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Casos Clínicos

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CASOS CLÍNICOS DO CASOMIAPEJUCOL:

1 - JS, brasileiro, 22 anos, masculino, solteiro sem filhos, ensino médio incompleto, natural e
procedente de Passo Fundo RS
Queixa Principal (QP): não formulada
História da Doença Atual (HDA): Há 3 anos começou a apresentar alteração de
comportamento que variava de isolamento a quadros de extrema agressividade- abandono de
atividades estudantis, sociais e laborativas (servia às Forças Armadas Brasileiras), insônia,
recusa alimentar, alucinações auditivo-verbais que o ordenavam a correr, a agredir pessoas e
até a se matar. Familiares relatavam solilóquios e mussitações, bem como descuido com sua
aparência e higiene. Era evidente o surgimento de uma rigidez afetiva e um déficit cognitivo
importante. Recusava-se a sair de casa, pois afirmava que havia pessoas querendo matá-lo, e
não se alimentava por ter certeza que familiares haviam posto “veneno de rato” em sua
comida- chegando a estar muito abaixo do seu peso ideal. Nesta época, foi encaminhado para
sua primeira internação psiquiátrica onde permaneceu por 40 dias e recebeu alta fazendo uso
de haloperidol 20mg/dia, prometazina75mg/dia e clorpromazina 200mg/dia. Todavia, devido
a não aceitação de sua enfermidade e a recusar-se a dar continuidade ás prescrições, foi
internado em outras três ocasiões (de durações que variaram de 6 a 10 semanas), com
quadros de agitação e heteroagressividade incontroláveis. A não remissão da
sintomatologia levou a posologia do haloperidol a ser aumentada para 30mg/dia.
Contudo, uma distonia aguda grave promoveu a modificação da prometazina para
biperideno 6mg/dia. Segundo relatos dos familiares, o paciente jamais voltou ao seu nível
anterior de adaptação e em setembro de 2008 procurou o Serviço de Psiquiatria com um
quadro de isolamento, negativismo, mutismo e uma prescrição de haloperidol 30mg/dia,
biperideno 6mg/dia e levomepromazina 200mg/dia.
AVALIAÇÃO
C. não reconhecimento de sua enfermidade.
A. não avaliado.
S. alucinação auditivo-verbais paranoides (perseguitória)/suicida, auto-referente (à pessoa
dele).
O. sem alteração
M. prejudicada (tem alteração no déficit cognitivo).
I. déficit cognitivo.
A. rigidez afetiva (provável esquizofrenia).
Pe. Ilógico (certeza de veneno de rato). Curso: delírio paranoide.
Ju. Alteração do juízo crítico (não aceita ter a doença).
Co. isolamento, agressividade, abandono do estudo/atividades sociais/trabalho, insônia,
recusa alimentar com emagrecimento, descuido da aparência pessoal e higiene, internação
psiquiátrica.
L. solilóquios (falar sozinho), mussitações (falar baixo), mutismo (não falar).

2 - João, 23 anos, solteiro, vem trazido pela família. Relatam que sempre foi um rapaz
afetuoso e com muitos amigos, sempre alegre. Estudioso e trabalhador. Apaixonou-se e
namorou por dois anos. Agora descobriu uma traição, rompeu o namoro, ficou muito
deprimido (chegando a falar em se matar). Há dois dias levantou da cama, disse estar muito
bem e passou a agir de forma estranha. Na consulta mostra-se extremamente falante, rindo e
falando muito rápido e em tom alto. Fala que já superou a situação da namorada e que
percebeu que havia recebido uma missão divina: auxiliar aqueles que sofrem por amor. Está
fundando um centro de atendimento aos sofredores, que será totalmente gratuito. Já fez uma
proposta por um terreno, encomendou material de obra em uma firma. Comprou uma moto
com economias que possuía e dirigiu toda a noite pela cidade até achar o terreno que julgou
ideal. Tem visto e falado com anjos que o orientam, pois, é pessoa religiosa. Conta piadas, ri.
Diz já conhecer o hospital em que está sendo atendido, por morar próximo. Recusa-se a falar
da namorada e dos dias em que esteve mal. Quando questionado pelo entrevistador, fica
irritado rapidamente e tenta agredi-lo. Pensando nesta história, preencha as funções do exame
do estado mental da forma mais completa que conseguir.
AVALIAÇÃO
C. negação da enfermidade
A. hipertenacidade (está atento a tudo).
S. alucinações visuais auditivas místicas (anjos) de comando.
O. auto e alopsiquicamente orientado.
M. íntegra para fatos recentes e passados.
I. mediana? Necessita de avaliação psicométrica.
A. depressão, alegria exagerada (mania), irritabilidade.
Pe. Conteúdo: ideação suicida. Curso: aumentado – fala rápido. Produção: ilógico (missão
divina).
Ju. Prejudicado (alucinações, agressão...)
Co. rompimento amoroso por traição, estranheza, bizarra (rindo), hiperatividade (comprar
tudo), inadequado (conta piada, risos inadequados), agressividade.
L. taquilalia.

