Invenção

A invenção das histórias em quadrinhos é a história suja de sua categorização, daquilo que as leituras procuraram descartar quando partiram para a definição do que são os quadrinhos. Por isso, será tarefa de uma teoria da sarjeta a investigação das estratégias por trás das supostas essências, formas e funções das HQs. Partindo da experiência na primeira metade do século XX, através da relação com a infância, o horror nas campanhas antiquadrinhos e o dispêndio nos postulados sobre a cultura de massa, deparamos-nos, a partir dos anos 1960, com as invenções de uma artisticidade dos quadrinhos através dos conflitos com o mundo da arte (na Pop Art, Lowbrow Art e exposições), do surgimento de uma disposição autoral, da quadrinhofilia institucionalizada (da vanguarda acadêmica ao culto da nostalgia) e do erotismo das publicações de luxo. Tal revisão histórica desencadeará uma necessária reconsideração teórica do que se traçou sobre os quadrinhos entre texto e imagem, sequencialidade e simultaneidade, figuração e narração, grade e quadrinho. Uma análise radical da montagem, enfim, das potencialidades desprezadas pelas invenções de uma categoria quadrinhos. Em resposta estão a teoria e a crítica da sarjeta: o estudo de uma percepção que legou às histórias em quadrinhos a sarjeta, uma crítica erigida sobre a ideia de que o que está na sarjeta é o sintoma de uma possibilidade, uma potência. Será, portanto, ao que está à sarjeta das invenções categorizantes das histórias em quadrinhos que esta tese se dedicará.

Definindo a objectividade de um juízo ou conhecimento como a propriedade lógica ou epistémica que os torna verdadeiros ou válidos independentemente da subjectividade dos agentes que os concebem, isto é, dos seus gostos, interesses, opiniões, desejos ou crenças pessoais, e definindo a subjectividade como a propriedade de um juízo ou conhecimento que faz depender a sua verdade ou validade desses mesmos agentes, ou seja, das suas opiniões, gostos, crenças, desejos ou interesses pessoais, será que a famosa fórmula física que faz equivaler matematicamente a energia à massa vezes a velocidade da luz ao quadrado é um juízo ou conhecimentos subjectivo? Só se entender por subjectivo o facto óbvio e indiscutível de ter sido descoberta, pensada, formulada e conhecida por um sujeito. Mas esse não é, seguramente, o sentido filosoficamente relevante do termo, pois é evidente que se não existissem sujeitos capazes de conhecer também não haveria, pura e simplesmente, conhecimento. Só que isso não prova que todos os pensamentos e conhecimentos produzidos ou alcançados por aqueles sejam em si mesmos subjectivos no sentido acima definido, mas tão só no sentido trivial e irrelevante para o caso de haver um sujeito que os tem ou descobre. Mas será que uma equação como esta é simplesmente "descoberta" e nunca, de algum modo, "inventada". A ideia de "descobrimento" pressupõe, naturalmente, que o conteúdo de uma equação não depende, de forma alguma, de quem o exprime, estando, portanto, inscrito numa dimensão exterior ao sujeito, pronta para ser encontrada, mesmo que nunca o venha a ser, que é a conhecida tese de Platão de uma objectividade supra-subjectiva das Ideias ou Formas. Mas o exemplo de Einstein coloca uma interrogação: a sua famosa equação não poderia ter sido formulada de outra maneira se não tivesse sido ele, Einstein, a fazê-lo? E isso não alteraria o conteúdo, sem que o seu grau de objectividade fosse necessariamente inferior? Por outras palavras: não há, apesar de tudo, uma margem (subjectiva) de criatividade, uma margem autoral, no processo de construção da ciência que, no entanto, não elimina a sua validade objectiva ou supra-subjectiva? A «teoria da relatividade»-que, possivelmente, teria outro nome-teria de brotar exactamente tal qual a conhecemos se fosse outra cabeça a formulá-la? Estas perguntas equivalem a introduzir uma dimensão que não se deve omitir de forma excessivamente fácil: a dimensão do sujeito na "produção" da objectividade científica. Será cientificamente indiferente que seja fulano A e não B a elaborar uma determinada teoria científica? O mesmo vale, de resto, para a matemática, já que os procedimentos de demonstração de teoremas, por exemplo, variam consoante os "autores". Isto, por sua vez, talvez obrigue a rever os termos do binómio descoberta/invenção no que ao conhecimento

