei.
Da astrologia e astronomia. Da classificação de grande número das estrelas; do
desenvolvimento do sistema zodíaco; da divisão do ano num calendário lunar, consistindo-se de
12 meses no ano; da divisão do dia em 24 horas.
De pesos e medidasa. Do primeiro sistema de pesos e medidas.
Da matemática. Os cálculos mais complicados; a divisão do círculo em 360 graus.
Do militar. Dum sistema elaborado para o militar, o qual exigia o treinamento dos
jovens de 16 anos para cima.
Da comunicação. Do sistema altamente eficiente de estradas, e um sistema de
correio que unia todo o império, e pelo qual o rei comunicava freqüente e regularmente com todos
os seus oficiais particulares em todas as províncias. (55 destas comunicações pessoais por
Hamurabi se constam perfeitamente preservadas—as quais foram escritas em tábuas de barro, e
queimadas num forno.)
Da religião. Embora o rei fosse soberano, havia enorme respeito para a suposta
autoridade dos muitos deuses falsos que eram venerados numa sociedade polêmica e pagã. Os
deuses mais venerados eram: Madoque (ou, Maduque), Bel (Baal—senhor), Shamas (sol), e Istar
(lua). O rei se estabeleceu (desde os tempos mais antigos) como deus. Hamurabi se chamou a si
mesmo: o deus dos reis, o Shamas (deus-sol) de Babilônia, o salvador, o rei da justiça. Ele disse:
“Na Babilônia, pela cidade onde Marduque e Bel erguem as suas cabeças, e pelo E. Saggil, o
templo do qual o seu alicerce é tão firme como os céus e a terra, e para endireitar o que é errado,
as minhas palavras preciosas eu mesmo escrevi, e coloquei-as perante a minha imagem como o
rei da justiça. As minhas palavras são preciosas: o meu poder não tem igual. Eu sou aquele que
os grandes deuses proclamaram. Sou o salvador-pastor.”
Ficamos sabendo ao estudar essas leis, que as leis que regiam o Império Babilônico eram
muito semelhantes às que Moisés outorgou aos hebreus. Hamurabi também empreendeu uma
ampla reforma religiosa, transformando o deus MARDUC da Babilônia no principal deus da
Mesopotâmia, mesmo mantendo as antigas divindades. A Marduc foi levantando um templo.
OS HITITAS
OS FENÍCIOS
OS ASSÍRIOS
Assíria é uma palavra derivada de Assur, que significa lugar de passagem. A criação do
Império assírio no século IX a.C. pôs termo à era dos pequenos Estados da Síria e Palestina. O
Império Assírio chegou ao ápice sob SARGÃO II ( 722-705 a . C ) . Ele derrotou os israelitas e
todos os outros inimigos, incluindo os egípcios, mas quando revoltas irromperam em ELÃ e
BABILÔNIA os egípcios se valeram da oportunidade para recobrar sua independência.
A Assíria estava localizada em um lugar de fácil acesso e possuá muitos atrativos,
por isso sofreu ataques de muitos invasores. Foi talvez o perigo constante de invasões que
despertou no povo assírio um feroz espírito de guerra. Os assírios organizaram um dos primeiros
exércitos permanentes do mundo. Comandados por reis como Sargão II, Senequerib,
Assurbanipal, os assírios fizeram grandes conquistas militares e construíram um dos maiores
impérios da antiguidade. Do século VIII ao século VI a.C. dominaram uma extensa região que
incluía toda a Mesopotâmia, o Egito e a Síria. As conquistas sem precedentes dos assírios foram
devidas ao seu exército que foi o mais altamente organizado da história do Oriente Antigo.
CALDEUS OU NEOBABILÔNICOS
Com o fim do Império Assírio, a cidade da Babilônia ficou independente, logo depois foi
novamente dominada agora pelos caldeus. Com a morte de Assurbanipal, Nabopolossar,
governante da Babilônia, estabeleceu a independência babilônica e aliando-se a medos e persas,
ajudou a levar a cabo a tomada de Nínive e a queda dos assírios. Embora a poderosa força da
Babilônia durasse menos de cem anos, sua influência foi imediatamente sentida e o Império que
Nabopolossar criou é conhecido tanto como Império Caldeu quanto Império Neobabilônico.
Dominando seguramente a área do Fértil Crescente, Nabopolassar empenhou-se em
reprimir os intentos egípcios de restabelecer seu império no Oriente Próximo e após uma série de
lutas, seu filho, Nabucodonosor, derrotou totalmente os egípcios na Batalha de Carchemish em
605 a . C. Daí para diante, a Síria passou para o domínio caldeu e, quando o Reino de Judá se
rebelou em 597 a . C., Nabucodonosor tomou Jerusalém. Onze anos depois verificada nova
rebelião, ele saqueou Jerusalém e deixou-a em ruínas, aprisionando em Babilônia o rei e muitos
nobres; este foi o chamado "cativeiro da Babilônia " dos judeus.
Sob Nabucodonosor, o Império Caldeu chegou ao auge. As grandes muralhas foram
reconstruídas, erigiram-se templos e imensos palácios; e os famosos jardins em terraços - Jardins
Suspensos, que eram uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo - foram restaurados.
IMPÉRIO PERSA
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Durante séculos antes da criação do vasto Império Persa do sexto século a.C, uma série de
povos de além do MAR CÁSPIO, estiveram a movimentar-se rumo ao OCIDENTE. Alguns
passaram para a Europa sul-oriental, enquanto outros se espalharam pela Ásia menor destruindo
o IMPÉRIO HITITA, assolando a SÍRIA e a PALESTINA e mesmo atacando o Egito.
Mas os medos não deveriam ser conquistadores de todas as antigas civilizações, pois em
550 a.C., seu rei foi derrubado por CIRO, o governante dos persas que eram estreitamente
aparentados com os medos. Esses herdeiros dos séculos, que iriam edificar o último dos impérios
do Antigo Oriente Médio. Assim em onze anos Ciro bem merecera ser chamado de CIRO, O
GRANDE, pois transformara num dos grandes e principais lideres militares da história. Merece
nota especial, entretanto, a libertação dos judeus concedida por Ciro. Embora permaneça vago
como personalidade, Ciro, o grande é famoso como fundador de um Império que durou mais de
dois séculos - até que outro gênio Alexandre Magno lhe pôs fim. CAMBISSES, o cruel filho de
Ciro, arredondou as vitórias de seu pai com a tomada do Egito em 525 a. C. Só três anos depois o
rei, que sofria de epilepsia, se suicidou. Já irrompera uma revolução no Império, mas logo
dominada pelos nobres que em 521 a . C., elevaram Dario ao trono.
Dario I o grande, como é chamado, dominou a Império de 521 a 486 a . C. Ocupou
os primeiros anos de seu reinado em reprimir revoltas de povos submetidos em reforçar a
organização administrativa do estado.
CIVILIZAÇÃO HEBRAICA
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sua morte, JOSUÉ torna-se seu sucessor. Foi essa confederação constituída de doze tribos que
desempenhou o papel dominante na conquista da PALESTINA OU TERRA DE CANAÃ.
Em seus dias primitivos as tribos de Israel eram um povo pastoril e algumas sempre
permaneceram assim, especialmente as que viviam no sul. Após a conquista da Canaã, porém
também se dedicaram à agricultura, às profissões simples, que aprenderam dos cananeus, mais
adiantados.
Enquanto os demais povos ganhavam destaque por conquistas militares ou por realizações
no campo da arte e das ciências, o povo hebreu destacou-se por sido o primeiro a afirmar sua fé
num único Deus. Os hebreus sempre acreditaram na vinda de um Salvador, o Messias, pelo qual
esperam até hoje, pois nunca reconheceram Jesus como o Salvador prometido. O Deus único do
judaísmo, a religião dos hebreus, é Jeová.
Sistema social de classes, no qual uma camada privilegiada domina uma população de
súditos dependentes, abaixo da qual ainda se situam os escravos.
Autoridade máxima da sociedade era o rei. Sua pessoa e dinastia tem dignidade sacral.
aparelho sofisticado de funcionários mantém em funcionamento a corte e o sistema
administrativo.
O rei era o maior proprietário de terras do país, Ele procurava arredondar suas terras,
base de seu poder econômico, por meio de compras e trocas, e de ampliá-las por meio deconfisco
das terras de súditos (nayyalu) que não cumpriam seus compromissos. Além disso o rei recebia os
impostos e prestações de serviço da população rural. O usufruto desses tributos e da prestação de
serviços de determinadas localidades ele o transferia não raras vezes a particulares, em geral
funcionários de alto escalão.
Funcionários e serviçais eram supridos de prata, produtos naturais e utilidades dos
estoques reais. Isso resultava numa situação de forte dependência do poder central do rei.
O rei participava também intensivamente de empreendimentos comerciais. Ele não apenas
fomentava as amplas transações comerciais dos comerciantes, conseguindo assim ricos lucros por
meio de cobrança de tributos, mas ele próprio executava negócios por intermédio de
"comerciantes reais “ dependentes dele, que também lhe granjeavam lucros adicionais.
Também o rei é testemunha nos processos jurídicos de seus súditos
O rei ou um membro de sua família emprestava quantias de dinheiro ou gado a
particulares necessitados ou inclusive a localidades inteiras. Como garantia do crédito, o
devedor ou outro membro de sua família tinha que ir ao palácio e pôr-se a serviço da
administração real. Dessa maneira surgiu uma camada de empregados endividados semilivres.
Eles não eram considerados escravos, visto que não podiam ser vendidos, mas na prática sua
condição se diferenciava muito pouco do estado de escravidão, visto que estavam vinculados ao
palácio e reaviam a liberdade somente por meio do pagamento de sua dívida.
Na família real de Ugarite a rainha-mãe tinha posição de destaque. Trata-se de uma
dignidade especial vitalícia e que, por isso, podia ser assumida pela rainha-mãe ou pela rainha
(esposa do rei). Seus privilégios eram de ordem política, econômica e cerimonial. Ela substituía o
rei na ausência deste, tinha sempre acesso aos documentos políticos e influência sobre a política
do rei. Tinha sua corte própria, cortesãos e comerciantes próprios. Desempenhava
papel importante na vida econômica e comercial. Dispunha de bens próprios (lavouras,
construções, vinhas) e negociava com eles. Esta posição de honra da rainha-mãe se origina
provavelmente da área cultural hetita. Deus sempre advertiu para que os reis de Israel não
tivessem mulheres estrangeiras
A população livre, não coagida a prestar serviços diretamente ao rei, vivia em sua maioria
nas povoações agrícolas do país. Ela cultivava a terra comunitária, cujas parcelas estavam em
mãos particulares e que podiam ser vendidas e trocadas dentro da comunidade. A base das
comunidades dos povoados eram as famílias, entre as quais, ao que parece, a terra comunitária
estava subdividida para uso.
Talvez devam ser enquadrados neste estrato também os pastores reais (nqdm), os
sacerdotes
(khnm, qdsm) e os cantores (srm) (do palácio? do templo?). Sobre isso não existe certeza, na
verdade. Por fim devem ter pertencido a este estrato os dirigentes (rb) de corporações de
artesãos.
A população livre, não coagida a prestar serviços diretamente ao rei, vivia em sua maioria
nas povoações agrícolas do país
Ela cultivava a terra comunitária, cujas parcelas estavam em mãos particulares e que
podiam ser vendidas e trocadas dentro da comunidade. A base das comunidades dos povoados
eram as famílias, entre as quais, ao que parece, a terra comunitária estava subdividida para uso.
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A AUTORIA DO PENTATEUCO
A tradição judaico-cristã sempre considerou Moisés como autor do Pentateuco, mas muitas
dúvidas surgiram sobre esta concepção tradicional e foram manifestas principalmente a partir do
séclo XII, estes debates que discordam do fato de Moisés ter sido autor do pentateuco se
estenderam até o século XVIII.
a) Hipótese das fontes - Jean Astruc, crítico de Paris, notando que determinadas partes
do livro de Gênesis empregavam para Deus o nome “Eloim” enquanto outras adotavam o nome
“Javé”, concluiu que “Moisés havia usado dois documentos como fontes, cada um com sua
maneira especial de designar a Deus” (HOFF, 2007, p.245).
B) hipótese dos fragmentos - Mais tarde, outros estudiosos alemães, baseando-se na
observação de narrativas repetidas, histórias aparentemente discordantes e diferenças de estilo,
deduziram que Moisés não escreveu o Pentateuco, e quem realmente o redigiu seria um suposto
escritor muito posterior, que empregou várias fontes bibliográficas mais antigas para levar a cabo
tal empreendimento.
c) Hipotese da complementação - Finalmente, em fins do século 19, Julius Wellhausen e
Karl H. Graf “desenvolveram a ‘hipótese documentária’, que foi aceita como a base fundamental da
Alta Crítica. Usaram a teoria da evolução religiosa de Israel como um dos meios para distinguir os
supostos documentos que constituiriam o Pentateuco. Também a utilizaram para datar esses
documentos. Por exemplo, se lhes parecia que determinado documento tinha uma teologia mais
abstrata do que outro, chegavam à conclusão de que havia sido redigido em data posterior, já que
a religião ia ficando cada vez mais complicada. De modo que estabeleceram datas segundo a
medida de desenvolvimento que eles imaginavam. Relegaram o livro de Gênesis, em sua maior
parte, a uma coleção de mitos cananeus, adaptados pelos hebreus.” (HOFF, 2007, p.246).
Essencialmente, a hipótese literária de Wellhausen e Graf postula que o Pentateuco é uma
combinação de narrativas javistas (J; compostas em c. 950 a.C.), eloístas (E; compostas em c. 850
a.C.), do documento deuteronômico (D; compostas em c. 622 a 587 a.C.), e do documento
sacerdotal (P, do alemão “Priestershcrift”; compostas em c. 500 a.C.).
Em resumo, portanto, para os estudiosos racionalistas alemães de alguns séculos atrás, “o
Pentateuco não foi escrito por Moisés, mas é uma recompilação de documentos redigidos, em sua
maior parte, no século V a.C.”, concluiu Paul Hoff (2007, p.245), uma data muito mais tardia se
comparada aquelas costumeiramente atribuídas à redação desse livro pelos eruditos mais
tradicionais.
R P – a redação decisiva que ligou na época pós exílica, o jeovista (J/E) com o escrito
sacerdotal, resumindo inseriu JE em P
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A seguir trecho extraído do livro Foco e desenvolvimento do Antigo Testamento
“Refutações da hipótese documentária vieram não apenas de eruditos conservadores, mas também
de estudiosos de persuasão liberal. Um dos mais influentes foi o trabalho de Hermann Gunkel, na área da
crítica da forma, no qual deu-se mais ênfase ao desenvolvimento de cada unidade oral até a chegada a sua
presente forma escrita, bem como a formas literárias paralelas na literatura do Oriente Médio antigo. A
combinação dessas ênfases fez diminuir a distinção entre os supostos documentos J, E, D e P. Argumentos
conservadores contra a hipótese documentária incluem: (1) seu raciocínio circular em presumir a
impossibilidade de revelação sobrenatural e usar a própria pressuposição para negar as evidências de tal
revelação; (2) a evasão de textos que contrariam a hipótese proposta, usando o artifício de atribuir a
redatores posteriores ou a interpolações aquelas passagens que conflitam com a teoria; (3) sua rejeição
deliberada do Antigo Testamento como evidência arqueológica, mesmo quando a arqueologia de maneira
constante confirma afirmações bíblicas outrora contestadas (a existência de Belsazar, dos heteus [hititas],
dos horeus [hurrianos]); (4) sua negação de que um autor israelita qualquer pudesse usar vários nomes para
referir-se a Deus, quando em todo o Oriente Médio antigo divindades sumérias, egípcias e cananitas eram
designadas por dois ou mais nomes diferentes sem qualquer sugestão de multiplicidade de autores em tais
textos; (5) uma recusa obstinada em aceitar a possibilidade de que um homem educado na corte mais
sofisticada de sua época pudesse ler e escrever, quando escravos semitas trabalhando nas minas egípcias
de turquesa, no Sinai, gravavam seus registros nas paredes de seu local de trabalho; e (6) particularmente
em Gênesis, as muitas referências a costumes arcaicos que seriam conhecimento natural para um autor no
segundo milênio a.C., mas os quais um autor no primeiro milênio a.C. dificilmente poderia conhecer, mesmo
se privilegiado por uma notável tradição oral durante um período de mais de mil anos (e.g. geração de filhos
por meio de uma serva, a validade de testamentos orais pronunciados no leito de morte, o direito de herança
para o filho que tivesse a posse dos ídolos domésticos).” PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso Foco e
desenvolvimento no Novo Testamento / Carlos Osvaldo Cardoso Pinto. – São Paulo : Hagnos, 2008.
1 – O próprio Pentateuco – testifica que Moisés foi seu autor. Ex 17:14, Ex 24:4, Ex 34:27,
Nm 33:1,2, Dt.31:9
2 – Outros livros do AT – Josué 1:8; 8:31, I rs 2:3, II Rs 14:6, Es 6:8, Ne 13:1
3 – Novo Testamento – Mt 19:8, Jo 5:46-47, Jo 7:19, At 3:22
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C – AS QUALIFICAÇÕES DE MOISÉS
1 – possuía a educação e um passado apropriados para esta obra, sendo que recebera
dos seus antepassados aquela riqueza da lei oral que teve sua origem nas culturas
mesopotâmicas na época, bastante recuada de Abraão (daí algumas semelhanças marcantes ao
Código Hamurabi) e dos seus tutores na corte egípcia recebia treinamento naqueles ramos de
sabedoria nas quais o Egito supera o restante do mundo. O código de Eshunna CE é a mais antiga
coletânea de leis vetero oriental redigida em acádico e certamente Moisés tivera acesso a ele
2 – Dos seus antepassados - recebera uma tradição oral exata da carreira dos patriarcas e
das revelações que Deus lhes tinha feito
4 –No decurso de 40 anos no deserto do Sinai, Moisés teria tido tempo para escrever as
obras da Torá.
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HISTÓRIA NÔMADE
Os antepassados de Israel provavelmente integravam os grupos aramaicos que
adentraram na terra cultivada provindos do deserto ou da estepe. Os antepassados de Abraão são
considerados arameus (Gn 25:20, 28:5, 31:18-24). E o credo preservado em Dt 26:5, afirma
inclusive a respeito do ascendente de Israel: meu pai era arameu errante. Ao que parece os
antepassados de Israel, falavam originalmente aramaico e adotaram a língua local, o hebraico
somente depois do assentamento. Até mesmo no nome Javé, provavelmente é aramaico.
Tribos nômades e seminômades vindas das estepes penetraram nas terras cultivadas.
Aproximadamente a partir de 1100, ou mais cedo, arameus semitas tornaram-se sedentários na
Mesopotâmia, onde surgiram vários Estados arameus. Na Babilônia eles dominaram a população
nativa e mais tarde, no império Neobabilônico, tornaram-se a camada governante dos caldeus.
Também os pequenos povos vizinhos com seus estados ao leste de Israel, os Amonitas
Moabitas e Edomitas são o produto da mesma migração. E Israel tinha conhecimento de seu
parentesco com esses povos.
Existem três acontecimentos primordiais na constituição do povo de Israel: a promessa aos
patriarcas, a libertação da servidão no Egito e a revelação junto ao Sinai. (muitos acreditam que
estas histórias existiam em separado e foram mais tarde juntadas, para uma compreensão
posterior do povo de Israel).
A fé compreende o passado como atuação do Deus único, em favor de um único povo, que
é conduzido por desvios, mas em conjunto, para a terra prometida.
“o “Deus de Abraão” o “Temor de Isaque” ou também o “Poderoso de Jacó”, (gn 31:29, 42,
53; 46:1; 49:24) não se vinculavam a nenhum santuário provido de sacerdotes, mas se revelavam
– sempre individualmente – ao líder de um clã migrante, prometendo-lhe orientação no caminho,
proteção, descendência e a posse de terras. Todavia, Israel estendeu a promessa de terra a toda
a palestina e ampliou a promessa de um filho para a promessa de tornar-se um povo. Segundo a
exposição de Gênesis, os patriarcas se assentavam, durante suas migrações, em certos locais
sagrados, onde lhes eram concedidas revelações de Deus. Presumivelmente os grupos patriarcais
se fixaram nos arredores desses mesmos lugares: Abraão, perto de Hebrom (Gn 13:18; 18; 23),
Isaque, perto de Berseba, no sul (24:62; 25:11, 26:23), Jacó, tanto na Transjordânia em Peniel e
em Maanaim (32: 2, 23), como também na Cisjordânia, em Siquem e Betel (28:10; 33:19, 35:1).”
Segundo a exposição do Gênesis, os patriarcas se assentavam, durante suas migrações,
em certos locais sagrados, onde lhes eram concedidas revelações de Deus. Presumivelmente os
grupos patriarcais se fixaram nos arredores destes mesmo lugares: Abraão perto de Hebrom (gn
13:18, 18, 23) Isaque perto de Berseba, no Sul (gn. 24:62, 25:11, 26:32), tanto na transjordânia,
em Peniel e Manaim (32.2,23).
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2) Saída do Egito como confissão de fé fundamental para Israel – (Ex 20:2, os 13:4, Ez
20:5. Sl 81:11), se apresentam como cumprimento de uma promessa. Os antepassados forçados
pela carestia a irem para o Egito, foram ali submetidos a servidão, participando na construção de
“cidades-celeiros”, Pitom e Ramsés. Quando o grupos de escravos fugiu, foram perseguidos, mas
salvos, e essa libertação deveria então ser propagada como estatuto perpétuo.
3) O nome de Deus: o nome de Deus, Javé, está vinculado originalmente ao monte Sinai,
(Jz 5:4, dt 33:2), dado a Moisés como revelação de Si mesmo, mais especificamente Deus se
revela desta forma a Moisés na experiência com a sarça ardente.
3 – a vida dos seminômades parece ter sido determinada pela troca periódica de pastagens,
mais ou menos de meio em meio ano, entre a estepe e a terra cultivada, a assim chamada transumância.
Durante o período de chuvas no inverno permaneciam na estepe, no verão, depois que a estepe estorricava,
migravam para os campos colhidos da terra cultivada que tinham acesso.
Essa busca por terra cultivada, fazia com que os seminômades, mantivessem contato
intenso com a população local, podia haver comércio e casamentos entre eles.
4 – os poucos mananciais de água eram objeto de frequentes conflitos (gn 26:20; 21:25;
13:7) e ao que parece a expectativa de se viver de modo sedentário já existia, tanto que os relatos da posse
de terras é um dos fatos mais marcantes da história dos patriarcas.
5- Viviam em grupos, mas em número suficiente, a fim de que fosse garantidos o sustento e
proteção de todos, afinal de contas dificilmente alguém consegue viver sozinho nas condições adversas da
estepe ou do deserto. Assim o ser humano vive em grupos que, por um lado, tem quer ser grandes o
suficiente para que possam garantir sustento e proteção, mas por outro lado, não devem tornar-se tão
grandes que não encontrem água suficiente. Esta estrutura veio a regular até mesmo no período sedentário.
