JJ 6ano 2021 Apostila Hiv
JJ 6ano 2021 Apostila Hiv
JJ 6ano 2021 Apostila Hiv
HIV
Relevância: Alta
Todas as aulas da Mentoria possuem relevância moderada, alta ou muito alta,
baseadas na incidência das provas de residência médica dos últimos 5 anos.
Os CCQs (Conteúdo Chave de Questão) aparecem nas questões e ao longo do texto são
sinalizados por bandeirinhas. As incidências são variáveis de acordo com as cores:
Poucos temas sofreram tantas alterações nos últimos anos como o manejo do HIV, seus fluxogramas
e tratamento. Além disso, por ser um tema que pode estar presente nas provas de Ginecologia e
Obstetrícia, Preventiva, Pediatria e Clínica médica, acaba por ser um hot spot. Vamos lá?
Características Virais
O vírus da imunodeficiência humana é um retrovírus com envoltório, ou seja, tem em seu interior
um RNA de fita simples (Figura 1) e apresenta duas glicoproteínas no seu envoltório (GP 120 e GP
41). No seu interior, existe um capsídeo composto da glicoproteína p24. Isso é tudo o que importa
para que você entenda as classes dos medicamentos utilizados no controle do vírus. Existem dois
tipos: o HIV-1, presente no Brasil, e o HIV-2, restrito ao continente africano. Como tem apenas
RNA, ele precisa da transcriptase reversa para se utilizar do DNA humano e se replicar (Figura 2).
Seu principal alvo são os linfócitos T CD-4 (“informantes” da imunidade adquirida), nos quais ele
se liga à GP 120, entra, replica-se com o auxílio da transcriptase reversa (o que apresenta diversas
mutações, por ser um processo complexo), e mata-os através da ruptura da sua parede celular,
gerando diversas cópias virais que irão em direção ao linfonodo para atacar mais linfócitos.Diagnó
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HIV
O vírus da imunodeficiência humana (HIV) teve sua descoberta nos idos dos anos 80, ocupando um lugar
de destaque inicial em um perfil de população: homossexual, de boa condição financeira e habitantes dos
grandes centros urbanos. Além disso, apresentava a proporção de 15 homens: 1 mulher na prevalência
de infecção.
Entretanto, nos últimos anos, os aspectos epidemiológicos relativos a esta doença apresentaram
alterações, sendo o panorama atual:
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HIV
Outro aspecto epidemiológico importante sobre a doença é o que aparece na questão a seguir, veja só:
Questão 1: (PMC - 2020) Qual a principal causa de óbito por doença infecciosa em Pessoas
Vivendo com HIV?
A) Pneumonia por Pneumocystis jirovecii.
B) Tuberculose
C) Neurotoxoplasmose.
D) Pneumonia bacteriana.
E) Neurocríptococose.
NÃO ESQUECER: houve alteração quanto ao fato de notificar o paciente com HIV/AIDS.
Agora, TODO paciente que tenha sido identificado como portador do vírus HIV deve ser notificado,
independentemente da carga viral ou se já está em AIDS.
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HIV
Transmissão
Clínica
Forma aguda: assim que o vírus penetra no organismo, ocorre intensa replicação viral, de modo que
entre a 1ª e a 6ª semanas (varia de acordo com a bibliografia), o paciente apresentará uma síndrome
mononucleose-like, geralmente autolimitada em até 4 semanas. Entre 4 a 10 semanas após a entrada
do vírus, haverá a soroconversão do paciente (anticorpos anti-HIV ficarão positivos). A síndrome
mononucleose-like costuma apresentar febre, linfadenomegalia (que pode permanecer durante
o período de latência), faringite, rash/exantema, mialgia e artralgia, entre outros comemorativos.
Latência clínica: contenção parcial da replicação viral, atingindo um set point da carga viral
(acredita-se que se este é baixo, maior é o tempo de latência). Este período da doença pode
durar 10 anos e ser completamente assintomática.ase sintomática
Fase sintomática precoce: conforme a replicação viral continua durante o período de latência
e os níveis de linfócitos T CD4 vão caindo, estas células podem atingir níveis perigosamente
baixos. Quando ainda acima de 350, costuma entrar nesta fase. Nela, pode-se presenciar:
perda de peso inexplicada (> 10% do peso), diarreia crônica (> 1 mês), leucoplasia pilosa oral,
candidíase persistente vulvovaginal e oral, herpes-zoster (maior ou igual a 2 episódios, ou
maior, ou igual a 2 dermátomos), tuberculose pulmonar, entre outros. O paciente nesta fase
está prestes a atingir a fase AIDS.
