Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                
Skip to main content
O encontro com o tempo dos animais é o reencontro com um tempo comum largo, inclusivo e sensível que, no entanto, se vê atrofiado pelo tempo social que se foi reificando através da modernidade. Dos animais de Bela Tarr retiramos a... more
O encontro com o tempo dos animais é o reencontro com um tempo comum largo, inclusivo e sensível que, no entanto, se vê atrofiado pelo tempo social que se foi reificando através da modernidade. Dos animais de Bela Tarr retiramos a recordação do estar que se tornou inabitável. Como uma anamnese. E não é tanto a senciência dos animais que tem de ser relevada como esse lugar de convívio que é o tempo. As montanhas também habitam o tempo. O tempo dos animais, captado na brandura das câmaras de Bela Tarr, confere-nos um lugar cósmico para o exer- cício de uma eco-topo-logia, em que o vocabulário da topologia – habitar, estar, voltar, etc. – são as palavras de uma relacionalida- de ecológica.
La izquierda portuguesa ha logrado establecer un acuerdo politico por el cual se pudo conformar un gobierno socialista con apoyo del Partido Comunista y el Bloque de Izquierda. Se trata de una experiencia novedosa, centrada en el programa... more
La izquierda portuguesa ha logrado establecer un acuerdo politico por el cual se pudo conformar un gobierno socialista con apoyo del Partido Comunista y el Bloque de Izquierda. Se trata de una experiencia novedosa, centrada en el programa y no en el reparto de cargos (los aliados no forman parte del gobierno), que ha logrado revertir la crisis y las politicas de austeridad y poner en marcha un proyecto economico heterodoxo.
Historically, phenomenology started to face the phenomenon of intersubjectivity as an objection to its own transcendental aspiration to constitute apodicticity. In fact, since Husserl’s very influential Fifth Cartesian Meditation, the... more
Historically, phenomenology started to face the phenomenon of intersubjectivity as an objection to its own transcendental aspiration to constitute apodicticity. In fact, since Husserl’s very influential Fifth Cartesian Meditation, the risk of solipsism threatened the possibilities of a genuine phenomenology of the other. This problem ‘s discussion was continued by all of the most significant phenomenologists, such as Max Scheler, Sartre, Merleau-Ponty, Marc Richir, Ricœur, Lévinas, and others, all having made explicit reference to that starting reflection by Husserl in The Cartesian Meditations. In this paper, I will approach the problem of intersubjectivity, not by attending to the already mentioned traditional phenomenological motive, but, instead, by trying to bring to light the variety of ways of how relationships to others are faced phenornenologically, and its implications for a debate about the psychotherapeutic relationship. Under the assumption that there is no psychotherap...
Social democracy based on welfare and the redistribution of social contributions is failing. The accumulation of wealth and the increase in inequalities are the two faces of Janus that social democracy has not been able to contain over... more
Social democracy based on welfare and the redistribution of social contributions is failing. The accumulation of wealth and the increase in inequalities are the two faces of Janus that social democracy has not been able to contain over the recent decades. In this context, it matters to discuss John Rawls’s influential difference principle. According to the maximin criterion put forth by Rawls, it does not suffice that no one becomes worse off; those who are worse off must also become better off than they are. Here, we note that the existence and growth of inequality find no opposition in the maximin rule. Despite appearances, strictly speaking it merely introduces a factor of social compensation, a sort of “assistencialism” to the victims of the greatest inequality. Even the most robust formulation of the principle of difference, according to which the greatest advantage to the less advantaged is indispensable, does not per se preclude an aggregate growth of inequalities. It seems c...
O objetivo central deste artigo é desenvolver uma interpretação e uma compreensão do fenómeno político-social da austeridade nas suas relações com a instauração de um regime social de existência precária que se abateu, a partir de 2008,... more
O objetivo central deste artigo é desenvolver uma interpretação e uma compreensão do fenómeno político-social da austeridade nas suas relações com a instauração de um regime social de existência precária que se abateu, a partir de 2008, sobre Portugal e alguns países da Europa. Deste propósito resultam outros dois objetivos parcelares: por um lado, pretende-se caracterizar este processo como um regime social da precariedade nas suas condições existenciais mais estruturais, designadamente nas suas estruturas espaciotemporais; por outro, identificar os meios político-económicos pelos quais essas condições foram sendo instauradas, a partir de uma modificação profunda da vida social das populações. Analisar-se-ão as formas de desinstitucionalização decorrentes da implementação dos programas de austeridade e o seu impacto num conjunto de esferas sociais: na depreciação e desvalorização da atividade do trabalho, na incerteza da vivência espaciotemporal, no exercício da racionalidade no co...
