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Em Favor de Igualdade Racial

O texto apresentado é um compactado do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) desenvolvido no curso de Pedagogia de uma universidade localizada na região amazônica. O objetivo foi analisar a materialização da História e das Culturas... more
O texto apresentado é um compactado do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) desenvolvido  no curso de Pedagogia de uma universidade localizada na região amazônica. O objetivo foi analisar a materialização da História e das Culturas indígenas no currículo escolar público de Ji-Paraná-RO e as repercussões destes estudos por meio de produções acadêmicas. A investigação se caracterizou como qualitativa (Bogdan; Biklen, 1994) em interface com a pesquisa  documental  e  a  pesquisa  bibliográfica.  A  fundamentação  teórica  levou  em  consideração  os  textos  de Bergamaschi e Gomes (2012), Walsh (2009), Neves(2013; 2016), além de documentos oficiais (Brasil, 2003; 2008). Os resultados permitiram compreender que os estudos sobre a História e as culturas indígenas no currículo escolar público de Ji-Paraná-RO tem se evidenciado de forma pontual por meio de ações esporádicas de docentes ou das recentes alterações introduzidas no livro didático. Concluímos que em uma região marcada pela presença indígena, como a Amazônia, é de fundamental importância o cumprimento da Lei 11.645/2008 por meio de investimento na formação docente inicial e continuada.
Este artigo é resultado de uma pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-graduação em Educação da UFC. Justifica-se pela necessidade do corpo docente de uma escola pública da rede municipal de ensino ao relatar a ausência e lacuna... more
Este artigo é resultado de uma pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-graduação em Educação da UFC. Justifica-se pela necessidade do corpo docente de uma escola pública da rede municipal de ensino ao relatar a ausência e lacuna na formação docente, no sentido da implementação da Lei Nº 10.639/2003. Assim, circunscreve como objetivo primordial desse estudo a possibilidade de afirmar uma mirada ancestral na formação docente, a partir dos marcadores  das  africanidades, numa  perspectiva  afrorreferenciada. Ol ócus  de  investigação  é  um  grupo  de professoras/es em efetivo exercício de sala em turmas do Ensino Fundamental -Anos Iniciais. Apresentamos ações educativas que se deram no âmbito da pesquisa-pretagógica, que delineou possibilidades curriculares para o ensino da história  e  cultura  africana  e  afro-brasileira.  Para  tanto,  buscamos  o  aporte  filosófico-teórico-metodológico  na Pretagogia (Petit, 2015), um referencial que nasce do entrelaçar de raízes-saberes teórico-metodológico-filosóficas de muitas/os pesquisadoras/es relacionados/os ao Núcleo de Estudo das Africanidades Cearenses (NACE), um Núcleo de Estudo Afro-brasileiro, ligado à Faculdade de Educação da UFC (Meijer, 2019).
A ideologia do branqueamento é uma das principais características do racismo no Brasil, e está na estrutura das relações sociais, atrelado basicamente ao aspecto referencial estético-fenotípico dos brasileiros. As reflexões tecidas neste... more
A ideologia do branqueamento é uma das principais características do racismo no Brasil, e está na estrutura das relações sociais, atrelado basicamente ao aspecto referencial estético-fenotípico dos brasileiros. As reflexões tecidas neste artigo estão focadas na ideologia do branqueamento, e para tal, nos deteremos na obra “A redenção de Cam” (1895), do artista plástico espanhol Modesto Brocos (1852-1936). Tal obra foi amplamente utilizada por jornalistas, intelectuais e ideólogos do racismo no final do século XIX e início século XX, como forma de propagandear a necessidade de mudança racial da sociedade brasileira que consideravam demasiadamente negra. Segundo suas crenças racistas, o Brasil não avançava para um patamar elevado de civilidade e desenvolvimento econômico por ser atrasado justamente pela mistura de “raças”. Para compreender a influência da obra de Modesto Brocos ao propagandear a ideologia do branqueamento,  vamos  abordar  topicamente  alguns  aspectos  teóricos  da  imagem  como  forma  de  repercutir determinadas  formas de pensar e conceber o Brasil. Especial atenção será dada à noção de imagem-despertador, seguindo as teorias de Rafael Mangana (2018), cujas ideias ajudam a compreender os impactos da obra de Brocos e sua “A Redenção de Cam”
No presente artigo pretendemos pensar a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena segundo as leis n° 10.639/2003 e 11.645/2008 no contexto da graduação de Filosofia. Levando em... more
No presente artigo pretendemos pensar a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena  segundo  as leis  n° 10.639/2003 e  11.645/2008  no  contexto  da  graduação de Filosofia.  Levando em consideração a história do Brasil e sua relação com grupos racializados, como negros e indígenas, observamos que a educação ocupa um espaço significativo na formação do cidadão e na manutenção de discursos e complexos de poder opressivos. Partindo do conceito de racismo acadêmico tal como desenvolvido por Mariléa de Almeida, listamos alguns estudos que pensam essas leis na formação docente e na prática de ensino de Filosofia no ensino básico. Concluímos com uma breve proposta de reforma curricular da graduação de Filosofia através da implementação de cotas de pesquisas e de conteúdos nas disciplinas obrigatórias.
No presente trabalho, buscou-se analisar como o discurso produz uma imagem do amor interracial entre homens negros e mulheres brancas. Entendendo a colonialidade como ideologia determinante da sociedade brasileira,... more
No presente trabalho, buscou-se analisar como o discurso produz uma imagem do amor interracial entre homens negros  e  mulheres  brancas.  Entendendo  a  colonialidade  como  ideologia  determinante  da  sociedade  brasileira, fundamentada no racismo, é imprescindível analisar como funcionam os mecanismos de significação da ideologia racista. À luz da Análise de Discurso materialista, desenvolvida a partir de Michel Pêcheux (2019 [1969]), analisaram-se letras das canções “Patricinha do Olho Azul” (2011), interpretada pelo Grupo Bom Gosto e “A loirinha, o playboy e o negão”, interpretada pela cantora Kelly Key (2003). Observou-se como são produzidas as imagens de homens negros e mulheres brancas e o modo como interagem dialeticamente as opressões de gênero (machismo), deraça (o racismo) e de classe (classismo), nas letras dessas canções. Tanto em uma canção quanto em outra, apresenta-se como necessária a justificação da eleição do amor de um homem negro por uma mulher branca, construindo-se assim uma argumentação que se baseia na cisão corpo racializado e alma (“sem cor”). Ao mesmo tempo em que o homem negro é validado “apesar de sua cor” por virtudes intrínsecas, é também valorizado por sua hipersexualidade.
O racismo ambiental é um fenômeno complexo que tem impactos desproporcionais sobre comunidades racializadashistoricamente marginalizadas. Essas comunidades enfrentam desafios significativos relacionados à exposição a riscos ambientais,... more
O racismo ambiental é um fenômeno complexo que tem impactos desproporcionais sobre comunidades racializadashistoricamente marginalizadas. Essas comunidades enfrentam desafios significativos relacionados à exposição a riscos ambientais, falta de acesso a recursos naturais e serviços básicos, além de enfrentarem dificuldades na participação em processos de tomada de decisão que afetam seu ambiente. Esta revisão bibliográfica tem como objetivo ampliar o entendimento  dos  aspectos  conceituais  e  teóricos  do  racismo  ambiental,  contribuindo  para  a  disseminação  do conhecimento  sobre  o  tema.  Para  alcançar  esse  objetivo, foram  utilizados  métodos  de  pesquisa  qualitativa  e bibliográfica, baseados em artigos científicos e livros. A revisão conclui que o racismo ambiental não é apenas uma questão de distribuição desigual de recursos e riscos ambientais, mas também está enraizado em estruturas sociais e sistemas  de  opressão.  Com  base  nessa  revisão  bibliográfica,  é  possível  fornecer  contribuições  importantes  para aumentar a conscientização sobre o racismo ambiental. A promoção da justiça ambiental, por meio de políticas e práticas que garantam a equidade e inclusão das comunidades marginalizadas, é essencial para enfrentar esse problema sistêmico e construir um futuro mais justo e sustentável.
