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  • Professor at Federal University of Santa Catarina( UFSC). Architect and Urbanist, degree in Philosophy at State Unive... moreedit
  • Celso Favaretto; Michael Löwyedit
O capitulo “Lutas recentes no Brasil: dos movimentos sociais urbanos às cidades rebeldes" foi escrito com as professoras Erminia Maricato( USP) e Giselle Tanaka (UFRJ). O livro "Lutas e movimentos sociais no tempo presente" conta com... more
O capitulo “Lutas recentes no Brasil: dos movimentos sociais urbanos às cidades rebeldes"  foi escrito com as professoras Erminia Maricato( USP) e Giselle Tanaka (UFRJ). O livro "Lutas  e movimentos sociais no tempo presente" conta com contribuições de autores como Alberto Acosta,  Raul Zibechi e Asad Raider; foi organizado por Monalisa Pavonne Oliveira eTiago Reis.

Partindo de referências teóricas sobre a produção social do espaço urbano em suas especificidades na periferia do capitalismo, o objetivo do capítulo é fazer um balanço histórico sobre as contradições que permeiam as lutas urbanas em grandes cidades brasileiras, do período de redemocratização nos anos 1980 até os dias de hoje. Na primeira seção retomamos algumas premissas teórico-metodológicas para os estudos urbanos, compreendendo em que medida a urbanização se dá num feixe de conflitos no espaço e pelo espaço. Salientamos ainda as especificidades do processo de industrialização- urbanização em nossa posição periférica no capitalismo mundial.No segundo tópico, reconstituímos a trajetória que vai dos protestos no fim dos anos 1970, contra as más condições de vida, até a ascensão dos movimentos sociais urbanos, um momento de maior esperança com a entrada de novos personagens em cena. No terceiro, repassamos alguns balanços feitos na literatura especializada, já em tom menos esperançoso, acerca de contradições do associativismo brasi- leiro. Foram autoras/es que, já nos anos 1990, identificaram de que maneiras a sociedade civil organizada assumia apostas com limites e possibilidades. O quarto momento reservou espaço para um balanço sobre o Movimento de Luta pela Reforma Urbana. Salientamos a importância fundamental deste para os avanços legais e institucionais das lutas urbanas no Brasil, na medida em que foi capaz de criar um arcabouço normativo que guarda grandes potenciais para avanços futuros. Mas identificamos também os sinais de esgotamento e a iminente necessidade de abertura de um novo ciclo.
Numa quinta etapa, tratamos de uma reascensão de mobilizações sociais nos anos 2010, envolvendo forças diversas do espectro político. Argumentamos que nesse caldo de cultura as cidades são objeto de pauta, mas também são reapropriadas como um repertório de ação com caráter urbano, isto é, a imaginação política dos sujeitos está ligada às condições urbanas. Esse é o momento presente, ainda atravessado de incertezas e questões em aberto.
O livro organizado por Ana Fani A Carlos e Cibele Rizek é fruto das atividades realizadas pelo grupo de estudos “Teoria Urbana Crítica” do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), no período da pandemia de COVID-19. Em meio ao... more
O livro organizado por Ana Fani A Carlos e Cibele Rizek é fruto das atividades realizadas pelo grupo de estudos “Teoria Urbana Crítica” do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), no período da pandemia de COVID-19. Em meio ao distanciamento social, as possibilidades do debate se deslocaram das salas do Instituto para a tela do computador, mantendo os membros do grupo unidos em torno da compreensão do momento que se vivia e de como era possível analisar o momento.

O capítulo " O lugar do direito à cidade em tempos de barbárie: pensar entre escalas e reconquistar o futuro"  visa compreender criticamente os marcos mais estruturantes do presente histórico, argumentando que, desde 2008, passamos por uma sobreposição de crises de ordem global, acirradas no contexto brasileiro pelo alinhamento à onda internacional de governos autoritários, que oscilam entre tentar implodir as democracias por dentro e rompê-las por choques.
Artigo apresentado e publicado nos Anais do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (XIX ENANPUR, 22 a 26 de maio de 2022, Blumenau, 2022). Este trabalho compreende o... more
Artigo apresentado e publicado nos Anais do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (XIX ENANPUR, 22 a 26 de maio de 2022, Blumenau, 2022).

