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Aula - Do Erro de Tipo

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REDAÇÃO LEGAL

• CP - Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
• Descriminantes putativas
• § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena
quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
• Erro determinado por terceiro
• § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.
• Erro sobre a pessoa
• § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se
consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra
quem o agente queria praticar o crime.
CONCEITO

• BITENCOURT: “erro de tipo é o que recai sobre circunstância que


constitui elemento essencial do tipo. É a falsa percepção da realidade
sobre um elemento do crime. É a ignorância ou a falsa representação
de qualquer dos elementos constitutivos do tipo penal. É indiferente
que o objeto do erro se localize no mundo dos fatos, dos conceitos
ou das normas jurídicas”.
ERRO DE TIPO
ERRO IGNORÂNCIA

O erro é a falsa percepção da A ignorância é o completo


realidade ou o falso conhecimento de desconhecimento da realidade ou de
determinado objeto. Exemplo: O algum objeto. Exemplo: O sujeito,
sujeito erra ao confundir um cavalo nascido em uma casa Urbana e
com um jumento trancado no interior de um quarto até
os 18 anos de idade, não tem a
mínima ideia do que seja um cavalo

O Código Penal trata de forma idêntica o erro e a ignorância, tendo em


vista ambos poderem ensejar a aplicação do instituto do erro de tipo, de forma
que quando o CP escreve “erro”, devemos compreender o erro propriamente
dito e a ignorância.
EXEMPLOS DOUTRINÁRIOS
•a) “Contrair casamento com pessoa casada, insciente do matrimônio anterior válido. O casamento
anterior válido é elementar do subtipo do crime de bigamia previsto no art. 235, § 1°. Ao praticar o fato
(contrair casamento) o sujeito supõe a inexistência do elemento típico” (DAMÁSIO, p. 350).

•b) “Tirar a coisa alheia, supondo-a própria. O agente não responde por crime de furto, uma vez que
supôs inexistente no fato praticado a elementar alheia contida na descrição do crime de furto (art. 155,
caput)” (DAMÁSIO, p. 350).

•c) “O professor de anatomia, durante a aula, fere pessoa viva, supondo tratar-se de cadáver. Não
responde por crime de homicídio (exemplo de Hungria)” (DAMÁSIO, p. 350).
EXEMPLOS DOUTRINÁRIOS

• d) “O agente pratica conjunção carnal com sua namorada, supondo


que tenha mais de 14 anos em face de certidão de nascimento falsa.
Não responde por estupro de vulnerável (art. 217-A, com redação
dada pela Lei n. 12.015/2009), uma vez que desconhecia a elementar
concernente à idade da vítima” (DAMÁSIO, p. 350).
NATUREZA DO ERRO DE TIPO
• ZAFFARONI e PIERANGELI: “o erro de tipo é o fenômeno que
determina a ausência de dolo quando, havendo uma tipicidade
objetiva, falta ou é falso o conhecimento dos elementos requeridos pelo
tipo objetivo”.

• Se é coerente a versão dos réus de que se apossaram de algumas


peças de alumínio e pedaços de ferro, supondo tratar-se de coisa
abandonada, e o órgão acusador não logrou êxito em comprovar o dolo
dos agentes na subtração de coisa alheia, é de se manter a absolvição
decretada. TJMG - Apelação Criminal 1.0024.09.638526-5/001, Relator(a): Des.(a) Adilson Lamounier , 5ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 04/05/2010,

publicação da súmula em 10/05/2010.


NOÇÃO GERAL
• DELMANTO: “ora, como se viu do conceito de dolo (CP, art. 18, I), este
compreende a vontade e a consciência de realizar a conduta descrita no
tipo penal. Assim, se o sujeito pensou matar um animal, mas, na verdade,
estava matando um ser humano (“alguém”) por erro, não tinha consciência de
realizar o comportamento punível. Semelhantemente, se o agente se engana e
leva embora a mala alheia em vez da própria, ele não tem consciência de estar
subtraindo coisa “alheia” móvel. É para regular tais hipóteses e outras
semelhantes que este art. 20 dispõe que o erro (engano) sobre elemento
constitutivo (seja elemento objetivo ou normativo) do tipo legal do crime (de sua
descrição legal) exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo (CP,
art. 18, II), se for previsto em lei (CP, art. 18, paragrafo único)”.
ERRO DE TIPO ESSENCIAL E ACIDENTAL

• NUCCI: “essencial é o erro que incide sobre os elementos


constitutivos do tipo, vale dizer, apto a gerar o afastamento do dolo
por falta de abrangência. Por outro lado, o erro é acidental quando
incide sobre qualidades dos elementos constitutivos do tipo, mas que
não tem o condão de afastar o dolo, pois o bem jurídico protegido
continua em exposição”.