"By clarifying the radical ambivalence that constitutes the relations of tolerance, this article seeks to distinguish different aspects of tolerance that are articulated... more
"By clarifying the radical ambivalence that constitutes the relations of tolerance, this article seeks to distinguish different aspects of tolerance that are articulated in an ambivalent way: rational/abstract tolerance and lived/phenomenological tolerance; under- and overdeterminated tolerance; active and passive tolerance, among others. In terms of theoretical political reflection, this ambivalent structure is particularly sensitive to distortions; reason enough for a careful effort in order to avoid partial descriptions that could allow a hypocritical use of tolerance. Subsequently, this article attempts to link tolerance, in its experiential roots, to a communally shared guilt background. In view of this relation, it is also proposed that such a common background is, in its essence, nothing but the subjective modes of temporality living. A final section of this article highlights the identity character as the specific character of the social phenomenon of discrimination in the wider context of intolerance phenomena."
Social democracy based on welfare and the redistribution of social contributions is failing. The accumulation of wealth and the increase in inequalities are the two faces of Janus that social democracy has not been able to contain over... more
Social democracy based on welfare and the redistribution of social contributions is failing. The accumulation of wealth and the increase in inequalities are the two faces of Janus that social democracy has not been able to contain over the recent decades. In this context, it matters to discuss John Rawls’s influential difference principle. According to the maximin criterion put forth by Rawls, it does not suffice that no one becomes worse off; those who are worse off must also become better off than they are. Here, we note that the existence and growth of inequality find no opposition in the maximin rule. Despite appearances, strictly speaking it merely introduces a factor of social compensation, a sort of “assistencialism” to the victims of the greatest inequality. Even the most robust formulation of the principle of difference, according to which the greatest advantage to the less advantaged is indispensable, does not per se preclude an aggregate growth of inequalities. It seems clear that it was an egalitarian goal what Rawls had in mind in A Theory of Justice. Rawls’s critical comments on welfare capitalism must indeed not be forgotten—especially in his further explanations about the application of the principles of justice in a property-owning democracy. Here, as in liberal socialism, the dispersion of property, capital and resources prevents economic and political powers from being concentrated into the hands of a minority. However, the egalitarian aim does not strictly follow from the difference principle as stated, whether taken literally as an application of the maximin rule or inferring from its strongest formulation. A reformulation that does justice to the egalitarian aim of the principle of difference is, however, possible: namely, a degrowthist reformulation, truly requiring a degrowth in accumulation and inequalities, making explicit a brake clause that hinders the aggregate growth of inequalities. Such a degrowthist conception of the difference principle may justify some concrete rules that are able to enforce the egalitarian commitments of social democracy.
Quando se aborda, de forma conceptual, o tema das relações entre política e género, é crucial notar, de forma distinta, dois aspectos dessa relação: poder identificar -se tanto um traço de política nos géneros como um traço de género na... more
Quando se aborda, de forma conceptual, o tema das relações entre política e género, é crucial notar, de forma distinta, dois aspectos dessa relação: poder identificar -se
tanto um traço de política nos géneros como um traço de género na política. Quanto ao primeiro aspecto, com efeito, a diferença de género culturalmente basilar, entre homem
e mulher, constituiu -se historicamente não apenas como uma diferença natural e culturalmente apropriada, mas como uma desigualdade de poder, que concede um primado de domínio de um género sobre o outro. Por isso, a diferença de género é logo política porque é realmente, mesmo conceptualmente, uma desigualdade. Na história ocidental não houve uma concepção do género independente de uma concepção política do género,
de cada género. E não apenas uma história ocidental remota, mas também a história moderna e contemporânea, com significativas continuidades nos dias de hoje. Mesmo um empreendimento de compreensão da diferença de género tão importante quanto a psicanálise, não se libertou desta naturalização de uma desigualdade política, pelo contrário contribuindo para a sua justificação.
Quanto ao segundo aspecto, na verdade trata -se de uma radicalização, pois não se trata de pôr a nu quanto de político há na construção da diferença de género, mas, além disso, que a própria política, na maneira como dominantemente a concebemos, pressupõe já a própria ideia de uma diferença de género. E neste segundo aspecto, elucidaremos duas formas pelas quais o género se mostra na política enquanto prática historicizada,
e que se deixam resumir numa só asserção — o sujeito da política é o masculino, o objecto da político é o feminino. Com isto, torna -se razoável interrogar se género e política não serão, desde a sua origem, noções interdependentes, com uma história comum, pelo menos no quadro da história ocidental.