Este artigo pretende refletir sobre a memória, o esquecimento e a invenção, buscando na filosofia, nas artes e na literatura inspiração e entendimento do universo das imagens. Dante, Aristóteles, Bergson, Bloom e outros autores fortes são evocados para apresentarem as suas teorias e eu entrelaço este material procurando um caminho para a prática artística e a pesquisa. Parece que pervagar pelas estâncias da memória é também visitar os lugares do esquecimento e deste movimento surgem brechas que possibilitam a manifestação da invenção. Será no inferno de Dante ou nas viagens do tempo de Aristóteles que se encontra a brecha da invenção? Pode ser que seja nas relações do homem com o mundo que o cerca por meio de imagens na teoria de Bergson ou na angústia da influência de Bloom. A memória está repleta de lembranças, algumas delas já veladas e opacas pelos efeitos do esquecimento. Quando surge no presente uma necessidade de busca de uma dessas lembranças, a memória abre uma brecha, a da invenção, que faz com que a lembrança opaca se transforme e se encaixe à necessidade do agora. Invenção! É com ela que a machina memorialis gira as suas engrenagens e renova a memória.

RESUMO O presente artigo tem como proposta apresentar algumas contribuições do pensamento das professoras Nilda Alves e Regina Leite Garcia para as pesquisas com o cotidiano escolar. Assim, ele se inicia discutindo o conceito de cotidiano pela abordagem mais comum que o mesmo assume, que é o de rotina e repetição sem criação. Em seguida, apresenta algumas contribuições de Alves e Garcia para o campo dos estudos no cotidiano escolar, dando especial destaque ao modo político de abordagem desse cotidiano, considerado, por elas, como um campo de diversidade, conflitos e produção de conhecimento e não apenas como uma dinâmica de repetição sem criação.

ABSTRACT

This article aims to present some contributions arising from the thinking of the teachers Nilda Alves and Regina Leite Garcia for the research with school " s everyday life. Thus, it starts discussing the concept of everyday, through the most common approach assumed by this very idea: routine and repetition without creation. Hereupon it offers some perceptions from Alves and Garcia on the school " s everyday life field of studies, with special attention to the political approach of this everyday life concept, considered by them not only as a repetition movement without creation, but instead, as a field of diversity, conflicts and production of knowledge.

A trilogia Memórias inventadas (a infância-2003, a segunda infância-2005 e a terceira infância-2008) coloca de novo e de forma explícita a dualidade falso/verdadeiro, que se traduz pela sua correlação com não-inventado/inventando, denominador comum de toda a sua produção literária. O depoimento "Manoel por Manoel"-na abertura dos volumes-a princípio parece resolver a questão, mas não é o que acontece, como pretende ilustrar a análise de alguns poemas, ao mesmo tempo em que exemplifica, com realizações concretas, conceitos centrais de sua poética.

ABSTRACT The trilogy Memórias Inventadas (a infância-2003, a segunda infância-2005 e a terceira infância-2008) places again and explicitly the duality true/false, which means its correlation with non-invented/inventing, common denominator to all his writing. The statement "Manoel por Manoel"-the opening of packages -at first seems to resolve the issue, but it is not what happens, as intended to illustrate the analysis of some poems, while exemplifying with concrete achievements,central concepts of his poetry.

O presente ensaio propõe-se a estabelecer vínculos entre a atenção e o conceito de margem de indeterminação, tal como formulado na filosofia de Gilbert Simondon. Tais vínculos são aqui costurados a partir da ideia de cognição inventiva. A partir deste solo conceitual, que privilegia a produção de diferença, investigamos como os imperativos de criatividade articulados à teoria neoliberal do capital humano constituem-se como uma nova faceta do biopoder contemporâneo. O texto organiza-se em dois movimentos: o primeiro consiste na construção de uma zona de ressonância entre atenção e indeterminação, à luz do pensamento de Gilbert Simondon (1989), cuja leitura é tangenciada pelas teses de Virgínia Kastrup (2007) acerca do que a autora chama de uma cognição inventiva. A abertura da cognição à invenção, em Kastrup, está vinculada à introdução, nos estudos da cognição, de duas noções que o cognitivismo negligencia: o tempo e o coletivo. Já os objetos técnicos de Simondon, pensados segundo uma lógica bastante mais complexa que o modelo de máquina automatizada nos moldes input-output, que se encontra na base do cognitivismo, comparecem aqui de modo a recolocar os vínculos entre atenção e tecnologia, legados pela modernidade e reconfigurados na contemporaneidade. Em um segundo movimento, traçamos, a partir do conceito de capital humano, apresentado em "Nascimento da Biopolítica" (curso ministrado por Michel Foucault em 1978-1979 no Collège de France), um solo a partir do qual poderemos pensar na indeterminação inventiva da atenção ocupando o centro das disputas, que têm lugar nas dinâmicas biopolíticas contemporâneas, pela capitalização das variações cognitivas consideradas criativas.

