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Resumo de Direito Penal 2 bIMESTRE

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Resumo de diReito penal – 2 bimestRe – 2 ano

O conceito de crime se divide em:


1. Aspecto formal: Fato humano contrário a lei (visão legislativa)
2. Aspecto material: Qualquer ação que gere lesão ao bem jurídico
(Visão social)
3. Aspecto analítico: Busca estudar o crime a partir dos seus elementos
(visão jurídica). Daqui surgem algumas teorias, as mais importantes:
Teoria bipartida: o crime é composto por fato típico e antijurídico.
Teoria Tripartida: o crime é composto por fato típico, antijurídico e o
agente culpável
Fato típico: é um comportamento humano voluntário (positivo ou negativo) que
provoca, em regra, um resultado, e é previsto como infração penal, “dentro” do
fato típico deve haver:

(Crimes formais e de mera conduta não necessitam de “nexo causal” pois


dispensam a existência de resultado naturalístico)

Os tipos penais se classificam em:


a) tipo fechado: é aquele em que a lei descreve por completo a conduta
proibida, não sendo necessário qualquer juízo de valoração.
b) tipo aberto: é aquele em que a lei não fecha por completo o conceito, razão
pela qual se exige uma valoração por parte do juiz e necessita, para sua
definição, do auxílio de uma norma de extensão, ou na falta ou na insuficiência
desta, de um critério de extensão (ex.: todos os crimes culposos).
Crimes culposos, preterdolosos e dolosos
Crime doloso
“Dolo é a vontade e a consciência na realização da conduta típica”.
“Diz-se o crime doloso quando o agente quis o resultado (teoria da vontade –
dolo direito) ou assumiu o risco de produzi-lo.
Das espécies do dolo:
◼ A) Dolo direto: é a vontade de realizar a conduta e produzir o resultado:
o agente quer o resultado.
◼ B) Dolo indireto: quando o agente não tem a vontade dirigida a um
resultado determinado.
◼ alternativo: quando a vontade do agente se dirige a um ou outro
resultado (pluralidade de resultados), agindo para a realização de
qualquer um deles (matar ou ferir). Em caso de dolo alternativo, o
agente sempre responderá pelo resultado mais grave.
◼ eventual: é a modalidade em que o agente não quer o resultado,
por ele previsto, mas assume o risco de produzi-lo. “Seja como
for, dê no que der, eu não deixo de agir”.
Crime culposo
◼ Tipo penal aberto.
◼ É necessário juízo de valoração entre a conduta do agente, a conduta
que um homem de prudência normal, mediana, teria nas mesmas
circunstâncias, nexo causal, previsibilidade e tipicidade
◼ Deve haver conduta voluntária e quebra do dever de cuidado mas não
basta a conduta e a mera inobservância do dever de cuidado é
necessário a ocorrência do resultado descrito na lei (e não desejado
pelo agente), havendo efetiva lesão a um bem jurídico.
◼ Ou seja, o crime culposo é uma conduta voluntária, praticada por
imprudência, imperícia ou negligência, que realiza evento ilícito não
pretendido ou não aceito pelo agente, mas que lhe era previsível (culpa
inconsciente) ou excepcionalmente previsto (culpa consciente) e que
podia ter sido evitado se o agente empregasse a cautela esperada
◼ a) culpa inconsciente: (sem previsão) é a culpa sem previsão, em que
o agente não prevê o resultado, que, entretanto, lhe era previsível
(possibilidade de prever).
◼ b) culpa consciente: (com previsão) quando o agente, prevendo um
resultado, não o aceita, mas realiza a conduta sem as devidas cautelas,
acreditando que o mesmo não venha a ocorrer ou que poderá evitá-lo
com suas habilidades.
ITERCRIMINIS
É o caminho, o itinerário a percorrer entre o momento da ideia da
realização do crime até aquele em que ocorre a consumação.

