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  • Possui graduação e mestrado em Psicologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutorado em Filosofia pela Po... moreedit
O presente artigo visa trabalhar a noção de antifilosofia na Psicanálise, conforme pensada por Jacques Lacan, sustentando o caráter antiontológico de sua teoria em duas construções específicas desenvolvidas em 1960 e 1961. Dessa forma,... more
O presente artigo visa trabalhar a noção de antifilosofia na Psicanálise, conforme pensada por Jacques Lacan, sustentando o caráter antiontológico de sua teoria em duas construções específicas desenvolvidas em 1960 e 1961. Dessa forma, inicialmente é apresentada uma discussão sobre o conceito de antifilosofia para, em seguida, discutir-se os recortes escolhidos, a saber: uma sentença retirada por Lacan de um poema de Paul Valéry no qual se explica que o Ser é localizado em determinada posição que denuncia a falha na plenitude do Nada, e uma oração selecionada de uma ode de Píndaro, a qual implica ao homem ser o sonho, enquanto anseio, de uma sombra. A partir disso, foi trabalhado o problema do Não-Ser, do Outro, do sujeito e conceitos adjuntos para se concluir que Lacan é um antifilósofo, porquanto suas construções acerca do conceito de Ser, ser humano, homem e/ou sujeito, sustentam-se em uma estrutura antiontológica, além de não propor, ou melhor, não aspirar a perspectiva de uma plenitude da verdade.
O objetivo deste artigo em forma de ensaio teórico é discutir a hipótese de que podemos compreender três distintos aspectos da morte, consoante os três registros psíquicos propostos por Jacques Lacan. Em outros... more
O  objetivo  deste  artigo  em  forma  de  ensaio  teórico  é  discutir  a  hipótese  de  que  podemos  compreender  três  distintos  aspectos  da  morte, consoante os três registros psíquicos propostos por Jacques Lacan. Em outros termos, este estudo sustenta a hipótese de que, para Lacan, é possível pensar numa tripartição da morte. Para alcançar o intuito proposto, foi realizado um estudo acerca do Nó Borromeu para, em seguida, percorrer distinções da morte em cada um dos registros estruturais  da  realidade  humana,  a  saber:  Simbólico,  Imaginário  e  Real.  Conclui-se  que  é  possível  reconhecer  as  diferenças  entre  as  mortes da seguinte maneira: a morte Simbólica enquanto inaugural, porque causa eficiente do homem; a morte Imaginária relacionada à angústia, ao pensarmos nosso aniquilamento existencial; e, por fim, a morte Real enquanto causa final de todo humano.
Este artigo tem por objetivo discutir a questão axiomática lacaniana acerca da ética psicanalítica enquanto uma ação sustentada pelo desejo que nos habita. Para tanto, discuto neste trabalho a construção do psicanalista sobre a ética... more
Este artigo tem por objetivo discutir a questão axiomática lacaniana acerca da ética psicanalítica enquanto uma ação sustentada pelo desejo que nos habita. Para tanto, discuto neste trabalho a construção do psicanalista sobre a ética interfaceada com o entendimento hegeliano da ética e do espírito. Conclui-se, finalmente, que apesar de distintas, há um paradoxo apontado pelo psicanalista francês na ética da psicanálise que a permite ser compreendida com o auxílio da fenomenologia e ética hegeliana.
Este relato de pesquisa tem por objetivo apresentar uma experiência de elaboração e execução de um curso de Capacitação em Cuidados em Saúde Mental realizado inicialmente no segundo semestre do ano de 2019 e repetido no primeiro semestre... more
Este relato de pesquisa tem por objetivo apresentar uma experiência de elaboração e execução de um curso de Capacitação em Cuidados em Saúde Mental realizado inicialmente no segundo semestre do ano de 2019 e repetido no primeiro semestre do ano de 2020 em uma Instituição Federal de Ensino Superior no sul do país. O referido curso foi ofertado em quatro encontros somando vinte horas de capacitação mesclando aspectos teóricos e experiências práticas. Sua proposta se efetivou devido ao reconhecimento dos proponentes, ambos psicólogos, de que a equipe do setor onde atuavam carecia de segurança para oferecer uma escuta inicial e encaminhar discentes que se apresentavam alterados emocionalmente. Dessa forma, apresentamos neste artigo a metodologia utilizada para o curso, além de explorarmos os conteúdos nele trabalhados para, finalmente, concluirmos que a capacitação atingiu seus objetivos, a recortar nossa tese de que uma capacitação em saúde mental, quando oferecida a profissionais de áreas diversas à da psicologia e/ou psiquiatria, traz resultados importantes na melhoria da qualidade do atendimento e no desenvolvimento da saúde mental do próprio profissional atendente.