Este trabalho compreende o desenvolvimento parcial de uma pesquisa de mestrado, na qual temos como objetivo identificar afinidades e correspondências estruturais entre os espaços dos canteiros autogeridos e o modelo pedagógico de educação popular formulado por Paulo Freire.  A ideia do canteiro popular autogerido desponta como um paradigma promissor de ação subversiva junto aos movimentos sociais urbanos porque, a partir de práticas coletivas e autônomas, pretende incidir na produção do espaço, na coletividade, na emancipação e na politização dos sujeitos e grupos. A aproximação entre a educação popular e o canteiro manifesta-se a partir da concepção deste enquanto experiência emancipatória, de aprendizagem coletiva e de incidência a partir de uma condição concreta e situada. Nesse contexto, situamos a extensão universitária como um caminho possível para a implementação de experiências transformadoras frente ao comprometimento do ensino superior com demandas concretas da sociedade.
This article aims to reconstruct landmarks of recent urban culture (2011– 2019) in the city of São Paulo, which is characterized by intense social move- ments in which people take to the streets and public spaces. The paper is di- vided... more
This article aims to reconstruct landmarks of recent urban culture (2011– 2019) in the city of São Paulo, which is characterized by intense social move- ments in which people take to the streets and public spaces. The paper is di- vided into four parts: the first presents a brief overview of these insurgencies, emphasizing their relations to a global wave of protests and to the adversities of an everyday life in the city. The second moment shows how these political organizations not only have the city as an agenda but also absorb it in a rep- ertoire of collective action. In this sense, this generation of movements finds new ways of “constituting class” that are characteristic of a post-Fordist, deindustrialized, highly urbanized, and unequal social reality. The third topic looks into that repertoire to highlight its aesthetic–political actions, which have great power of contagion and popular appeal. The fourth and final topic highlights another element of this young urban culture, namely the popu- lar college preparatory courses (cursinhos populares), which have grown in recent decades and have become even more fundamental in the post-2016 adverse environment. As regards to method, it is necessary to combine a historical and bibliographic reconstruction with an ethnographic exploration of the routine of these movements and organizations.
Após o 7 de setembro, ficou evidente para mais amplos setores da sociedade brasileira que o presidente Jair Bolsonaro não somente é incapaz de administrar o país, mas é, sobretudo, a maior fonte de instabilidade. Um agitador que coloca em... more
Após o 7 de setembro, ficou evidente para mais amplos setores da sociedade brasileira que o presidente Jair Bolsonaro não somente é incapaz de administrar o país, mas é, sobretudo, a maior fonte de instabilidade. Um agitador que coloca em risco os marcos mais basilares da democracia, a previsibilidade dos mercados e, ainda, ignora as necessidades materiais de vida das camadas trabalhadoras. Não bastassem suas inabilidades para o cargo, encarna e difunde uma cultura autoritária. Nesse sentido, o bolsonarismo passa vergonha até nos pontos em que o pensamento conservador costuma apoiar suas convicções.
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A tarefa que nos está colocada é grande: retirar o Brasil da barbárie. Os fixados na metafísica bolsonarista são incapazes de lidar com a realidade, então cabe aos que defendem a vida, aos “espiritos jovens”, aos segmentos racionais e democráticos da sociedade deixar o silêncio e assumir protagonismo nos espaços públicos para dar visibilidade e corpo coletivo a uma vida urbana densa que recoloque horizontes de saída.
As imagens das manifestações do 29 de maio são bastante impressionantes. Foram mais de 200 cidades brasileiras e uma dezena de capitais pelo mundo. Segundo os organizadores, 420 a 450 mil pessoas. Movimentos sociais e organizações... more
As imagens das manifestações do 29 de maio são bastante impressionantes. Foram mais de 200 cidades brasileiras e uma dezena de capitais pelo mundo. Segundo os organizadores, 420 a 450 mil pessoas. Movimentos sociais e organizações sindicais mostraram ânimo renovado e boa convivência com a grande pluralidade de manifestantes. Havia uma presença bonita dos idosos da chamada geração de 68, faixas amarelas gigantes que incorporaram a linguagem do Black Lives Matter, batucadas de juventude e partidos diversos do campo progressista.
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O presidente não salvou vidas nem a economia. Os depoimentos recentes na CPI mostram que o governo federal foi negligente e omisso nas negociações com o Butantan e com a Pfizer porque, de fato, sua prioridade não era comprar vacinas, mas propagandear coloroquina e a imunização de rebanho.

