MARTINHO, José, "Não há sossego" (2020). Pessoa Plural―A Journal of Fernando Pessoa Studies, No. 18, Fall, pp. 269-329. Brown Digital Repository. Brown University Library.
https://doi.org/10.26300/xsdb-sg77Is Part of:
Pessoa Plural―A Journal of Fernando Pessoa Studies, Issue 18
Não há sossego
[There is no quiet]
https://doi.org/10.26300/xsdb-sg77RESUMO
Como ler um livro cujas páginas e a brochura não cessam de se descoser? Abrindo-o ao acaso? Agrupando os fragmentos por temas? Impondo à leitura do texto uma ordem genética ou outra? É o hiato entre o dizer, e o que ficou escrito, preto no branco, que legitima a minha leitura, não do que Pessoa quis dizer, mas do que os seus escritos-e em particular o Livro do Desassossego-trazem para a psicanalise de hoje. A obra de Fernando Pessoa continua a despertar em mim o desassossego que tento colocar aqui ao serviço da psicanálise. Não se trata, pois, de interpretar o desassossego como um distúrbio mental, mas de analisar até onde pode levar a psicanálise atual.
ABSTRACT
How to read a book whose pages and brochure keep falling apart? By opening it at random? By grouping its fragments by themes? By imposing to text's reading a genetic order, or a different one? It is in the hiatus between what was said and what was exactly written that my reading of what Pessoa's writings-particularly The Book of Disquiet-bring to today's psychoanalysis, and not of what Pessoa meant to say, is legitimized. Fernando Pessoa's work continues to awake in me the disquiet I here try to put at the service of psychoanalysis. It is not about interpreting disquiet as a mental disorder, but of analysing where it can lead current psychoanalysis.
BIBLIOGRAFIA
BARBOSA, Nicolás, PIZARRO, Jerónimo, PITELLA, Carlos; SOUSA, Rui (2020). “Portugal, o primeiro aviso de Mensagem: 106 documentos inéditos”. Pessoa Plural—A Journal of Fernando Pessoa Studies, n.º 17, Primavera, pp. 76-229. Brown Digital Repository. Brown University Library.
https://doi.org/10.26300/djfd-kf82BARRETO, José (2017). “A última paixão de Fernando Pessoa”. Pessoa Plural—A Journal of Fernando Pessoa Studies, n.º 12, (número especial New Insights into Portuguese Modernisms from the Fernando Távora Collection; editor convidado, Ricardo Vasconcelos), Outono, pp. 596-641. Brown Digital Repository, Brown University Library.
https://doi.org/10.7301/Z0QJ7FJ9BENJAMIN, Walter (1994). A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. São Paulo: Brasiliense.
ECO, Umberto (1989). “A inovação no seriado”, em Sobre os espelhos e outros ensaios. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
FRANÇA, Isabel Murteira (1987). Fernando Pessoa na intimidade. Lisboa: Dom Quixote.
FREGE, Gottlob (1988 [1884]). Die Grundlagen der Artitmetik. Hamburg: Felix Meiner Verlag.
FREUD, Sigmund (1991). “Uma criança é batida”, em Esquecimento e Fantasma. Organização e posfácio de José Martinho. Lisboa: Assírio & Alvim.
_____ (1945). Die Traumdeutung. Gesammelte Werke in 18 Bänden Mit Einem Nachtragsband. Gebundene Ausgabe. Frankfurt Main: S. Fischer-Verlag.
_____ (1919 [1895]). Entwurf einer Psychologie. Frankfurt Main: S. Fischer-Verlag.
LACAN, Jacques (2001). Autres écrits. Paris : Seuil.
_____ (1975). Le Séminaire, Livre III, Les Psychoses (1955-56). Paris : Seuil.
_____ (1973-2019). Le Séminaire, Livres I – XXIII (texte établit par Jacques-Alain Miller). Paris: Seuil.
_____ (1966). “D’une question préliminaire à tout traitement possible de la psychose”, em Écrits. Paris: Seuil, pp. 531-583.
LETRIA, José Jorge (texto); FAZENDA, João (ilustrações) (2018). Fernando Pessoa: o menino que era muitos poetas. Lisboa: Pato Lógico Edições / Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Coleção Grandes Vidas Portuguesas.
LOPES, Teresa Rita (1990). Pessoa por Conhecer. Lisboa: Estampa. 2 vols.
_____ (1985). Fernando Pessoa: le théâtre de l’être. Textes rassemblés, traduits et mis en situation. Paris: La Différence.
MALLARME, Stéphane (2016). “Le livre instrument sprirituel”, em La Revue Blanche, n.º 1, 1895. Em Gallica, em linha :
https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/cb344304470/date_____ (2003). “Quant au livre”, em OEuvres complètes. Édition présentèe, établie et annotée par Bertrand Marchal. Paris: Gallimard. Bibliothèque de la Pléiade.
MARTINHO, José (2018). “Z-z-z-z-z-z-z-z-z!”, em Desassossegos, n.º 1, Lisboa: VS – Editor.
_____ (2017). “Letras em analise”, em Atas do II Colóquio Internacional Nietzsche, Pessoa, Rosa, Freud. Belo Horizonte: Edições PUC-Minas.
_____ (2001). Pessoa e a Psicanálise. Coimbra: Almedina.
MILLER, Jacques-Alain (2019). “L’objet perdu du langage / the lost object of language”, em Nightmare, The Lacanian Review, n.º 8, Paris, The New Lacanian School.
