Tiradentes

Quem foi Joaquim José da Silva Xavier? Muito já foi dito e escrito a respeito do conhecido mártir cuja alcunha “Tiradentes” está no inconsciente coletivo de todos os brasileiros. Neste livro, André Figueiredo Rodrigues e Maria Alda Barbosa Cabreira buscam um rosto ao único integrante da Inconfidência Mineira que, ao assumir toda a responsabilidade pela revolta, pagou com a sua própria vida no dia 21 de abril de 1789. Resultado de uma extensa pesquisa, os autores mostram toda a iconografia que englobou em seu conteúdo elementos da numismática e da filatelia. O livro também aborda os aspectos históricos da vida de Joaquim José da Silva Xavier de forma precisa e direta. Geralmente os aspectos relacionados ao colecionismo de selos e moedas é esquecido como elemento da história e isso foi resgatado de maneira brilhante pelos autores. Quem sabe outros historiadores irão voltar os seus olhares à filatelia e à numismática como fonte, muitas vezes primária, de recursos gráficos e documentais do passado. A imagem deste ícone do nosso passado aparece de maneira instantânea apenas ao se mencionar a palavra “Tiradentes”. Isto foi fruto de um imenso e intenso trabalho das lideranças republicanas brasileiras que desde o início procuraram fazer esquecer o nosso longo período monárquico. Afinal ninguém de fato sabia como era Tiradentes. Alto, baixo, loiro ou de cabelos brancos. Como resultado temos uma face que, mesmo parecida com Jesus Cristo, nos remete ao desejo de progresso, liberdade e igualdade. Fica na mente a famosa frase atribuída a este mártir nacional: “Se todos quisermos, poderemos fazer deste país uma grande nação”. Um pronunciamento como este ainda ecoa nos dias de hoje, pois o Brasil sempre foi considerado um país com um futuro promissor. Os elementos físicos, estratégicos e os recursos não faltam. Fica a questão: como seria se os acontecimentos fossem diferentes? Será que estaríamos em uma situação melhor? Afinal essa era a proposta. Os autores conseguiram mostrar os aspectos históricos e iconográficos possíveis desta figura, o que torna esta leitura obrigatória para quem deseja saber mais a respeito do nosso passado e para não cometer os mesmos erros no futuro.

Peter Meyer
Editor do Catálogo de Selos do Brasil