O presente trabalho tem como objetivo analisar a perspectiva da juventude indígena da comunidade Jiripankó, localizada no sertão alagoano, em meio aos movimentos culturais e à universidade, considerando-a como um território de luta. Este... more
O presente trabalho tem como objetivo analisar a perspectiva da juventude indígena da comunidade Jiripankó, localizada no sertão alagoano, em meio aos movimentos culturais e à universidade, considerando-a como um território de luta. Este trabalho segue a metodologia da pesquisa etnográfica (MATTOS, 2011), em que buscamos discutir sobre uma temática vivenciada por um dos pesquisadores. Para realização deste estudo, foram coletadas entrevistas com duas jovens da comunidade, que fazem parte do grupo “Tonã Toa”, na qual discutimos questões relacionadas à temática do protagonismo  e  da juventude,  além da  importância  deles  para  os  movimentos  de  luta e  de  resistência.  Como embasamento teórico, utilizamos pesquisadores como Dayrell (2003), Dayrell e Gomes (2009), Santos, Ferreira e Santos (2022); e o Plano Pedagógico do Curso de Letras da Licenciatura Intercultural (CLIND-AL, 2018). Além disso, recorremos a algumas reflexões sobre o Letramento de Resistência (SOUZA, 2011), considerando a união entre espaços não formais e formais de ensino (aldeia e universidade) para a construção de um diálogo e para a formação cidadã desse grupo que, por vezes, foi silenciado. Analisamos os dados de forma qualitativa, priorizando a descrição e interpretação das falas das colaboradoras. Diante disso, constatamos que não existe apenas uma juventude (singular), mas diferentes juventudes (plural), em que ser indígena não está vinculado a um estereótipo e que cada indivíduo, por mais que carregue o traço identitário da cultura, possui uma identidade individual, na qual ele tem autonomia de escolher quais serão os caminhos que deseja trilhar.
O protagonismo feminino negro nas religiões afro-brasileiras é um campo de possibilidades para os estudos das experiências de mulheres racializadas em diversas temporalidades. O presente trabalho tem como objetivo analisar as casas... more
O protagonismo feminino negro nas religiões afro-brasileiras é um campo de possibilidades para os estudos das experiências de mulheres racializadas em diversas temporalidades. O presente trabalho tem como objetivo analisar as casas afro-religiosas, entre 1870 e 1889 no Rio de Janeiro, como espaços de sociabilidade feminina. As chamadas casas de dar fortuna despontam na imprensa carioca como locais de articulação da religiosidade negra em uma cidade escravista. Rainhas, mães, filhas e frequentadoras se tornaram figuras marcantes para a compreensão desse objeto de estudo.  A partir da leitura de documentos, à primeira vista repletos de distorções, buscamos desvendar pistas e indícios sobre a participação de mulheres plurais nesses encontros. Sob a lógica do paradigma indiciário proposto por Carlo Ginzburg (1989), analisaremos matérias publicadas nos periódicos que circulavam no período estudado, além do processo criminal de José Sebastião da Rosa (1872). Foi possível perceber, a partir da interseccionalidade (Crenshaw, 2002), diferentes experiências femininas que se cruzavam na afro-religiosidade. Mulheres negras livres, libertas ou escravizadas, brancas trabalhadoras ou das elites se encontravam nessa encruzilhada em busca de autonomia e transformação
O presente artigo busca escancarar o racismo estrutural na dermatologia brasileira. Realizou-se uma análise histórica para que se compreenda o racismo, no âmbito da dermatologia, como um processo histórico, em que as características... more
O presente artigo busca escancarar o racismo estrutural na dermatologia brasileira. Realizou-se uma análise histórica para que se compreenda o racismo, no âmbito da dermatologia, como um processo histórico, em que as características físicas de pessoas de pele branca são valorizadas, de forma que se eleva o estudo das particularidades da pele branca na dermatologia brasileira. Observa-se que tal estratégia faz parte de uma ferramenta de eugenia e de supremacia branca, que faz com que se despreze o estudo das particularidades da pele negra na área da dermatologia brasileira. O direito, como ferramenta antidiscriminatória, pode ser utilizado para introduzir, na Lei nº 8.080/90, a Lei Orgânica da Saúde, um protocolo de tratamento médico que inclua o estudo das particularidades da pele negra. É igualmente importante que o Ministério da Educação (MEC), em controle de qualidade do curso de medicina, inclua a abordagem de protocolos de tratamento da pele negra na disciplina de dermatologia.
Refletir sobre os processos de educação e analisá-los envolve compreender as demandas sociais vigentes. Assim, as instituições de educação escolar e acadêmica, bem como as instituições de educação não-formal, não podem estar alheias às... more
Refletir sobre os processos de educação e analisá-los envolve compreender as demandas sociais vigentes. Assim, as instituições de educação escolar e acadêmica, bem como as instituições de educação não-formal, não podem estar alheias às questões sociais e devem promover práticas de transformação da sociedade por um viés da ética, da justiça e da equidade. Ao aproximar esse debate das questões migratórias, argumenta-se que é necessário promover um espaço educacional de escuta e acolhida de diversas questões que estão ao redor das demandas dos(as) migrantes. A partir disso, anuncia-se que o objetivo deste artigo é discutir os preconceitos enfrentados por migrantes negros(as) no Brasil e promover uma discussão acerca da importância de uma educação antixenorracista. Trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico e justifica-se pela necessidade e urgência do debate acerca da educação para pessoas migrantes no Brasil, assim como a importância do protagonismo migratório na sociedade. Tal protagonismo deve estar presente nas instituições educacionais para garantir a promoção de uma transformação social, com a inclusão dessas pessoas e a redução dos preconceitos enfrentados. Como principais conclusões, defende-se uma educação que mantenha uma práxis de combate ao racismo por meio da compreensão da diversidade cultural, das diversas identidades e da importância da valorização das narrativas migratórias enquanto protagonistas de suas histórias.
As ações afirmativas são políticas públicas ou privadas, oriundas de lutas incansáveis dos movimentos sociais, que visam atingir o princípio constitucional da igualdade material, corrigindo exclusões socioeconômicas do passado ou... more
As ações afirmativas são políticas públicas ou privadas, oriundas de lutas incansáveis dos movimentos sociais, que visam atingir o princípio constitucional da igualdade material, corrigindo exclusões socioeconômicas do passado ou presente. Neste contexto, a Lei n.º 12.990/2014, acerca de políticas públicas de ações afirmativas em concursos públicos, surge como instrumento de reparação e justiça social causada pela sub-representação de pessoas negras no serviço público. Este artigo visa compreender os desafios e obstáculos enfrentados na implementação política de ação afirmativa de cotas raciais diante da respectiva legislação aplicável a concursos de docentes das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Trata-se de uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa, por meio de uma revisão sistematizada de literatura, onde buscamos produções acadêmicas realizadas no período de 2013 a 2023 que abordassem a temática da política de cotas raciais nos concursos públicos para docentes da rede federal de ensino. Após o refinamento dos critérios estabelecidos para a busca, foram eleitos cinco artigos, cujas análises emergiram as seguintes categorias analíticas: análise da legislação e política pública; avaliação da política pública no contexto nacional e  avaliação  de  política  pública  localmente.  Os  resultados  apontam  interpretações  distintas  do  dispositivo  legal, evidenciando comportamentos racistas e uma diferença abissal entre os resultados esperados e os encontrados, quando a normativa é aplicada nos concursos para docentes
Discute-se o diálogo reflexivo entre alfabetização de jovens e adultos e a educação das relações étnico-raciais. Trata-se de um recorte da dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGed) da Universidade... more
Discute-se o diálogo reflexivo entre alfabetização de jovens e adultos e a educação das relações étnico-raciais. Trata-se de um recorte da dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGed) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). As análises reflexivas foram realizadas por meio da abordagem qualitativa de cunho exploratório, cujo instrumento para elaboração dos dados foi a entrevista semiestruturada. Quanto às participantes, elegemos oito educandas do I segmento etapas I, II e III da modalidade EJA, que equivale ao 1º, 2º e 3º ano do ensino fundamental anos iniciais, todas autodeclaradas negras. Recorremos, também, à pesquisa bibliográfica e documental, bem como aos marcos legais que alicerçam a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e a educação das relações étnicos raciais. Os resultados apontam que o/a educando/a da EJA é o mesmo sujeito que, desde a infância, experiencia opressões sociais por conta do seu pertenço étnico, de raça/cor, de classe, de gênero e tantas outras formas de violência. Embora exista uma vasta legislação que ampare a discussão dessa temática na escola, ela ainda tem dificuldade de abordar essas questões, assim, muitas vezes, silencia-se diante do racismo estrutural que perpassa o âmbito escolar.