1 Fase: interna, nela só existe o pensamento,cogitação


2 Fase: externa, se dividindo em: atos preparatórios, atos de execução e
consumação

Desistência voluntária
A desistência voluntária ocorre quando o agente não dá prosseguimento
à execução da infração penal por sua própria vontade, ou seja, o agente
inicia a prática do delito, que somente não se consuma, porque ele
desistiu da ação, que poderia ter continuado com os atos executórios,
mas não o fez. Na desistência voluntária o agente, embora tenha
iniciado a execução, não a leva adiante, desistindo da realização típica.
Ex.: sujeito que ingressa na casa da vítima e desiste da subtração que
pretendia efetuar; sujeito que efetua apenas um disparo, havendo mais
munição, e desiste na ação criminosa.

Arrependimento Eficaz
O agente, após ter esgotado todos os meios de que dispunha,
necessários e suficientes para a obtenção do resultado, arrepende-se e
evita que o mesmo aconteça. Assim, o agente pratica nova atividade
para evitar que o resultado ocorra. Também não é necessário que o
arrependimento seja espontâneo, bastando que seja voluntário (atuação
livre). O êxito da atividade impeditiva do resultado é indispensável. Caso
contrário, não será eficaz.
Ex.: sujeito ministra antídoto à pessoa envenenada e esta se salva

Arrependimento Posterior

O arrependimento posterior ocorre depois da consumação do delito, nos crimes


cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato
voluntário do agente, hipótese em que a pena será reduzida de um a dois
terços (art. 16 do CP)
O arrependimento posterior atinge não só os crimes contra o patrimônio, como
todos os demais em que ocorra prejuízo material à vítima (ex: peculato doloso).
Porém, não se aplica aos crimes em que não haja lesão patrimonial direta (ex.:
lesões corporais culposas quando o agente repara o dano patrimonial ao
ofendido).