• ATENÇÃO: “o erro de tipo essencial pode ser inevitável ou evitável,


enquanto que o erro de tipo acidental possui cinco subespécies: erro
sobre o objeto, erro sobre a pessoa, erro na execução, resultado
diverso do pretendido e erro sobre nexo causal” (CUNHA, p. 231).
EXEMPLOS DOUTRINÁRIOS DE ERRO
ACIDENTAL
• a) “O agente pretende furtar a mala cheia de joias, mas, por erro,
subtrai outra com roupas, seu erro é acidental, pois diz respeito a
dado secundário, irrelevante para o tipo penal, já que tanto é furto a
subtração de joias como a de vestimentas” (DELMANTO, p. 133).

• b) “Pretendendo danificar o aparelho de TV de alguém, atinge o


aparelho de som, cuida-se de erro acidental, uma vez que, de toda
forma, destruiu coisa alheia, configurando-se o delito de dano” (NUCCI,
14ed).
ERRO DE TIPO ESSENCIAL: INVENCÍVEL –
INEVITÁVEL – DESCULPÁVEL OU ESCUSÁVEL
• NOÇÃO: “o erro deve ser relevante, por ser relativo a dado essencial, mas,
também, por ser invencível, ou seja, não passível de ser evitado, não
perceptível, segundo as condições objetivas e pessoais do agente” (REALE
Jr. p. 85).

• GRECO: “ocorre erro de tipo invencível quando o agente, nas circunstâncias


em que se encontrava, não tinha como evitá-lo, mesmo tomando todas as
cautelas necessárias. É o erro em que qualquer um incorreria se estivesse
diante das circunstâncias em que ele se encontrava. Nesse caso, sendo
invencível o erro, afasta-se o dolo, bem como a culpa, deixando o fato,
portanto, de ser típico” (GRECO, p. 295).
ERRO DE TIPO ESSENCIAL: INVENCÍVEL – INEVITÁVEL –
DESCULPÁVEL OU ESCUSÁVEL

•CONTEXTUALIZANDO: “o tipo, como já dissemos anteriormente, depois do


advento da teoria finalista, passou a ser complexo. Isso significa que, para os
finalistas, o tipo é composto pela conjugação dos elementos objetivos e
subjetivos. A ausência de qualquer um deles elimina o próprio tipo penal”
(GRECO, p. 295).

•DPE-SP-2012-FCC: “Em Direito Penal, o erro de tipo, se for invencível, exclui a


tipicidade dolosa e a culposa”. CERTO!
EXEMPLOS NA JURISPRUDÊNCIA
• “Demonstrado que os acusados agiram em erro no que se refere a idade do comparsa,

desconhecendo que se tratava de pessoa menor de 18 (dezoito) anos, elementar do crime


previsto no art. 244-B, da Lei nº 8.069/90, a absolvição quanto ao delito de corrupção de menor
é medida que se impõe”. TJDFT - Acórdão n.1068464, 20170110235175APR, Relator: JESUINO RISSATO, 3ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento: 14/12/2017.

• “Não se mostra plausível a alegação da Defesa de que o recorrente não tinha ciência da idade
do adolescente que participou da subtração do automóvel e que teria incorrido em erro de
tipo, se comprovado que se conheciam há aproximadamente 02 (dois) anos. Ademais, a
prova do erro de tipo incumbe à Defesa, não sendo suficiente para levar à absolvição a mera
alegação de que a idade do inimputável era desconhecida”. TJDFT - Acórdão n.1030787, 20140310326505APR, Relator: ROBERVAL

CASEMIRO BELINATI, 2ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento: 06/07/2017.

• “Havendo, com base em circunstâncias reinantes do caso concreto, fundada dúvida sobre a
consciência do acusado acerca da idade da vítima (menor de 14 anos), ela deve se resolver
em favor do acusado, em razão do princípio do “in dubio pro reo”. TJDFT - Acórdão n.1066276, 20140910002764APR,

Relator: ANA MARIA AMARANTE, 1ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento: 07/12/2017.


EXEMPLOS NA JURISPRUDÊNCIA

• “Imperioso o reconhecimento do erro de tipo, previsto no artigo 20, §1º do CP,


com a exclusão do dolo, quando se verifica engano sobre a idade da vítima
no crime de estupro de vulnerável. Na hipótese dos autos, o comportamento
da menor, consistente em postagens em redes sociais, incluindo-se perfil com
idade superior à real, fotografias veiculadas, estado de casada informado e sua
compleição física, somadas à narrativa constante do réu de que desconhecia a
idade da vítima, perfazem um conjunto probatório capaz de evidenciar a
falsa imaginação da realidade e, como tal, afastar o dolo necessário ao
crime de estupro presumido de vulnerável”. TJDFT - Acórdão n.982071, 20141010089612APR, Relator: SANDOVAL

OLIVEIRA, 3ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento: 17/11/2016.