O presente artigo é dedicado à análise crítica do livro de literatura infantil: Contos Indígenas Brasileiros, do escritor indígena Daniel Munduruku. A literatura infantil e juvenil apresentada neste trabalho é uma área do conhecimento... more
O presente artigo é dedicado à análise crítica do livro de literatura infantil: Contos Indígenas Brasileiros, do escritor indígena Daniel Munduruku. A literatura infantil e juvenil apresentada neste trabalho é uma área do conhecimento interdisciplinar que dialoga com as artes visuais devido ao processo de interação com as imagens ilustradas e com as narrativas da oralidade africana, afro-brasileira e indígena. No contexto do ensino da arte, da história e da cultura escolar, houve um aumento significativo de publicações de livros com a temática afro-brasileira, africana e indígena a partir da promulgação da lei 10.639/03 e da lei 11.645/08 as quais tornaram os conteúdos supracitados obrigatórios em todos os níveis de ensino. Esta pesquisa buscou compreender de que modo as narrativas de oito etnias apresentadas no livro falam a respeito de como mitos, os anciãos, os costumes e as crenças contribuem para criação de imagens afirmativas de valores identitários das comunidades indígenas brasileiras. Constatamos que as narrativas analisadas estão permeadas por valores que promovem a alteridade, pois levam a uma reflexão ao tempo anterior a cultura modernista. Além disso, trazem a preservação das histórias ancestrais como fio condutor do processo de construção identitária dessas comunidades.
O artigo pretende realizar alguns apontamentos atuais de categorias-chave para se compreender a eclosão da Guerra Civil na América do Norte, entre 1861 e 1865, quais sejam o escravismo e o racismo presentes como elementos motrizes do... more
O artigo pretende realizar alguns apontamentos atuais de categorias-chave para se compreender a eclosão da Guerra Civil na América do Norte, entre 1861 e 1865, quais sejam o escravismo e o racismo presentes como elementos motrizes do conflito internacional, e explicitar como tais categorias ainda tencionam as agendas dos negros nos Estados Unidos da América. No momento em que as lutas antirracistas ecoam com maior intensidade, o texto nos parece oportuno como contribuição para o debate das questões raciais envolvendo tanto os Estados Unidos quanto o Brasil e demais nações do mundo, na proporção em que traz novas abordagens de análises. Para isso, e numa perspectiva metodológica interdisciplinar, dois autores são essenciais nesta tarefa para alargar a compreensão do fenômeno racial, Karl Marx e Friedrich Engels (1974), uma vez que ambos elaboraram, cada qual ao seu modo, escritas sobre aquela guerra. Daremos destaque ao caso da Virgínia, por possibilitar uma conexão entre o passado escravista descrito por Marx e a atual crise étnica norte-americana. Desta forma, a herança da Guerra Civil Americana influência díspares aspectos fenômicos, sociais, políticos, étnicos, jurídicos e mentais na vida das pessoas negras, cujo grau de sociabilidade ainda não se realizou devidamente.
O objetivo do presente estudo foimapear e analisar o corpo de conhecimento produzido em Psicologia do Esporte referente as relações étnico-raciais, especificamente população negra, publicados na Revista Brasileira de Psicologia do... more
O objetivo do presente estudo foimapear e analisar o corpo de conhecimento produzido em Psicologia do Esporte referente as relações étnico-raciais, especificamente população negra, publicados na Revista Brasileira de Psicologia do Esporte. Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática dos artigos publicados entre os anos de 2007 e 2022 e a análise se deu a partir da leitura dos resumos, palavras-chave e método de todos as publicações da revista, seguida da quantificação e classificação dos artigos e assuntos relacionados a temas étnico raciais. Descritores como negro/a, étnico-racial, racismo, discriminação, cor da pele, preto/a, pardo/parda foram termos pré-determinados para a busca. Dos 170 artigos incluídos nessa revisão, 92,35% eram artigos originais, 5,88% eram artigos de revisão ou histórico e 1,76%, relatos de experiência. Entre as publicações analisadas, nenhuma tratou da temática étnico racial ou se utilizou de algum dos descritores nas palavras-chave, resumo ou na amostra. Considerando ter o Brasil a maior população negra forado continente africano e a maioria da população autodeclarada como negra, as políticas e resoluções que direcionam para a importância de se coletar informações sobre a variável étnica nos sistemas de saúde e nas produções científicas, a Lei 10639/03, seusdesdobramentos e impactos nos processos educativos, os impactos que o racismo produz nos níveis de estresse e no desempenho da(o) atleta, é importante refletir sobre os achados e os não achados dessa pesquisa, que constata a necessidade de reverter esse processo de ausências, invisibilidade e de universalização de corpos.
Editorial da edição v.7, n. 1 (2024)
Apresentação da capa
Este trabalho tem como objetivo abordar sobre o caso de racismo, cometido durante o evento ATL realizado na Universidade Federal do Acre (Ufac), no ano de 2019. Para a escrita do artigo foi analisadaa matéria “Indígenas... more
Este  trabalho  tem  como  objetivo  abordar  sobre  o  caso  de  racismo,  cometido  durante  o  evento  ATL  realizado  na Universidade Federal do Acre (Ufac), no ano de 2019. Para a escrita do artigo foi analisadaa matéria “Indígenas repudiam atos de racismo em evento na Ufac”, disponível no jornal“A Tribuna”, edição n° 6.707, de 25 de maio do mesmo ano, no qual se relata a discriminação racial contra os indígenas realizada por funcionários e estudantes da instituição federal. Para  a  escrita  deste  artigo  utilizou-se  referenciais  teóricos  que  discutem  tanto sobreo  racismo  estrutural  como  o institucional e seus impactos na sociedade, sendo eles Bento (2022) Carneiro (2019), Kilomba (2019), Silvio Almeida (2021), Silva (2020), Quijano (2005), dentre outros, que ressaltam ainda os processos de enfrentamentos necessários para  o  combate  ao  racismo.  A  metodologia  é  de  cunho  bibliográfico  e  documental,  haja  vista  a  análise  do  texto jornalístico jámencionado. Mediante o trabalho compreendemos o racismo como um crime que possui suas raízes no passado, sendo resultado da colonialidade que criou a ideia de raça e organização hierarquizante estando ainda muito presente em nossa sociedade atual, colocando sobre todos a responsabilidade de combatê-lo.
Este artigo resulta de uma pesquisa que investigou como docentes da UFMG são capazes de produzir saberes e fazeres que decolonizam o conhecimento, ciência e a sociedade. Por meio de dez narrativas (auto)biográficas com docentes dessa... more
Este artigo resulta de uma pesquisa que investigou como docentes da UFMG são capazes de produzir saberes e fazeres que decolonizam o conhecimento, ciência e a sociedade. Por meio de dez narrativas (auto)biográficas com docentes dessa  instituição  foi  possível  acessarmos  estratégias,  práticas  e  ações  que  deslocam  a  universidade  do  seu  histórico colonial,  europeu,  patriarcal  e  brancocentrado.  Dessa  maneira,  ainda  que  seja  um  grande  desafio  fazer  vacilar  os alicerces de uma instituição da envergadura da universidade pública brasileira, isso já tem  se mostrado  possível  por meio, principalmente, de práticas extensionistas e afirmativas transdisciplinares e politicamente engajadas. O que tem, por consequência, uma reconstrução interminável das subjetividades docentes e da própria instituição na direção de um horizonte decolonial.
No presente artigo buscamos problematizar os discursos presente na tese “Espiritismo de Umbanda na evolução dos povos: fundamentos históricos e filosóficos” apresentada no I Congresso do Espiritismo de Umbanda, assim como algumas... more
No presente artigo buscamos problematizar os discursos presente na tese “Espiritismo de Umbanda na evolução dos povos: fundamentos históricos e filosóficos” apresentada no I Congresso do Espiritismo de Umbanda, assim como algumas  fotografias  deste  evento. Almejando  colocar  em  evidência  a  influência  da  branquitude  na  construção  das cosmovisões  umbandistas  e  sua  história,  já  que  essa  tese  foi  elaborada  e  apresentada  por  um  homem  branco. Destacando a importância de investigar os espaços ocupados por pessoas não racializadas no Estado brasileiro. Deste modo, nos aproximamos das discussões promovidas por Bento (2022) e Silva (2017) acerca do conceito de branquitude e Nogueira (2020) sobre o racismo religioso para subsidiar nossas análises. No que tange a metodologia, adotou-se a Análise de Discurso por possibilitar adentrar no mundo simbólico das linguagens, fluindo ao encontro do dito e não dito, consequentemente, evidenciando o caráter ideológico do mesmo. Neste caminho foi possível notarmos a busca pelo embranquecimento das práticas umbandistas, onde mergulhavam em cosmovisões de base cristã com o intuito de desafricanizar e desindiginezar as Umbandas, alimentando novas formas de materializar o racismo religioso.
