Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Crime Putativo

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 3

Crime Putativo

O conceito de crime putativo, também conhecido como "delito putativo" ou "fato


punível", refere-se a uma situação em que uma pessoa acredita estar cometendo um
crime, mas, na realidade, a conduta que está realizando não é tipificada como crime
pela legislação. Essa crença errônea pode ocorrer por diversos motivos, como a falta
de informação sobre a lei ou a interpretação equivocada dos fatos. A discussão sobre
crime putativo é essencial no âmbito do Direito Penal, pois envolve questões
relacionadas à culpabilidade, à imputabilidade e à responsabilidade penal.

O Código Penal Brasileiro, em seu artigo 21, estabelece que não há crime quando a
ação é praticada em estado de necessidade, e o agente, por erro de tipo, não tem a
intenção de cometer um delito. O crime putativo é, portanto, uma forma de erro sobre
a tipicidade, que afeta a avaliação da culpabilidade do agente. Essa figura jurídica é
relevante para a análise do comportamento do agente e para a determinação da sua
responsabilidade penal.

Uma das principais implicações do crime putativo é que, embora o agente tenha a
intenção de cometer um crime, a sua conduta não se enquadra nas definições legais.
Em razão disso, a pessoa não pode ser punida pela tentativa ou pela consumação do
crime, uma vez que não há um fato típico a ser punido. Essa distinção é fundamental
para garantir que a responsabilidade penal seja atribuída apenas àqueles que
realmente cometem atos ilícitos.

Além disso, é importante observar que o crime putativo pode estar relacionado a
diversas áreas do Direito Penal, como crimes contra o patrimônio, crimes contra a
pessoa e crimes relacionados à segurança pública. Exemplos práticos incluem
situações em que alguém acredita estar cometendo um furto, mas o bem em questão
é, na verdade, de sua propriedade ou foi abandonado. Nesses casos, a ausência de
tipicidade do ato impede que o agente seja responsabilizado penalmente.

Outro aspecto a ser considerado no estudo do crime putativo é a questão da


culpabilidade. O agente que age sob a impressão de que está cometendo um crime
pode não ter a mesma capacidade de discernimento que alguém que tem plena
consciência de suas ações. Isso implica que o erro sobre a tipicidade pode influenciar a
análise da responsabilidade penal, levando a uma possível aplicação de medidas
menos severas.

A análise do crime putativo também envolve a questão da imputabilidade. O


agente que comete uma conduta sob a crença de estar praticando um crime pode não
ser considerado plenamente imputável, pois sua capacidade de entender a ilicitude do
ato está comprometida pela confusão ou erro.
Pergunta discursiva:

O que caracteriza o crime putativo e quais são as implicações jurídicas


relacionadas à culpabilidade e imputabilidade do agente no Direito Penal?

Resposta: O crime putativo caracteriza-se por uma situação em que o agente


acredita estar cometendo um delito, mas a conduta que está realizando não é
tipificada como crime pela legislação. Essa crença pode surgir devido à falta de
informação ou à interpretação equivocada da realidade. No contexto jurídico, o crime
putativo levanta questões importantes sobre a culpabilidade e a imputabilidade do
agente.

As implicações jurídicas do crime putativo estão atreladas ao conceito de erro


sobre a tipicidade. O artigo 21 do Código Penal Brasileiro menciona que não há crime
quando a ação é realizada em estado de necessidade e o agente, por erro de tipo, não
tem a intenção de cometer um delito. Isso significa que, quando alguém realiza um
ato acreditando estar cometendo um crime, mas esse ato não é, na verdade, tipificado
como tal, a pessoa não pode ser responsabilizada penalmente por tentativa ou
consumação de delito.

No que tange à culpabilidade, o agente que comete um crime putativo pode não
ter plena consciência do caráter ilícito de sua conduta. Isso levanta questões sobre a
responsabilidade penal, já que a culpabilidade está relacionada à capacidade de
entender e controlar o comportamento em relação às normas legais. Quando um
agente atua sob a crença de que está cometendo um crime, sua capacidade de
discernimento pode estar comprometida, levando a uma análise mais branda da
responsabilidade penal.

A imputabilidade é outro aspecto relevante a ser considerado. O agente que age


sob a impressão de que está praticando um crime pode ser considerado menos
imputável, o que pode influenciar a aplicação de penas e a natureza das
consequências jurídicas de sua ação. Em certos casos, é possível que o juiz aplique
medidas menos severas, considerando que o erro sobre a tipicidade do ato afeta a
capacidade de entendimento do agente.

Portanto, o crime putativo é um conceito complexo que exige uma análise


cuidadosa das circunstâncias em que o agente atua. A compreensão das nuances entre
erro, tipicidade e culpabilidade é fundamental para garantir que a responsabilidade
penal seja aplicada de forma justa e equitativa. A reflexão sobre o crime putativo
destaca a importância de uma interpretação abrangente das normas penais, levando
em consideração não apenas os atos, mas também a intenção e a percepção do agente.

Pergunta 2 (Múltipla Escolha):

Qual é a definição de crime putativo?


A) Crime que é consumado, mas não é punido.
B) Crime que é considerado impossível.
C) Ação em que o agente acredita estar cometendo um crime, mas a conduta não é
tipificada como tal.
D) Crime que não possui pena prevista.

Resposta: C) Ação em que o agente acredita estar cometendo um crime, mas a


conduta não é tipificada como tal.

Explicação: O crime putativo se refere a uma situação em que o agente acredita


estar cometendo um delito, mas, na realidade, sua conduta não se enquadra na
definição legal de crime.

Pergunta 3 (Múltipla Escolha):

O que diz o artigo 21 do Código Penal Brasileiro sobre crime putativo?

A) O crime é punido apenas se houver intenção.


B) Não há crime quando a conduta é praticada em erro de tipo.
C) O crime é sempre punido, independentemente das circunstâncias.
D) O agente é sempre responsabilizado, mesmo que não haja tipicidade.

Resposta: B) Não há crime quando a conduta é praticada em erro de tipo.

Explicação: O artigo 21 estabelece que não há crime se a ação é realizada sob erro
de tipo, o que se relaciona diretamente ao conceito de crime putativo.

Pergunta 4 (Múltipla Escolha):

Qual das situações a seguir pode ser considerada um exemplo de crime putativo?

A) Alguém tenta furtar uma bolsa que na verdade pertence a ele.


B) Um ladrão é preso antes de tentar roubar um banco.
C) Uma pessoa é acusada de roubo após tentar vender um item que sabia ser roubado.
D) Alguém tenta matar outra pessoa, mas acaba causando ferimentos em si mesmo.

Resposta: A) Alguém tenta furtar uma bolsa que na verdade pertence a ele.

Explicação: Nesse caso, a pessoa acredita estar cometendo um furto, mas a


conduta não é tipificada como crime, pois a bolsa é de sua propriedade,
caracterizando um crime putativo.

Você também pode gostar