Fase AIDS: fase caracterizada por CD4 < 350 segundo o Guia de Epidemiologia da Saúde
ou < 200 segundo grande parte da bibliografia sobre o assunto. Nesta, podemos observar
o surgimento das doenças definidoras de AIDS. Caso não seja iniciado nenhum tratamento,
o paciente tende a evoluir para o óbito em até dois anos.
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HIV
1) Síndrome consumptiva associada ao HIV associada à diarreia ou fadiga crônicas e febre com duração
maior ou igual a um mês;
5) Tuberculose extrapulmonar;
6) Herpes-simplex com úlceras mucocutâneas (duração > 1 mês) ou visceral em qualquer localização;
7) Sarcoma de Kaposi;
9) Neurotoxoplasmose;
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HIV
UFA... e agora, como gravar isso tudo? Calma que aqui é JJ… Vamos ler todas e memorizá-las,
principalmente as que seguem após a questão:
Questão 2: (FMP - 2019) Qual alternativa contém três doenças definidoras de Aids?
A) Pneumocistose, candidíase oral, tuberculose pulmonar.
B) Pneumonia pneumocócica, tuberculose atípica, sarcoma de Kaposi.Neurotoxoplasmose.
C) Febre de origem obscura, candidíase oroesofageana, herpes-zóster.
D) Sarcoma de Kaposi, carcinoma invasivo de colo uterino, pneumocistose.
Complicações Associadas
Em decorrência da imunossupressão causada pela doença, com o passar do tempo várias doenças
oportunistas podem surgir. Vamos falar nessa seção sobre as prevalentes em nossas provas!
Causada pelo vírus JC presente em 4% dos portadores de HIV (medição no liquor com sensibilidade
de 76% e especificidade de 100% entre infectados). Sem realce após contraste, sem efeito de massa
à TC, com predileção pelos lobos frontal e occipital. Atinge, principalmente, substância branca.
Trata-se com TARV.
Menos comum de ser cobrado, ficando apenas a ideia de que é bastante agressivo, fica próximo
aos ventrículos na maioria das vezes e, nas questões, surge como diagnóstico diferencial da
neurocriptococose e neurotoxoplasmose sem evidência de melhora após tratamento.
Meningoencefalite causada pelo Cryptococcus neoformans, geralmente associada a CD4 < 100
com cefaleia, náuseas, vômitos e confusão mental. Pode apresentar deficits cognitivos associados e
hipertensão intracraniana. Trata-se com anfotericina B.
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HIV
Pulmão
Pneumocistose – infiltrado intersticial bilateral, tosse seca, LDH alto e CD4 < 200
Causada pelo fungo Pneumocystis jirovecii, cursa com quadro insidioso com tosse seca, dificuldade
respiratória importante, desconforto torácico e febre associado a LDH alto. Na radiografia, vemos
um infiltrado intersticial bilateral. NÃO HÁ DERRAME PLEURAL OU LINFADENOMEGALIAS.
Trata-se com sulfametoxazol – trimetoprim em doses elevadas. O diagnóstico é feito por Lavado
Broncoalveolar (LBA) na maioria das vezes.
Obs.: Como vimos, a tuberculose é a principal causa de óbito por doença infecciosa em pessoas
vivendo com HIV. Vamos abordar alguns aspectos envolvendo paciente com HIV + tuberculose no
capítulo sobre tratamento, mas temos uma apostila inteirinha para falar sobre a tuberculose!
Profilaxias primárias
Outro detalhe condizente com a parte das doenças e que deve ser memorizado são as profilaxias.
Estas podem ser divididas em primárias ou secundárias (aplica-se caso a doença já tenha ocorrido).
Como o foco é a sua aprovação na Residência, iremos detalhar a profilaxia primária:
1) Pneumocistose – se CD4 < 200 com sulfametoxazol-trimetoprim;
2) Neurotoxo – se CD4 < 100 com sulfametoxazol-trimetoprim;
3) Micobacteriose atípica (M. avium) – se CD4 < 50 com azitromicina;
4) Vacinação: antipneumocócica, influenza.