Esta semana soubemos que o PIB dá sinais de recuperação, mas isso não aparece na mesa do grosso da população. O número de desempregados, subutilizados e desalentados segue batendo recordes. São 15 milhões de brasileiras e brasileiros na fila por trabalho e mais 6 milhões que já desistiram de procurar emprego. O Brasil teria voltado a funcionar se tivessem investido na vacinação.
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Precisamos voltar a fazer política com debate racional e programático, o que vai exigir que sejamos didáticos e assertivos. Com a sobreposição de crises e erros persistentes, mais e mais setores da sociedade se abrem à escuta e percebem a urgência de abandonar a mitologia. É chegada a hora de imaginar um país depois da terra arrasada e construir desde já novos pilares para um Brasil pós-Bolsonaro. Não vai ser uma tarefa fácil, mas necessária para nos mantermos vivos
Research Interests:
O artigo se soma ao esforço de formular teorias sociais críticas capazes de pensar e agir em múltiplas escalas, compreendendo as mediações entre essas. Para tanto, o percurso aqui proposto se dá em três etapas. O primeiro analisa... more
O artigo se soma ao esforço de formular teorias sociais críticas capazes de pensar e agir em múltiplas escalas, compreendendo as mediações entre essas. Para tanto, o percurso aqui proposto se dá em três etapas. O primeiro analisa nosso momento histórico como um período marcado por crises globais, com um diagnóstico do presente que atenta para as reestruturações produtivas e fenômenos sociais que atravessaram a experiência e imaginário coletivo. No segundo momento, argumentamos pela necessidade de um pensamento-ação em duplo foco, isso é, construir desde já espaços que antecipem uma outra sociedade, mas também acumular forças nos centros de decisão da política institucional, convergindo na ideia de um novo projeto de sociedade. O terceiro momento, reflete sobre o lugar de arquitetas(os) e urbanistas nesses processos. Defendemos redefinições disciplinares nos estudos urbanos que permitam à urbanistas e arquitetas(os) incidirem mais diretamente numa cultura urbana transformadora, ou seja, participarem ativamente de projetos coletivos capazes de ampliar a democracia desde as cidades.
Os momentos de crise são dolorosos, mas deles retiramos lições importantes. Primeiro, esses empresários sabem fazer dinheiro e sabem coisas especificas: administrar restaurantes e lojas, bem como fazer marketing. Mas não tem condição... more
Os momentos de crise são dolorosos, mas deles retiramos lições importantes. Primeiro, esses empresários sabem fazer dinheiro e sabem coisas especificas: administrar restaurantes e lojas, bem como fazer marketing.  Mas não tem condição de analisar a realidade social, de dizer o rumo de um país. Nem mesmo tem condições de dizer se reabrir o comércio reativará a economia no médio prazo, nos dias depois de amanhã, porque estão presos às perdas imediatas. É preciso que a sociedade deixe de idealizar essas figuras que se autodeclaram lideranças sociais e pagam publicidade para emplacar como tal.  Reconstruir o país exigirá mais de nós.

Há inúmeros outros atores sociais que tem mostrado como é possível formar redes de ação coletiva e solidariedade no combate à pandemia. São essas pessoas e energias mais anônimas que tem colocado o país no rumo necessário de convergência e cooperação. O mundo pós-covid não será mais o mesmo de antes. É destas figuras que devemos estar perto, com elas construir espaços de trabalho e no cotidiano.
Também é preciso dizer que, daqui em diante, não é mais eticamente aceitável reproduzirmos o raciocínio mesquinho da politica de salvação das classes proprietárias privilegiadas e espoliação dos outros 99%, como tem sido nos últimos anos.... more
Também é preciso dizer que, daqui em diante, não é mais eticamente aceitável reproduzirmos o raciocínio mesquinho da politica de salvação das classes proprietárias privilegiadas e espoliação dos outros 99%, como tem sido nos últimos anos. O momento de crise desfaz todos os nexos que davam sentido para esse mundo que, antes natural, agora se torna inadmissível. De fato, não voltaremos ao normal porque o normal era o problema. A crise deve ser o momento de estruturar, desde as raízes, um outro modo de vivermos juntos nas cidades.
O artigo reconstitui teses fundamentais do pensamento de Fredric Jameson com o objetivo de compreender as razões que justificam uma "virada espacial" das teorias sociais críticas no fim do século XX e início do século XXI. Mostra-se,... more
O artigo  reconstitui teses fundamentais do pensamento de Fredric Jameson com o objetivo de compreender as razões que justificam uma "virada espacial" das teorias sociais críticas no fim do século XX e início do século XXI. Mostra-se, ainda, em que medida Jameson defende tal posição a partir de contribuições do filósofo e sociólogo francês Henri Lefebvre.