Js 7:14, I Sm 10:19
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Casa – era o núcleo familiar, presidida pelo chefe da família, a quem era dada a autoridade de
decidir e julgar. (gn 38:24; 42:37, 16:5, Ex 21:7)
“O clã é uma unidade que se empenha solidariamente por seus membros, que preserva a
comunidade constituída por consangüinidade por meio de migração eacampamento conjunto. No entanto,
não raro o princípio de parentesco é rompido pela adoção de pessoas não-consangüíneas e de famílias não-
parentes. Mesmo assim o clã é uma comunidade realmente solidária. Ele se empenha por cada um de seus
membros, assume sua culpa, suas obrigações de pagamentos referentes a delitos de sangue, resgata-o da
prisão ejura por ele. Por outro lado, cada membro compromete seu clã e possivelmente toda a tribo por meio
de seus atos (delito de sangue, admissão de um estranho, etc). A existência dentro desta comunhão de
consangüinidade proporciona ao indivíduo as condições sem as quais não poderia sobreviver no deserto
numa "comunidade sem autoridade". Sem sua comunidade, ele estaria sem direito e desprotegido, à mercê
do mais forte.” (W. Thiel)
Tribo – a grande família, que mais tarde compreendem três a quatro gerações: mulher e
concubinas, os filhos homens casados, os netos, as filhas solteiras e por fim as irmãs e irmãos do chefe da
casa.
A família, o clã, a tribo e até ainda o povo se compreendiam como “filhos” de um único “pai”, o
primeiro ancestral. O grupo se sente personificado neste ascendente. A genealogia representa a
unidade e a história do grupo, e neste se pratica a solidariedade, e o individuo goza de proteção e de
direitos.
A ameaça conhecida do Decálogo, contida em Ex 20:5, 34:7 “eu sou Deus zeloso que visita a
iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração, tem em mente essa grande família.
A grande família, uma comunidade econômica, jurídica e cúltica, é “um grupo constituído por
consaguinidade, onde os deveres e tarefas estão regulamentados, a fim de proteger todos os membros da
comunidade, onde, portanto imperam a solidariedade e responsabilidade mútua, onde a propriedade familiar
(rebanhos, mais tarde terras) administrada pelos patriarcas, serve para beneficiar e alimentar todos e onde
as regras e proibições autorizadas pelo pai de família devem assegurar o convívio harmonioso de todos. (W.
Thiel)
6 – dentro do grupo se pratica a solidariedade: o individuo goza de proteção e de direitos.
Não há uma instância jurídica superior. Porém em relação às pessoas de fora do grupo reina uma severa
ordem – o ius talionis – o revide de estrita equivalência, portanto, no caso de uma lesão corporal (ex 21:23,
Lv 24:18, dt 19:21) e, no caso, de assassinato, a vingança de morte (nm 35:9, dt: 19:2 II SM 21) . “decerto
defrontamo-nos aqui com uma norma jurídica que vigorava entre as distintas comunidades, isto é, trata-se
de um direito intergental” (V. Wagner). no caso famílias diferentes ou comunidades diferentes.
A vingança de morte propicia uma compensação para algo que se perdeu, mantendo desta
maneira o equilíbrio de forças dentro do sistema de vida nômade, nenhum grupo deve sobrepor-se
consciente ou inconscientemente sobre os demais. Assim também a vingança de morte serve em última
análise para proteger o grupo e o indivíduo.
Mesmo que não tenha direitos, os forasteiros são tratados com hospitalidade (gn 18, Ex
2:20, Jz 19:6) e o direito da hospitalidade inclui o direito à proteção.
Em suma, esta maneira de pensar e de viver implica que, muito além da época nômade, a
comunidade tenha primazia sobre o indivíduo. Só paulatinamente o individuo se desprende da comunidade.
(ez 18) ”
Ainda podemos destacar outras características além de Smith
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podia o filho de uma escrava concubina ser legitimado por aquela como sucessor do pai, por
meio de um ato de reconhecimento oficial.
- Prevalecia a poliginia: ao lado da mulher principal ('issa), o homem tinha concubinas
(pilagas), que podiam ser escravas (cf. Lv 18.7-9,11; Gn 25,6; 35.22 como também 16.2ss.;
30.1ss.). Entre elas a mulher principal tinha a posição mais elevada. Este status, porém, podia ser
ameaçado no caso de esterilidade. Visto que o israelita, e decerto também já o israelita
seminômade, dava muita importância à descendência masculina, uma mulher sem filhos — ou
mesmo apenas sem filhosmasculinos — tinha que contar com condições humilhantes
- A existência de numerosos filhos-varões, em segundo lugar também de filhas,
representava um considerável fortalecimento do clã quanto a seu poder militar e de seus recursos
econômicos na fase do nomadismo pastoril. Naturalmente a posição da mulher se tornava difícil
quando era estéril e, além disso, concubina
- praticavam a hospitalidade
- O dote era pago pelo trabalho da moça – isso já existia entre os beduinos
- Jurisdição familiar - neste período existem alguns indícios dessa forma de direito, que
também era denominada de "jurisdição familiar". Ex a narrativa de Judá e Tamar em Gn 38.
Quando Tamar teve seu direito lograda por Judá, e ela resolve então corrigir a injustiça do seu
jeito, observe que os outros membros do clã foram até Judá na figura de líder e o inquiriu: “Tamar
tua nora,prostituiu-se e eis que engravidou”. Não se trata aí de fofoca ou calúnia mas sim de uma
ação levada ao líder para ser julgada, e o juízo é logo determinado “(...) Cerca de três meses mais
tarde, disseram a Judá: “Sua nora Tamar prostituiu-se, e na sua prostituição ficou grávida”. Disse Judá:
“Tragam-na para fora e queimem-na viva!” 25 Quando ela estava sendo levada para fora, mandou o seguinte
recado ao sogro: “Estou grávida do homem que é dono destas coisas”. E acrescentou: “Veja se o senhor
reconhece a quem pertencem este selo, este cordão e este cajado”. 26 Judá os reconheceu e disse: “Ela é
mais justa do que eu, pois eu devia tê-la entregue a meu filho Selá”. E não voltou a ter relações com ela.
Outro exemplo é quando Hagar despreza Sara e esta vai a Abraão, e diz o seguinte: " caia
sobre ti afronta que sofro", com estas palavras Sara apela ao pai de família que é responsável
pelo restabelecimento da harmonia jurídica dentro da família ampliada. Junto com essa petição
Sara ainda descreve o caso jurídico em jogo. Eu te dei a minha serva para possuíres ela porém
vendo que concebeu desprezou-me; finalmente Sara, apela ao juízo Divino para o caso de Abraão
não cumprir com sua obrigação, julgue o Senhor entre mim e ti, mas isso não acontece e assim
esse raciocínio não é levado adiante, pelo contrário Abraão pronuncia a sentença : a tua serva
está nas tuas mãos procede segundo melhor te parecer.
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GÊNESIS
1. Título: O nome Gênesis vem da Septuaginta (Versão dos Setenta), antiga versão
grega. Significa "princípio", "origem" ou "nascimento". Os hebreus lhe chamavam "No
princípio", pois designavam os livros da lei de acordo com sua primeira palavra ou frase.
ÊXODO
1.1. Título: Êxodo significa "saída" e a Versão Grega deu ao livro esse título porque ele
narra o grande evento da história de Israel: a saída do povo de Deus do Egito.
1.2. Relação com os demais livros de Moisés: Êxodo é o elo indispensável que une
de forma inseparável o Pentateuco. Continua a história dos hebreus iniciada no Gênesis no
mesmo estilo inigualável deste e acentuando o elemento pessoal. É a figura de Moisés que
domina quase todo o relato de Êxodo. Os assuntos do sistema sacerdotal e da lei de santidade
iniciados em Êxodo, por sua vez, se desenvolvem em Levítico. Também a história da caminhada
de Israel para a terra prometida, a qual constitui a maior parte de Números, encontra seu princípio
em Êxodo. Finalmente, acha-se em Deutero-nômio um eco tanto de Números como de Êxodo. Por
isso ao livro de Êxodo se chama "O coração do Pentateuco".
1.3. Os capítulos 25 a 31 contêm informações detalhadas sobre a estrutura
portátil que abrigaria o culto de Israel e seria a sede da gloriosa presença de Yahweh entre Seu
povo. Doações voluntárias seriam solicitadas (25.1-9) e a capacitação divina seria oferecida aos
artífices para o intrincado trabalho (31.1-11). Ao final deste manual de especificações
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arquitetônicas, Moisés recebeu os sinais visíveis da aliança, as duas tábuas de pedra (31.18; cf. a
prática de guardar uma cópia do tratado de suserania no templo da divindade nacional). A despeito
desse cenário de grandeza, no sopé da montanha, a aliança recémcelebrada já fora quebrada por
um povo acostumado a deuses visíveis, e tão duro de coração que não acreditava em Yahweh,
apesar dos muitos milagres que presenciara (32.1-6). Idolatria e imoralidade grosseiras provocam
o caos no acampamento de Israel, em reação ao qual Moisés intercede com Yahweh em favor do
povo e da própria reputação divina (32.7-14). No entanto, Moisés, quando confrontado ele mesmo
com a cena, arde com ira santa e, em consonância com os atos da nação, quebra as tábuas da
aliança (32.15-19).
“A questão da data, uma vez aceita a autoria mosaica, dependerá da data preferida para a saída do Egito.
Este autor prefere a data recuada em torno de 1445 a.C. para o êxodo pelas seguintes razões: (1) os dados da Bíblia
apontam para uma data mais antiga, uma vez que a construção do templo foi iniciada em 966 a.C. (data historicamente
segura), e isso ocorreu 480 anos depois de os israelitas terem saído do Egito [1 Rs 6.1]; (2) de igual modo, a referência
de Jefté a uma ocupação israelita da Transjordânia por trezentos anos (Jz 11.26) aponta para um êxodo no século 15
a.C.; (3) a descrição de Faraó que primeiro oprimiu a Israel como um ―rei que não conhecera a José‖ sugere que ele
era um dos hicsos, povo asiático que invadira o Egito no século 17 a.C. e que poderia, como uma minoria invasora,
corretamente avaliar Israel como ―maior e mais poderoso‖ do que eles mesmos, palavras que não fariam sentido nos
lábios de um verdadeiro rei egípcio; (4) Pitom e Ramessés, as cidades construídas pelos israelitas (Êx 1.11), não
contêm artefatos da 18ª dinastia, como seria de esperar se Amoses, primeiro Faraó do Novo Rsino, tivesse sido o rei
opressor de Êxodo 1; (5) embora Ramsés II tenha sido um ―Faraó construtor‖ e tenha tido um longo reinado, capaz de
acomodar o longo exílio de Moisés, Midiã, seu sucessor Merneptá, teve um reinado muito curto (apenas catorze anos)
para acomodar os 38 anos de peregrinação dos israelitas, e ainda ter confrontações militares com eles em Canaã (cf. a
Estela de Merneptá);1 (6) a evidência arqueológica na Palestina parece favorecer uma conquista no século 15,
conforme indicado pelas descobertas de J. Garstang, em Jericó, 2 pelas escavações de G. L. Harding, na Jordânia, 3 e
por estudos recentes de J. J. Bimson.4 Assim, Êxodo teria sido escrito durante o período da peregrinação de Israel no
deserto. Os acontecimentos que compreendem a maior parte do livro, capítulos 12 – 40, cobrem o período de um ano,
desde a partida do Egito até a consagração do tabernáculo. CONTEXTO HISTÓRICO A data recuada do êxodo, adotada
nesta obra, oferece um contexto tanto de grandeza como de domínio mundial para o Egito. A expulsão dos invasores
hicsos havia sido iniciada pelos faraós da 17ª dinastia, começando com Sekenenre (c. 1610 a.C.), e foi completada por
Amoses (1570-1545 a.C.), o fundador da décima-oitava dinastia. Nomes importantes dessa dinastia são Tutmoses I
(1524-1502 a.C.), que conduziu expedições militares para o sul (Núbia) e para o norte (Crescente Fértil), chegando até o
rio Eufrates, a famosa rainha Hatshepsut (1502-1480 a.C.) e seu sucessor, o grande guerreiro Tutmoses III (1502-1448
a.C.). Hatshepsut é uma candidata ao título ―filha de Faraó‖, a mulher que teria salvo Moisés das águas do Nilo (Êx 2.5-
10); ela era uma mulher resoluta e capaz, o verdadeiro poder do Egito (em lugar de seu marido, o pusilânime Tutmoses
II) até por volta de 1480 a.C., quando Tutmoses III assumiu o poder. Esse reinado começou quando Moisés teria cerca
de quarenta anos de idade, assim oferecendo outra indicação, sem contradizer os dados históricos, de que uma data
recuada para o êxodo encaixa-se melhor com os dados bíblicos (cf. Êx 7.7; At 7.23). Tutmoses III levou o Egito ao zênite
de seu poder, chegando às margens do Eufrates e ali derrotando o reino de Mitani, o que estendeu o domínio egípcio
por mais de três mil quilômetros, do rio Orontes ao Alto Nilo. Tutmoses III foi sucedido por seu filho Amenófis II (1448-
1422 a.C.), que manteve controle sobre a Palestina. Na cronologia aqui aceita, Amenófis II teria sido o Faraó do êxodo.
Confirmação adicional para essa proposta encontra-se no fato de que seu sucessor não foi seu filho mais velho, mas
Tutmoses IV (1422-1413 a.C.), mais conhecido pela famosa ―Estela do Sonho‖, em que fala de uma visão em que um
deus lhe revelara que herdaria o trono apesar de não ser o primogênito de Amenófis II. O sucessor de Tutmoses IV foi
seu filho Amenófis III (1413-1377 a.C.), um grande construtor que, no entanto, não conseguiu manter o domínio egípcio
na Palestina. De seu reinado e do reinado de seu filho datam as famosas Cartas de Amarna, que descrevem os
distúrbios causados na Palestina pelos hapiru/habiru, uma possível (embora não totalmente provada) indicação da
invasão sob o comando de Josué. O sucessor de Amenófis III foi seu filho Amenófis IV (1377-1358 a.C.), que tentou
introduzir no Egito um monoteísmo (mais corretamente uma monolatria) centrado no disco solar, chegando a mudar seu
nome teofórico para Akhenaton. O controle egípcio sobre a Palestina diminuiu significativamente durante seu reinado,
assim oferecendo o alívio necessário para que Israel conduzisse sua guerra de conquista em Canaã. PINTO, Carlos
Osvaldo Cardoso Foco e desenvolvimento no Novo Testamento / Carlos Osvaldo Cardoso Pinto. – São Paulo : Hagnos,
2008.
Veja ainda o que diz HOFF: Não há dúvida alguma de que os israelitas saíram do Egito no lapso
compreendido entre 1450 e 1220 a. C. Israel já estava radicado em Canaã no ano de 1220 a. C, pois um
monumento levantado pelo Faraó Mereptá faz alusão ao combate entre egípcios e israelitas na Palestina,
naquela data. Não obstante, faltam evidências conclusivas quanto à data precisa do êxodo. Há duas
opiniões principais a respeito desta questão. De acordo com a primeira, o êxodo dataria, mais ou menos, por
volta do ano de 1440 a. C. Conforme a segunda opinião, ocorreu no reinado de Ramsés II, entre 1260 e
1240 a. C. Se a data anterior é correta, Tutmés III, o grande conquistador e construtor, foi o opressor de
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Israel, e Amenotepe II foi o Faraó do êxodo. Há evidências de que Tutmósis IV, o sucessor de Amenotepe
II, não foi o filho primogênito deste, fato que concordaria com a morte do primogênito do Faraó do êxodo. Os
que favorecem a data anterior pensam que os invasores de Canaã durante o século XIV, mencionados como
habiru nos documentos históricos, outros não são senão os hebreus que, sob Josué invadiram a Palestina.
Nas famosas cartas de Tel-el-Amarna, escritas por chefes das cidades-estados de Canaã dirigidas aos
Faraós Amenotepe III e Amenotepe IV no século XIV, há indicações de que a Palestina estava em perigo de
perder-se nas mãos dos habiru. Os chefes cananeus clamaram por ajuda egípcia, mas Amenotepe IV estava
tão ocupado estabelecendo o culto a seu deus Aton, que não deu ouvidos a seus rogos.
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LEVÍTICO
1. Título e caráter: Na versão grega este livro recebeu o nome de Levítico porque ele
trata das leis relacionadas com os ritos, sacrifícios e serviço do sacerdócio levítico. Nem todos os
homens da tribo de Levi eram sacerdotes; o termo "levita" referia-se aos leigos que faziam o
trabalho manual do tabernáculo. O livro não trata destes "levitas", porém o título não é
completamente inadequado porque todos os sacerdotes eram efetivamente da tribo de Levi.
Embora o livro de Levítico tenha sido escrito principalmente como manual dos sacerdotes,
encontra-se muitas vezes a ordenança de Deus: "Fala aos filhos de Israel", de modo que contém
muitos ensinamentos para toda a nação. As leis que se encontram em Levítico foram dadas pelo
próprio Deus (ver 1:1; Números 7:89; Êxodo 25:1), de modo que têm um caráter elevado.
2. Relação com Êxodo e com Números: A revelação que se encontra em Levítico foi
entregue a Moisés quando Israel ainda se acampava diante do monte Sinai (27:34). Segue o fio da
última parte de Êxodo, a qual descreve o tabernáculo. A seguir, Números continua com o conteúdo
de Levítico. Assim, os três livros formam um conjunto e estão estreitamente relacionados entre si.
Todavia, Levítico difere dos outros dois em que é quase totalmente legislativo. Narra apenas três
acontecimentos históricos: a investidura dos sacerdotes (capítulos 8 e 9), o pecado e castigo de
Nadabe e Abiú (capítulo 10) e o castigo de um blasfemo (24:10-14, 23).
1.3. Propósito e aplicação: Assim como Êxodo tem por tema a comunhão que Deus
oferece a seu povo mediante sua presença no tabernáculo, Levítico apresenta as leis pelas quais
Israel haveria de manter essa comunhão. O Senhor queria ensinar a seu povo, os hebreus, a
santificar-se. A palavra santificação significa apartar-se do mal e dedicar-se ao serviço de Deus. É
condição necessária para desfrutar-se da comunhão com Deus. As leis e as instituições de
Levítico faziam os israelitas tomar consciência de sua pecaminosidade e de sua necessidade de
receber a misericórdia divina; ao mesmo tempo, o sistema de sacrifícios ensinava-lhes que o
próprio Deus Provia o meio de expiar seus pecados e de santificar sua vida.Deus é santo e seu
povo há de ser santo também.
2. DATA E AUTORIA
3. Embora Moisés nunca seja mencionado em Levítico como autor do livro ou de partes dele, em
contraste com Êxodo, por exemplo, seu nome aparece várias vezes como recipiente de revelação
direta de Yahweh (cf. 1.1; 4.1; 6.1; 7.22; 8.1 etc.).
4. Há várias razões contextuais pelas quais Moisés deveria ser considerado o autor. Em primeiro lugar,
o material em Levítico dá continuidade natural ao conteúdo dos capítulos finais de Êxodo, dedicados
ao tabernáculo. Isto é confirmado pela cláusula inicial do livro (uma seqüência narrativa introduzida
por um pretérito com waw consecutivo, 1.1). Em segundo lugar, o material contido no livro foi
revelado no Sinai (7.37; 26.46; 27.34). Em terceiro lugar, a única seção histórica em Levítico (8.1 −
10.20) segue-se logicamente à cerimônia de consagração de Êxodo 40, em que a ênfase recaía
sobre o tabernáculo, ao passo que em Levítico recai sobre os sacerdotes. Em quarto lugar, a
natureza literária do capítulo 26 complementa o padrão do tratado de suserania encontrado nas
porções legislativas de Êxodo, uma vez que provê a parte relativa às bênçãos e maldições do
―documento‖.
5. Além do mais, o Senhor Jesus Cristo, quando fez referência à lei das ofertas para a purificação da
lepra como aquilo que ―Moisés ordenou‖, atribuiu uma porção de Levítico a Moisés (cf. Mt 8.4; Mc
1.44 e Lv 14.2-32).
6. Evidências arqueológicas, recentemente descobertas, quanto à natureza e à forma de códigos legais
da metade do segundo milênio a.C. na Fenícia e na Mesopotâmia terminaram de esvaziar os já
fracos argumentos em favor de uma composição recente de Levítico pelos editores das supostas
fontes H [Código da Santidade] e P [Fonte Sacerdotal].1
7. A data do livro é praticamente a mesma de Êxodo, uma vez que um intervalo de um mês e meio
pode ser postulado entre a consagração do tabernáculo em Êxodo 40.17 (1 de Nisã, 1445 a.C.) e a
partida de Israel do monte Sinai (20 de Iyyar, 1445 a.C.). A comunicação das leis e normas a Moisés
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deve ter ocorrido durante o ano que o povo passou ao pé do monte Sinai, enquanto o tabernáculo
estava sendo construído.
NÚMEROS
1.3. Assunto: o fracasso de Israel: Números é um dos livros mais humanos e mais
tristes da Bíblia. Mostra como os hebreus fracassaram em cumprir os ideais que Deus lhes havia
proposto. Chegaram aos limites da terra prometida mas tinham a personalidade de um escravo
covarde, dependente e incapaz de enfrentar a perspectiva da luta. Perderam a pequena fé que
haviam tido e quiseram voltar ao Egito. Daí começaram suas peregrinações que duraram trinta e
oito anos. Não obstante, Números relata detalhadamente só a história do primeiro e a do último,
pois nos anos intermediários de apostasia nada aconteceu de valor religioso permanente. É uma
história trágica de falta de fé, de queixas, murmurações, deslealdade e rebelião. Como
conseqüência, quase toda a geração que havia Presenciado as maravilhas do livramento do Egito
pereceu no deserto sem entrar na terra prometida. Somente três homens, Moisés, Josué e Calebe,
sobreviveram até ao fim do relato do livro. E somente dois dos três, Josué e Calebe, entraram em
Canaã.
Com relação ao número de pessoas existentes nos dados do livro Oswaldo Pinheiro diz o
seguinte:
“1. A simples sobrevivência de dois milhões de pessoas no Sinai por 40 anos seria impossível. A provisão divina descrita
no Pentateuco (se aceita pelo intérprete) seria suficiente. De mais a mais, os israelitas não trafegaram tão intensamente
pelo deserto quanto poderia parecer. Cades parece ter sido um acampamento permanente durante bastante tempo.
2. Os totais parecem discrepantes quando comparados entre si. O número de primogênitos (3.43) obrigaria cada família
a ter 27 filhos (e talvez outras tantas filhas), o que seria impossível. Se, todavia, o número mencionado em 3.43 (22.273)
referir-se apenas aos primogênitos nascidos entre o Êxodo e a separação dos levitas (um espaço de 2 anos), os
números são muito coerentes.
3. Alguns textos sugerem que Israel não tinha gente suficiente para povoar Canaã. Wenham cita Êxodo 23.29 e Juízes
18.16. Todavia, Êxodo 23 menciona apenas que a terra ficaria desolada se os demais habitantes fossem subitamente
eliminados. As provas materiais trazidas pelos espias sugeriam que Canaã tinha capacidade para sustentar grande
multidão e, ao que tudo indica, algum tempo se passaria antes que os israelitas se adaptassem à vida de agricultores.
Quaisquer dois milhões de pessoas morreriam de fome em qualquer lugar sem técnicas de agricultura. Além disso, o
texto de Juízes 18.16 não fala que os seiscentos eram a totalidade dos guerreiros de Dã. Significativamente, Wenham
não leva em conta Juízes 20.16, em que a cidade de Gibeá tinha um batalhão de canhotos que constava de setecentos
homens!
4. Wenham sugere, por fim, um arredondamento dos números, baseado no arredondamento das centenas, mas a
natureza especulativa de tal argumento é sua própria refutação. Outras tentativas de emprestar significados simbólicos e
até astrológicos aos números esbarram na própria engenhosidade. Um argumento final é que nenhuma das pretensas
explicações consegue explicar satisfatoriamente as estatísticas referentes aos levitas.”
