Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

A Origem Da Biblia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 17

A utilização da acupuntura em medicina veterinária

CURSO
DE
BÍBLIA
Origens Bíblicas

1 BÍBLIA, SUA ORIGEM E HISTÓRIA

Bíblia é uma palavra de origem grega. Sua forma original é βίβλια, que é o
plural de βίβλιον, cuja transliteração é bíblion, rolo ou livro1.

“Bíblos” era o nome de uma antiga cidade Fenícia, atual Jubayl, muito
conhecida na antiguidade pela comercialização e exportação de papiros. A
palavra grega para papiro era “biblos”, derivada do nome dessa cidade. O
papiro em rolo foi o primeiro material usado para escrita pelos antigos egípcios,
gregos e romanos devido a sua facilidade de obtenção e uso, além de sua
durabilidade. Com o passar do tempo, essa expressão passou a designar o
conjunto de livros inspirados por Deus que compõem a Bíblia.

A história nos indica que o nome Bíblia foi aplicado às Sagradas Escrituras pela
primeira vez no século IV por João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla e
pregador da Palavra de Deus.2

A Bíblia faz referência a si própria como:


 “Escrituras” (Mt. 21.42),
 “Sagradas Escrituras” (Rm. 1.2),
 “Livro do Senhor” (Is. 34.16),
 “A Palavra de Deus” (Mc. 7.13; Hb. 4.12),
 “Os Oráculos de Deus” (Rm. 3.2).

1 Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Bíblia>Acesso em 15/10/15.


2 Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Línguas_e_materiais_da_Bíblia>Acesso em
15/10/15.

2
Origens Bíblicas

1.1 A Bíblia Foi Escrita em Diversos Materiais

Foram usados vários materiais para escrever a Bíblia, dos quais se podem
mencionar: tábuas de pedra, papiro, pergaminho, papel e, atualmente,
disponível nos aparelhos eletrônicos, como celulares e tablets.

As Bíblias escritas em tábuas de pedra foram feitas no Egito antigo com


inscrições entalhadas em pedras ou rochas.

A arqueologia tem apresentado descobertas de tabletes de pedra que os


antigos governantes ordenavam fazer para eventos festivos ou religiosos.
Como exemplo dessas tábuas de pedra, podem ser citados o Código de
Hamurabi3 e os Dez Mandamentos (Êx 24.12).

O papiro, que foi citado anteriormente, era uma espécie de papel rudimentar,
feito de folhas extraídas de uma planta originária do Rio Nilo, que era
processada e prensada, e servia para a escrita. Esta técnica foi sendo
aprimorada e surgiram os rolos de papiro. A arqueologia comprova sua
utilização desde o século XI a.C. na Fenícia; na Assíria e Babilônia, desde o
século VII a.C.; e no Egito, em todos os períodos. Pode-se evidenciar que,
entre os objetos encontrados em 1947 nas cavernas de Qumram 4, havia
papiros pertencentes ao século II a.C.

3Código de Hamurabi, é uma compilação de leis escritas da antiga babilônia, escrito pelo
rei Hamurábi, em 1700 a.C., e encontrado em 1901 na região da antiga Mesopotâmia.
4
Qumran é um sítio arqueológico localizado em Israel, na Cisjordânia, local que ficou
mundialmente conhecido em 1947 com a descoberta de manuscritos antigos conhecidos como
os Manuscritos do Mar Morto.

3
Origens Bíblicas

Já o pergaminho era feito de couro curtido de animal, em geral peles de cabras


e ovelhas, e tinha a forma de rolo. Eram costurados, chegando a medir até
vinte metros de comprimento. A forma de rolo em papiro ou pergaminho foi
usada para escrever o Antigo Testamento. A partir do segundo século d.C., o
rolo começou a ser substituído por folhas dobradas e costuradas chamadas de
códice. Os cristãos dessa época utilizavam esse material para registrar textos
da Bíblia.

Vale lembrar que, embora as Escrituras tenham surgido em anos posteriores


da história, os israelitas utilizavam uma forma antiga de narrar os fatos de seu
povo, que era a mensagem oral.