RESUMO O texto foi desenvolvido a partir de fragmentos de uma pesquisa em que a produção do campo se deu no encontro com corpos organizados como de homens usuários de álcool e outras drogas, e do sistema de saúde, mais precisamente de um Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas (CAPS ad), situado na capital do menor estado brasileiro. De inspi-ração etnográfica e cartográfica, o estudo mirou em pedagogias de invenção da vida cotidiana de homens tidos como tendo necessidades recorrentes do uso de álcool e outras drogas. Trata-se de uma pesquisa que se germinou num processo de composição de um território de (re)existência ao mandato biopolítico da obediência dos (nossos) corpos a seu fazimento como corpos dopados culturais, participantes de uma democracia da sujeição à forma-homem, sujeitos de direitos. A partir de situações que envolvem complexas negociações entre pedagogias de gênero e sexualidade, corpos de homens e uso de álcool e outras drogas, buscamos elemento...

This research is funded by São Paulo Research Foundation (FAPESP) and presents evidences obtained through  laboratory and experimental work aimed at new pedagogical alternatives in the context of music education. Analysis of creative music as a pedagogical process in music education usually lacks elements that, although not musical in nature, are important for enhancing development of musical creativity. In this context, we propose the use of a reference model for creative development, showing the first results of its application and an analysis that allows a glimpse into the complexity of music making. The methodology used for the collection and analysis of data is centered on Grounded Theory by Glaser and Strauss, enabling observation of pedagogical and creative activities from both musical and social points of view. From the results, it was possible to observe significant emerging categories on the history of individuals as the core of their musical learning experiences, conservatism and previous knowledge, and the capacity of invention and equilibration, which allowed us to see whether certain beliefs in actions that involve success or failure in music creation were in fact effective true or not.

This paper maintains alive matters that reasure a inventive view in the field of
teachers formation: How to learn in the middle, in the surfice of an experience,
outside the field of representation? How to deal with the unpredicability of formation
and the high school? How can art contribute to think and do an formation without
representation? How to teach analysing and intevening on the usual senses of an
idea of shaping something or someone? It proposes an analysis that cross three
3
verbs: to workshop, to invent and to form. When connecting verbs, we insist in
creating gestures that allow forces that are not hidden in naturalizations to be made
visible. To workshop, to invent and to form is a dive on chaos to, in it and with it, we
experience the compasses and dissonances of invention of others ways of doing.
And, in this, art is the intercession that moves us, shift us to new pathways of
formating.

O texto foi desenvolvido a partir de fragmentos de uma pesquisa em que a produção do campo se deu no encontro com corpos organizados como de homens usuários de álcool e outras drogas, e do sistema de saúde, mais precisamente de um Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas (CAPS ad), situado na capital do menor estado brasileiro. De inspi-ração etnográfica e cartográfica, o estudo mirou em pedagogias de invenção da vida cotidiana de homens tidos como tendo necessidades recorrentes do uso de álcool e outras drogas. Trata-se de uma pesquisa que se germinou num processo de composição de um território de (re)existência ao mandato biopolítico da obediência dos (nossos) corpos a seu fazimento como corpos dopados culturais, participantes de uma democracia da sujeição à forma-homem, sujeitos de direitos. A partir de situações que envolvem complexas negociações entre pedagogias de gênero e sexualidade, corpos de homens e uso de álcool e outras drogas, buscamos elementos para pensar uma democracia que seja acontecimento a partir do jogo da diferença.

Trata-se de artigo que tem como objetivo problematizar diferentes acontecimentos vividos na imanência de uma vida, a partir de alguns fios de memórias assumidos como possibilidades de escritas de produção de si e de invenção de mundos. Nesse sentido, busca escapar,  das representações e das explicações que se insinuam como atestados de verdade do vivido, aliados à hipertrofia do Eu, marcas do capítulo da Modernidade que celebra o surgimento de um sujeito autocentrado e dotado de uma consciência plena. Para tanto, busca enredar diferentes temporalidades que se constituíram como processos de autoformação, em meio a epistemologias e experimentações de vida, assumidas como dobras que nos permitiram evidenciar questões afetas às rupturas e às descontinuidades, de modo a nos ajudar a defender que uma vida está sempre em excesso em relação a qualquer escrita que se faça sobre ela. Se, ao final da leitura, surgir um fio de Ariadne que se mostre como um enredo preestabelecido por nós trata-se, certamente, de um efeito que reverberou com o próprio ato da escrita e não como efeito de uma intenção-causa primeira. Se me perguntarem: Houve esse memorial ou você inventou? Eu diria: Se não houve, agora, porque escrevi, passou a existir. Ele nunca aconteceu como verdade a priori para que possa insurgir como invenção, quantas vezes forem necessárias.