O Brasil viveu quase quatro séculos sob hegemonia da economia rural, agroexportadora, com força de trabalho escrava. E apenas a partir de meados do século XX, portanto menos de um século atrás, tornou-se predominantemente urbano. Nesse... more
O Brasil viveu quase quatro séculos sob hegemonia da economia rural,  agroexportadora, com força de trabalho escrava. E apenas a partir de meados do século XX, portanto menos de um século atrás, tornou-se predominantemente urbano. Nesse período de crescimento alavancado pela industrialização/urbanização do século XX, a desigualdade social e racial se manteve. À condição do Estado-Providência nos países do capitalismo central correspondeu, nos países da periferia do capitalismo, uma industrialização de substituição de importações fundada em baixos salários .  De um modo geral, a maior parte da população metropolitana permaneceu segregada e relativamente abandonada nas periferias sem Estado e sem leis.
A partir dos anos 1980 o país inicia um processo de desindustrialização e retorno da dominância econômica agroexportadora. Esses movimentos, intimamente ligados à globalização neoliberal, impactam profundamente as cidades.
Já durante o chamado período do que o cientista político André Singer entende por lulismo, o Brasil conseguiu imprimir um crescimento econômico inclusivo e redistributivo. Mas a crise financeira global de 2008, entre outros fatores que veremos adiante, abalou essa experiência. Mesmo com maciços investimentos públicos em habitação e infraestrutura nas cidades – depois de décadas de contenção de recursos nessas setores --, assistimos a resultados bastante controversos do ponto de vista urbano. Por sua vez, com a ruptura institucional de 2016, a agenda urbana transformadora tende a ser ocultada sob a retórica da austeridade econômica
Neste capítulo defendemos que, para enfrentar tais tendências que aprofundam a crise urbana, temos uma dupla tarefa: 1) fazer um balanço crítico sobre as teses neodesenvolvimentistas que desconsideraram os impactos territoriais das políticas econômicas contracíclicas; 2) compreender em que medida, no cenário conformado após 2016,  uma retórica da crise econômica  – que justifica as decisões governamentais  e dá direção das políticas públicas -- tem servido para um abandono das questões urbanas, para o acirramento de desigualdades e, ainda, para a degradação ambiental. Este diagnóstico é feito na primeira parte de nosso artigo. Na segunda parte argumentamos pela urgência de atentarmos para um caldo de cultura política no interior do qual há forças vivas que, embora heterogêneas e relativamente dispersas, aproximam-se nos anseios por cidades mais justas e, nesse sentido,  apostam na possibilidade  da realização do direito à cidade.
Para as gerações que cresceram nesse mundo conexionista, a mobilidade é uma experiência de liberdade, de florescimento dos recursos próprios à vida. O aumento dos custos e ônus, o acirramento de dificuldades tendem, por sua vez, a colocar... more
Para as gerações que cresceram nesse mundo conexionista, a mobilidade é uma experiência de liberdade, de florescimento dos recursos próprios à vida. O aumento dos custos e ônus, o acirramento de dificuldades tendem, por sua vez, a colocar tais sujeitos em isolamento, bloqueio e sofrimento. São vividos como cerceamento e coerção à liberdade já tão mutilada por injustiças. Portanto, se saídas efetivas não forem tomadas, podemos esperar que ações de insatisfação continuem a ter grandes proporções, seja no Chile, no Equador, aqui, ou onde o neoliberalismo age ignorando as maiorias.
Tendo a cidade de São Paulo como recorte, este trabalho reconstitui marcos fundamentais de sua história cultural recente , entre 2003 e 2018, com um duplo objetivo. Compreender como se dera a reprodução de desigualdades e segregação mesmo... more
Tendo a cidade de São Paulo como recorte, este trabalho reconstitui marcos fundamentais de sua história cultural recente , entre 2003 e 2018, com um duplo objetivo. Compreender como se dera a reprodução de desigualdades e segregação mesmo num período com crescimento econômico (2003-2014), o que somente se acentua nos anos de recessão e crescimento pífio (2014-2018). O segundo é mostrar que os personagens que entraram em cena nesse período, quando disputam o direito à cidade, não tem o espaço urbano somente como agenda, mas se reapropriam das infraestruturas e recursos deste, absorvendo-o em um repertório de ação.  Tais práticas não são apenas resistências,  mas sim esforços por disputar o sentido do fenômeno urbano, desejos coletivos que produzem uma vida social inventiva e, com isso, geram marcos na experiência coletiva e na cultura urbana. Desses personagens, seus papeis ainda não sabemos exatamente quais serão, mas suas práticas e imaginação política já são identificáveis. 