ERRO DE TIPO VENCÍVEL – EVITÁVEL –
INDESCULPÁVEL OU INESCUSÁVEL
•NOÇÃO: “o erro essencial é considerado evitável (ou vencível, inescusável)
quando o agente, embora não agindo com dolo, poderia ter evitado seu erro,
caso agisse adotando os cuidados objetivos necessários. Inexistirá o dolo, mas a
culpa não é excluída e ele responderá pelo resultado culposo, caso o fato
também seja punível a título de culpa” (DELMANTO, p. 134).

•REALE JR: “se era a realidade fática apreensível ao homem comum, segundo a
atenção normal, tendo o agente, nas circunstâncias, possibilidade de ser atento,
não estando sujeito a qualquer fator extraordinário que impedisse tal cuidado, o
erro ocorrido na prática delitiva era vencível, irrelevante, pois passível de ser
evitado”.
PRINCIPAL CONSEQUÊNCIA
• NUCCI: “por outro lado, erro inescusável (ou evitável) é aquele que viabiliza o
afastamento do dolo, mas permite a punição por crime culposo, se houver a
figura típica, uma vez que o agente não se comportou com a prudência que lhe
é exigida”’.

• ZAFFARONI e PIERANGELI: “sendo o erro vencível (ou evitável), também


elimina a tipicidade dolosa, mas no caso de haver tipo culposo e de
configurarem-se seus pressupostos, a conduta poderá ser tipicamente
culposa, isto é, dar lugar a uma forma de tipicidade que não se caracteriza com
atenção à finalidade da conduta, e sim a seu modo de obtenção”.
EXEMPLOS JURISPRUDÊNCIA
• “A finalidade precípua do erro sobre elemento do tipo é a de afastar o dolo da conduta
do agente, caracterizando-se no desconhecimento da realidade pelo agente, ao ignorar
o fato de que realiza os elementos do tipo penal. Se o erro de tipo for inevitável,
afastará o dolo e a culpa; se evitável, eliminará o dolo, mas persistirá a culpa nos
casos em que a lei penal admitir a punição na forma culposa. Não estando prevista a
modalidade culposa ou sendo o erro inevitável, impõe-se a absolvição do agente”.
TJDFT - Acórdão n.351630, 20060910019173APR, Relator: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 02/04/2009.

• “Se o erro sobre a excludente de ilicitude era evitável, está caracterizada a culpa
imprópria, que tem como conseqüência a exclusão do dolo, permitindo a
condenação do agente a título culposo, se previsto no tipo penal”. TJPR - 1ª C.Criminal - RSE -
353924-8 - Irati - Rel.: Oto Luiz Sponholz - Unânime - J. 10.08.2006.
EXEMPLOS JURISPRUDÊNCIA

• “Incide erro de tipo evitável, o qual exclui-se o dolo do agente em


cometer a infração penal (fato atípico), que embora permita a
imputação por culpa se previsto no tipo penal incriminador, não é
o caso dos autos, uma vez que inexiste previsão de dano culposo
consoante se extrai do artigo 163, CP”. TJMS – APL.: 0001382-49.2013.8.12.0006, Rel.: Des. Manoel Mendes Carli,

Jul.: 05/07/2016, 1° Câmara Criminal.


EXERCÍCIO DOUTRINÁRIO
•“Dois amigos combinam uma caçada. Um deles, muito brincalhão, resolve pregar
uma peça em seu companheiro, que ali fazia sua estreia como caçador. Uma vez
acampados, escolhem o lugar ideal para permanecerem à espreita dos animais. Em
certo momento, o amigo brincalhão diz que tinha de buscar mais munição em sua
barraca, que se encontrava localizada atrás do local onde aguardavam a passagem
dos animais. Visando assustar seu companheiro, o amigo brincalhão faz a volta
e se coloca de frente para o novel caçador. Nesse instante, começa a fazer ruídos
como se fosse um animal, e sacode bruscamente um arbusto. O novato caçador,
supondo que se tratasse de um animal e certo que seu companheiro se
encontrava na barraca localizada atrás do local onde permanecia à espera dos
animais, atira em direção ao arbusto e, como consequência, causa a morte do
amigo “brincalhão”” (GRECO, p. 295).
ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO
• ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO: “o erro pode ter sido cometido
pelo sujeito espontaneamente (erro espontâneo) ou causado por terceira
pessoa (erro provocado). É desta última forma que cuida o § 2°,
estabelecendo que responde pelo crime o terceiro que determina
(causa, provoca) o erro” (DELMANTO, p. 135).

• CAPEZ: “de acordo com o dispositivo legal, responderá pelo crime aquele
que determinou o erro. Assim, se o terceiro provocou dolosamente o
erro, para que o crime ocorresse, responderá pelo crime na forma
dolosa; se culposamente, responderá pelo crime na forma culposa”.
ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO
•JUSTIFICATIVA: “deve-se, quando alguém se vale de outrem para prática do delito, punir a
este e não àquele que, em geral, age delituosamente sem o saber. Deve-se castigar ao
autor real e não ao seu instrumento, o homem por detrás, que induz ao engano e comete o
crime, não por sua própria mão, mas se valendo da mão de terceiro, que atua em estado de
erro”.

•Segundo regra expressa do art. 20, § 2º, do CP, responde pelo crime o terceiro que determina
o erro. Essa determinação pode ser dolosa, quando o agente induz terceiro a incidir em erro,
ou culposa, quando o terceiro age com culpa, induzindo o agente em erro por imprudência,
negligência ou imperícia. TJPR - 2ª C.Criminal - AC - 1601944-4 - Curitiba - Rel.: DESEMBARGADOR JOSÉ MAURICIO PINTO DE ALMEIDA - Unânime - J.

22.06.2017
ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO
• EXEMPLOS DOUTRINÁRIOS:

• a) “A, pretendendo matar B, durante uma caçada, instiga C a atirar contra


uma moita, dizendo-lhe que ali se encontra o animal visado, mas sabendo que
lá está, na realidade, B, havendo o homicídio, deverá por ele responder A e
não C. Este foi o autor imediato, mas que não passou de instrumento de A
(autor mediato) para atingir seu objetivo’’ (DELMANTO, p. 135).

• b) “Alguém induz outrem a matar um inocente, fazendo-o crer que estava


em legítima defesa. No caso, houve provocação de erro de tipo escusável,
configurando-se a hipótese autoria mediata” (CAPEZ, p. 65).
ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO
•CONSEQUÊNCIA: “se a terceira pessoa que causou o erro agiu
dolosamente, com o propósito de provocar o engano para que o crime
ocorresse, houve provocação dolosa e ela responderá pelo crime na forma
dolosa. b) Se tiver causado o erro por culpa, houve provocação culposa e
a pessoa que o determinou responderá por culpa, se o fato for punível a tal
titulo. c) O provocado, ou seja, o sujeito que errou por provocação de
outrem, estará́ isento de pena, se o erro a que foi levado era inevitável,
ou responderá por culpa, se pudesse ter evitado tal engano caso agisse
tomando os cuidados objetivos necessários, e o fato for punível a titulo de
culpa” (DELMANTO, p. 135).
ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO
• NA JURISPRUDÊNCIA:

• “No erro determinado por terceiro, “a punibilidade do agente provocador


depende do coeficiente subjetivo, que o animou à ação, respondendo
por dolo ou culpa. Quanto ao agente provocado, a punibilidade
depende da forma de erro a que foi induzido: se invencível, estará
isento de pena; se vencível, será punido, a título de culpa, se houver
previsão legal. Se ambos agiram dolosamente, não há cuidar de erro
provocado, mas de hipótese enquadrável no art. 29 do CP”. (Franco,
Alberto Silva (et. al.). Código Penal e sua Interpretação Jurisprudencial.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001, p. 343-344”. TRF-4. ACR.: 41631 RS

2004.71.00.041631-7, Rel.: SALISE MONTEIRO SANCHOTENE, SÉTIMA TURMA, Jul.: 21/02/2006.


ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO
• “De fato, a subsunção da conduta de trazer consigo substância entorpecente, ao
modelo de comportamento proibido descrito no art. 33, caput, da Lei nº
11.343/2006, somente se concretiza quando, a par de restar constatada a ação
nuclear delituosa, concorrem circunstâncias subjetivas a evidenciar a vontade
do agente àquela convergente. E, consoante precisamente ponderado pela
combativa defesa, verifica-se que o panorama reproduzido no presente feito
carece de substrato probatório subsistente a delinear justamente esse elemento
volitivo, restando viável a caracterização na espécie do instituto denominado
erro determinado por terceiro, contemplado no art. 20, §2º, do Código Penal,
o qual justamente afasta o dolo focalizado pelo legislador pátrio a ensejar
uma responsabilização pela prática delituosa”. TJPR - 4ª C.Criminal - AC - 1098474-0 - Curitiba - Rel.: Renato Naves

Barcellos - Unânime - J. 27.11.2014.


ERRO ACIDENTAL
• RELEMBRANDO: “acidental, quando diz respeito a dados acessórios ou
secundários do crime. Somente o erro essencial é relevante e alcançado
pela norma deste art. 20” (GRECO, p. 304).

• ERRO SOB O OBJETO MATERIAL: “fala-se em erro sobre o objeto material


quando o agente, tendo vontade e consciência de praticar uma conduta que
sabe ser penalmente ilícita, agindo, v.g., com animus furandi, subtrai uma
pulseira que, para ele, supunha-se ouro, quando na realidade, não
passava de mera bijuteria, forjada com latão” (GRECO, p. 297).
ERRO ACIDENTAL
• ERRO SOBRE A PESSOA: “ocorre quando há erro de representação,
em face do qual o sujeito atinge uma pessoa supondo tratar-se da
que pretendia ofender. Ele pretende atingir certa pessoa, vindo a
ofender outra inocente pensando tratar-se da primeira” (DAMÁSIO, p. 361).

