cinema negro

El presente artículo estudia la adaptación de los principales rasgos del film noir en el cine español clásico a través de uno de los títulos más emblemáticos: Los peces rojos. La originalidad de este análisis radica en la importancia dada al guion de esta película, escrito por Carlos Blanco. Del mismo modo, se hace hincapié en los problemas que surgieron durante su adaptación cinematográfica, dirigida por José Antonio Nieves Conde. En este guion y en su adaptación pueden encontrarse los diferentes elementos literarios y estéticos del film noir, como personajes marginales, el estilo visual de blanco y negro, el uso de iluminación leve (creando siluetas y sombras oscuras), las falsas apariencias o la historia de una desaparición y su investigación policial. Además, su compleja estructura lo convierte en uno de los guiones más importantes del cine español clásico.

Neste texto busco perceber como os filmes Café com Canela (2017), Ilha (2018) e Até o fim (2019), longas-metragens da Rosza Filmes dirigidos por Glenda Nicácio e Ary Rosa, produzem táticas de descolonização das imagens e do mundo ao articular negridade e dissidências sexuais e de gênero. Busco perceber como estas produções tensionam a emergência de cinemas negros no Brasil contemporâneo, tomando as dissidências sexuais e de gênero como problemas necessariamente ligados à racialidade. O que proponho, portanto, é menos localizar essas produções em uma genealogia queer do cinema brasileiro , do que pensar nos estranhamentos da cisheteronormatividade como uma tarefa em andamento nos cinemas negros produzidos no abismo-Brasil. De início, penso no desejo de Babu Santana em interpretar um personagem homossexual e no que implica a construção dessa possibilidade em Café com Canela. A seguir, questiono alguns aspectos da autoria negra e da experimentação cinematográfica que produz outras imagens sobre negridade e dissidências sexuais & de gênero em Ilha. Nas últimas reflexões, penso a partir de Até o fim nas inflexibilidades de gênero e no afeto negro como resposta às determinações da negridade como morte social.

A partir do processo de construção da curadoria da mostra "Cinema Negro: Capítulo de uma História Fragmentada", realizada no Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte em 2018, construo uma reflexão acerca de pontos-chaves da presença negra atrás das câmeras no curta, dialogando com iniciativas anteriores que buscaram definir (ou apontar a ausência) de um cinema negro no Brasil.

Resumo: O presente artigo pretende fazer algumas reflexões sobre o emergente cenário do Cinema Negro brasileiro. Uma discussão que iniciou ainda nos anos 1960, com crítico e cineasta David Neves, no florescer do Cinema Novo, parece ganhar uma nova configuração e percepção na contemporaneidade diante de novos contextos e a ação dos agentes neste campo. No entanto, a pertinência deste debate revela outros assuntos como: as questões de identidade e a pluralidade destas identidades; como a manifestações desta negritude no campo cinematográfico; como a reflexão sobre a questão da representação do negro no cinema brasileiro. Para tanto, alguns autores são fundamentais para a presente proposta: Abstract: This article aims to make some reflections on the emerging scenario of the Brazilian Black Cinema. A discussion that also started in the 1960s, with critic and filmmaker David Neves, the flowering of New Cinema, seems to gain a new configuration and perception in the contemporary face of new contexts and the action of the agents in this field. However, the relevance of this debate reveals other issues such as identity issues and plurality of the identities; as manifestations of blackness in the film field; as the reflection on the issue of black representation in Brazilian cinema. Therefore, some authors are fundamental to this proposal:

Livro dedicado à obra do cineasta britânco John Akomfrah e  publicado por ocasião da mostra "O Cinema de John Akomfrah - Espectros da Diáspora", realizada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) das cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
Organização: Lucas Murari e Rodrigo Sombra
Inclui ensaios e entrevistas de Akomfrah, além de textos assinados por Okwui Enwezor, Kodwo Eshun, Kobena Mercer, T.J. Demos,  Angela Prysthon, Rodrigo Sombra, Kênia Freitas, Dara Waldron, Susan McCabe e Reece Auguiste.

BOUILLET, Rodrigo Fagundes. ‘IDA AO CINEMA’ DA POPULAÇÃO NEGRA BRASILEIRA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), [S.l.], v. 12, n. 33, p. 383-401, ago. 2020. ISSN 2177-2770. Disponível em: <https://www.abpnrevista.org.br/index.php/site/article/view/972>. Acesso em: 31 ago. 2020.

Informado pelos estudos do pós-emancipação, pela crítica à historiografia clássica do cinema brasileiro e pela perspectiva do New Cinema History, o artigo tem como objetivo fazer alguns apontamentos sobre relações raciais através de experiências de “ida ao cinema” da população negra brasileira no início do século XX. Primeiro, procura refletir sobre a frequentação das sessões de cinema em Uberlândia/MG; depois, sobre a agência negra a partir e para além das salas de projeção. Argumenta-se que este eixo de análise permite observar uma nova série de protagonismos, projetos e projeções individuais e coletivas tanto no campo dos estudos do Pós-Emancipação quanto da História Cinema Brasileiro.

