Hiv Aids
Hiv Aids
Hiv Aids
HIV – AIDS
Transmissão -> Via sexual (esperma e secreção vaginal); pelo sangue (via parenteral e vertical);
e pelo leite materno.
Consiste no uso de antirretrovirais para reduzir o risco de adquirir infecção pelo HIV. É
usada a combinação dos ARV TDF e FTC, cuja eficácia de proteção chega a 99%.
A PREP não previne outras ISTs ou hepatites virais. É importante realizar a sorologia
anti-HIV e outras ISTs antes da introdução da PREP e oferecer imunização para hepatites A e B
e HPV. A cada três meses, o individuo deve ser monitorizado com sorologias para IST,
especialmente sífilis e hepatites virais.
A função renal necessita ser regularmente avaliada pela dosagem de creatina sérica e
urinária para o calculo do ClCr, devido ao dano renal associado ao TDF.
Ocorre nas primeiras semanas do contato, quando o vírus está sendo replicado
intensivamente nos tecidos linfoides.
Durante essa fase, tem-se carga viral elevada e níveis decrescentes de linfócitos TCD4.
O indivíduo é altamente infectante.
Manifestacoes clinicas variam desde quadro gripal até uma síndrome mononucleose-
like. Também pode ser assintomática.
Sintomas -> febre, adenopatia, faringite, mialgia, artralgia, rash cutâneo maculopapular
eritematoso, ulcerações mucocutâneas, envolvendo mucosa oral, esôfago e genitália;
hiporexia, adinamia, cefaleia, fotofobia, hepatoesplenomegalia, perda de peso, náuseas e
vômitos. Os sintomas duram, em média, 14 dias, podendo o quadro clínico ser autolimitado.
Latência clínica
Na fase de latência clínica, o exame físico costuma ser normal, exceto pela
linfedenopatia, que pode persistir após a infecção aguda. A presença de linfedenopatia
generalizada persistente é frequente.
AIDS
As neoplasias mais comuns são: sarcoma de Kaposi (SK), linfoma não Hodgkin e câncer de colo
uterino, em mulheres jovens.
Além das infecções e das manifestações não infecciosas, o HIV pode causar doenças
por dano direto a certos órgãos ou por processos inflamatórios, tais como miocardiopatia,
nefropatia e neuropatias, que podem estar presentes durante toda a evolução da infecção
pelo HIV.
Em casos de acidentes com material biológico fonte HIV+, violência sexual e exposição
sexual de risco, a profilaxia feita é com antirretrovirais por 28 dias.
O primeiro atendimento após a exposição ao HIV é uma urgência médica. A PEP deve
ser iniciada o mais precocemente possível, tendo como limite as 72 horas subsequentes à
exposição.
Diagnóstico da infecção pelo vírus HIV
Para selar o diagnóstico: Dois testes rápidos ELISA de fabricantes diferentes positivos
realizados no mesmo momento afirmam sorologia para HIV. Para amostras inconclusivas,
utilizar tester WB ou carga viral do HIV.
Abordagem inicial do paciente HIV+
Caso a PT seja inferior a 5 mm, recomenda-se sua repetição anual e também após a
reconstituição imunológica com o uso de TARV.
Para indicar infecção latente, deve-se excluir tuberculose ativa utilizando critérios
clínicos, exame de escarro e radiografia de tórax.
O tratamento da infecção latente com isoniazida (INH) é recomendado para todos
HIV+ com PT maior ou igual a 5 mm com CD4 > 350, desde que excluída a TB ativa, ou com
CD4 < 350 independente do PPD. Assim, será reduzido o risco de contrair TB ativa.
TRATAMENTO HIV
-> Deve-se realizar Tomografia e coleta de LCR (quando possível) são fundamentais na
avaliação inicial.
-> Acima de 350 células, raras vezes os pacientes terão doença neurológica grave relacionada
aos agentes oportunistas.
Neurotoxoplasmose
-> Principal etiologia a ser considerada como causa de lesão com efeito massa do sistema
nervoso central.
-> Achados radiográficos clássicos são lesões hipodensas, com realce anelar de contraste e
edema perilesional;
-> Abordagem e tratamento desses pacientes deverão ser feitos de maneira empírica, com
base no quadro clínico e aspecto tomográfico, com início da terapia ainda no pronto-socorro
(achou que é toxoplasmose, trata toxoplasmose!);
-> É esperado que ocorra melhora clínica e radiológica em 2 semanas, e, caso não ocorra, o
principal diferencial é de Linfoma Primário do Sistema Nervoso Central.
-> Por conta da IRIS, a TARV deve ser iniciada apenas depois do tratamento da
Neurotoxoplasmose, pelo menos 2 semanas após, de preferência acima de 4 semanas. AIRIS
com acometimento neurológico é muito grave!