Este artigo tem por objetivo relatar a atuação de uma equipe multiprofissional de promoção de saúde institucional em um curso de graduação do tipo bacharelado, especificamente um bacharelado “não-engenharia”, em uma Instituição Federal de... more
Este artigo tem por objetivo relatar a atuação de uma equipe multiprofissional de promoção de saúde institucional em um curso de graduação do tipo bacharelado, especificamente um bacharelado “não-engenharia”, em uma Instituição Federal de Ensino Superior (IFES) no sul do Brasil. Almejando alcançar o objetivo proposto, é apresentado um recorte da prática de diagnóstico institucional realizada no primeiro semestre do ano de 2019 pela Comissão de Saúde Institucional da IFES em tela especificando as etapas de observação participante, entrevistas e elaboração da hipótese diagnóstica e proposta de intervenção. Nessa experiência, pudemos concluir que é possível a realização de um trabalho de saúde institucional pautada nos pressupostos da Psicologia Institucional a ser desenvolvido por uma equipe multiprofissional e construída com membros de uma mesma organização, porém com algumas ressalvas. Ressaltamos, entre elas, a importância do estudo teórico contínuo, reuniões permanentes da equipe executora e uma supervisão capacitada para que a equipe não se identifique com o sintoma a ser estudado, com o sofrimento, tampouco os fenômenos de grupo da instituição a ser diagnosticada.
Resumo: O presente trabalho visa discutir brevemente as possibilidades de atuação profissional pelo exercício da psicanálise em moldes característicos de plantão psicológico. Sabe-se que, de princípio, o plantão fora criado com o intuito... more
Resumo: O presente trabalho visa discutir brevemente as possibilidades de atuação profissional pelo exercício da psicanálise em moldes característicos de plantão psicológico. Sabe-se que, de princípio, o plantão fora criado com o intuito de suprir as altas demandas sociais de atenção em saúde mental, consiste em um atendimento emergencial, adaptado à demanda apresentada, e comprometido com o acolhimento do indivíduo no momento de crise. A psicanálise, por sua vez, possui método, técnica e arcabouço teórico que apresentam empasses para uma atuação que foge da clássica apresentada por Freud. Entretanto, em Lacan e em alguns textos do próprio pai da psicanálise, encontra-se a viabilidade de uma atuação comprometida com a função do analista e seu método para além do clichê técnico. A experiência dos autores com o atendimento de plantão psicológico numa Instituição de Ensino Superior embasou a pesquisa e a fundamentação do trabalho, tanto na teoria quanto na prática. Portanto, a pergunta que sustenta o artigo é relacionada ao desafio teórico-metodológico da atuação dos próprios autores: é possível propor um trabalho em psicanálise no formato de atendimento em plantão psicológico, em uma instituição educacional?
A partir da pergunta sobre o gozo, este artigo tenciona elaborar um percurso de estudo para compreender o referido conceito no ensino lacaniano, mais propriamente em dois momentos de sua construção, a saber: o ano letivo de 1966-1967 e o... more
A partir da pergunta sobre o gozo, este artigo tenciona elaborar um percurso de estudo para compreender o referido conceito no ensino lacaniano, mais propriamente em dois momentos de sua construção, a saber: o ano letivo de 1966-1967 e o ano letivo de 1972- 1973. Com essa proposta em mente, o objetivo deste trabalho é apreender o conceito de
gozo em sua relação íntima com as noções de substância e de corpo incorpóreo. Além disso, percorrer brevemente uma tentativa de entendimento acerca do gozo do Outro e do gozo fálico. Ao final, pode-se afirmar que o conceito de gozo não pode ser reduzido à pulsão freudiana, pois tem características tais quais a ousia aristotélica, pode ser lido a partir da luta do mestre e escravo hegeliana, pode ser vinculado à ideia do gozo de Deus e sua substância se distingue das substâncias cartesianas – coisa pensante, coisa extensa e coisa divina.