Para enfrentar a crise da democracia importa começar por pôr em crise o entendimento da democracia. Muito em particular, importa debater não tanto o convívio da democracia com o pluralismo, como se numa relação externa entre aquele e... more
Para enfrentar a crise da democracia importa começar por pôr em crise o entendimento da democracia. Muito em particular, importa debater não tanto o convívio da democracia com o pluralismo, como se numa relação externa entre aquele e este, que tanto desse para democracias liberais como para democracias iliberais, mas um entendimento da democracia constitutivamente pluralista, assente num equilíbrio variável de convívio entre princípios. Por outro lado, esses princípios devem poder deixar de ser formulados a partir do quadro histórico que dividiu democracias no século passado entre mais ou menos competitiva, ou mais ou menos participativas, para serem formulados em três polaridades que marcam o nosso tempo: autonomia vs. acção informada; igualdade formal vs. igualdade material; confiança vs. transparência. O ponto importante é que muitas geometrias devem ser possíveis mas a sobreposição em cada polarização de um polo a outro mata a democracia.
La lecture de Jean-Paul Sartre présentée ici s’attache à ce qui peut être considéré comme le noyau d’une théorie de l’action dans la pensée de Sartre, en abordant ses implications éthiques. Au cours de l’analyse, je présenterai des... more
La lecture de Jean-Paul Sartre présentée ici s’attache à ce qui peut être considéré comme le noyau d’une théorie de l’action dans la pensée de Sartre, en abordant ses implications éthiques. Au cours de l’analyse, je présenterai des éléments qui permettent une perspective d’ensemble de la pensée éthique de Sartre. J’explorerai quelques passages significatifs, principalement de l’œuvre majeure de Sartre – L’Être et le Néant, son ontologie phénoménologique de 1943 – mais aussi à l’occasion d’autres œuvres à la fois antérieures et postérieures.

Mon étude découle de deux considérations ontologiques et se développe le long d’un ensemble de points délimitant principalement une théorie sartrienne de l’action et finalement une éthique sartrienne. Ces deux prémisses sous-jacentes relèvent de la pensée de Sartre sur la liberté et la volonté, toutes deux définies pratiquement dès l’origine à partir de son point de vue phénoménologique. Elles forment également toutes deux le cadre des pensées critiques qui ont suivi sur la théorie de l’action et l’éthique de Sartre.
Research Interests:
Research Interests:
This essay aims to expose an inner linkage between the crisis of the human and the crisis of the humanities in our times. Inspired by a variation of Wittgenstein’s famous proposition “The limits of my language mean the limits of my... more
This essay aims to expose an inner linkage between the crisis of the human and the crisis of the humanities in our times. Inspired by a variation of Wittgenstein’s famous proposition “The limits of my language mean the limits of my world”, it is claimed that the humanities refer to the human through a common and singularising experience of limits of the human. However, arguably, it is precisely this experience of limits that is threatened since modernity has become a process of progressively literalising
reality, eliminating ambivalences, and trivialising meaning, with psychoanalytical and political consequences that we can see, for instance, in extreme ways, in today’s fundamentalist actions. Given these crisis aspects, I argue that the post-human experience provided by sci-fi is a rather important source of resistance for the human and the humanities.
Research Interests:
Este estudo busca definir, diferenciar e discutir, particularmente numa perspectiva sartreana, dois fenômenos psico(pato)lógicos comuns, caracteristicamente humanos, com frequência associados ou confundidos, especialmente na... more
Este estudo busca definir, diferenciar e discutir, particularmente numa perspectiva sartreana, dois fenômenos psico(pato)lógicos comuns, caracteristicamente humanos, com frequência associados ou confundidos, especialmente na contemporaneidade: angústia e ansiedade.
