Direito Penal - Erro Do Tipo
Direito Penal - Erro Do Tipo
Direito Penal - Erro Do Tipo
ERRO DO TIPO
Teoria geral do
Direito Penal
Feira de Santana-BA
2023
Turma de Direito 2023 2.0
Período: Noturno
Docente:
Nathalia Tavares Pinheiro
Acadêmicos:
- Apresentação:
O presente trabalho tem por principal objetivo, um resumo sobre o tema: ERRO
DO TIPO, baseando-nos no direito positivado no código penal brasileiro, assim
como em jurisprudências, apresentamos este, a seguir:
Introdução:
Erro, de forma abrangente no Direito Penal, ocorre quando a pessoa não sabe o
que está fazendo, ou entende que, ao praticar uma conduta, estaria protegida pelo
ordenamento jurídico.
Essencial
Com previsão no artigo 20, caput, do Código Penal, o erro de tipo se manifesta
quando o agente, por possuir uma ignorância ou uma percepção inexata da
realidade, comete o delito sem a percepção de que o faz. Assim, o engano
concerne às características primárias – à essência – da norma incriminadora, de
sorte que, se o sujeito conhecesse completamente a situação, não prosseguiria
com o ato. Resta-se, então, excluído o dolo, visto que este é composto pela
vontade (aspecto volitivo) e pela consciência (aspecto intelectual) de se praticar a
conduta prevista no tipo penal.
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.
Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como
crime culposo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Exemplo:
Sob esse viés, faz-se mister entender os efeitos legais do erro de tipo. Para tal, é
necessário averiguar se o equívoco era evitável ou não, perante as circunstâncias
em que o autor se encontrava, sendo indispensável, então, a análise do caso
concreto. Primeiramente, o erro inevitável, invencível ou escusável se apresenta
sempre que não fosse possível imaginar o resultado ocorrido. Desse modo, são
excluídos o dolo e a culpa, e afasta-se, por via de consequência, o próprio fato
típico, não havendo crime. Em contrapartida, o erro evitável, vencível ou
inescusável é aquele que poderia ser previsto, se o agente observasse o dever de
cuidado objetivo. Nessa condição, o dolo não se manifesta – uma vez que não
havia a vontade de praticar o crime –, mas o sujeito responde por este na
modalidade culposa, caso a lei a preveja.
Se for um erro evitável, injustificável - Afasta o dolo mais é possível punição pelo
tipo culposo. Culpa imprópria, por exemplo.
Acidental
O agente pensa estar matando uma pessoa quando está matando outra. Supondo
estar ferindo seu desafeto, o agente fere o gêmeo de seu desafeto. Para o direito
pouco importa que o agente tenha errado, importa o atentado ao bem jurídico
tutelado. Acrescente-se que se o marido pensa estar matando a esposa para poder
se casar com a amante (fato que configura agravante por motivo torpe) e mata
outra mulher qualquer, ainda responderá por homicídio qualificado, mesmo tendo
errado a vítima.
O agente ao tentar matar uma pessoa, por erro na execução atinge outra
matando-a. Responde independente do erro, pelo crime consumado. É importante
diferenciar erro na execução de erro sobre a pessoa. No primeiro o agente acerta
outra pessoa porque errou na execução da ação; já no segundo o agente não
erra na execução, e pensa estar matando a pessoa que desejava, quando na
verdade atingiu a pessoa errada.
Art. 73 – Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés
de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se
tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste
Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-
se a regra do art. 70 deste Código.
O agente pretende estilhaçar com uma pedra a vidraça de sua vizinha que lhe
incomoda, mas instantes antes da pedra atingir a vidraça, a vizinha aparece para
abrir a vidraça e é atingida pela pedra em sua cabeça e morre. Neste caso ocorreu
um resultado adverso do pretendido, pois o agente pretendia causar dano material
e acabou causando um homicídio. Como não houve intenção o agente responde
por homicídio culposo, uma vez que não se constate a vontade do agente.
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do
crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é
previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra
do art. 70 deste Código. (Redação dada pel a Lei nº 7.209, d e 11.7.1984)
Conclusão:
Erro do tipo é aquele que recai sobre a tipicidade (erro de tipo incriminador- o
agente pensa que está fazendo uma coisa, mas não está) ou sobre a ilicitude do
ato (erro de tipo permissivo- o agente acredita estar em situação fática que enseja
alguma excludente de ilicitude).