O intuito deste trabalho é discutir o problema da linguística lacaniana enquanto base científica para a prática psicanalítica. Ato contínuo, a tese que se apresenta é a de que tal linguística pode ser pensada como sustentáculo científico... more
O intuito deste trabalho é discutir o problema da linguística lacaniana enquanto base científica para a prática psicanalítica. Ato contínuo, a tese que se apresenta é a de que tal linguística pode ser pensada como sustentáculo científico para a psicanálise desde uma aproximação com a matemática pura enquanto ciência que se respalda a partir de juízos sintéticos a priori. Por fim, respondese afirmativamente ao problema se considerado que a linguística lacaniana, em especial o entendimento da cadeia significante, respeita o mesmo funcionamento da proposta kantiana para as proposições matemáticas.
Este artigo tem como objetivo aprofundar o estudo de três temas destacados a partir de uma construção lacaniana em 1955, acerca de seu conceito de Outro. Construção na qual o autor sustenta seu Outro o referido às últimas hipóteses... more
Este artigo tem como objetivo aprofundar o estudo de três temas destacados a partir de uma construção lacaniana em 1955, acerca de seu conceito de Outro. Construção na qual o autor sustenta seu Outro o referido às últimas hipóteses parmenidianas no texto platônico, a um real dito radical e a uma relação com o instinto de morte. Esse caminho visa, por fim, ratificar a tese de que a morte é causa primeira e eficiente do parlêtre. Em outras palavras, intentamos confirmar a proposição de que é possível compreender o problema da morte como primeiro em relação ao impasse sexual e que essa morte deve ser entendida e descrita como causa eficiente do falasser.
Tencionamos, nestas reflexões, analisar os conceitos spinozianos de Deus, do homem e da razão, para, a partir do caráter necessário que os permeia, interrogarmos se existiria também a possibilidade de uma liberdade humana no pensamento do... more
Tencionamos, nestas reflexões, analisar os conceitos spinozianos de Deus, do homem e da razão, para, a partir do caráter necessário que os permeia, interrogarmos se existiria também a possibilidade de uma liberdade humana no pensamento do autor da Ética. Se tal liberdade existe, ela estaria situada no próprio plano racional, o que, por sua vez, levantaria ingentes problemas. A mesma questão – a da possibilidade de uma liberdade, em Freud – estaria colocada na margem de ação que, até certo ponto, ele assinala ao eu, por intermédio de sua nova divisão do aparelho psíquico, em Além do princípio de prazer (1920) e O eu e o isso (1923). Avancemos desde já que, se a ênfase de Spinoza, no que diz respeito à liberdade, recai sobre a razão, em Freud o acento é colocado sobretudo na simbolização e na significação que a tensão do desejo pode acarretar. Portanto, o nosso objetivo não é o de mostrar, ou provar, qualquer vínculo de dependência de Freud vis-à-vis de Spinoza. A nossa intenção é, antes, fazer ressaltar as diferenças que os separam, no que concerne à questão da necessidade e da liberdade.
Este trabalho é um ensaio teórico e qualitativo com o objetivo de construir um dizer sobre a questão do suicídio e da morte na filosofia e na psicanálise. Dessa forma, percorro um caminho singular: inauguro o texto com uma questão... more
Este trabalho é um ensaio teórico e qualitativo com o objetivo de construir um dizer sobre a questão do suicídio e da morte na filosofia e na psicanálise. Dessa forma, percorro um caminho singular: inauguro o texto com uma questão referente à proibição do suicídio, teço alguns comentários embasado em leituras filosóficas, costuro algumas considerações a partir da psicanálise dita freudiano-lacaniana e, finalmente, estudo o filósofo do absurdo para encerrar o texto apostando na revolta contra o absurdo da existência como uma forma, talvez seja possível dizer, de prevenção ao suicídio.