O objetivo central deste artigo é desenvolver uma interpretação e uma compreensão do fenómeno político-social da austeridade nas suas relações com a instauração de um regime social de existência precária que se abateu, a partir de 2008,... more
O objetivo central deste artigo é desenvolver uma interpretação e uma compreensão do fenómeno político-social da austeridade nas suas relações com a instauração de um regime social de existência precária que se abateu, a partir de 2008, sobre Portugal e alguns países da Europa. Deste propósito resultam outros dois objetivos parcelares: por um lado, pretende-se caracterizar este processo como um regime social da precariedade nas suas condições existenciais mais estruturais, designadamente nas suas estruturas espaciotemporais; por outro, identificar os meios político-económicos pelos quais essas condições foram sendo instauradas, a partir de uma modificação profunda da vida social das populações. Analisar-se-ão as formas de desinstitucionalização decorrentes da implementação dos programas de austeridade e o seu impacto num conjunto de esferas sociais: na depreciação e desvalorização da atividade do trabalho, na incerteza da vivência espaciotemporal, no exercício da racionalidade no contexto da ação humana. Por fim, mostra-se como posicionamentos políticos de oposição à austeridade tendem a fundar a sua ação política subvertendo as condições espaciotemporais que a austeridade procura impor. Palavras-chave: austeridade, ideologia política, teoria social, trabalho Teoría social de la austeridad: para una crítica del proceso de precarización El objetivo central de este artículo es desarrollar una interpretación y una comprensión del fenómeno político-social de la austeridad en sus relaciones con la instauración de un régimen social de existencia precaria, que se cernió a partir de 2008 sobre Portugal y algunos países de Europa. De este propósito resultan otros dos objetivos partícipes: por un lado, se pretende caracterizar este proceso como un régimen social de la precariedad en sus condiciones existenciales más estructurales, principalmente en sus estructuras espacio-temporales; por otro, identificar los medios político-económicos por los que esas condiciones
Proposta de releitura do livro de Álvaro Cunhal "O Partido com paredes de vidro" a partir da evocação que faz à metáfora da visibilidade e da transparência, com as suas consequências seja do ponto de vista da imagem que o partido... more
Proposta de releitura do livro de Álvaro Cunhal "O Partido com paredes de vidro" a partir da evocação que faz à metáfora da visibilidade e da transparência, com as suas consequências seja do ponto de vista da imagem que o partido comunista português ambicionava projectar numa época de charneira para o socialismo, quer no plano internacional quer no plano nacional, seja do ponto de vista dos princípios da sua organização interna.
Resumo A presente leitura é divida em quatro partes. Começarei distinguindo três sentidos de exterioridade, de forma a esclarecer o conceito de exterioridade de Lévinas como foi exposto no ensaio Totalidade e Infinito e com o qual os... more
Resumo A presente leitura é divida em quatro partes. Começarei distinguindo três sentidos de exterioridade, de forma a esclarecer o conceito de exterioridade de Lévinas como foi exposto no ensaio Totalidade e Infinito e com o qual os termos outridade e experiência estão associados. Optei por colocar desta forma, para não ter que especificar cada um destes termos, pois eles serão clarificados ao longo da segunda e terceira parte. Inicialmente, discutirei outridade como experiência, experiência do outro, mas não-perceptiva, experiência pré-intencional, anterior mesmo à diferença entre consciência e inconsciencia. A seguir, invertendo a ordem dos termos, irei tratar experiência como outridade, isto é, experiência que, enquanto não cessa de ser experiência mantém uma relação de outridade. Lévinas escreve em Totalidade e Infinito: " experiência significa precisamente a relação com o outro absoluto ". Nos contornos desta discussão, irei comentar a resposta levinasiana à quinta Meditação Cartesiana de Husserl e, finalmente, aproximarei o pensamento de Lévinas à pesquisa neurológica de António Damásio. Na última sessão explorarei diferentes caminhos a fim de manter o seguinte paradoxo-superfíce não tem profundidade: superfície é profundidade. Abstract The present article is divided into four parts. I will begin by distinguishing three meanings of exteriority, so as to illuminate Lévinas' own concept of exteriority, as expounded in the essay Totality and Infinity and with which the terms otherness and experience are associated. I phrase it in this way so as to avoid specifying each of these terms, which I will attempt to clarify throughout the second and third parts. First, I will discuss otherness as experience, experience of the other, but non-perceptive, pre-intentional experience, prior even to the difference between consciousness and unconsciousness. Then, by inverting the order of the terms, I will address experience as otherness, i.e., experience which, while not ceasing to be experience, remains a relation of otherness. Lévinas writes in Totality and Infinity: " experience means precisely the relation with the absolute other. " 1 Within the frame of that discussion, I will comment on the levinasian response to the fifth of Husserl's Cartesian Meditations, and finally bring together Lévinas' thought and the neurological research of António Damásio. In the last section I will explore different ways to maintain the following paradox-surface has no depth: surface is depth.