1.2 Abrangência Histórica e Geográfica

A Bíblia foi escrita num período de aproximadamente 1600 anos. O Antigo


Testamento foi escrito entre os anos de 1500 e 450 a.C. e o Novo Testamento,
entre 45 e 90 d.C.

Deus inspirou 40 escritores, entre eles encontram-se reis, príncipes, poetas,


profetas, pescadores, boiadeiro e outros. Algo interessante é que esses
homens possuíam características diferentes, uns sendo preparados
intelectualmente, bem situados socialmente, outros, porém, sem cultura.

No entanto, embora houvesse essas diferenças, a Bíblia não possui


contradições. Justifica-se isto, portanto, pelo fato de a Palavra de Deus ter sido
inspirada por um só Autor, o Deus eterno.

4
Origens Bíblicas

De fato, é algo que só se pode explicar como algo misterioso da parte de Deus.
Os textos da Bíblia passaram de geração em geração, foram copiados em
diversos idiomas, por diversas pessoas, em locais diferentes; no entanto,
possui uma extraordinária unidade em seus escritos, sendo que os textos se
mantêm fiéis aos originais.

Quanto ao aspecto histórico, a Bíblia contempla os primórdios desde os


registros no livro de Gênesis antes de Abraão, passando por referências à
Mesopotâmia e Egito, até uma perspectiva ampla da expansão do cristianismo
nos primeiros séculos de nossa era, e, após isto, o livro do Apocalipse.

Quanto à geografia bíblica, estende-se da Espanha ao Irã e da região sul da


península Arábica e o leste da África a Filipos, no norte da Grécia. Os territórios
de Israel e Cisjordânia ocupam a maior parte da narrativa bíblica.

2 AS DIVISÕES DOS LIVROS DA BÍBLIA

A Bíblia tem 66 livros e é dividida em dois grandes grupos de livros: o Antigo e


o Novo Testamento.

O Antigo Testamento possui 39 livros e apresenta a história do


mundo desde sua criação até os acontecimentos após a volta
dos judeus do exílio babilônico, no século IV a.C.

O Novo Testamento possui 27 livros e narra a biografia do Senhor Jesus ─


nascimento, vida, morte e ressurreição ─ bem como seus ensinamentos, a
doutrina dos apóstolos e a história da igreja desde a sua instituição até o fim
5
Origens Bíblicas

dos tempos.

A palavra utilizada para “testamento" vem do hebraico berith que significa


concerto, acordo, aliança, pacto. Ela representa o concerto de Deus com Israel,
que foi feito no Monte Sinai por meio de Moisés (Êx. 24.1-8; 34.10-28). Esse
concerto foi substituído por uma nova aliança através da morte e o derramar do
sangue do Senhor Jesus Cristo (Jr. 31.31-34).

2.1 O Antigo Testamento

O Antigo Testamento relata a relação de Deus com seu povo, Israel. Foram
cerca de trinta escritores, sendo o hebraico o idioma predominante, com curtos
trechos em aramaico, uma língua semítica aprendida pelo povo de Israel
durante seu exílio na Babilônia.

O Antigo Testamento está dividido em:

 Os livros da Lei, 5 Livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e


Deuteronômio.

 Os livros Históricos, 12 Livros: Josué, Juízes, Rute, 1º Samuel, 2º


Samuel, 1º Reis, 2º Reis, 1º Crônicas, 2º Crônicas, Esdras, Neemias e
Ester.

 Os livros Poéticos, 5 livros: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e


Cântico dos Cânticos.

 Os livros dos Profetas Maiores, 5 livros: Isaías, Jeremias, Lamentações


de Jeremias, Ezequiel e Daniel.

 Os livros dos Profetas Menores, 12 livros: Oseias, Joel, Amós, Obadias,


Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e
Malaquias.

6
Origens Bíblicas

2.2 O Novo Testamento

O Novo Testamento foi escrito na segunda metade do primeiro século, quase


em sua totalidade no grego koiné, a linguagem comum da época e bem
diferente do grego clássico dos eruditos.

O Antigo Testamento era a mensagem de Deus transmitida a seu povo Israel;


já o Novo Testamento registra o Verbo encarnado na pessoa de Jesus Cristo
como a Palavra Viva de Deus.