O duplo objetivo se traduz numa tese mais geral e ampla, qual seja, se quisermos dar respostas à altura desses processos sociais concretizados na metrópole paulistana, é necessário formular uma teoria social mais sensível às contradições urbanas, em seus bloqueios e possibilidades.  Ou dito de outro modo, é preciso dar centralidade ao espaço na leitura da realidade social – sem recair na fragmentação das ciências. Isso nos permitirá compreender, primeiro, que os bloqueios da modernização brasileira desse período se tornam mais evidentes quando se traz à tona o cotidiano vivido no espaço urbano. O segundo ganho epistemológico é obtido ao compreendermos que os grandes centros urbanos, por serem historicamente lugar de concentração de infraestruturas, reunião e aglutinação de sujeitos sociais, uma concentração de recursos e oportunidades, podem se tornar condensadores de inteligência coletiva para a radicalização democrática. Delimitaremos melhor esses percursos logo abaixo, ao tratarmos dos momentos da pesquisa.
É possível construir no interior do próprio cenário de destruição o novo ciclo de democratização. Precisamos de apoio imediato às lutas contra a perseguição à educação, mas também abrir espaço para formulações generosas, em ações... more
É possível construir no interior do próprio cenário de destruição o novo ciclo de democratização. Precisamos de apoio imediato às lutas contra a perseguição à educação, mas também abrir espaço para formulações generosas, em ações confluentes e com heterogeneidade, inclusive geracional, capazes de se alimentar desses ânimos jovens.
O artigo reconstitui marcos fundamentais da urbanização brasileira, com o objetivo de argumentar pela necessidade de construção social de um projeto para as cidades do Brasil, capaz não apenas de trazer formulações intelectuais... more
O artigo reconstitui marcos fundamentais da urbanização brasileira, com o objetivo de argumentar pela necessidade de construção social de um projeto para as cidades do Brasil, capaz não apenas de trazer formulações intelectuais progressistas, mas também e sobretudo de convergir forças sociais em torno de uma agenda que vise à consecução de cidades mais justas em termos sócio-espaciais, ambientalmente sustentáveis, economicamente dinâmicas e culturalmente plurais. Para tanto, num primeiro momento tratamos de aspectos estruturais da urbanização brasileira ao longo do século XX e salientamos experiências virtuosas de governos locais no fim dos anos 1980 e 1990. No segundo, analisamos contradições engendradas nos anos 2000 e, por fim, elencamos algumas das primeiras propostas minimamente consensuadas até aqui.
Trata-se de uma entrevista com Michael Löwy sobre conjuntura internacional, em especial França e Brasil. Buscamos ainda identificar questões que podem abrir um novo ciclo para as esquerdas. disponível também em :... more
Trata-se de uma entrevista com Michael Löwy sobre conjuntura internacional, em especial França e Brasil. Buscamos ainda identificar questões que podem abrir um novo ciclo para as esquerdas.

disponível também em : http://outubrorevista.com.br/wp-content/uploads/2019/01/01_Michael-Lowy.pdf
Os últimos dois anos de crise econômica, social e humanitária são dolorosos e mesmo traumáticos, mas também didáticos. São muitos os dias que queremos esquecidos, mas será tarefa de nossa geração lembrar que esse período marcou a... more
Os últimos dois anos de crise econômica, social e humanitária são dolorosos e mesmo traumáticos, mas também didáticos. São muitos os dias que queremos esquecidos, mas será tarefa de nossa geração lembrar que esse período marcou a falência completa de uma combinação conservadora da gestão pública. A descida ladeira abaixo já tem diversos capítulos, dos números pífios da recuperação econômica e do emprego, passando por vexames internacionais, volta de doenças tropicais antes extintas, venda de empresas públicas a valores abaixo do mercado, até os impasses colocados pela PEC do Teto, como vive o CNPQ – Conselho Nacional de Pesquisa e Tecnologia. Mas a decrepitude se materializa especialmente num lugar e numa cena bem identificáveis: a cidade do Rio de Janeiro com exército nas ruas e o mais antigo museu do país em chamas. Trata-se do retrato mais gritante dos descaminhos do populismo regressivo.