• Art. 20, § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado


não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou
qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente
queria praticar o crime.
ERRO ACIDENTAL
• DELMANTO: “o erro sobre a pessoa é aquele em que há engano de
representação, pois nele o agente crê tratar-se de outra pessoa. Difere do erro
na execução ou aberratio ictus (art. 73), em que o agente visa atingir certa
pessoa e, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, vem a atingir
outra. O erro do agente quanto à pessoa ofendida não o isenta de pena”.

• CONSEQUÊNCIA: “o erro quanto à pessoa não exclui o dolo, não exclui a culpa
e não isenta o agente de pena, mas na sua punição devem ser consideradas
as qualidades ou condições pessoais da vítima virtual (pretendida)” (CUNHA, p.
234) (CUNHA, p. 234).
ERRO ACIDENTAL
• EXEMPLOS DOUTRINÁRIOS:

• a) “Se o sujeito quis agredir o próprio irmão, mas por erro de representação
ofende pessoa estranha, será aplicável a agravante de parentesco (CP, art. 61,
II, e). Ao contrário, se desejava agredir pessoa estranha, mas por erro de
representação fere o irmão, responderá pela lesão corporal sem aquela
agravante” (DELMANTO, p. 135).

• b) “O agente pretende cometer homicídio contra Pedro. Coloca-se de atalaia e,


pressentindo a aproximação de um vulto e supondo tratar-se da vítima, atira e
vem a matar o próprio pai. Sobre o fato não incide a agravante genérica
prevista no art. 61, II, e, 1.a figura (ter cometido o crime contra ascendente)”
(DAMÁSIO, p. 361).
ERRO ACIDENTAL
• EXEMPLOS DOUTRINÁRIOS:

• c) “Se o agente, volitiva e conscientemente, queria causar a morte


de seu pai e, devido ao fato de ter-se colocado à espera da vítima em
local erro, causa a morte de um estranho que por ele fora
confundido com o seu ascendente, ainda assim permanecerá
íntegro o seu dolo de matar alguém. (...) Se queria matar o próprio pai
e acabou causando a morte de seu vizinho por confundi-lo com aquele,
responderá como se tivesse ocasionado a morte de seu
ascendente” (GRECO, p. 298).
QUESTÃO DE CONCURSO
• CEBRASPE – TJPA: Antônio estava em uma festa, acompanhado de
amigos e de Maria, sua esposa. Depois de consumir uma grande
quantidade de bebida alcóolica, ele decidiu furtar o celular que estava
sobre a mesa. Antônio, que acreditava que o objeto era de propriedade
de algum desconhecido — na verdade, o aparelho era de Maria —,
sorrateiramente o colocou no bolso. Passados alguns minutos, tendo
percebido que o aparelho estava quebrado, arrependido, ele decidiu
deixar o aparelho dentro do banheiro, com a esperança de que o
proprietário do celular o recuperasse. Após isso, retornou para sua
casa.
ERRO ACIDENTAL
• ERRO NA EXECUÇÃO: “do erro in persona difere o de execução, que constitui
objeto dos arts. 73 e 74. Já agora não existe representação subjetiva errônea
do sujeito ativo, que age contra o que desejava atuar, mas vem a alcançar
objeto diverso, embora da mesma espécie, por erro, desvio ou falha na
execução. Trata-se da aberratio ictus: A atira em B, mas o projétil atinge C,
que se acha próximo” (MAGALHÃES NORONHA, p. 155).

• CP - Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao
invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde
como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do
art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia
ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
ERRO ACIDENTAL
• ATENÇÃO: “a aberratio ictus ou erro na execução não se confunde com o
erro quanto à pessoa, onde há representação equivocada da realidade, pois o
agente acredita tratar-se de outra pessoa” (BITENCOURT, p. 831).

• CONTEXTO DE CAUSA JUSTIFICANTE: “pode ocorrer aberratio ictus numa


causa justificativa, como, por exemplo, no exercício da legítima defesa. O
agente, ao repelir injusta agressão de outrem, atinge um terceiro inocente
por mero acidente ou erro no uso dos meios de execução. Nem por isso
deixa a justificante de ser admissível, sem comprovada, uma vez que quem
age em legítima defesa pratica um ato lícito” (MIRABETE, p. 313).
ERRO ACIDENTAL
• CONSEQUÊNCIA PRÁTICA: “de qualquer forma, a solução essencial
é idêntica no erro na execução e no erro sobre a pessoa: o agente
responderá como se tivesse atingido a pessoa visada. Por isso, nestes
casos consideram-se as qualidades e condições da pessoa visada e
não atingida” (REALE JR., p. 228).

