Erro de Tipo e Proibição-Pronto
Erro de Tipo e Proibição-Pronto
Erro de Tipo e Proibição-Pronto
1. Introdução
O presente trabalho tem como objetivo abordar sobre erro de tipo e erro de
proibição, sendo erro a falsa percepção da realidade. Antes de tudo, é importante
mencionar que tais erros foram adequados pela reforma penal brasileira de 1984,
portanto, o que antes era chamado de erro de fato, agora é denominado como erro de
tipo, já o erro de direito passa a ser abordado como erro de proibição.
No erro de tipo, o agente tem uma falsa percepção da realidade, ou seja, o
mesmo não sabe o que faz.
Ex: um indivíduo se apodera de um livro acreditando ser seu, ao chegar em casa, ele
percebe que o livro é idêntico ao que ele tem, mas está escrito o nome de outra pessoa.
Desse modo, este não sabia que estava subtraindo coisa alheia móvel, pois
acreditava que o objeto era seu, logo, houve uma falsa percepção da realidade. Conforme
o art.20, CP, caput:
“O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite
a punição por crime culposo, se previsto em lei.”
Contudo, o erro previsto no código penal, pode dividido em: erro essencial e
erro acidental. Dentre as categorias, o erro essencial pode ser subdividido em evitável e
inevitável.
1.1 Erro de tipo essencial
Nesta classificação, o erro recai sobre os dados principais do tipo penal, de outro
modo, recai sobre os elementos constitutivos do tipo, onde o agente acaba praticando
um fato típico sem ter a intenção.
Por conseguinte, as circunstâncias do agente serão comparadas com a do homem
médio, pois se este tinha condição de evitar a conduta, há dolo e o erro é evitável.
Entretanto, se o indivíduo não tinha como impedir que o fato acontecesse, o erro será
inevitável, logo não há dolo nem culpa.
Nesse sentido, pode-se inferir que no erro de tipo essencial, o dolo sempre será
eliminado, visto que este tem dois elementos: consciência e vontade. Já no erro de tipo
essencial, tais elementos não estão previstos. Sendo assim, mesmo no erro evitável, no
qual o agente tinha como evitar a conduta, está excluído o dolo, pois se o agente operou
em erro, não é possível configurar o dolo, apesar disso, o indivíduo poderá responder
por culpa.
O erro de tipo acidental se divide em erro sobre a coisa e erro sobre a pessoa, o
erro sobre a coisa, erro sobre a execução e erro sobre resultado diverso do pretendido
entre outros. O erro sobre a coisa se aplica quando o agente pretende atingir uma coisa,
porém acaba se enganando e atingindo coisa diversa, mesmo com o seu objetivo tenha
sido atingir a coisa certa. Como por exemplo a pessoa entra numa loja para furtar uma
corrente de ouro, mas acaba furtando uma corrente banhada a ouro com valor inferior,
confundindo, portanto, o objeto visado. Portanto erro sobre o objeto tem como
consequência a responsabilização do agente pelo crime cometido, levando em
consideração o objeto material que efetivamente foi afetado. Em outras palavras, o
agente será punido pela conduta realizada, levando em conta o objeto real que foi objeto
do crime, independentemente do conhecimento errôneo ou engano do agente em relação
a esse objeto.
O erro sobre a execução é um tipo de erro que ocorre quando uma pessoa
pretende realizar uma conduta criminosa contra um alvo específico, mas, por engano ou
falha, atinge outra pessoa ou objeto que não era o alvo pretendido. Ou seja, o indivíduo
comete um erro durante a execução do ato criminoso, errando o alvo ou o objeto da sua
ação. Esse tipo de erro pode ocorrer em situações como tentativas de agressão,
homicídios ou outros crimes em que a pessoa tinha a intenção de causar dano a um alvo
específico, mas, por algum motivo, acaba atingindo uma pessoa ou objeto diferente.
1.2.4 Erro sobre a resultado diverso do pretendido
Por fim o erro sobre resultado diverso do pretendido ocorre quando o agente
pratica uma conduta criminosa com a intenção de alcançar um determinado resultado,
mas acaba ocorrendo um resultado diferente, não pretendido. Esse tipo de erro refere-se
à situação em que o agente comete um crime, mas o resultado obtido é diferente daquele
que ele previa. Por exemplo, "A pessoa 'A' tinha a intenção de causar danos ao carro que
'B' estava dirigindo, mas por um erro na execução, acabou atingindo e causando a morte
do motorista. Embora a intenção inicial fosse apenas causar danos, o resultado foi a
morte. Nesse caso, o agente não pode ser isento de pena. O agente será responsabilizado
pelo resultado não pretendido, mas por negligência (se houver previsão legal). No
exemplo dado, 'A' será acusado de homicídio culposo, com a tentativa de dano sendo
absorvida."
2 Erro de Proibição
O erro de proibição, agindo dentro da culpabilidade, terceiro elemento do crime,
está previsto no art. 21 do Código Penal, caput:
Conceituando o erro de proibição, este trata do agente que sabe o que faz, porém,
desconhecendo o caráter ilícito do fato, ou seja, o agente pratica uma conduta crendo
fielmente que não há lei que proíba aquela ação, acreditando ser lícita.
O erro inevitável, ou erro invencível, trata-se dos casos em que o agente mesmo
que se esforce, não consiga evitar o erro, em nenhuma circunstância conseguiria
impedir.
Nesses casos, o erro de proibição inevitável isenta o agente de pena, quando se
exclui a culpabilidade, ou seja, é excludente da culpabilidade ao excluir a potencial
consciência da ilicitude, tendo assim a absolvição do agente.
No erro de tipo essencial, o dolo é sempre excluído, pois o agente não tem
consciência e vontade de cometer o crime. Porém, mesmo que o erro seja evitável, o
agente pode responder por culpa. Já no erro de tipo acidental, o agente compreende a
ilicitude de sua conduta, mas comete equívocos em relação a aspectos periféricos do
crime. Nesse caso, a responsabilidade penal do indivíduo não é excluída.
Por outro lado, o erro de proibição trata do agente que conhece o que está
fazendo, mas desconhece a ilicitude de sua conduta. O desconhecimento da lei é
considerado inescusável, mas o erro sobre a ilicitude do fato pode isentar ou diminuir a
pena, dependendo se o erro era inevitável ou evitável. No primeiro caso, a culpabilidade
é excluída e o agente é absolvido, enquanto no segundo caso, a pena é reduzida de um
sexto a um terço.