Research Interests:
Research Interests:
Research Interests:
Research Interests:
Este não é um paper nem trabalho científico, mas que, à falta de melhor, e não havendo mais exemplares em papel, fica guardado aqui.
Neste ensaio procura-se aproximar o pensamento de Jean-Jacques Rousseau e Jean-Paul Sartre a partir da forma como conceptualizam os seus respectivos conceitos de liberdade. Sendo conceitos diferentes para âmbitos distintos, revelam... more
Neste ensaio procura-se aproximar o pensamento de Jean-Jacques Rousseau e Jean-Paul Sartre a partir da forma como conceptualizam os seus respectivos conceitos de liberdade. Sendo conceitos diferentes para âmbitos distintos, revelam contudo uma  ligação profunda ao articularem ambos psicologia e política, no que mostram uma tempestividade assinalável.
Research Interests:
Research Interests:
Refletir sobre a possibilidade de uma clínica fenomenológico-existencial é ainda hoje um grande desafio para os profissionais e estudiosos deste campo. Por se tratar de um trabalho que parte da filosofia, este se revela por vezes mais... more
Refletir sobre a possibilidade de uma clínica fenomenológico-existencial é ainda hoje um grande desafio para os profissionais e estudiosos deste campo. Por se tratar de um trabalho que parte da filosofia, este se revela por vezes mais árduo, ao se mostrar carente de pressupostos psicológicos. No entanto, esta carência, longe de ser um impedimento, abre espaço para pensarmos em uma clínica desembaraçada das amarras cientificistas e positivistas que impregnaram a psicologia desde o seu nascimento. Frente a essa possibilidade, destacamos dentre as filosofias fenomenológicas e existenciais a de Jean-Paul Sartre, devido à constante preocupação presente em sua extensa obra de considerar criticamente as teorias psicológicas. É diante deste panorama que pretendemos, neste artigo, levantar algumas considerações sobre o desafio de pensar e realizar uma psicologia fenomenológico- existencial, tendo em vista a importância de sustentar o caráter crítico do qual ela é oriunda. Para tal, discutimos o problema da “importação” de conceitos por via de noções fundamentais do pensamento de Sartre, como liberdade e má-fé.
This paper aims to clarify the precise scope in which three distinct fields of consideration of Sartre's thought, to the world of psychology, are constituted. Firstly, the field of a Sartrean phenomenological psychology, particularly... more
This paper aims to clarify the precise scope in which three distinct fields of consideration of Sartre's thought, to the world of psychology, are constituted. Firstly, the field of a Sartrean phenomenological psychology, particularly extended in the initial phenomenological investigations of Sartre. Second, the scope of a scheme for an existential psychoanalysis as an alternative and a response to Freudian psychoanalysis. Finally, the idea of a clinical practice inspired by Sartre's thought. It is critical to carry out these boundaries, overcoming misunderstandings, and encourage a caring and dialoguing attitude, especially with regard to aimed consequences to the idea of a clinical practice inspired on Sartre. In fact, this clinical practice from a sartrean perspective can only be build up based on the heuristic exploration, by the relationship between discovery and invention, of the legacies that Sartre has left in the form of an original phenomenological psychology and of an existential psychoanalysis.
Colecção de ensaios que aborda a perplexidade suscitada por duas fortes convicções filosóficas. Uma defende a explicação da “Mente” através de acontecimentos nos nossos cérebros, numa dependência do mental sobre o neural. A outra defende... more
Colecção de ensaios que aborda a perplexidade suscitada por duas fortes convicções filosóficas. Uma defende a explicação da “Mente” através de acontecimentos nos nossos cérebros, numa dependência do mental sobre o neural. A outra defende que, apenas pelo cabal esclarecimento do que seja a experiência de uma mente, se poderá esperar uma explicação para aquilo que deveria explicar a mente. Daqui decorre uma questão a enfrentar: O que é a experiência mental e, em particular, a experiência mental consciente?
É objectivo deste ensaio evidenciar que há um aspecto profundamente comunitário na dimensão do tempo interior, que se atesta na compreensão de sentimentos sociais como a culpa e a vergonha, ou nas soluções profundamente comunitárias,... more
É objectivo deste ensaio evidenciar que há um aspecto profundamente comunitário na dimensão do tempo interior, que se atesta na compreensão de sentimentos sociais como a culpa e a vergonha, ou nas soluções profundamente comunitárias, ainda que atreitas à lógica da razão pública, para feridas da memória e bloqueios da vida temporal comum, como o perdão.
Research Interests:

And 27 more

Research Interests: