Eduardo Valente

Explique o sentido das seguintes afirmações: "Para o Portugal do ultimo quartel do século XX, não se perfilava nenhuma alternativa à integração européia. De resto, assinale-se que tendo sido uma opção de ordem eminentemente política, o impacto económico da adesão concretizada em 1986 tem marcado profundamente todas as dimensões da sociedade portuguesa". A adesão portuguesa ao Tratado da União Européia em 1986 corroborou os esforços cronológicos de adesão à Comunidade dos Estados Europeus e ao Tratado de Roma, previamente sistemados, que puseram termos normativos ao conjunto de países europeus. A vertente jurídica e política, enquanto desdobramento da união monetária, veio fomentar a formação de um Conselho e de uma Comissão Européia, tal como os organismos da atual Europa de Bruxelas. Evidencia esta, que marca a expansão de uma outrora comunidade, hoje União Européia. Tal desdobramento politico para além da união monetária enreda a narrativa de um Portugal que se mantém deficitário nas trocas com o exterior, revelando dificuldades em aumentar o peso das exportações face ao PIB. A abertura da economia portuguesa ao comércio internacional expressa dificuldades competitivas justificadas pelo esgotamento do modelo de crescimento económico nacional. A comparação com o padrão europeu é desfavorável para Portugal. No quadro da economia européia mundial, verifica-se a erosão da competitividade portuguesa. Ilustrativos de uma estagnação estrutural estão expressos na incapacidade de promoção das exportações e na impossibilidade de fazer face à procura interna sem recurso a importações. Além disso, a baixa tecnologia mantém o domínio das exportações portuguesas e é apenas na média-baixa tecnologia que a indústria portuguesa apresenta maior dinamismo nas vendas ao exterior. Assim sendo, entre 1986 e 2010, a produção nacional nunca conseguiu responder a mais de 70% da procura dos portugueses a as exportações não ultrapassaram um terço do PIB. Em contraste com o equilíbrio europeu, Portugal importa sempre mais do que exporta. A orientação exportadora portuguesa não acompanhou o ritmo europeu desde 1991, dilatando o atraso de 3% para 15% em média do PIB, nos dias atuais às margens de 11% para menos ou para mais. Considera-se ainda, a extrema dependência energética portuguesa, proveniente do exterior, combustíveis de energias fósseis como o petróleo e o carvão, em termos absolutos, alimentam o sector dos transportes. A taxa de dependência do exterior tem variado entre 80% e 90%. Comparativamente ao padrão europeu, Portugal requer mais energia para gerar o mesmo valor acrescentado. Diante deste contexto, uma reorientação para as energias renováveis tem sido presente no setor da indústria, onde o peso da utilização do petróleo

A ascensão da China a superpotência económica e as iniciativas multinacionais tais como os BRICS (Brasil, Russia, India, China e Africa do Sul) ou a G20 (Grupo 20) apontam para a crescente centralidade da zona da ásia-pacífico na ordem internacional. Neste contexto o "pivot" dos EUA para aquela área pode ser percepcionado como uma mudança estrutural para as relações internacionais.