NOGUEIRA, Manuela (2015). Fernando Pessoa: imagens de uma vida. Lisboa: Assírio & Alvim.
PESSOA, Fernando (2018a). Fausto. Edição de Carlos Pittella; colaboração de Filipa de Freitas. Lisboa: Tinta‐da‐china. Colecção Pessoa.
_____ (2018b). Poesia – Antologia Mínima. Edição de Jerónimo Pizarro. Lisboa: Tinta-da-china.
_____ (2017). Livro do Desassossego. Edição de Jerónimo Pizarro. Lisboa: Tinta‐da‐china. Colecção Pessoa. 3.ª ed.
_____ (2016a). Eu Sou Uma Antologia: 136 autores fictícios. Edição de Jerónimo Pizarro e Patricio Ferrari. Lisboa: Tinta‐da‐china. Colecção Pessoa. Edição de bolso.
_____ (2016b). Obra Completa de Alberto Caeiro. Edição de Jerónimo Pizarro e Patricio Ferrari. Lisboa: Tinta‐da‐china. Colecção Pessoa.
_____ (2016c). Obra Completa de Ricardo Reis. Edição de Jerónimo Pizarro e Jorge Uribe. Lisboa: Tinta‐da‐china. Colecção Pessoa.
_____ (2014). Obra Completa de Álvaro de Campos. Edição de Jerónimo Pizarro e Antonio Cardiello; colaboração de Jorge Uribe e Filipa de Freitas. Lisboa: Tinta‐da‐china. Colecção Pessoa.
_____ (2011a). Argumentos para filmes. Lisboa: Ática.
_____ (2011b). Crónicas da vida que passa. Edição, introdução e notas de Pedro Sepúlveda. Revisão filológica de Jerónimo Pizarro. Lisboa: Ática.
_____ (2010a). Livro do Desasocego. Edição crítica de Jerónimo Pizarro. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda. 2 tomos.
_____ (2010b). Prosa – Antologia Mínima. Edição de Jerónimo Pizarro. Lisboa: Tinta-da-china.
_____ (2007). A Educação do Stoico. Edição de Jerónimo Pizarro. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
_____ (2006). Escritos sobre Génio e Loucura. Edição crítica de Jerónimo Pizarro. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
_____ (2004). Poemas 1931-1933. Edição de Ivo Castro. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
_____ (2003a). Aforismos e afins. Edição e prefácio de Richard Zenith; tradução de Manuela Rocha. Lisboa: Assírio & Alvim.
_____ (2003b). Escritos autobiográficos, automáticos e de reflexão pessoal. Edição e posfácio por Richard Zenith; colaboração de Manuela Parreira da Silva; tradução Manuela Rocha. Lisboa: Assírio & Alvim.
_____ (2001). Poemas 1921-1930. Edição de Ivo Castro. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
_____ (2000). Poemas 1934-1935. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
_____ (1998). Cartas entre Fernando Pessoa e os directores da presença. Edição e estudo de Enrico Martines. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Edição crítica de Fernando Pessoa, coleção “Estudos”, vol. II.
_____ (1997). A Língua portuguesa. Edição de Luísa Medeiros. Lisboa: Assírio & Alvim.
_____ (1996). Mensagem – Poemas esotéricos. Edição crítica de José Augusto Seabra. Madrid: Colecção Archivos.
_____ (1993). Pessoa Inédito. Orientação, coordenação e prefácio de Teresa Rita Lopes. Lisboa: Livros Horizonte.
_____ (1987). Obras em prosa. Organização, João Gaspar Simões. Lisboa: Círculo de Leitores.
_____ (1986). Obra Poética e em Prosa. Introdução, organização, bibliografia e notas de António Quadros e Dalila Pereira da Costa. Porto: Lello.
_____ (1978). Cartas de amor de Fernando Pessoa. Organização, prefácio e notas de David Mourão Ferreira. Preâmbulo e estabelecimento do texto de Maria da Graça Queiroz. Lisboa: Ática.
_____ (1967). Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias. Textos estabelecidos e prefaciados por George Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho. Lisboa: Ática.
_____ (1966). Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação. Textos prefaciados e estabelecidos por George Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho. Lisboa: Ática.
_____ (1960). Obra Poética. Organização, introdução e notas de Maria Aliete Galhoz. Rio de Janeiro: José Aguilar.
_____ (1956). Poesias Inéditas (1919-1930). Nota prévia de Vitorino Nemésio e notas de Jorge Nemésio. Lisboa: Ática.
_____ (1944). Cartas de Fernando Pessoa a Armando Côrtes-Rodrigues. Introdução de Joel Serrão. Lisboa: Confluência.
_____ (1921). English poems. Lisboa: Olisipo.
http://purl.pt/13967_____ (1912). “A nova poesia portugueza sociologicamente considerada”, A Águia, n.º 4, Porto, Abril, pp. 101-107,
http://purl.pt/12152PORTUGAL FUTURISTA (1917). Director e fundador, Carlos Filipe Porfirio. Lisboa: S. Ferreira. Cópia digital disponível no Portal Revistas de Ideias e Cultura, incluindo documentação adicional,
http://purl.pt/26497WAJCMAN, Gérard. (2018). Les séries, le monde, la crise et les femmes. Paris: Verdier.