O Novo Testamento está dividido em:

 Os livros Biográficos, os Evangelhos, 4 livros: Mateus, Marcos, Lucas


e João.

 O livro Histórico, 1 livro: Atos dos Apóstolos.

 As Cartas, 21 livros: Romanos, 1ª. e 2ª. Coríntios, Gálatas, Efésios,


Filipenses, Colossenses, 1ª. e 2ª. Tessalonicenses, 1ª. e 2ª. Timóteo,
Tito, Filemon, Hebreus, Tiago, 1ª. e 2ª. Pedro e 1ª., 2ª., e 3ª. João e
Judas.

 O livro Profético, 1 livro: Apocalipse.

2.3 Divisão em Capítulos

Os textos originais da Bíblia não são divididos em capítulos e versículos. Essa


divisão se deu com o objetivo de facilitar a leitura e a localização das
referências textuais do Livro Sagrado. O professor Stephen Langton a dividiu
em capítulos no ano de 1227 d.C. A Bíblia tem 1.189 capítulos, sendo 929
capítulos do Antigo Testamento e 260 capítulos no Novo Testamento.

7
Origens Bíblicas

2.4 Divisão em Versículos

No ano de 1551 d.C., o Sr. Robert Stephanus agrupou os textos em versículos.


A Bíblia tem 23.214 versículos no Antigo Testamento e 7.959 versículos no
Novo Testamento.

3 LIVROS CANÔNICOS E APÓCRIFOS

3.1 Livros Canônicos

Daí deriva o significado secundário que se refere a uma regra ou padrão de


conduta, uma forma de lei. Por extensão de sentido, a palavra cânon, ou
cânone5, significa “aquilo que é conforme a medida ou conforme o padrão”.

Após algumas mudanças de significados, acabou sendo finalmente aplicada


aos livros da Bíblia. Por conseguinte, os livros canônicos da Bíblia são aqueles
considerados com qualificação de inspiração divina para serem incluídos nas
Sagradas Escrituras.

3.2 Livros Apócrifos

A etimologia do termo apócrifo é do grego, απόκρσφος, e do latim, apocryphus.


Em português, além de dizer respeito a uma obra religiosa destituída de
autoridade canônica, significa também “falso, inautêntico”. Os livros Apócrifos
são conhecidos ainda como livros Pseudocanônicos e foram escritos por
cristãos e por alguns chamados pré-cristãos. Em virtude de sua inconsistência
com o conjunto de mensagem bíblica, são rejeitados como sendo inspirados
por Deus.

5 Cânone tem sua forma em hebraico genéh, em grego, kanóni e, em latim, canón,ònis, cujo
significado é „lei, regra, medida, régua, cana de medir‟.

8
Origens Bíblicas

A inclusão desses livros apócrifos na Bíblia foi feita pela igreja romana no
Concílio de Trento em 18 de abril de 1546, para servir de reação ao movimento
protestante que combatia diversas doutrinas da igreja romana contrárias à
Bíblia. Os livros apócrifos apresentam certas referências que citam o
purgatório, a oração pelos mortos, a salvação mediante as obras, entre outras.

Os apócrifos são compostos por sete livros completos: Tobias, Judite, I


Macabeus, II Macabeus, Baruque, Sabedoria e Eclesiástico e alguns
acréscimos ao texto dos livros de Ester (10.4 a 11.1 a 16.24) e Daniel (3.24-90;
capítulos 13 e 14).

Esses livros e fragmentos adicionais são chamados de deuterocanônicos pela


igreja romana, e de apócrifos, pelos evangélicos, e foram escritos durante os
dois últimos séculos a.C.

Esses livros não suportam a menor prova de autenticidade e inspiração divinas,


pois se referem contrariamente às doutrinas básicas da Palavra de Deus e
apresentam coisas secretas, místicas e ocultas.

Seguem alguns exemplos de heresias contidas nos livros apócrifos:


 Justificação pelas obras, Tobias 4.7-11; 12:8.
 Um anjo engana Tobias e o ensina a mentir, Tobias 5.16 a 19.
 Superstições, feitiçarias e artes mágicas, Tobias 6.5, 7-9.
 Mediação dos Santos, Tobias 12.12.
 Culto e missa pelos mortos, 2º. Macabeus 12.43.