• DIVISÃO DOUTRINÁRIA: “sendo um erro de pessoa para pessoa, o


agente pode atingir somente aquela contra qual não estava dirigindo a
sua conduta ou mesmo produzir um duplo resultado. Por essa razão, a
aberratio ictus pode ser dividida em: a) aberratio ictus com unidade
simples; b) aberratio ictus com unidade complexa” (GRECO, p. 608).
ERRO ACIDENTAL
• a) UNIDADE SIMPLES: “ocorre a aberratio ictus com unidade simples
(resultado único) quando o agente, errando o alvo, atinge somente a pessoa
não visada, matando-a. Na realidade teria havido uma tentativa de
homicídio em relação à vítima virtual e um homicídio culposo em relação à
vítima efetiva” (BITENCOURT, p. 831).

• b) UNIDADE COMPLEXA: “e há aberratio ictus com unidade complexa


(resultado duplo) quando, além da pessoa visada, o agente atinge também
uma terceira. Nessa hipótese, com uma só conduta o agente pratica dois
crimes, e, diante da unidade da atividade criminosa, justifica-se a
determinação do Código de dispensar o mesmo tratamento do concurso
formal próprio” (BITENCOURT, p. 831).
ERRO ACIDENTAL

• CONCURSO FORMAL: “há concurso formal ou ideal próprio quando o


agente pratica dois ou mais crimes mediante uma só conduta
(positiva ou negativa), embora sobrevenham dois ou mais resultados
puníveis” (DELMANTO, p. 297).

• CONSEQUÊNCIA: “aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis


ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer
caso, de um sexto até metade”.
ERRO ACIDENTAL
• CRITÉRIO DE EXASPERAÇÃO:

• “Em caso de crime continuado ou concurso formal próprio, deve ser adotado o
critério da quantidade de crimes cometidos, ficando estabelecidas as seguintes
medidas: dois crimes - acréscimo de um sexto (1/6); três delitos - acréscimo de
um quinto (1/5); quatro crimes - acréscimo de um quarto (1/4); cinco delitos -
acréscimo de um terço (1/3); seis crimes - acréscimo de metade (1/2); sete
delitos ou mais - acréscimo de dois terços (2/3)”. TJDFT - Acórdão n.1073167, 20170910068707APR, Relator:

CARLOS PIRES SOARES NETO, 1ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento: 25/01/2018.


ERRO ACIDENTAL
• MODALIDADES: Imaginemos que uma pessoa saque arma de fogo e, com
intenção letal, dispare contra seu desafeto (X), atingindo-o e também a um terceiro
(Y):
• Ocorrendo a morte de ambos, haverá dois crimes, um homicídio doloso
consumado (X) e outro culposo (Y), em concurso formal.
• Resultando somente lesões corporais em ambos, haverá uma tentativa de
homicídio (X), em concurso formal com lesões corporais culposas (Y).
• Dando-se a morte de X e lesões corporais em Y, ter-se-ão um homicídio doloso
consumado e lesões corporais culposas, em concurso ideal.
• Verificando-se lesões corporais em X e a morte de Y, imputar-se-á ao atirador um
homicídio doloso consumado (Y), em concurso ideal com uma tentativa de
homicídio (X).
(ESTEFAM e GONÇALVES, p. 415).
ERRO ACIDENTAL
• ATENÇÃO: a última situação merece uma explicação mais detalhada, pois, a
princípio, poderia parecer correto considerar que houve uma tentativa de homicídio
com relação a X e um homicídio culposo contra Y. Se fosse assim, todavia, quando se
atingisse terceiro (Y) por erro na execução, seria melhor acertar também o alvo
pretendido (X) do que simplesmente o terceiro. Em outras palavras, o erro na
execução com resultado duplo seria mais benéfico para o assassino do que se
houvesse resultado único (!). Isto porque, atingindo somente Y (aberratio ictus com
resultado único), ser-lhe-ia imputado um crime de homicídio doloso consumado (art.
73, primeira parte, do CP). Se é assim, na hipótese de também acertar X, o qual
sobrevive, não tem cabimento responder por fatos de menor gravidade (o concurso
formal entre homicídio tentado e homicídio culposo é menos grave que um homicídio
doloso consumado). É dizer: a pena decorrente da aberratio ictus com unidade
complexa não pode ser inferior àquela imposta no caso de aberratio ictus com
unidade simples. (ESTEFAM e GONÇALVES, p. 415).
ERRO ACIDENTAL
• DIVERGÊNCIA NO STJ:

• Alvejada, além da pessoa que se visava atingir, vítima


diversa, por imprecisão dos atos executórios, deve ser a ela
estendido o elemento subjetivo (dolo), aplicando-se a regra
do concurso formal. "A norma prevista no art. 73 do Código
Penal afasta a possibilidade de se reconhecer a
ocorrência de crime culposo quando decorrente de erro
na execução na prática de crime doloso" (HC 210.696/MS, Rel.
Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 19/09/2017, DJe 27/09/2017). STJ -
REsp n. 1.853.219/RS, relator Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, julgado em 2/6/2020, DJe de

8/6/2020.
ERRO ACIDENTAL
• RECURSO ESPECIAL. TRIBUNAL DO JÚRI. PRONÚNCIA. HOMICÍDIO DOLOSO. ERRO NA EXECUÇÃO.
ABERRATIO ICTUS COM DUPLICIDADE DE RESULTADO. DOLO. EXTENSÃO À CONDUTA NÃO
INTENCIONAL. INCIDÊNCIA DO ART. 73, ÚLTIMA PARTE, DO CP. APLICAÇÃO DO CONCURSO FORMAL.
RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Ocorre aberratio ictus com resultado duplo, ou unidade complexa, de que
dispõe o art. 73, segunda parte, do CP, quando, na execução do crime de homicídio doloso, além do resultado
intencional, sobrevém outro não pretendido, decorrente de erro de pontaria, em que, além da vítima
originalmente visada, outra é atingida por erro na execução. 2. Pronunciado como incurso nos arts. 121, § 2°, I e
IV, e do art. 121, § 2º, e IV, c/c o art. 14, II, na forma do 73, do CP, o réu, em apelação, teve desclassificada a
conduta, relativa ao resultado danoso não pretendido, para lesão corporal culposa. 3. Alvejada, além da pessoa
que se visava atingir, vítima diversa, por imprecisão dos atos executórios, deve ser a ela estendido o elemento
subjetivo (dolo), aplicando-se a regra do concurso formal. 4. "A norma prevista no art. 73 do Código Penal
afasta a possibilidade de se reconhecer a ocorrência de crime culposo quando decorrente de erro na
execução na prática de crime doloso" (HC 210.696/MS, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em
19/09/2017, DJe 27/09/2017). 5. "Por se tratar de hipótese de aberratio ictus com duplicidade de resultado, e não

tendo a defesa momento algum buscando desvincular os resultados do erro na execução, a tese de
desclassificação do delito para a forma culposa em relação somente ao resultado não pretendido, só
teria sentido se proposta também para o resultado pretendido" (HC 105.305/RS, Rel. Ministro FELIX FISCHER,
QUINTA TURMA, julgado em 27/11/2008, DJe 09/02/2009). 6. Recurso especial provido para restabelecer a sentença de

pronúncia. (STJ, REsp 1853219/RS, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, j. em 02/06/2020).
ERRO ACIDENTAL
• EM CONCURSO:
• (DEP-PR – AOCP - 2022) Após uma discussão com Bruno, Rubens resolve adquirir
um revólver para matá-lo. Com animus necandi, Rubens vai até a casa em que
Bruno reside e, munido do revólver, efetua disparos de arma de fogo em sua
direção. Os disparos atingem Bruno, que morre imediatamente. Todavia, em virtude
de imprudência, os disparos também atingem o filho de Bruno, César, que sofre
lesões corporais. Diante dessa situação hipotética e considerando o entendimento
do Superior Tribunal de Justiça sobre o tema, Rubens deverá responder por
• a) homicídio consumado com relação a Bruno e lesão corporal culposa com relação
a César, em concurso formal próprio.
• b) homicídio consumado com relação a Bruno e lesão corporal dolosa com relação
a César, em concurso formal próprio.
• c) homicídio doloso consumado com relação a Bruno e homicídio doloso tentado
com relação a César, em concurso formal próprio.
• d) homicídio doloso consumado com relação a Bruno e lesão corporal culposa com
relação a César, em concurso formal impróprio.
• e) homicídio doloso consumado com relação a Bruno e homicídio doloso tentado
com relação a César, em concurso formal impróprio.
ERRO ACIDENTAL

• ABERRATIO ICTUS POR ACIDENTE: “caracteriza-se por não haver


erro no golpe, mas desvio na execução, podendo a pessoa visada
estar ou não no local”. Ex.: A envenena cominada destinada a B, mas
esta acaba sendo ingerida por B. (CUNHA, p. 236).

• ERRO NO USO DOS MEIOS DE EXECUÇÃO: “existe erro no golpe,


ou, em outras palavras, desvio na execução em razão da inabilidade do
agente no manuseio ou uso dos meios utilizados na execução do crime”.
(CUNHA, p. 236).
ERRO ACIDENTAL
• RESPONSABILIDADE PENAL OBJETIVA:

• NUCCI: “diz a lei, expressamente, que o desvio no ataque pode ocorrer por acidente
ou por erro, bastando, para responsabilizar o agente, a existência de nexo
causal. Cuida-se, pois, de outra hipótese de responsabilidade penal objetiva
constante no Código Penal (a outra se refere à embriaguez voluntária ou culposa,
art. 28, II, CP)”.