Este artigo objetiva refletir sobre questões de representação na construção de personagens negros no cinema brasileiro. Para tanto, é destacado o filme "Orfeu" (1999), adaptação do mito grego realizada pelo cineasta brasileiro Cacá Diegues. A partir da análise dos personagens Orfeu e Eurídice, busca-se compreender como o filme reflete questões da representação negra no cinema dos anos 1990. Em seu filme, Diegues busca inspiração em duas obras precedentes: "Orfeu da Conceição" (1956), peça teatral escrita por Vinícius de Morais e "Orfeu Negro" (1959), filme baseado na peça e realizado pelo francês Marcel Camus. As três obras compartilham o intuito de transpor a fábula grega ao contexto da favela carioca, tendo personagens (e atores) negros como protagonistas e colocando em tensão as relações entre mito e realismo. O percurso transversal que une peça e filmes permite o levantamento de discussões que marcaram a trajetória do teatro e do cinema negros no Brasil. Para desenvolver as análises, buscamos fundamento no pensamento de Robert Stam (2006; 2008) e Lucia Nagib (2006). No que concerne a questões de representação e construção de personagens, recorremos aos estudos de Joel Zito de Araújo (2004; 2018) e Beth Brait (1985). Palavras-chave: Representação. Personagem. Cinema negro. Orfeu Este trabalho se inscreve no debate sobre cultura e política, particularmente no que tange a questões de representação e raça, tendo como eixo condutor as adaptações do mito grego de Orfeu para o teatro e para o cinema brasileiros. Tais adaptações compartilham o ousado projeto de transpor a tragédia grega ao universo negro do

Based on the analysis of the short documentaries Privileges, Rio de Janeiro-Brazil, production of the collective Kbça D 'Nêga, 2018, this article addresses the various privileges existing in the cinematographic industry and in Brazilian society, as opposed to whiteness and racism. It analyzes how affirmative action policies of gender and race and how they have changed or the scenario of cinema and not Brazil. The documentary Privilege, was architected after a virtual call and letters on the streets of Niterói-Rio de Janeiro, where more than 20 people offered a respondent in the following way: what are the privileges? Do you believe you have privileges within that society? What are your privileges? You believe that back is a privilege. In the dialogue with these questions answered by people of different classes, gender, sexual orientation and color / race, we try to present a complex social panorama represented in Brazilian cinema.

Dissertação (extrato)

BOUILLET, Rodrigo Fagundes. CINEMA, ESTADO E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: ASSIMETRIAS, TENSÕES E LUTAS. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-graduação em Relações Étnico-Raciais, Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca- CEFET/RJ, 2021. Orientador: Mário Luiz de Souza. Disponível em: <http://dippg.cefet-rj.br/pprer/index.php/pt/teses-e-dissertacoes.html>

Parte-se da hipótese de que há uma produção de exclusão da população negra nacional do campo do Cinema Brasileiro. Este fato não se trataria de algo ocasional (restrito a algum período histórico) ou pontual (circunscrito aos filmes de maior público), mas sim de discriminações e desigualdades produzidas e reconfiguradas pela classe cinematográfica para manutenção de poder de seu grupo hegemônico. Assim, a pesquisa tem como objeto um estudo de caso, o estudo das relações sociais no Cinema Brasileiro, procurando entender o que a racialização no modo de produção capitalista significa em seu âmbito bem como ela é manejada para fornecer garantias ao grupo hegemônico. Como atividade historicamente dependente de subvenção estatal, interessam as disputas pela hegemonia das políticas públicas destinadas à produção de longas-metragens (o formato com maior aporte de recursos, de maior prestígio social, etc.). A pesquisa localiza-se no período de 1985 a 2016, ou seja, quando dos ventos de re-democracia burguesa trombeteavam promessas de amplos direitos sociais através do formalismo constitucional até o golpe para o pleno estabelecimento da agenda neoliberal no país. Para análise do objeto, interessam os posicionamentos revelados em discursos e práticas tanto dos agentes do Cinema Negro em suas reinvindicações quanto dos agentes que hegemonizam a classe cinematográfica, em suas formas de obstrução, opressão e exclusão – sendo a pesquisa pautada pela preocupação em compreender os agentes envolvidos e as forças de mudança nos contextos sociais, culturais, políticos e econômicos do cinema e da sociedade brasileiras. A investigação empreendida associa pesquisa descritiva, qualitativa, documental e bibliográfica como subsídios para o trabalho analítico, fundamentado teoricamente na perspectiva da Economia Política, além de aportes de estudos sobre capitalismo dependente e relações raciais. Como contribuição ao debate, identificamos a consolidação das ideologias de mérito, qualidade, profissionalização e competitividade no Cinema Brasileiro – a partir da atuação política e participação institucional de membros do grupo cinemanovista e seus legatários – como fatores que dificultam ou impedem o acesso a recursos públicos a novos agentes, sobretudo aos racializados.