5. Conclusão – Este autor manteve uma luta íntima por muitos anos com referência aos grandes números de Números
e não pôde até agora perceber qualquer outra solução a não ser aceitar literalmente as estatísticas mosaicas. Quaisquer
valores atribuídos à palavra hebraica ( אֶ לֶ ףʾelep , ―mil‖), ou mesmo à modificação de sua vocalização, são incapazes de
produzir números coerentes. Até que evidência realmente sólida seja apresentada, é exegética e teologicamente sadio
aceitar os números de Números literalmente.
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DEUTERONÔMIO
2. Propósitos:
a) Preparar o povo para a conquista de Canaã. A presença e o poder de Deus eram a
garantia de que ele lhes entregaria a terra. Moisés anima-os repetindo trinta e quatro vezes a
frase: "Entrai e possuí a terra" e adiciona trinta e cinco vezes: "A terra que o Senhor teu Deus te
deu."
b) Apresentar os preceitos da lei em termos práticos e espirituais para serem aplicados à
nova vida em Canaã.
c) Dar a Israel instruções e advertências quanto aos detalhes da conquista, aos requisitos
dos futuros reis, como distinguir entre profetas verdadeiros e profetas falsos, as bênçãos que a
obediência traz e os malefícios da desobediência.
1.d) Estimular lealdade ao Senhor e à sua lei.
Extraído do livro de: Hoff, Paul, O Pentateuco, Ed. Vida, Versão digital
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O DIREITO VETEROTESTAMENTÁRIO
a) Proporcionar uma norma moral pela qual os redimidos possam mostrar que são filhos de
Deus e viver em justa relação com seu Senhor e com o próximo.
b) Demonstrar que Deus é santo e ele exige a santidade de toda a raça humana.
c) Mostrar à humanidade seu estado pecaminoso e fazê-la entender que somente
mediante a graça pode ser salva (Gaiatas 3:24, 25).
COLEÇOES DE LEIS
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b) Direito apodítico – é incondicional, por um lado a lei não possui nenhuma oração
condicional que defina exatamente o caso em questão, por outro lado, prescreve sempre o mesmo
castigo, qual seja, a exclusão da comunidade mediante maldição, banimento ou morte, ou, então
tal qual o decálogo, não faz qualquer menção das respectivas consequências jurídicas.
d) Maldições – na liturgia de Dt. 27:16-25, se conservou uma série de dez maldições que
também compreendem apenas transgressões interpessoais. Estas maldições se dirigem
novamente aos homens, especificamente aos homens maiores de idade, cidadãos de plenos
direitos, casados, juridicamente responsáveis. As maldições não ameaçam com a pena de morte
no caso de um determinado delito, mas constituem uma espécie de auto-amaldiçoamento antes de
ocorrer qualquer delito de fato, uma sanção promissória para o caso de transgressão da lei, punida
provavelmente com a exclusão da comunidade. Contrapõem-se às palavras de maldição as
palavras de bênção.
e) Lei do Talião – o direito penal veterotestamentário não se fundamenta por via de regra
no princípio do Talião (olho por olho e dente por dente), só ocorre no caso de determinados
delitos. O rigor formal do princípio do talião revelam que este, ao que parece, provém da época
pré-israelita. Na sociedade nômade, que não conhecia nenhuma jurisprudência ordinária, o
princípio da retribuição equivalente talvez tenha contido a arbitrariedade da represália desenfreada
ou a infindável vingança de sangue e talvez tenha garantido uma
3 – a lei da santidade – contrária a lei sinaítica a lei de levítico é a lei para o povo
sedentário, ela possui determinações cúlticas que focam o relacionamento do homem com Deus.
Ela reflete a atitude da comunidade como resposta e reflexo da conduta de Deus: “Sede santos,
porque santo sou eu, Javé, vosso Deus”.
Esta parte de Levítico ressalta a necessidade de uma vida pura, tanto da parte do
sacerdote como da parte do povo, pois Israel tinha o incomparável privilégio de ser escolhido por
Deus como sua possessão, uma nação santa e reino de sacerdotes. As leis que se encontram
desde o capítulo 17 até o capítulo 20 têm o propósito de manter Israel separado dos costumes
pagãos das nações vizinhas; os capítulos 20 a 22 apresentam as leis cuja finalidade é manter os
sacerdotes separados de certos costumes cerimoniais lícitos para o restante dos hebreus.
1. Deus queria ensinar a santidade a seu povo: Conforme as regras, era puro o que
podia aproximar a pessoa de Deus, e impuro o que a incapacitava para o culto ou a excluía dele. A
pureza estava relacionada com o culto e, portanto, se achava ligada à santidade. Ensinava-se que
a imundícia, embora fosse cerimonial, não era coisa leviana. Afastava o adorador de seu Deus.
Deus queria ensinar o povo a discernir entre o santo e o profano, entre o limpo e o impuro.
Empregava as coisas materiais para ensinar verdades morais e espirituais. Há pensamentos,
palavras e atos que tornam o crente imundo.
2. Deus queria conservar a saúde de seu povo: As leis da purificação tinham também a
finalidade de fazer mais higiênica a vida dos israelitas para, desse modo, protegê-los das
enfermidades. Deus formulou regras com motivações para proteger a saúde de seu povo.
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Demonstra desse modo sua solicitude por todos os aspectos de nossa pessoa, tanto do espírito
como do corpo.
Classificação dos animais segundo critérios de saúde: Existe uma relação entre a
saúde do corpo e a da alma. O que produz enfermidade e morte é impuro e Deus o proíbe no
Antigo Testamento. Israel podia comer:
a) Animais de unha fendida que ruminam: vaca, ovelha, cervo, etc. Ainda esta classe de
animais oferece a maior fonte de carne comestível. Certos animais mamíferos de carne sadia
ficam excluídos segundo esta regra, porém uma classificação geral teria sido mais prática e segura
do que um índice de todos os animais. Os israelitas não deviam comer carne de porco. Este
animal alimenta-se de carne apodrecida, transmite enfermidades e às vezes tem parasitos. Tam-
bém lhe era proibido comer animais carnívoros; estes provocam infecções, sobretudo nos climas
quentes onde logo a carne se putrefaz. Os répteis e os ratos são repugnantes e até hoje não são
tidos como comestíveis.
b) Animais aquáticos que têm barbatanas e escamas podiam ser comidos. Em regra geral
a carne dos peixes é sadia, mas os animais que não têm barbatanas nem escamas tais como as
rãs, as enguias e os mariscos, produzem às vezes desordens gástricas.
c) Aves que não se encontram na lista dos animais proibidos eram aceitáveis. É evidente a
razão pela qual se proíbem algumas: por serem carnívoras ou por se alimentarem de lixo.
d) Insetos de quatro classes da família dos gafanhotos eram permitidos. Estes comem só
vegetação e contêm muita proteína, portanto eram considerados bons e até hoje o são no Oriente
Médio.
Assim também o contacto com corpos de animais mortos contaminava o israelita porque
lhe contaminava a saúde.
1. Regras: A mulher que dava à luz um varão ficava cerimonialmente impura durante uma
semana ao fim da qual o menino era circuncidado. A mãe de uma menina era imunda duas
semanas e seu Período de purificação era o dobro do da mãe de um menino. Por que se
prolongava tanto o período de impureza e o da purificação no caso de dar à luz uma menina?
Tem-se alegado que isto se devia ao estigma que o sexo feminino trazia por haver sido a mulher
(Eva) a incorrer na primeira transgressão (I Timóteo 2:14, 15).
As mães de boa posição econômica purificavam-se oferecendo um cordeiro para o
holocausto (exigido para a consagração do menino) e um pombinho ou rola para a expiação. É
interessante notar que a mãe de Jesus apresentou a oferta dos pobres (duas rolas), indicando
assim a condição humilde da família (Lucas 2:22-24). As normas referentes ao fluxo nos órgãos
sexuais se aplicavam tanto ao derrame normal como ao anormal. Em caso de enfermidades é
evidente a importância higiênica de lavar bem a roupa contaminada e de isolar-se o enfermo a fim
de não contagiar outras pessoas.
Os cananeus prestavam culto a deuses da fertilidade com danças sensuais e desenfreada
libertinagem. A prostituição "sagrada" era parte importante de seus ritos. Em contraste, a religião
do Senhor proibia estritamente tudo o que desatasse o sensual.
Por que devia a mulher purificar-se ao dar à luz? Acaso não era motivo de regozijo? A
resposta encontra-se na queda do homem e na maldição da mulher referente ao parto (Gênesis
3:16). A natureza pecaminosa transmite-se pela procriação. Davi disse: "Em pecado me concebeu
minha mãe" (Salmo 51:5). Não se referia à falta de virtude de sua mãe, mas à herança
pecaminosa que cada mãe transmite aos seus filhos.
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D. Impureza da lepra.
Diagnóstico da lepra: Mencionam-se quatro tipos de lepra (13:2, 4, 26, 31) e outras
enfermidades contagiosas. Caso se suspeitasse que determinada pessoa estava leprosa, era ela
levada ao sacerdote. Comprovado que a pessoa tinha lepra, era declarada impura. Se o caso era
duvidoso, a pessoa de quem se suspeitava era isolada por sete dias e a seguir examinada de novo
e declarada limpa ou impura, segundo o resultado do exame. O leproso era rigorosamente isolado,
evitando-se assim o contágio da enfermidade.
2. Pecados contra a lei moral: os israelitas não deveriam praticar os costumes morais e
religiosos de egípcios nem de cananeus. A longa lista de práticas repugnantes dos pagãos serve
de triste comentário sobre a condição do homem decaído e revela a razão pela qual o Senhor
ordenou a Josué o extermínio dos cananeus (18:24, 25).
Deus criou o sexo para formar a família, e a família é a unidade básica da sociedade. Se a
família se desintegra, a sociedade decai. Toda união física à parte do matrimônio e todo tipo de
lascívia quebram a ordem de Deus e enfraquecem a instituição da família. A Palavra de Deus não
permite o enlace matrimonial entre parentes próximos porque estes tendem a ter as mesmas
características genéticas, o que faz que os defeitos apareçam agravados nos descendentes.
Proibido relações com: mãe, concubina do pai, irmã, filha, neta, meia irmã, irmã solteira do pai,
mulher de tio paterno, nora cunhada.
Proibia-se estritamente oferecer os filhos a Moloque (18:21), deus dos amonitas, pois
dentro de sua imagem acendia-se fogo, esquen-tando-se assim como se fosse forno. O bebê era
atirado nos braços candentes e caía dentro, onde morria nas chamas. Os sacerdotes batiam
tambores durante o sacrifício para que os pais não ouvissem os gritos de seus filhos.
"Amarás o teu próximo como a ti mesmo." A expressão "Eu sou o Senhor" encontra-se
dezesseis vezes em trinta e sete versículos, indicando que a moralidade se baseia no temor de
Deus. A verdadeira santidade manifesta-se nos atos de bondade para com os necessitados, no
respeito para com os que têm defeitos e no fazer justiça aos indefesos (19:9-10, 14, 20); também
não defraudando ou roubando a ninguém, pagando com pontualidade ao trabalhador, atuando
com justiça e imparcialidade (19:11, 13, 15), não difamando a outros, antes, perdoando-lhes as
faltas (19:16-18). As proibições dos versículos 26 a 31 refletem os costumes dos pagãos.
Vale lembrar que prevalecia a poligamia, onde ao lado da mulher principal o homem tinha
concubinas, que podiam ser escravas, entre elas a mulher principal tinha posição mais elevada, o
que podia ser ameaçado no caso de esterilidade.
A existência de numerosos filhos-varões, em segundo lugar também de filhas,
representava um considerável fortalecimento do clã quando a seu poder militar e de seus recurso
econômicos na fase pastoril.
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Osvaldo Pinto traz um resumo que ele denomina o código de direitos humanos
Israelita:
1. A pessoa humana tinha valor altíssimo. O assassinato era um ataque contra a vida e
o autor da vida, merecendo, portanto, a pena capital (19.1-13, especialmente 11-13).
2. Calúnia e perjúrio eram ofensas capitais, porque ameaçavam a integridade de
indivíduos e comunidades (19.15-21).
3. A condição de mulher era importante, e a mulher não devia ser violada em sua
personalidade e nos direitos que lhe cabiam no papel social para ela estabelecido (21.10-17;
23.17; 21.25-29).
4. A dignidade humana não deveria ser perdida devido à pobreza (15.7-11), perda
temporária da liberdade (15.12-15), seqüestro (24.7), ou castigo corporal excessivo
5. Todo israelita era merecedor de salários decentes (24.14, 15), julgamentos justos (16.18-
20; 25.1), participação nas colheitas (23.24, 25; cf. Lv 19.9, 10), e posse da terra segundo seu clã
(19.14; cf. Lv 25.13-17).
6. O casamento devia ser protegido pela pureza pré-nupcial (22.13-21, 23, 24) e pela
fidelidade conjugal (21.10-17; 24.1-4). A instrução familiar sobre Yahweh e a Lei (6.5-25) era a
base da estabilidade nacional, que tinha prioridade sobre laços familiares (21.18-21)
7. O meio-ambiente era propriedade de Yahweh e uma bênção a ser administrada com
respeito à terra (22.9; cf. Lv 25.4, 5, 23, 24), às plantas (20.19, 20) e aos animais (22.6, 7).
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ÉPOCA PRÉ ESTATAL
(TOMADA DA TERRA E ÉPOCA DOS JUÍZES)
Autoria: Samuel
Canaã,era habitada por diversas populações muito anteriores aos israelitas: os heteus,
gergeseus, amorreus, cananeus, ferezeus, heveus e jebuseus (Dt. 7:1; Ex: 3: 8,17). A região era
formada por pequenas cidades-estados servidas pelas aldeias que ficavam ao redor.
Nesse período, as cidades estados começaram a se enfraquecer com a disputa pela
hegemonia de poder. O Egito perdia cada vez mais o dominio na região. O Egito não envia mais
tropas regulares para manter a ordem. Contenta-se em receber os impostos. Os reis das cidades
de Canaã fazem guerras contínuas entre si para tomar o território do outro, deixando muitas vezes
as cidades destruídas.
O Egito sofria constantes ameaças dos filisteus situados ao Sul de Canaã. Tudo isso
favoreceu a evasão de pessoas e grupos descontentes com a opressão em que viviam nas
aldeias. Esses fugitivos ocuparam sobretudo as montanhas.
A sobrevivência dos grupos nas montanhas se tornou possível graças ao ferro, que já era
conhecido e muito usado na época e servia para a fabricação de machados e arados, utilizados no
desmatamento e na preparação da terra para a agricultura. A água necessária para a
sobrevivência era retida em grandes cisternas revestidas com cal. Isso favoreceu o crescimento de
povoados em regiões que, antes, apresentavam dificuldades para a sobrevivência humana.
CONQUISTA DA TERRA
Havia em Canãa muitas cidades estados e clãs que viviam nas montanhas. A maioria
pagava tributo de vassalagem ao Egito a fim de que não fossem expulsos da terra. Nesse período
as 12 tribos se unem sob a liderança de Josue e sob uma só fé: Javé, o Deus do deserto, o Deus
dos hebreus que venceu os deuses do Faraó, este Deus é também mais poderoso que os deuses
cananeus. Por isso, há possibilidade de lutar e vencer. Animados por Javé, Deus levanta Josué
para adentrar com as 12 tribos na Terra de Canaã. (segundo a visão liberal: os grupos unidos
descem das montanhas e conquistam cada vez mais a região da planície e até cidades (ler Js 6-
12) segundo a visão ortodoxa A Bíblia apresenta as tribos de Israel como descendentes dos 12
filhos de Jacó: Rubem, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulon, José, Benjamim, Dã, Naftali, Gade e
Aser. Os nomes de Levi e José não são citados na ocupação do território de Canaã. No lugar
deles aparecem os nomes dos dois filhos de José: Efraim e Manassés.
A posse da terra ocorreu dentro de um processo paulatino, e este processo se deu de
maneira diferente em cada região (na visão liberal o processo ocorreu num prazo de 200 anos na
visão ortodoxa não fora um processo tão longo mas ainda assim foi um processo paulatino que
não dá pra saber com precisão de anos por faltar dados mas deve ser aproximadamente 30 anos
isto se Josue entrou na terra prometida com 80 anos e morreu com 110 anos, lembrando que ao
morrer ele despede os Rubenitas e meia tribo de Manasses para retornarem alem Jordão). A tribo
de Dã tentou primeiro assentar-se na Palestina Central, mas foi escorraçada para o extremo norte.
(Jz 1:34, 13:2,25). Provavelmente também a tribo de Rúben de Ruben (js 15:6, 18:17) decerto
também as tribos de Simeão e Levi.e as tribos foram então partindo de diversas direções. O
assentamento ocorreu primeiro nas áreas montanhosas, menos populosas (js 17:16) as
localidades fortificadas das planícies, que constituíam cidades-estados politicamente
independentes e dispunham graças aos seus carros de combate, carros de ferro utilizados nas
guerras, que os israelitas não possuiam, e armamento superior, nao puderam ser conquistadas,
como comprova a assim chamada “relação negativa de posse” (Jz:1:21-27; js 15, 63; 17, 11-13; jz
1, 21-35)).
A tribo de Judá, por exemplo, ocupou a região Sul, mas não conseguiu expulsar os
jebuseus que habitavam Jerusalém (Js 15:63) Assim também a tribo de Efraim não conseguiu
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expulsar os cananeus que habitavam Gazer, na parte central de Israel (Js 16:10). O mesmo
aconteceu com outras tribos. Isso significa que a ocupação da terra não foi completa, unitária e
pacífica, pelo contrário foi marcado por muitos confrontos bélicos com as cidades-estados
cananéias, especialmente pela assim chamada batalha de Débora. Os cananeus foram
submetidos a trabalhos forçados e assim paulatinamente integrados, de modo que Israel pode
assimilar concepções religiosas da população autóctone. Assim como os deuses eram adorados a
partir da provisão da terra. Israel passa então a considerar Javé como Senhor das estações do
ano.
As tribos formavam uma coalisão para autodefesa e reafirmavam a solidariedade que se
prolongava até depois da vitória comum. Isso significava que elas não tivessem conflitos entre si
(Jz 19:1-20, 48)cada tribo teve sua evolução e trajetórias próprias. Se uniram movidas pela
necessidade de defesa do território e para celebrar juntas a própria fé.
- Os filisteus estavam situados na faixa litorânea ao Sul de Canaã. Ocupavam uma área
de terra considerável, onde existiam cinco cidades sob seu domínio. Eram militarmente fortes,
possuíam carros de guerra e armas de ferro. Controlavam a estrada do mar, que passava por seu
território. Na tentativa constante de aumenta-lo, invadiam áreas pertencentes aos israelitas. Em
um dessas investidas chegaram até a se apoderar da Arca da Aliança (I sm 4:11)
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“A Palestina era uma terra de trânsito. Os príncipes regionais lucravam com o comércio e com o trânsito
entre o Egito de um lado e a Ásia Menor e a Mesopotâmia do outro. Não é nenhum acaso que as cidades-
estados se concentravam justamente naquelas regiões que eram cortadas pelas rotas comerciais mais
importantes. Aquelas planícies interessantes para a agricultura também constituíam, pela natureza de sua
formação topográfica, o trajeto apropriado para as estradas de longo percurso. Por outro lado, a existência
de uma boa estrada para o comércio e o transporte ao lado de terras próprias para a agricultura, com
abastecimento de água suficiente, é um fator importante para o surgimento e florescimento de uma
colonização.
A rota comercial de maior importância vinha do Egito e seguia pela faixa plana do litoral, ramificando-se ao
sul do Carmelo. Uma das ramificações seguia pelo litoral fenício, contornando a saliência do Carmelo, para
depois, na Síria central, voltar-se ao interior, em direção a Cades e Alepo. A outra estrada desviava-se ao sul
do Carmelo para a planície de Jezreel; atravessando-a, alcançava a baixada de Bete-Seã, cruzava o vale
superior do Jordão e dirigia-se em direção ao norte, a Damasco. Mais penosas e por isso mesmo menos
usadas eram as estradas que conduziam ao interior do país, por exemplo as que partiam do litoral
paraJerusalém e Siquém, ou a ligação entre Hebrom, Jerusalém e Siquém, que dali levava a Meguido ou
Bete-Seã Os governantes das cidades que controlavam as rotas comerciais, tributavam o comércio em
trânsito e exigiam tributo das caravanas que por elas transitavam. Além disso, eles próprios aproveitavam as
vantagens do comércio em trânsito. Como acontecia em geral nos países orientais, também na Palestina o
comércio exterior era monopólio do estado, sendo que os comerciantes viajavam em nome do rei ou então
comerciantes particulares adquiriam uma licença real por determinado tributo.
No período de Amarna, os egípcios se esforçavam por garantir o livre trânsito das caravanas através da Síria
e da Palestina e de fato o conseguiram até certo ponto. No entanto, a decadência definitiva do poderio
egípcio no fim da idade do bronze recente e a invasão de elementos estranhos, especialmente dos povos
marítimos, prejudicaram sensivelmente o trânsito de produtos, levando-o, em determinados períodos, quase
a estagnar. Também isso constituiu um elemento para a decadência econômica da Palestina por volta do
término da idade do bronze recente. Thiel, Winfried. A sociedade de Israel na época pré-estatal Sinodal;
São Paulo: Paulinas, 1993
A grande preocupação das tribos era não criar entre elas a mesma opressão que tinham
sofrido. Segundo Balancin, o modelo estrutural utilizado pode ser visto da seguinte maneira.
“Foi, então, organizada uma liga ou confederação das tribos para que pudesse nascer e tornar-se
visível um sistema diferente de sociedade. Através de assembléias, adultos de todas as tribos se reuniam
periodicamente para adorar Javé, o Deus libertador, e para produzir normas orientadoras, elaborar e
promulgar leis. Fazer repartição igualitária das terras. Instituíram juízes para uniformizar as leis de cada tribo
e que poderiam servir também para as outras, e para julgar os casos pendentes. As decisões eram tomadas
em assembléia, tanto a nível religioso, como político e econômico. Formou-se, assim, aquilo que
costumamos chamar de Confederação das Doze Tribos de Israel” Balancin, Euclides Martins, Historia do
Povo de Deus / Euclides Martins Balancin. – São Paulo: Paulus, 1989
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Existia uma CONFEDERAÇÃO ou LIGA DE TRIBOS, que articulava as outras unidades
autonomas: tribo (shebt), associação protetora (mishphah; no quadro sigla AP) e casa-do-pai
(be’ab; no quadro sigla C).
Obs. Essa liga de tribos também são conhecidas como: “confederação das tribos”, “liga
tribal” ou “liga sagrada”
“A associação protetora (AP), composta de mais ou menos 50 casas-do-pai (C), era coordenada pelos chefes
dessas casas. Eles tratavam do auxílio econômico mútuo, recrutamento militar, celebrações cultuais, execução de leis
em consonância com a tribo e a confederação, e dos acordos matrimoniais.
A casa-do-pai (C) era a unidade primária residencial e econômica, incluindo um total de mais ou menos 45 ou
50 pessoas entre esposas, filhos, filhas solteiras e parentes por afinidade. Reproduzia, através do matrimônio, os tabus
existentes; era em grande parte auto-suficiente na produção, distribuição e consumo dos produtos agrícolas e pastoris;
exercia a educação e o controle social, inculcando as obrigações básicas e as convicções ideológicas de todo israelita.
Era na casa-do-pai que se celebrava a Páscoa.
Conclusão: Nesse novo sistema da Liga das Tribos eram fundamentais as assembleias, tanto em nível
religioso(ideológico), como econômico e político. Outra figura sobressalente no sistema eram os levitas, verdadeiros
preservadores e transmissores da fé javista, seja através do culto como da educação. Por isso, eles não possuíam
território próprio, mas estavam presentes em todas as tribos embora sua origem seja de época incerta, tinham como
finalidade assegurar o direito do réu se proteger enquanto não houvesse um processo legal sobre a acusação movida
contra ele.