Estas foram as profilaxias primárias de acordo com o CD4, entretanto, tem uma exceção pouco
cobrada em prova que é a tuberculose, cuja profilaxia primária é realizada se o paciente teve
contato com bacilífero ou PPD > 5 mm, ou radiografia com cicatriz de tuberculose antiga por
meio do uso de isoniazida 5 mg//kg/dia. Se não houver prova tuberculínica (PPD), realizar
profilaxia com isoniazida se: existir risco epidemiológico alto (presídios/institucionalizados),
pacientes com CD4 < 350 e pacientes sem TARV ou TARV com falha virológica.
Diagnóstico Presuntivo
Algumas das doenças oportunistas podem ter seu diagnóstico dado de maneira presuntiva, e isso já
foi cobrado em provas. A lista das doenças é a seguinte: candidíase esofagiana, LEMP, pneumocistose,
neurotoxoplasmose, doença por CMV (exceto formas excluídas acima), herpes-simples com úlceras
mucocutâneas com duração > 1 mês e micobacteriose não-tuberculosa disseminada.
Diagnóstico
Repetir Teste
Rápido 1 (TR1)1
Repetir Teste
Rápido 2 (TR2)1
1
Utilizar um conjunto diagnóstico do mesmo fabricante, preferencialmente de lote de fabricação diferente.
Legenda: 2
Encaminhar o paciente para realizar o teste de Quantificação de Carga Viral (RNA HIV-1) e contagem de linfócitos T CD4+.
Processo predefinido 3
Em caso de suspeita de infecção pelo HIV, uma nova amostra deverá ser coletada 30 dias após a data da coleta desta amostra.
Processo 4
Amostras com resultados reagentes para HIV-2 nos conjuntos diagnósticos que discriminam a reatividade para HIV-1 e/ou reatividade
Exige uma tomada de decisão para HIV-2 em duas linhas distintas de teste só terão seu diagnóstico de infecção por HIV-2 concluído após seguidas as instruções
Finalizador descritas no item 10.2 deste Manual.
Adaptado de: DDAHV/SVS/MS.
Realizar Teste
Rápido 1 (TR1 - FO)
Repetir Teste
Rápido 2 (TR2)1
1
Utilizar um conjunto diagnóstico do mesmo fabricante, preferencialmente de lote de fabricação diferente.
Legenda: 2
Encaminhar o paciente para realizar o teste de Quantificação de Carga Viral (RNA HIV-1) e contagem de linfócitos T CD4+.
Processo predefinido 3
Em caso de suspeita de infecção pelo HIV, uma nova amostra deverá ser coletada 30 dias após a data da coleta desta amostra.
Processo 4
Amostras com resultados reagentes para HIV-2 nos conjuntos diagnósticos que discriminam a reatividade para HIV-1 e/ou reatividade
Exige uma tomada de decisão para HIV-2 em duas linhas distintas de teste só terão seu diagnóstico de infecção por HIV-2 concluído após seguidas as instruções
Finalizador descritas no item 10.2 deste Manual.
Adaptado de: DDAHV/SVS/MS.
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HIV
Quanta informação, não é mesmo? Veja como esses aspectos aparecem nas provas:
Profilaxias
Outras profilaxias que devem ser lembradas são as seguintes: profilaxia pós-exposição de risco
(PEP), profilaxia pré-exposição de risco (PREP) e profilaxia periparto. A primeira e a segunda podem
ser cobradas em Preventiva e em Clínica, e a terceira pode ser cobrada nas mesmas que a primeira,
acrescentando GO à lista. Dessa forma, vamos expor os hot spots do tema. Falaremos mais sobre a
profilaxia periparto no próximo capítulo.
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HIV
Profilaxia pós-exposição
Essa é a profilaxia realizada quando o paciente teve contato com material biológico de pessoa-fonte
(por exemplo: você se furar com agulha usada na emergência) e deve ser feita mediante o uso de
quatro perguntas:
Profilaxia pré-exposição
Desenvolvida para reduzir o risco de adquirir HIV por parte de segmentos populacionais prioritários
(sob maior risco). Consiste no uso de tenofovir e entricibina, com 1 comprimido por dia em uso
contínuo. Após 7 dias, atinge-se concentração que libera a realização de sexo anal e 20 dias para a
realização de sexo vaginal.