Tratamento: Primeira escolha: Pirimetamina 200 mg no primeiro dia seguido por 50 mg/dia +
sulfadiazina 1-1,5 g/dia +15 mg/dia de ácido folínico ou sulfametoxazol/trimetoprim 5-20
mg/kg (TMP) de 12/12h por 6 semanas.
-> Lesões hipodensas com realce anelar e edema perilesional. O PCR para EBV no líquor pode
auxiliar no diagnóstico, se for positivo.
-> Até um terço dos pacientes apresentam CD4 > 200 células por mm3 na ocasião do
diagnóstico;
LEMP
-> PCR liquórico para poliomavírus (vírus JC ou BK vírus) que apresenta sensibilidade de 74%,
especificidade de 95,8%.
Neurocriptocose
-> Evolução subaguda cursando com cefaleia progressiva, febre, náuseas e vômitos,
rebaixamento de nível de consciência.
-> O diagnóstico requer tinta da China positiva no líquor (sensibilidade 75%), cultura positiva
(sensibilidade em torno de 90%) ou pesquisa positiva do antígeno para criptococo em LCR
(sensibilidade > 95%);
-> No Brasil, as infecções respiratórias mais comuns são: infecções respiratórias altas,
pneumonia bacteriana, pneumocistose e tuberculose pulmonar.
-> O tratamento empírico inicial deverá ser introduzido com base no quadro clínico e
radiológico e nos agentes mais prevalentes (pneumonia e/ou pneumocistose);
Pneumocistose
-> Achado mais típico na radiografia de tórax é o infiltrado intersticial difuso, bilateral;
-> A TC de tórax é útil quando o RX é normal, sendo que uma TC normal torna pneumocistose
muito improvável (vidro fosco = principal achado). Padrão micronodular pode estar presente e
fazer diferencial com TB miliar.
-> O tratamento deverá ser iniciado no momento da suspeita clínica sem a necessidade de
aguardar o resultado de testes diagnósticos mais complexos (sulfametoxazol por 21 dias,
associado com corticosteroides quando PaO2 menor que 70). Iniciar TARV apenas após o
tratamento da PCP em pacientes que já não estejam em uso.
-> Importante: devemos sempre solicitar Anti-HIV ELISA para pacientes com suspeita de
pneumocistose, pois muitas vezes não são admitidos já com diagnóstico!
-> Com escarro: solicitar PCR, culturas (visando diferenciais). Sem escarro: lavado
broncoalveolar (LBA) + biópsia, pBAAR e culturas, GeneXpert.
Odinofagia em HIV+
-> A candidíase mucocutânea (oral e esofâgica) é uma das infecções mais frequentes;
-> A ausência de resposta clínica ao tratamento com azólicos sistêmicos indica a necessidade
de EDA para diagnóstico diferencial com esofagite pelo citomegalovírus, herpes simplex e
Sarcoma de Kaposi.
Tratamento: Fluconazol 100 mg via oral (VO) 1x por dia por 7 a 14 dias (candidíase oral) ou 14
a 21 dias (candidíase esofâgica). O tratamento em casos de herpes esofâgica é com aciclovir, e
do CMV é com ganciclovir.
CMV ocular
-> A retinite por CMV permanece como uma causa importante de cegueira em pacientes HIV+
-> O comprometimento ocular se inicia em um dos olhos; porém, sem tratamento sistêmico
específico ou reconstituição imune, pode se estender ao olho contralateral.
-> Apresentações clínicas mais comuns incluem escotomas, redução da acuidade visual e,
menos frequentemente, perda visual súbita.
Histoplasmose
-> Os principais sinais e sintomas clínicos são febre, perda de peso, hepatoesplenomegalia,
linfadenomegalia, alterações pulmonares e lesões mucocutâneas numerosas, que se iniciam
como pâpulas, progredindo para pequenos nódulos umbilicados e úlceras.
Diarreia crônica
-> Em casos de diarréia crônica, alguns agentes oportunistas, que não causam manifestações
em pacientes imunocompetentes, podem estar envolvidos. São eles: Microsporidium sp,
Cryptosporidium sp. e Isospora sp
-> Em casos de não detecção desses agentes, diarreia com sangue ou muco, deve-se realizar
colonoscopia com biópsia, visando detectar outros quadros, como TB intestinal, MAC ou CMV.
Profilaxia de doenças oportunistas
Vacinas para HIV
-> Sempre vacinar quando CD4 acima de 350, podendo vacinar quando a contagem de células
TCD4 estiver acima de 200 (avaliar risco-benefício); não vacinar abaixo de 200.
-> Prestar atenção que para algumas doenças o esquema de vacinação contempla mais doses.