O racismo é uma violência silenciosa e estrondosa vinda de várias pessoas. e pessoas pretas sofrem por isso diariamente em todos os âmbitos. O espaço escolar não é apenas responsável pela educação formal de crianças, mas também pelo... more
O racismo é uma violência silenciosa e estrondosa vinda de várias pessoas. e pessoas pretas sofrem por isso diariamente em todos os âmbitos. O espaço escolar não é apenas responsável pela educação formal de crianças, mas também pelo despertar do autoconhecimento para a construção de um desenvolvimento integral e saudável, envolvendo todas as relações  interpessoais  da  criança.  Deparar-se  com  o  racismo,  já  no  desenvolvimento  infantil,  é  prejudicial  para  a construção da identidade da criança preta, principalmente pela desigualdade afetiva recebida, pelos olhares e pelas falas que a reduzem, potencializando a falta de segurança em si. A desigualdade afetiva em relação às crianças pretas, durante a Educação Infantil, causa dores profundas e duradouras. A educaçãopara as relações étnico-raciais e o entendimento referente  ao  racismo  estrutural  são  essenciais  para  a  sociedade,  principalmente  no  Brasil,  país  que  mais  sequestrou populações  africanas  para  a  escravização.  Neste  cenário,  o  objetivo  desta  pesquisa  é  fomentar  discussão  crítica  e reflexiva sobre a importância do papel da escola e de como a afetividade pode ser usada como ferramenta contra o racismo  na  Educação  Infantil.  Precisamos  discutir  e  procurar  maneiras  de  enfrentamento  ao  racismo  em  todo  e qualquer  espaço.  Considerando  historicamente  a  situação  brasileira,  a  discussão  sobre  racismo  estrutural  é relativamente recente, ganhando força com a criação da Lei nº 10.639/03, ampliada pela Lei nº 11.645/08, que inclui a obrigatoriedade do ensino da História e daCultura Afro-brasileira e Indígena em toda a rede de ensino. Contudo, ainda  se  faz  necessário  compreender  que,  para  além  da  educação  formal,  é  preciso  descolonizar  as  ideias  de professores/as e de profissionais da educação, a fim de que tenham olhar humanamente diferenciado sobre crianças pretas dentro da escola.
O presente artigo tem por objetivo descrever o elo existente entre o racismo institucional, necropolítica e a ação policial a partir do filme O ódio que você semeia(2018), que aborda o racismo estrutural e a violência policial contra a... more
O presente artigo tem por objetivo descrever o elo existente entre o racismo institucional, necropolítica e a ação policial a partir do filme O ódio que você semeia(2018), que aborda o racismo estrutural e a violência policial contra a população pobre  e  negra.  A  partir  de  um  levantamento  bibliográfico  como  forma  de  sistematizar  a  análise  qualitativa  dessa pesquisa, dividimos o texto em duas partes centrais: A) Racismo institucional e estereótipos sociais na identificação de pessoas  suspeitas;  B)  Necropolítica  e  abordagem  policial:  um  olhar  a  partir  do  filme O  ódio  que  você  semeia.  Como fundamentação teórica, adotamos os conceitos e considerações de diversos autores, entre eles: Achille Mbembe (2016) e Silvio Almeida (2019). Com isso, busca-se mostrar que o racismo produz a estigmatização dos sujeitos negros perante a  sociedade,  considerando-os  potenciais  suspeitos.  Nesse  sentido  a  polícia  passa  a  ser  um  instrumento  de  violência racial, de controle e de extermínio da população negra.
Energia Vital -Axé -, Oralidade, Circularidade, Religiosidade, Corporeidades, Musicalidade, Ancestralidade, Memória, Ludicidade, Territorialidade, Cooperativismo e Comunitarismo: os valores civilizatórios afro-brasileiros expõem... more
Energia Vital -Axé -, Oralidade, Circularidade, Religiosidade, Corporeidades, Musicalidade, Ancestralidade, Memória, Ludicidade,  Territorialidade,  Cooperativismo  e  Comunitarismo:  os  valores  civilizatórios  afro-brasileiros  expõem  a presença, a influência ea participação da população negra na construção da brasilidade. Logo, por meio do método da revisão bibliográfica, a presente pesquisa tem  por objetivo refletir  sobre os valores como aspectos do samba, sob a perspectiva do reconhecimento da escola de samba como terreiro e da influência do orixá Exu para demonstrar que mesmo as investidas para industrializá-lo, descaracterizá-lo e embranquecê-lo não são capazes de fazer com que ele perca  suas  raízes  e  valores.  Para  o  desenvolvimento  deste  estudo  foi  feita  uma  pesquisa  bibliográfica,  tendo  como principais  embasamentos  teóricos  as  obras  de  Brandão  e  Trindade  (2010),  Gonzalez  (2020),  Santos  (2010),  Simas (2021), Sodré (1998) e Theodoro (2010), além do referencial musical, uma vez que se trata de uma pesquisa detemática artística e cultural nesta área. Os trabalhos desenvolvidos na comunidade do Morro da Mangueira –na escola de samba e no Museu do Samba –foram utilizados de maneira complementar para exemplificar e contribuir na construção do argumento proposto. Por fim, evidenciou-se o papel do samba como um fruto da semente africana gestada em terras brasileiras e um símbolo da identidade nacional para apontar suas características que evidenciam os valores civilizatórios afro-brasileiros, sob a perspectiva do reconhecimento da escola de samba como terreiro e da influência de Exu –orixá do  movimento,  da  dinamicidade,  da  comunicação,  da  troca  e  da  transmissão  de  Axé –no  samba,  em  nível  vocal, musical, corpóreo e comunitário. Enfatizou-se, ainda, a relevância deverificar os tais valores como um movimento do exercício da memória, que é duramente atacada pelo projeto social, político e cultural de apagamento da contribuição da população negra na construção do Brasil.
O presente artigo é resultado da participação voluntária no projeto de pesquisa “Escravidão e aldeamento: exploração dos povos indígenas no Ceará colonial” que se encontraem desenvolvimento com base no acervo de documentos disponíveis no... more
O presente artigo é resultado da participação voluntária no projeto de pesquisa “Escravidão e aldeamento: exploração dos povos indígenas no Ceará colonial” que se encontraem desenvolvimento com base no acervo de documentos disponíveis no  Centro  de Documentação  do  Cariri –(Cedocc). Assim,  a  reflexão  tem  como  objetivo  analisar  a  presença  de mulheres indígenas em fontes coloniais do século XVIII, mais precisamente na memória colonial do Ceará, a partir de uma carta elaborada por Cristóvão Soares Reimão e encaminhada ao rei Dom João V, descrevendo a situação em que mulheres indígenas estavam sendo furtadas de seus maridos. Para isso, o estudo propõe fazer uma interlocução com o termo Pega a Dente de Cachorro? Expressão bastante utilizada na região do Cariri para descrever o furto de mulheres indígenas  do  mato  para  um  engenho  ou  fazenda. Para  tal  propósito,  a  pesquisa  busca  empreender  o  método comparativo em que a análise documental entra em consonância com o arcabouço teórico que se constitui em torno dahistoriografia.
Com interesse na compreensão do modo de fazer da Comissão Permanente de Heteroidentificação Complementar à Autodeclaração da UFBA(CPHA), busca-se, a partir deste texto, alinhar as narrativas das representações estudantis articuladas... more
Com interesse na compreensão do modo de fazer da Comissão Permanente de Heteroidentificação Complementar à Autodeclaração da UFBA(CPHA), busca-se, a partir  deste  texto, alinhar as narrativas das  representações estudantis articuladas  ao  envolvimento  institucional  na  universidade  sobre  a  atuação  da  CPHA  na  apuração  de  denúncias  de fraudes  às  cotas  étnico-raciais.  Foi  utilizada  para  tanto,  como  percurso  teórico-metodológico  a  etnometodologia  e etnografia  institucional,  a  partir  de  entrevistas  compreensivas  e  diários  de  campo  com  representações  estudantis envolvidas  na  atuação  da  CPHA.  Ao  final  da  pesquisa,  apresenta  interpretação  que  a  implementação  da  CPHA  na UFBA foi uma conquista tardia garantida pelo envolvimento do Movimento Estudantil na instituição universitária que tem corroborado para o processo de reconhecimento das fraudes às cotas étnico-raciais na universidade.
O presente artigo reflete sobre as aproximações entre a ciência da história, o seu ensino e a decolonialidade: releitura crítica de contextos políticos, sociais e históricos da América Latina, das estruturas de poder e saber que herdamos... more
O presente artigo reflete sobre as aproximações entre a ciência da história, o seu ensino e a decolonialidade: releitura crítica de contextos políticos, sociais e históricos da América Latina, das estruturas de poder e saber que herdamos do antigo sistema  colonial  cujas  lógicas  ainda  dominam  nossa  contemporaneidade.  Com  esse  objetivo,  analisamos  a proposta educacional da Escola Afro-Brasileira Maria Felipa, fundada em 2018, em Salvador, na Bahia, que organiza todo o seu currículo —e não somente o do ensino de História —a partir de uma perspectiva decolonial. Realizamos revisão de literatura sobre a colonialidade e a decolonialidade, com Quijano (2009), Walsh (2013) e Ballestrin (2013); a história e seu ensino, com de Ramallo (2016; 2017) e Azevedo (2020) bem como, tomamos como base a perspectiva reflexiva  de  Passos  e  Pinheiro  (2021)  sobre  os  primeiros  anos  de  existência  da  escola.  Sobressaindo,  então,  três resultados: 1) um panorama histórico e epistemológico dos conceitos de colonialismo, colonialidade e decolonialidade, seus fundamentos, em especial no diálogo com a educação; 2) reflexão sobre quais características assumiria um ensino de  história  decolonial  e  3)  ponderação  sobre  a  proposta/experiência  de  ensino  de  história  constituída  no  Projeto Político-Pedagógico (2020) da Escola Afro-Brasileira Maria Felipa. Concluímos como é evidente a vocação da ciência histórica e do seu ensino bem como da perspectiva decolonial, em reconhecer e questionar as estruturas do passado apresentadas como “naturais”,de modo a desnaturalizá-las.