Palavras-chave: Economia política; Políticas públicas; Cinema Brasileiro; Estado; Relações étnico-raciais

As reflexões que apresento aqui emergiriam de maneira mais evidente depois que assisti o
filme Travessia (Safira Moreira, 2017) no X Festival Internacional Janela de Cinema, em Recife,
Pernambuco, em 2017. As imagens que vi nos diversos filmes exibidos naqueles dias atualizavam
outros mundos e o trabalho de Safira Moreira me pareceu aglutinar a discussão que se formava
naquele momento sobre a relação entre imagem cinematográfica e a negridade como método
de descolonização; pois explicitava a Travessia – a imageação de um Mundo Implicado – como
uma tarefa estética em disputa no campo do audiovisual. Neste texto sigo algumas pistas para
a formação de um Cinema Implicado. Um cinema – em suas dimensões de produção, imagem e
crítica – que esteja densamente vinculado ao mundo e a tudo que o constitui. Para tanto, parto das
sugestões da filósofa e artista Denise Ferreira da Silva[1] acerca das possibilidades de destruição
do Mundo Ordenado e da emergência de outros modos de ser e saber que permitem a Implicação
como gesto fundamental da existência e do conhecimento. Proponho o desmantelamento dos
Cárceres Analíticos – análises críticas que operam pela desimplicação – como tática de travessia
em direção a este Cinema/Mundo, tomando como exemplo o trabalho de João Carlos Rodrigues
sobre a representação de negros e negras no cinema brasileiro. Por fim, penso em como o filme
de Safira Moreira provoca uma dissolução cronológica que põe em questão a estabilidade do
tempo linear e aponta para táticas disruptivas que vão além da representação como fim.

O artigo investiga a dinâmica de reemprego de materiais de arquivo no cinema de John Akomfrah. Argumento que em sua obra a montagem assume uma veia ensaística, encarnando um “cinema de ideias”, ao mesmo tempo em que admite uma relativa autonomia dos fragmentos apropriados. Este segundo movimento se sustenta no reconhecimento, por parte do artista, de que a raiz indicial da imagem fílmica seria em parte irredutível aos encadeamentos do discurso. Esta proposição se apoia numa análise do filme As Canções de Handsworth (1986), no qual Akomfrah põe em diálogo os levantes raciais então em curso na Inglaterra thatcherista e as aspirações de antilhanos emigrados na Grã-Bretanha do pós-guerra. 

Lemonade​ é um álbum visual de uma das cantoras pop mais populares e bem pagas no mundo. A diferença desse para os outros discos é que neste Beyoncé escancara sua negritude, feminismo e dores. Uns dizem que é o álbum mais visceral dela, outros dizem que não é verdade devido a extensa ficha técnica, polêmicas de traições, polêmicas sobre discriminação, polêmicas sobre roupas, mas acima disso tudo, poucos ousaram dizer que neste trabalho ela não ousou.

CAPÍTULO DE LIVRO

Atravessamentos pós-coloniais, imagens e memórias: sobre os filmes Negros, de Mônica Simões, e Travessia, de Safira Moreira. In: Milene Gusmão e Salete Nery. (Org.). Memória e imagens: entre filmes, séries, fotografias e significações. 1ed.Jundiaí - São Paulo: Paco Editorial, 2020, v. 1, p. 75-98.

RESUMO Esta pesquisa tem o objetivo de problematizar, no cerne da formação de professores em Pedagogia, as potencialidades do cinema negro feminino a partir da exibição do filme Kbela da cineasta Yasmin Tainá. Para isso, o artigo se propõe a defender uma perspectiva de formação docente decolonial em que as licenciandas participantes da exibição são incentivadas a produzirem novos conhecimentos inter-relacionados às corporeidades, estéticas e atuação política. Dessa forma, compreendemos que as estudantes relacionaram esses conhecimentos tanto em suas corporeidades quanto em suas futuras práticas docentes.

Neste ensaio, faço uma análise do filme “Som da Raça”, do diretor Celso Luiz Prudente, por meio da dialética hegeliana, na perspectiva da autoconstituição do personagem por meio da música, expresso na relação som-imagem. Faço primeiro uma breve apresentação filosófica da questão da identidade e da autoconstituição, partindo da concepção substancialista aristotélica e chegando na concepção relacional de Hegel. Depois, busco aplicar a filosofia, em especial a filosofia hegeliana, para realizar a interpretação do filme.

O objetivo deste trabalho foi compreender o processo de construção social das feminilidades em um bairro popular favelizado, suas relações com a violência e o poder nos momentos de lazer em bailes funke, ainda, delinear os principais aspectos da configuração e organização dos Bondes na região metropolitana de Belo Horizonte. Foi possível, também, discorrer sobre relações de poder, o estabelecimento de lideranças em diferentes níveis, regras, rearranjos para fruição do lazer, códigos de convivência e a relação entre esses e a territorialidade local.  Para compreender as complexas relações entre sujeito, subjetividade, sentidos e significados no Território Funk adotamos a abordagem histórico cultural de Vigotski e a teoria da subjetividade de Fernando Rey. Definimos a metodologia qualitativa como estratégia para atingir os objetivos e usamos a entrevista semiestruturada com as jovens meninas/mulheres funqueira e periguete. Nesse contexto, coube também a utilização de lentes feministas para o entendimento do ethos presente na rua, buscando entender a ressignificação dos códigos reelaborados por essas jovens nos bailes funk.