Research Interests:
Nosso objetivo é elaborar uma agenda para cidades mais justas -- do ponto de vista social, econômico, étnico-racial e de gênero -- e mais sustentáveis. Para tanto é fundamental reabrir diálogos, produzir ações convergentes entre... more
Nosso objetivo é elaborar uma agenda para cidades mais justas -- do ponto de vista social, econômico, étnico-racial e de gênero -- e mais sustentáveis. Para tanto é fundamental reabrir diálogos, produzir ações convergentes entre movimentos sociais, universidades, ONGs e entidades de profissionais ligadas à produção do espaço urbano. Entre forças de movimentos consolidados,  aqueles em ascensão e os novos ativismos. Com generosidade e solidariedade, essas triangulações podem gerar saberes e práticas muito potentes e transformadoras, em pelo menos três aspectos:  conectar as forças vivas, incidir nas narrativas sobre a cidade que moldam a opinião pública e, ainda, formar estudantes, cidadãs e cidadãos com disposição para as lutas por uma democracia densa e ampla.
O projeto não vai se envolver em planos de governo, mas seu caráter político se centra numa aposta de médio prazo, a saber, reconstruir coletivamente uma agenda urbana que parta e se sustente nas camadas populares. Nesse sentido, é um projeto de redemocratização desde as cidades, ou se quisermos, é um projeto de sociedade para o Brasil urbano.
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A cidade linda é, na realidade, uma máquina de segregação, manutenção de abismos – vale reiterar, divididos por muros, câmeras e uma polícia bem armada que mata e morre. Se uma gestão apolítica não compreender essas contradições de uma... more
A cidade linda é, na realidade, uma máquina de segregação, manutenção de abismos – vale reiterar, divididos por muros, câmeras e uma polícia bem armada que mata e morre.  Se uma gestão apolítica não compreender essas contradições de uma urbanização desigual e excludente, tornará a cidade formal e visível um camarote vip de caviar way of life e, ao mesmo tempo, aumentará a imensa senzala urbana da população vulnerável. 
Em última instância, a gestão apolítica da administração publica é um caminho desastroso, na medida em que seu maior êxito resulta implodir por completo o que precisaria ser reabilitado, a saber, os patamares civilizatórios que visam tratar o que é publico como comum, aquilo a que todas e todos pertencem, em que todos e todas devem participar, no qual devem ser incluídos como iguais. Por isso, em síntese, a gestão não-politica é um não-projeto de cidade. Falta nas avaliações da gestão corporativa da máquina pública atentar para o contingente de cidadãos e cidadãs que não entra nos horizontes da cidade linda ou na cidade do mercado. Nesse sentido, o sucesso de uma gestão apolítica não pode resultar senão num fracasso em termos urbanos.
Research Interests:
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o artigo analisa as atuais condições sócio-espaciais por meio de aproximações, mas sobretudo de contrastes com conceitos espaciais que pautaram, em grande medida, a compreensão da espacialidade da década de 1990. Evidencia-se, neste... more
o artigo analisa as atuais condições sócio-espaciais por meio de aproximações, mas sobretudo de contrastes com conceitos espaciais que pautaram, em grande medida, a compreensão da espacialidade da década de 1990. Evidencia-se, neste quadro comparativo, que aquele período fora marcado por  esvaziamento da vida urbana, uma tendência aos consensos públicos, uma dissolução de fronteiras entre público e privado; já o contemporâneo, embora traga continuidades, é marcado por uma reintensificação da vida urbana  alavancada pela volta aos espaços públicos enquanto espaços de cidadania ativa, dissensos e desejo por participação social.