Em 2002-03, a crise do Iraque esteve na origem de uma profunda cisão entre europeus e norte-americanos. Segundo alguns observadores, essa cisão resultaria em parte de uma divergência que se vinha desenhando desde ha vários anos, sintetizada assim por Roberto Kagan: "Os norte-americanos são de Marte e os europeus são de Vénus: estão de acordo relativamente a pouco coisa e compreendem-se cada vez menos. Comente este trecho levando em conta a evolução das relações transatlânticas desde o fim da Guerra Fria. A cisão da qual o texto cita, refere-se à crise do Programa de Desarmamento Nuclear Iraquiano. Nesta, ficou evidente o posicionamento americano contrario ao europeu. Este, ao lado da ONU, aprovou a implantação da resolução que previa a inspecção do território Iraquiano. Aquele, embora apoiasse a execução da inspecção continuou a manifestar cepticismo acerca das declarações Iraquianas acerca do programa. Com o fim da Guerra Fria, acentuam-se as trocas intra-blocos. Países antes soviéticos passaram pois, a dinamizar o comércio exterior através da exportação e importação, da balança comercial e do superavit destas trocas. A crise de 2002-03 no Iraque marca o inicio de uma instabilidade crônica onde antagonismos sectários fomentam insurgências e crise fiscal-o que faz o pais em questão dependente de assistência financeira estrangeira e sob complacente auxilio dos Estados Unidos para lutar contra os grupos terroristas. Neste sentido, os europeus, em especial os ingleses pleiteavam na ONU a postura de uso da força de maneira mais cautelosa e com bases mais claras, estando o parlamento a rejeitar o uso da força na Síria em 2013. As evoluções acerca do tema levam a Resolução 2261 de 2015 onde exortado o uso da força os países entram no combate aos grupos terroristas. Desta maneira, a Europa teme subjugar-se aos desejos de Washington e dele tornar-se súdito. Recuo este, que leva a União Européia a questionar de certa maneira, a proposição de um Tratado Transatlântico-TTIP. Uma vez previsto neste, uma dialéctica alfandegária de taxação sobre produtos importados, tal como sua fabricação e patentes. Ensejando manter-se enquanto detentora e reguladora do seu capital, oriundo do seu mercado de bens e serviços, a Europa hesita derrubar a barreira atlântica para estreitar laços de comércio e economia com a América. Ao passo que, para os americanos o TTPI seria de extrema valora, visto que o numero de produtos exportados cresceriam exponencialmente.

A alteração nos equilíbrios de poderes produzida pela II Guerra Mundial pode ser apontada como uma das razoes que levou à aceleração do fenómeno da descolonização. Comente esta afirmação e pronuncie-se sobre os motivos que podem explicar a circunstância de Portugal ter sido o último país europeu a levar a cabo a descolonização dos seus territórios ultramarinos. De fato, a descolonização fora marcadamente mais acentuada após alteração no equilíbrio de poderes produzida pela II Guerra Mundial. Aspecto este, que pode ser compreendido através da realização da Conferência de Bandung em 1955, que ensejou marcar um posicionamento de não-alinhamento das nações afro-asiáticas em relação as potências européias e aos Estados Unidos da América-postura. Em nome de uma vertente anti-colonialista, previa dentre outros, os princípios da não-intervenção em assuntos internos-autodeterminação dos povos, o respeito à soberania e integridade territorial de todas as nações e abstenção de todo ato ou ameaça de agressão, ou do emprego da força, contra a integridade territorial ou a independência política de outro país. Portugal fôra o ultimo pais europeu a levar a cabo a descolonização dos seus territórios ultramarinos pois pleiteava suas posses junto da ONU, a fazer política de favorecimento a favor da independência dos territórios. Portugal questionava o artigo 73 da Carta das Nações Unidas que faz declaração relativa a territórios sem governo próprio. Para tanto, ha de considerar-se o elemento das relações luso-africanas enquanto emaranhado anacrónico de interrelações que estavam sujeitas ao cenário internacional e ao golpe de estado de 1974 Português. Deve-se pois, levar em conta as inúmeras circunstâncias, as intervenções regionais e o processo de transição de países como a Angola e seu contexto, por exemplo. Neste, sobressaltam marcas de um conflito perigoso e tortuoso que culminou com sua independência em 1975.

A Europa do Século XIX caracteriza-se por um profundo reajustamento do mapa político do Continente, por uma nova balança de poderes e pela prática de uma " diplomacia de conferências ". Comente esta afirmação, evidenciando a posição de Portugal naquela época.

