Luciana Moniz de Aragao

Que futuro podemos ter com o presente que construímos? Com que futuro sonhamos? Onde estão os modelos para o futuro? O que a herança espiritual, memórias, outras percepções de tempo e espaço podem nos ensinar? Um museu pode potencializar experiências locais, afetar percepções e contribuir para a sobrevivência harmoniosa do ser humano? Um esboço de resposta vindo dos pés da Serra do Sincorá, na Bahia.

Que futuro podemos ter com o presente que construímos? Com que futuro sonhamos? Onde estão os modelos para o futuro? O que a herança espiritual, memórias, outras percepções de tempo e espaço podem nos ensinar? Um museu pode potencializar experiências locais, afetar percepções e contribuir para a sobrevivência harmoniosa do ser humano? Um esboço de resposta vindo dos pés da Serra do Sincorá, na Bahia.

Aspectos iniciais da pesquisa que utilizou conceitos do artista e teórico alemão Joseph Beuys como respaldo teórico para refletir criticamente sobre a natureza e dinâmica da museologia contemporânea e suas possibilidades metodológicas. Destaca a metáfora tripartida de Beuys – que envolve passado/tradição, presente/comunicação, futuro/criação – como mote para pensar os modelos e processos de institucionalização de memória e patrimônio na contemporaneidade, e suas relações com outras percepções subjetivas potencialmente capazes de alargar conceitos museológicos.

ENTREVISTA com o filósofo, jornalista, escritor, curador e crítico de arte paulistano MARCELO REZENDE, que foi diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia (2013-2015) e concebeu e dirigiu a 3ª Bienal da Bahia (2014). Hoje é diretor artístico do Archiv der Avantgarden do Staatliche Kunstsammlungen Dresden (Museu de Arte de Dresden), Alemanha, maior arquivo de arte de vanguarda do século XX. E é também curador associado do Museu do Mato.

Aproximações entre Arte e Museologia. Abordagem poética da Herança. Reflexão sobre o objeto de estudo da Museologia, a Herança integral, ligada aos valores espirituais segundo o museólogo Tomislav Šola, e aos Bens Espirituais segundo o artista Joseph Beuys. Abordagem filosófico-crítica em nível terciário de análise (reflexões sobre as fundamentações conceituais do campo museológico), segundo sistematização de Peter van Mensch, pela Escola da Museologia Crítica (refletir, questionar – mais do que definir).  Contrassenso pensar a Herança a partir de abordagens normativas, e/ou como produto de mercado. Modelos possíveis da aproximação entre os dois campos: no Museu-Escola de Lina Bo Bardi dos anos 1960; no MAM-BA entre 2013 a 2015, que reencenou o Museu-Escola de Lina, e expandiu essa experiência de museu na 3a Bienal da Bahia; e no Museu do Mato, um coletivo de Arte e Museologia, um experimento de museu como exercício poético. Usando como referencia prática minha experiência como diretora executiva do MAM da Bahia e da Bienal da Bahia, e como parte do coletivo Museu do Mato. Segundo Beuys, a sociedade pode ser pensada como uma obra artística, moldada como se molda uma escultura colaborativa, a Escultura Social. Este trabalho é o esboço da Escultura Museal: museu como espaço simbólico de articulação transdisciplinar e transmissão de fragmentos da herança humana. Museu como ferramenta de mudança, parte do esforço coletivo para alcançar um novo estágio evolutivo de humanidade. Museu como ferramenta de reconexão dos laços sociais de solidariedade, afeto, empatia; de reconexão com as subjetividades, para produzir outras percepções de mundo. Em contraponto com sistemas que fragmentam e bloqueiam o tempo. Tempo que é necessário para se reconectar com as subjetividades, para acreditar e construir utopias, outras possibilidades de futuro.

Este ensaio é resultado de um exercício poético, no contexto do componente curricular "Experiências de natureza por meio de processos artísticos", ministrado pelas professoras Ines Linke e Lia Krucken no doutorado do PPGAV-UFBA. A proposta foi que, ao longo das discussões e práticas do semestre, os alunos fossem relacionando conteúdos, exercícios, referências, textos, artistas e obras, criando uma composição, articulada com suas próprias pesquisas. O texto final que segue é uma colagem, um articulação entre a experiência da caminhada, minha pesquisa independente e os textos de Emanuelle Coccia sobre atmosfera e metafísica da mistura ; de Tim Ingold sobre traço gestual e atenção , de Davi Kopenawa sobre ecoar.

Pré-projeto apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, Escola de Belas Artes, Universidade Federal da Bahia, para seleção como aluna especial no componente “EBAA23/20151: Seminário sobre temas selecionados IV - Experiências de natureza por meio de processos artísticos”.

CONGRESSO UFBA 75 ANOS. MESA NATUREZA INCOMUM. . 9 Dezembro 2021. Sala I1. Ideias de natureza e paisagem em diálogo com práticas artísticas: como elas se manifestam? Que ideologias e posturas fundamentam os trabalhos que interagem com a terra?  Natureza como campo de atuação e meio de trabalho, conceito cultural,  a paisagem como um fenômeno visual e a capacidade da arte de afirmar ou desestabilizar diferentes noções de natureza. Museu do Mato: poética da herança.

Um museu ao qual Berna Reale possa se sentir pertencente.
"Em cada época é preciso novamente tentar arrancar a tradição das mãos do conformismo, sempre a ponto de dominá-la. Pois o Messias não vem só como redentor, mas também como vencedor do Anticristo. Acender no passado a chama da esperança é um dom que só tem o historiador que está comprometido com isso: os mortos ainda não estão a salvo do inimigo se este vence. E este inimigo não tem parado de vencer."

Cada trajetória artística oferece conceitos e poéticas capazes de sensibilizar a percepção, estimulando reflexões, potencializando a capacidade de articular um pensamento sensível com os contextos físicos e subjetivos onde estamos inseridos, de modo que seja possível perceber diferentes possibilidades de interpretação poética, a partir de nosso próprio repertório simbólico. É possível promover esse contato com as artes visuais através do protagonismo de mulheres como Georgia O'Keeffe.

Verbete publicado no Dicionário Manuel Quirino de Arte na Bahia. Escola de Belas Artes, UFBA. CHICO LIBERATO. Francisco Liberato de Mattos. (Salvador, 08/04/1936 – Salvador, 04/01/2023). Desenhista, pintor, escultor, gravador, cineasta, designer gráfico, foi diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia e coordenador de Artes Visuais e Multimeios da Diretoria de Imagem e Som da Fundação Cultural do Estado da Bahia.  ISBN 978-85-8292-018-3.