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O artigo reconstitui aspectos fundamentais do trabalho teórico de Henri Lefebvre acerca do fenômeno urbano, com o objetivo de analisar a crítica do autor ao urbanismo moderno – enquanto saber e instituição. A primeira seção explicita em... more
O artigo reconstitui aspectos fundamentais do trabalho teórico de Henri Lefebvre acerca do fenômeno urbano, com o objetivo de analisar a crítica do autor ao urbanismo moderno – enquanto saber e instituição. A primeira seção explicita em que momentos o conhecimento técnico do urbanismo se torna redutor e ideológico, em seguida sublinha o caráter fragmentador desta racionalidade e, ainda, seu distanciamento das práticas sociais, elementos que fizeram desta ciência parcelar uma força social que reproduz as condições sócio-espaciais marcadas pelas tendências à segregação, homogeneização e hierarquização de espaços. Deste modo, mostra que o urbanismo moderno se encontra entre os vetores de instrumentalização e ordenamento do espaço que bloqueiam a via para o que Lefebvre entende por sociedade urbana. A segunda seção evidencia por que razões os mesmos processos de modernização e urbanização, centrais para o diagnóstico lefebvriano da modernidade, também são condições de possibilidade de uma sociedade liberada de coerções, mais criativa e efetivamente democrática. Ainda neste momento, o artigo elenca três ideias-forças que podem servir a um urbanismo reformulado, na medida em que podem instaurar um saber ligado às praticas e voltado para a totalidade aberta do fenômeno urbano. Palavras-chave: crítica do urbanismo, produção social do espaço, Henri Lefebvre
Research Interests:
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This speech examines urban uprisings in São Paulo, Brazil, in order to discuss the impact of social movements i) on public policy, ii)on collective action models and, more generally, iii) on the urban imaginary. I will analyze two... more
This speech examines urban uprisings in São Paulo, Brazil, in order to discuss the impact of social movements i) on public policy, ii)on collective action models and, more generally, iii) on the urban imaginary. I  will analyze two movements: the Free Fare Movement in defense of public transportation and the movement for adequate housing. Our theoretical framework is on the view of Henri Lefebvre, according to which in present conditions the social struggles are predominantly spatial struggles, that is, an effort to participate in the production of the collective work that the urban phenomenon is. In this way, the speech looks at the role of social movements in the multiplication of active citizenship and in the empowerment of new agents that demand a revision in priorities and require the public opinion to address the urban issues in a way that conventional media rarely does.
O objetivo deste capítulo é refletir sobre avanços e contradições de um bem-estar-social no Brasil, tendo em vista as especificidades ligadas à produção do espaço urbano. Para tanto, tratamos de aspectos históricos estruturais do duplo... more
O objetivo deste capítulo é refletir sobre avanços e contradições de um bem-estar-social no Brasil, tendo em vista as especificidades ligadas à produção do espaço urbano. Para tanto, tratamos de aspectos históricos estruturais do duplo processo de industrialização e urbanização. Em seguida trazemos um balanço da politica urbana no último ciclo democrático, entre 1985 e 2016, retratando o ciclo virtuoso das Prefeituras Democráticas, além de contribuições e externalidades negativas do plano desenvolvimentista baseado no PAC e PMCMV;  apontamos ainda linhas gerais das regressões dos anos 2016 a 2019. Por fim, expomos razões para pensar o acirramento da crise social como momento de possibilidade de reinvenção democrática em novas bases e termos, mais ligados a uma realidade urbana.
O livro reconstitui marcos fundamentais da produção teórica e arquitetônica de Rem Koolhaas diante da chamada condição metropolitana, ao longo de seu percurso entre o fim dos anos 1970 aos dias de hoje. A trajetória capilarizada de... more
O livro reconstitui marcos fundamentais da produção teórica e arquitetônica de Rem Koolhaas diante da chamada condição metropolitana, ao longo de seu percurso entre o fim dos anos 1970 aos dias de hoje. A trajetória capilarizada de Koolhaas suscita três  inquietações que perpassam o texto. A primeira consiste em perceber  redefinições na disciplina  da arquitetura no último quartel do século passado. A segunda visa compreender em que medida a arquitetura pode funcionar como um  campo de práticas e valorações que disputam o sentido do fenômeno urbano. A terceira reside em apontar  possibilidades e desafios das grandes cidades contemporâneas. É fecunda a tarefa de explorar tais questões a partir da figura paradigmática de Koolhaas, uma vez que  sua reflexão participante realiza um duplo movimento, qual seja, compreende inscrições da cultura nas práticas arquitetônicas e intervém  nas dinâmicas urbanas – materiais e simbólicas – a partir da arquitetura.Trata-se, em última instância, de tomar o espaço socialmente produzido como mediação privilegiada para pensar o contemporâneo em suas limitações e possibilidades, conferindo um sentido ao presente. O duplo esforço de ancorar-se no solo histórico-social e assumir uma perspectiva totalizante sempre aberta  é o que confere a esse trabalho – para dizer de modo ambicioso – um caráter filosófico.