• DAMÁSIO: “é possível que o sujeito não tenha agido dolosa ou culposamente (casus)
em relação à morte (ou lesão) do terceiro. Neste caso, o resultado produzido na
vítima efetiva não pode ser imputado ao agente. Responde por homicídio ou
tentativa de homicídio em relação à vítima virtual. Solução diversa levaria à
responsabilidade penal objetiva”.
ERRO ACIDENTAL
• EM CONCURSO:

• CEBRASPE – TJMA: Erro de pessoa e aberratio ictus são


espécies de erro na execução do crime, não tendo
nenhuma relação com a representação que o agente faz da
realidade.

• CORRETO?
ERRO ACIDENTAL

• RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO: “aberratio criminis


(ou aberratio delicti) significa desvio do crime. Enquanto na
aberratio ictus existe erro de execução a persona in personam, na
aberratio criminis há erro na execução do tipo a persona in rem ou
a re in personam. No primeiro caso, o agente quer atingir uma
pessoa e ofende outra (ou ambas). No segundo, quer atingir um
bem jurídico e ofende outro (de espécie diversa)”. (DAMÁSIO, p. 366).
ERRO ACIDENTAL
• MODALIDADES: (DAMÁSIO, p. 355/356).

• a) O agente quer atingir uma coisa e atinge uma pessoa. Responde pelo resultado
produzido a título de culpa (homicídio ou lesão corporal culposos).

• b) O agente pretende atingir uma pessoa e atinge uma coisa. Não responde por crime de
dano culposo, uma vez que o Código não prevê a modalidade culposa. Pode responder por
tentativa de homicídio ou tentativa de lesão corporal, conforme o elemento subjetivo.

• c) O agente quer atingir uma pessoa, vindo a atingir esta e uma coisa. Responde pelo
resultado produzido na pessoa, não havendo crime de dano (não há dano culposo).

• d) O agente quer atingir uma coisa, vindo a ofender esta e uma pessoa. Responde por dois
crimes: dano (art. 163) e homicídio ou lesão corporal culposa em concurso formal (concurso
entre crime doloso e culposo). Aplica-se a pena do crime mais grave com o acréscimo de
um sexto até metade.
ERRO ACIDENTAL

• ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL: “responde por crime de homicídio doloso


o agente que, desejando matar a vítima por afogamento, joga-a do alto da
ponte, porém esta vem a morrer por fratura no crânio provocada pelo
impacto com um pilar da ponte. Também se fala em aberratio causae,
quando o fato se consuma em dois atos, sobre cuja significação se equivoca
o autor, ao crer que o resultado se produzira já em razão do primeiro ato,
quando, na verdade, ele vem a acontecer pelo segundo, destinado a ocultar o
primeiro. Depois de estrangular a vítima, o autor, crendo que ela está morta,
enforca-a para simular um suicídio, todavia fica comprovado que a vítima
na verdade morreu em razão do enforcamento. Responde por um só
homicídio doloso consumado” (GOMES, citado por CAPEZ, p. 319).
ERRO ACIDENTAL
• DIVISÃO DOUTRINÁRIA:

• ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL EM SENTIDO ESTRITO:


realização de um único ato pelo agente.

• DOLO GERAL: o agente mediante pluralidade de atos provoca o


resultado pretendido, porém, por outro nexo.
DO ERRO DE TIPO

• REFERÊNCIAS

• BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Vol. 1 - Parte Geral, 23ª edição,
Editora Saraiva, 2017.
• CAPEZ, Fernando. Código penal comentado, 6ª edição.. Saraiva, 4/2015.
• JESUS, Damásio de. Direito penal, volume 1: parte geral, 35ª edição. Saraiva, 12/2013.
• DELMANTO, Celso, DELMANTO, Roberto, D. JUNIOR, Roberto D. Código Penal
Comentado, 1ª edição. Saraiva, 1/2016.
• GRECO, Rogério, Curso de Direito Penal. Editora(s) Impetus.
• MAGALHÃES NORONHA, Edgard. Direito Penal, Saraiva, 1999.
• MIRABETE, Julio. FABBRINI, Renato. Manual de Direito Penal, Atlas, 2014.
• NUCCI, Guilherme Souza. Manual de Direito Penal. Forense, 11/2016.
• REALE JÚNIOR, Miguel, Cord. Código Penal Comentado, Saraiva, 2017.
• SANCHES, Rogério Cunha. Manual de Direito Penal – Parte Geral, JusPodivm, 2017.
• ZAFFARONI, Eugenio Raúl, PIERANGELI, José Henrique. Manual de Direito Penal
Brasileiro – Parte Geral, RT, 2004.

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