O presente artigo tem por objetivo apresentar resultados parciais de uma pesquisa realizada com jovens negras e negros do ensino médio, da rede pública estadual, na cidade de Petrópolis. O estudo objetivou compreender de que maneira se... more
O presente artigo tem por objetivo apresentar resultados parciais de uma pesquisa realizada com jovens negras e negros do ensino médio, da rede pública estadual, na cidade de Petrópolis. O estudo objetivou compreender de que maneira se  constituíam  as  trajetórias  de  sucesso  destes  estudantes.  Contudo,  ao  longo  da  pesquisa  questões  relacionadas  à necessidade da implementação de uma educação antirracista emergiram e despontaram como um caminho necessário para a garantia de direitos educacionais. Como metodologia foi utilizada a revisão bibliográfica de autores que discutem relações étnico-raciais e educação; a observação participante; e entrevistas com alunas e alunos negros e professoras que  lecionam  no  colégio. A  pesquisa  teve  como  pilares  teóricos  autores  que  discutem  questões  raciais  e  racismo estrutural, como Munanga, Souza. As particularidades das juventudes que cursam o ensino médio são apresentadas e discutidas com base nos estudos de Dayrell, Dayrrel e Jesus.
Analisa-se a obra Precisamos de novos nomes, de NoViolet Bulawayo, publicada em 2014, focando a interpelação e os conflitos sofridos pelas personagens negras femininas e periféricas no romance. Voltada ao movimento... more
Analisa-se  a  obra Precisamos  de  novos  nomes,  de  NoViolet  Bulawayo,  publicada  em  2014,  focando  a  interpelação  e  os conflitos sofridos pelas personagens negras femininas e periféricas no romance. Voltada ao movimento feminista negro e à trajetória histórica da mulher negra na sociedade, esta análise utilizou aporte teóricos de: Davis (2016), hooks (2014; 2019). Quanto à interseccionalidade, como meio de articular a interaçãodo racismo e do patriarcado, em geral, foram utilizadas  obras  das  teóricas  Collins  e  Bilge  (2020),  Crenshaw  (1991),  Vergès  (2020).  A  análise  revelou  que  as personagens  Darling, Chipo e  Fostalina, mulheres  negras e pobres,  são vítimas de interpelações comoo racismo, a objetificação e a pobreza.
A autora Conceição Evaristo debruçou-se sobre a escrita dos seus personagens de modo a ressignificar e desconstruir os estereótipos construídos ao longo da literatura brasileira, e com as mulheres protagonistas não foi diferente. Nesse... more
A autora Conceição Evaristo debruçou-se sobre a escrita dos seus personagens de modo a ressignificar e desconstruir os estereótipos construídos ao longo da literatura brasileira, e com as mulheres protagonistas não foi diferente. Nesse contexto, o presenteartigo possui, como objeto de estudo, as representações do feminino negro no conto Luamanda, suas  interpretações  e  os  contextos  formulados  pela  personagem  Luamanda.  Como  objetivos  específicos  têm-se  em descrever  a  performance  literária  empreendida  pela  autora,  especificar  as  representações  do  feminino  advindas  das narrativas evaristianas e apresentar os discursos expelidos pela personagem em questão. A metodologia baseou-se em um  estudo  qualitativo  de  abordagem  descritiva  bibliográfica  amparada  em  autores como  Ribeiro  (2021),  Carneiro (2019), Kilomba (2019), entre outros que abordam o feminino negro e as suas representações. Também fez análise dos discursos e expressões identitárias proferidos a partir da personagem Luamanda. Em termos de resultados, nota-se que as narrativas evaristianas são manifestações de denúncias e desconstrução das representações construídas em torno das mulheres  negras,  no  caso  de  Luamanda  formulou-se  a  resistência  e  a  ressignificação  de  uma  mulher  que  ansiava freneticamente  pela  liberdade.  Podendo  ser  vista  através  de  sua  voz  narrativa  como  protagonista  e  também  como construtora de uma identidade feminina negra.
A antropologia é uma ciência que busca compreender o ser humano em sua complexidade, inserindo, em sua metodologia de análise, questões sociais e culturais que circundam o indivíduo em diversas fases... more
A  antropologia  é  uma  ciência  que  busca  compreender  o  ser  humano  em  sua  complexidade,  inserindo,  em  sua metodologia  de  análise,  questões  sociais  e  culturais  que  circundam  o  indivíduo  em  diversas  fases  históricas  e  em diferentes contextos. Sua finalidade é investigar o ser humano em sua totalidade, incluindo diversos âmbitos, como cultural, religioso, social, psicológico, entre outros. Como uma de suas vertentes, a antropologia da religião dedica-se ao estudo do ser humano  sob  a sua perspectiva  religiosa, com vistas a compreender de que maneira as instituições religiosas possuem relação com as culturas diversas presentes na sociedade. Nesse sentido, o presente estudo tem o objetivo de compreender a construção da antropologia da religião no Brasil e seus estudos a respeito das religiões afro-brasileiras.  Para  atingir  essa  finalidade,  realiza-se  um  levantamento  bibliográfico,  com  a  busca  e  seleção  de  artigos científicos  e  doutrinas,  por  meio  de  uma  abordagem  qualitativa.  Como  resultados,  foi  possível  observar  que  a antropologia da religião passou por fases diversas nos estudos sobre as religiões afro-brasileiras, sendo cada uma delas caracterizadas por aspectos que marcaram as respectivas épocas.
O presente trabalho se organiza através de uma metodologia de cunho qualitativo, referenciado em fontes bibliográficas, notícias publicadas pelos meios de comunicação. São discutidas diversas questões relacionadas ao negro na... more
O  presente  trabalho  se  organiza  através de  uma  metodologia  de  cunho  qualitativo,  referenciado  em  fontes bibliográficas, notícias publicadas pelos meios de comunicação. São discutidas diversas questões relacionadas ao negro na sociedade, incluindo aspectos relacionados à identidade da mulher negra que se expressa, entre outras possibilidades, através de seu cabelo. Tais recursos permitem compreender como questões vinculadas ao racismo estão  intimamente  ligadas  à  sociedade  brasileira,  pois  são  escancaradas  nainternet  através,  por  exemplo,  de comentários em perfis de redes sociais como Facebooke Instagram. Dada a amplitude, relevância do tema e sua existência na realidade material da vida em sociedade, a discussão desses assuntos na escola mostra-se essencial. Devido a esse quadro, são feitas algumas reflexões sobre a valorização das expressões da negritude, bem como a necessidade  de  se  denunciar  e  combater  o  racismo  existente  na  sociedade  brasileira  e  o  papel  da  escola  nesse processo de construção de uma sociedade antirracista
O artigo analisa a relação entre Estado e os povos indígenas com base no Relatório Figueiredo, documento que expõe a violência estatal contra as populações originárias, refletindo o caso da etnia Cinta Largadescrito no relatório. A... more
O artigo analisa a relação entre Estado e os povos indígenas com base no Relatório Figueiredo, documento que expõe a violência estatal contra as populações originárias, refletindo o caso da etnia Cinta Largadescrito no relatório. A análise será feita a partir do conceito de Necropolítica do historiador camaronês Achille Mbembe, que problematiza a relação entre  poder  e  morte  como  objeto  de  gestão,  comparando  a  política  de  morte  à  política  de  extermínio  indígena.O objetivo  é  refletir  as  ações  colonialistas de  forças  políticas,  econômicas  e  estatais  que  agem  contra  os  indígenas caracterizadas  como  um  poder necropolítico.  O  primeiro  tópico  questiona  as  práticas  coloniais  que  ainda  estão presentes nas instituições do Estado. Em seguida, uma análise do Relatório Figueiredo sobre a violência como uma política de morte e controle do Estado. Por fim, uma reflexão sobre a Necropolítica como um projeto de poder quando outras forças, para além do Estado, invadem terras indígenas mantendo a lógica colonial.