Resumo: Este artigo tem por objetivo construir um percurso acerca de dois conceitos assaz importantes para a filosofia e para a psicanálise, a morte e a angústia. Partimos de considerações acerca da morte enquanto destino de todos os... more
Resumo: Este artigo tem por objetivo construir um percurso acerca de dois conceitos assaz importantes para a filosofia e para a psicanálise, a morte e a angústia. Partimos de considerações acerca da morte enquanto destino de todos os mortais e seu entendimento na pena heideggeriana para, em seguida, construir possibilidades de leitura de ambos os conceitos na tradição psicanalítica freud-lacaniana. A hipótese que perseguimos desde o início deste trabalho é a possibilidade de conjecturar um novo entendimento para angústia enquanto angústia de castração e, a partir dos constructos filosóficos de ser-para-a-morte, angústia e, em especial, angústia de morte, mostrar que é possível dizer que a partir do percurso escolhido, toda angústia é angústia de morte. Abstract: This article aims to construct a course about two very important concepts for philosophy and psychoanalysis, death and anguish. We start with considerations about death as the fate of all mortals and their understanding in the heideggerian work, and then we construct possibilities for reading both concepts in the freud-lacanian psychoanalytic tradition. The hypothesis we have pursued since the beginning of this work is the possibility of conjecture a new understanding for anguish as an anguish of castration, and from the philosophical constructs of
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O presente artigo tem por objetivo lançar algumas questões em torno do conceito lacaniano de segunda morte, remetendo-se ao mesmo conceito como explorado pelos egípcios em sua mitologia, para pensar a possibilidade de ler o fenômeno... more
O presente artigo tem por objetivo lançar algumas questões em torno do conceito lacaniano de segunda morte, remetendo-se ao mesmo conceito como explorado pelos egípcios em sua mitologia, para pensar a possibilidade de ler o fenômeno clínico da depressão a partir deste conceito. Este trabalho, portanto, percorre algumas ideias freudianas acerca da morte, a reflexão lacaniana acerca da segunda morte, além de sucintamente trazer reflexões sobre o registro simbólico, a cadeia significante, a linguagem, e a mitologia egípcia para pensar acerca do mecanismo da depressão. Por conseguinte, conclui-se que a conceitualização psicanalítica da segunda morte parece ter sim certa relação com o mesmo conceito abordado pela mitologia desenvolvida pelos egípcios e que este mesmo conceito pode ser usado como referencial para se pensar a depressão.
Este artigo tem como objetivo apresentar uma breve discussão acerca da possibilidade de se pensar a escola, ou melhor, o pertencimento de um sujeito psicótico a uma instituição de ensino como metáfora de suplência à foraclusão do... more
Este artigo tem como objetivo apresentar uma breve discussão acerca da possibilidade de se pensar a escola, ou melhor, o pertencimento de um sujeito psicótico a uma instituição de ensino como metáfora de suplência à foraclusão do Nome-do-Pai e, por conseguinte, produtor de subjetividade. Apresentamos algumas considerações acerca da estrutura psicótica para a psicanálise, e um recorte clínico para pensar a discussão proposta; e concluímos que o referido pertencimento é capaz de fazer função de suplência para esses alunos.
Este estudo teórico tem por objetivo discutir a questão das possibilidades e impossibilidades de se fazer psicanálise na escola. Para tanto, inicia-se com uma reflexão sobre uma experiência concreta de atuação numa instituição de ensino... more
Este estudo teórico tem por objetivo discutir a questão das possibilidades e impossibilidades de se fazer psicanálise na escola. Para tanto, inicia-se com uma reflexão sobre uma experiência concreta de atuação numa instituição de ensino superior, analisando-se as demandas configuradas e os impasses aí delineados, para, em seguida, confrontarem-se os conceitos de sujeito para a psicanálise e de indivíduo na educação escolar. Por fim, investigam-se as proposições concernentes à psicanálise aplicada, no intuito de verificar sua viabilidade no contexto escolar como uma possibilidade de escuta do sujeito do inconsciente.