No período em que vigorou o sistema das doze tribos, os filisteus e as cidades-estado cananéias que ainda
resistiam e procuravam manter o sistema anterior, se tornaram sempre empecilho e perigo para a preservação do novo
modo de sociedade instaurado por aqueles que se regiam pela fé em Javé, o Deus libertador.”
(http://acampamentopeabiru.blogspot.com.br/2012/03/modelo-de-instalacao-e-o-sistema-das.html)
Embora na teologia ortodoxa seja mais a favor de uma federação tribal frouxamente
organizada, e não tenhamos elementos comprobatórios da existência de uma liga de Tribos
ou uma confederação de Tribos conforme proposta ai por Euclides Balancin, tem alguns
elementos da confederação de tribos que podem se assemelhar as narrativas bíblicas.
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no qual, após a apresentação do credo histórico, o povo é estimulado a firmar mais uma vez seu
compromisso de “servir a Deus e obedecer a sua voz”, na fidelidade a Javé e ao seu projeto de
fraternidade e justiça.
Camponeses, pastores, imigrantes e gente da cidade se reuniram para adorar Javé e para
lutar a fim de construir uma nova sociedade. Estava assim formado o povo de Javé, também
chamado Povo de Israel.
A compreensão que as tribos tinham da fidelidade à aliança envolvia não só a
relação com Deus, mas passava também pelas relações sociais, econômicas, políticas e culturais.
Deus era alguém que fazia parte do dia-a-dia da vida delas.
As tribos tentavam viver a partilha, a participação, a justiça, a fraternidade e a
liberdade, mas nem sempre era fácil, em um contexto no qual apareciam muitos obstáculos, dentro
(I SM 2, 12-25) e fora da vida tribal.
Quando uma das tribos da liga era ameaçada, as demais eram convocadas em
nome do Senhor para se unir em sua defesa. A luta pela autodefesa era considerada uma guerra
santa, na qual o Senhor ia à frente para proteger o povo. Ele suscitava pessoas carismáticas para
combater os inimigos, estes eram os juízes.
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seminomadismo, pelo menos na primeira fase, e ela baseava-se agora mais em exigências
econômicas.
Um membro da família que desejasse tornar-se independente tinha dificuldades bem
maiores para desmatar a terra sozinho e construir uma casa do que, por exemplo, adquirir um
rebanho de gado miúdo. Por fim tem que se contar com o fato de que a experiência da fase
nômade, deque segurança e abrigo para o indivíduo existiam somente em conexão com seu grupo
de parentesco, também persistiu na terra cultivada.
3 – não é por mero acaso que encontramos naquele contexto que protege o âmbito de vida
do homem livre também a proibição de prestar falso testemunho diante do tribunal, pois
inicialmente a jurisprudência também estava nas mãos dos cidadãos livres e com direitos plenos.
Juízes profissionais, e funcionários nomeados pelo rei só vieram mais tarde. Os homens atuavam
tanto como testemunhas quanto como juízes, isto é, num primeiro momento como mediadores em
desavenças, quando se reuniam “no portão” para o julgamento.
5 – o forasteiro não ususfruia dos mesmos direitos dos israelitas, mas tanto os forasteiros
quanto os escravos encontravam respeito no código
6 – a mulher enviuvada podia voltar a casa do pai, ou casar –se com o irmão do falecido e
proporcionar descendentes a este último, cabendo ao novo parceiro ou descendente os bens e
dívidas, (no caso de Noemi o resgatador teria dividas talvez por isso abrira mão facilmente para
Boás). Se a viúva tinha filhos adultos o primogênito tinha obrigação de sustenta-la , além disso a
mulher tinha atividades domesticas diversas muitas vezes pesadas (moer, panificar, cozinhar,
tecer, buscar agua, lenha, lavar, amamentar e educar as crianças), sua estima era aumentada pela
quantidade de filhos que podia ter.
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com a mesma facilidade como aqueles grupos sociais marginais que careciam da capacidade
jurídica e que, por isso, estavam sempre correndo o risco de serem explorados. No entanto, a
atividade jurídica protegia os cidadãos plenos somente enquanto eles próprios constituíam a
maioria da população masculina e possuíam parcelas de posses relativamente iguais.
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JUÍZES
O Livro dos juízes cobre um período de 350 anos da História de Israel – 1400 a 1050 a.C.
Cobre do período da conquista da terra até o início da monarquia.
Período este de consolidação da conquista e de estabilização. Neste período Israel não
dispunha nem de governo nem de exército centralizado.
Depois da conquista da terra começa, com a época dos juízes, uma época
fundamentalmente diferente, com mudanças de comportamento de Israel. Durante a vida de
Josué, o povo se mantinha fiel a Deus, mas agora comete apostasia. Passando a adorar deuses
estranhos, os Baalins, Israel enfrenta dificuldades que os juízes podem reverter, mas no geral
apenas temporariamente.
A bíblia não faz distinção entre juízes maiores e menores. Essa forma de classificá-los
nasceu posteriormente com base no número de informações que se tem sobre eles por meio do
próprio texto bíblico. Os juízes maiores são aqueles que aparecem na bíblia com mais detalhes e
informações. Os menores são brevemente mencionados na Bíblia e alguns na forma de contos (jz
10, 3-5; 12, 13-15)
A natureza da liderança carismática O cargo de juiz, nessa fase da história israelita, não é
fácil de definir. Os juízes não eram eleitos nem herdavam sua função. Não eram designados por
um oficial, nem eram ungidos. São denominados líderes carismáticos porque assumiam um papel
de liderança, espontaneamente, conforme a necessidade. Assim, pode-se afirmar que Deus os
levantava para livrar Israel. Apesar do termo semelhante a "juiz" ser usado para descrever os
líderes tribais nos textos de Mári e magistrados na literatura fenícia e púnica, a função do juiz em
Israel é mais bem determinada pelo desenvolvimento desse perfil no livro de Juízes. As tarefas
mais importantes realizadas pelos juízes foram de natureza militar: o juiz fazia justiça para os
israelitas opri-midos por outros povos. Há poucas menções de atividades civis dos juízes, embora
se acredite, em geral, que conflitos eram levados a eles para se obter resolução. Há menos
informação ainda sobre qualquer tipo de função espiritual. A situação de Débora não esclarece a
questão, pois ela é denominada profetisa. Os juízes não tinham relação com o tabernáculo nem
também com a arca da aliança e não exortaram o povo a voltar a Javé. Apesar de o narrador dizer
que o Senhor levantou juízes, existe pouca evidência de que tenham sido escolhidos com base na
sua espiritualidade. Gideão, Jefté e Sansão reconheceram o Senhor em palavra e agiram em seu
nome.
Os Juízes maiores, eram líderes carismáticos, suscitados para salvar os israelitas de
situações difíceis. Exerciam uma liderança política, militar, admnistrativa de governo, e também
ajudavam o povo a manter a integridade da fé no Senhor, ameaçada continuamente pelos cultos
cananeus. Até o tempo de Josué o povo era devoto ao Senhor Javé, mas depois começaram a
viver momentos de apostasia, e a cada momento de apostasia, passavam por aflições o que
tornava então necessário levantar um líder que pudesse restaurar a fé na nação.
A função dos juízes menores parece estar mais ligada à administração da justiça e ao
governo da tribo.
Os sacerdotes neste periodo nao tinham influência política e econômica.
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Filisteus: eram descendentes de Cão. Ocupavam a planície costeira da fronteira sudoeste
de Canaã. A palavra “Palestina” deriva-se de seu nome. Mais adiante, nos dias de Sansão,
reaparecem como opressores de Israel.
Moabitas: descendiam de Ló. Ocupavam o planalto ao oriente do Mar Morto. Seu deus,
chamado Camos, era adorado com sacrifícios humanos. Tiveram repetidas guerras com Israel.
Rute era moabita.
Amonitas: descendiam de Ló. Seu território ficava imediatamente a ao norte de Moabe,
começando cerca de 48 km a leste do Jordão. Seu deus, Maloque, era adorado mediante a
queima de criancinhas
Midianitas: eram nômades descendentes de Abraão e de Quetura (Gn 25.1-6). Seu
centro principal ficava na Arábia, imediatamente a leste do mar vermelho, mas percorriam grandes
áreas em todas as direções. Moisés vivera entre eles durante 40 anos se se casara com uma
midianita (Ex 2.15-21). Foram paulatinamente incorporados aos árabes.
Arábes: eram descendentes de Ismael (Gn 16). A Arábia era uma península grande (2.413
Km de norte a sul, 1 287 Km de leste a oeste) que hoje se compõem da Arábia Saudita e do
Iêmen. Era um planalto elevado, 150 vezes maior que a Palestina, que descia na direção norte
para o deserto da Síria. Era habitada esparsamente por tribos nômades
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o norte de Canaã e as tribos do Norte sacudiram seu jugo completamente (4.23, 24). O
magnífico cântico de Débora celebra a grande vitória (5.1-31).
O novo ciclo trouxe uma nova ameaça, bandos devastadores de midianitas, os quais
usavam camelos domesticados para a batalha, o que perturbava os israelitas de tal
maneira que nenhuma resistência era possível (6.1-5). Esta ameaça era muito mais séria
que todas as anteriores, porque desintegrava os ciclos de vida de Israel (6.2).
Outro elemento novo é a indicação de que Deus repreendera os israelitas (quando
estes reclamavam com Ele, 6.6) por intermédio de um profeta anônimo (6.7-10).
Além do mais, essa passagem contém a segunda manifestação do Anjo do Senhor no livro.
Sua aparição parece coincidir com as crises mais perigosas de Israel (2.1-4, o perigo da
apostasia; 6.11-24, o perigo da fome; 13.1-23, o perigo da escravidão por domínio
tecnológico). A manifestação de Yahweh foi seguida por um direcionamento posterior,
que incluiu a destruição do altar de Baal na cidade natal de Gideão (6.25-32), uma
demonstração de condescendência para com a diminuta fé de Gideão (6.33-40), a
formação de um exército (7.1-3) e sua redução a um tamanho compatível com a
grandeza do milagre de Deus (7.4-8a), de modo que o livramento fosse visto como um
ato direto de Deus (7.8b-25).
A conseqüência social do livramento, efetuado por Gideão, foi uma refrega entre
tribos vizinhas por causa dos despojos de guerra e ajuda nas operações de rescaldo
(7.24–8.21); a conseqüência religiosa foi o aumento da corrupção, pois Gideão, depois
de recusar tornar-se rei (8.22, 23), usou despojos de guerra para criar uma estola
sacerdotal, que provavelmente o identificou como rival dos sacerdotes do Tabernáculo
oficial em Siló (8.24-27), e contribuiu para intensificar a inclinação natural de Israel
para a idolatria (8.28-33). A conseqüência política foi o desejo do filho bastardo de Gideão,
Abimeleque (―meu pai é rei‖ ou ―pai de um rei‖), de reinar em Israel. Sua ambição trouxe
conseqüências trágicas (cap. 9) – assassinatos na família (9.1-6), rebelião (9.26-41), e luta
fratricida no meio de um povo que mal podia se sustentar diante de seus inimigos externos (9.42-
57). Outro toque de ironia é que agora mulheres israelitas matam guerreiros israelitas, não mais
generais inimigos.
Depois da tragédia de Abimeleque, dois juízes ―menores‖ agiram para restaurar Israel.
Tola, da tribo de Issacar, serviu em Efraim (10.1, 2), ao passo que Jair, da tribo de Manassés,
Julgou na região de Gileade, a leste do Jordão (10.3-5). Seus juizados precederam a opressão
amonita que assinalou o trigentésimo aniversário da presença de Israel em Canaã. O ciclo trouxe
sofrimento incomum, porque agora o sul de Israel estava sofrendo ataques conjugados de leste e
oeste, pelos amonitas e pelos filisteus respectivamente (10.6-18).
Depois de 18 anos de opressão, Israel foi liberto por um homem de má reputação, mas
de grande valor militar, um gileadita chamado Jefté. Primeiramente, ele tentou a abordagem
diplomática (11.12-28), mas os amonitas não aceitaram seus argumentos. O famoso (para alguns,
infame) voto de Jefté foi seguido por sua ampla vitória sobre (11.29-33). Depois de cumprir o seu
voto (11.34-40), Jefté teve de lidar com o problema crescente da rivalidade tribal e desfechou um
rude golpe contra os efraimitas, que uma vez mais estavam causando problemas na hora da
divisão dos despojos de uma guerra da qual não tinham participado (12.1-6).
É durante o período da opressão amonita que precisa ser situado o juizado de Eli, que
ocorreu na região mais protegida da serra de Efraim. Os, praticamente, contemporâneos
de Eli foram Ibzã (12.8-10), Elom (12.11, 12), que serviram no Norte, e Abdom, um efraimita
(12.13-15). Estes últimos tiveram um ministério paralelo aos juizados de Samuel e Sansão.
O juizado de Sansão parece ter ocorrido durante a opressão dos filisteus (1088-1048
a.C.). A irregularidade da vida espiritual de Sansão certamente impediu que realizasse muita coisa
benéfica para Israel, mas ele incomodou os filisteus o suficiente para impedir que eles
solidificassem seu domínio ao sul de Israel até que a monarquia surgisse e trouxesse alívio
definitivo para esse problema. Seus fracassos espirituais incluem casarse com uma estrangeira
(14.1-4), envolver-se com uma prostituta (16.1-31) e quebrar repetidas vezes seu voto de nazireu.
Seus feitos de valor estavam mais relacionados a brigas pessoais com os filisteus (15.1-20; 16.22-
31) do que a ações de natureza militar, envolvendo exércitos. O uso, por Yahweh, de um homem
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tão instável como Sansão é um testemunho tanto de Seu cuidado por Israel quanto da degradação
corrente, naquela época, em Israel. A cena final da carreira de Sansão é um triste retrato de Israel,
cego em (por) seu pecado e sofrendo conseqüências dramáticas por isso.
A terceira parte do livro tem como propósito destacar quão profunda era a necessidade
que Israel tinha de um meio mais eficiente de mediar a teocracia. Assim, os capítulos 17
a 21 retratam para o leitor a degeneração da vida espiritual, moral, social e política de
Israel. A extinção é prevista pelo autor à luz da anarquia sóciopolítica-espiritual que
reinava em Israel (17.6; 18.1; 19.1; 21.25).
O episódio de Mica (17.1–18.31) revela a corrupção da verdadeira religião por meio
do sincretismo (17.1-5), a corrupção do sacerdócio (17.6-12), o desprezo pelas instruções divinas
quanto à divisão da terra (18.1-31), e a completa dissolução das instituições israelitas, que se
videncia no fato do neto de Moisés tornar-se o sacerdote idólatra da tribo mais apóstata de Israel,
a tribo de Dã (18.30, 31). Este último fato indica quão cedo a apostasia se estabelecera.
O macabro episódio do levita e sua concubina (19.1-29) destaca, com ironia quase
igualmente macabra, o fato de que Israel descera ainda mais fundo que os cananeus em
sua imoralidade e insensibilidade para com a vida humana (cf. 19.11s. e 19.22, 24, 25),
alcançando profundeza comparável apenas à de Sodoma (cf. Gn 19.8).
A conseqüência desse incidente foi a guerra civil, com todas as tribos marchando
contra Benjamim (20.1–21.25). Benjamim tomara o partido dos criminosos de Gibeá
(20.13-16), depois de uma delegação nacional os ter confrontado com o crime (20.1-12).
Após duas derrotas humilhantes (20.17-28), os israelitas praticamente aniquilaram os
benjamitas (20.29-46), deixando apenas um bando experiente de seiscentos guerreiros
(20.46) que tinham sido excomungados de Israel. A percepção do risco de extinção da
tribo de Benjamim (21.1-7) motivou ações ainda mais comprometedoras pelas tribos
remanescentes, para corrigir sua punição excessiva contra seus irmãos e oferecer-lhes
esposas (21.8-24). Este evento também deve ter acontecido no início do período dos
juízes, em vista dos números que a tribo de Benjamim foi capaz de colocar em campo
ao tempo da monarquia unida (cf. 1 Cr 12.29). Esse incidente é o anticlímax adequado
para um livro cujo movimento é uma espiral descendente, e cujo clima é, em geral,
lúgubre, com pequenos vislumbres da graça de Deus. O livro aponta a necessidade
daquilo que o próprio Yahweh produziria – o estabelecimento da monarquia davídica
como o agente escolhido por Deus para mediar a teocracia.
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Período de Transição da Confederação das tribos
para o sistema monárquico
Até aqui estudamos sobre o período nômade e período tribal, e a principal característica
deste último modelo na perspectiva de Schwantes (breve história do povo de Israel) é a unidade
na descentralidade, pois as tribos se dispersam pelas diversas regiões da palestina, mas mantém
a unidade em torno de Javé. Nessa “sociedade alternativa”, a distribuição era feita de forma
equitária, ou seja, não era igual, mas era feita de forma justa e isso é algo que vai além da
igualdade, acompanhe o conceito proposto por Balacin.
Em Síquem, as doze tribos israelitas estabeleceram um pacto que selou sua unidade
religiosa e estabeleceu entre elas certa unidade nacional, Js 24. As doze tribos tem consciência
dos laços que as unem, compartilham o mesmo nome, são “todo o Israel”. Reconhecem um
mesmo Deus, Iahvé, Js 24:18-24 e celebra, suas festas no mesmo santuário, a arca que simboliza
a presença de Iahvé no meio delas. Tem um estatuto e um direito comum, Js 24:25 e se reúnem
para condenar as transgressões contra esse direito.
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A monarquia em Israel não aconteceu do dia para a noite, antes foi um movimento que foi
sendo cogitado na medida em que o sistema tribal apresentou inúmeras deficiências e vamos ver
além delas, outros fatores que levaram a Israel e clamar por um rei.
Antes, quando Israel apresentava uma cultura nômade e semi nômade, eles viviam da caça e da
agricultura, além da criação de gado de pequeno porte como ovelhas e lobos e com o avanço da
conquista de terras, Israel passou a adotar uma cultura pecuarista, sendo que para essa criação
de gado era necessário grandes extensões de terra e no caso de algum ataque, o gado precisava
ser protegido, pois no caso de uma fuga, o cereal e ovelhas, eram fáceis de se ajuntar e fugir, o
que não acontece com o gado. Sobre esse desenvolvimento da atividade pecuarista, podemos
acompanhar os textos de Êxodo 21.29-22.4. Sobre esse texto de Êxodo, a pecuária em Israel
ainda era bem embrionária, mas a partir da monarquia era vista como grande expansão de
I N T R O D U Ç ÃO AO AN T I G O T E S T AM E N T O – p . 4 4
mercado, tanto é verdade que quando Saul foi instituído rei foi para proteção do gado, conforme
pode-se ver em 1Samuel 11 a monarquia virá sobre o gado, ou seja, quando Saul esquarteja o
gado dizendo que assim se fará aos bois daqueles que não o seguirem, mostrou que este grupo,
eram poderosos e para toda monarquia, deve se estabelecer apoiada numa economia forte.
Schwantes faz uma severa crítica sobre a valorização do gado em Israel.
Outra ameaça que Israel poderia proporcionar era sobre uma rota comercial
secundária, pois como as tribos ocupavam a região das montanhas, estas não eram um atrativo
prioritário, já que o litoral era caracterizado como a melhor rota, mas Jerusalém, principalmente,
ficava no caminho que cruzava o leste-oeste e norte-sul, com isso, poderia se escoar
principalmente o ferro, por esses caminhos.
Corrupção das lideranças 1Sm 2,12-17; 8,1-3. Os sacerdotes tinham direito a uma
parte das ofertas sacrificiais (Nm 18:8-20, Dt. 18:1-5). Mas o que acontecia neste caso era uma
perversão da lei. Os filhos de Eli tomavam para si os melhores cortes, antes mesmo da oferta ser
entregue a Deus. Além disso estavam introduzindo a prostituição no culto a Deus, segundo a pior
tradição da religião dos cananeus. Quando Eli morresse, esses dois seriam os ”líderes religiosos “
da Nação.. até mesmo os filhos de Samuel estavam apenas voltados para a ganância e cobiça
Causas externas
Os reis das redondezas queriam dominar Israel e cobrar impostos. Jz 3,8.12-14; 4,1-
2; 6, 1-6; 10,6-9. Reinos como os amonitas e amelequitas já tinham se estruturado fortemente e a
todo tempo ameaçavam adentrar nas fronteiras israelitas
A modernidade nas cidades dos reis: tinha ferramenta de ferro, carros puxados a
cavalo, etc. 1Sm 13, 19-23. Assim os reis monopolizavam o povo e o comercio.
A maior ameaça entretanto eram os filisteus, pois estes eram contra as tribos porque seu
jeito de viver denunciava as injustiças deles na sociedade.1Sm 4-7; 16-17.
Os povos do mar tem um vínculo com os filisteus conhecidos do AT a migração dos povos
do mar pertence a grosso modo, à mesma época que a migração dos arameus.
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Nos dias de Sansão, os filisteus já eram uma ameaça a Israel, ao mesmo tempo em que o
sistema tribal e religioso estava extremamente enfraquecido e desacreditado em Israel nos dias de
Eli, o profeta e isso gerou mais um motivo para o povo clamar por um rei.
Outro aspecto importante sobre os filisteus, é que eles não eram numerosos, mas
formavam uma aristocracia militar tremendamente poderosa, que governava uma população
predominantemente canaanita e com isso eles formavam uma elite de guerreiros possuidores de
uma longa tradição militar.
Os filisteus também possuíam o domínio pleno do ferro forjado, tanto que Bright descreve a
armadura de Golias de forma bem peculiar.
“A armadura de Golias (1Sm 17.5-7) era, provavelmente, incomum apenas
no seu tamanho. A arma ofensiva descrita (a lança) era revestida com
ferro. Quanto à sua espada, não havia “nenhuma igual” (1Sm 21.9. Sobre
as armas dos filisteus, cf. Y. Yadin, The art of Warfare in Biblical Lands,
McGraw-Hill Book Company, Inc., 1963, vol. II, pp. 248-253. 336-345,
354ss.” (BRIGHT, John, História de Israel, 1978, Editora Paulus, p. 239)
Diante dessa situação, não havia como manter o sistema tribal, mas Samuel foi a
última tentativa em se manter esse sistema em Israel e de certa forma ele obteve sucesso, pois
durante a sua gestão não se falou em monarquia, apesar das tentativas implementadas por
Abimeleque (Juízes 9), Jefté (Juízes 11-12) e o povo que tentara coroar Gideão, mas sem sucesso
(Juízes8.22-35).
Samuel assume uma postura muito singular na história de Israel, justamente por ser
um profeta que vive a transição e os primeiros capítulos de 1 Samuel servem de pano de fundo
para a institucionalização da monarquia em Israel e esse período segundo Schultz, pode ser
distribuído da seguinte forma:
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fosse comprometida com esse ideal. Por isso que a questão sobre a instituição do primeiro rei é
bem obscura. O povo queria alguém comprometido com eles, os pecuaristas com suas riquezas.
1) Ele suscitou uma grande reforma nacional, renovando a aliança e trazendo o povo de
volta à adoração ao Senhor Deus.
2) Teve uma grande vitória em Ebenézer sobre os filisteus
3) Organizou as escolas dos profetas.
4) "Julgou" Israel durante toda a vida.
5) Preparou o caminho para a monarquia e a introduziu, ungindo Saul e, após ser ele
rejeitado, Davi.