Indicações para início da Prep:
• Segmentos populacionais prioritários: gays e outros HSH (homens que fazem sexo com homens),
pessoas trans, profissionais do sexo e casais sorodiscordantes para HIV.
• Entre os casais sorodiscordantes: relação sexual anal ou vaginal com uma pessoa infectada pelo
HIV sem preservativo.
• Entre os outros grupos: relação sexual anal ou vaginal com uma pessoa infectada pelo HIV
sem preservativo e/ou episódios recorrentes de infecções sexualmente transmissíveis, e/ou uso
recorrente de PEP.
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HIV
Existe uma rotina de acompanhamento laboratorial dos pacientes em uso de PREP, a qual foge o escopo
do nosso material, sendo relevante que abordemos, principalmente, critérios para a interrupção da PREP:
Uso da PREP durante amamentação, concepção e gestação: pode ser utilizada exatamente igual aos
pacientes que não estejam nesta situação. Sugere-se apenas que o parceiro soropositivo utilize a
TARV e mantenha a carga viral indetectável.
Tratamento
O tratamento do HIV (terapia antirretroviral ou TARV) é um dos mais ricos em possibilidades
terapêuticas e apresenta diversas diretrizes para sua aplicação na prática clínica.
CCQ: Saber que a TARV deve ser iniciada imediatamente após o diagnóstico de HIV.
Conceito simples, mas que ainda aparece bastante em prova. Por quê? Porque nem sempre foi assim!
Atualmente, indica-se o início da TARV imediatamente após o diagnóstico, independentemente
da contagem de linfócitos T CD4 ou qualquer outra coisa. Um dos objetivos dessa medida é a
diminuição da transmissibilidade do vírus. Portanto, marcamos a alternativa A!
GABARITO: Alternativa A.
As principais drogas são das seguintes classes: (1) inibidores da transcriptase reversa análogos de
nucleosídeos e nucleotídeos, (2) inibidores da transcriptase reversa não-análogos de nucleosídeos,
(3) inibidores da protease, (4) inibidor da fusão, (5) inibidor de integrase e (6) antagonista do CCR5.
Entretanto, para a sua prova, o tratamento se iniciará para todas as pessoas com o diagnóstico de
HIV e segue apenas duas perguntas básicas:
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HIV
Se a resposta for sim, verificar os critérios de gravidade, que são os seguintes: (1) CD 4 < 100,
(2) outra doença oportunista ou (3) necessidade de internação hospitalar. Caso não preencha
nenhum destes, ele receberá tenofovir (TDF) + lamivudina (3TC) + efavirenz (EFV).
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HIV
Por que a tuberculose é tão citada nos documentos de HIV? Devido à síndrome de reconstituição
imune que pode ser causada pelo início da TARV nestes casos. Desta forma, recomenda-se que
pacientes com CD4 < 50 ou clínica de imunodepressão aumentada iniciem a TARV após 15 dias do
início do tratamento da tuberculose. Caso o paciente seja HIV + e não se encaixe na situação acima,
iniciar TARV após a 8.ª semana de tratamento da tuberculose.
É importante lembrar também que após o tratamento da tuberculose, o efavirenz deve ser trocado
pelo dolutegravir imediatamente, e o raltegravir deve ser trocado pelo dolutegravir em três meses.
Por ser um dos principais temas das provas de Residência, os efeitos colaterais das medicações
precisam ser abordados com bastante carinho pelo concursando. Entretanto, como aqui é JJ, vamos
passar um conjunto de macetes que utilizamos para gravar as correlações mais cobradas:
1. Zidovudina (AZT): grave como zidovudinemia, pois causa anemia e mielotoxicidade, entre
outros comemorativos;
2. Didanosina (DDI): verifique que apresenta 2 “D”, assim como a sua principal complicação,
a pancreatite, apresenta 2 “T”;
3. Tenofovir (TDF): grave como tenefrovir, devido à sua importante nefrotoxicidade;
4. Efavirez (EFV): grave como efapirenz, porque os seus principais efeitos colaterais são
psiquiátricos, logo, a pessoa demonstra alterações psiquiátricas;
5. Indinavir (IDV): grave como indinatíase, que ficará mais fácil lembrar da nefrolitíase tão
correlata ao seu uso;
6. Lopinavir (LPV): grave como dislopinavir, devido à dislipidemia que causa. Usado em
associação com o ritonavir na medicação Kaletra;
7. Nevirapina: pode causar exantema;
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HIV
CCQ: Saber que o efavirenz tem como efeitos colaterais típicos as alterações psiquiátricas.