3 - RM, 30 anos, feminina, solteira e sem filhos, desempregada, escolaridade


ensino fundamental incompleto, católica não praticante, natural e procedente de Canoas.
Foi encaminhada ao HPSP pelo Clínico e chega à consulta com sua irmã. Relata ter
realizado tratamento anteriormente por ser "muito nervosa", não lembrando o diagnóstico,
nem a medicação usada. A paciente fala pouco, nega estar com problemas. A irmã
conta que ela sempre foi "reservada", preferia o isolamento ao contato com outras
pessoas. Com facilidade ficava irritada e já queria brigar com os colegas. Aos 16 anos,
interrompeu os estudos, conseguiu um trabalho como caixa de supermercado.
Abandonou este e outros dois empregos, pois se sentia perseguida pelos colegas, que
segundo ela "queriam seu mal". Há algum tempo, não tem conseguido trabalho
remunerado e vive na dependência da família. É percebida como uma pessoa
desconfiada com poucos amigos. Apresenta-se mal vestida, descuidada com sua aparência
pessoal, cabelos desalinhados, sem higiene pessoal. Nega uso de álcool e/ou drogas e
TCE. Há referência de saúde física. Não aceita o tratamento e veio contra sua vontade
para a avaliação. Há 6 anos, vive com a irmã, desde que sua mãe faleceu de doença
cardíaca. A irmã conta que RM tem momentos de muita agressividade, nos quais envolve-
se com discussões e brigas com os vizinhos. Diz que a mãe falecida tem se comunicado
com ela, dizendo que "é uma safada, que não se comporta bem". Muitas vezes, a irmã
encontra RM falando sozinha, com conduta bizarra. Por vezes fala de forma
incompreensível e sobre assuntos estranhos.
AVALIAÇÃO:
C. sem noção de sua enfermiadade.
A. não identificado.
S. alucinações visuais referentes.
O. não identificado.
M. não lembra medicamentos e diagnósticos (memória recente).
I. mediana, necessitando avaliação psicométrica.
A. irritabilidade, desconfiança.
Pe. Conteúdo: paranoide, prejuízo (me prejudicar), ideias de desconfiança. Produção:
ilógica. Curso: desagregação do pensamento.
Ju. Prejudicado (não reconhece doença).
Co. isolamento, evitação social, hostilidade (isolamento + agressão), demissão,
dependência de família, descuido com aparência/higiene, brigas, bizarrice.
L. solilóquios.

4 - Uma jovem de 19 anos, estudante do curso de Direito da ULBRA, solteira (com


relacionamento há nove meses), mora sozinha, natural do interior do RS, residente em
Porto Alegre, católica não praticante. Há três meses iniciou com queixas de
descontentamento com seu estágio em um escritório de advocacia – local que ela
“batalhou muito “ para conseguir a colocação; além disso, conta que tem dificuldade para
iniciar o sono, as vezes indo dormir as três horas da manhã e, no dia seguinte, “não tenho
vontade de sair da cama”. A amiga que lhe acompanha diz que “parece que ela está
devagar” “ a gente fala com ela e ela não escuta, depois vem perguntar o que eu disse”.
Ao mesmo tempo, mostra-se impaciente com o namorado – “ele só fica me incomodando”
“eu quero ficar em casa e ele fica me dizendo pra gente sair pra balada”. A amiga
conta ainda que “ela fica conversando sozinha” “como se estivesse com alguém na
sala” e tem medo de assistir TV pois “tudo que acontece lá é para sabotarem o
meu estágio”. Este breve relato aconteceu na sala de emergência do HPS, onde foi
trazida pela amiga, que informa que ela ingeriu medicamentos há menos de seis horas,
após uma discussão com o namorado. Paciente relata desconforto gástrico, um pouco de
sonolência e nega ideação suicida. No desespero ingeriu dois comprimidos de Diazepan
10 mg e 1 cerveja long neck. Refere ter dormido logo após a ingestão, sendo
acordada pela amiga que a trouxe para atendimento, a paciente diz ainda que queria
apenas “dormir para esquecer”.
AVALIAÇÃO:
C. lúcida
A. desatenção / hipoprossexia
S. alucinação auditiva de influência (atrapalha trabalho) (conversar sozinha) persecutórias
(sabotar estágio).
O. auto e alopsiquicamente orientada.
M. preservada
I. mediana
A. insatisfaão trabalho, irritabilidade.
Pe. Produção ilógica Curso: bradipsiquismo (devagar –diazepan?) Conteúdo: delirantes
persecutórias.
Ju. prejudicado
Co. insônia grave, hipoatividade, bizarra (como se tivesse alguém na sala),
discussão e ingestão de remédios, imaturidade (remédios + álcool).
L. solilóquios.

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