Mais um 25 de julho, mais uma edição da Revista Em Favor de Igualdade Racial (Refir), em mais um Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenhae Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Essa data... more
Mais  um  25  de  julho,  mais  uma  edição  da Revista  Em  Favor  de  Igualdade  Racial (Refir), em mais um Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenhae Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Essa data de publicação não é por acaso, nadana luta antirracista é por acaso, é justamente no sentido de abrilhantar ainda mais essa data tão importante para os diversos movimentos negros, sobretudo de mulheres negras, do sul global. Nesse sentido temos a incumbência de comemorar essa data importante, pois sabemos que é  fruto  da  luta  antirracista  de  grandes  mulheres  pela  sobrevivência  em  uma sociedade  misógina, machista e sobretudo racista.
O filme “O Senhor do Trem” consiste no objeto de análise desta resenha, é uma produção cinematográfica do gênero curta deanimação, foi lançado em 2022, a obra possui a direção de Aída Queiroz e Cesar Coelho, vale destacar que o roteiro... more
O filme “O Senhor do Trem” consiste no objeto de análise desta resenha, é uma produção cinematográfica do gênero curta deanimação, foi lançado em 2022, a obra possui a direção de Aída Queiroz e Cesar Coelho, vale destacar que o roteiro também foi desenvolvido pela referida diretora que utilizou como inspiração o texto intitulado “Velha Guarda da Portela” de autoria do sambista Marquinhos de Oswaldo Cruz (SILVA, 2021).
O documentário Mokambo -Nguzo Malunda Bantu (Força da Tradição Bantu)–disponível desde 2022 na plataforma de streaming Globoplay–, é dirigido pela jornalista e cineasta Soraya Públio Mesquita, a qual possui habilitação em rádio... more
O documentário Mokambo -Nguzo Malunda Bantu (Força da Tradição Bantu)–disponível desde 2022  na  plataforma  de streaming Globoplay–,  é  dirigido  pela  jornalista  e  cineasta  Soraya  Públio Mesquita, a qual possui habilitação em rádio e televisão, com pós-graduação em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Desde 1986, ela trabalha em emissoras de TV e produtoras de vídeo. O  filme  apresenta  indiscutível  valor  no  que  se  refere  à  exposição  sobre  as  contribuições  das cosmologias africanas, em especial as do grupo Bantu, para a formação social, linguística e cultural do Brasil. Tal produção audiovisual é relevante porque dispõe-se não apenas a potencializar nossas raízes  histórico-africanas,  mas  também  procura  evidenciar  os  processos  de  apagamento  e  deinvisibilização que sofreram as várias etnias pertencentes à área Bantu.
Muitos certamente questionarão e julgarão desnecessário tecer algumas considerações curiosas acerca do livro “Bantos2, Malês e Identidade Negra”, olhando pela sua data de primeira publicação em 1988, data coincidente com a... more
Muitos  certamente  questionarão  e  julgarão  desnecessário  tecer  algumas  considerações curiosas acerca do livro “Bantos2, Malês e Identidade Negra”, olhando pela sua data de primeira publicação  em  1988,  data  coincidente  com  a  promulgação  da  Constituição  da  República Democrática no Brasil, que, de entre várias inovações, garante “proteção às manifestações das culturas [...] indígenas e afro-brasileiras ... portadores de referências à identidade, à ação e à memória  dos  diferentes  grupos  formadores  da  sociedade  brasileira” (2021, p.202). Ademais, a atualização que o autor Nei Lopes faz nesta 4ª edição, no último tópico do livro “Identidade negra” revelam o quão é pertinente promover ações que se contrapõem ao mito da democracia racial que caracterizou o Brasil no processo de formação da sua sociedade.
No dia 26 de janeiro de 2023, o jogador brasileiro Vinícius Júnior, que atua pelo clube espanhol, Real Madri foi vítima de um ataque racista na cidade de Madri. O poder simbólico do ato racista ultrapassou as fronteiras... more
No  dia  26  de  janeiro  de  2023,  o  jogador  brasileiro  Vinícius  Júnior,  que  atua  pelo  clube espanhol, Real Madri foi vítima de um ataque racista na cidade de Madri. O poder simbólico do ato racista ultrapassou as fronteiras nacionais, alcançando o mundo. A imagem que circulou através imprensa televisiva e internet revela a dimensão da ousadia dos agressores.
O texto de um deputado estadunidense incentivando a caça e a morte de muçulmanos depois de um ataque terrorista em Londres, ocorrido em 7 de junho de 2005, é mantido no ar em uma rede social de grande alcance. Por outro lado,... more
O  texto  de  um  deputado  estadunidense  incentivando  a  caça  e  a  morte  de  muçulmanos depois de um ataque terrorista em Londres, ocorrido em 7 de junho de 2005, é mantido no ar em uma rede social de grande alcance. Por outro lado, a fala de Didi Delgado, ativista do Black Lives Matter, na qual afirmava: “todas as pessoas brancas são racistas”, não apenas é retirada do ar, mas seu perfil na rede social é suspenso. Como explicar tal fato?
O principal objetivo deste trabalho consiste em relatar a visita técnica realizada com os alunos do segundo ano do Curso Técnico Integrado em Redes de Computadores do Instituto Federal do Amapá (IFAP), Campus... more
O  principal  objetivo  deste  trabalho  consiste em  relatar  a visita  técnica  realizada com  os  alunos  do  segundo  ano  do Curso  Técnico  Integrado  em  Redes  de  Computadores  do  Instituto  Federal  do  Amapá  (IFAP),  Campus  Macapá,  à Mazagão  Velho,  no  estado  do  Amapá.  Trata-se,  em  geral,  de  descrever  os  processos  vivenciados  no  percurso  aos espaços históricos e culturais da comunidade, assim como as perspectivas apresentadas pelo líder comunitário sobre a história  do  distrito  e  a  importância  das  manifestações  culturais  para  os  moradores,  destacando,  por  último,  as percepções sobre o estudo da Cultura iniciadas em sala de aula e, posteriormente, instrumentalizadas em observação de  campo.  Como  metodologia,  utilizou-se  a  pesquisa  bibliográfica  com  as  observações in  loco,  alémda  análise  de imagens.  Depreendeu-se  que  a  atividade  de  campo  viabilizou  aos  alunos  a  identificação  e  a  operacionalização  dos conceitos trabalhados em sala de aula, tais como Relativismo Cultural, Etnocentrismo, Alteridade e Racismo, com a realidade  social  e  cultural  de  Mazagão  Velho,  possibilitando  um  processo  de  ensino-aprendizagem  compromissado com o contexto social em que o alunado está inserido.
A temática abrange os estudos decoloniais e suas múltiplas possibilidades no ensino. O objetivo geral é discorrer sobre as inquietações da epistemologia decolonial e seus desdobramentos na construção formativa da sociedade enquanto... more
A temática abrange os estudos decoloniais e suas múltiplas possibilidades no ensino. O objetivo geral é discorrer sobre as inquietações da epistemologia decolonial e seus desdobramentos na construção formativa da sociedade enquanto possibilidade  científicana  compreensão  social. Os  objetivos específicos  são:  desmistificar  a  hegemonia  eurocêntrica que está imbricada no trato epistêmico do conhecimento válido global; ratificar o amadurecimento dos conceitos dos estudos decoloniais no processo da pesquisa e doensino, e fomentar possibilidades para atravessar desafios inerentes ao  racismo epistemológico e,  sobretudo,  estrutural  na  sociedade.  Quanto  ao  amparo  metodológico,  trata-se  de uma revisão  sistemática  qualitativa  que  contempla  demandas  inerentes  às  dissonâncias  referente  às  epistemologias  na centralidade decolonial, racismo científico e, sobretudo, na construção dos saberes da identidade negra no processo formativo no ensino. Parte do olhar empírico do trajeto científico no constructo da dissertação que encontra-se em andamento  e  busca  aportes  sensíveis  da  pesquisa  de  campo  sob  o  olhar  acerca  das  Casas  Religiosas  de  matrizes africanas,  a  qual  abriu  possibilidades  de  diálogo com  problemáticas  sensíveis  no  trato  social,  notadamente,  racismo científico  e  suas nuances  hegemônicas.  Sendo  assim,  infere  os  desafios  da  Lei  nº  10.639/2003  no  ensino  e, consequentemente,  aprofunda  os  conceitos  inerentes  aos  estudos  decoloniais  com  caráter  crítico  e  assertivo  no processo da reconstrução das epistemologias que outrora, foram silenciadas, a fim de romper a hegemonia do saber eurocêntrico na sociedade.