O foco do presente artigo consiste naquilo que se convencionou denominar de Psicanálise Aplicada. A partir de um estudo teórico, objetiva-se analisar a possibilidade ou impossibilidade de se fazer Psicanálise fora dos consultórios.... more
O foco do presente artigo consiste naquilo que se convencionou denominar de Psicanálise Aplicada. A partir de um estudo teórico, objetiva-se analisar a possibilidade ou impossibilidade de se fazer Psicanálise fora dos consultórios. Especificamente, pretende-se delinear o que é a Psicanálise Aplicada e quais suas diferenças da então Psicanálise Pura, ou Psicanálise Livre, como denominada por Sigmund Freud em sua obra. Inicia-se este estudo com a conceituação própria de Psicanálise Aplicada, posteriormente, apresentam-se algumas discussões a respeito da prática psicanalítica em instituições, uma discussão acerca da instituição na qual a psicanálise é aplicada e do psicanalista enquanto aplicado à instituição. Finalmente, conclui-se com reflexões acerca da possibilidade ou impossibilidade da Psicanálise, ou melhor, dos psicanalistas, avançarem para fora do consultório e adentrarem as instituições com o objetivo de ouvir a subjetividade e sustentar um lugar de palavra para o sujeito (do inconsciente) ali, onde quer que ele se coloque, seja na escola, no hospital, ou em qualquer outra instituição social.
O presente estudo debruça-se sobre a compreensão da rebeldia adolescente à luz das contribuições de pesquisadores referenciados na psicanálise, e objetiva subsidiar a reflexão de profissionais envolvidos com as sempre desafiadoras... more
O presente estudo debruça-se sobre a compreensão da rebeldia adolescente à luz das contribuições de pesquisadores referenciados na psicanálise, e objetiva subsidiar a reflexão de profissionais envolvidos com as sempre desafiadoras questões da adolescência; também investiga comportamentos como vandalismo e suicídio, dentre outros, buscando evidenciar os aspectos psíquicos associados.
Na literatura mundial, tornou-se comum a existência de heróis e anti-heróis com uma característica peculiar: a dupla personalidade. Entretanto, diferentemente do que se sabe acerca dessa divisão moral da personalidade, divisão... more
Na literatura mundial, tornou-se comum a existência de heróis e anti-heróis com uma característica peculiar: a dupla personalidade. Entretanto, diferentemente do que se sabe acerca dessa divisão moral da personalidade, divisão caracterizada por uma personalidade “do bem” e outra “do mal”, os casos de Transtorno Dissociativo de Identidade, ou Desordem de Personalidades Múltiplas (DPM), são bem mais complexos e apresentam uma estrutura e um mecanismo peculiarmente desenvolvidos. Neste artigo, tal entidade clínica é estudada sob a luz da psicanálise, com o intuito de elaborar conjecturas que deem conta de explicar sua etiologia e seu mecanismo de funcionamento. Dois casos históricos, Sybil Dorsett, uma jovem com 13 personalidades, e Karen Overhill, com 17 alteregos, relatados respectivamente por Schreiber (1983) e Baer (2007), são confrontados com a teoria freudiana, e uma hipótese sobre a estruturação do mundo mental nessa patologia é formulada. Críticas sobre a existência da referida desordem enquanto entidade clínica verdadeira são rebatidas e, finalmente, é apresentada uma leitura a respeito do que acreditamos ser uma possibilidade de explicação para o fenômeno, explicação esta que lança questões sobre a teoria das estruturas psíquicas em psicanálise e abre campo para a possibilidade de se cogitar uma nova estrutura possível para o ser humano.
Não lavar na água fria! Não lavar na água quente! Não secar ao sol! Não bater à máquina! Não afogar na bacia nem chacoalhar! Essas são regras básicas que um manual de como desenvolver bolos de carne, vulgo bebês, deveria conter. Mas não... more
Não lavar na água fria! Não lavar na água quente! Não secar ao sol! Não bater à máquina! Não afogar na bacia nem chacoalhar! Essas são regras básicas que um manual de como desenvolver bolos de carne, vulgo bebês, deveria conter.