6) Samuel atuou como um instrutor do povo de Deus
Por isso mesmo a crítica de Samuel em relação ao sistema monárquico foi bem enfática,
pois como legislador, ele sabia exatamente as consequências de se copiar os modelos vizinhos,
ou seja os modelos das cidades estado.
Não apenas Samuel mas todo o movimento profético fora veemente contra a imposição da
monarquia sobre o povo, justamente porque ele fora estabelecido para favorecer uma minoria rica
e abastada enquanto que o povo era tributado e oprimido pelo sistema real, conforme podemos
ver no gráfico abaixo sobre as funcionalidades de cada grupo.
Antes no sistema tribal, tudo era repartido com todos e assim, uma socialização da
produção, na monarquia, havia a concentração de renda nos palácios, pois o povo era tributado
para sustentar o exército, a família real e todo o grupo ocioso da corte.
Monarquia
I N T R O D U Ç ÃO AO AN T I G O T E S T AM E N T O – p . 4 7
é seu representante.” (BALANCIN, História do Povo de Deus, Paulus,
1989, p. 20)”
Nas outras nações o rei era uma espécie de mediador da ordem, da justiça e da
sabedoria suprema, estabelecida no mundo pela divindade. Ele se encontrava acima da
comunidade nacional, muito próximo da divindade, chegando muitas vezes a ser considerado “filho
de deus”.
MONARQUIA
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nas prerrogativas do rei em I SM 8:11-17. Na verdade nao se sabe ao certo até onde ia o limite
dos reis.
Alem do mais, durante a monarquia não se configurou uma situação uniforme em todas as
partes. Assim havia certas diferenças, às vezes até contrastes, entre a cidade e o campo, no Sul
sobretudo entre a cidade de Jerusalém e a terra de Judá. As elites dominantes da população rural,
denominadas no AT de “povo da terra”, ficando os pobres com poderes limitados.
Devido as suas competências políticas, militares, econômicas, mas também cúlticas e
jurídicas, a monarquia fez com que o poder se concentrasse em licais centrais, principalmente nas
capitais, Jerusalém e Samaria. Assim o centro gravitacional se deslocou para as cidades, onde
havia comerciantes, em vez do campesinato da área rural, e onde, ao que parece, desde cedo
ofícios e o comércio se concentravam em becos reservados para eses fins, jr 37:15 I rs 20:34.
Agraciado com feudos da coroa, o funcionalismo real, que também areecadava os impostos,
transformou-se em uma nova classe alta.
Com o incremento do comércio e do fluxo de pessoas, as construções se tornaram mais
suntuosas (Am 3:15, Is 5:9), ricos latifundiários concendiam aos agricultores mais humildes
empréstimos com taxas exorbitantes, que estes últimos não tinham condições de saldar. Seu
procedimento foi facilitado pela passagem da economia de troca para a economia monetária
(pesar o metal nobre)
A perda da propriedade rural por dívidas foi mudando a estrutura social que mais tarde se
consolida mais ou menos assim
- os funcionários civis e militares, comerciantes e artesãos, quem em geral viviam nas
cidades
_ os proprietários rurais livres, no campo
_ as pessoas sem terra, os pobres (em maior ou menor grau incluem-se ai as viúvas,
órfãos e estrangeiros
_ os escravos não livres
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MONARQUIA UNIDA
SAUL
não chegou a governar todas as tribos, pois nem todas acolheram sua liderança, -
ungido em nome de Deus num período de transiçao, mudança da tribo para a monarquia, foi
criticado e abandonado por Samuel, que não aceitava o novo modelo
escolhido pelo povo por sua habilidae guerreira, visto que havia vencido os
amonitas inimigos de Israel (vitória sobre os deuses dos outros povos)
o sucesso do rei, era garantido quando possuía aceitação popular e investidura
profética, Saul teve ambos inicialmente.
não criou uma organização estatal
não constituiu propriamente uma corte, nem teve funcionários estáveis
não considerou Gabaá como cidade régia, nem construiu palácio na mesma
desconsiderou a direção profética, sendo que os profetas tinham alto conceito em
Israel. E eliminou os sacerdotes sistematicamente no templo. O que significou uma afronta.
ofereceu sacrificio a Deus com medo de ficar sozinho, ficou receoso do exército não
o acompanhar na guerra (duelo de deuses), o gesto foi interpretado como desobediência a Deus.
Ainda foi infiel quando quebra o jejem e usufruir despojos de guerra ( I SM 15:10-30)
perdeu o apoio e a confiança de Davi, além de parecer ter problemas de ordem
psíquica (depressão, mania de perseguição) além do medo de perder o trono
DAVI
aclamado inicialmente pelas tribos do Sul, e sete anos depois pelas tribos do Norte
carismático, é mostrado como cheio de bondade, coragem e conquistas militares,
bem sucedido e dotado de talento artístico e de liderança
conduziu uma política pessoal antes mesmo da morte de Saul, ganhando diferentes
clãs
já possuía sua própria tropa de mercenários, e conquistou os povos vizinhos
também
integrou as cidades-estado cananéias ainda independentes
subjugou os povos vizinhos (filisteus, amonitas, moabitas e edomitas) o que ampliou
seu reino, que alcançou sua maior expansão territorial
mandou seus mercenários conquistar a cidade cananéia, Jerusalém, que se
localizava em território neutro entre as tribos do norte e do sul. E a elevou como residência e ao
mesmo tempo transformou-a no centro cúltico da fé em Javé (centro administrativo, militar e
religioso)
Reorganizou as tribos, refazendo a unidade das mesmas como nas cidades Estados
Começou a levantar impostos, formando o Estado Tributário (manter a realeza)
Recrutou militares(1 Cr.27,1-5)
Buscou uma liderança aliando-se com os camponeses, buscando controlar conflitos
entre campo e cidade
Não cobrou tributos diretos das tribos
iniciou o comércio internacional
Procurou beneficiar o povo com os impostos arrecadados
Deixou ampla autonomia as assembléias locais das tribos
O conceito (várias vezes mencionado ou sugerido) de que o rei estava sujeito às
estipulações da aliança, conforme interpretadas pelos profetas, indicava claramente que
a monarquia nunca seria o último foro da vida israelita. A autoridade última e,
conseqüentemente, a lealdade última cabiam sempre a Yahweh, e transferi-las para um
rei humano era tão mau quanto oferecê-las a um deus pagão. Essa íntima ligação entre a
idolatria do Estado e o paganismo pode ser vista em 1 Samuel 12. De outro lado, todo o livro de 1
Samuel conduz o leitor à direção da monarquia Davídica como o agente escolhido por Yahweh
para dar continuidade à teocracia (=soberania mediada) na história, seguindo as linhas
prolepticamente traçadas no cântico de Ana – humildade e dependência de Yahweh trazem
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vitalidade e permanência,enquanto que a auto-suficiência condena os indivíduos e a nação ao
fracasso.
O populismo de Absalão
Em sua velhice, Davi teve que enfrentar uma situação difícil dentro de sua própria família e
com seus ministros: divisões e conflitos em torno de quem iria substituí-lo no trono. Dois de seus
filhos se destacaram nessas articulações para alcançar o poder: Adonias e Salomão.
Adonias conseguiu unir em torno de si o general Joabe e o sacerdote Abiatar. Salomão
tinha de seu lado a elite do exército, o sacerdote Zadoque e o profeta Natã. Uma coisa já podemos
notar: o povo é deixado fora das decisões na escolha do novo rei; as manobras são feitas só nos
altos escalões.
É bom lembrar que Davi se tornou rei a partir da luta em prol dos desfavorecidos e
praticamente foi aclamado pelo povo! Nessas intrigas e manobras, Davi teve que tomar uma
decisão.
Os motivos não são claros por que Davi escolheu Salomão para reinar em seu lugar; o
certo é que o filho de Bate-Seba foi escolhido e ungido rei (1 Rs 1.1-40).
Matanças e expurgos
Enquanto Davi viveu, a situação continuou tensa, mas ele conseguiu evitar que houvesse
uma "caça às bruxas" 1, embora o seu testamento já previsse o que iria acontecer (1 Rs 2.1-11).
De fato, subindo ao trono, a primeira atitude de Salomão foi a de eliminar seus concorrentes e
opositores mais fortes: manda matar o irmão Adonias (1 Rs 1.12-25) e o general Joabe (1 Rs 1.28-
35), e expulsa de Jerusalém o sacerdote Abiatar, confinando-o na cidade de Anatote (1 Rs 26-27).
Outra oposição que Salomão enfrentou e eliminou foi a dos partidários da família de Saul
(1 Rs 2.36-46). É dentro desse clima e conjuntura que a "casa de Davi" prevaleceu e o poder se
consolidou nas mãos de Salomão, dentro de um regime monárquico para todo o Israel.
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SALOMÃO
• O imposto pago para sustentar o exército tornava-se um luxo dispendioso, pois não há
inimigos para combater. A sua existência não se justifica, e então são feitas guerras para expandir
o torturado, e não para se defender. (I RS 9)
• O comércio com o exterior exige dos israelitas grande produção de excedente (sobra)
para exportar gêneros alimentícios e importar material de luxo (madeiras de lei, ouro, prata,
cavalos, etc.). ora, isso não produz retorno econômico para a população do campo. Ao contrário,
ela tem que produzir mais e consumir menos.
• A manutenção da corte e da burocracia — iguais ou maiores do que as dos países
"amigos"— exige também despesas enormes, que não revertem em bem para o povo.
Essas contradições econômicas do sistema provocaram grande pobreza ao lado de um
luxo deslumbrante. Eram necessárias mão forte e justificativas para que não estourasse uma
convulsão social.
Salomão usou seu pulso, centralizando tudo em suas mãos e nas mãos de seu pessoal de
confiança. O rei que, pelo contrato com o povo, deveria administrar a justiça, agora domina para
preservar a injustiça. O exército que, pelo contrato, deveria combater os inimigos do povo, agora
enxerga o inimigo no próprio povo.
E a religião, como é que fica? Javé, o Deus libertador, que exige vida e liberdade,
partilha e fraternidade, agora está "preso" num Templo luxuoso, adorado em culto deslumbrante,
mas vazio de sentido. Não é mais considerado o Deus presente na luta de um povo para libertá-lo.
a religião manipulada torna-se o "ópio do povo". E isso é idolatria.
Salomão evitou que os inimigos externos explorassem seu povo. Este, porém, não
precisava mais de inimigos externos: a exploração e a opressão estavam enraizadas dentro do
país pelo próprio sistema que o rei Salomão tinha implantado. Um rei sábio que se tornou rei
louco!
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IMPOSTOS EM ISRAEL
taxas do santuário:
o tributo anual por pessoa (todos pagavam, justificado como um resgate da pessoa
já que todos pertenciam ao Senhor, ficando despensadas das exigências
taxa pelo pecado, por ter transgredido a lei (semelhante ás nossas multas)
resgate por pessoas ou bens consagrados
dízimo anual, cobrado a medida em que eram feitas as colheitas
Impostos do Rei:
percentual de toda a produção agrícola e pecuária
imposto por vassalagem, quando pressionado por um rei mais poderoso, en troca
de proteção
A ADMINISTRAÇÃO DO REINO:
Embora não saibamos com detalhes sobre a administração do reino de Davi, entretanto é
provável que Davi tenha mantido no território israelita, a organização tribal tal qual a encontrou
estabelecida.
A administração de Salomão ao contrário deixa evidências da forma de governo, pois em I
RS 4:7-19 aparecem a indicação de prefeitos que administravam regiões específicas
“Essa lista data da segunda metade do reinado de Salomão, posto que dois dos prefeitos
são genros do rei. A ordem seguida nela não é sempre geográfica, mas corresponde a um
agrupamento lógico: a casa de José (I), à qual são associados os antigos territórios cananeus (II,
III, IV, V), depois as conquistas lia Transjordânia (VI, VII), as tribos no norte (VIII, IX, X), por fim
Benjamim (XI) e Gade, que lhe fica de frente do outro lado do rio (XII). Segundo I Rs 4.7; 5.7-8, os
doze distritos suprem, cada um, durante um mês, as provisões necessárias ao palácio (por que é
preciso atender todo o pessoal a serviço do rei) com a forragem destinada aos cavalos e aos
animais que puxavam as carroças. Tudo estava centralizado nas mãos de um chefe dos prefeitos,
Azarias, filho de Natã, que fazia parte do gabinete ministerial de Salomão, 1 Rs 4.5.
I N T R O D U Ç ÃO AO AN T I G O T E S T AM E N T O – p . 5 3
exército era distribuído entre as províncias segundo os meses do ano, quatro dos quais eram
impostos à Babilônia por causa de sua particular riqueza.
Mas surpreende ainda mais que Judá não conste nessa lista. Isso chocou tanto a alguns
exegetas que eles tentaram introduzir esse nome, modificando o texto. Entretanto, Judá é
mencionada implicitamente: é “a terra” que, segundo I Rs 4.19b, tinha um governador particular; da
mesma maneira, em assírio, mâtu, “a terra”, designa a província central do império. Mas essa
menção vem depois de ter sido concluída a enumeração das doze prefeituras: Judá não fazia,
pois, parte desse sistema. Seria arbitrário concluir daí que Judá estivesse dispensada de toda
contribuição; deve-se reconhecer pelo menos que tinha uma administração especial que não é
descrita, talvez porque Salomão não modificou a organização de Judá: nessa região não houvera
integração de novos territórios. Mas essa diversidade de tratamento destaca o caráter dualista da
monarquia de Salomão.
Não sabemos como Salomão administrava suas posses externas. As alusões ao tributo
dos reinos vassalos, I Rs 5.1, e ao que entregavam os “paxás da terra”, I Rs 10.156, se encontram
em glosas acrescentadas ao texto e não nos fornecem, aliás, nenhuma informação precisa.
Salomão pode ter mantido, na medida do possível, as estruturas criadas por seu pai nas regiões
que não escaparam
ao seu controle, I Rs 2.10-14; 11.14-25.
Sabemos pouco do sistema fiscal de Israel e dos recursos de que o Estado dispunha. Em
princípio, deve-se admitir que não havia distinção alguma entre as rendas do rei e as do reino. A
riqueza de um soberano expressava ao mesmo tempo seu poder e o do país que governava, cf. I
Rs 10.23; II Cr 17.5; 26.8. O rei assumia todas as despesas, manutenção dos funcionários e do
exército, dclesa nacional e obras públicas, mas ao mesmo tempo desfrutava de todas as rendas,
sem nenhum controle. Da mesma maneira, entre o tesouro público e o tesouro sagrado não havia
nada mais que uma distinção teórica, cf. I Rs 14.26. O rei depositava no santuário o saque tomado
do inimigo, cf. Js 6.19, e suas dádivas pessoais, II Sm 8.11; I Rs 7.51; 15.15; II Rs 12.19, ele
controlava por meio de seus funcionários as oferendas que o povo fazia, II Rs 12.1 Os; 22.3-4,
mas, para satisfazer exigências urgentes, recorria ao mesmo tempo ao tesouro do palácio e ao
tesouro do Templo, I Rs 15.18; II Rs 12.19; 16.8; 18.15; cf. Jz 9.4.
O rei dispunha dos produtos dos domínios reais, dos benefícios de seus empreendimentos
comerciais e industriais, dos direitos de importação ou das rotas comerciais pagos pelos
I N T R O D U Ç ÃO AO AN T I G O T E S T AM E N T O – p . 5 4
negociantes caravaneiros, I Rs 10.15, do tributo dos Estados vassalos. Essa última fonte manava
abundantemente no tempo de Davi, II Sm 8.2,6, e no de Salomão, segundo I Rs 5.1, mas foi
esgotando- se na medida em que foram perdendo-se as posses exteriores. Antes de livrar-se do
jugo de Israel, Mesa, rei de Moabe, entregava um tributo em mercadorias, do qual II Rs 3.4 dá
somas fantásticas: 100.000 cordeiros e a lã de 100.000 carneiros. Segundo II Cr 17.11, os filisteus
teriam pago tributo a Josafá e os árabes teriam levado para ele, como tributo ou como presente,
7.700 carneiros e 7.700 bodes. Os amonitas eram tributários de Uzias, segundo II Cr 26.8.
3 - DÍZIMOS
Certos exegetas entendem que além dessas contribuições ocasionais, não pesava sobre
os israelitas nenhum imposto regular. Diversas observações contradizem essa hipótese. As
prefeituras de Salomão supõem um sistema de contribuições em produtos que não provinham só
das posses reais, e quando II Cr 17.5 diz que todo Judá entregava seu tributo a Josafá, isso é
melhor entendido como um imposto anual, como o era também o tributo dos vassalos.
Se Gn 47.13-26 descreve como algo estranho o sistema fiscal do Egito, cuja iniciativa
remontaria a José, a estranheza do redator não provém de que se pague contribuição ao faraó,
mas de que lhe pertençam todas as terras, exceto as dos templos, e de que todos os egípcios
sejam servos da coroa, o que se opunha ao sistema de propriedade privada dominante em Israel.
Particularmente I Sm 8.15,17 prevê que o rei receberá o dízimo dos campus, das vinhas e
dos rebanhos. Era o que sucedia nos reinos vizinhos, como atestam claramente os textos de
Ugarit. A Bíblia define que o rei poderá deixar essa contribuição aos seus funcionários; os
documentos ugaríticos ilustram também esse costume, e a ele faz talvez alusão Am 5.11, que
reprova aos notáveis oprimirem ao pobre recebendo tributo sobre seu trigo.
Parece também que o rei tinha um direito sobre a primeira ceifa, Am 7.1, comparável talvez
com o direito de pastagem que exercia o soberano de Ugarit.Também como em Ugarit, o favor real
podia isentar um indivíduo ou sua família dos dízimos e das corvéias, I Sm 17.25. Inspirando-se
nessa instituição monárquica, Ezequiel, além de reservar certas posses ao príncipe de Israel,
determina a contribuição que todo o país deverá pagar-lhe em trigo, cevada, azeite, gado, Ez
45.13-16; em troca, e como convém ao Estado teocrático concebido pelo profeta, o príncipe
tomará a seu cargo os sacrifícios e as oblações de caráter público, Ez 45.17.
I N T R O D U Ç ÃO AO AN T I G O T E S T AM E N T O – p . 5 5
Uma última etapa foi realizada quando se constituiu efetivamente a teocracia, após o
regresso do Exílio: o povo se compromete solenemente a entregar no Templo um terço de siclo ao
ano, as primícias da terra e dos rebanhos, o dízimo do solo e certas ofertas de lenha, Ne 10.33-40.
Homens íntegros são encarregados de arrecadar, armazenar e distribuir essas contribuições, Ne
12.44-47; 13.10-13. Essas medidas podem, sem dúvida, aparecer como a aplicação concreta das
leis sacerdotais sobre o dízimo devido ao santuário e a seus ministros, mas, sejam quais forem as
datas dessas prescrições, cabe pouca dúvida de que essa legislação religiosa seja o paralelo ou a
reminiscência de uma instituição civil análoga.
4 A CORVÉIA
A corvéia era uma instituição difundida em todo o Oriente antigo. Ela é atestada na baixa
Mesopotâmia desde as épocas mais remotas até o período neobabilônico. As leis assírias
condenam determinados delinqüentes a um tempo de trabalhos forçados para o rei. Os israelitas
haviam conservado uma terrível recordação das tarefas que haviam sido impostas a seus
antepassados no Egito, Êx 1.11-14; 5.4-19; cf. Dt 26.6, etc., onde estes tinham apenas
compartilhado a sorte comum dos súditos do faraó. A corvéia é mencionada igualmente nos
documentos da Síria e da Palestina anteriores à instalação dos israelitas.
Mas os textos antigos são explícitos acerca da participação dos israelitas. Em “todo Israel”,
I Rs 5.27, Salomão recrutou homens de corvéia, m as, obtendo 30.000 trabalhadores, 10.000 dos
quais iam por turnos ao Líbano para transportar a madeira que os lenhadores do rei de Tiro
cortavam, I Rs 5.20,23,27,28. Teria havido mais de 70.000 carregadores e 80.000 lalhadores de
pedras ocupados em Jerusalém juntamente com os pedreiros e os carpinteiros de Hirão, I Rs 5.29-
32. Eram igualmente israelitas os que compunham “a corvéia da casa de José”, que estava sob as
ordens de Jeroboão, I Rs 11.28. Essa carga imposta aos israelitas foi o que incitou Jeroboão à
rebelião, I Rs 11.26s, e que imediatamente depois da morte de Salomão apresenta-se como causa
principal do cisma político, I Rs 12.4-16.
À frente da corvéia havia supervisores e oficiais, I Rs 5.30; 9.23; 11.28, que estavam sob
as ordens do chefe da corvéia, Adorão, filho de Abda, pelo que parece, fenício, que era um dos
ministros de Salomão, I Rs 4.6; 5.28.64 Foi este Adorão que por tolice ou por provocação, foi
enviado por Roboão para submeter os sediciosos de Israel, mas acabou sendo apedrejado por
eles, I Rs 12.18.
A história subseqüente não menciona nenhum outro chefe da corvéia e parece que a
corvéia deixou de ser uma instituição regular depois do reinado de Salomão. Entretanto, os reis de
I N T R O D U Ç ÃO AO AN T I G O T E S T AM E N T O – p . 5 6
Israel e de Judá talvez tenham recorrido a cia de tempos em tempos para as construções que lhes
foram atribuídas, e lemos um testemunho explícito no reinado de Asa, que convocou Judá inteiro,
sem excetuar ninguém, para fortificar Geba e Mispá, I Rs 15.22. Mas o sentimento popular
considerava esse trabalho forçado uma exploração, e Jeremias reprova Jeoaquim pelo fato de
construir seu palácio contrariamente à justiça e lazer trabalhar sem salário, Jr 22.13. Isso explica
que os redatores dos livros dos Reis e de Crônicas tenham resistido a admitir que Salomão tenha
feito de
israelitas livres homens de corvéia. No tempo de Neemias, as muralhas de Jerusalém
foram reconstruídas por equipes de voluntários; assinala-se somente que os notáveis de Tecoa se
negaram a associar-se a este trabalho, Ne 3.5
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MONARQUIA DIVIDIDA
A monarquia embora tão ansiada pelo povo não foi uma idéia tão consolidada em Israel, a
tentativa de Império durou somente duas gerações e logo após a morte de Salomão o Reino foi
dividido em dois Estados nacionais. A concepção de Estado é bastante diferente para uma e outra
parte. Em Israel revive-se o aspecto carismático da época de Saul. Um profeta que fala em nome
de Iahvé I Rs 11:31, 37, promete o trono ao primeiro rei, jeroboão, e este é reconhecido logo pelo
povo I Rs 12:20. Do mesmo modo Jeú é ungido rei. Deus é quem põe e tira os reis em Israel I Rs
14. De qualquer forma o princípio dinástico jamais foi estabelecido completamente, a dinastia de
Onri durou apenas 40 anos e a de Jéu, um século, o retante foram muitos reis brigando pelo cargo.
Já o Reino de Judá se contrasta bastante, pois o próprio Deus intervira, dando uma
promessa que dá início a um princípio dinástico, fixa-se uma linhagem que subiria ao trono
eternamente. Certamente, não faltaram em Judá revoluções palacianas, mas sempre se manteve
a linhagem davídica, graças a fidelidade do “povo da, terra”, da nação II RS 11:13:20, 14:21, 21:24
Israel e Judá ora aparecem no contexto real como aliados, ora como inimigos, mas sempre
são independentes um do outro, e o estrangeiro considera-os elementos distintos. Entretanto, esse
dualismo político impede que os habitantes se considerem como um só povo: eles são irmãos, tem
tradições nacionais comuns, I Rs12:24, II Cr 28:11 e os livros dos Reis ao apresentar
sincronicamente a história de Judá e de Israel, entendem narrar os destinos de um mesmo povo.