Questão sobre efeitos colaterais das medicações utilizadas para o tratamento do HIV. Sintomas
psiquiátricos? Logo de cara devemos pensar no efavirenz, ou melhor, no “efapirenz” - lembre-
se, a pessoa surta! Pesadelos e sonhos vívidos são típicos efeitos colaterais desse fármaco.
Se aparecerem no enunciado, marca efavirenz e corre pro abraço!
GABARITO: Alternativa E.
A) Tenofovir
B) Abacavir
C) Indinavir
D) Ritovavir
E) Saquinavir
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HIV
⚠ Preste atenção!
1. A principal causa de falha terapêutica é a má-adesão ao tratamento.
2. O padrão-ouro para verificar a efetividade da TARV é a carga viral.
Agora que você leu tudo isso e já entendeu os conceitos principais, comece a revisar e a refinar
seus estudos nos flashcards e nas questões. É muita coisa e é mais denso, mas tem grandes
chances de aparecer em várias provas no fim do ano, então, não deixe de dar atenção devida a
esse assunto.
Transmissão vertical
O uso de TARV adequada na gestação reduz o risco de transmissão vertical de 25% para 0-2%,
sendo o principal período com esse risco a transmissão intraparto (75% dos casos). Toda gestante
deve fazer o anti-HIV na 1ª consulta do pré-natal e, se possível, no 3º trimestre.
O esquema de TARV na gestação já foi dito acima, ficando a profilaxia no período periparto como
uma questão importante de prova. Se a gestante tem carga viral indetectável após a 34.ª semana,
não será necessário o uso de AZT durante o trabalho de parto, e a via de parto será por opção
obstétrica se a carga viral for < 1.000 cópias/mL.
O oposto é verdadeiro, logo, caso não se encaixe nos exemplos acima, o parto será por cesariana
eletiva, de preferência na 38.ª semana, e será feito uso do AZT. O esquema do AZT é o seguinte:
2 mg/kg na primeira hora e 1 mg/kg até o clampeamento do cordão em infusão contínua.
Lembre-se que a mãe NÃO PODE AMAMENTAR a criança e deve ser submetida ao uso de
cabergolina 1 mg/kg em dose única. Tudo bem. E para o recém-nascido?
• Limpar, com compressas macias, todo o sangue e secreções visíveis na superfície corporal do RN
logo após o nascimento, e encaminhá-lo imediatamente para banho em água corrente, ainda na
sala de parto, utilizando uma torneira.
Muito cuidado nesta parte! Ela pode cair na sua prova de Pediatria e será necessário o conhecimento
completo da situação.
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HIV
Questão 9: (PMSO - 2018) Assinale a alternativa incorreta sobre gestante com sorologia reagente
para HIV:
A) O diagnóstico reagente da infecção pelo HIV deve ser realizado mediante pelo menos duas
etapas de testagem, pois podem ocorrer resultados falsos positivos
B) Toda gestante infectada pelo HIV deve receber TARV (tratamento anti-retroviral) durante
a gestação
C) O objetivo do tratamento TARV é a profilaxia da transmissão vertical ou tratamento da
infecção pelo HIV
D) As gestantes HIV positivas poderão amamentar.
Questão 10: (INTO - 2019) Qual o principal fator de risco para a transmissão vertical do vírus HIV?
A) Parto por via vaginal
B) Carga viral materna
C) Associação com a sífilis congênita
D) Contagem de linfócitos T CD4 materno
E) Contagem de linfócitos T CD4 de recém-nascido
Obs: por que existe um fluxograma diferente para diagnóstico da infecção pelo HIV em < 18
meses? Pois até esse período podem ter passado anticorpos da mãe para o bebê pela placenta
e estarem circulantes!
Esquema clássico
• Imediatamente após o parto (de preferência ainda na sala de parto), deve-se administrar AZT
oral 4 mg/kg/dose a cada 12 horas por 4 semanas. Lembrar que não existe evidência científica de
efetividade se iniciado após 48 horas do nascimento.