A definição estratégica de novos mercados-alvos por parte do Governo português evidencia uma escolha de novos países que fogem quer ao espaço de maior significado económico para a economia portuguesa (a União Européia) quer ao espaço considerado de identidade histórica (a África Lusófona). a) Porque razão assim se tem procedido? Tem-se assim procedido diante do dinamismo económico e comercial Chinês, rogando perspectivas mais contextuais no âmbito de desenvolvimento asiático e português, em uma estratégia prevista nas relações internacionais de "ganha-ganha" entre os Estados. b) Procurando ser o mais especifico possível, quais as principais características do suporte institucional e politico que sucessivos governos têm dado a esta questão? Tratando do pós-ocidentalismo, onde os Estados Unidos surgem na figura de um realismo a-ideológico, i.e., apenas dependente do interesse nacional norte-americano, fazendo com que as democracias deixem de ter o papel legitimador do passado, mostra-se frutífero estabelecer relações de caracter institucional com outros países. A exemplo do Banco Asiático de Investimento em Estruturas, onde Portugal participa como membro fundador, busca-se criar novas instituições mais flexíveis que as existentes-como o Banco Mundial e o FMI. Vê-se a garantia de que a busca por um modelo exportável e dinâmico, como o Chinês, possa impulsionar também pequenos mercados e pequenos países na dinâmica mundial através da criação de novos estatutos mais flexíveis e atuais. Neste sentido, Portugal tem corroborado uma excelente oportunidade de assumir um papel de responsável e colaborador, coroando os esforços dos Chineses como os grandes financiadores do banco. Ainda, ajudando as pequenas e medias empresas-PEM-portuguesas a expandirem suas receitas no mercado asiático. c) Acha-o adequado ou suficiente? Justifique. Lucrativo. Enquanto os maiores investidores são Chineses, Portugal tende a abarcar a busca por um dinamismo perdido na outrora Comunidade Européia, ou mesmo no colonialismo africano. De fato, o neo-isolacionismo americano pôs em questão uma enorme suspeita relativa às organizações internacionais e às alianças permanentes. Uma espécie de "colete-de-forças" que impediria os EUA de terem uma autonomia estratégica. Essa tendência tem sido repercutida também no bloco europeu, o que enseja tratar de responder com prontidão aos desafios colocados pela crise de 2008. Assim sendo, acho-se produtivo e suficientemente perspicaz para entender o equilíbrio monetário mundial.

Em 2002-03, a crise do Iraque esteve na origem de uma profunda cisão entre europeus e norte-americanos. Segundo alguns observadores, essa cisão resultaria em parte de uma divergência que se vinha desenhando desde ha vários anos, sintetizada assim por Roberto Kagan: "Os norte-americanos são de Marte e os europeus são de Vénus: estão de acordo relativamente a pouco coisa e compreendem-se cada vez menos. Comente este trecho levando em conta a evolução das relações transatlânticas desde o fim da Guerra Fria. A cisão da qual o texto cita, refere-se à crise do Programa de Desarmamento Nuclear Iraquiano. Nesta, ficou evidente o posicionamento americano contrario ao europeu. Este, ao lado da ONU, aprovou a implantação da resolução que previa a inspecção do território Iraquiano. Aquele, embora apoiasse a execução da inspecção continuou a manifestar cepticismo acerca das declarações Iraquianas acerca do programa. Com o fim da Guerra Fria, acentuam-se as trocas intra-blocos. Países antes soviéticos passaram pois, a dinamizar o comércio exterior através da exportação e importação, da balança comercial e do superavit destas trocas. A crise de 2002-03 no Iraque marca o inicio de uma instabilidade crônica onde antagonismos sectários fomentam insurgências e crise fiscal-o que faz o pais em questão dependente de assistência financeira estrangeira e sob complacente auxilio dos Estados Unidos para lutar contra os grupos terroristas. Neste sentido, os europeus, em especial os ingleses pleiteavam na ONU a postura de uso da força de maneira mais cautelosa e com bases mais claras, estando o parlamento a rejeitar o uso da força na Síria em 2013. As evoluções acerca do tema levam a Resolução 2261 de 2015 onde exortado o uso da força os países entram no combate aos grupos terroristas. Desta maneira, a Europa teme subjugar-se aos desejos de Washington e dele tornar-se súdito. Recuo este, que leva a União Européia a questionar de certa maneira, a proposição de um Tratado Transatlântico-TTIP. Uma vez previsto neste, uma dialéctica alfandegária de taxação sobre produtos importados, tal como sua fabricação e patentes. Ensejando manter-se enquanto detentora e reguladora do seu capital, oriundo do seu mercado de bens e serviços, a Europa hesita derrubar a barreira atlântica para estreitar laços de comércio e economia com a América. Ao passo que, para os americanos o TTPI seria de extrema valora, visto que o numero de produtos exportados cresceriam exponencialmente.