Mas não é isso que encontraremos aqui.
Neste Desmanual, um pai e uma avó abrem seus corações para outros pais, avós, tios, tias e todos os excluídos da gestação para desabafar. Isso: este Desmanual não pretende ensinar coisas, mas serve para desabafar. O mais incrível é que com esse desabafo aprendemos algo da função que esses excluídos da gestação possuem na vida daquela almôndega cabeluda que muitos ousam chamar de criança. E excluídos porque, de fato, o pai, a avó e os outros não engravidam; podem engordar, o que tá próximo, mas...
Enfim, essas almôndegas precisam de nós! As mães não conseguem fazer as ca***s que a gente faz!
E as crianças precisam disso!
"Como explicar a morte de um ente querido para uma criança? Geralmente, os adultos preferem protegê-la apenas não falando sobre isso, seguindo a lógica de que, quanto menos se falar, menos a criança vai sofrer — o que não é uma boa... more
"Como explicar a morte de um ente querido para uma criança? Geralmente, os adultos preferem protegê-la apenas não falando sobre isso, seguindo a lógica de que, quanto menos se falar, menos a criança vai sofrer — o que não é uma boa solução".
Comunicação sobre o filme "A Monster Calls" ("Sete minutos depois da meia-noite").
O presente estudo tem como tema central de suas discussões o estatuto de liberdade para o homem na teoria psicanalítica e o problema da responsabilidade subjetiva. Como ponto de partida desta pesquisa, apresentamos o pressuposto da... more
O presente estudo tem como tema central de suas discussões o estatuto de liberdade para o homem na teoria psicanalítica e o problema da responsabilidade subjetiva. Como ponto de partida desta pesquisa, apresentamos o pressuposto da existência de um problema da liberdade na psicanálise ou, como o denominamos, paradoxo de Zaratustra. Tal construção tende a significar o que lemos na teoria como um problema não resolvido de seu homem enquanto hiato entre um ser determinado e um desejo, ou enquanto uma ilusão de autonomia. Para circunscrever nossa questão, optamos por trabalhar o conceito e o entendimento do determinismo, causalidade e liberdade dentro dessa tradição teórica na obra freudiana e na letra lacaniana. Resumidamente, o percurso aqui escolhido tem como intuito ratificar nossa tese de que o problema da autonomia que se apresenta nos autores elencados só pode ser resolvido – apesar de não-todo resolvido – com o advento ou a construção conceitual – e quiçá clínica – acerca do herói trágico, da ética psicanalítica, do ato ex nihilo e da ligação desses conceitos com a problemática da morte e do ser-para-a-morte. Além disso, tal autonomia só pode ser pensada como uma construção a posteriori, nachträglich, e tendo como base a ideia de uma responsabilização pelo próprio determinismo psíquico.
Esta pesquisa, desenvolvida como um estudo teórico, tem por objetivo responder a questão das possibilidades e impossibilidades de se fazer psicanálise numa instituição escolar. Para tanto, inicialmente, estuda-se a escola na... more
Esta pesquisa, desenvolvida como um estudo teórico, tem por objetivo responder a questão das possibilidades e impossibilidades de se fazer psicanálise numa instituição escolar. Para tanto, inicialmente, estuda-se a escola na contemporaneidade – e o que essa instituição social demanda de seus alunos e dos profissionais da psicologia – e a psicanálise conforme descrita e desenvolvida por Sigmund Freud – mais precisamente, o método psicanalítico, as teorias componentes da psicanálise e os instrumentos técnicos da psicanálise. Em seguida, partindo de reflexões sobre a psicanálise aplicada delineiam-se algumas possibilidades de atuação do psicanalista em um ambiente de ensino. Finalmente, apoiando-se em estudos sobre a interface psicanálise e educação propõe-se pensar os impossíveis de ambos os campos de saber e as (im)possibilidades do trabalho do psicanalista na escola. Conclui-se, então, que é válido falar em psicanálise aplicada na escola, muito embora não se possa garantir, a priori, que um ato será um ato analítico.