EXCEÇÃO: para todo RN que (1) mãe portadora do vírus que não fez uso de TARV na gestação ou
(2) apesar do uso de TARV, a mãe apresentou carga viral desconhecida ou maior/igual a 1.000 cópias
no 3º trimestre. Deve-se prescrever nevirapina em três doses (1ª dose nas primeiras 48 horas; 2ª após
48h da primeira e 3ª após 96h da 2.ª dose) em associação ao AZT. Não esqueça que, se RN < 1,5 kg,
deve-se fazer apenas o AZT.
• Posteriormente, toda criança de 4 semanas até 4 meses deverá receber profilaxia contra P. jirovecii
com sulfametoxazol-trimetoprim. Posteriormente, verificar cargas virais. Se 2 indetectáveis,
interromper profilaxia.
EXCEÇÃO: se criança infectada pelo HIV ou infecção indeterminada, manter profilaxia até 1 ano.
Na criança infectada pelo HIV, manter as profilaxias após os 12 meses de acordo com o CD4.
• Em caso de criança não submetida à profilaxia (AZT ou AZT+NVP), colher amostra para carga
viral imediatamente;
• Se a segunda também for positiva e ambas > 5.000 cópias/mL, iniciar tratamento e colher amostra
para genotipagem.
• Se a segunda for positiva, entretanto, alguma delas (1ª ou 2ª amostra) for < 5.000 cópias/mL,
solicitar a 3ª amostra, pois há risco de falso positivo.
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HIV
Várias mudanças ocorreram! Vamos com calma aqui. Para a definição do esquema profilático,
a criança deverá ser classificada em ALTO ou BAIXO risco de exposição, conforme os critérios a seguir:
Mães com indicação para profilaxia no momento do parto e que não a receberam OU;
Mães com Teste Rápido (TR) positivo para o HIV no momento do parto (sem diagnóstico
e/ou seguimento prévio).
Baixo Uso de TARV na gestação E com Carga Viral (CV) do HIV indetectável a partir da
Risco 28ª semana (3° trimestre) E sem falha na adesão à TARV
A profilaxia deve ser iniciada o mais precocemente possível após o nascimento, preferencialmente
nas primeiras quatro (4) horas de vida. Mas, qual fármaco utilizaremos?
• Crianças do grupo de baixo risco permanecem com a profilaxia contendo apenas AZT por 28 dias.
• O RAL não pode ser administrado em crianças com idade gestacional abaixo de 37 semanas.
Para esta situação, o esquema será com AZT e 3TC por 28 dias concomitante com nevirapina
(NVP) por 14 dias.
Obs: crianças com idade gestacional abaixo de 34 semanas deverão realizar a profilaxia apenas
com AZT durante 28 dias, independentemente do risco de exposição ao HIV.
• A primeira coleta de carga viral deve ser realizada imediatamente após o nascimento,
independente de qualquer outro fator
• Adição do exame de detecção do DNA pró-viral do HIV no fluxograma. Vamos entender melhor
a seguir!
A primeira coleta de carga viral deve ser realizada imediatamente após o nascimento.
Todo exame cujo resultado apresentar carga viral detectável, independentemente do valor de
viremia, exigirá nova coleta imediata de carga viral.
O segundo exame, caso a primeira carga viral seja indetectável, será coletado aos 14 dias
de vida. Os casos não confirmados deverão continuar em investigação, com coletas de carga
viral em duas e oito semanas após o término da profilaxia antirretroviral.
Resultados inferiores a 5.000 cópias/mL NÃO devem ser usados isoladamente para conclusão
do diagnóstico de infecção pelo HIV. Para esses casos, o teste de DNA pró-viral apresenta alta
especificidade desde o nascimento da criança e está indicado nas seguintes situações:
A criança será considerada infectada pelo HIV caso haja 2 resultados de carga viral acima de
5.000 cópias/mL, OU 1 exame de DNA pró-viral positivo.
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HIV
Coleta de CV-HIV
(nascimento, 14 dias de vida, duas e oito semanas após o término de profilaxia)
CV-HIV detectável?
SIM
NÃO SIM
INICIAR TRATAMENTO
Lembre-se que a primeira consulta médica da criança exposta deverá ocorrer em 30 dias, tendo
frequência mensal no primeiro semestre e bimensal no segundo semestre. Lembre-se também que
a criança exposta ao risco de transmissão vertical ou amamentada por mulher HIV deve ter seu caso
notificado como exposição. A TARV e o quadro clínico na criança muito raramente caem, de modo
que julgamos pertinente não abordar esse assunto em nosso material.
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HIV
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