Os textos reunidos neste livro são resultado de conferências, mesas-redondas e oficinas realizadas durante o I Seminário Multidisciplinar de Estudo e Pesquisa em Arte e Educação, ocorrido em setembro de 2011, na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. O seminário propiciou trocas de experiências entre professores do Ensino Superior e da Educação Básica, estudantes, pesquisadores e artistas. A primeira parte do livro é composta por textos dos professores João-Francisco Duarte Júnior, Maria Lucia Souza de Barros Pupo, Monica Baptista Sampaio Tavares, Regina Machado e Roberto Alfredo Pompéia, além do depoimento da ceramista Shoko Suzuki. A segunda parte do livro traz os relatos das Oficinas Multidisciplinares: Corpo e Modelagem, por Ana Amália Tavares Bastos Barbosa, Aparecida Regina dos Santos e Sirlene Maria Giannotti; Desenho e Gravura, por André Luiz Yassuda, Andreia Teles Felix e Moacir Jose da Rocha Simplício; Literatura e Arte, por Alberto Roiphe e Betania Libâneo Dantas de Araujo e Narração de Histórias, por Patrícia Ribeiro de Almeida e Vinícius Souza de Azevedo. Para finalizar, o ator educador Luiz Carlos Ribeiro dos Santos descreve a Vivência Coletiva que desenvolveu com os participantes.

На междисциплинарной основе, в сочетании методов исторической поэтики и философии культуры, в т. ч. исследований культурной памяти, рассматриваются литературно-философские контексты истории создания – изобретения - города Бразилиа. К разбору привлекаются хроники словесного освоения Бразилии XVI - XVII вв., тексты бразильских политиков, ученых, философов, писателей XIX – ХХ вв. (А. Ариноса, Ж.М. де Аленкара, Ж.Б. Андрада-и-Силвы, С. Ромеро и др.), соотнесенные с различными ракурсами латиноамериканского понимания утопических ориентиров цивилизационной динамики, закрепленного в т. ч. в концеп-циях Д.Ф. Сармьенто, Ф. Аинсы, А. Рейеса. Анализируется диалектика универсального, регионального и национального в бразильском утопизме и в бразильской топике, особое внимание обращается на роль автохтонных мифов, органических метафор, кентаврических мотивов, древесной символики и на их смыслы в бразильской традиции. Исследуются методы концептуализации идеи центра в бразильском художественно-философском и социально-политическом сознании; изучаются особенности латиноамериканского гармонизирующего осмысления понятий «природа», «культура» и «цивилизация», изучаются функциональные особенности поэтики имени в латиноамериканской культуре. Выявляются ценностные ориентиры взаимодействия художественных изобретений и реальной политики в самоидентификационных процессах. Художественные, политические, практические пути к созданию города Бразилиа соотносятся между собой как различные сегменты единого семантического поля, выстраивающегося в диалектике «инвенционного» взаимодействия «идеального» и «реального». В выводах выделяется основополагающая роль дополняющих друг друга футурологического и ретроспективного рационализма, структурирующих континуум культурно-цивилизационного процесса в Латинской Америке в эстетически обусловленном коммеморативном взаимодействии вновь создаваемых культурных ценностей с ценностями историческими.
Ключевые слова: художественное изобретение, традиция, утопия, история идей, идентичность, литературы стран Латинской Америки, бразильская литература, урбанизм, символы, топика, культурная память.
An interdisciplinary study, combining methods of historical poetics and philosophy of culture, including cultural memory research, consideration of the literary and philosophical context of Brasilia city history creation and invention. The study includes Chronicles of verbal development of Brazil (16th and 17th century), texts of Brazilian politicians, scientists, and philosophers, writers of the 19th and 20th centuries. (A. Arinos, J.M. de Alencar, J.B. Andrada e Silva, S. Romero, etc.) associated with different facets of the Latin American understanding of the utopian orientation of civilizational dynamism, embodied in the concepts of D.F.Sarmiento, A.Reyes, F.Ainsa. Analysis of the dialectics of universal, regional, national in Brazilian utopianism and Brazilian topics, with special attention to the role of the indigenous myths; organic metaphors, centavric motives, and the tree symbolism and their meanings in Brazilian culture and imagery. Exploration of the ways of conceptualizing the idea of the center in Brazilian artistic-philosophical and socio-political consciousness; study of the Latin American harmonizing understanding of the concepts of «nature» and «civilization», a study of the functional features of poetics in Latin American culture. Identification of the axiological orientations of the interaction of literary inventions and real politics in the processes of self-identification. Artis-tic, political, practical ways to build Brasília as the relationship between different segments of a sin-gle semantic field, aligned in dialectics of "invention’s" interaction between "ideal" and "real". Con-clusion highlights the fundamental role of complementing of futurological and retrospectiveness ra-tionalism, structuring continuum for cultural and civilization process in Latin America in an aesthetically conditioned due to commemorating interactions between the newly created cultural and the historical values.
Key words: invention, tradition, Utopia, history, identity, literature, Latin American litera-ture, Brazilian literature, urbanism, symbols, topics, cultural memory.