Este é unido por sua religião.
Na verdade os regimes de Israel passam por caminhos tão diferentes que a sensação que
se tem é que nunca foi de fato assimilada a concepção de Estado em Israel, tanto que foi com uma
facilidade notável que a comunidade pós exílica volta ao estilo de vida pré-monárquico, o qual
permite supor uma continuidade das instituições ao nível do clã e da cidade.
Há uma linha muito hostil à monarquia que começa em Samuel e que se arraiga nos
discurso dos profetas, ficando a esperança apenas para o Messias que para o povo de Israel não
é e nunca será Deus, ele será Rei e governará num modelo monárquico até então sonhado mas
nunca alcançado.
AS CAUSAS DA DIVISÃO:
Já durante o reinado de Salomão, o grande reino criado por Davi começou a ruir nas suas
bordas. A maioria das tribos já trazia o lema “que parte temos nós com Davi?”
VIOLÊNCIA E OPRESSÃO
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INFLUÊNCIA DO PAGANISMO
REINO DO NORTE
I N T R O D U Ç ÃO AO AN T I G O T E S T AM E N T O – p . 5 9
de alguns à custa do empobrecimento dos outros e a “baalização do Senhor”, associada a uma
farsa religiosa baseada no ritualismo, fez do reino do Norte uma série desastres políticos
Foram 209 anos de constantes rebeliões contra o Senhor Deus. O ponto final dessa
história foi a destruição definitiva do reino de Israel com a tomada da capital Samaria pelo Império
Assírio, no ano 722 a. E.C. o reino de Israel desapareceu do mapa, para nunca mais voltar a
constituir-se um Estado autônomo.
Medidas econômicas:
REINO DO SUL
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Tinham a promessa de Deus como uma espécie de amuleto que os protegeriam de uma
dominação. Mas com o passar do tempo é preciso fazer algumas considerações:
tinham um rei descendente de davi, o templo local autorizado por Deus para o culto
tinham a cidade de Davi, lugar da habitação de Deus
praticamente todos os reis foram avaliados negativamente “fizeram o que é mau aos
olhos do Senhor”
tiveram problemas com países vizinhos, como Egito, Senaqueribe, Damasco, e
outros
deu continuidade aos cultos cananitas, fizeram altos para culto, debaixo das
árvores, nas colinas e etc. , até passar filhos ao fogo, agoureiros
somente dois dos seus reis combateram ferrenhamente a idolatria, que foram
Josias e Ezequias
Nabucodonosor sitiou Jerusalém em março de 597 a. E. C. Aprisionou o rei e a corte, os
dignitários e notáveis e os deportou para Babilônia. Levou também os tesouros do tempo e do
palácio real. Deixou na terra somente a população mais pobre. A autonomia política perde-se até o
período dos macabeus. Termina a monarquia davídica, foram destruídos o templo, o palácio e a
cidade
I N T R O D U Ç ÃO AO AN T I G O T E S T AM E N T O – p . 6 1
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PROFETISMO
Profetismo significa a vida e ação dos profetas. Nesse caso especificamente dos
profetas de Israel. O movimento profético já existia em outros povos, mas de forma diferente de
Israel, já que nas outras nações tinham muito mais manifestações estáticas e estavam a serviço
do rei, em Israel não serviam ao rei mas eram manifestados durante os tempos de crises
espiritual para chamar Israel de volta a uma adoração verdadeira e uma obediência para
com a lei de Moisés.
Os termos menores e maiores relacionam-se com o tamanho dos escritos e não com a sua
importância.
Profeta = aquele que não fala a sua própria mensagem, ele age conscientemente, tem
liberdade dentro de certos limites de apresentar a mensagem conforme lhe convém. "O profeta é
para Deus o que Arão era para Moisés, quer dizer, o seu porta-voz ou mensageiro aos terceiros".
Navi = é a palavra hebraica mais usada para designar a pessoa do profeta ou sua função e
significa profetizar, chamar ou proclamar. Ser profeta e ser chamado para proclamar. É bom
lembrar que várias figuras na história de Israel receberam o título de navi como por exemplo:
Abraão(Gn 20.7); Moisés(Dt 34.10) e Arão(Ex 7.1).
Roeh = vidente. O profeta é também conhecido como aquele que vê aquilo que outras
pessoas não vêem. Em 1 Samuel 9.9 encontra-se um auxílio para que seja feita uma distinção
entre Navi e Roeh ou Rozeh. " O vidente tem a capacidade de revelar segredos ocultos e eventos
futuros. No caso dele, ressaltam-se as visões, ao passo que no caso do profeta, enfatizam-se as
palavras(Isaías 30:10).
Isha Elohim = "homem de Deus". Este título expressa a estreita associação da pessoa
com Deus. Esta "estreita relação dos profetas com Deus é expressa igualmente pelo nome
‘homem de Deus’, que quase só aparece nas narrativas sobre Samuel, Elias e Eliseu( ver I Samuel
2:27; 9:6; II Reis 17:18; 4:9)".
Podemos resumir esta etapa usando as palavras de Brown: "O profeta do Antigo
Testamento é um proclamador da Palavra, a quem Deus vocacionou para advertir, para exortar,
para consolar, para ensinar e para aconselhar; tendo vinculações exclusivamente com Deus,
desfrutando, portanto, de uma liberdade que não tem igual".
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Cantavam, soltavam gritos e lamentações 1Sm 10:6-9; Mq 1:8; chegavam até a cair
por terra, prostrados ou desmaiados 1Sm 19:24; Dn 8:18,27. Entravam em transe 1Sm 19:24;
Qual era a natureza do ofício profético?
Consultados para resolver problemas de Saúde (IRs 17:17-18) Insalubridade da
água (2Rs 2:19-22), perda de um jumento (ISm 9:1-10), defesa de território (Nm 22:2-6), etc...
O profeta deve possuir profunda experiência com Deus. (Is 52:6; 58:9; 65:1)
Retoma os critérios da aliança, as dádivas de Deus para com seu povo (Dt 32:10-
11) e a exigência de Fidelidade à Aliança (Eu sou o Senhor teu Deus que te tirou da terra d Egito)
O profeta torna-se o defensor da aliança, lembrando o povo de seu compromisso, ser uma nação
santa (Ex 19:9).
O profeta também deve possuir profunda experiência com o homem.
Experiência do pecado. (Is 6:5).
Sensibilidade.
O pobre, os órfãos, as viúvas, os estrangeiros, os escravos, as injustiças sociais, e
a aliança havia se rompido. (Dt 15:1-11; Lv 25:35-43; Is 1:6-7; Jr 30:12-15; 14:17-18)
Intercessor dos oprimidos:
Na defesa dos pobres relembrava a aliança e o compromisso assumido pelo povo.
Enfrentavam o Governo Jr 21:11-14;22:13-19; o Comércio Am 8:4-8; o Tribunal Mq
3:9-12; o Trabalho Hb 2:9-12; o Sacerdócio e o Culto Os 4:4-14
Homens como Abraão, Moisés, e outros foram considerados profetas, porque neles
estavam reunidos todas as instâncias de lideranças, eram os “reis ou presidentes do grupo”, eram
os legisladores, e eram responsáveis por manter a fé inabalável, sendo assim o ministério profético
estava sobre os mesmos, fazendo com que proclamassem a vontade de Deus. Esse ministério
entretanto parece se fortalecer no perío monárquico.
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lembrando que houve profetas de linha sacerdotal como Ezequiel, que falou com propriedade do
que havia no templo
Poder judiciário: Mq 3,9-11; 7,3
Poder militar: fortalezas Mq 5,10; instrumentos de guerra Mq 4,3; 5,10
Estado e Classes Sociais: Is 1,21-31 (Isaias vivia na corte e sabia de fato a real situação
dos líderes)
Leis que facilitam a exploração: Is 10,1-2
Injustiças do sistema – Mq 3, 1- 12
Opressão física dos camponeses: Am 2,7; 5,11; Mq 2,2 (Amós vivia no campo e sabia a
realidade do povo)
ANUNCIAM:
Fim: Rei, Estado, Templo: Mq 3,1-12 (as três instituições que eram amuletos para Israel)
Novo Céu e Nova Terra: Is 65,17-25 Vinda do Messias: Is 11,1-10
Os profetas pré literários surgem na época da Monarquia Unida, e seguem pela Monarquia
dividida, e possuem esse nome por não ter registrado suas experiências, quem escreve sobre
suas narrativas, são outros autores, os mesmos viviam para proclamar mas não se preocuparam
es escrever suas exortações. Os textos destes profetas estão nos livros de Samuel e Reis
Os profetas literários surgem na época da Monarquia dividida, e segue até o período pós
exilico e ao contrário dos profetas orais, deixaram suas narrativas registradas, tinham escribas
muitas vezes que registravam suas profecias, que se referiram muitas vezes a fatos muito a frente
da época em que viviam.
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EXILIO
O cativeiro de Israel abrangeu os dois reinos: Judá – reino do Sul e Israel – reino do Norte.
A constituição da monarquia, em atenção ao anseio do povo, trouxe grandes prejuízos para os
descendentes de Jacó, haja vista que após 120 anos, ou seja, após o reinado de Salomão,
principalmente no inicio do reinado de Roboão, a nação foi dividia em duas partes. A idolatria, a
injustiça social e a degradação moral do povo estão na base da divisão do reino de Israel (1Rs
11:33). Deus havia advertido a Salomão por duas vezes sobre a adoração de deuses estrangeiros,
mas o rei não levou isso em consideração (1Rs 11:10). Por esse motivo o Senhor disse-lhe que o
reino lhe seria tirado, embora não durante a sua vida.
Devido a forte idolatria, a injustiça social e a degradação moral do povo de Israel (reino do
norte), Deus suscitou nações poderosas para punir o povo. E uma dessas nações foi a
Assíria. Essa nação foi governada por vários déspotas que não evitavam nenhum esforço brutal
para aniquilar qualquer nação que não se rendesse, de forma incondicional, aos seus ditames.
Muitos governantes cruéis levantaram-se nesse império.
"Assim diz o Senhor: ... Israel certamente será levado cativo" (Amós 7:17). As
palavras proferidas contra as tribos apóstatas foram literalmente cumpridas. Contudo, a destruição
do reino se processou gradualmente.
Gravemente havia os filhos de Israel pecado "contra o Senhor seu Deus,... e fizeram
coisas ruins". "Não deram ouvidos, antes... rejeitaram os Seus estatutos, e o Seu concerto, que
fizera com seus pais, como também os Seus testemunhos, com que protestara contra eles". Foi
porque "deixaram todos os mandamentos do Senhor seu Deus, e fizeram imagens de fundição,
dois bezerros, e fizeram um ídolo do bosque, e se prostraram perante todo o exército do céu, e
serviram a Baal", e recusaram decididamente a arrepender-se, que o Senhor "os oprimiu, e os deu
nas mãos dos despojadores, até que os tirou de diante de Sua presença", em harmonia com as
claras advertências que lhes enviara "pelo ministério de todos os Seus servos, os profetas" (2Reis
17:7, 11, 14, 16, 20, 23).
Jeroboão I (primeiro rei) instituiu um sistema de adoração misto - idolatria misturada com a
adoração ao Criador. Assim é a grande parte do cristianismo hoje: paganismo, misticismo,
com princípios bíblicos, e isto é prostituição.
Juízo de Deus: seca, fome, crises, guerras, mortes terríveis de nobres, desastres,
opressão. Deus mostrava nisso, pelas mensagens dos profetas, quão grande era o seu
esforço por salvar a nação. Foram cerca de 200 anos de tentativas, todas frustradas, mas
Deus não desistia; Ele é longânime.
Os profetas, durante o tempo do Reino do Norte, fizeram um trabalho intenso, e ali
passaram os mais poderosos homens de Deus, como Elias e Eliseu; por certo, os
mensageiros de maior credibilidade divina, que nos causam admiração até os dias de hoje.
Houveram, ao todo, 9 dinastias, ou seja, 9 famílias se revezaram no poder no Reino do
Norte, sendo que no do Sul, sempre foi a dinastia de Davi que esteve no poder, exceto por
um breve tempo em que reinou Atalia, mas o rei estava à espera para a posse.
Essa sucessão de famílias no poder, com 20 reis ao todo, envolveram sete assassinatos
pela conquista do poder, portanto, das nove famílias, sete foram destituídas por esse
I N T R O D U Ç ÃO AO AN T I G O T E S T AM E N T O – p . 6 6
modo. Esse modo de sucessão, por si já denuncia que Deus não estava aprovando o que
eles faziam.
Alguns dos reis do Norte foram tão maus que nem sequer faziam ao menos um sucessor
da família no trono, isso ocorreu mais para o final do Reino do Norte, denunciando que tudo
estava indo para uma situação tão ruim e que o fim se aproximava.
Acabe institucionaliza o culto a Baal
Os reis fizeram o que não era permitido por Deus, eles insistiram o tempo todo em
promover a idolatria, aquilo que Deus abomina.
O Reino do Norte insistiu contra Deus durante todos os reinados dos 20 reis. Por fim,
chegou a uma situação insustentável, e eles se separaram definitivamente de Deus,
daquele que os podia proteger, e a saga desse reino terminou em completa ruína.
o Em 745, os Assírios empenham força total nas campanhas de conquista, e em
pouco tempo exerceu o domínio sobre os povos vizinhos, chegando mais tarde a
dominar até o Egito e em 722 ou 721, a Assíria tomou definitivamente o reino de
Israel, conquistando Samaria. Este foi o golpe final ao reino do Norte que nunca
mais se ergueu como nação.
A origem da religião dos Samaritanos vêm desse sincretismo, uma espécie de mistura de
elementos de religiões baalistas com o javismo, que já não era tão puro em Israel.
CATIVEIRO BABILÔNICO
A queda de Samaria e a deportação de sua população foram o claro resultado dos pecados
cometidos contra Jeová (2Rs 17:7). O povo de Deus tornou-se infiel para com o Senhor que os
livrara do Egito, adorando e servindo a outros deuses (2Rs 17:15-17). E fizeram isto apesar dos
constantes avisos dos profetas de Deus de que tal atitude consistia em grave traição. O resultado
inevitável foi o julgamento de Deus, um juízo que se manifestou na forma de exílio, expulsando os
israelitas de sua terra prometida.
Mas, Judá não estava melhor. Depois de ver seus irmãos levados para o exílio, o povo de
Judá ainda cai em pecado. Ezequias e Josias começaram muitas reformas, mas isto não foi o
bastante para converter permanentemente a nação a Deus. Judá é derrotada pelos babilônios, que
enviam muitos deles para o exílio, mas não são espalhados, e a terra não é repovoada - “Até
Judá não guardou os mandamentos do SENHOR, seu Deus; antes, andaram nos estatutos
que Israel fizera” (2Rs 17:19). Às vezes não aprendemos com os exemplos de pecado e tolice
que ocorrem à nossa volta.
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O Sítio de Jerusalém ocorreu em 597, o rei foi aprisionado e com ele toda a corte. Além
deles, deportou todos os ferreiros e artífices, e deixou em Judá só a população mais pobre.
Saqueou o Templo de Jerusalém e o palácio real (II Rs 24:10-17) e levou os utensílios sagrados.
Substituiu o rei Joaquim por seu tio Matanias, cujo nome mudou para Sedecias.
Dos que ficaram em Judá uma parte era a favor do Egito e outra parte da população pró Babilonia.
Sedecias e Jeremias posicionaram a favor da Babilônia. Jeremias tinha consciência de que o povo
não podia morrer, pois tinha uma missão a cumprir. Por isso pedia ao povo que não fizesse
resistência.
Entretanto Sedecias não demora muito a desprezar os conselhos de Jeremias e depois se
alia com o Egito e países vizinhos como Tiro, amon e Edom (Ez 17,15;21, 24-25). Outra vez não
foi bem sucedido. O exército da Babilônia cercou Jerusalém em 587 e a invadiu antes que
chegasse o apoio do Egito. Sedecias foi derrotado nas proximidades de Jerusalem. A cidade, os
muros, as fortalezas foram destruídas e saqueadas e o templo foi incendiado e a mesma sorte
coube as principais cidades.
Sedecias tentou fugir mas foi capturado e levado cego e cativo para babilônia com um
grupo bem menor do que os primeiros. Pois muitos morreram em combate, outros de fome, pela
peste e um grande número foi degolado pelos vencedores.
O cerco de Jerusalém foi terrível: falta de comida (lm 1) canibalismo, sofrimento das
crianças, violação das mulheres, assassinato de sacerdotes e profetas, enforcamento de homens
respeitáveis, imposição de trabalhos forçados e impostos por parte do império babilônico.
A destruição não poupou nem uma grande cidade de Judá, e as áreas desocupadas pelos
deportados foram invadidas por povos vizinhos, principalmente os edomitas.
As famílias sob o comando de Godolias receberam pequenas porções de terras com o
desafio de repovoar alguns lugares. Mas depois da morte deste, muitos fugiram principalmente
para o Egito, com medo das represálias. Jeremias também foge para o Egito onde é provável que
tenha morrido.
Ao contrário do costume Assírio, os babilônios não instalaram uma elite estrangeira na
Palestina, de modo que no Reino do Sul também não penetraram cultos religiosos alienígenas, ao
contrário do ocorrera no Norte.
A fé pura no Deus de Israel não morreu. O lugar onde o ;templo foi destruído continuou
sagrado e nele se ofereciam sacrifícios. Parte dos muros do Templo restou e continua em pé até
hoje, como “Muro das lamentações”.
Os exilados podiam construir casas, cultivar jardins, e, ao que parece, eram representados
pelos “anciãos”. Apesar de várias deportações, a maioria da população provavelmente
permaneceu na Palestina, e o judaísmo se desenvolve na Palestina e no exílio.
I N T R O D U Ç ÃO AO AN T I G O T E S T AM E N T O – p . 6 8
Os profetas animavam as famílias a se reunirem e estudarem a bíblia, as reuniões
começaram a crescer o que deu inicio a sinagoga voltada para a Palavra, estas se espalharam por
toda a diáspora.
Cronologia:
Em 626 a C Nabopolassar, governador da região do Golfo Pérsico, libertou Babilônia dos
assírios e em 626 a. C. foi proclamado rei. Continuou a obter vitórias sobre os assírios
em 612 a. C., os Babilônicos e os Medos tomaram Nínive, a capital da Assíria. Não se
concentraram em dominar a Assíria propriamente dita, mas partiram para a conquista de todo o
império Assírio. Os egípcios temendo pela sua segurança marcharam para o norte a fim de ajudar
os Assírios. O rei Josias de Judá tentou interceptá-los em Megido, mas na batalha que se
travou foi morto e Judá foi subjugada ao Egito (2Rs 23:29-33).
em 605 a. C., o exército babilônico, comandado por Nabucodonosor, derrotou os egípcios em
Carquêmis (Jr 46:1,2), ampliando o império da Babilônia. Neste mesmo ano, pela primeira vez,
Jerusalém submeteu-se ao poderio de Babilônia, período esse considerado o marco inicial para
contagem dos setenta anos preditos pelo profeta Jeremias. Um período encerrado com a queda e
rendição da cidade de Babilônia em 538 a.C.
Os longos anos em que a elite política, militar e religiosa de Judá esteve longe de sua terra são
popularmente conhecidos como o exílio na literatura moderna, um termo singularmente
apropriado, uma vez que não apenas sugere a remoção forçada da população de judeus para a
Babilônia, como também comunica a ausência de Jeová durante o processo.
- O Egito encorajou Jeoaquim, rei de Judá, a se rebelar contra a Babilônia em 600 a. C.,
provocando outra invasão babilônica em 598. Joaquim o sucedeu no trono de Judá e entregou
Jerusalém à Babilônia em 597. Ele e muitos judeus proeminentes foram deportados para a
Babilônia, dentre eles estava Ezequiel (2Rs 24:14-16).
- Enquanto isso, Zedequias, irmão de Joaquim, foi estabelecido no trono de Judá (2Rs 24:18).
Também esta ação foi malsucedida, pois Zedequias era instável e de pouca confiança. Judá foi
persuadido a rebelar-se mais uma vez. Desta feita, Nabucodonosor decidiu retornar para
Jerusalém, desta vez para destruí-la completamente, em 586 a.C. Os babilônios invadiram Judá e
sitiaram Jerusalém; o assédio durou dezoito meses. Finalmente, abriram uma brecha nos muros e
Jerusalém foi tomada. Zedequias foi feito prisioneiro e teve os olhos furados. Os objetos de
valor do Templo foram levados para Babilônia. Também, o Templo foi destruído e a maior parte
do povo restante foram levados para a Babilônia. Só foram deixadas as pessoas mais pobres para
cultivar a terra (2Rs 25:1-21).
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RESULTADOS DO CATIVEIRO
1. Cura da idolatria. Este foi um dos grandes benefícios espirituais de Israel durante o cativeiro.
Com o transcorrer dos dias no exílio, a idolatria que tenazmente assediava os judeus não mais
tinha atração alguma para eles. Na verdade, engendrou um despertar antagônico com relação a
idolatria, por suas associações de caráter nacional (ver Sl 137), bem como por suas profundas
convicções, nascidas da grandeza e divindade de sua antiga religião, que não podia se comparar
com a dos babilônios. Eles amavam intensamente o seu culto, sendo mais forte do que até aí tinha
sido a crença de que Jeová era o Senhor de toda a Terra. Desta forma os judeus se
transformaram em testemunhas do poder e amor do Deus Jeová perante os babilônios, e
exerceram sobre aqueles com os quais mais conviviam uma forte influência moral.
PÓS EXILIO
Como todos os Imperios a Babilônia também ruiu, como tá descrito em Daniel. Nabonides,
soberano da Babilõnia bateu de frente com os sacerdotes de Marduc e restabelece um culto antigo
a divindade Sin (lua), preocupado mais com sua devoção do que alianças políticas, ele conquistou
muitos inimigos. E pouco a pouco foi perdendo o Império para Ciro, rei da Pérsia.
O profeta Isaias chega a enaltecer Ciro, prevendo que a conquista de Babilonia seria
pacífica. Os primeiros reis persas respeitavam as tradições dos povos subjugados e incentivavam
os cultos autóctones, tanto que seu governo foi aprovado pelos povos conquistados, sua retidão e
justiça era tida como aprovação dos deuses.
O governo persa era mais liberal com os povos conquistados, buscavam a colaboração
expontanea dos governantes locais em de vem de impor a força, respeitava as línguas nativas,
não fazia grandes deportações e não interfiria nas práticas religiosas. Condiz bem com esta atitude
que já depois de um ano Ciro teria ordenado que o templo em Jerusalém fosse reconstruído e que
os utensílios do templo, levados para Babilônia, fossem devolvidos.
O retorno só aconteceu paulatinamente e em sucessivas levas, sob o comando de
Sesbazar, Zorobabel e de Esdras. Muitos optaram por permanecer no exterior, onde sua situação
econômica era próspera, os que retornaram foram mais por amor à terra.
Na primeira leva Sesbazar (que era príncipe de Judá) foi nomeado governador e retorna
com um pequeno grupo e com os utensílios do templo, recebendo a missão de reconstruí-lo. Ele
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encontra oposição tanto do trabalho quanto da população interna que estava mais preocupada em
reconstruir suas casas do que o templo (Ageu 1 e 2). Assim ele apenas começa a obra de
reconstrução por pouco tempo.
Sob o comando de um novo Imperador Zorobabel foi escolhido para trazer a segunda
caravana dos exilados. Ageu e Zacarias exerciam seu ministério profético e criam que Zorobabel
foi escolhido por Deus para uma grande missão. Zorobabel lidera uma grande classe de judeus
sacerdotais.