A proposta deste artigo é realizar diálogos/problematizações com diferentes narrativas que tratam sobre a constituição histórica da cidade de Rio Branco –AC, considerando a publicação do Decreto Municipal nº 1920, de 28 de... more
A  proposta  deste  artigo  é  realizar  diálogos/problematizações  com  diferentes  narrativas  que  tratam  sobre  a  constituição histórica da cidade de Rio Branco –AC, considerando a publicação do Decreto Municipal nº 1920, de 28 de dezembro de 2022,  que  institui  Grupo de Trabalho com o intuito de revisar a data de “origem” da localidade, tendo como referências marcos cronológicos relacionados a ações de colonização destes espaços, desenvolvidas por agentes privados e públicos, entre o final do século XIX e início do século XX, recorte cronológico aqui trabalhado. Estes movimentos são, fundamentalmente, marcados por processos de exclusão/silenciamento, assentes em uma colonialidade do poder, do saber e do ser de populações que viviam/ vivem nestes espaços antes da expansão da empresa gumífera, sujeitos que foram vitimados e resistiram à práxis de violência característica da modernidade. Como fontes históricas, utilizamos jornais editados no então Território Federal do Acre,  dialogando/problematizando  com  esses  documentos  referenciados  pelos  estudos  Pós-Coloniais  Latino-Americanos, através  de  autores  como  Anibal  Quijano  (2005),  Enrique  Dussel  (1993;  2005),  Walter  Mignolo  (2017)  e  Edgardo  Lander (2005),  assim como  produções  acadêmicas que  tratam  sobre  a  constituição das cidades, com  destaques  para  os escritos  de Michel de Certeau (1988), Maria Stella Bresciani (2002) e Richard Sennett (1994).
Este artigo tem por finalidade abordar aspectos da legislação, em especial os relacionados à educação brasileira no que concerne à diversidade étnico-racial negra contemporânea e as políticas de ações afirmativas e seus impactos para as... more
Este artigo tem por finalidade abordar aspectos da legislação, em especial os relacionados à educação brasileira no que concerne à diversidade étnico-racial negra contemporânea e as políticas de ações afirmativas e seus impactos para as comunidades.  O  estudo  parte  de  uma  abordagem  documental  e  bibliográfica  e,  à  luz  de  obras  de  autores  como Hasenbalg (2005), Munanga (2003), Rocha (2006), Silvério (2003), Carvalho (2006), Heringer (2014) e Marçal (2015), esses  pesquisadores  promovem  o  debate  e  a  compreensão do  cenário  das  reivindicações  construídas  ao  longo  da história pelos movimentos sociais, bem como seus conflitos, disputas, avanços e desafios em torno dos 10 anos das Ações Afirmativas. A perspectiva teórica que orienta o estudo, busca delinear a potencialidade das políticas de ações afirmativas que, segundo os pesquisadores, resultaram no surgimento de uma intelectualidade que contribuiu para uma nova  compreensão  do  mundo  social,  consequência  de  uma  produção  teórica  que  impactou  as  ciências  humanas  e sociais, inclusive no Brasil.
O estudo aborda a problemática do racismo ambiental, destacando os impactos negativos e desproporcionais enfrentados por comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e periféricas no Brasil. Esse conceito, originada na... more
O  estudo  aborda  a  problemática  do  racismo  ambiental,  destacando  os  impactos  negativos  e  desproporcionais enfrentados por comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e periféricas no Brasil. Esse conceito, originada na década  de  1980  nos  Estados  Unidos,é  entendido  como  uma  extensão  do  racismo  estrutural  e  caracteriza-se  pela exposição desigual de grupos racializados a riscos ambientais e falta de acesso a recursos naturais saudáveis. No cenário brasileiro, essa problemática é amplificada pelas desigualdades sociais e raciais historicamente enraizadas. O principal objetivo  da  pesquisa  é  examinar  as  políticas  públicas  brasileiras  voltadas  para  o  combate  ao  racismo  ambiental, baseando-se  nos  relatórios  anuais  dos  Objetivos  de  Desenvolvimento  Sustentável  (ODS)  das  Nações  Unidas,  entre 2017  e  2021.  Estes  relatórios,  no  entanto,  mostraram  insuficiências  na  apresentação  de  informações  claras  sobre políticas  de  enfrentamento  ao  racismo  ambiental.  Para  complementar  a  análise,  foi  adotada  uma  abordagem  quali-quantitativa,  utilizando  dados  do  Índice  de  Vulnerabilidade  Social  do  IPEA.  Os  resultados  indicam  que,  apesar  da existência  dos  ODS como  marcos  de  desenvolvimento,  há  lacunas  nas  políticas  públicas  brasileiras  relacionadas  ao racismo ambiental. Tais lacunas impactam diretamente comunidades marginalizadas, intensificando as desigualdades históricas e a vulnerabilidade ambiental. Para um desenvolvimento sustentável e equitativo, é essencial a implementação de  políticas  mais eficazes,  considerando a  perspectiva  das comunidades  afetadas e garantindo  sua  participação  ativa nas soluções.
Apedagogização do cinemavem se generalizando como um profícuo caminho para a diversificação de instrumentos do trabalho docente, sobretudo no ensino básico. Desse modo, o presente artigo se propõe a discutir as representações... more
Apedagogização do cinemavem se generalizando como um profícuo caminho para a diversificação de instrumentos do trabalho docente, sobretudo no ensino básico. Desse modo, o presente artigo se propõe a discutir as representações étnico-raciais  abarcadas  no  curta-metragem Dúdú  e  o Lápis  Cor  da  Pele(2018),  cujo enfoque  é  o  papel  decisivo  que  a escola possui diante da construção identitária da criança negra, destacando que o convencional “lápis cor da pele” se aproxima  muito  mais  da  alcunha  de  marcador  social  da  diferença  racial.  Paratanto,  dialogamos  com  autores  que: empreenderam debates em torno do racismo no Brasil, a saber Munanga (2004) e Almeida (2019); e se debruçaram em traçar possíveis caminhos para a implementação de uma educação antirracista, como Gomes (1999) e Andrade (1999). Como  encaminhamento  das  questões  levantadas,  a  análise  do  tensionamento  racial  presente  no  curta-metragem possibilitou a elaboração de uma proposta didática para professores que atuem na educação básica, marcadamente na disciplina de História, com vistas a ressignificar os valores e práticas sobre diversidade no ambiente escolar.
O presente artigo parte dos conceitos de Negritude e Decolonialidade, para fazer uma análise do filme Corra! (Get out!, 2017), dirigido e escrito pelo cineasta e roteirista norte-americano Jordan Peele, emcuja... more
O  presente  artigo  parte  dos conceitos de  Negritude  e  Decolonialidade,  para  fazer uma análise  do filme Corra!  (Get out!,  2017),  dirigido  e escrito  pelo  cineasta  e  roteirista  norte-americano  Jordan  Peele, emcuja  narrativa  acreditamos haver referências claras à problemática racial, carregando em seu bojo elementos que remetem à noção de negritude, a partir  de  uma  perspectiva  crítica  que  acreditamos  ser  caracterizada  como  decolonial.  Entendemos  que  o  filme  quecoloca  em  xeque  as  formas  de  imposição  da  cultura  branca  aos  negros,  especialmente  aqueles  descendentes  de escravizados,  exaltando  as  formas  de  resistência  desses  negros  à  assimilação  da  cultura  dos  colonizadores  e  de valorização  da(s)  cultura(s)  negra(s).  Valendo-nos  de  uma  metodologia  mista,  que  concilia  análise  fílmica  e  revisão bibliográfica.  A  análise  fílmica  foi  procedida  tendo  como  referência  Marc  Ferro  (1975),  Manuela  Penafria  (2009), Vanoye e Goliot-Lété (1994), Pierre Sorlin (1985) e Ismail Xavier (2003). Posteriormente, procuramos, assim, realizar uma interpretação do filme, tomando de empréstimo os conceitos supracitados, compreendendo-os como paradigmas anticoloniais e anti-racistas e recorrendo às contribuições teóricas de autores como Aimé Césaire (2012), Kabengele Munangam  (1986),  Frantz  Fanon  (2008),  Joel  Rufino  dos  Santos  (1980),  Joaze  Bernardino  Costa  (2016),  Ramón Grosfoguel (2016), Alfredo Bosi (1992) e Roland Corbusier (1958).