ERRO DE TIPO
erro de tipo está no art. 20, “caput”, do Código Penal. Ocorre, no caso concreto,
quando o indivíduo não tem plena consciência do que está fazendo; imagina
estar praticando uma conduta lícita, quando na verdade, está a praticar uma
conduta ilícita, mas que por erro, acredite ser inteiramente lícita
A) Erro Essencial
Ocorre o erro essencial quando ele recai sobre elementares, qualificadoras,
causas de aumento de pena e agravantes, ficando-as excluídas se o erro foi
escusável. Portanto, nesta forma, o agente não tem plena consciência ou
nenhuma de que esta praticando um conduta típica.
O erro essencial por sua vez se desdobra em duas modalidades, a saber:
a) Escusável ou Invencível – está previsto no art. 20, “caput”, 1.º parte. Verifica-
se quando o resultado ocorre, mesmo que o agente tenha praticado toda
diligencia necessária, em suma, naquela situação todos agiriam da mesma
forma.
Ocorrendo esta modalidade, ter-se-á por excluído o dolo e também a culpa.
Logo, se o erro recai sobre uma elementar, exclui o crime, se recai sobra
qualificadora, exclui a qualificadora e assim por diante.
As conseqüências processais são de suma importância pois, havendo
inquérito, deve o membro do “parquet”pedir seu arquivamento, e se houver
ação penal, deve pedir o trancamento.
b) Vencível ou Inescusável – previsto no art. 20, 1º parte, CP. Se dá quando o
agente, no caso concreto, em não agindo com a cautela necessária e
esperada, acaba atuando abruptamente cometendo o crime que poderia ter
sido evitado.
B) Erro de Tipo Acidental
O erro acidental, que recai sobre circunstâncias secundárias do crime. Não
impede o conhecimento sobre o caráter ilícito da conduta, o que por
consectário lógico não obsta a responsabilização do agente, devendo
responder pelo crime.
Esse erro possui várias espécies, a saber:
a) Erro sobre o objeto: o agente supõe estar praticando a conduta contra o
objeto material que deseja, mas por erro acaba atingindo outro. Ex: uma
pessoa querendo furtar um aparelho de televisão que encontra-se em
embalagem fechada, entra na loja da vítima, acaba, porém, levando uma
máquina de lavar. Observe que o erro do agente é acidental e irrelevante,
consoante mencionado supra, respondendo assim pelo crime.
b) Erro “ in persona”: o agente com sua conduta criminosa visa certa pessoa,
mas por erro de representação, acredita ser aquela em que efetivamente
deseja atingir. Um exemplo ajuda entender essa espécie: Júnior, atirador de
elite, resolve dar cabo na vida de José, seu pai. Para tanto usa de seus
conhecimentos de atirador, esperando que seu pai passe, como de costume,
pelo local onde o aguarda. Então vem um indivíduo com os mesmos caracteres
físicos de seu pai. João prepara sua melhor mira e atira, mas acaba matando
Pedro, irmão gêmeo de José, seu pa
c) Erro na execução ou “aberratio ictus”: ocorre quando o agente por execução
imperfeita acaba atingindo um terceiro que, em regra, não fazia parte do seu
“animus”. Ex: Júnior, um desastrado, resolve matar seu irmão. Quando este
passa pelo local esperado Júnior atira, mas por erro de pontaria, acaba não por
atingir seu irmão, mas a namorada deste, que estava ao seu lado.
Havendo resultado único o agente responde por um só crime, mas levando-se
em conta as condições pessoa que queria atingir, nesse sentido art. 73 CP.
d) “aberratio causae”: neste caso o erro recai sobre o nexo causal, é a hipótese
do dolo geral. Um exemplo nos leva à compreensão da espécie, ex: A dá várias
facadas em B e, presumindo que esteja morto, atira-o de um precipício, mas B
vem a morrer com a queda e não em razão das facadas – nesses casos, não
haverá exclusão do dolo, punindo-se o autor por crime doloso.
e) Resultado diverso do Pretendido ou “aberratio delicti” – nesta espécie de
erro do tipo, o agente quer atingir determinado bem jurídico, mas atinge outro.
Ex: Júnior quer atingir a vidraça, mas por erro de pontaria acaba por acertar a
cabeça de José. Neste caso o agente só responde por lesões culposas, que
absorve a tentativa de dano.
ERRO DE PROIBIÇÃO
Assim dispõe o art. 21, CP: “O desconhecimento da lei é inescusável. O erro
sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá
diminuir a pena de um sexto a um terço”.

EXCLUDENTES DA ILICITUDE

EXCLUDENTES DA CULPABILIDADE
A excludente de culpabilidade é uma das situações onde o sujeito que
cometeu um crime é afastado ou excluído da culpa de tê-lo cometido.
Isso quer dizer que houve um ato ilícito e tipificado como tal no Código
Penal, mas o agente que o cometeu não é responsável pela culpa de tê-
lo cometido.
Imputabilidade;
A imputabilidade é a capacidade psíquica do agente de compreender o
caráter ilícito de determinada conduta.

Potencial consciência da ilicitude;


Aqui falamos do famoso erro de proibição, o qual é previsto no art. 21 do
Código Penal, vejamos seu conteúdo:

Art. 21 – O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a


ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá
diminuí-la de um sexto a um terço.

O erro de proibição acontece quando o agente realiza uma conduta


proibida por:

desconhecer a norma proibitiva;


por conhecê-la mal;
ou por não compreender o verdadeiro âmbito de sua incidência.
Portanto, o agente pratica um ato delituoso, mas supõe que sua conduta
seja lícita.

Um exemplo famoso de erro de proibição é o estrangeiro que está


viajando, faz uma conexão no Brasil e é preso por estar portando drogas
ilícitas. O estrangeiro acreditava que no Brasil a venda era ilícita, mas o
porte não.

e Exigibilidade de Conduta Diversa;


A inexigibilidade de conduta diversa é quando o agente age de maneira
típica e ilícita, entretanto, naquelas circunstâncias fáticas, dentro do que
revela a experiência humana, não lhe era exigível um comportamento
diverso
Coação Moral Irresistível;
Estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior
hierárquico.

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