A reconstrução do templo ocorreu apenas de 520 a 515 por insistência dos profetas Ageu e
Zacarias.
A terra passa a ser habitada por três grupos de pessoas. Os que ficaram na terra quando
da deportação para Babilônia. Os povos vizinhos que se fixaram na terra ( estes queriam mais
reconstruir suas casas do que o templo )e o grupo que retorna do cativeiro. Havia entre os
diversos grupos uma grande diversidade de experiências, visões, dificuldades e realidades a
serem integradas.
RETORNO DO EXILIO
NEEMIAS e ESDRAS
Neemias como copeiro do rei, recebeu uma caravana de Jerusalém, que dá noticias sobre
a situação do povo, Neemias profundamente compadecido ora a Deus e resolve voltar para
reconstruir a cidade.
Neemias surge num período difícil onde o contexto era de Jerusalém era de sincretismo
religioso, desigualdade sociais, casamentos mistos, e de governantes vizinhos complicados como:
Sanbalat (governador de Samaria), Tobias (governador de Amon) e Gosem (árabe), estes tinham
medo da reconstrução dos muros, mas Neemias monta um rígido esquema de segurança e
consegue com este, levantar os muros em um prazo de 52 dias.
Neemias ao terminar os muros, começa a reorganizar a comunidade, e suas medidas
foram bem acolhidas pelo povo. Com base nas leis do Deuterônomio e Levítico faz uma reforma
de cunho social, buscando uma política de igualdade social, obrigando os ricos a devolver aos
pobres o que tinham tirado, ele comprou briga com muita gente influente sem medo.
No pós exilio, com a ausência do rei, o poder vai concentrar-se nas mãos do sumo-
sacerdote, e lei e os sacrifícios foram se impondo cada vez mais como sinais da união do povo. A
comunidade vai se fechando em si mesma. O templo, o sumo sacerdote, o culto e a lei, vão dando
feições da religião que chegou até Jesus.
CRONOLOGIA:
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governador da Judéia. No mês de Tishrei, Setembro ou Outubro em nosso calendário, juntou-se
toda esta gente em Jerusalém para celebrar a Festa dos Tabernáculos (Ed 3:1-4),
No segundo ano, contado a partir da saída da Babilônia, o povo, sob a liderança de Zorobabel,
neto do rei Joaquim (Jeconias), ancestral de Jesus, iniciou a reconstrução do Templo. (Ed 3:8)
Conforme Esdras, a planta do Templo ordenada por Ciro era diferente da planta passada por Deus
a Salomão, cujas medidas originais eram 60 côvados de comprimento, por 20 côvados de largura,
por 30 côvados de altura (1 Rs 6:2).
Ciro destacou-se dos demais soberanos de seu tempo pela sua piedade bem como pela tolerância
religiosa. Quanto à sua forma de administração, procurou sempre que possível manter os povos
conquistados sob a gestão de líderes locais. Reinou 29 anos sobre os persas, sendo os nove
últimos depois da queda da Babilônia.
458 a.C., Esdras é enviado por Artaxerxes para confirmar o renascimento das tradições judaicas,
trazendo consigo a segunda leva de judeus com cerca de 2.000 homens;
Esdras era um homem que dispôs seu coração em buscar a lei do Senhor, e para a cumprir e
ensiná-la 7:10 o Decreto de Artarxerxes no cap 7:13... Autoriza sacerdotes, levitas, bem como que
se levasse tudo que fosse necessário ao culto e sacrifícios fosse dado aos mesmos, junto com
prata e ouro. Esdras parte então por uma rota perigosa, sem escolta Militar confiando em Deus, •
• Esdras encontra o povo contaminado ( Esdras 9:1-3) com as nações que estavam na terra
• Esdras rasga suas vestes, a barba, entra em profundo lamento, e faz uma oração de
arrependimento
• Faz um lamento publico prostrado ante ao Templo e então ajunta-se a ele mui grande
congregação 10:1, ele não comia nem bebia, chorando pelo povo
• E então propõe a separação da linhagem pura
De 444 a 433 a.C., Neemias trabalha a reconstrução moral, social e espiritual do povo de
Israel, quando então retorna a Babilônia como havia prometido ao rei;
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POÉTICOS
O Pentateuco contém alguns dos exemplos mais antigos de poesia hebraica de todo o AT.
A análise cuidadosa da ortografia, do significado das palavras e da organização das frases indicou
o aspecto antigo de vários trechos poéticos. Dos quais, destacam-se o cântico do mar composto
por Moisés (Êx 15), os oráculos de Balaão (Nm 23 e 24), a bênção de Jacó (Gn 49) e o cântico e a
bênção de Moisés (Dt 32 e 33). A data da forma atual desses textos poéticos varia entre os
séculos XIII e XI a.c., e isso de acordo com a análise técnica abaixo. 1 Formas poéticas
específicas no Pentateuco incluem: • Orações (e.g., a bênção de Arão, Nm 6.22-27); • Cânticos de
louvor (e.g., o cântico de Miriã, Êx 15.21; o cântico de Israel, Nm 21.17,18); • Hinos de vitória no
estilo épico (e.g., o triunfo de Javé sobre os egíp-cios no cântico do mar composto por Moisés, Êx
15); • Bênçãos a membros da família dos patriarcas (e.g., a bênção de Rebeca, Gn 24.60; a
bênção, no leito de morte, de Jacó aos doze filhos, Gn 49); • Profecias (e.g., o pronunciamento de
Javé a Rebeca sobre os gêmeos, Gn 25.23; o oráculo de Balaão sobre Israel, Nm 23 e 24); •
Promessas da aliança (e.g., as promessas de Javé a Abrão, Gn 12.1-3; 15.1); • Cânticos de
escárnio (e.g., o escárnio de Lameque, Gn 4.23).
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Muitos estudiosos, insistem que o livro não teria um único autor, mas a semelhança do livro
de Salmos e Provérbios, seria uma coletânea de poemas de muitos lugares e períodos diferentes,
sendo Salomão somente um dos possíveis autores.
INTERPRETAÇÕES DIVERSAS:
PERFIL DO AUTOR:
O linguajar encontrado no texto canônico, não parece ser do povo simples, pelo
contrário, parece remontar aos círculos de sábios, tendo em vista que demonstram ser são obras
artísticas, poéticas.
Era alguém que se deliciava com o aspecto suave da natureza e que forjou e poliu
seus versos com cuidado e carinho. O que levou inclusive muitas pessoas a acharem que se
tratava de uma autora e não um homem, tamanha é a sensibilidade encontrada no livro.
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Era um homem de posses e cultura, capaz de discernir e apreciar as coisas da boa
da vida
O fato de existir um relato que apresenta tanta paz leva a crer que vivia num tempo
de paz em Israel
O livro apresenta um amplo conhecimento da flora e da fauna de Canaã, o que se
harmoniza perfeitamente com o grande nível de conhecimento de Salomão (cf. 1 Rs 4.33).
A geografia do Cântico é mencionada com muita liberdade, como por exemplo, as
localidades no extremo norte e o extremo sul.
Outro fator em favor da autoria de Salomão são os argumentos linguísticos. “ O uso
da forma alternativa do pronome relativo hebraico (se) é claramente um semitismo da região norte
de Israel, já presente na literatura bíblica mais antiga. Aramaísmos são coisas de se esperar uma
vez que um dos personagens principais (Sulamita) vivia no norte de Israel, próximo à Síria,
estando assim exposta a vocabulário estrangeiro.” Não é, portanto, de surpreender-se que um
poema de amor como este fosse atribuído a Salomão.
Em Israel, era do conhecimento de todos que Salomão possuía um vasto harém e
inúmeras esposas (1 Rs 11.1-3). Salomão, obviamente, não serve de exemplo de fidelidade e
devoção conjugal. É possível que o conteúdo deste poema de amor revele aquele que talvez tenha
sido o seu único e puro romance. Possivelmente a composição de Cantares tenha ocorrido em
meados do século dez, ainda que eruditos mais críticos tenham argumentado que a favor de uma
data mais recente no quarto ou terceiro século a.C. “A presença de quatro fragmentos de Cantares
entre os rolos do Mar Morto, de Qumrã, adverte—nos contra a opção de uma data tão recente”.
Dificuldades de canonização:
Parece-nos que, no plano do Senhor, o que faltava era justamente um livro que exaltasse o
amor e a união entre o homem e a mulher, suas criaturas.
Cantares deve ser lido à luz de Gn 1 e 2. Após a ordem “Frutificai e multiplicai-vos”
(Gn1.28), A narrativa termina: “o homem (...) se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne. E
os dois estavam nus, o homem e sua mulher, e não se envergonhavam” (Gn 2.24,25).
O retrato do amor sexual em Cãnticos recupera essa cena em que o homem e a mulher
tem prazer no corpo um do outro, e o fazem sem sentir vergonha.
Essa é a maneira de Deus recuperar a fidelidade e a intimidade do casamento, que o
inimigo tentou roubar ao fazer o sexo parecer algo excitante fora do casamento ou algo
vergonhoso e não mencionável dentro dele.
. Uma celebração do amor conjugal, reconhecendo-o como fundamental e maravilhoso
para a felicidade de sua criatura, o homem e a mulher... Existe em certos textos de Cântico dos
Cânticos uma linguagem que poderíamos chamar mesmo de sensual ou erótica. Lembremo-nos
que aos olhos de Deus o amor sexual não é pecado, desde que compartilhado entre dois seres
que se amam e se unem pelo casamento. A beleza física do homem e da mulher, que se tornam
atraentes entre os cônjuges é perfeitamente compreensível pelo Senhor como o próprio texto nos
demonstra. Este amor heterossexual é o que o Senhor espera de sua criatura que,
saudavelmente, ama o seu parceiro conjugal e não os desvios e descalabros que a
homossexualidade tem buscado fazer prevalecer nos tempos presentes com as paradas de gays e
de lésbicas invadindo as cidades, num desvio comportamental, patológico e anormal sem igual,
que a legislação moderna vem procurando abrigar e regulamentar.
É comum se argumentar que questões da sexualidade humana são indignas de serem
tratadas nas Escrituras. Entretanto no V.T. não há nenhuma condenação para a sexualidade em si
mesma. A sexualidade é tradada, tanto no V.T, quanto no N.T. O que se condena é a sexualidade
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ilícita. Aliás, a partir da criação em Gn 1-2, até as bodas do Cordeiro em Ap 21, a sexualidade
humana é apresentada como dádiva específica de Deus.
É inquestionável a relevância da mensagem de Cantares para os nossos dias, pois além
de apresentar o padrão de amor que Deus criou para ser desfrutado entre um homem e uma
mulher, conforme Seu plano delineado nas Escrituras estimula a obtenção, o desenvolvimento e a
proteção desse amor.
http://www.ibcu.org.br/_IBCU-Conteudo/_EscolaBiblica/1408-1cantares@1-3.pdf, acesso
em 16.08.2016
Bruce, F.F., Comentário bíblico NVI, Antigo e Novo Testamento, Segunda Edição, Editora
Vida
Jó:
Singularidade do Livro Através dos tempos a humanidade tem procurado resposta para
questões do tipo: Porque isto aconteceu comigo? Pessoas têm agonizado em dor, chorado de
tristeza, definhando em função de perdas. Se, ao menos, pudéssemos rapidamente correlacionar
sofrimentos com pecados, nossas tragédias com nossas transgressões, então entenderíamos a
razão das nossas angústias e os porquês dos nossos problemas. Mas isto não ocorre! Como
harmonizar estes contrastes? Com isto em mente, facilmente podemos concluir que Jó foi um dos
maiores exemplos de sofrimento imerecido. Em poucos minutos Jó perdeu sua riqueza, seus filhos
e a sua saúde. Condenando ao invés de o confortando. Tudo isto sob o intenso silêncio de Deus!
Deus afirmou em 1:1 que Jó era "homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desviava do
mal". Poderia uma tragédia ser mais imerecida? Por séculos o homem foi atraído por este livro em
função de seu tema e conteúdo.
Jó demonstra ser, não somente, um homem de elevada perseverança, como alguém com
uma vontade de viver uma vida de coragem e disposição para aprender.
Visão Panorâmica do Livro e de Seus personagens Uma proposta para o propósito do livro
de Jó focaliza como os justos deveriam reagir ao sofrimento "imerecido"
Ele expressou com clareza sobre as mais fundamentais necessidades do ser humano,
cujos detalhes veremos mais a frente.
A ausência de respostas objetivas a este tipo de sofrimento é um desafio que se mantém
até o final do livro, quando temos "le gran finale". Entretanto, a arrogância de Satanás duvidando
da honestidade de Deus no trato com suas criaturas, a soberba reação inicial de Jó e a cegueira
espiritual dos seus três amigos são dignos de destaque na composição do propósito do Livro.
Assim, Yahweh não se vê forçado a suprir uma explicação humanamente palatável para os
sofrimentos de Jó. Este é um caso teste de Sua inescrutável soberania, mas não em um sentido
fatalista. Embora Jó não receba qualquer indicação de por que sofreu tanto, ele compreende
Quem soberanamente designou tempos e circunstâncias de modo a lhe oferecer a melhor maneira
de enfrentar a vida. Mesmo em meio à aflição e ao sofrimento, o crente não precisa saber por que
sofre, desde que saiba Quem o conduz ao longo da estrada. o livro de Jó prova que o
relacionamento básico que Deus tem estabelecido com as pessoas não se baseia no princípio da
retribuição, mas baseado na graça.
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O prof. Constable destaca três observações sobre o princípio de atuação de Deus
baseando-se na Graça e não na Retribuição:
1. Tudo indica que o livro de Jó foi o primeiro livro da Bíblia a ser escrito. Este fato nos leva
a considerar como fundamental a mensagem do livro, e como Ele se preocupou em como a
criação deveria entender estes princípios. Que Deus, unilateralmente, decidiu abençoar sua
criação independentemente dela merecer tal tratamento. Este tratamento está no coração de Deus
e na sua Doutrina (Sl 103:10).
2. Assim como Satanás, temos a tendência em não crer que Deus quer o melhor pra nós.
Com isto, buscamos nos assegurar daquilo que queremos. Normalmente somos ingratos a Deus
pelo derramamento de sua graça em nossas vidas. Essa ingratidão, além de nos deixar infelizes, é
a raiz de vários pecados. Temos que cultivar um espírito de gratidão e nos alegrarmos sobre
maneira com graça de Deus (1Te 5:18).
3. Nos tendemos a elevar o princípio da retribuição à condição de primeiro lugar, sendo o
principal modo de agir de Deus. Isto nos permite sentir que temos algum controle sobre Deus.
Dizendo de outra forma, agimos de forma a que Deus nos sirva ao invés de nós estarmos servindo
a Deus. Se posso "obrigar" a Deus a abençoar-me agindo bem, então Deus me deve alguma
coisa. Se Deus não me abençoa quando realizo algo que sei que Ele se alegra, não me abato
porque em última instância, um dia, Ele me abençoará. Esta é a Sua promessa (Gl 6:7 "Não vos
enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará"). Deus
não deu garantias que pagará pelos atos de todos ainda nesta vida, embora possa ocorrer, mas
certamente na vida vindoura. Nós cremos nisto? O interessante é que ao final do livro Deus
declara que Jó está com a razão e restaura sua propriedade e sua felicidade.
Não é fácil determinar quanto tempo dura os eventos narrados no livro de Jó. Nós temos
algumas informações sobre a vida de Jó antes dos eventos descritas no capítulo
1. No último capítulo temos as informações sobre os anos de vida de Jó após todas as
suas agruras. Temos algumas dicas: (a) Em 7:3 e 29:2 Jó fala em meses quando se refere aos
seus sofrimentos,
(b) Jó diz que as mesmas pessoas que o respeitavam antes dos acontecimentos, vieram a
rejeitá-lo posteriormente, uma indicação de que esta mudança de comportamento ocorrera
recentemente,
(c) Boa parte dos diálogos entre Jó e seus amigos ocorreram numa área conhecida como
o lixão da cidade. Não há indicações que tenham ocorrido extensas interrupções nestes diálogos.
No máximo, uma parada ou outra. Diante disto é razoável concluir que boa parte dos eventos
descritos no livro ocorreram em, não mais que, alguns dias, semanas ou no máximo alguns
poucos meses. Sem dúvida nenhuma o Livro de Jó é um convite para revisarmos nossa ortodoxia.
Independentemente da nossa visão sobre Deus, Ele é maior, mais amplo e mais complexo!
Requerendo com isto que estejamos aprendendo dEle todo o tempo e não mantendo-O dentro dos
limites das nossas doutrinas.
Não se sabe ao certo Quem, Quando nem Onde foi escrito o livro de Jó. Muitas são as
sugestões, porém muitas, também, são as possibilidades:
1. Se nos basearmos nos paralelos com a cultura canaanita, o período de Salomão se
torna uma possibilidade;
2. Se focarmos naquilo que se assemelha ao Aramaico, tendo em mente contatos com os
Fenícios, pode-se atribuir data de escrita em período pós-exílio (500aC); Vale a pena observar o
que Jó não menciona:
1. Eventos históricos: Chamada de Abraão, Êxodo, Conquista da Terra, Exílio;
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2. As instituições de Israel: Monarquia, Templo, os profetas. E com relação às ideias
teológicas presentes no livro? Conceito de Deus, do pecado, da ética. Andersen menciona que a
forma com que o livro lida com o sofrimento só foi entendida nacionalmente por Israel com o Exílio.
Assim ele propõe que o livro foi escrito naquela época ou depois.
3 - Continuando seus argumentos, ele acredita que uma data razoável se localiza entre
Moisés e Esdras. Roy Zuck destaca que devemos separar a data dos eventos descritos no livro de
Jó, da sua data de escrita. Pela sua similaridade com Gênesis, e pelas características de Moisés –
tradição Judaica, vida no deserto – ele tenha sido o autor. Por outro lado, Salomão é uma
possibilidade em função do volume de poesia e literatura poética contida no livro de Jó. Alguns
argumentam que em função dos detalhes e dos extensos diálogos descritos no livro, o mesmo
tenha que ter sido escrito por uma testemunha ocular.
Outros argumentam que Jó, após sua restauração, ainda viveu 140 anos e teve tempo para
compilar todos os eventos. Posteriormente, alguém tenha redigido o livro como tal. Sobre a época
em que Jó viveu, é praticamente unânime que tenha sido no período patriarcal se estendendo até
o século VIaC (pós-exílio). Vejamos os pontos compilados pelo Dr. Zuck:
1. O tempo de vida de Jó corresponde ao tempo de vida dos Patriarcas: a. Jó – 210 (140);
b. Tera, pai de Abraão – 205; c. Abraão – 175; d. Isac – 180; e. Jacó – 147 f. José – 110
2. A riqueza de Jó era medida em termos de volume de animais (pecuária) (1:3, 42:12), o
que ocorreu com Abraão também (Ge 12:16, 13:2), e também Jacó (Ge 30:43, 32:5);
3. Os Sabeus e Caldeus (1:15,17) eram, naquela época, nômades, mas sabe-se que não o
eram em épocas mais recentes (posteriores);
4. Jó era o sacerdote de sua família (1:5), indicando que o ofício nacional do sacerdócio
ainda não existia naquela época;
5. O termo usado para "dinheiro" em 42:11 é usado somente mais duas vezes. Uma em
Gênesis (33:19)e outra Josué (24:32), ambas se referindo a Jacó.
6. O instrumento musical mencionado em 21:12 e 30:31, tamboril e harpa (lira), flauta são
também mencionados em Ge 4:21, 31:27); 7. As filhas de Jó herdaram suas posses juntamente
com seus irmãos. Isto não seria possível sob a lei mosaica (Nm 27:8);
8. O livro de Jó não inclui qualquer menção a instituições Mosaicas: sacerdócio, leis,
tabernáculo, dias e eventos religiosos);
9. O termo Shaddai é usado para Deus 31x em Jó e 17 no resto do AT. Ele é familiar a
época dos patriarcas (Ge 17:1 e Ex 6:3);
10. Vários nomes presentes em Jó são associados ao período dos patriarcas: a. Seba,
neto de Abraão, e os Sabeus de Seba (Ge 25:3, Jó 1:15, 6:19); b. Tema, neto de Abraão e Tema
(local na Arabia, Ge 25:15, Jó 6:19) c. Elifaz, filho de Esau e Elifaz, um dos "amigos" de Jó (Ge
36:4 e Jó 2:11); d. Uz, sobrinho de Abraão e Uz inde Jó vivia (Ge 22:21 e Jó 1:1) 11. Jó (ִאי ּ ֹוב
,iyyôb) era um nome semítico comum no segundo milênio aC: a. Mari – 2000/1800aC na região
norte do rio Eufrates. Textos Egípcios – 2000aC c. Cartas de Amarna – 1400aC na região oeste do
delta do Nilo d. Textos Ugaríticos (Ugariti – cidade portuária, norte da Síria)
http://www.ibcu.org.br/_IBCU-Conteudo/_EscolaBiblica/1405-2jo@1-2.pdf
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ECLESIASTES
Questões introdutórias
TÍTULO
( ק ֹהֶ לֶ תqōḥeleṯ, ―pregador‖?), ou Ἐκκληζι αζη ῆρ (e lēsi stēs), como o livro foi chamado na
Septuaginta, tem uma longa história de maus-tratos. Adversários e amigos têm encontrado razões
para atacar sua autoria, autoridade e aplicabilidade. Muitos rejeitam sua canonicidade, devido sua
acidez.
Autor : As semelhanças entre Salomão e Qohelet são muitas e, legitimamente explicadas,
apontam para o filho de Davi como o mais provável autor do livro.
O livro de Eclesiastes compartilha com o livro de Jó uma posição única no cânon, a categoria de
sabedoria especulativa, pois ambos estão ocupados com a busca de uma proposição definitiva
com respeito à natureza da vida. Em tal busca o autor oferece uma apologética para um estilo de
vida teocêntrico em um mundo que perdeu sua racionalidade devido às tentativas humanas de
obter sentido da vida por sua engenhosidade e realização.
Salomão (Qohelet), ao encerrar sua obra, afirma que ―ensinou conhecimento ao povo (12.9). Seu
propósito parece ter sido didático e estar relacionado a suas exortações finais. Sua análise dos
afazeres do homem levou-o a concluir que o esforço humano, por mais nobre que seja, não pode
dar ao indivíduo realização na vida, que é inapelavelmente deformada pelas muitas ―astúcias‖ do
homem (7.29). Portanto, seu propósito parece ter sido: Estimular o temor do Senhor como a chave
para uma vida significativa em um mundo que é, em tudo o mais, desprovido de significado.
DESENVOLVIMENTO
I. Demonstrando que os esforços humanos são desprovidos de significado em um mundo que não
traz realização pessoal ao homem (1.2-11). Esta primeira divisão do livro introduz a observação
inicial sobre a natureza da vida (1.2). À luz da natureza enigmática da vida, os esforços do homem
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não lhe trazem realização (1.3). Essa observação inicial é confirmada pela aparente falta de
contribuição do homem a um mundo que está irremediavelmente preso a ciclos enfadonhos (1.4-
11). Além da natureza repetitiva da vida, o homem está enredado em um mundo em que o
passado logo perde sua significância e tudo que se realiza érapidamente esquecido (1.11).
II. Demonstrando, por meio de sua busca empírica por significado, que o homem não pode derivar
proveito da vida, a não ser que a desfrute sob o temor de Deus (1.12 – 6.9) Ele afirma que a vida
se apresenta como uma série de paradoxos desprovidos de sentido (1.14,15. Ele declara a
futilidade de suas tentativas (2.1,2) e lista as áreas de sua busca de modo a não deixar dúvidas na
mente de seus leitores. Desfrutar os prazeres do vinho (2.3), tornar-se um renomado construtor
(2.4-6), acumular riquezas e propriedades (2.7, 8a), desfrutar os prazeres sensoriais da arte e do
sexo (2.8b), tudo isso se mostrou inútil em 2.11). Qohelet, uma vez que sua tentativa epicuriana
terminara em fracasso, tentou uma abordagem mais estóica, buscando a sabedoria como o
fundamento básico para uma vida significativa (2.12-17). Acabou por descobrir que a sabedoria,
isto é, um estilo de vida disciplinado, era superior ao estilo de vida desenfreado conhecido como
loucura e insensatez mas no final a morte acaba por nivelar o sábio e o insensato (2.14,15), e isso
configurou um enigma aos olhos de Qohelet (2.15). O esquecimento definitivo é o fim tanto do
sábio quanto do insensato e isso desqualifica a sabedoria como o caminho pelo qual o indivíduo
―alcança o topo‖ na vida (2.17). A terceira avenida pela qual Qohelet buscou encontrar realização
foi o trabalho (2.18-23). A vida de um ergoólatra, no entanto, negou-lhe satisfação duradoura, uma
vez que o homem não tem garantia de que será capaz de desfrutar o resultado de seus cansativos
labores (2.18), tendo, às vezes, de deixá-lo para descendentes menos qualificados(2.19), o que é
desestimulante para alguém cuja mente e, até mesmo, cujo sono estão absorvidos em seu
trabalho (2.20, 23).
Qohelet, depois de percorrer esse caminho, chega a sua primeira conclusão (2.24-26).
Embora o homem não obtenha vantagem real nesta vida e não seja capaz, depois da
morte, de desfrutar o resultado de seu esforço, o gosto obtido com o trabalho e o
desfrute das necessidades básicas para a sobrevivência humana são uma dádiva de Deus
( ,מ ִ טַ דֹהָ אֶ ֹלה ִ יםmiyy ḏ āʾĕlō ’m, ―vem da mão de Deus‖, 2.24), que tem um cuidado
especial por aqueles que buscam o bem (2.26). No entanto, mesmo esta atenuante, não
elimina a natureza paradoxal da vida (ַֹ ,חֶ בֶ ֹלוְּ ְּר עותֹרוהḥeḇel wereʿûṯ rûaḥ, 2.26b).
A tentativa de Qohelet de provar a incapacidade humana de extrair proveito da vida
leva-o, portanto, a considerar a maneira soberana pela qual Deus estruturou o tempo
(3.1-8). Por isso, além do esforço humano ser frustrado e frustrante, a ânsia por
significado eterno (ou, pelo menos, duradouro) nesta vida que (3.11b – ֹ אֶ ת־הָ ע ֹ לָ םֹ נ ַָתן
,בל ִ בָ םʾeṯ
ְּ āʿōlām nāṯ n belibām, ‖pôs na mente do homem a idéia da [o anseio pela]
eternidade‖) permanece insatisfeita, pois o homem não pode compreender o plano todoabrangente
de Deus.
A despeito dessa aparente desvantagem, a vida ainda é uma dádiva divina que o
homem pode desfrutar e compartilhar (3.12,13). Esta conclusão secundária parece
indicar que o mundo de Qohelet se mantinha equilibrado pela tensão e que ele manteve
seu juízo em suspenso no que diz respeito à questão do significado da vida.
Sua tese básica de que um proveito definitivo não pode ser alcançado nesta vida é
enfatizada em 3.14-21, em que a imutabilidade do plano de Deus é contrastada com a
finitude do homem em um mundo onde a injustiça prevalece. Falando de maneira
empírica, o homem tem pouca vantagem sobre os animais, de modo que o que lhe toca
de melhor na vida é desfrutar tudo que consegue realizar (3.22).
Qohelet, para sustentar sua tese, extrai apoio de diversas áreas da vida (4.1—5.17). A
opressão torna a vida infeliz tanto para o opressor quanto para o oprimido (4.1-3), a
ponto da não-vida parecer melhor que a vida. O trabalho, que poderia prover certa
medida de realização, se sua dificuldade e benefícios forem repartidos com outros,
também é desperdiçado por aqueles que avaramente acumulam riquezas para um futuro
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incerto que não podem compartilhar com mais ninguém (4.4-12). Mesmo aqueles que
detêm o poder e que aparentemente não são afetados pelos paradoxos da vida serão
eventualmente confrontados com a natureza volúvel da popularidade, porque aquilo que
uma geração exalta a geração seguinte execra (4.13-16).
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confrontação pública com consequências funestas (10.12-20). A despeito de nossa ignorância
quanto ao futuro, a vida deve ser encarada com entusiasmo (11.1-6), como indicam as repetidas
exortações, nesta seção, para que se desfrute a vida (cf. 8.15; 9.7-10).
IV. Exortando seus leitores a desfrutar a vida responsavelmente sob o temor de Deus (11.7 –
12.14).
Qohelet propõe um equilíbrio entre o hedonismo e o estoicismo que surge quando se insere no
quadro, até aqui sombrio, a figura de um Deus pessoal que irá julgar o homem. A vida deve ser
intensamente desfrutada em vista de sua brevidade, mas o comportamento deve ser equilibrado
pela lembrança solene e inquietante do juízo divino (11.7-10). Além do mais, a senilidade é inimiga
do desfrute e a dádiva de Deus não pode ser perdida para ela (12.1-7). O parágrafo final do livro
exige dos leitores a atitude apropriada que tornará possível o verdadeiro desfrute da vida, isto é, o
temor a Deus, manifesto em obediência aos Seus mandamentos, à luz de Seu juízo que abrangerá
a tudo e a todos (12.8-14).
SALMOS
1. NOME
Salmos è o "Livro dos louvores". Em Hebraico o nome é SEFER TEBELIN. O nome Salmos vem da ligua
Grega da palavra PSALMOS, que designa odes adaptadas à música . O nome aparece na versão dos LXX
como BIBLOS PSALMON ( LIVRO DOS SALMOS). No Novo Testamento a palavra PSALMON aparece
também em Lc. 24.42; At.l:20. Os manuscritos gregos de um modo geral trazem o titulo PSALMOI, mas
alguns o denominam PSALTERION (SALTÉRIO) - "Coleção de Cânticos". Na Vulgata o livro assume o nome
LÍBER PSALMORUM.
2. CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
O livro dos Salmos è o^maior, central, o mais lido e o mais querido dos livros da Bíblia. E ainda mais
importante dos hagiógrafos. A palavra Salmos è usada como designação geral dos livros poéticos em Lc. 24:
44. E bom lembrar que não s e nomeia os Salmos por capitulos,ou seja, não se fala Salmo apitulo
l,2,5,70.etc. mas cada salmo é ua unidade distinta, devendo ser identificado pelo seu respectivo número. E
assim que se diz: "Salmo Io. ", Salmo 2, Salmo 70, etc".
3. POSIÇÃO DO CANON
Salmos è o primeiro dos hagiógrafos. Como dissemos, em nossa Biblia ocupa o centro do livro.
4. AUTORIA
São diversos os autores dos Salmos, embora sejam conhecidos como SALMOS DE DAVI" e se creia ser ele
o cumpilador. A primeira pessoa que se sabe, escreveu um Salmo é Moisés (Salmo 90, em 1500 AC.). Entre
os autores são citados:
DAVI - Salmos 3 a 9*; 11 at>l32;0f34 a 41; 51 a65; 68 a 70; 86 a 101; 122; 124; 131;133; 138; 139-
145.
SALOMÃO - 72 e 127
FILHOS DE CORE - 42, 44-49,84; 85; 87; 88. a familia de Core era levitas do templo que no tempo
de Davi eram sacerdotes e cantores.
ASAFE - Salmos 50, 73; 73; 83, Asafe era um dos mestres da música para sempre.
ETA, EZRAiTA - Salmo 89
MOISÉS - 90
ANÓNIMOS - 50 salmos são anónimos.
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O Baba Bathara afirma que Davi escreveu os salmos com o auxilio de dez anciãos: Adãu, ~ Melrquisedeque,
Abraão, Moisés, Hemã, jedutum, Asafe e o três filhos de Core. se interpretarmos o que esse livro dos Judeus
quer dizer, temos que entender que Davi não compôs o livro com a assistência desses homens, mas que
este rei os compilou. Desses anciãos três não são citados nos salmos como autores: Adão, Melquisedeque e
Abraão, e aparecem dois nomes não citados: Etã e Salomão. Etã. contudo, era considerado cortío Abraão e
o dê Salomão como sendo PARA Salomão Atribui o salmo 139 a Adão e o 110 a Melquisedeque. Esse
ponto d vista, contudo, é confuso e não está baseado na historia.
Há salmos que foram compostos no exílio e inegavelmente há os que foram produzidos depois de Davi.
alguns salmos considerados anónimos são como de Davi rio Novo Testamento tal como o 110.
4. TÍTULOS
Os títulos que aparecem nos salmos dão testemunho do autor. Somente 34 deles não têm títulos. Esses
títulos, no original são também versículos, o que da um número de versículo maior do que em nossas
versões. Um dos problemas encontrados pêlos críticos na determinação da autoria dos salmos é que nos
títulos, a preposição usada pode signifucar DE, PARA e AO. Pelo sentido do texto (salmo) pode-se
determnar o sentido da preposição. Como era muitos salmos ha perfeita conexão entre o titulo e o conteúdo
para indicar o autor isso é também aplicado aos outros. Os títulos são importantes para a compreensão dos
salmos e não podem ser menosprezados. Os salmos sem títulos são denominados SALMOS ÓRFÃOS.
5. TEMA
O tema geral dos salmos é adoração e louvor. Por isso è o LIVRO DOS LOUVORES. Mas há uma variedade
imensa de assuntos nos salmos, todos——u um utu sentido- muitro grande de devoção. Assim, alguns são
"CANÇÕES DE AMOR" (salmo 45); "EM LEMBRANÇA" (SALMO 37,70); " DE DOUTRINA" (salmo 60); " EM
AÇAO DE GRAÇAS" (salmo 100). Algumas palavras nos ajudam na classificação dos salmos, mas nem
todas têm um significado definido hoje. Não se sabe o seu sentido original. Eis algumas delas:
1. DEGRAUS - A palavra significa ELEVAÇÕES. Os salmos denominados CÂNTICOS DOS
DEGRAUS vão do 120 a 134. Há diversas hipóteses sobre o verdadeiro sentido desta palavra: Ei-
las:
a. Ascendendo de verso era verso;
b. Os salmos eram cantados na subida dos 15 degraus que levavam até o pátio interior do
templo;
c. A opinião mais aceita ê a de que se trata de Salmos cantados pêlos israelitas quando
vinham de diversos lugares as festas em em Jerusalém, e em especial, quando voltavam do
cativeiro. São apelidadas de Cânticos dja Peregrino.
2. HIGAIOM - Significa MEDITAÇÃO e convidam o leitor a esta prática de reflexão. São os salmos
9.16; 19.14; 92.3.
3. MASQUIL - São SALMOS DIDATICOS e a palavra usada nos títulos è MASQUIL. São também
chamados ENGENHOCOS. No salmo 45.53 o termo aparece e é traduzido por "COM
INTELIGÊNCIA".
4. MICTAO - Salmo 16-55; 57. Não se sabe o significado exato desta palavra. Algumas sugestões são
feitas: ÁUREO (vem da palvra que significa OURO), MISTÉRIO, UM POEMA ESCRITO,
INSCRIÇÃO, CÂNTICOS PARA COBRIR OU EXPIAR PECADOS (significado obscuro no sirtaco).
5. SHIR - Significa CÂNTICO. Aparece trinta vezes. Doze vezes está associada a MIZMOR.
6. SHIGGAIOM - Aparece no salmo 7 e não se sabe o seu significado. Talvès EXCITAÇÃO ou
ELEGIA. Ver Habacuque 3.1.
7. TEPHILLAH - Quer dizer Oração. 8) TEHILLAH - Quer dizer "louvro" (salmo 145).
6. INDICAÇÕES MUSICAIS
São usadas para indicar a melodia, o instrumento e orientações para o coro.
1. AJALE-HAS-SAAR (Salmo 22), quer dizerv"O Socorro da manhã" ou "o romper do dia".
2. ALAMOTE (Salmo 46) significa "donzelas". Quer dizer que deve ser cantado com voz de soprano.
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3. AL-TACHETE (Salmo 57, 59, 75) significa "Não destruas". Esses três salmos deveriam se regular
pela música de um cântico começado com estas palavras. Veja Isaias 65.8. Talvès fosse uma
canção entoada por ocasião da vindima.
4. AYYELTH HASHACHAR -v>Ro titulo só salmo 22 quer dizer "A Corça da Manhã".
5. AL HASHSHEMINITH -(Salmo 6 e 12). Significa "Sobre a oitava". Quer dizer que deve ser cantado
em oitava.
6. GITTITH - Aparece em três titulos e seu significado ê discutido.
7. JONTH ELEM RECHOKIM .-. Salmo 56, "A pomba dos t erebintos distantes".
8. NEGINOTE (Salmo 4,6,56, 60 e 76) significa instrumentos de cordas". Quer dizer que o salmo deve
ser cantado com acompanhamento de instrumentos de cordas".
9. NEIOTE - (Salmo 5(, quer dizer "Instrumento de sopro". O salmo deve ser cantado com
acompanhamento de instrumento de sopro.
10. SELAH - E talvès a plavra d eque mais se tem ouvido perguntar pelo significado. E empregada 71
vezes nos salmos e três vezes pelo profeta Habacuque. Há algumas conjecturas, mas não se tem
uma tresposta final. Algumas opiniões são:
(a) Uma elevação igual a forte na música;
(b) "Louvai a lave";
(c) Uma pausa na música; um descanso vocal com interlúdio instrumental.
11. SEMINITE - (Salmo 6 e 12) significa " o oitavo". Pode ser:
(a) Uma oitava abaixo;
(b) Cantando em partes
(c) Instrumento de oito cordas. A primeira interpretação * a mais aceita.
12. SUSA - O plural ê SOSANI». Salmo 45, Salmo 69. Significa "Lirio" ou "lirios". Um cântico suave ou
um instrumento e forma de lirio. ____________ _
13. LAMNATSEACH - Aparece~nõ "titulo de 55 salmos e Habacuque 3.19. Na Vulgata aparece "in
finen". Em Português: "Para o cantor mor" (segundo a versão de Almeida Revista e Corrigida da
Imprensa Bíblica Brasileira) e "Para o Cantor Mor" (versão Revista e Atualizada da Sociedade
Bíblica do Brasil).
7. CLASSIFICAÇÃO
Várias classificações dos salmos tem sido propostas. Não è possível uma classificação rigorosa por causa
da varieade dos assuntos. A divisão em cinco livros parece ter sido a opinião dos hebreus. Cada uma delas
termina com uma doxologia. Usaremos a classifiação de E. Bickerteth, na obra História, Doutrina e
Interpretação da Bíblia, pág. 166. (o aluno que interessar deve ver detalhes nesse livro e em outros).
1. Salmos didâticos;
2. Salmos de louvor e adoração
3. Salmos de ação de Graças
4. Salmos de devoção
5. Salmos proféticos
6. Salmos históricos.
8. ESBOÇO
Apesar da classificação acima, usaremos a divisão do livro dos salmos conforme o fazlam os TTebreus; Eles
o dividiam em cinco livros como se segue:
LIVRO I - Salmo 1-41
LIVRO II - Salmos 42-72
LIVRO III - Salmos 73-89
LIVRO IV - Salmos 90-106
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LIVRO V - Salmos 107-150
Crê se que essa divisão foi feita jaara ne assemelhar ao Pentateuco, cada divisão correspondendo a um livro
da lei de Moisés.
9. FUNDO HISTÓRICO
Discorrer sobre o fundo Histórico do livro de salmos seria falar sobre toda a história do povo de Israel. Cada
um dos 150 salmos deve ser estudado no seu contexto histórico prôrpio. Os salmos viram o grande Moisés,
o estabelecimento da Monarquia israelita, passam pelas angústias do reino dividido, entram pelo cativeiro e
retornam à pátria judaica. Vieram os três primeiros grandes impérios que floresceram e caíram, exceto o
medo-persa. Mas para entender cada salmo, eles devem ser estudados separadamente.
12. MENSAGEM
A mensagem pode ser tirada e posta em uma palavra: LOUVE! ou em duas: ORE e LOUVE! Nisso se
resume a atividade e a comunhão do verdaeiro cristão.
OBSERVAÇÃO: As versões que seguem a Vulgata têm uma divisão diferente da que segue o original
Hebraico. Assim o Salmo 23 na versão Católica é de no.22. Isso acontece porque segue a LXX: onde os
salmos 9 e 10 são juntados formando um só. O 114 é unido ao 115 e têm o no. 113. O 115 è dividido em
dois como i igualmente o de no. 147. De qualquer forma, qualquer que seja a versão sempre ha 150 salmos.
PROVÉRBIOS
1. NOME
O nome provérbios é derivado da primeira palavra do titulo| habraico. O singular è MASHAL. Esta palavra
significa COMPARAÇÃO, NEDIDA, ILUSTRAÇÃO. Um provérbio típico ê o que aparece em 10.1 como
uma BREVE EXPRESSÃO SENTENCIOSA QUE CONTEM SABEDORIA. A forma literária do MASHAL
prevalece no livro. Esta forma especial é mistura do paralelismo poético com palavras compactas: e
expressões hábeis. Duas declarações são colocadas em oposição uma à outra em contraste, repetição ou
suplemento. As vezes a forma è aumentada para permitir expressões mais variadas mas a COPIA (nome
que se dá a dois versos que rimam) é a forma clássica. O plural, como aparece no original è MISHELE, e o
nome "PROVÉRBIOS DE SALOMÃO, FILHO DE DAVI, REI DE ISRAEL" (1.). Não é simplesmente uma
MÁXIMA, mas ADAGIO ou RIFÃO. Na LXX o nome è PAROIMIAE SALOMONTOS ( Provérbios ou
Parábolas de Salomão) e a Vulgata traz LÍBER PROVERBIORUM (O Livro dos Provérbios).
2. AUTORIA E DATA
Salomão é um dos três autores mencionados, e o iffals importante. Os outros são Agur e o Rei Lemuel, com
as palavras que sua mãe lhe ensinou. Aparece ainda a que é chamado PALAVRAS DOS SÁBIOS, uma
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parte de Provérbios de extensão considerável. Veja com respeito à autoria, os textos de 10.1; 22.17; 24.23;
25.1; 30.1 e 31.1. A maior parte do livro è obra do terceiro rei de Israel. Salomão é de fato autor de 3.000
provérbios (l Rs. 4.32) dos quais muitos não estão neste livro. grande parte do livro contudo, deve ser
atribuída a Salomão, mesmo porque a expressão " PALAVRAS DOS SÁBIOS", não quer dizer que seja da
autoria dos sábios, mas que eles as seguiam, aprovados e recomendavam. Agur e Lemuel não podem ser
indentificados. Os últimos redatores mencionados 110 livro são "OS HOMENS DE EZEQYUIAS" (25.1), e
não há indicação de uma redação posterior para as palavras de Agur (Cap. 30) e as do rei Lemuel (Cap; 31).
A data acompanha a autoria. Desde que a redação final do livro foi feita pêlos homens de Ezequias, a data è
antes dos anos 700 AC.
4. POSIÇÃO NO CANON
O Talmude dá a entender que havia duvidas entre os rabinos a respeito da canonicidade de Provérbios. No
Hebraico o livro de Provérbios vem depois de Salmos e antes de Jó. Mas na LXX Vulgata ele aparece na
mesma posição que . nossas versões era Português: Jõ, Salmos, Provérbios.
5. MÉTODO E PROPÓSITO
O Livro todo é uma coleção de Provérbios soltos. As vezes há um arranjo geral de acordo com o assunto.
Nos capítulos l a 9 o contraste entre a sabedoria e a loucura fornecem tópicos gerais. No capitulo 8, onde a
sabedoria é personificada, ha uma unidade completa. Como regra, entretanto, forma de COPIA DO MASHAL
ë usada e cada uma é semelhante a uma unidade completa em si mesma, não tem relação intima entre uma
e outra. Também extensas são as porções do capitulo 30 e do 31. Deve-se lembrar que a palavra MASHAL
è traduzida tanto por "PROBIO" como por "PARÁBOLA" (Bz.17.2), ou "RASGOS PROFÉTICOS' (Nm 23.7,
O livro declara um propósito que abrange toda a 24.3-23). coleção. E encontrado em 1.1-6. Em uma
palavra, este propósito è CONHECER a sabedoria (i.2tr—T;~~~RECEBER a saDedoria (1.3) e OFERECER
A SABEDORIA (1.4-6). No livro há ensinos para pessoas de todas as idades e de todas as classes sociais.
Claro que o livro tem uma base religiosa muito grande, embora ele ensine muito sobre assuntos de moral. A
moralidade no livro se baseia no espiritual. Por isso podemos também dizer que o alvo do livro è a
SABEDORIA PRATICA, tendo o seu fundamento no carater. religioso" (Angus, pâg. 172).
8. PLANO DO LIVRO
I. EXALTAÇÃO DA SABEDORIA (Pv. 1-9}
(1) Titulo, Propósito e Tema (Pv. 1.1-7)
(2) Treze lições da Sabedoria (Pv. 1.8-9.18)
II. PROVÉRBIOS DE SALOMÃO (Pv. 10.1=22.16)
III. AS PALAVRAS DOS SÁBIOS (Pv. 22.17-24.22)
IV. OUTROS PROVÉRBIOS DOS SÁBIOS (Pv. 24)
V. OUTROS PROVÉRBIOS DE SALOMÃO (Pv. 25-29)
VI. AS PALAVRAS DE AGUR ( Pv. 30O
VII. AS PALAVRAS DO REI LEMUEL (Pv. 31.1-9)
VIII. O LOUVOR DA MULHER VIRTUOSA (Pv. 31. 10-31)
9. ENSINOS PRINCIPAIS
1. A verdadeira sabedoria começa no temor do Senhor.
2. a sabedoria , que é o alvo principal
3. O insensato, o escaaecedor e o preguiçoso são relacionados com suas atitudes e pensamentos
errados por falta do temor do Senhor.
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11. MENSAGEM
A mensagem de Deus neste livro é para que aceitamos a sabedoria. Ele insiste para que clamamos por ela.
A sabedoria esta à nossa disposição (Tg.1.5) Cristo é a Sabedoria de Deus (l Co. 1.30) . Dele devemos nos
apropriar.
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BIBLIOGRAFIA:
ARCHER, Gleason L., Panorama do Antigo Testamento (São Paulo, Ed. Vida Nova, 2012)
BALANCIN, Euclides Martins, Historia do Povo de Deus / Euclides Martins Balancin. – São
Paulo: Paulus, 1989
BOECKER, Hans Jochen, orientação para a vida, direito e lei no antigo testamento, Ed Sinodal,
2004, são Leopoldo
GUNNEWEG, Antonius H.J., história de Israel dos primórdios até Bar Kochba e de Theodor Herzl até
os nossos dias, edições Loyola, 2005
HILL, Andew E., Panorama do Antigo Testamento I Andrew E. Hill, Joho H. Waltoo ;
tradução Lailah de Noronha, São Paulo: Editora Vida, 2007
ROMI AUTH, e Equipe do SAB, O alto preço da prosperidade, monarquia unida em Israel,
Série Visão Global, Editora Paulinas, 2001
SCHMIDT, Werner H., Introdução ao Antigo Testamento, Editora Sinodal, 5 edição, São Paulo,
VAUX, Roland de, Instituições de Israel no Antigo Testamento, Editora Vida Nova, 2004
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