Este trabalho trata os temas educação e participação político-social de mulheres quilombolas, com reflexões desenvolvidas durante o mestrado do Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande (FURG),... more
Este  trabalho  trata  os  temas  educação  e  participação  político-social  de  mulheres  quilombolas,  com  reflexões desenvolvidas durante o mestrado do Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), realizadas por uma pesquisadora negra, quilombola, militante do Movimento Negro e pertencente a comunidade na qual está sendo realizada o estudo. Com base nisso, o objetivo geral é analisar e compreender quais são os desafios imbricados  nas  trajetórias  das  mulheres  quilombolas  do  Quilombo  Coxilha  Negra,  localizado  na  zona  rural  do município  de  São  Lourenço  do  Sul,  região  Sul  do  Rio  Grande  do  Sul,  durante  o  processo  de  tornar-se  negra  e consequentemente na tomada de consciência da sua condição de mulher quilombola, reconhecidas como lideranças na comunidade.  Tendo  em  conta  a  intenção  desta  pesquisa,  primeiramente  realizo  um  resgate  histórico  sobre  o processo de formação do Brasil, para em seguida apresentar autoras e autores que dialogam com as questões raciais que  atravessam  a  vida  das  mulheres  negras  quilombolas,  fazendo  relações  e  refletindo  sobre  o  quanto  a  realidade presente tem marcas do passado. Para esta pesquisa utilizo a análise de 3entrevistas realizadas com mulheres negras quilombolas,  estudantes  de  graduação  ou  já  graduadas,  algumas  vinculadas  a  movimentos  sociais.  Inspirada  em Conceição  Evaristo,  uso  como  ferramenta  metodológica  para  produção  e  análise  de  dados  o  conceito  de “escrevivencia” cunhado por essa mulher negra, poeta, contista, romancista e considerável teórica de estudos literários e afro-brasileiros por entender que esse conceito traz para escrita as mazelas que são marcadas pela minha experiência de mulher quilombola.
Este estudo objetiva discutir os desafios e possibilidades da gestão participativa na implementação da Lei 11.645/2008 na educação escolar indígena, utilizando a aldeia Sagarana como um estudo de caso. A aldeia está localizada no Vale do... more
Este estudo objetiva discutir os desafios e possibilidades da gestão participativa na implementação da Lei 11.645/2008 na educação escolar indígena, utilizando a aldeia Sagarana como um estudo de caso. A aldeia está localizada no Vale do Guaporé, no afluente Baia da Coca, no estado de Rondônia –Amazônia Sul-Ocidental Brasileira. A análise baseia-se  nas  políticas  de  ações  afirmativas  que  tratam  da  Educação  Indígena,  a  partir  de  um  estudo  bibliográfico.  De  tal forma, considerando o que determina a LDB de 1996, sobre diversidade e pluralidade étnico-racial e, assim, visa uma educação diferenciada e intercultural na política da educação, no contexto da docência brasileira. Considera-se, ainda, a Lei 11.645/08 que altera a Lei 10.639/03 e torna obrigatório o estudo da história e cultura indígena e afro-brasileira nas instituições de ensino. Para o estudo, utiliza-se os conceitos teóricos especialmente de Quaresma e Ferreira (2013); Hilário  (2017);  Libâneo  (2007);  e  Abdian  (2012).  Os  materiais  estudados  instigam, também,  para  a  necessidade  de problematização de outras questões para além da educação e gestão escolar indígena. Há uma atualidade em meio a discursos contrários, como invasão de terras e assassinatos de lideranças indígenas. De forma que as famílias étnicas sobrevivem  em  meio  a  processos  afins em que  terras  são  invadidas  pelo  agronegócio e  projetos governamentais de desenvolvimento. Dito isto, acredita-se que este estudo contribui para a discussão sobre a temática e o reconhecimento de uma educação intercultural na Aldeia Sagarana (RO).
O objetivo deste estudo é analisar os principais aspectos da Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância, tratado que foi internalizado pelo Brasil através do Decreto... more
O  objetivo  deste  estudo  é  analisar  os principais  aspectos  da  Convenção  Interamericana  contra  o  Racismo,  a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância, tratado que foi internalizado pelo Brasil através do Decreto nº 10.932/2022. Esta Convenção foi adotada em 2013 pela Organização dos Estados Americanos (OEA), e tem como objetivo principal combater todas as formas de discriminação racial, bem como promover a igualdade racial na região das  Américas.  Esta  Convenção,  internalizada  no  ordenamento  jurídico  brasileiro  com  status  de  Emenda Constitucional, serve como modelo para o controle de constitucionalidade e garante políticas públicas estratégicas para combater o racismo e a discriminação racial. Utilizando uma análise documental e bibliográfica, este estudo procura compreender o processo político de aprovação, o objeto e as implicações jurídicas dessa Convenção no âmbito das políticas  afirmativas  promovidas  pelo  Estado.  Por  fim,  a  Convenção  apresenta-se  como  um  instrumento  jurídico importante na luta por igualdade de direitos, capaz de enfrentar os desafios do passado e do presente.
O presente artigo utiliza a técnica de storytellingimbuída de escrevivênciapara demonstrar o quão determinante pode ser o marcador social de raça no quesito mobilidade e ascensão social. Discute-se a relação entre raça e... more
O presente artigo utiliza a técnica de storytellingimbuída de escrevivênciapara demonstrar o quão determinante pode ser  o  marcador  social  de  raça  no  quesito  mobilidade  e  ascensão  social.  Discute-se  a  relação  entre  raça  e  exclusão socioespacial, problematizando o componente racista conformador do Brasil e seus impactos nas políticas de gênero, emprego,  moradia  e  transporte,  dentre  outras,  com  o  objetivo  de  desconstruir  o  ideário  meritocrático  liberal.  A argumentação utilizada na estória se apoia em dados e estudos que demonstram a dependência da trajetória dos negros no Brasil queretroalimenta a institucionalidade vigente. Ao final, se propõe a atuação positiva e efetivamente ativa do Estado  na  formulação  de  políticas  públicas  orientadas  pelo  critério  racial  como  forma  de  viabilizar  a  alteração institucional do cenário de exclusãoatual.
O presente artigo busca refletir sobre as diásporas e confluências da escola Municipal de Bento Rodrigues (Mariana-MG) e da Escola Estadual Indígena de Muã Mimatxi(Itapecirica-MG), considerando os Tehêysde Pescaria do... more
O presente artigo busca refletir sobre as diásporas e confluências da escola Municipal de Bento Rodrigues (Mariana-MG)  e  da  Escola  Estadual  Indígena  de  Muã  Mimatxi(Itapecirica-MG),  considerando  os  Tehêysde  Pescaria  do Conhecimento,  produzidos  por  Dona  Liça  Pataxoop,  como  instrumentos  pedagógicos  para  a  construção  de (re)existências  a  colonialidade.  Apresentamos  reflexões  a  partir  do  curso  de  extensão  realizado  pela  Universidade Federal de Ouro Preto e a Universidade Federal de Minas Gerais, em 2022.  Essa proposta justifica-se pela urgência de  ações  comprometidas  com  a  desconstrução  de  narrativas  colonizadoras  acerca  dos  povos  indígenas.  Utilizamos como  método  o  relato  de  experiências  pautadas  em  reflexões  críticas  das  vivências  compartilhadas  no  curso  de extensão.    Dialogamos  com  as  intelectuais  negras  Sueli  Carneiro,  Maria  Beatriz  Nascimento  e  Lélia  Gonzalez,  a pesquisadora israelita Ella Shohat, o mestre quilombola Nego Bispo e o sociólogo afro-britânico Paul Gilroy. Como resultado,  temos  que  as  trajetórias  das  duas  comunidades,  entrecruzam-se  no  âmbito  da  diáspora.  Os  Tehêys  de Pescaria do Conhecimento são uma forma contra hegemônica de narrar, através da agência de Dona Liça Pataxoop, a história  do  seupovo.  Destacamos  também  que  as  trocas,  são  impulsionadoras  para  que  a  população  de  Bento Rodrigues também seja gestora de sua própria história.

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O conceito de necropolítica talvez seja um dos mais citados nas Ciências Humanas contemporâneas. Um conceito cientificamente revolucionário, elástico e que não conhece fronteiras disciplinares tem sido utilizado pela... more
O  conceito  de  necropolítica  talvez  seja  um  dos  mais  citados  nas  Ciências  Humanas contemporâneas.  Um  conceito  cientificamente  revolucionário,  elástico  e  que  não  conhece fronteiras disciplinares tem sido utilizado pela Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Direito, Criminologia, Políticas Públicas, além de outras áreas transdisciplinares.
O livro Racismo Recreativo(2019), escrito por Adilson Moreira, tem seis capítulos e uma vasta referência bibliográfica que ajudará a compreender o caminho acadêmico percorrido pelo autor para apresentar a teoria,... more
O livro Racismo Recreativo(2019), escrito por Adilson Moreira, tem seis capítulos e uma vasta referência  bibliográfica  que  ajudará  a  compreender  o  caminho  acadêmico  percorrido  pelo  autor para  apresentar  a  teoria,  desenvolvida  na  obra,  de  que  o  racismo recreativo  se  constitui  de  uma política  cultural  que  utiliza  o  humor  como  veículo  de  hostilidade  racial,  em  termos  mais  direto, utiliza o humor como forma de praticar o racismo.