 A oração pelos mortos, 2º. Macabeus 12.44 – 46.


 O próprio autor não se julga inspirado, 2º. Macabeus 15.37-38.
 A água apaga o fogo ardente e a esmola resiste aos pecados,
Eclesiástico 3.33.
 Ensinam a existência de um lugar chamado purgatório, Sabedoria 3.1-4.
9
Origens Bíblicas

4 AS TRADUÇÕES DA BÍBLIA

4.1 Os Códices Antigos

Os códices eram pequenas placas enceradas (frequentemente de marfim ou de


madeira) usadas pelos antigos romanos para escrever. A palavra tem origem
no latim, codex, que significa código, coleção de leis.

O códice, como nova materialidade da escrita, transformou profundamente as


formas de lidar com o texto, pois gradativamente substituiu o rolo de
pergaminho como suporte da escrita. Posteriormente, o códice foi substituído
pelo livro impresso.

O códice, por permitir uma forma mais agradável de manipular o texto e de


localizá-lo mais facilmente, foi, na verdade, um marco na escrita.
Podem ser citados o Codex Alexandrinus, o Codex Bezae, o Burana Codex, o
Codex Leningrad, o Codex Regius, o Codex Sinaiticus, o Codex Vaticanus,
dentre outros.

O Codex Alexandrinus abrange a Septuaginta e grande parte do Novo


Testamento. Foi escrito na primeira metade do século V. É um dos três mais
importantes manuscritos de toda a Bíblia em grego. Os outros são o Codex
Sinaiticus e o Codex Vaticanus. O nome Alexandrinus é uma referência a
Alexandria, pois, acredita-se que é onde esse manuscrito foi originalmente
escrito.
O Codex Sinaiticus é um dos mais importantes manuscritos gregos já
descobertos, escrito no século IV, é um dos códex mais antigos e tem grande
importância literária por ser o único códex que contém todo o Novo
Testamento.

10
Origens Bíblicas

O Códice de Leningrado foi escrito em pergaminho e é um dos mais antigos e


mais completos manuscritos do texto massorético da Bíblia hebraica. Esse
manuscrito serve como texto básico para modernas traduções da Bíblia.

O Codex Vaticanus pertence ao século IV. Foi considerado por estudiosos do


idioma grego como o melhor manuscrito do Novo Testamento. É um dos
manuscritos mais antigos da Bíblia, sendo inclusive ligeiramente mais antigo
que o Codex Sinaiticus. Ele é um dos manuscritos escritos em letras gregas
unciais (maiúsculas).

4.2 As Primeiras Traduções da Bíblia

Acredita-se que a versão mais antiga de tradução da Bíblia hebraica seja a


Septuaginta, que é a tradução do Antigo Testamento hebraico para o grego
popular (koinê). Ela foi encomendada por Ptolomeu II, rei do Egito, para sua
biblioteca em Alexandria.

A Septuaginta (em latim abreviada para LXX) é a tradução bíblica que,


segundo a tradição religiosa, teria sido feita por 72 sábios rabinos, sendo seis
de cada uma das doze tribos de Israel, aproximadamente dois séculos antes de
Cristo.

Devido ao domínio grego entre os séculos IV e I a.C., o grego koinê era


conhecido e aceito pela população em geral. A versão foi muito bem recebida,
principalmente pelos judeus alexandrinos que foram os seus
principais divulgadores nas províncias de domínio helenista. A Septuaginta
ficou tão conhecida no meio religioso que suplantou os escritos em hebraico.

11
Origens Bíblicas

A Vulgata é a tradução bíblica para o latim, feita por Jerônimo, um dos pais da
Igreja, aproximadamente em 400 d.C.

No caso do Antigo Testamento, Jerônimo fez uma nova tradução a partir do


original hebraico, pois as traduções latinas existentes na época haviam sido
feitas a partir da Septuaginta grega. A dedicação deste respeitado biblista foi
tamanha que ele foi viver na Palestina durante vinte anos para estudar
hebraico com rabinos e fazer uma tradução fiel aos originais.
“Vulgata” significa “divulgada” ou “difundida”. O nome vem da expressão
vulgata versio, isto é "versão de divulgação para o povo", e foi escrita em um
latim cotidiano6.

Embora não tenha sido imediatamente aceita por ser diferente das outras
traduções conhecidas na época, tornou-se o texto oficial do cristianismo
ocidental. Neste formato, a Bíblia difundiu-se por todas as regiões do
Mediterrâneo, alcançando até o Norte da Europa.

O termo Vulgata se consolidou a partir da edição da Bíblia de 1532.

4.3 Traduções na Europa

 John Wycliffe (Língua Inglesa)


Nascido em 1320, no interior da Inglaterra, John Wycliffe, considerado um dos
precursores da Reforma Protestante, tem o seu nome associado à primeira
tradução da Bíblia para o inglês.

Os líderes da igreja romana se opuseram violentamente à Bíblia em inglês


e perseguiram Wycliffe.

6
Disponível em: <http://dbpedia.org/page/Vulgate>Acesso em 15/10/15.

12
Origens Bíblicas

 Martinho Lutero (Língua Alemã)

Enquanto estava refugiado no castelo de Wartburg, Martinho Lutero traduziu o


Novo Testamento para o alemão, tradução esta publicada em setembro de
1522.

A tradução do Antigo Testamento custou-lhe 12 anos de trabalho, e, para isto,


contou com a colaboração de uma equipe de professores de Wittenberg. O
Antigo Testamento em alemão foi impresso em 1534. A evolução da língua
alemã moderna foi em grande parte influenciada por essa tradução.

 Reina-Valera (Língua Espanhola)


A tradução original foi feita por Casiodoro de Reina, em 1569, e a revisão, em
1602, por Cipriano de Valera. Daí o nome Reina-Valera.
Entre os povos de fala espanhola, a tradução Reina-Valera é a mais apreciada
pelos evangélicos, assim como a Almeida é para os povos de língua
portuguesa.

 King James Version (Língua Inglesa)

Esta versão combinou traduções anteriores, incluindo as de Wycliffe e William


Tyndale. O nome “versão do rei James” (King James Version) se dá em virtude
de ter sido a tradução encomendada por um rei britânico. Embora já tenha
completado quatro séculos (foi publicada em 1611), essa tradução é ainda
muito usada nos países de língua inglesa. É o livro mais publicado na língua
inglesa até os dias de hoje.

13
Origens Bíblicas

4.4 A Bíblia em Português

A primeira tradução completa do Novo Testamento para o português foi feita


por João Ferreira de Almeida7 e publicada em 1681. Almeida faleceu em 1691,
deixando a tradução do Antigo Testamento traduzida até Ezequiel 48.21. A
tradução foi finalizada por um amigo de Almeida, um pastor reformado
chamado Jacobus op den Akker.

Somente no ano de 1753 foi publicada a Bíblia completa em português, em


dois volumes, sendo que em 1819 a Bíblia de Almeida foi impressa em um só
volume, em Londres.

Podemos citar também a tradução posterior em português feita por Antônio


Ferreira de Figueiredo. Nascido em Tomar, Portugal, em 14 de fevereiro de
1725, utilizou a Vulgata Latina para fazer a sua tradução para o português, cuja
obra lhe custou 18 anos para ficar pronta. Figueiredo era padre e fez aquela
que é considerada a mais famosa Bíblia católica em nosso idioma. Como
registro histórico, podemos citar a primeira tradução da Bíblia feita no Brasil por
Joaquim Nª. Sª.Nazaré, em São Luís, Maranhão, em 18478.

Outras traduções parciais também foram feitas e podemos citar algumas:

7
João Ferreira de Almeida: O tradutor João Ferreira de Almeida nasceu por volta de 1628,
em Torre de Tavares, Portugal, e morreu em 1691, na cidade de Batávia (hoje Jacarta, na ilha
de Java, Indonésia). Durante a segunda metade do século XVII, trabalhou como pastor,
missionário e tradutor para as Igrejas Reformadas do Sudeste da Ásia. Em 1656, ordenado
pastor, Almeida foi indicado para o Presbitério do Ceilão. Almeida passou por Tuticorin (Sul da
Índia), onde foi pastor por cerca de um ano. Foi casado com Lucrécia de Lemos, vinda do
catolicismo romano para o protestantismo, e teve dois filhos, um menino e uma menina. A partir
de 1663 (dos 35 anos de idade em diante, portanto), Almeida trabalhou na congregação de fala
portuguesa da cidade de Batávia, onde ficou até o final da vida, em 1691. Nesta nova fase,
teve uma intensa atividade como pastor. Ao mesmo tempo, retomou o trabalho de tradução da
Bíblia, iniciado na juventude. (http://www.sbb.org.br/a-biblia-sagrada/joao-ferreira-de-almeida)

8
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Traduções_da_Bíblia_em_língua_portuguesa.

14
Origens Bíblicas

 Em 1879 foi feita a Primeira Edição Brasileira do Novo Testamento de


Almeida, revisão feita por José Manuel Garcia, pelos pastores M.P.B. de
Carvalhosa e Alexandre Blackford.
 Em 1898 foi publicada a tradução do livro de Salmos por F.R. dos
Santos Saraiva.
 Em 1902-1912, publicação do Novo Testamento, feita na Bahia.

4.5 Versões recomendadas da Bíblia em Português

 Almeida Revista Corrigida; (ARC)


Esta edição é adotada pela Igreja Cristã Maranata e também por grande
número de igrejas evangélicas em países de fala portuguesa, especialmente no
Brasil e em Portugal.

De acordo com a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), a edição Revista e


Corrigida é a que mais se aproxima da tradução de Almeida, feita no século
XVII. A versão de Almeida Revista e Corrigida sofreu pequenos ajustes no
Brasil em 1995.

 Almeida Revista Atualizada; (ARA)


Segundo a Sociedade Bíblica do Brasil, o propósito da revisão que resultou na
edição Revista e Atualizada era formatar um texto em “linguagem atualizada
sem desnaturar certa linguagem bem antiga e tudo sem fugir ao original”.
Portanto, esta revisão Revista e Atualizada, além de ser fiel ao original e
preservar o estilo de Almeida, utiliza um português menos arcaico do que o
antigo Almeida, preservado na Revista e Corrigida.

15
Origens Bíblicas

5 DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS – OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO

As descobertas arqueológicas dos últimos três séculos foram as mais


expressivas sobre a Bíblia em virtude de muitos manuscritos bíblicos terem
sido descobertos.

Os chamados Manuscritos do Mar Morto foram, sem dúvida, o maior achado


arqueológico do século XX, cujos documentos foram sendo encontrados de
1947 até 1956, na região conhecida como deserto da Judeia, nas cavernas de
Qumran, nas imediações do mar Morto, em Israel. Esses manuscritos foram
compilados por uma seita de judeus conhecida como Essênios, que viveram
em Qumran do século II a.C. até aproximadamente 70 d.C.

Porções de toda a Bíblia Hebraica foram encontradas, exceto do Livro de Ester


e do Livro de Neemias. Os manuscritos incluem também livros apócrifos e
livros de regras da própria seita.

Das versões do texto hebraico bíblico que chegaram até os nossos dias, os
Manuscritos do Mar Morto são a mais antiga versão, datando de mil anos antes
do texto original da Bíblia Hebraica usado pelos judeus atualmente. Esses
documentos estão hoje guardados no Museu de Israel, em Jerusalém.

O que merece especial atenção e destaque é o rolo de Isaías, uma cópia


completa do texto de Isaías, que, segundo se estima, foi escrito no século II
a.C. Cabe citar também um comentário sobre Habacuque e um grande
número de fragmentos de outros livros do Antigo Testamento.

16
Origens Bíblicas

Dentro deste contexto destacam-se duas doutrinas: a Inerrância9, que afirma


que a bíblia está livre de contradições, dentro da preservação de sua
originalidade, e a Infalibilidade Bíblica, que defende que a Bíblia é somente
inerrante quando fala de fé e prática cristã, mas não mantém esta característica
quando aborda assuntos relacionados à história e à ciência.

A Bíblia é um livro de inspiração e autoria divina, em sua totalidade, conforme


versículo abaixo:

"Toda escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, redarguir, corrigir e
instruir na justiça” (2 Tim 3:16).

17

Você também pode gostar