Café Filho teve uma postura economica que trabalhou em um primeiro momento juntamente com seu primeiro ministro Gudin: Tendo como prioridade imediata o enfrentamento da grave crise câmbial que assolava o pais, fruto da queda dos preços do Café, o governo Café Filho, empenha-se em trabalhar a pasta da Fazenda (exercida por Gudin) o seu empenhou-se na solicitaçao de capitais externos para sanar as dividas publicas e sanitarizar as finanças. Contudo, solicitante de 300 milhoes em novos creditos para a crise cambial, Gudin, enquanto primeiro ministro, conseguira apenas 80 milhoes nao tendo alternativa outra que recorrer aos emprestimos privados onde foram levantados 220 milhoes havendo para tanto garantias de 300 milhoes em reservas de ouro que o Brasil possuia. Neste periodo o Brasil se destacava como destino do (pequeno) fluxo de capital internacional de capitais do periodo. Gudin portanto, desejava remover as barreiras de entrada de capitais estrangeiros no Brasil e lançara a INSTRUCAO 113 DA SUMOC que é consolidada enquanto autorizaçao da carteira de comercio exterior-Cacex, do Banco do Brasil a emitir licenças de importaçao sem cobertura cambial para equipamentos e bens de produçao. Tratando-se claramente de um mecanismo vantajoso para o investidor externo, e estando a taxa de cambio livre-que se aplicava a entrada de capitais-inferior a taxa cambial aplicavel a categoria III de importaçoes (bens de capital), era portanto, mais vantajoso para a firma estrangeira internar bens de capital diretamente pela Instruçao 113 da Sumoc que ingressar com recursos financeiros no Brasil e comprar licenças de importaçao no leilao pertinente. E um periodo que testemunha um dos mais ortodoxos programas de estabilizaçao da historia economica contemporanea, o que gerou ampla crise de liquidez e substancial elevaçao do numero de falencias e concordatas no primeiro semestre de 1955, além de significativa queda (cerca de 15%) na formaçao bruta de capital fixo. e Posteriormente juntamente com seu segundo ministro-que toma o lugar de Café Filho: Destaque para o intuito que projetava: eliminar o « confisco cambial », que reduzia a lucratividade do setor exportador. Enquanto ministro Whitaker abandonou a politica de contençao de credito, quanto à inflaçao nada pode fazer-apenas na retorica. Unificando as taxas e procedendo a uma razoavel desvalorizaçao cambial, Whitaker fortalece significativamente a posiçao externa brasileira visando a garantir relativa proteçao as industrias apos a eliminiaçao dos agios cambias. Algo que entusiasma o FMI e o projeto que reformulava o sistema cambial brasileiro, preparado pelo economista Roberto Campos, entao superintendente do BNDE. No entanto Café Filho optou por levar o projeto ao Congresso Nacional, que significava sepultar a reforma cambial. Com a rejeiçao da proposta, Whitaker renunciou ao cargo-seu substituto na pasta da Fazenda-Mario Camara, pouco pode fazer nos três meses que restavam para o término do mandato de Café Filho.